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RECURSOS NO PROCESSO DO TRABALHO Provocação do reexame de decisão proferida pela autoridade hierarquicamente superior ou pela própria autoridade prolatora da decisão, que objetiva sua reforma ou modificação. Remédio processual concedido às partes para que a decisão judicial impugnada seja submetida a novo julgamento, seja pela autoridade superior ou pela que proferiu a decisão. Natureza jurídica: duas correntes, a minoritária sustenta que é uma ação autônoma, já a majoritária afirma que seria o prolongamento do exercício da jurisdição dentro do mesmo processo. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE O apelo é submetido para análise de dois juízos de admissibilidade: • Juízo a quo: prolator da decisão impugnada • Juízo ad quem: competente para julgar o recurso O Objetivo é verificar a presença dos pressupostos recursais, também chamados de requisitos de admissibilidade, se estiverem presentes o recurso será conhecido. O juízo ad quem poderá conhecer o recurso que não foi conhecido pelo juízo a quo e vice e versa. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS INTRÍNSECOS E EXTRÍNSECOS 1. EXTRÍNSECOS- OBJETIVOS • Recorribilidade do ato: o ato deve ser recorrível. • Adequação: a parte deve utilizar o recurso adequado. • Tempestividade: Deve ser interposto dentro do prazo legal. Quanto a tempestividade existem diferentes questões, principalmente quanto á contagem de prazo para pessoas jurídicas de direito público e MP. Outra questão é o recesso forense e feriados em que se suspende o expediente além de feriados locais onde a parte está obrigada a comprovar a exist~encia. • Preparo: O recorrente deve recolher as custas e depósito recursal. As custas devem ser pagas pelo vencido, após trânsito em julgado da decisão, art. 789, § 1º, da CLT, em caso de recolhimento insuficiente o recorrente deverá ser intimado para complementar no prazo de 5 dias (art. 1007, §2º do CPC. O valor será estipulado entre 2% e no máximo 4 vezes o valor máximo do limite do benefício do RGPS. O depósito recursal objetiva garantir o juízo para o pagamento de futura execução, portanto só será realizado pelo empregador ou tomador dos serviços, o valor a ser depositado deve ser o da condenação, no entanto limitado ao teto estabelecido pelo TST, quais sejam: Para Recurso Ordinário o valor de R$ 9,189,00 e pra Recurso de Revista, REXT e Recurso Ordinário em Ação Rescisória o valor de R$ 18.378,00. Para Agravo de Instrumento o valor será de 50% do valor efetuado referente ao recurso que não foi conhecido (art. 899, §7 º, CLT). O depósito recursal deve ser realizado quando houver decisão condenatória de pagar quantia, sendo devido também em caso de Recurso Adesivo. O Art. 899, §§ 9 e 10 da CLT prevê a isenção para os beneficiários da justiça gratuita e redução á metade para entidades sem fins lucrativos. Uma vez depositado integralmente o valor da condenação, não precisará de outro depósito, salvo se for majorada a condenação. • Regularidade de representação: o Recurso dede ser subscrito pelo advogado com procuração nos autos ou portador de mandato tácito (compareceu em audiência e requereu verbalmente que constasse em ata a sua constituição como procurador) ou pela própria parte (jus postulandi) salvo se for dirigido ao TST. Só será admitido advogado sem procuração para evitar a preclusão, decadência ou prescrição ou ainda, para praticar ato urgente. Em caso de ausência de procuração a parte será intimada para regularização no prazo de dias. 2. INTRÍNSECOS- Subjetivos • Legalidade: art. 996, CPC, O recurso deve ser interposto pela parte vencida, terceiro prejudicado ou MP. • Capacidade: No momento da interposição do recurso deverá ser plenamente capaz de praticar o ato processual, se estiver incapaz poderá ser representado com base no Código Civil. • Interesse: O recurso deve ser necessário para a parte, não deve recorrer de algo que lhe foi favorável. PRINCÍPIOS RECURSAIS a) DUPLO GRAU DE JUSRISDIÇÃO Decorrente do direito das partes ao contraditório e a ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes, previsto no art. 5º, LV da CF. Exceção aos dissídios de alçada, que não ultrapassa a dois salários mínimos, a menos que se trate de matéria constitucional. b) UNIRRECORRIBILIDADE Também conhecido como singularidade ou unicidade recursal, esse princípio não permite a interposição de mais de um recurso contra a mesma decisão simultaneamente, os recursos devem usados sucessivamente. c) FUNGIBILIDADE OU CONVERSIBILIDADE O Juiz pode conhecer um recurso erroneamente interposto como se fosse o recurso cabível, tem como requisito: • Inexistir erro grosseiro; • Dúvida plausível quando ao recurso cabível; • O prazo deve obedecer ao do recurso cabível. d) VOLUNTARIEDADE O recurso é em regra voluntário, o julgador não poderá conhecer a matéria não suscitada no recurso, salvo questões de ordem pública. e) PROIBIÇÃO DE REFORMATIO IN PEJUS É vedado ao tribunal proferir decisão mais desfavorável ao recorrente do que aquela recorrida, não pode também agravar a condenação que não foi objeto do recurso PECULIARIDADES RECURSAIS • Irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias: as decisões interlocutórias são irrecorríveis de imediato, só cabe o recurso da decisão definitiva. A sumula 241, do TST prevê a possibilidade de exceções em caso que: o TRT dê decisão contrária a Sumula ou OJ do TST; decisão suscetível de impugnação ao mesmo tribunal; e decisão que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para o Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado. • Inexigibilidade de fundamentação: os recursos serão interpostos por simples petição, o art. 899 permite que os recursos sejam interpostos sem qualquer fundamentação, no entanto a fundamentação é necessária para assegurar o contraditório e a ampla defesa, mas a maioria exige fundamentação como o Recurso de Revista, Recurso Extraordinário e Agravo de Petição. A sumula 422 do TST caminha no sentido da obrigatoriedade da fundamentação. • Efeito devolutivo dos recursos: em regra os recursos têm efeito devolutivo, permite execução provisória e até penhora • Uniformidade de prazo para recursos: será de 8 dias o prazo para interpor e contra razoar qualquer recurso trabalhista, salvo Embargos de Declaração que o prazo é de 5 dias, e existem as exceções de prazo em dobro. • Instancia única para dissídios de alçada: somente é cabível Recurso Ordinário e Recurso de Revista em caso de violação á CF, ou recurso Extraordinário. EFEITOS DOS RECURSOS a) DEVOLUTIVO: os recursos, ordinariamente, têm apenas o efeito devolutivo. b) SUSPENSIVO: em regra, os recursos não têm efeito suspensivo. c) TRANSLATIVO: questões de ordem pública devem ser conhecidas de ofício, não se opera a preclusão, podendo o juiz ou tribunal decidir sobre elas ainda que não constem nas razões recursais, o que gera o efeito translativo dos recursos. d) SUBSTITUTIVO: o julgamento proferido pelo Tribunal substituirá a sentença ou decisão recorrida. e) EXTENSIVO: efeito aplicado em caso de litisconsórcio unitário, em que a decisão tenha que ser uniforme à todos os litisconsortes. f) REGRESSIVO: possibilidade de retratação ou reconsideração pela mesma autoridade prolatora da decisão. RECURSOS EM ESPÉCIE a) RECURSO ORDINÁRIO- art. 895, CLT prazo 8 dias O recurso ordinário visa à reforma da decisão ou a sua anulação. A reforma ocorre quando há errar in judicando e a anulação quando há errar in procedendo. Neste caso, a decisão será anulada e os autos retornarão ao juízo a quo, que proferirá uma nova decisão. Cabimento: • Sentenças terminativas ou definitivas prolatadas pela vara do trabalho ou pelo juiz de direito no exercício da jurisdição trabalhista; • Decisões definitivas ou terminativas prolatadas pelos TRTs em processos de sua competênciaoriginária. Tanto as sentenças definitivas (com resolução do mérito) como as terminativas (sem exame do mérito) serão passíveis de recurso ordinário. Possibilidade de retratação em 5 dias para: a) indeferimento da petição inicial; b) improcedência liminar do pedido; e c) extinção do processo sem resolução do mérito. Não interposto o recurso ordinário, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença. (art. 331, § 3°, CPC). Processamento: • Interposto o recurso ordinário, o magistrado verificará a presença ou não dos pressupostos recursais (cabimento, adequação, tempestividade, preparo etc.). • Conhecido o recurso, o juiz concederá prazo de 8 dias para o recorrido apresentar contrarrazões. • Após apresentada as contrarrazões, ou findo o prazo para tanto sem manifestação do recorrido, o juiz poderá reconsiderar ou não a decisão que admitiu o recurso (caso existam elementos que convençam o magistrado pelo não conhecimento). Após a apresentação da resposta pelo recorrido, é dado ao juízo a quo reexaminar os pressupostos de admissibilidade recursal do recurso ordinário; • Mantida a decisão que admitiu o recurso, o magistrado remeterá os autos ao tribunal para julgamento do apelo; O Relator: a) fará o segundo juízo de admissibilidade, b) poderá julgar monocraticamente o recurso nas hipóteses previstas no art. 932, III a V, do CPC. (art. 1.011, I, CPC); c) Caso tenha algum vício deverá conceder o prazo de 5 dias para que o recorrente possa saná-lo ou complementar a documentação exigível (art. 1.021 do CPC). • O relator elabora seu voto e devolverá os autos à secretaria, caso não tenha julgado monocraticamente o recurso. • A secretaria encaminhará para o presidente, que designará a sessão julgamento. • Na sessão de julgamento, o relator fará a exposição da causa e, na sequência, terão a palavra, nessa ordem: o recorrente, o recorrido, o membro do MP, se for obrigatória a intervenção- prazo de 15 minutos (art. 937, CPC). • Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado, determinando que o relator redija o acórdão, ou, se vencido, o autor do primeiro voto vencedor (art. 941, CPC). • A ·ementa do acórdão será publicada no órgão oficial no prazo de 10 dias (art. 943. § 2°, CPC). b) RECURSO DE REVISTA Recurso de natureza extraordinária: nos termos da súmula 126, TST é incabível para reexame de fatos e provas. • 2 Hipóteses de cabimento: i) de decisão do TRT em recurso ordinário; ii) de decisão do TRT em agravo de petição. Não cabe recurso de revista em face de decisão do TRT em agravo de instrumento (Súmula 218 do TST). O art. 896-A, § 1°, CLT prevê que: somente será cabível quando: a) a questão for exclusivamente de direito; b) o recorrente estiver diante de uma das hipóteses específicas de cabimento de recurso de revista; c) a matéria estiver prequestionada; d) quando a causa oferecer transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social e jurídica No procedimento ordinário, art. 896, "a" e "c" da CLT, pode ser interposto nos seguintes casos: a) violação literal e direta à Constituição Federal; b) violação literal à lei federal; c) contrariedade à súmula do TST; d) contrariedade à orientação jurisprudencial do TST (OJ 219, SDI-1, do TST); e) contrariedade à súmula vinculante do STF; f) quando, na interpretação de lei federal, a decisão recorrida contrariar outro TRT (Pleno ou Turma); g) quando o acórdão recorrido divergir, na interpretação de lei federal, de decisão da Seção de Dissídios Individuais I ou II do TST Divergência jurisprudencial: Quando os Tribunais divergem entendimento sobre determinado dispositivo, art. 896, “b”, da CLT. • Prequestionamento: é pressuposto do recurso de revista, assim como dos demais recursos de natureza extraordinária. A matéria estará prequestionada quando houver sido tratada no acórdão impugnado (Súmula 297, I, do TST). Se o Tribunal não se pronunciar quanto à matéria impugnada, deverão ser opostos embargos de declaração com o objetivo de que se manifeste a respeito de tal matéria, sob pena de preclusão, o recorrente deve indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista. • Transcendência: art. 896- A, CLT: o TST examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica. O art. 896-A, § 1º, CLT aponta como indicadores de transcendência: a) econômica, o elevado valor da causa; b) política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência sumulada do TST e STF; c) social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social constitucionalmente assegurado; d) jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista. • Recursos repetitivos: ao receber um recurso de revista, se o TST considerar que a matéria é repetitiva, ( se houver multiplicidade de recursos de revista fundados em idênticas questões de direito) todos os recursos que estiverem nos TRTs sobre o mesmo tema ficarão sobrestados aguardando a decisão do primeiro caso. Todos os recursos que estiverem nos TRTs sobre o mesmo tema ficarão sobrestados aguardando a decisão do primeiro caso, uma vez julgado o recurso paradigma (leading case), todos os demais que estavam sobrestados deverão ser julgados no mesmo sentido, a menos que ficar comprovado que existem distinção fática ou jurídica. Proposta de afetação: a questão poderá ser afetada à Seção !Especializada em Dissídios Individuais ou ao Tribunal Pleno. A Turma do TST poderá afetar o recurso para a sm e apenas esta poderá afetar a questão para julgamento pelo Pleno do TST sob o rito dos recursos repetitivos, uma vez acolhida a proposta de afetação, o relator na SDI ou no Pleno proferirá a decisão de afetação na qual identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento, os recursos afetados serão julgados em no máximo um ano e terão preferência sobre os demais, caso contrário cessa automaticamente a afetação e a suspensão dos processos. O acórdão paradigma abrangerá análise de todos os fundamentos suscitados à tese jurídica discutida, favoráveis ou contrários. O art. 896- C, § 13 da CLT prevê que a decisão proferida pelo Tribunal Pleno quanto à questão afetada e julgada sob o rito dos recursos repetitivos que também contenha questão constitucional, não obstará o conhecimento de eventuais recursos extraordinários sobre a questão constitucional c) EMBARGOS PARA O TST Embargos infringentes e embargos por divergência • Embargos infringentes: art. 894, I, CLT. Hipóteses de cabimento: 894, I “a”, CLT Decisão não unânime de julgamento que: a) conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; • Embargos por divergência: art. 894, II, CLT Hipóteses de cabimento: de decisões de Turma do TST que contrariar: a) acórdão de outra Turma do TST; b) acórdão da SDI; c) súmula do TST; d) orientação jurisprudencial do TST; d) súmula vinculante do STF. O art. 894, § 2º do CLT prevê que a divergência apta a ensejar os embargos deve ser atual, não se considerando tal a ultrapassada por súmula do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou superada por iterativa e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho O Ministro Relator denegará seguimento aos embargos: se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal, ou com iterativa, notória e atual jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho,cumprindo- lhe indicá-la; e nas hipóteses de intempestividade, deserção, irregularidade de representação ou de ausência de qualquer outro pressuposto extrínseco de admissibilidade. Da decisão denegatória dos embargos caberá agravo, no prazo de 8 (oito) dias. d) AGRAVO DE INSTRUMENTO- art. 897, b da CLT Prazo para interposição e contraminuta: 8 dias Finalidade: Impugnar os despachos que deneguem o seguimento de recurso, ou seja, sempre que o 1º juízo de admissibilidade negar seguimento a recurso ordinário, recurso de revista, agravo de petição e extraordinário, ainda que interposto de forma adesiva, caberá a interposição de agravo de instrumento objetivando destrancar o apelo e fazer com que o mesmo suba à instância superior. Interposição: interposto perante o juízo que não conheceu o recurso, admitindo o chamado juízo de retratação ou reconsideração. Caso a decisão objeto do agravo de instrumento seja mantida, o agravado será intimado para que, no prazo de 8 dias, ofereça razões de contrariedade • ao agravo e ao recurso principal, instruindo o agravo com as peças que entender necessárias ao seu julgamento. Competência: tribunal que seria competente para conhecer o recurso cuja interposição foi denegada, conforme previsão no art. 897, § 4, CLT. e) AGRAVO DE PETIÇÃO- art. 897, “a” da CLT Prazo para interposição do recurso e da contraminuta: 8 dias Impugnar decisões definitivas o terminativas proferidas no curso do processo de execução trabalhista. Pressuposto específico de admissibilidade: art. 897, § 1º, CLT: Delimitação, justificada das matérias e valores impugnados, não sendo admitido agravo de petição genérico. As parcelas que não forem impugnadas serão imediatamente executadas definitivamente f) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: 897- A da CLT- prazo 5 dias Hipóteses de cabimento: • omissão • obscuridade • contradição • manifesto equívoco na análise dos pressupostos extrínsecos do recurso • erro material • Prequestionamento Não há manifestação da outra parte, salvo se o juiz vislumbrar o efeito modificativo no julgado, então concede prazo de 5 dias, caso contrário a decisão pode ser anulada A interposição dos embargos de declaração interrompe o prazo para interposição de outros recursos até que seja proferida a decisão, para as duas partes, salvo quando intempestivos. Multa por embargos protelatórios: manifestamente protelatórios juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa (art. 1.026, § 2°, do CPC). Na reiteração poderá ser elevada para 10 % do valor da causa. Se o acolhimento dos embargos de declaração resultar a modificação da decisão embargada e o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária, o embargado tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 8 (oito) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de declaração (art. 1.024, § 4°, do CPC). g) AGRAVO REGIMENTAL A doutrina não é unânime quanto à distinção de agravo interno e agravo regimental. O agravo interno é o previsto nos arts. 894, § 3°, da CLT e 1.021 do CPC, aplicável ao Processo do Trabalho; e o agravo regimental é o previsto no regimento interno do tribunal. Portanto, estaremos diante do agravo regimental quando o recurso não tiver previsão legal, mas estiver disciplinado no regimento interno do tribunal. Por outro lado, havendo previsão legal, o recurso será o agravo interno. O agravo interno, é cabível nas hipóteses: • das decisões monocráticas não proferidas com base no art. 894, § 4°, da CLT; • o das decisões monocráticas proferidas nos termos do art. 932 do CPC, ou seja, decisão do relator que monocraticamente apreciar o pedido de tutela provisória; não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão; negar provimento ou dar provimento ao recurso, nos casos do art. 932, V e V, do CPC; decidir incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando instaurado originariamente no tribunal. • em face de decisão monocrática do relator no julgamento dos recursos, à luz do art. 1.021 do CPC e art. 9°, parágrafo único, da Lei 5584/1970. • A Lei 7.701/1988, nos arts. 2º , II, "d", e 3º , III, estabelece a possibilidade de interposição de agravo regimental contra a decisão que indeferir recurso em ações coletivas e nos embargos de divergência em ações individuais. Muito embora faça referência a agravo regimental, na verdade, trata-se de agravo interno. O prazo do agravo regimental e interno é de 8 dias. O agravo interno é interposto perante o órgão judicial que proferiu a decisão impugnada. Possibilidade do juízo de reconsideração ou retratação h) RECURSO ADESIVO O recurso adesivo não tem previsão explícita na Consolidação das Leis do Trabalho, sendo aplicável, subsidiariamente, o art. 997 do CP(, conforme estabelecido na Súmula 283 do TST. Conforme previsto na Súmula 283 do TST, o recurso adesivo pode ser interposto em face do recurso ordinário, recurso de revista, embargos e agravo de petição, sempre no prazo de oito dias. O recurso adesivo é interposto no prazo das contrarrazões do recurso principal, consoante previsto no art. 997, § 2. 0 , I, do CPC. Para utilização do recurso adesivo é preciso que tenha havido sucumbência recíproca. Deve preencher os demais pressupostos gerais e específicos de admissibilidade exigidos dos recursos principais (inclusive com pagamento de custas e recolhimento do depósito recursal, quando for o caso), sendo recebido apenas no efeito devolutivo. Não há necessidade de que a matéria deduzida no recurso adesivo esteja relacionada com a do recurso principal interposto pela parte contrária. Caso o litigante recorra de forma autônoma da parte da decisão que lhe seja desfavorável, não poderá mais se valer do recurso adesivo, PRINCÍPIO DA UNIRECORRIBILIDADE. i) RECURSO EXTRAORDINÁRIO: ART. 102, III,CF O prazo para interpor e contra-arrazoar o recurso extraordinário é de 15 dias e o recurso será julgado por turma do STF. Somente pode ser interposto de decisão do TST, em única ou última instancia, quando já esgotados todos os recursos trabalhistas admissíveis. Prequestionamento: questão federal seja prequestionada, de maneira explícita (por meio, normalmente, de embargos de declaração), sob pena de não conhecimento do apelo. Sum 282 e 356 do STF. Não cabe para reexame de provas. Repercussão geral: o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso. (arts. 1.035, 1.036 e 1.039, parágrafo único, do CPC). j) PEDIDO DE REVISÃO Era cabível exclusivamente para impugnar o valor da causa fixado pelo juiz no procedimento sumário foi revogado tacitamente pelo art. 840, § 1 º, da CLT. k) RECLAMAÇÃO CORREICIONAL Também chamada de correição parcial, é um procedimento administrativo regulamentado pelos Regimentos Internos dos Tribunais do Trabalho. No Processo do Trabalho, a correição parcial é mencionada no art. 709, II, da CLT. Requisitos: • O ato deve ser atentatório à boa ordem processual; • Não deve haver recurso cabível contra este ato; • Deve ser demonstrado o prejuízo processual à parte recorrente do referido ato. Dirigida ao corregedor do tribunal e tramita de acordo com o regimento interno dos tribunais. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA SARAIVA, Renato; LINHARES, Aryanna. Processo do Trabalho para concursos públicos. 14 ed. Salvador: Jus PODVM, 2018.p 318 a 382.
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