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RESUMÃO DE DIREITOS HUMANOS- COLETÂNEA DAS AULAS DO 9 PERÍODO

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RESUMÃO DE DIREITOS HUMANOS 
COLETÂNEAS DAS AULAS UNIBRASIL- 9 PERÍODO 
1. COMITE CONTRA A TORTURA 
Composição: 10 especialistas/ peritos que exercerão suas funções a título pessoal e 
serão eleitos pelos Estados Partes. 
 
Atribuições: Os Estados Partes devem submeter ao Comitê relatórios sobre as 
medidas adotadas, o Comitê ainda recebe informes de organizações não 
governamentais que apresentam o chamado “relatório sombra” (shadow report) que 
informa a situação dos direitos protegidos naquele país. 
O Comitê de Direitos Humanos elabora as chamadas “Observações Gerais” ou 
“Comentários Gerais”, que contêm a interpretação do Comitê sobre como alcançar o 
fim da tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos e degradantes. 
Atualmente, há duas observações gerais, sendo a última emitida em 2007, que 
considera a proibição da tortura norma de jus cogens. 
Caso o comitê receba informações que indiquem, que a tortura é praticada 
sistematicamente no território de um Estado Parte, este será chamado para cooperar 
no exame da informações, o Comitê pode designar membros para procederem a uma 
investigação confidencial, que poderá incluir visita ao território desde que o Estado 
parte concorde. 
 
A comunicação interestatal: prevista no art. 21, ocorre quando um Estado acusa 
outro de não cumprir as obrigações da convenção. 
 
Petição individual: prevista no art. 22, traz a possibilidade de reconhecimento, pelos 
Estados, da competência do Comitê para receber petições individuais (comunicações 
enviadas por pessoas sob sua jurisdição, ou em nome delas, que aleguem ser vítimas 
de violação, por um Estado Parte, das disposições da Convenção). O Comitê não 
poderá receber comunicação anônima, ou que constitua abuso de direito, ou que seja 
incompatível com as disposições da Convenção. As petições individuais serão 
analisadas pelo Comitê à luz de todas as informações a ele submetidas pela pessoa 
interessada, ou em nome dela, e pelo Estado Parte interessado. 
 
O Protocolo Facultativo: à Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou 
Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes foi adotado em 18 de dezembro de 2002. 
aprovado por meio do Decreto Legislativo n. 483/2006, (o Brasil depositou o 
instrumento de ratificação em 11 de janeiro de 2007que foi promulgado pelo Decreto 
n. 6.085, de 19 de abril de 2007). 
Esse Protocolo, por sua vez, teve por objetivo estabelecer um sistema de visitas 
regulares de órgãos nacionais e internacionais independentes a lugares onde as 
pessoas são privadas de liberdade, com o intuito de prevenir a tortura e outros 
tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. 
Composto por 37 artigos, divididos em 7 partes 
1ª Parte: Princípios gerais: prevê que um Subcomitê de Prevenção da Tortura e 
Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes deverá ser criado. 
Trata-se de Subcomitê do Comitê, que deve desempenhar suas funções no marco da 
Carta das Nações Unidas e deve ser guiado por seus princípios e propósitos, bem 
como pelas normas das Nações Unidas relativas ao tratamento das pessoas privadas 
de sua liberdade. Deve ainda ser guiado pelos princípios da confidencialidade, 
imparcialidade, não seletividade, universalidade e objetividade. Em nível doméstico, 
os Estados se comprometem a designar ou manter um ou mais mecanismos 
preventivos nacionais: órgãos de visita encarregados de prevenir a tortura e outros 
tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes . Os Estados Partes devem 
permitir as visitas dos dois mecanismos a qualquer lugar sob sua jurisdição onde 
pessoas são ou podem ser privadas de liberdade, por força de ordem dada por 
autoridade pública. 
2ª Parte: O Protocolo estabelece a composição do Subcomitê de Prevenção, a forma 
de eleição dos membros e da mesa e o tempo de mandato, composto por 25 
membros, deverá ser observada a distribuição geográfica e representação de 
diferentes formas; 
3ª Parte: Determina como deverá ser cumprido o mandato do Subcomitê, mandato de 
quatro anos, podendo ser reeleito uma vez. 
4ª Parte: mecanismos preventivos nacionais. O art. 17 estabelece a obrigatoriedade 
de o Estado manter, designar ou estabelecer, dentro de um ano da entrada em vigor 
do Protocolo ou de sua ratificação ou adesão, um ou mais mecanismos preventivos 
nacionais independentes para a prevenção da tortura em nível doméstico. 
5ª Parte: Os Estados Partes poderão fazer uma declaração que adie a implementação 
de suas obrigações, o que será válido pelo máximo de três anos, que poderão ser 
estendidos pelo Comitê contra Tortura por mais dois anos; 
6ª Parte: Dispõe sobre o financiamento do Subcomitê de Prevenção. As despesas 
realizadas por ele na implementação do Protocolo serão custeadas pela ONU e, 
paralelamente, deverá ser estabelecido um Fundo Especial, administrado de acordo 
com o regulamento financeiro e as regras de gestão financeira das Nações Unidas 
 
2. COMITÊ PARA OS DIREITOS DAS CRIANÇAS: 
Com criação determinada pela Convenção sobre os direitos da criança, que possui a 
finalidade de examinar os progressos realizados no cumprimento das obrigações 
assumidas pelos Estados Parte 
 
Competência: Monitorar a implementação da convenção e de seus 3 protocolos 
facultativos. Tem competência para estabelecer suas próprias regras de procedimento 
e deve eleger a mesa para um período de dois anos. 
 
Composição: Integrado por 10 especialistas de reconhecida integridade moral e 
competência nas áreas cobertas pela Convenção. Exercem sua função a título 
pessoal. 
 
Relatórios: Estados Partes se comprometam a apresentar ao Comitê, por intermédio 
do Secretário-Geral das Nações Unidas, relatórios sobre as medidas que tenham 
adotado com vistas a tornar efetivos os direitos reconhecidos na Convenção e sobre 
os progressos alcançados no desempenho desses direitos, no prazo de dois anos, a 
partir da data em que entrou em vigor para cada Estado Parte e, a partir de então, a 
cada cinco anos. 
Os relatórios devem indicar as circunstâncias e dificuldades que afetam o grau de 
cumprimento das obrigações derivadas da Convenção. 
O Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança relativo ao 
Envolvimento de Crianças em Conflitos Armados e o Protocolo Facultativo à 
Convenção sobre os Direitos da Criança referente à venda de crianças, à prostituição 
infantil e à pornografia infantil determinam a apresentação de relatórios periódicos por 
cada Estado Parte ao Comitê sobre os Direitos da Criança, no prazo de dois anos a 
contar da data da entrada em vigor do Protocolo para aquele Estado Parte, o relatório 
deverá conter informações abrangentes sobre as medidas adotadas para implementar 
as disposições do Protocolo. 
Após sua apresentação do relatório abrangente, o Estado Parte deve incluir nos 
relatórios que submeter ao Comitê sobre os Direitos da Criança quaisquer 
informações adicionais sobre a implementação do Protocolo e os demais Estados 
devem fazê-lo a cada cinco anos. 
 
3. COMITÊ SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA 
Criado pela Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, para 
avaliar sua implementação. 
 
Composição: 18 especialistas independentes (12 inicialmente e 18 quando a 
Convenção alcançar 60 ratificações), mandato de 4 anos com possibilidade de 
reeleição. Os membros atuam a título pessoal. 
 
Competência: Exame dos relatórios periódicos com envio de recomendação. 
Exame de petições das vítimas – deliberação. 
 
Relatórios: Os Estados Partes devem submeter relatório sobre as medidas adotadas 
em cumprimento de suas obrigações estabelecidas pela Convenção e sobre o 
progresso alcançado nesse aspecto, dentro do período de dois anos após a entrada 
em vigor da presente Convenção para o Estado Parte. Depois, devem ser 
apresentados relatórios periódicos, ao menos a cada quatro anos, ou quando o 
Comitê solicitar. 
Na consideração dos relatórios,o Comitê fará sugestões e recomendações que julgar 
pertinentes, e os Estados Parte poderão responder ao Comitê com as informações 
que julgarem pertinentes. 
Os Estados devem tornar seus relatórios amplamente disponíveis ao público em seus 
países. 
Protocolo facultativo: Por meio do Protocolo Facultativo à Convenção, os Estados 
Partes reconhecem a competência do Comitê para receber e considerar 
comunicações submetidas por pessoas ou grupos de pessoas, ou em nome deles, 
sujeitos à sua jurisdição, alegando serem vítimas de violação das disposições da 
Convenção pelo referido Estado Parte. O Comitê não pode receber comunicação 
referente a qualquer Estado Parte que não seja signatário do Protocolo. Inadmissível 
comunicação anônima ou incompatível com as disposições da convenção. 
 
4. COMITÊ CONTRA DESAPARECIMENTOS FORÇADOS 
Criado pela Convenção da ONU para a Proteção de Todas as Pessoas contra o 
Desaparecimento Forçado. 
 
Composição: 10 especialistas de elevado caráter moral e de reconhecida 
competência em matéria de direitos humanos, que atuam em sua própria capacidade, 
com independência e imparcialidade. Eleitos pelos Estados Partes para um mandato 
de quatro anos, permitida uma reeleição, com base em distribuição geográfica 
equitativa. 
Competência: cooperar com todos que se dediquem à proteção de todas as pessoas 
contra desaparecimentos forçados. A 
• Consultar os órgãos instituídos por relevantes instrumentos internacionais de 
direitos humanos, particularmente o Comitê de Direitos Humanos estabelecido pelo 
Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, a fim de assegurar a consistência 
de suas respectivas observações e recomendações. 
• Analisar relatórios sobre as medidas tomadas em cumprimento das obrigações 
assumidas ao amparo da Convenção, dentro de dois anos contados a partir da data 
de sua entrada em vigor para o Estado Parte. Emitir comentários, observações e 
recomendações, que serão comunicados ao Estado Parte, que poderá responder por 
iniciativa própria ou por solicitação do Comitê. O Comitê pode também solicitar 
informações adicionais. 
• Possibilidade de submissão ao Comitê de pedido de busca e localização de 
uma pessoa desaparecida, em regime de urgência, por familiares ou representantes 
legais. 
• O Comitê pode transmitir ao Estado parte para que tome medidas necessárias 
para localizar e proteger a pessoa. 
• O Estado pode reconhecer a competência do Comitê para receber petições 
individuais. 
• Pode ser reconhecida a Competência para receber comunicações interestatais. 
• Limitação aos desaparecimentos forçados após a entrada em vigor da 
convenção 
• Visitas ao Estado parte. 
 
5. RESUMO DA ATIVIDADE DE MONITORAMENTO INTERNACIONAL PELOS 
COMITÊS (TREATY BODIES) 
TREATY BODIES: comitês dos principais tratados universais, criados para monitorar 
os direitos protegidos. 
 
Os comitês não são vinculados entre si, por isso muitas vezes as recomendações 
podem ser contraditórias entre eles 
Nove tratados possuem esses comitês que admitem petições individuais, são eles: 
i) Comitê de Direitos Humanos (via Protocolo Facultativo), neste o Brasil 
reconheceu o mecanismo de petição individual; 
ii) Comitê pela Eliminação de Toda Forma de Discriminação Racial (via cláusula 
de adesão facultativa prevista no próprio tratado), neste o Brasil reconheceu o 
mecanismo de petição individual: 
iii) Comitê pela Eliminação de Toda Forma de Discriminação contra a Mulher (via 
Protocolo Facultativo), neste o Brasil reconheceu o mecanismo de petição individual; 
iv) Comitê dos Direitos das Pessoas com Deficiência, neste o Brasil reconheceu o 
mecanismo de petição individual; 
v) Comitê contra a Tortura (via cláusula de adesão facultativa prevista no próprio 
tratado), neste o Brasil reconheceu o mecanismo de petição individual e adotou o 
protocolo facultativo; 
vi) Comitê sobre os Direitos da Criança (3º Protocolo Facultativo), 
vii) Comitê do PIDESC (via Protocolo Facultativo); 
viii) Comitê contra o Desaparecimento Forçado (cláusula facultativa) 
ix) Comitê sobre a Proteção dos Direitos dos Trabalhadores Migrantes e dos 
Membros de suas Famílias (via cláusula facultativa prevista no próprio tratado). 
 
6. ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA DIREITOS HUMANOS 
Criação: Criado por meio da Resolução 48/141 da Assembleia Geral da ONU em 
1993. Sede principal: Genebra (Palais Wilson). 
 
Função: Essencial para aperfeiçoar a coordenação e, consequentemente, a eficiência 
e efetividade dos diversos órgãos onusianos de proteção de direitos humanos. Deve 
exercer suas funções pautado no respeito à Carta das Nações Unidas, à Declaração 
Universal dos Direitos Humanos e a instrumentos internacionais, observando a 
soberania, a integridade territorial e a jurisdição doméstica dos Estados, e 
promovendo o respeito e a observância universal dos direitos humanos, como uma 
preocupação legítima da comunidade internacional. 
 
Requisitos: Pessoa de elevada idoneidade moral e integridade pessoal, devendo 
possuir expertise no campo dos direitos humanos, bem como conhecimento e 
compreensão das diversas culturas, para realizar suas atribuições de forma imparcial, 
objetiva, não seletiva e efetiva. 
Indicado pelo Secretário-Geral das Nações Unidas e aprovado pela Assembleia Geral, 
tendo em conta uma alternância geográfica, para um mandato de quatro anos, 
renovável uma vez por mais quatro; 
 
Atribuições: tem onze atribuições de acordo com a resolução 48/1993, mas em 
resumo, o Alto Comissário deveria ser o “Secretário-Geral” dos direitos humanos na 
ONU, capaz de angariar recursos administrativos para os demais órgãos de direitos 
humanos. Deve enviar o relatório anual sobre suas atividades para o Conselho de 
Direitos Humanos e, por meio do Conselho Econômico e Social, para a Assembleia 
Geral. 
 
7. COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS (COMISSÃO IDH) 
- Procedimento Bifásico: uma etapa perante a perante a Comissão Interamericana 
de Direitos Humanos (Comissão IDH) e uma eventual segunda etapa perante a Corte 
Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH). 
 
-Composição: 7 membros (comissários) de alta autoridade moral e de reconhecido 
saber em matéria de direitos humanos. 
 
-Eleição: Eleitos por quatro anos e só poderão ser reeleitos uma vez, sendo que o 
mandato é incompatível com o exercício de atividades que possam afetar sua 
independência e sua imparcialidade, ou a dignidade ou o prestígio do seu cargo na 
Comissão. Título pessoal pela Assembleia geral da OEA. 
 
-Atribuições: Em relação à Convenção Americana de Direitos Humanos, a Comissão 
pode receber petições individuais e interestatais contendo alegações de violações de 
direitos humanos. qualquer pessoa – não só a vítima – pode peticionar à Comissão, 
alegando violação de direitos humanos de terceiros. 
A Corte Interamericana só pode ser acionada (jus standi) pelos Estados contratantes 
e pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos. 
 
8. A COMISSÃO IDH E O TRÂMITE DAS PETIÇÕES INDIVIDUAIS 
 
Provocação e condições de admissibilidade 
• A Comissão é provocada por meio de uma petição escrita, que pode ser: 
(i) autoria da própria vítima; 
(ii) de terceiros, incluindo as organizações não governamentais (demandas 
individuais); 
(iii) oriunda de outro Estado; 
 
• Condições de admissibilidade da petição individual à Comissão IDH: 
i) o esgotamento dos recursos locais; 
ii) ausência do decurso do prazo de seis meses, contados do esgotamento dos 
recuros internos, para a apresentação da petição; 
iii) ausência de litispendência internacional, o que impede o uso simultâneo de 
dois mecanismos internacionais de proteção de direitos humanos; 
iv) ausência de coisa julgada internacional, o que impede o uso sucessivo de dois 
mecanismos internacionais de proteção de direitos humanos. 
 
• Casos de dispensa da necessidade de prévio esgotamento dos recursos: 
1)não existir o devido processo legal para a proteção do direito violado; 
2) não se houver permitido à vítima o acesso aos recursos da jurisdição interna, ou 
houver sido ele impedido de esgotá-los; 
3) houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados recursos (artigo 
46.2); 
4) o recurso disponível for inidôneo (por exemplo, o recurso não é apto a reparar o 
dano); 
5) o recurso for inútil (por exemplo, já há decisão da Suprema Corte local em sentido 
diverso) 
6) faltam defensores ou há barreiras de acesso à justiça. 
A conciliação perante a Comissão 
Após a fase de admissibilidade passa-se a fase conciliatória Caso tenha sido obtida a 
solução amigável entre a vítima e o Estado infrator, a Comissão elabora seu relatório, 
contendo os fatos e o acordo alcançado, sendo o mesmo remetido ao peticionário, 
aos Estados e também ao Secretário-Geral da OEA. 
 
As medidas cautelares da Comissão 
Ocorre a oitiva do Estado antes da edição de medidas cautelares pela Comissão, para 
prevenir danos irreparáveis ou perecimento de direito. Contudo, em casos de 
gravidade e urgência, a Comissão ainda pode adotar medidas cautelares sem ouvir o 
Estado para evitar dano irreparável referente a um caso. 
 
O Primeiro Informe e possível ação perante a Corte IDH 
Constatada a violação de direitos humanos, a Comissão elabora o chamado Primeiro 
Informe ou Primeiro Relatório, encaminhando-o ao Estado infrator. Cabe ao Estado 
cumprir as recomendações desse primeiro relatório, que é confidencial. 
Prazo: 3 meses para solucionar, pode ser prorrogado por mais 3 meses, não podendo 
alegar a decadência do direito. 
Se não cumprir: Pode ser submetida a Corte, se o Estado não tiver reconhecido ainda 
a jurisdição da Corte (ou os fatos e repercussões dos fatos forem anteriores ao 
reconhecimento, deve a Comissão Interamericana de Direitos Humanos elaborar um 
segundo informe. 
 
Segundo Informe 
-Público 
-Este informe também contempla recomendações ao Estado violador, com prazo para 
que as medidas requeridas sejam efetuadas. 
-Se não cumprir: A Comissão Interamericana de Direitos Humanos encaminha seu 
relatório anual à Assembleia Geral da OEA, fazendo constar as deliberações não 
cumpridas pelos Estados para que a OEA adote medidas para convencer o Estado a 
restaurar os direitos protegidos. 
 
9. CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS 
Instituição judicial autônoma, não sendo órgão da OEA, mas sim da Convenção 
Americana de Direitos Humanos. 
 
Sede: San José da Costa Rica, podendo a Corte realizar sessões em outros países. 
- Jurisdição contenciosa e consultiva -pode emitir pareceres ou opiniões consultivas, 
não vinculantes. 
Composição: sete juízes, cuja escolha é feita pelos Estados Partes da Convenção, 
em sessão da Assembleia Geral da OEA, de uma lista de candidatos propostos pelos 
mesmos Estados. Os juízes da Corte serão eleitos para um mandato de seis anos e 
só poderão ser reeleitos uma vez. 
 
- “juiz ad hoc”: na jurisdição contenciosa, caso o Estado Réu não possua um juiz de 
sua nacionalidade em exercício na Corte. 
 
- Legitimidade ativa: Somente Estados que tenham reconhecido a jurisdição da 
Corte e a Comissão podem processar Estados perante a Corte Interamericana, os 
indivíduos dependem da Comissão ou de outro Estado (actio popularis) para que seus 
reclamos cheguem à Corte IDH. 
 
- Legitimidade passiva: Sempre do Estado a Corte IDH não é um Tribunal que julga 
pessoas. 
 
-Funcionamento: Sessões ordinárias e extraordinárias, uma vez que a Corte IDH não 
é um tribunal permanente. Os períodos extraordinários de sessões deverão ser 
convocados pelo seu presidente ou por solicitação da maioria dos juízes. 
 
A petição inicial e o defensor público interamericano 
 
-Após 3 meses de não cumprida as determinações da Comissão, pode acionar o 
Estado perante a Corte, caso tenha reconhecido sua jurisdição. 
-A ação é iniciada pelo envio do Primeiro Informe da Comissão à Corte. As vítimas ou 
seus representantes são intimados a apresentar a petição inicial do processo 
internacional no prazo de dois meses. 
-Todas as etapas processuais são focadas nas vítimas e no Estado Réu e, 
secundariamente, na Comissão como fiscal da lei (custos legis). 
-Defensor Interamericano: deve representar judicialmente às vítimas sem recursos, a 
Associação Interamericana de Defensorias Públicas, que possui uma lista de 
defensores públicos nacionais especializados no sistema interamericano 
 
Contestação, exceções preliminares e provas 
 
Contestação: prazo de 2 meses 
 
O Estado demandado pode não impugnar os fatos e as pretensões, deve já indicar as 
provas (inclusive as periciais), bem como os fundamentos de direito, as observações 
às reparações e às custas solicitadas, bem como as conclusões pertinentes. 
 
- Deve, apresentar suas exceções preliminares. São exceções preliminares toda a 
matéria que impeça que a Corte se pronuncie sobre o mérito da causa, como, por 
exemplo, ausência de esgotamento prévio dos recursos internos. A apresentação de 
exceções preliminares não suspenderá o procedimento em relação ao mérito, nem 
aos prazos e aos termos respectivos. 
 
- Então deverão ser expostos os fatos, os fundamentos de direito, as conclusões e os 
documentos que as embasem, bem como o oferecimento de provas. 
 
- A Comissão, as supostas vítimas ou seus representantes poderão apresentar suas 
observações às exceções preliminares no prazo de 30 dias, contado a partir do seu 
recebimento. Quando considerar indispensável, a Corte poderá convocar uma 
audiência especial para as exceções preliminares. 
 
- Após o contraditório, a Corte decidirá sobre as exceções preliminares, podendo 
arquivar o caso ou ordenar o seu prosseguimento. 
 
-Provas: são admitidos todos os modos de produção previstos também no direito 
brasileiro, como as provas testemunhais, periciais e documentais. A fase probatória 
encerra-se com a apresentação de alegações finais escritas pelas vítimas, Estado 
demandado e também a Comissão. 
 
- Amici curiae: A petição escrita do amicus curiae na jurisdição contenciosa poderá 
ser apresentada a qualquer momento do processo até a data limite de 15 dias 
posteriores à celebração da audiência de coleta de testemunhos. Se não tiver 
audiência, após as alegações finais. 
 
- Medidas provisórias: É possível em casos de extrema gravidade e urgência, evitar 
danos irreparáveis às pessoas. A Corte, nos casos sob sua análise, pode agir ex officio 
ou ainda por provocação das vítimas ou representantes. O Estado deve cumprir as 
medidas provisórias e informar periodicamente a Corte IDH. 
 
Desistência, reconhecimento e solução amistosa 
 
O processo perante a Corte IDH pode ser abreviado em três situações: 
• solução amistosa, que consiste no acordo entre as vítimas e o Estado Réu, 
fiscalizado pela Corte, que pode – ou não – homologá-lo; 
• desistência por parte das vítimas, mas a Corte, ouvida a opinião de todos os 
intervenientes no processo, decidirá sobre sua procedência e seus efeitos jurídicos; 
• reconhecimento do pedido (total ou parcial), pelo qual o Estado Réu acata as 
pretensões das vítimas, cabendo à Corte decidir sobre os efeitos do reconhecimento. 
 
A sentença da Corte 
 
Procedência ou improcedência, parcial ou total, da ação de responsabilização 
internacional do Estado por violação de direitos humanos. A Corte IDH pode 
determinar toda e qualquer conduta de reparação e garantia do direito violado, 
abrangendo obrigações de dar, fazer e não fazer. 
 
O Estado deve cumprir integralmente, se não cumprir será enviado relatório a OEA. 
 
A Corte IDH exige que o Estado condenado apresente relatórios periódicos de 
cumprimento da sentença. 
 
O recurso cabível: A sentença da Corte IDH é definitiva e inapelável. Só cabe recurso 
ou pedido de interpretação, semelhante aos nossos embargos de declaração, cujo 
prazo para apresentação é de noventadias a partir da data da notificação da sentença. 
 
Jurisdição consultiva da Corte de IDH 
 
- Pareceres consultivos, opiniões consultivas, sobre: 
i) interpretação da Convenção ou de outros tratados concernentes à proteção dos 
diretos humanos nos Estados americanos (mesmo os tratados universais, como o 
Pacto Internacional de Direitos Civis Políticos etc.) 
ii) Compatibilidade entre qualquer de suas leis internas e os mencionados 
instrumentos internacionais. 
 
Podem solicitar pareceres consultivos: 
(i) Estados-membros da OEA, 
(ii) Comissão IDH (que possui pertinência temática universal, podendo pedir 
parecer sobre qualquer dispositivo da Convenção qualquer tratado de direitos 
humanos incidente nos Estados Americanos), 
(iii) outros órgãos da OEA com pertinência restrita a temas de direitos humanos de 
sua atuação. 
Podem solicitar pareceres consultivos sobre a compatibilidade de lei interna: Estados-
membros da OEA. 
 
10. O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL E OS DIREITOS HUMANOS 
Os Tribunais precursores: de Nuremberg a Ruanda 
 
- Artigo 227 do Tratado de Versailles: previa um “tribunal especial; 
- Em 1937, a Liga das Nações elaborou convenção sobre a prevenção e repressão do 
terrorismo, que contemplava a criação de um Tribunal Penal Internacional, porém com 
apenas uma ratificação o tratado nunca entrou em vigor 
- Em 1945, finalmente um tribunal internacional penal foi criado o Tribunal de 
Nuremberg. Pelo Acordo celebrado em Londres em 8 de agosto de 1945 foi 
estabelecido o Tribunal Internacional Militar, tendo como partes originais o Reino 
Unido, Estados Unidos, União Soviética e França, bem como 19 Estados aderentes. 
Em 1947, a Comissão de Direito Internacional da ONU foi incumbida de codificar os 
princípios utilizados em Nuremberg, para consolidar o avanço do Direito Internacional 
Penal. 
- O segundo Tribunal internacional da história do século XX foi o Tribunal Militar 
Internacional para o Extremo Oriente, com sede em Tóquio, criado em 1946 por ato 
unilateral dos Estados Unidos, potência ocupante, por intermédio do Chefe da 
Ocupação, General MacArthur, que editou suas regras de funcionamento. 
-Foi criado pela Resolução n. 827 do Conselho de Segurança de 1993, o Tribunal 
Penal Internacional para os crimes contra o Direito Humanitário cometidos na ex-
Iugoslávia, com o objetivo de processar os responsáveis pelas sérias violações ao 
direito internacional humanitário cometidas no território da antiga Iugoslávia desde 
1991. O Estatuto do Tribunal Internacional Penal para a ex-Iugoslávia (TPII, com sede 
em Haia) fixou sua competência para julgar quatro categorias de crimes, a saber: 
graves violações às Convenções de Genebra de 1949; violações às leis e costumes 
da guerra; crimes contra a humanidade e genocídio. 
-Em 1994, com a Resolução n. 955, o Conselho de Segurança determinou a criação 
de um segundo tribunal internacional penal ad hoc, com o objetivo de julgar as graves 
violações de direitos humanos, em especial genocídio, ocorridas em Ruanda e países 
vizinhos durante o ano de 1994. 
 
O Estatuto de Roma 
 
Em 1998 durante Conferência Intergovernamental em Roma (Itália), foi adotado o 
texto do tratado internacional que cria o Tribunal Penal Internacional (TPI), também 
chamado de “Estatuto de Roma”. 
Composto por um preambulo e 13 capítulos com 128 artigos que contém as regras 
referentes aos crimes, à investigação e processo, à cooperação e execução da pena, 
bem como ao financiamento das atividades. 
- Tribunal independente da ONU (diferente dos tribunais ad hoc da ex-Iugoslávia e 
Ruanda, criados pelo Conselho de Segurança da ONU 
Composição: quatro órgãos: Presidência, Divisão Judicial, Procuradoria (Ministério 
Público) e Secretariado (Registry). 18 juízes eleitos pelos Estados Parte, para um 
mandato de 9 anos- não podem ser reeleitos. Devem ser pessoas de elevada 
idoneidade moral, imparcialidade e integridade, que reúnam os requisitos para o 
exercício das mais altas funções judiciais nos seus respectivos países. 
- Os juízes são divididos em três grandes Seções: o Juízo de Instrução (Pre-Trial 
Chamber), o Juízo de Julgamento em 1ª Instância (Trial Chamber) e ainda o Juízo de 
Apelação (Appeal Chamber). 
- Ministério Público do TPI: Procurador, que atua com independência funcional, 
como órgão autônomo do Tribunal. Cabe ao Procurador receber comunicações e 
qualquer outro tipo de informação, devidamente fundamentada, sobre crimes da 
competência do Tribunal, a fim de os examinar e investigar e de exercer a ação penal 
junto ao Tribunal. Eleito pela Assembleia dos Estados Partes, mandato de 9 anos não 
pode ser reeleito. 
 
Jurisdição do TPI 
De acordo com a matéria (ratione materiae) 
-Crimes de jus cogens: crimes que ofendem valores da comunidade internacional. 
-Competência: 
• o genocídio; 
• os crimes contra a humanidade; 
• os crimes de guerra; 
• o crime de agressão, cujo tipo penal só foi acordado em 2010, na Conferência 
de Kampala, Uganda. 
-No âmbito espacial, a jurisdição do TPI só pode ser exercida em quatro hipóteses: 
i) Cometido no território de um Estado Parte; 
ii) Nacional do Estado Parte; 
iii) Declaração específica do Estado não contratante (caso o crime tiver ocorrido 
em seu território ou for cometido por seu nacional); 
iv) Ausência de quaisquer hipóteses anteriores, ter o Conselho de Segurança 
adotado resolução vinculante adjudicando o caso ao Tribunal Penal Internacional. 
-No âmbito temporal: após a entrada em vigor do Estatuto, ou seja, após 1º de julho 
de 2002. 
 
O princípio da complementaridade e o regime jurídico: imprescritível e sem 
imunidades 
 
-É dever de cada Estado exercer a respectiva jurisdição penal sobre os responsáveis 
por crimes internacionais 
-Princípio da complementaridade: o TPI não exercerá sua jurisdição caso o Estado 
com jurisdição já houver iniciado ou terminado investigação ou processo penal, salvo 
se este não tiver “capacidade” ou “vontade” de realizar justiça. 
- A jurisdição internacional penal é complementar à jurisdição nacional e só poderá 
ser acionada se o Estado não possuir vontade ou capacidade para realizar justiça e 
impedir a impunidade. 
-O TPI deve verificar a existência de uma ou mais das seguintes circunstâncias: 
a) intenção evidente do Estado de usar o processo nacional para subtrair a pessoa 
em causa à sua responsabilidade criminal por crimes da competência do Tribunal, 
gerando impunidade; 
b) delonga injustificada no processo; 
c) condução tendenciosa e parcial, ou seja, incompatível com a intenção de fazer 
justiça; 
d) eventual colapso total ou substancial da respectiva administração da justiça, que, 
assim, não está em condições de realizar ou concluir o processo. 
-Quanto ao regime jurídico dos crimes sujeitos à jurisdição do TPI, cabe notar que: 
i) Os crimes são imprescritíveis (art. 29). 
ii) Nenhuma imunidade é admitida (art. 27). 
 
Os crimes de jus cogens 
 
GENOCÍDIO 
Ato ou atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo 
nacional, étnico, racial ou religioso. 
O objeto tutelado é a própria existência do grupo, que é constituído pelos “quatro 
vínculos”: 
i) Nacionalidade: grupo composto por pessoas que se reconhecem como 
membros de uma nação, mesmo que na luta pela independência (caso dos palestinos 
e curdos). 
ii) Étnico: grupo que compartilha uma identidade histórica e cultural. 
iii) Racial: percepção social de traços fenotípicos distintivos. Apesar da 
inexistência da distinção biológica entre humanos, este item persiste como fenômeno 
social. 
iv) Religioso: indivíduos unidos pela mesma fé espiritual. 
 
Falta de menção da destruição de grupo político e ainda de grupo social 
 (por exemplo, grupo determinado por sua orientação sexual), que podem ser 
tipificados na categoria de crimes contra a humanidade 
 
CRIMES CONTRA A HUMANIDADE 
 
O assassinato, o extermínio,a escravização, deportação e outros atos inumanos 
cometidos contra a população civil antes da guerra ou durante esta, a perseguição de 
natureza política, racial ou religiosa na execução daqueles crimes que sejam de 
competência do Tribunal ou em conexão com eles, constituam ou não uma violação 
do direito interno do país do cometimento do crime. 
São vários os atos de violação grave de direitos humanos que foram mencionados 
como exemplos de crime contra a humanidade no Estatuto de Roma, a saber: 
i) atos de violação do direito à vida, por meio do homicídio e do extermínio; 
ii) escravidão, deportação ou transferência forçada de população, prisão ou outra 
forma de privação da liberdade física grave, em violação das normas fundamentais de 
direito internacional; 
iii) tortura; 
iv) crimes sexuais e agressão sexual, escravatura sexual, prostituição forçada, 
gravidez forçada, esterilização forçada ou qualquer outra forma de violência no campo 
sexual de gravidade comparável; 
v) perseguição de um grupo ou coletividade por motivos políticos, raciais, 
nacionais, étnicos, culturais, religiosos ou de gênero, ou em função de outros critérios 
universalmente reconhecidos como inaceitáveis no direito internacional (é o caso da 
perseguição aos homossexuais); 
vi) desaparecimento forçado de pessoas e crime de apartheid; 
vii) existência de uma cláusula aberta que permite que sejam um “crime contra a 
humanidade” quaisquer atos desumanos de caráter semelhante, que causem 
intencionalmente grande sofrimento, ou afetem gravemente a integridade física ou a 
saúde física ou mental. 
CRIMES DE GUERRA 
 
A lista de atos é meramente exemplificativa, seguindo a lógica anterior aplicada no 
crime de genocídio e nos crimes contra a humanidade. 
Direito Internacional Humanitário proíbe os meios ou instrumentos de guerra que não 
sejam estritamente necessários para superar o oponente, bem como veda a conduta 
que não seja proporcional e dirigida ao combatente adversário. 
 
CRIME DE AGRESSÃO 
O planejamento, início ou execução, por uma pessoa em posição de efetivo controle 
ou direção da ação política ou militar de um Estado, de um ato de agressão que, por 
suas características, gravidade e escala, constitua uma violação manifesta da Carta 
das Nações Unidas 
 
O trâmite 
O início da investigação ocorre por: 
• Iniciativa (motu proprio) do Procurador; 
• Por remessa de um Estado Parte ou por declaração específica de Estado não 
Parte 
• Por decisão do Conselho de Segurança (que atingirá inclusive os crimes 
ocorridos em Estados não contratantes). 
- A remessa da informação pelo Estado não vincula o Procurador; 
- Caso entenda procedente essa notícia do Estado Parte e ainda nos casos de 
investigação aberta motu proprio, o Procurador deverá notificar todos os Estados 
Partes e os Estados que, de acordo com a informação disponível, teriam jurisdição 
sobre esses crimes. 
-A notificação pode ser feita confidencialmente, e sempre que seja necessário para 
proteger pessoas, impedir a destruição de provas ou a fuga, poderá ser limitada. 
- Um mês após a recepção da referida notificação, qualquer Estado poderá informar o 
Tribunal de que está procedendo, ou já procedeu, a um inquérito sobre nacionais seus 
ou outras pessoas sob a sua jurisdição. 
- No caso da abertura de investigação ex officio, o Procurador deve inicialmente pedir 
autorização ao Juízo de Instrução.se tiver fundamento, o Juízo de instrução autorizará 
a abertura do inquérito. 
- No caso da investigação ser determinada por resolução do Conselho de Segurança 
(por exemplo, nos casos de Darfur e da Líbia), o Procurador é obrigado a iniciar as 
investigações. 
- Quanto ao processamento do feito criminal, o Estatuto do Tribunal dispõe sobre o 
juiz natural, os direitos do acusado no processo, afirmando em especial a sua 
presunção de inocência. 
- A sentença é recorrível, fundada em vício processual, erro de fato, erro de direito, ou 
qualquer outro motivo suscetível de afetar a equidade ou a regularidade do processo 
ou da sentença (esse só em benefício do condenado) 
 
Penas e ordens de prisão processual 
 
- O Tribunal pode impor à pessoa condenada pena de prisão por um número 
determinado de anos, até o limite máximo de 30 anos; ou ainda a pena de prisão 
perpétua, se o elevado grau de ilicitude do fato e as condições pessoais do condenado 
o justificarem. 
-Multa ou perda de produtos, bens, haveres provenientes do crime 
- Possibilidade de revisão a favor do sentenciado após 2/3 do seu cumprimento. Nas 
penas de caráter perpétuo, poderá existir revisão após 25 anos de cumprimento. 
 
O TPI e o Brasil 
 
Votou a favor do Estatuto do Tribunal Penal Internacional na Conferência de Roma de 
1998. Assinou o Estatuto de Roma 
Mas a CF proíbe a extradição de nacionais e também proibir penas de caráter 
perpétuo, que foram aceitas pelo Estatuto. 
- O projeto de lei que recebeu o n. 4.638/2008, que “dispõe sobre o crime de genocídio, 
define os crimes contra a humanidade, os crimes de guerra e o crimes contra a 
administração da justiça do Tribunal Penal Internacional, institui normas processuais 
específicas, dispõe sobre a cooperação com o Tribunal Penal Internacional, e dá 
outras providências”. O projeto também busca cumprir os deveres impostos ao Brasil 
em relação aos atos de cooperação com o Tribunal Penal Internacional, divididos em 
3: os atos de entrega de pessoas à jurisdição do Tribunal, os atos instrutórios diversos 
e por último os atos de execução das penas. 
- Emenda Constitucional n. 45/2004: introduziu o novo § 4º do art. 5º, que dispõe que 
“o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha 
manifestado adesão”. 
• O ato de entrega de brasileiro nato 
Dever do Brasil: o dever do Estado de entrega de indivíduos, caso exista uma ordem 
de detenção e entrega determinada pelo TPI. 
Objeção Só é possível a entrega do brasileiro naturalizado na hipótese de ocorrência 
de crime praticado antes da naturalização. 
Superação: Não há equiparação possível entre extradição a um Estado estrangeiro e 
entrega ao TPI. A nacionalidade é óbice somente à extradição, podendo o Brasil 
promover a entrega de todo indivíduo ao TPI. 
• A imprescritibilidade dos crimes do TPI e o Brasil 
Dever do Brasil: De acordo com o Estatuto de Roma, os crimes sujeitos a sua 
jurisdição são imprescritíveis. 
Objeção: O Brasil não poderia entregar nenhum indivíduo ao TPI caso o crime do qual 
ele seja acusado já tenha prescrito, de acordo com a lei brasileira. 
 Superação: Na relação entre o Estado e o TPI deve vigorar o princípio da confiança, 
sendo dispensável a dupla tipicidade e punibilidade. 
• A pena de prisão perpétua 
Dever do Brasil: O Estatuto de Roma prevê que as penas podem ser: 1) de prisão até 
o limite máximo de 30 anos; ou 2) prisão perpétua. 
Objeção: O Brasil não poderia colaborar com o TPI e entregar um indivíduo, pois há 
sempre o risco de imposição da pena de “caráter perpétuo” ao final do processo 
internacional. 
Superação: Não se aplica à entrega a vedação da pena de caráter perpétuo existente 
internamente e nos processos extradicionais à entrega de um indivíduo ao TPI.

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