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1 Agravos e Imunidade em saúde animal – Prof. Arnaldo | Medicina Veterinária 2020 | Natália Ramos Bueno 10 de novembro de 2020 Protozoários O que é um protozoário? • Unicelular • Eucarioto • Reprodução (sexuada e assexuada) • Locomoção • Alimentação Tritichomonas foetus Caracterizada pela presença de quatro a seis flagelos anteriores. Espécie: Tritrichomonas foetus Hospedeiros: Bovinos Localização: prepúcio dos machos e vagina das fêmeas Forma evolutiva: Trofozoíta Características morfológicas • Trofozoíta de formato piriforme ou fusiforme • Axóstilo, estrutura de sustentação, tem uma parte livre e se localiza no centro do corpo • Um núcleo ovalado grande e deslocado • Sem simetria bilateral • Blefaroplasto localizado anteriormente ao axóstilo • Presença de quatro flagelos, sendo três anteriores e um recorrente, os quais formam a membrana ondulante que percorre todo o corpo do parasito, tendo a extremidade posterior livre Ciclo biológico A transmissão é puramente mecânica e se dá por meio do coito, por isso esse protozoário não apresenta forma cística, pois não necessita de resistência no meio ambiente. O macho, uma vez infectado, passa a ser o agente transmissor. Pode ocorrer contaminação também por fômites e sêmen contaminado. Nas vacas, o parasito passa da vagina para a parede uterina, onde se fixa às células epiteliais, induzindo a liberação de substâncias tóxicas, o que causa morte celular. Antes do estro, os tricomonas vão para a vagina e contaminam o touro durante a monta natural. Reproduzem-se por divisão binária longitudinal. Importância em medicina veterinária A tricomonose bovina é uma doença venérea cosmopolita que tem sido controlada com o advento da inseminação artificial. Leva ao aborto precoce (pouco detectado devido ao pequeno tamanho do feto), repetição de cio, vaginite, endometrite, piometra, infertilidade e consequente redução na produção de carne e leite. Propicia o aparecimento de infecções oportunistas, principalmente se ocorrer retenção de placenta. O macho, muitas vezes, não apresenta sintomatologia, mas passa o parasito para outras vacas por meio do coito, sendo inviabilizado para a reprodução (o tratamento no macho não é seguro). As vacas, por sua vez, adquirem resistência com o tempo, podendo dar origem a terneiros sãos quando inseminadas artificialmente. Não causa patogenia no ser humano. Trofozoíta de Tritrichomonas sp. Diagnóstico O diagnóstico é realizado por meio da lavagem do trato reprodutivo com soro fisiológico para observação do conteúdo em microscópio e cultura do material. Controle Retirar o touro do plantel, dar descanso sexual para as fêmeas (3 a 4 meses, pois a mudança de pH durante o cio mata o parasito), utilizar touro negativo e sêmen de boa procedência. Histomonas meleagridis Hospedeiros Definitivos: perus e galinhas. Podem aparecer em codornas, perdizes e faisão Intermediário: Heterakis gallinarum. 2 Agravos e Imunidade em saúde animal – Prof. Arnaldo | Medicina Veterinária 2020 | Natália Ramos Bueno Localização: Mucosa do ceco e fígado de perus. Forma evolutiva: Trofozoítas Características morfológicas Na luz intestinal ou em cultivo: organismos ameboides e uninucleados. Seu único flagelo nasce de um grânulo basal próximo ao núcleo Em corte histológico de ceco ou fígado: os organismos se encontram isolados ou em grupos. São ameboides e sem flagelo. Transmissão A ave contamina-se principalmente por ingestão de ovos de Heterakis gallinarum (helminto parasito dos cecos das aves) que contêm Histomonas no seu interior. Forma trofozoíta encontrada em fígado e intestino de perus e outras aves. Ciclo biológico O nematódeo Heterakis gallinarum, ao se alimentar da mucosa do ceco das aves, infecta-se com o protozoário. Quando a postura de ovos de Heterakis é feita no meio ambiente, estes já contêm, no seu interior, os trofozoítas de Histomonas. As aves, ao se alimentarem, podem ingerir ovos embrionados desse verme (Heterakis) e, quando ocorre a eclosão da larva, o Histomonas também é liberado e penetra na mucosa do intestino, onde se reproduz por fissão binária. Nos perus, os trofozoítas migram para o fígado, produzindo lesões características. Importância em Medicina Veterinária A histomonose, também denominada de lesões da cabeça negra das aves, é caracterizada por inflamação e ulceração da parede do ceco, que frequentemente levam à peritonite. Nos perus, as lesões no fígado levam à inflamação do ceco e à hepatite com alta mortalidade. Há, também, relatos raros da presença desses parasitos no pulmão, no rim, no baço, no pâncreas e no coração. É uma doença principalmente de aves jovens. Controle Os perus devem ser criados em terrenos que não tenham sido utilizados por galinhas, pois estas são os principais reservatórios da doença Giardia lamblia Hospedeiros: humanos, cães, caprinos, bovinos Localização: intestino delgado Características morfológicas O gênero Giardia apresenta duas formas evolutivas: Trofozoíta: forma ativa e móvel. Com formato piriforme, caracteriza-se pela presença de dois núcleos, com oito flagelos e dois axóstilos, além de discos suctórios (ventosas) que mantêm o parasito fixo na mucosa para que se alimente. Apresenta simetria bilateral. Essa forma é pouco resistente ao meio ambiente e é encontrada no intestino delgado de seus hospedeiros Cisto: forma resistente ao meio ambiente, dependente das condições de temperatura e umidade. Tem forma ovoide, caracterizada pela presença de quatro núcleos Transmissão: ingestão de cistos contidos nos alimentos e na água. Ciclo biológico A contaminação se dá pela ingestão de alimentos ou água contaminados com a forma cística. Segundo Beck et al., a transmissão também pode ocorrer de modo direto, principalmente em áreas onde os animais ficam aglomerados (canis, gatis). O cisto no duodeno dá origem a dois trofozoítas, que se fixam nas células do intestino, reproduzem-se por fissão binária e amadurecem; então, novos cistos são eliminados para a luz do intestino, por onde vão ao meio exterior com as fezes. Os cistos podem sobreviver por vários meses no meio ambiente. 3 Agravos e Imunidade em saúde animal – Prof. Arnaldo | Medicina Veterinária 2020 | Natália Ramos Bueno 10 de novembro de 2020 Importância em Medicina Veterinária e Saúde Pública O gênero Giardia é considerado um dos principais parasitos intestinais de humanos e animais, sendo constantemente associado à ocorrência de diarreia. Embora seja um protozoário de alta prevalência, nem todos os animais apresentam a forma clínica da doença (assintomáticos), que pode ser moderada ou grave. Acomete com mais frequência animais jovens, e a doença depende do tipo de cepa do parasito e da imunidade do hospedeiro. Pode causar diarreia intermitente, que compromete a digestão e a absorção dos alimentos, levando à desidratação, à perda de peso e à morte. Formas císticas (1) e trofozoíta (2) de Giardia sp. em exame direto de fezes corado com lugol Ciclo biológico de Giardia lamblia. O animal infecta-se ao ingerir cisto de Giardia (1). O cisto passa para a forma trofozoíta (2), que permanece fixada na superfície da célula intestinal, lesionando-a; após algum tempo, transforma-se novamente na forma cística. Cistos são eliminados para o ambiente com as fezes (3). Diagnóstico O diagnóstico definitivo é dado pela identificação de cistos (método de centrífugo-flutuação com sulfato de zinco) nas fezes e trofozoítas nas fezes diarreicas frescas. Citam, ainda, que o método de Kinyoun ou Auramina tem sido utilizado com sucesso para observação de Giardia. Profilaxia Manter a limpeza do ambiente, lavar bem os alimentos e só beber água filtrada. A giardíaseé uma doença de veiculação hídrica, pois tanto os animais quanto os humanos a adquirem, principalmente por meio da ingestão de água contaminada com cistos. Há, no mercado, vacina contra Giardia para cães, mas as medidas de controle devem ser mantidas. Trypanosoma cruzi Hospedeiros Definitivos: humanos, primatas, cães, gatos e reservatórios silvestres Intermediários: hemípteras (barbeiros). Características morfológicas Hospedeiro vertebrado: Forma tripomastigota (circulante): • Forma de “C” • Extremidades pontiagudas • Corpo achatado • É a fase inoculada pelo hospedeiro invertebrado e denomina-se tripomastigota metacíclica quando contamina o hospedeiro definitivo • Núcleo central grande (cora-se em roxo) • Presença de membrana ondulante e flagelo livre • Cinetoplasto grande e próximo à extremidade posterior (cora-se em roxo). Forma amastigota (tecidual): • Formato arredondado ou ovalado • Encontrada nos tecidos (principalmente na musculatura cardíaca), é a fase de multiplicação, que ocorre por fissão binária • Núcleo grande (cora-se em roxo) • Flagelo reduzido, inaparente. Ciclo biológico do T. cruzi O barbeiro ingere as formas circulantes (tripomastigotas) ao picar o hospedeiro contaminado e, no intestino, o protozoário transforma-se em epimastigota, que se multiplica e vai ao reto, onde ocorre a forma infectante (tripomastigota metacíclico). Para infectar o hospedeiro definitivo, o barbeiro, ao se alimentar à 4 Agravos e Imunidade em saúde animal – Prof. Arnaldo | Medicina Veterinária 2020 | Natália Ramos Bueno noite, defeca próximo à picada (Trypanosoma da seção Stercoraria – transmissão contaminativa). Há calor e inchaço no local da picada e o hospedeiro vertebrado, ao se coçar, faz com que as fezes contaminadas com tripomastigotas metacíclicos penetrem na ferida e cheguem à circulação sanguínea. Um grande número de tripomastigotas é destruído na circulação, mas aqueles que escapam seguem para diferentes órgãos e tecidos (cólon, esôfago, baço, fígado, coração), onde se transformam em amastigotas, constituindo os focos secundários e generalizados. Nesses focos secundários, os amastigotas, após multiplicação por fissão binária simples e novas invasões teciduais, evoluem para a forma flagelada (tripomastigota) e voltam ao sangue periférico, recomeçando o ciclo. O inseto é infectado ao picar o humano contaminado para se alimentar. Trypanosoma cruzi – presença de grande cinetoplasto Importância em Medicina Veterinária e Saúde Pública Em humanos, promove a hiperfunção de órgãos como esôfago, baço, coração e cólon, ocorrendo aumento no tamanho dessas estruturas. Os sintomas, a longo prazo, são febre e lesões nos sistemas cardíaco e digestivo. No local onde ocorreu a picada, forma-se uma lesão, chamada de chagoma, e pode ainda ocorrer o sinal de Romanã, que é o edema palpebral uni ou bilateral. Em animais, pode afetar clinicamente animais domésticos (principalmente cães e gatos), mas, inicialmente, esses animais são tidos como reservatórios da doença, juntamente com animais silvestres, como o tatu e o gambá. Controle Evitar habitações precárias (é comum a presença de ninhos do barbeiro nesses locais) e combater o hemíptero destruindo seus ninhos. Trypanosoma vivax Hospedeiros: ungulados domésticos e silvestres. Vetores: stomoxys sp. e tabanídeos. Características morfológicas Forma tripomastigota: • Formato de foice, achatado • Núcleo grande e central (cora-se em roxo) • Cinetoplasto grande (cora-se em roxo) • Extremidade posterior mais arredondada Trypanosoma vivax – forma tripomastigota em esfregaço sanguíneo Patogenia Alta e persistente parasitemia, resposta imune reduzida, hemorragias e anemias. Na forma aguda, os animais morrem em 5 semanas. Alta temperatura, letargia, fraqueza, lacrimação, diarreia e aborto são características dessa fase. Trypanosoma evansi (sinonímia: T. equinum) Hospedeiros: cavalos, burros, bovinos, caprinos, suínos, cães, capivaras, entre outros. Vetores: Stomoxys sp. e tabanídeos. Trypanosoma evansi – forma tripomastigota em esfregaço sanguíneo 5 Agravos e Imunidade em saúde animal – Prof. Arnaldo | Medicina Veterinária 2020 | Natália Ramos Bueno 10 de novembro de 2020 Características morfológicas Forma tripomastigota: • Núcleo bem visível • Cinetoplasto pequeno (praticamente invisível • Membrana ondulante bem visível Grânulos no citoplasma. Patogenia Emaciação e edema são os sinais clínicos mais comuns, e ocorre paralisia progressiva dos membros posteriores. Causa o “mal das cadeiras” em equinos. A doença é frequentemente fatal para os equinos, mas pode ser branda em bovinos, asininos, caprinos e ovinos. Reservatórios silvestres e domésticos (cães, capivaras, quatis, morcegosvampiros) atuam como propagadores do ciclo. No Brasil, é muito frequente na região do Pantanal mato-grossense. Ciclo biológico (na América do Sul) Comum às duas espécies citadas. Os parasitos são transferidos mecanicamente de um mamífero a outro por insetos hematófagos (Tabanidae e Stomoxydinae) ou pode ocorrer também a transmissão artificial, por meio de agulhas contaminadas com sangue infectado. No caso de T. evansi, ainda é relatado o morcego hematófago do gênero Desmodus como transmissor desse parasito. Transmissão de tripomastigotas do gênero Trypanosoma da seção Salivaria na América do Sul por Stomoxys calcitrans. Importância em Medicina Veterinária Nas estações chuvosas, moscas hematófagas proliferam-se, principalmente espécies da família Tabanidae, de modo que ocorre um aumento na prevalência de T. vivax no gado bovino. Animais infectados podem apresentar resposta imune reduzida, hemorragias e anemias devido a uma alta e persistente parasitemia e, se não forem tratados, isso pode levá-los à morte. Surtos de T. vivax em bovinos de corte no Pantanal brasileiro exerceram grandes impactos econômicos, provocando perda de peso, abortos e mortalidade dos animais. O mesmo foi relatado no Estado de Minas Gerais. Controle Utilização de agentes quimioterapêuticos e quimioprofiláticos, bem como o controle dos artrópodes vetores por drogas pour on e armadilhas impregnadas com inseticidas. Trypanosoma equiperdum Hospedeiros: equinos Características morfológicas Forma tripomastigota: • Núcleo bem visível • Cinetoplasto pequeno • Membrana ondulante bem visível • Maior quantidade de grânulos no citoplasma Transmissão Passam de um hospedeiro vertebrado para outro, sem auxílio de insetos vetores. A transmissão de tripomastigotas ocorre por meio do coito. Importância em Medicina Veterinária Leva a uma doença venérea chamada durina, cujos sintomas mais comuns são: secreção excessiva na mucosa genital e edema dessas partes. Em casos graves, pode ocorrer aborto. A enfermidade clínica é fácil de diagnosticar em uma área endêmica. Os tripanossomas não são facilmente detectados no sangue, mas podem ser encontrados nas secreções vaginais ou prepuciais. Leishmania Características morfológicas Forma amastigota: • Estruturas arredondadas ou ovaladas e aglomeradas • Cinetoplasto visível • Flagelo indistinguível • Encontrada no hospedeiro vertebrado 6 Agravos e Imunidade em saúde animal – Prof. Arnaldo | Medicina Veterinária 2020 | Natália Ramos Bueno Forma promastigota: • Corpo alongado • Sem membrana ondulante • Cinetoplasto anterior • Flagelo livre na extremidade anterior do corpo • Encontrada no inseto vetor Leishmaia chagasi Hospedeiros Definitivos: humanos, cães e reservatórios silvestres Intermediário: mosquitos do gênero Lutzomyia. Localização: Formas amastigotas no fígado, no baço e na medula óssea do hospedeiro vertebrado. Formas promastigotasno canal alimentar do inseto. Ciclo biológico Na picada, o hospedeiro intermediário (Lutzomyia) se infecta com as formas amastigotas (que estão dentro de macrófagos presentes no sangue do hospedeiro vertebrado infectado; 1). Estas, no intestino, transformam-se em promastigotas, que, ao se multiplicarem, podem até obstruir o canal alimentar do inseto. Ao se alimentar em um novo hospedeiro vertebrado, o mosquito inocula com a saliva o “bolo” de formas promastigotas (2), que penetram nos macrófagos (3), transformam-se em amastigotas, multiplicam-se (4) e ganham a corrente sanguínea, indo ao baço, ao fígado, ou à medula óssea (sistema fagocitário mononuclear). No citoplasma das células, os parasitos multiplicam-se, distendendo-as até sua ruptura (5); os parasitos liberados são fagocitados por novas células reticulares. Formas amastigotas de Leishmania sp. Núcleo (1); cinetoplasto (2). Formas promastigotas de Leishmania sp. Cinetoplasto (1); núcleo (2). Patogenia Leishmaniose visceral humana (LVH): inicialmente ocorrem quadro febril e aumento do volume do fígado e do baço; em casos avançados, a infecção do trato digestivo se manifesta em diarreia, emaciação e abdome distendido. A mortalidade alcança 70 a 90% dos casos. Leishmaniose visceral canina (LVC): é uma patologia similar à dos humanos; provoca anemia, emaciação e, por fim, a morte, sendo a diarreia o sinal clínico terminal. Também podem apresentar diátese hemorrágica (primariamente, epistaxe). Leishmania braziliensis Hospedeiros Definitivos: humanos, cães e reservatórios silvestres Intermediário: Lutzomyia. Localização: formas amastigotas nas células reticuloendoteliais. Promastigotas no inseto. Ciclo biológico Na picada, o hospedeiro intermediário se infecta com a forma amastigota, que se transforma em promastigota no canal alimentar do inseto. Ao picar um novo hospedeiro definitivo, inocula o “bolo” de formas promastigotas, que penetram nas células reticuloendoteliais e se transformam em amastigotas, as quais se multiplicam e ficam na pele do hospedeiro, provocando lesões características. Ciclo biológico de Leishmania sp Patogenia A denominação leishmaniose tegumentar americana (LTA) refere-se à forma cutaneomucosa (LCM), e 7 Agravos e Imunidade em saúde animal – Prof. Arnaldo | Medicina Veterinária 2020 | Natália Ramos Bueno 10 de novembro de 2020 leishmaniose cutânea (LC) refere-se às formas exclusivamente cutâneas. Nas lesões cutâneas: Hiperplasia histiocitária, edema e infiltração celular e hipertrofia do epitélio. Frequentemente, a inflamação cutânea evolui para necrose, formando uma úlcera rasa ou profunda, de bordos salientes e duros (úlcera leishmaniótica). Pode ocorrer contaminação bacteriana Nas lesões mucosas: Metástases na mucosa nasal, formação de nódulos. A úlcera pode progredir, determinando destruição das cartilagens e do osso do nariz e da região palatina, podendo acometer faringe e laringe Nos cães: Lesões ulcerativas nas orelhas ou em outras áreas da pele, lesões mucocutâneas erosivas e linfadenomegalia. Hiperqueratose de coxim com onicogrifose. Importância da leishmaniose em Medicina Veterinária e Saúde Pública É uma zoonose endêmica na maioria dos Estados do Brasil. Sua importância está relacionada também à sua alta incidência, à ampla distribuição geográfica (vários outros países são acometidos) e ao fato de provocar lesões desfigurantes. Controle • Medidas conjuntas devem ser adotadas: diagnóstico e tratamento precoce dos casos humanos, redução da população de mosquitos do gênero Lutzomyia, eliminação dos reservatórios infectados e atividades de educação em saúde • A leishmaniose canina é mais resistente à terapia do que a humana, porém alguns cães podem responder ao tratamento e serem curados da doença clínica • Os cães soropositivos podem apresentar-se assintomáticos e esse fato, associado à baixa confiabilidade dos testes de diagnóstico, leva à resistência dos donos em eutanasiar os animais • São usadas como forma de prevenção a coleira repelente do inseto vetor e a vacina contra leishmaniose para os cães, mas medidas profiláticas conjuntas devem ser sempre adotadas
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