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ESTUDO DIRIGIDO 3 - INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

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NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 
 
ESTUDO DIRIGIDO 3 – FARMACOLOGIA MÉDICA 
1) Paciente do sexo masculino, 34 anos, em uso de cefalosporina, apresenta cefaléia intensa, rubor facial, 
náuseas e vômitos há cerca de 3 horas. 
•HD e orientações: 
 
 2) Paciente em uso de Sulfametoxazol + trimetropim e dipirona há 2 dias, inicia quadro de febre, dor de 
garganta e alterações cutâneas. 
•HD e orientações: 
 
1) Efeito dissulfiram (reação de Antabuse) 
Orientações:. É importante deixar claro para o paciente no atendimento que o mesmo se abstenha de 
álcool durante todo o período de tratamento com a cefalosporina. Isso porque os sintomas relatados (rubor 
facial, cefaleia, náusea e vômitos) resultam da interação do álcool e do antibiótico – ao que chamamos 
de efeito antabuse. 
Além disso deve-se frisar ao paciente que além dos sintomas relatados ele ainda pode apresentar 
hipotensão, taquicardia (sensação de batimento cardíaco acelerado), mal-estar e outras reações mais 
graves (potencialmente fatais) relacionadas ao uso de álcool durante o tratamento com o antibiótico. 
A cefalosporina dificulta e lentifica a metabolização do álcool pelo organismo ocasionando o aumento 
dos níveis de acetaldeído no corpo (metabólito tóxico responsável pelos efeitos adversos anteriormente 
citados). Portanto a intensidade dos sintomas está diretamente relacionada a quantidade de álcool 
ingerida pelo paciente, bem como a concentração alcoólica da bebida consumida (ou seja, a % de álcool 
presente a cada 100 ml da bebida – isso varia de acordo com o tipo, sendo maior em bebidas destiladas 
ex: cachaça, vodka, gin, uísque ...).- dados importantes a serem levantados durante a anamnese do 
paciente 
 
Conduta:. Deve ser feito o monitoramento do paciente por no mínimo 8-12 horas mesmo que haja melhora 
do quadro clínico e desaparecimento dos sintomas. O uso da cefalosporina deverá ser suspenso por no 
mínimo 72 horas, assim como a ingestão de qualquer bebida alcoólica. Passado esse período de tempo é 
recomendado que o paciente volte para nova avaliação na qual será decidida pela interrupção, 
continuidade (reinserção do antibiótico) ou troca do medicamento. 
 
2) - HD: Síndrome de Stevens-Johnson 
 
- Orientações:. Tratamento de suporte e controle dos sintomas – Organizei minha resposta em tópicos 
afim de facilitar a compreensão a respeito das orientações e conduta clínica: 
I. Diagnóstico precoce (sinais e sintomas característicos da síndrome por teste de imunocromatografia 
para Granulisina sérica 
II. Deve ser feita a suspensão do fármaco potencialmente causador da síndrome - no caso retratado, 
suspeita-se do sulfametoxazol (sulfametoxazol + trimetoprim) como desencadeadora, portanto esta 
deve ser suspensa imediatamente 
III. É importante avaliar se o paciente faz uso de outras medicações que podem estar relacionadas a 
esta reação de hipersensibilidade, devendo estas serem suspensas – como os anticonvulsivantes 
(carbamazepina, fenitoína, fenobarbital), os AINEs e o alopurinol os mais identificados 
ou se existe algum outro possível desencadeador da síndrome – outras etiologias, exemplo: essa reação 
pode estar relacionada a infecções, neoplasias ou uso de 
IV. Deve-se avaliar a extensão e gravidade das lesões de pele do paciente –isso é indispensável para 
nortear o prognóstico e conduta terapêutica, sendo assim cabendo-se a seguinte classificação: 
Quando as lesões correspondem a <10% da superfície corporal cutânea classificamos como 
síndrome de Stevens-Johnson; já quando as lesões ocupam uma área >30% denominaremos necrose 
epidérmica tóxica. Ambas as classificações pertencem a uma entidade única (doença) com causas e 
mecanismos comuns, contudo a gravidade e extensão das lesões e descolamento da pele é mais 
exacerbada na necrose epidérmica tóxica e está relacionada a maiores índices de morbiletalidade 
 
V. Encaminhamento do paciente para centro especializado de tratamento dermatológico (centro de 
queimados) ou intensivo (UTI) para receber o tratamento de suporte e o tratamento direcionado 
Objetivo é a prevenção de sequelas que são causas significantes de morbidade. Aspectos importantes 
a serem considerados são a prevenção de infecções, sedação e controle da dor e suporte psicológico 
em casos mais graves.O paciente deve ser isolado (para minimização do contato e da exposição a 
agentes infecciosos) e receber o tratamento de suporte que inclui: reposição de líquidos, eletrólitos, 
suprimentos nutricionais caso hnecessário 
 
NATÁLIA GIACOMIN LIMA – MEDICINA UFES 101 
 
VI. Tratamento medicamentoso 
6.1 Tratamento farmacológico: A ciclosporina mostrou ser a terapia mais eficaz no que diz respeito a 
redução do risco de letalidade e progressão das lesões de pele em adultos quando comparada a 
outros tratamentos também utilizados como os corticosteroides. 
▪ Ciclosporina – 3mg/kg entérica a cada 12 horas 
 
6.2 Tratamento das lesões de pele 
▪ Tópico – cremes e soluções contendo na composição substancias antissépticas: Gluconato de 
Clorexidina, Octenisept gel, ou solução de polihexanida podem ser utilizadas cobertas com 
malha de gaze não aderente 
▪ A cobertura da região lesada deve ser feita com curativos modernos sintéticos, membranas 
biológicas (xenoenxertos e aloenxertos); fibras (de prata microcristalina); Veloderm – película 
biológica; e fibra de alginato. Pois são mais eficazes em detrimento dos curativos “normais” 
uma vez que requerem menos troca e geram menor desconforto aos pacientes.

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