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BURSITE NO OMBRO André Bomfim Ferreira Complexo do Ombro As diversas estruturas do Ombro funcionam como uma unidade e são compostas por: • Ossos: úmero, clavícula e escápula • Articulações: Esterno-clavicular, Acromioclavicular e Glenoumeral • Pseudoarticulação: entre a escápula e o tórax • Espaço subacromial Imagem: http://saude.culturamix.com Referência: Dutton, 2010 Bolsas e Bursite Bolsas são estruturas em forma de saco achatadas e que produzem pequenas quantidades de fluido. Esse fluido faz com que os movimentos sejam suaves, evitando o atrito entre as estruturas. Imagem: https://www.apexphysio.com.auReferência: Dutton, 2010; Prentice 2012 Bursite é a inflamação da bolsa que ocorre quando há excesso de movimento ou algum trauma agudo em torno das bolsas, elas podem ficar irritadas e inflamadas, começando a produzir grandes quantidades de líquido sinovial. As células sinoviais inflamadas aumentam então sua espessura. Diversas bolsas em nosso organismo podem tornar-se inflamadas. Quando é a bolsa da região do Ombro a mais comum é a Bursite Subacromial (Subdeltóide) Bursite • Os Sintomas são: • Edema • Inflamação • Sensibilidade localizada • Aquecimento • Perda da função • Eritema da pele (quando superficial) Imagem: Google ImagensReferência: Dutton, 2010 Tipos de Bursite • Como condição Primária, a bursite ocorre apenas em pacientes com modificações degenerativas ou com artrite reumatóide, gota e infecções piogênicas. • Como condição Secundária, (Crônica) ocorre por inflamação por consequência de microtrauma repetitivo ou lesão direta. Ao ser traumatizada então a bolsa pode vir a ser infectada. • As bolsas cronicamente inflamadas tem as paredes duras, espessas e fibrosas e pode-se sentir à palpação. A dor ocorre quando uma articulação mais próxima é movimentada Referência: Dutton, 2010 Tipos de Bursite • Bursite Calcificada Resulta da falta de vascularização, degeneração do manguito rotador e aumento do antígeno HLA-1. Há 3 estágios: • Pré-calcificada: Depósito de Ca na Matriz da vesícula • Calcificada: Depósito continuado - aumenta pressão • Pós-calcificada: Diminuição de sangue na área para tentar remover o Ca => Resulta em dor grave! Referência: Dutton, 2010 Imagem: DocCheck Referência: Dutton, 2010 Diagnóstico Diagnóstico da bursite subacromial Referência: Prentice 2012 Anamnese: • História da doença Atual • História da doença Pregressa Inspeção: • Verificar a existência inchaço ou sinais de inflamação • Verificar a dor nos movimentos: • Abdução • Flexão de ombro Diagnóstico da bursite subacromial Referência: Fagundes, 2013 Testes Específicos • Teste de Hawkins-Kennedy • Descrição do teste: com o paciente em pé, o examinador realiza o movimento de flexão do ombro e cotovelo para frente à 90°. em seguida, realiza rotação medial do ombro de forma passiva, sem resistência do paciente • Correlação fisiopatológica: a rotação medial forçada do ombro comprime o espaço subacromial, fazendo com que o tendão do músculo supraespinhal colida com o processo coracoide. Imagem: Fagundes, 2013 Diagnóstico da bursite subacromial Referência: Fagundes, 2013 Testes Específicos • Sinal de Dawbarn • Descrição do teste: com o paciente sentado, o examinador se posiciona atrás dele, aplica pressão logo abaixo do acrômio comprometido e observa a presença de dor ou sensibilidade. em um segundo tempo, com o dedo do examinador sobre o local da dor, o braço do paciente é abduzido passivamente além de 90°. • Correlação fisiopatológica: o examinador palpa a bursa subacromial e, em caso de inflamação, haverá dor localizada, que sugere bursite subacromial ou lesão do manguito rotador. Com a abdução do braço, o músculo deltoide desliza sobre a margem da bursa subacromial diminuindo a pressão sobre ela, com consequente diminuição da dor à palpação. Imagem: Fagundes, 2013 Diagnóstico da bursite subacromial Referência: Maeda et al, 2009 Outros Exames • Para confirmar o diagnóstico de Bursite Subacromial podem ser solicitados outros exames clínicos como: • Ultrassonografia • Ressonância magnética Exames de raio-X são comumente usados para detectar calcificação da Bursa. Imagem: http://www.dornoombro.com Referência: Dutton, 2010 TRATAMENTO Tratamento Clínico Referência: Michener et al, 2004 O tratamento clínico é realizado através: • Medicações analgésicas e anti-inflamatórias; • A infiltração local de anestésicos e corticóides Imagem: https://www.emrap.org Tratamento Fisioterapêutico Referência: Metzker, 2010; Lima et al, 2007 Imagem: [1] https://www.hong.com.br [2] https://fortissima.com.br Recursos terapêuticos complementares São utilizadas técnicas que promovam analgesia, realizadas de forma que previna a fase imobilidade do ombro, ou seja, que limite todos os graus de liberdade do ombro. Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS): Possui a finalidade de analgesia através da estimulação elétrica de nervos, que liberam opióides endógenos. Crioterapia: Os benefícios da crioterapia podem favorecer a redução dos processos inflamatórios e causar a analgesia local. • Quando associada com recursos Cinesiológico como a manipulação das articulações podem auxiliar na melhora da amplitude de movimento. https://www.hong.com.br/ Tratamento Fisioterapêutico Referência: weber e Lima, 2003; Santos et al 2012; Prentice 2012 Imagem: [1] http://ensinoemfisioterapia.com [2] https://www.lmtsuccessgroup.com Recursos terapêuticos complementares Ultrassom: Atua no controle dos sinais e dos sintomas inflamatórios, e estímulo à fibroplasia e à osteogênese e à modulação da dor. Laserterapia: O laser atua na redução da inflamação, e consequentemente na diminuição da dor. Bandagem elástica: age proporcionando relaxando a parte muscular, ajudando também a dar suporte à articulação comprometida, aliviando a dor e melhorando a amplitude de movimento Fonoforese: é usada predominantemente para introduzir cortisona e anestésicos nos tecidos. Muitas vezes acrescentado lidocaína. Tratamento Fisioterapêutico Referência: Campos et al, 2012 Imagem: Campos et al, 2012 Tratamento Fisioterapêutico Referência: Campos et al, 2012; Prentice, 2012 Imagem: Campos et al, 2012; handphysio.org Fase Aguda Estágio 1: Objetivo : Controle da inflamação e redução álgica. Procedimentos: Eliminação de qualquer atividade que agrave os sintomas Crioterapia Ultrassom Pulsado Exercícios pendulares de Codmann Tratamento Fisioterapêutico Imagem: Campos et al, 2012; fisioterapiahumberto.com Fase Aguda Estágio 2: Objetivo : Restauração da amplitude articular: a artrocinemática e os movimentos globais do complexo do ombro. Procedimentos: Uso de terapia combinada como o TENS para apoiar com analgesia Manipulação articular Exercícios de amplitude de movimento passivo. Exemplo Kabat -Movimentos rítmicos e suaves, de 5 à 10 repetições Crioterapia Referência: Campos et al, 2012; Kisner e Colby, 2016 Tratamento Fisioterapêutico Referência: Campos et al, 2012; Kisner e Colby, 2016 Imagem: Campos et al, 2012; horadotreino.com Fase de Reabilitação Estágio 3: Objetivo : Fortalecimento muscular e equilíbrio dinâmico do ombro Procedimentos: Alongamentos 2 repetições de 30 segundos Exercícios Isométricos para fortalecimento do manguito rotador: 5 repetições de 6 à 10 segundos Tratamento Fisioterapêutico Referência: Campos et al, 2012; Kisner e Colby, 2016 ; ACSM, 2011 Imagem: fisioterapiaparatodos.com Fase de Reabilitação Estágio 4: Objetivo : Fortalecimento muscular Procedimentos: Alongamentos 2 repetições de 30 segundos Exercícios de rotação interna e externa: 3 séries de 10 – 15 repetições - 50% de 1RM - Cadência: Moderada - Lenta Abdução de ombros: 3 séries de 10 – 15 repetições - 50% de 1RM - Cadência: Moderada - Lenta Adutores da escápula:3 séries de 10 – 15 repetições - 50% de 1RM - Cadência: Moderada - Lenta Referências CAMPOS RP, GODTSFRIEDT J, MENEZES FS, ARAÚJO LG. Contribuição da natação para a reabilitação da bursite de ombro pós-fase aguda. R. bras. Ci. e Mov 2012;20(2):119-126. DUTTON, M. Fisioterapia Ortopédica – Exame, Avaliação e Intervenção. 2ª Edição. Artmed, 2010 PRENTICE, WE. Fisioterapia na prática esportiva - uma abordagem baseada em competências. 14ª Edição. Artmed, 2012 FAGUNDES, DJ. Quiropraxia testes ortopédicos. 1ª Edição. Roca, 2013 METZKER, Carlos Alexandre Batista. Tratamento conservador na síndrome do impacto no ombro. Fisioter. Mov, 2010. vol.23, n.1, pp. 141-151. ISSN 0103-5150. MAEDA, Ernesto Youiti et al . O ombro em uma linha de produção: estudo clínico e ultrassonográfico. Rev. Bras. Reumatol., São Paulo , v. 49, n. 4, p. 375-386, Aug. 2009 . MICHENER, LA., Walsworth MK., Burnet EN. Effectiveness of rehabilitation for patients with Subacromial impingement syndrome: a systematic review. Journal of Hand Therapy, São Paulo , v. 17, n. 2, p. 152-164, 2004. LIMA, G. MONTEIRO, B. MARCON, A. Análise da funcionalidade e da dor de indivíduos portadores de síndrome do impacto, submetidos à intervenção fisioterapêutica. Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v. 20, n. 1,p.61-69,jan./mar., 2007. WEBER, S. LIMA, I. Efeitos da Cinesioterapia e Laserterapia na Síndrome do Impacto do Ombro. UNISUL 2003. www.fisio-tb.unisul.br. CASTRO, Antônio Bento de. Síndrome do impacto do ombro. Diagnóstico e tratamento. Rev Dor, 2009; 10: 2: 174-179. SANTOS, J. MARINHO, B. ARAÚJO, R. CHAVES, A. NASCIMENTO, P. PEREIRA, M. O ultrassom é efetivo no tratamento da tendinite calcárea do ombro? Fisioter. Mov., Curitiba, v. 25, n. 1, p. 207-217, jan./mar. 2012 GODINHO, G.G, SAMPAIO, T.C. Capsulite Adesiva: tratamento conservador. . In: Pardini AG, Souza G, Godinho GG. Clin Ortop (Rio de Janeiro). 2000
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