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Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 1 Geologia Rochas Ígneas VULCÃO DESTRUTIVO: Quando o magma viscoso (félsico: rico em quartzo, feldspato e micas) sobe lentamente e vai acumulando gases: Quanto mais lenta é a ascensão, mais gases ficam acumulados Na erupção, a nuvem de gases sob a alta pressão (cheia de poeira vulcânica) é o que faz estrago Ex.: Pompéia, onde a morte foi instantânea devido a nuvem de gases Em um vulcão o magma extravasa em camadas (derrames) Quanto mais antigo é o vulcão, maior é o cone Vulcões são típicos de limites de placas convergentes Pompéia ROCHAS ÍGNEAS: Basalto: Ígnea extrusiva: se forma na superfície Magma máfico: de coloração mais escura (principalmente constituído de ferro, é pobre em silicosos) (muito fluído não acumulam gases) Granito: Ígnea intrusiva: formada no interior da litosfera Magma félsico: de coloração mais clara (rico em materiais silicosos 70% de sílica) Gabro: Ígnea intrusiva Magma máfico: mais escuro, pois possui principalmente ferro São rochas resultantes do resfriamento e da cristalização do magma (material rochoso parcial ou totalmente fundido, possui característica plasto-viscosa), quando este ascende à superfície O magma ocorre abaixo da crosta terrestre a altas temperaturas, é composto por: Componentes voláteis (e.g. H20, CO2, CO, N2, H2) Componentes não voláteis (e.g. Si, Fe, Mg, Al, Na, Ca) O magma que origina as rochas ígneas pode se originar de: Fusão do manto Fusão de crosta oceânica em subducção Fusão da crosta continental em contato com magma gerado na base As rochas ígneas são também chamadas de magmáticas O magma pode se resfriar e se cristalizar no interior da crosta ou na superfície (quando recebe o nome de lava) Hoje as rochas ígneas são formadas principalmente em limites de placas Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 2 CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS ÍGNEAS: Podem ser classificados quanto: Cristalinidade Textura Local de Origem Composição química do magma que as formou CRISTALINIDADE: Fanerítica: cristais individuais facilmente visíveis a olho nu (formadas no interior da litosfera) Afanítica: cristais individuais dificilmente visíveis a olho nu ou não visíveis a olho nu (formadas na superfície lava) TEXTURA DAS ROCHAS ÍGNEAS FANERÍTICAS: Granular: cristais constituintes aproximadamente equidimensionais Inequigranular: cristais de tamanhos diferentes Porfirítica: rochas apresentando cristais maiores (denominados fenocristais) dispersos em matriz uniforme e mais fina LOCAL DE ORIGEM: Vulcânicas ou extrusivas: São as rochas cristalizadas na superfície da crosta Como o magma resfria – se rapidamente, os minerais cristalizam também rapidamente, resultando em minerais muito pequenos Basalto Subplutônicas ou hipoabissais: São rochas cristalizadas em profundidades médias da crosta (+/- 50 m) Logo, os minerais têm granulação mais grossa que nas rochas vulcânicas, mas mais fina do que nas rochas plutônicas Ex: diabásio, dacito Diabásio Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 3 Plutônicas ou intrusivas: São as rochas cristalizadas em profundidade (+/- 300 m) (interior da litosfera) Como o resfriamento do magma é lento, os minerais acabam sendo bem formados, resultando em cristais de tamanhos maiores Gabro Granito QUAL A RELAÇÃO ENTRE A CRISTALINIDADE E O LOCAL DE ORIGEM? Rochas intrusivas, como o granito e o gabro, possuem cristais visíveis a olho nu pois são formados no interior. Ser formado no interior significa que os cristais têm tempo de se formar e crescer até chegar na superfície. Rochas extrusivas se resfriam muito rapidamente, pois são rochas cristalizadas na superfície da crosta. Como os minerais se cristalizam muito rapidamente, resulta – se em minerais muito pequenos. Rochas intermediárias ou hipoabissais, tem os minerais de granulação mais grossos que nas rochas extrusivas e menores que nas rochas intrusivas. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO MAGMA Minerais máficos (formadores de rochas), olivina, piroxênios, anfibólio, opacos, etc Minerais félsicos: (formadores de rochas) quartzo, feldspatos, feldspatóides QUAL É A ROCHA FANERÍTICA INTRUSIVA FÉLSICA? Granito. Os minerais máficos cristalizam – se em temperaturas mais altas do que os minerais félsicos Os minerais e as rochas félsicas tendem a ser de cor mais clara. O granito, que é uma das rochas ígneas intrusivas mais abundantes, contém cerca de 70% de sílica. As rochas máficas são ricas em piroxênios e olivinas. Estes minerais são pobres em sílica, o que lhe conferem cores mais escuras. Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 4 AS ROCHAS ÍGNEAS E A TECTÔNICA DE PLACAS Subducção em placa com arco de ilha: Intrusivas máficas a intermediárias (plutonismo) Extrusivas máficas a intermediárias (vulcanismo) Placa divergente (dorsal mesoceânica): Extrusivas basálticas Intrusivas basálticas Vulcanismo de pontos quentes: Extrusivas basálticas Intrusivas basálticas Subducção em placa continental: Intrusivas máficas e félsicas Extrusivas máficas e félsicas Rochas Sedimentares ROCHAS SEDIMENTARES: São formadas por sedimentos Sedimentos: são materiais resultantes do intemperismo de rochas pré-existentes Agentes que geram sedimentos: intemperismos físico e químico Ex.: Grand Canyon (EUA) diversos tipos de rochas sedimentares Rochas Ornamentais: Mármore (Rocha Sedimentar Metamorfizada ou Rocha Metasedimentar) Construções: Pirâmide de Quéops (Carbonato rocha sedimentar) Formadas de rochas anteriores a partir dos processos de intemperismo, erosão, transporte, sedimentação e litificação (também chamado de diagênese) INTEMPERISMO E EROSÃO: Intemperismo: Processo geral pelo qual as rochas são destruídas na Terra Produz todos os sedimentos (parte do que chamamos de solos) As rochas são desintegradas na superfície terrestre: Intemperismo químico: dissolução ou transformação dos minerais presentes nas rochas, produzindo íons ou outros minerais. (argilominerais) Intemperismo físico: a fragmentação dos minerais presentes nas rochas por processos mecânicos produzindo detritos ou sedimentos Erosão: Conjunto de processos que desagregam e transportam solo e rochas de um local (em geral, de relevo alto) e depositam – nos em outro (em geral, de relevo baixo) INTEMPERISMO QUÍMICO – A PRODUÇÃO DE ARGILOMINERAIS: 1°) O granito é constituído por cristais de vários minerais, que se decompõem com diferentes taxas 2°) As fissuras formam – se ao longo dos bordos do cristal. O feldspato, a biotita e a magnetita começam a se decompor, enquanto o quartzo permanece inalterado A decomposição progride e, com as fissuras abertas, a rocha fragiliza – se e desintegra – se Uma vez que as rochas são intemperizadas, os sedimentos, minerais e íons produzidos são erodidos e transportados até áreas baixas do relevo (áreas de sedimentação). Há uma ordem de sedimentação dos detritos, dos maiores (próximos da área fonte), aos menores (depositados longe da área fonte) Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 5 RESISTÊNCIA DOS MINERAIS AO INTEMPERISMO QUÍMICO VARIA: Calcita: baixa resistência (comumente dissolvida em íons carbonato e cálcio) Feldspatos: resistência moderada Quimicamente intemperizados produzem argilominerais (quando transformados) e íons desilício (quando dissolvidos) Quartzo: Muito resistente ao intemperismo químico É apenas fragmentado (sofre apenas intemperismo físico) CLASSIFICAÇÃO DAS ROCHAS SEDIMENTARES: Sedimentos detríticos ou clastos (klastós = fragmento): Fragmentos de dimensões variadas, desde partículas muito pequenas até blocos de grandes dimensões, resultantes de rochas que afloram Sedimentos de origem química: Resultam da precipitação de substâncias que são transportadas dissolvidas na água Sedimentos de origem biogênica: Compostos, em regra, por restos de seres vivos, nomeadamente conchas e outras peças esqueléticas ROCHAS DETRÍTICAS OU SILICLÁSTICAS: Deposição de sedimentos (detritos) Tipos de sedimentos clásticos: Grânulos, seixos, calhaus, matacões: > 2 mm Areia: > 0,002 mm Arenito: Marcas de ondulação Silte: 0,002 – 0,062 mm Siltito Argila: < 0,002 mm Argilito Folhelho Conglomerado Brecha ROCHAS QUÍMICAS OU QUIMIOGÊNICAS Precipitação de íons Exs.: Calcário Espeleolito (CaCO3): Estalactites (na parte superior do ambiente) Estalagmites (na parte inferior do ambiente) Evaporito (evaporação do oceano) ROCHAS BIOGÊNICAS Deposição de restos de organismo fósseis Exs: Coquina Calcário recifal Recife de corais Carvão mineral (turfa; lignito: carvão castanho) LITIFICAÇÃO OU DIAGÊNESE Envolve o soterramento de sedimentos, que com maior pressão e temperatura, pelos pesos de sedimentos acima, irão se compactar Junto da compactação, há perda de água entre os sedimentos e precipitação de um mineral que atua como um cimento Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 6 Rochas Metamórficas METAMORFISMO: Rochas metamórficas são rochas que se originaram de uma rocha anterior Ocorre devido a altas pressões e temperaturas Envolve mudanças mineralógicas e/ou mudanças texturais, gerando compactação, deformação, dobras As rochas não se fundem no metamorfismo, elas permanecem sólidas o tempo todo Definição da IUGS: “É um processo subsolidus que modifica a mineralogia e/ou a textura (por exemplo o tamanho dos grãos) de uma rocha. Essas mudanças são resultantes de condições físicas e/ou químicas distintas daquelas que normalmente ocorrem na superfície do planeta e em zonas de cimentação e diagênese abaixo da superfície e podem coexistir com fusão parcial. ” Se dá pela deposição de camadas acima, fazendo com que a anterior vá para maiores profundidades Se a camada for para profundidades extremas ela pode chegar a ponto de se fundir voltando a ser magma DIAGÊNESE Genêse de uma rocha por compactação e desidratação de sedimentos expostos a alta pressão e temperatura Exemplos: Argila em argilito Silte em siltito Cascalho em conglomerado ou brecha O QUE DETERMINA QUANDO OCORRE DIAGÊNESE, METAMORFISMO OU FUSÃO? As linhas de temperatura (isotermas). Da superfície até uma profundidade que atinja 150°C (limite superior) ocorre diagênese. A partir de 150°C deixa de ter diagênese e passa a ter metamorfismo, que ocorre até a isoterma de 600°C. Quando for extremamente fundo, acima dos 600°C (limite inferior) ocorre fusão. A LOCALIZAÇÃO INFLUENCIA NO METAMORFISMO? ESTAR NO CENTRO DA PLACA OU NAS BORDAS? Sim, por conta da espessura. No centro da placa a espessura é média. Na borda de colisão (convergente) a espessura é grossa. Na borda de separação (divergente) a espessura é fina. A ISOTERMA DE 150°C SERÁ MAIS PROFUNDA ONDE? No limite convergente, onde a espessura da placa é maior. CALOR Por volta de 100 – 150°C, inicia – se a alteração da estabilidade mineralógica e das texturas das rochas Estabelecem – se novas ligações atômicas, surgem novas redes cristalinas, ou seja, novos minerais surgem a partir dos elementos dos antigos minerais Por volta de 600°C inicia – se a fusão do material rochoso (fusão parcial) TENSÃO (PRESSÃO) No interior da Terra as rochas são sujeitas a dois tipos de tensão: Tensão Litostática (ou confinante): Resulta cargas das rochas superpostas A partir de 3 km de profundidade exerce – se igualmente em todas as direções Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 7 Faz diminuir o volume da rocha durante o metamorfismo, podendo liberar fluidos Tensão dirigida: deforma a rocha Resulta de forças tectônicas (compressivas, distensivas ou de cisalhamento) Produzem uma orientação preferencial de certos minerais, foliações Gera reorganização das micas (principalmente) em planos perpendiculares a pressão dirigida (foliação) Pressão dirigida METAMORFISMO E A TECTÔNICA Processo lento Está associado a contextos tectônicos como zonas de subducção e formação de cadeias montanhosas (colisão de placas) TIPOS DE METAMORFISMO Regional: Desenvolve – se em grandes extensões e profundidades na crosta, e está relacionado a cinturões orogênicos nos limites de placas convergentes As transformações metamórficas são geradas pela ação combinada da temperatura, pressão litostática e pressão dirigida As rochas são fortemente dobradas e falhadas Ex: ardósia, filito, xisto, gnaisse, quartzito Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 8 De contato: É influenciado apenas pela temperatura É caracterizado junto ao contato, sob influência do calor cedido por uma intrusão magmática que corte uma sequência de rochas Ex: hornfels, quartzito, mármore TEXTURAS DAS ROCHAS METAMÓRFICAS Mudanças na textura: Compactação: por pressão litostática, ou seja, pelo peso das camadas acima Foliação: por pressão dirigida ou orientada, que pode ser: Distensiva: quando houver tração; limite divergente Compressiva: quando houver compressão dobras; metamorfismo; limites convergentes Cisalhamento: só deforma; deslizamento; limite transformante Quartzito: não foliada Filito: foliada ESTRUTURAS DE FOLIAÇÃO Propriedades de rochas metamórficas, resultante do alinhamento preferencial de certos minerais (por exemplo, tabulares) sob a ação de tensões dirigidas, originando estruturas planares que se orientam segundo planos paralelos de modo penetrativo por toda a rocha (clivagem da mica) Clivagem ardosiana: baixo grau de metamorfismo Xistosidade: médio grau de metamorfismo Bandamento gnáissico (foliamento vertical): alto grau de metamorfismo Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 9 CLIVAGEM ARDOSIANA Baixo grau de metamorfismo Resultado de orientação paralela de certos minerais devido a forças compressivas Originando fissilidade evidente na rocha: propriedade que apresentam certas rochas de se partirem em folhas ou lamelas ao longo de direções preferenciais XISTOSIDADE Médio grau de metamorfismo As superfícies de fissilidade se apresentam mais brilhantes e irregulares devido ao maior desenvolvimento dos minerais micáceos BANDAMENTO GNÁISSICO Alto grau de metamorfismo Em que os minerais de cor clara (quartzo e feldspato) são segregados dos minerais lamelares (como as micas), produzindo um bandamento característico A fissilidade desta rocha é reduzida EXEMPLOS Ardósia: revestimento; piso Origem: argilito e siltito Foliada: fina Se descama: clivagem Pressão dirigida Baixo grau metamórfico Xisto: Foliada Se descama: clivagem Médio grau metamórfico Gnaisse: metamorfismo do granito. É de onde vem a brita É foliada: os planos escuros paralelos são concentrações de mica Alto grau metamórfico Não descama Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 10 Quartzito: revestimento Origem: arenito Não foliada Só pressão litostática Baixo grau metamórfico Rocha de piscina Tamanho dos cristais de calcita são muito maiores Mármore: revestimento Metamorfismo do calcário (marinho alto mar) Não foliada Médio grau metamórfico Tamanho dos cristais de calcita são muito maiores MUDANÇAS MINERALÓGICAS Aumento no n° de micas Aumento no tamanho dos cristais de diversos minerais
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