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Material - Nervos Cranianos - LANAC_Neurocurso

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LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
@lanacpb @neurocurso_ Página 1
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
NERVOS 
CRANIANOS 
DA ANATOMIA AO EXAME PRÁTICO 
LANAC - NEUROCURSO 
 Com muito prazer, iniciamos nossa jornada de 
preparação para aprender a Anatomia e como examinar os 
Nervos Cranianos! Cabe novamente elogiar o seu empenho 
em buscar formas de aprendizado durante a pandemia e, 
para nós, é uma satisfação imensa poder fazer parte disso. 
 1. Inicialmente, sugerimos que faça uma leitura 
dinâmica deste material, pois ele trará o conteúdo para a aula 
de quinta. Não se assuste, pois ele estará bem completo, 
mas o principal a se absorver para aprender o exame é a 
função dos nervos e como examiná-los. A Anatomia foi 
descrita completa para trazer valor até os mais avançados! 
 2. Depois, resolva as questões, que envolvem tanto a 
a Anatomia, quanto sintomas e sinais que podem surgir em 
pacientes com afecções dos pares cranianos. 
 3. Fique de olho no Instagram da @lanacpb e do 
@neurocurso_ para orientações da aula e novos conteúdos 
que são divulgados semanalmente. 
 4. Assista à aula de 2 de julho, às 19h, com alguém ao 
seu lado. Acompanhando as nossas redes sociais você 
entenderá o porquê! 
 5. Por fim, não se prenda a esta aula e a esta apostila, 
seguem materiais onde você pode se aprofundar, após ler a 
apostila e assistir à aula: 
@lanacpb @neurocurso_ Página 2
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
O Ângelo Machado, primeiro melhor 
amigo do amante da Neuro, não deixa 
de ser uma fonte essencial para 
aprender os Nervos Cranianos. 
Na 3ª. edição, são apresentados 
inicialmente no Cap 11 (p. 113-121). Depois, 
seus núcleos são estudados no Cap. 18 
(p.175-184) e retomados em Grandes Vias 
Aferentes (Cap. 29, p. 282-294). 
O Murilo Meneses, embora menos 
conhecido, representa uma importante 
fonte de estudos em Neuroanatomia. 
Os Nervos Cranianos são abordados de 
forma bastante completa no Cap 12 (p. 
132 - 156). Sempre é trazida uma 
Aplicação clínica, complementando o 
Machado em diversas formas. 
Este livro, de autoria da Profª Rilva Lopes 
da UFPB, representa um guia prático e 
objetivo de todo o exame clínico. O último 
capítulo, dedicado ao Exame do Sistema 
Nervoso, traz de forma assaz sistemati-
zada e direta a realização do Exame 
Neurológico, incluindo Nervos Cranianos. 
Ao lado, recomendo dois 
livros mais avançados em 
Exame Neurológico que 
podem ser úteis. O Prof. 
S a n v i t o é a i n d a m a i s 
acessível, enquanto o DeJong 
se reserva a quem busca a 
Neuro como profissão. 
Agora, vamos ao que interessa! 
Fábio Serra 
@lanacpb @neurocurso_ Página 3
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
I. NERVO OLFATÓRIO 
A cavidade nasal é recoberta pelo epitélio olfatório, onde há receptores olfativos, o 1º neurônio da via. Estes emitem filetes (axônios) que atravessam os pequenos forames da lâmina cribriforme/crivosa do osso etmoide e 
chegam ao bulbo olfatório, onde estão os 2ºs neurônios da 
via. Isso significa que, no bulbo olfatório, estrutura dilatada e 
anterior da imagem à direita, já há um processamento da 
informação, com emissão de novos axônios para posterior, 
compondo o trato olfatório, que cursa para posterior até se 
bifurcar. Essa bifurcação se chama trígono olfatório, que 
emite as estrias olfatórias mediais e as estrias olfatórias 
laterais. A parte consciente do olfato segue as estrias laterais 
até o córtex olfatório primário, localizado no úncus. A partir 
daí, surgem projeções para a amígdala, núcleo accumbens, 
hipocampo, tálamo e córtex orbitofrontal. Componentes 
como aversão e prazer por alguns odores se associam às 
conexões com a amígdala e accumbens respectivamente. 
Origem craniana Lâmina cribriforme do osso etmoide
Origem encefálica Bulbo olfatório
Função Olfato
Classificação Aferentes viscerais especiais
@lanacpb @neurocurso_ Página 4
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
 O exame do nervo olfatório é realizada principalmente 
pela exposição do paciente a substâncias aromáticas não 
irritantes e facilmente reconhecidas (e.g. pó de café, hortelã). 
Passo-a-passo 
1. Peça ao paciente para 
fechar os olhos e obstrua 
uma narina; 
2. Aproxime um objeto com 
odor e depois out ro, 
pedindo que o paciente 
identifique; 
3. Repita os passos para a 
outra narina. 
 Outra avaliação possível e que ajuda a diferenciar 
lesões neurológicas de afecções da mucosa é a rinoscopia 
anterior: 
Utilizando um espéculo nasal 
ou mesmo o polegar para 
elevar a ponta do nariz, 
busca-se por hiperemia, 
edema na mucosa, desvio de 
septo, pontos de hemorragia 
ou alterações que sugiram 
processo inflamatório. 
As alterações do olfato são: 
1. Hiperosmia: aumento da percepção olfativa (gestantes) 
2. Hiposmia: diminuição do olfato 
3. Anosmia: ausência completa do olfato 
4. Parosmia: distorção dos odores 
5. Cacosmia: sensação de odores desagradáveis 
6. Fantosmia: sensação de odores que não existem 
7. Agnosia olfatória: inabilidade de identificar/classificar/
constatar verbalmente uma sensação odorífera 
 Nem sempre alterações do olfato são graves, 
especialmente em idosos! Deve-se avaliar caso a caso! 
@lanacpb @neurocurso_ Página 5
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
II. NERVO ÓPTICO 
Quando um raio de luz atravessa a pupila, chega à retina em linha reta. Sendo assim, quando um raio de luz vem do campo visual nasal (mais medial), ele chega na retina temporal (mais lateral) e vice-versa (funciona como uma 
câmara escura de orifício; ver imagem da esquerda). Na 
retina, os cones e bastonetes (1ºs neurônios) convertem o 
estímulo luminoso em estímulo químico, fazendo sinapse 
ainda na retina com as células bipolares (2ºs neurônios), que 
fazem sinapse também na retina com as células 
ganglionares (3ºs neurônios), cujos axônios formam os filetes 
do Nervo óptico (II). 
 Este entra pelo canal óptico em direção posterior, mas 
as suas fibras vindas da retina nasal cruzam para o outro 
lado no quiasma óptico. Após esse cruzamento, as fibras 
nasais que cruzaram se continuam com as temporais que não 
cruzaram formando um trato só, chamado trato óptico. Este 
se direciona ao corpo geniculado lateral, onde há corpos de 
neurônio (4ºs neurônios da via), mas nem todas as fibras 
fazem sinapse. As que fazem, continuam-se com axônios que 
vão para o sulco calcarino (área visual do córtex - Bm 17), 
@lanacpb @neurocurso_ Página 6
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
através da radiação óptica. As que não fazem sinapse 
podem seguir 3 caminhos, representados por 3 tratos: • Fibras retino-hipotalâmicas : vão para o núcleo 
supraquiasmático, regular o ritmo circadiano • Fibras retinotectais: seguem o braço do colículo superior, 
chegam ao colículo, ativando fibras do movimento ocular e 
das pálpebras (reflexo de piscar) • Fibras retino-pré-tectais: chegam à área pré-tectal pelo 
col ículo superior, relacionando-se aos reflexos 
fotomotores direto e indireto (consensual) • As outras fibras, que fizeram sinapse, são chamadas fibras 
reticulogeniculadas e representam 90% das fibras do trato 
óptico, o que é de se esperar, visto que nossa visão traz 
um nível de informação bem maior que os reflexos que 
foram citados 
@lanacpb @neurocurso_ Página 7
Origem craniana Canal óptico
Origem encefálica Quiasma óptico
Função Visão, Ritmo circadiano, Reflexos
Classificação Aferentes somáticas especiais
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
 O exame do nervo óptico inclui inicialmente o exame 
do campo visual, que pode ser feito por aparelhos 
sofisticados de campimetria ou mesmo da seguinte forma: 
Estando a cerca de 1,5m do 
paciente, peça que ele fixe o 
olhar em seus olhos, enquanto 
obstrui um dos olhos. Agora, 
mostre 1, 2 ou 3 dedos, 
perguntando ao paciente 
quantos ele vê, posicionando-
a em várias posições. 
Agora, com as informações do 
exame, risque nos campos 
visuais as porções de cada olho 
que ele errou. 
 O próximo exame consiste e m 
avaliar os reflexos fotomotor e consensual, que avaliam 
tanto o II (aferente) quanto o III (eferente): 
 Irradiando aluz de uma 
lanterna em um dos olhos, 
espera-se que a pupila deste 
olho se contraia (fotomotor), 
bem como a do outro também 
(consensual ) . Repete-se o 
exame para o outro olho. 
 
 Outro exame cabível é o exame de 
fundo de olho, que exige aparelhos 
específicos, seja um oftalmoscópio, seja 
uma lente a ser utilizada junto a um 
smartphone. Nele, avaliam-se os vasos da 
retina, as margens do disco óptico, a 
presença de sinais inflamatórios (exsudatos) 
e outras alterações que não traremos neste 
momento introdutório. 
@lanacpb @neurocurso_ Página 8
O.D. O.E.
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
 As lesões da via óptica são classicamente cobradas 
em todo tipo possível e impossível de provas. Elas são as 
-anopsias, e.g. hemianopsias (cegueira da metade do campo 
visual), quadrantopsias (cegueira de um quadrante, de um 
quarto do campo visual). O paciente pode também se queixar 
de manchas inespecíficas no campo visual, os chamados 
escotomas. Classicamente, cada porção da via tem uma 
lesão associada, que entenderemos abaixo: 
A. Lesão do N. óptico: o N. óptico contém todas as fibras do 
olho de onde ele veio; com isso, sua lesão completa 
implica na perda de todas essas fibras, perdendo o campo 
visual completo desse olho. Por isso, tem-se: cegueira 
completa do olho ipsilateral. Causas: glaucoma, secção 
traumática do nervo, neurite retrobulbar, tumores 
B. Lesão mediana do quiasma: o quiasma óptico representa 
a região de cruzamento das fibras nasais da retina. 
Entretanto, as fibras nasais recebem os raios luminosos 
dos campos visuais temporais. Com isso, perde-se a visão 
nos dois campos visuais temporais (hemianopsia 
bitemporal). Como os campos temporais um é do lado 
esquerdo e outro do direito, chamamos também de 
hemianopsia heterônima (lados diferentes). Por fim, 
@lanacpb @neurocurso_ Página 9
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
dizemos haver uma hemianopsia heterônima bitemporal. 
Causas: tumores de hipófise ou da região suprasselar 
(craniofaringiomas, adenomas, meningiomas) e dilatações 
do III ventrículo. 
C. Lesão lateral ao quiasma: como as fibras do quiasma são 
as nasais, a porção lateral ao quiasma contém as fibras do 
nervo óptico que vão continuar reto como trato óptico, as 
fibras temporais. Lembremos que as fibras temporais 
percebem os campos visuais nasais (mediais), então, ter-
se-á uma hemianopsia nasal. Pela disposição anatômica, é 
fácil perceber que essas lesões ocorrem geralmente 
apenas de um lado, pois dependem de alguma coisa 
lateral ao quiasma para comprimir essas fibras, o que torna 
difícil que apareçam duas lesões idênticas dos dois lados 
para comprimir apenas essas fibras. O exemplo base 
desse tipo de lesão é um aneurisma de carótida interna, 
então imagine você o quão raro deve ser ocorrerem dois 
aneurismas nas duas carótidas internas e ainda mais raro 
ambos aparecerem justamente na altura do quiasma. 
Sendo assim, ocorre geralmente uma hemianopsia nasal 
ipsilateral (unilateral). Causas: tumores, aneurisma de 
carótida interna 
D. Lesão do trato óptico: lembremos que o trato óptico é 
composto pelas fibras temporais que passaram direto 
( ips i la tera is ) e as fibras nasais que cruzaram 
(contralaterais). Sendo assim, estamos recebendo 
respectivamente os campos visuais nasal ipsilateral e 
temporal contralateral. Se você tentar desenhar essas 
lesões do lado direito e do lado esquerdo, perceberá que 
os campos perdidos sempre estão no mesmo lado (direito 
ou esquerdo), o que chamamos de hemianopsia 
homônima. Além disso, perceberá também que essa perda 
será sempre do campo visual do lado contralateral à lesão 
do trato óptico, o que justifica uma hemianopsia 
contralateral. Juntando tudo, temos uma hemianopsia 
homônima contralateral. Causas: lesão do corpo 
geniculado, traumatismos ou tumores que comprimem o 
trato, acidentes vasculares encefálicos 
@lanacpb @neurocurso_ Página 10
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
[^Até aqui, lesões causam alterações de reflexo, pois incluem 
aquelas 3 fibras que não fazem sinapse] 
E. Lesão da radiação óptica: essas lesões cursam com a 
mesma lógica do trato óptico, não há mais cruzamento de 
fibras depois do corpo geniculado lateral. Mas, neste, 
descem para o tronco encefálico fibras para os reflexos, 
então, lesões da radiação não causam mais perdas dos 
reflexos. Além disso, como a radiação é muito espalhada, 
geralmente uma lesão pega apenas parte das fibras; no 
caso de pegar apenas metade das fibras temos metade da 
lesão D, i.e. uma quadrantopsia homônima contralateral. 
Se atingir uma parte qualquer, sem delimitar um quadrante 
específico, chamamos de escotoma. Causas: tumor do 
lobo temporal. 
F. Lesão completa da radiação óptica: perdendo todas as 
fibras retinogeniculadas do trato óptico do mesmo lado, 
segue o mesmo raciocícinio da lesão D, mas sem perda 
dos reflexos, visto que as outras fibras desceram próximas 
ao corpo geniculado. 
G. Lesão do sulco calcarino: chegamos a nível cortical, e a 
causa principal é a vascular, i.e. um AVE. Quando 
unilateral, causa hemianopsia homônima contralateral, 
pelos mesmos motivos das últimas partes da via, mas 
agora há preservação da mácula (região central da visão). 
Isso ocorre porque a principal causa é o AVE de A. 
cerebral posterior, e a região cortical da mácula recebe 
tanto suprimento da cerebral posterior quanto da média. 
Na lesão bilateral (e.g. AVE bilateral), mais rara, ocorre a 
cegueira cortical (síndrome de Anton), em que o paciente 
está cego, mas nega sua condição. 
[Perceba que todas as lesões acima são alterações do campo 
visual. Então, esses pacientes podem chegar primeiro ao 
oftalmologista, que vai realizar um exame de campimetria (ver link: 
https://www.youtube.com/watch?v=ibz7tYAR_JU). Como resultado, 
pode aparecer um dos mapas mostrado na página anterior, 
podendo sugerir algum tipo específico de lesão.] 
@lanacpb @neurocurso_ Página 11
https://www.youtube.com/watch?v=ibz7tYAR_JU
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
III. N. OCULOMOTOR 
O núcleo (ou complexo) do nervo oculomotor se localiza a nível do colículo superior, tendo suas partes somática (músculos extrínsecos) e visceral (núcleo de Edinger-Westphal). A parte visceral emite fibras parassimpáticas 
não cruzadas (pré-ganglionares), que vão emergir do tronco 
junto com as fibras somáticas, mas vão fazer sinapse com os 
gânglios ciliares, para inervar o M. ciliar e o M. esfíncter da 
pupila, controlando o formato do cristalino e o tamanho da 
entrada de luz pela pupila. O núcleo oculomotor se situa na 
região periaquedutal do mesencéfalo, atravessa o núcleo 
rubro e surge aparentemente 
no encéfalo na região da fossa 
interpeduncular. Depois, passa 
entre as A. cerebelar superior 
e A. cerebral posterior, medial 
ao N. troclear. Agora, entra no 
seio cavernoso, ladeando sua 
parede lateral, até atravessar 
a fissura orbital superior e 
atingir a órbita, onde vai 
encontrar os músculos que 
supre. 
@lanacpb @neurocurso_ Página 12
Origem craniana Fissura orbital superior
Origem encefálica Fossa interpeduncular (sulco medial do pedúnculo)
Função Motricidade do globo ocular e da pálpebra e 
controle do diâmetro pupilar
Classificação Eferentes somáticas e viscerais gerais
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
REFLEXO FOTOMOTOR E CONSENSUAL 
 Quando incidimos um feixe de luz em um olho, esse 
estímulo luminoso sofre transdução na retina, sendo 
carregada pelo N. óptico (II). No quiasma, parte desse 
estímulo continua no trato óptico ipsilateral e outra parte 
cruza e vai para o trato óptico contralateral (transmissão 
bilateral). Com isso, o estímulo segue pelos dois tratos 
ópticos até o corpo geniculado, onde parte das fibras desce 
em direção à área pré-tectal as fibras retino-pré-tectais. 
Nessa área, ocorre sinapse, e os neurônios são 
interneurônios que vão enviar fibras para os núcleos de 
Edinger-Westphal do oculomotor dos dois lados (novamente 
ocorre a transmissão bilateral). Nesse núcleo, são emitidos os 
neurônios motores que vão compora parte visceral do N. 
oculomotor (III). Devido às duas transmissões bilaterais 
supracitadas, o estímulo que tinha sido feito em um olho vai 
gerar resposta motora nos dois olhos, e essa resposta é a de 
contração da pupila. Para quê? Para evitar que recebamos 
luminosidade excessiva na retina e nossa visão seja 
prejudicada. 
Reflexo fotomotor: a resposta de contração pupilar (miose) 
ipsilateral que ocorre normalmente ao iluminar um dos olhos, 
se está conservada toda a via acima 
Reflexo consensual: a resposta de miose contralateral ao 
iluminar algum olho 
@lanacpb @neurocurso_ Página 13
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
LESÕES DO OCULOMOTOR 
Causas: a causa clássica é a hipertensão intracraniana (HIC), 
que causa o deslocamento de uma estrutura localizada 
lateralmente ao N. oculomotor, o uncus; este pode comprimir 
o nervo, gerando sintomas. Outras causas são aneurismas de 
A. carótida interna, aneurismas de A. comunicante anterior, 
acidente vascular encefálico e tumores que comprimam o 
nervo. 
Estrabismo divergente: com a perda do oculomotor, os outros 
nervos exercem ação mais marcada, causando desvio lateral 
do olho, por ação do reto lateral e oblíquo superior. 
Ptose palpebral: pela paresia do M. levantador da pálpebra, o 
paciente não a sustenta. 
Midríase: a paresia do esfíncter da pupila faz sobressair o M. 
dilatador da pupila. 
[Mnemônico: pupila contraída < pupila dilatada, então 
“miose” < “midríase”] 
Veremos o exame do oculomotor após estudarmos o troclear 
e o abducente, pois a análise dos três é sempre conjunta. 
@lanacpb @neurocurso_ Página 14
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
IV. N. TROCLEAR 
O núcleo do N. troclear (eferente somático geral) se situa na borda ventral da substância cinzenta periaquedutal, nas proximidades do colículo inferior, entremeado à margem dorsal do fascículo 
longi tudinal media l . F ibras 
radiculares se curvam dorsolate-
ralmente na margem da substân-
cia cinzenta central, decussam 
totalmente para sair do tronco 
entre o véu medular superior e os 
colículos inferiores. Periferica-
mente, curva-se ao redor do 
mesencéfalo, passa entre a A. 
cerebelar superior e a A. cerebral 
posterior, junto ao N. oculomotor. 
Depois, entra no seio cavernoso, 
para chegar à órbita através da 
fissura orbital superior. 
DESTAQUE! Único NC que sai da 
face dorsal do encéfalo e cujas 
fibras decussam antes de emergirem do SNC. 
 Lesões do IV ocorrem por AVE dos pedúnculos 
cerebelares e, com a fraqueza de um oblíquo superior, os 
outros músculos se sobressaem, puxando o olho para 
superior e para medial (oposto da função do músculo). Com 
isso, cada olho focaliza um ponto diferente, podendo gerar a 
visão dupla (diplopia). Classicamente, lembra-se de lesões do 
IV quando o paciente refere problemas para descer escadas 
ou ler o jornal. Lembremos que ele ajuda a abaixar o olho, o 
que explica essas atividades serem prejudicadas. 
@lanacpb @neurocurso_ Página 15
Origem craniana Fissura orbital superior
Origem encefálica Véu medular superior
Função M. oblíquo superior (abaixa e lateraliza o olho)
Classificação Eferentes somáticas e viscerais gerais
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
V. TRIGÊMEO 
O trigêmeo é um nervo bastante rico em funções, núcleos e trajetos. Embora ao início isso possa assustar, quando começamos a entendê-lo, percebemos que aí está a beleza de suas funções. Inicialmente, observe a tabela 
que resume as informações e, depois, se quiser se 
aprofundar, você estuda o trajeto de cada via. 
 A v i a m o t o r a e s t á 
associada ao núcleo que vimos 
na aula de ponte, o núcleo 
motor do trigêmeo, um dos 4 
núcleos desse nervo. Esse 
núcleo se localiza profunda-
mente na porção superior do IV 
ventrículo (ver núcleo verde ao 
lado). Ele vai emitir fibras 
motoras que sai da ponte como 
portio minor, mas que logo se 
@lanacpb @neurocurso_ Página 16
Origens cranianas N. oftálmico (V1) - Fissura orbital superior 
N. maxilar (V2) - Forame redondo 
N. mandibular (V3) - Forame oval
Origens encefálicas Pars minoris - motora 
Pars majoris - sensitiva
Funções Motora - Mastigação, M. tensor do tímpano, M. 
tensor do véu palatino, M. milo-hioideo e ventre 
anterior do M. digástrico 
Exteroceptiva - sensibilidade geral da face, fronte, 
conjuntiva, dentes, 2/3 anteriores da língua e 
maior parte da dura-máter 
Proprioceptiva - mastigação e ATM
Classificação Eferentes somáticas e viscerais gerais
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
entremeiam às fibras sensitivas, participando da composição 
da raiz mandibular (V1), para sair pelo forame oval e se 
distribuir pelos músculos supracitados. Essa via recebe 
regulação dos tratos corticonuclear e rubrobulbar 
(mesencéfalo). 
VIA PROPRIOCEPTIVA - Receptores: fusos neuromusculares e órgãos tendinosos 
de Golgi (OTGs) da ATM - Neurônio I: Núcleo do trato mesencefálico - Neurônio II: - Cerebelo — impulsos proprioceptivos inconscientes - Núcleo sensitivo principal do V — emite fibras para 
lemnisco trigeminal (ventral) até o tálamo - Neurônio III: VPM tálamo que recebeu informação do 
núcleo sensitivo principal do trigêmeo envia fibras para 
córtex somatossensorial (Bm 1,2,3) 
VIA EXTEROCEPTIVA - Receptores: mesmos das vias medulares de dor, 
temperatura, pressão e tato - Neurônio I: gânglios trigeminal, geniculado, superior do 
glossofaríngeo ou superior do vago; prolongamentos 
periféricos nos receptores e centrais penetram o tronco 
encefálico; lesão do gânglio trigeminal ou de sua raiz 
sensitiva gera perda homolateral de sensação de dor, 
temperatura e tato; prolongamento central vai para núcleo 
do trato espinal (dor e temperatura), para núcleo sensitivo 
principal do trigêmeo (tato discriminativo) ou se bifurca 
indo a ambos (tato protopático e pressão) - Neurônio II: núcleo do trato espinal ou núcleo sensitivo 
principal do trigêmeo; lesão do trato espinal (tratotomia) 
trata nevralgia do trigêmeo, mantendo tato e parte da 
pressão; maioria cruza constituindo o lemnisco trigeminal 
(ventral) - Neurônio III: núcleo VPM, emite radiações talâmicas pela 
cápsula interna e pela coroa radiada, chegando ao giro 
pós-central (Bm - 1,2,3) 
@lanacpb @neurocurso_ Página 17
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
 O trigêmeo pode ser examinado pedindo que o 
paciente faca movimentos mastigatórios, testando reflexos e 
a sensibilidade geral. 
O reflexo corneopalpebral é 
testado tocando, com a ponta 
de um algodão, a córnea do 
paciente. Esse estímulo é 
percebido por V1 e o facial (VII) 
r e s p o n d e a t i v a n d o o M . 
orbicular do olho, para fechar 
as pálpebras. 
@lanacpb @neurocurso_ Página 18
LANAC-Neurocurso Nervos Cranianos
O reflexo massetérico é testado 
pondo um indicador no queixo 
do paciente e percutindo com 
um martelo, com o paciente 
com a boca entreaberta. A 
resposta é exaltada quando 
ocorre uma clara elevação da 
mandíbula. A aferência e 
eferência são de predomínio do 
trigêmeo. 
A sensibilidade geral pode ser 
testada com um objeto afiado e um 
macio (e.g. palito e algodão). Pede-
se que o paciente feche os olhos e, 
alternadamente, toca-se com um 
dos objetos a face do paciente e 
se pede que ele responda se sente 
“afiado” ou “macio”. Deve-se ter 
certeza de testar os territórios dos 
três ramos do trigêmeo em cada 
um dos lados. 
Hemiplegia cruzada do trigêmeo: uma lesão de base de 
ponte pode cursar com lesão do corticoespinal, da 
emergência do trigêmeo e, eventualmente, do lemnisco 
medial. Com isso, ocorre paralisia da musculatura 
mastigadora ipsilateral + desvio da mandíbula para o 
lado lesado + anestesia da hemiface ipsilateral + reflexo 
corneopalpebral ausente. Com a lesão do corticoespinal, 
há hemiplegia contralateral à lesão(lembrar da 
decussação das pirâmides ainda a nível bulbar). 
Nevralgia do trigêmeo: citada como uma das piores dores 
que alguém pode sentir, é uma dor excruciante no território 
de sensibilidade do trigêmeo, associada inclusive a alta taxa 
de suicídio. Tem várias causas possíveis, como aneurismas 
que tocam o nervo emseu trajeto e podem gerar dor a cada 
batimento cardíaco. 
@lanacpb @neurocurso_ Página 19
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VI. ABDUCENTE 
O núcleo do N. abducente se encontra no tegmento da ponte, na porção mais posterior, fazendo uma saliência no assoalho do IV ventrículo, o colículo facial. Esse núcleo emite fibras ventralmente, que emergem do sulco 
bulbopontino, ascendem, atravessam o seio cavernoso e 
entram na órbita, onde vão inervar o M. reto lateral. Nesse 
momento de ascensão, o N. 
abducente entra na cisterna 
pontina, onde ele divide 
espaço com a A. basilar e os 
vasos cerebelares. Alterações 
no seio cavernoso, como 
trombose, pode comprimir 
nervos. Como o abducente é 
o mais delicado passando, é 
geralmente o primeiro a 
sofrer. 
Estrabismo convergente: é o principal sintoma que sugere 
lesão do abducente. Pela paresia do reto lateral, os outros 
músculos extrínsecos se sobressaem, causando desvio 
medial 
Diplopia: devido ao desvio medial, cada olho foca em um 
ponto, gerando visão dupla 
Síndrome de Millard-Gubler: lesão do corticoespinal, VI e VII, 
cursando com estrabismo convergente, PFP ipsilateral e 
hemiplegia corporal contralateral. 
@lanacpb @neurocurso_ Página 20
Origem craniana Fissura orbital superior
Origem encefálica Sulco bulbopontino
Função M. reto lateral (abduzir/lateralizar o olho)
Classificação Eferentes somáticas
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EXAME DA MUSCULATURA OCULAR 
 O vídeo ao lado mostra o 
exame dos nervos cranianos 
responsáveis pela motricidade 
extrínseca ocular. Para vê-lo, 
acesse: 
Instagram @neurocurso_ 
bit.ly/examemocular 
Instagram @lanacpb 
bit.ly/examemoculares 
 Já vimos como se comporta uma lesão do oculomotor. 
Veja abaixo como se comporta a lesão do abducente 
explicada na página anterior: 
 Em artigos, geralmente, o exame será representado 
como um esquema dos nove olhares: 
@lanacpb @neurocurso_ Página 21
http://bit.ly/examemocular
http://bit.ly/examemoculares
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VII. N. FACIAL 
O nervo facial possui funções na mímica facial, na gustação e na secreção das glândulas lacrimal, sublingual e submandibular. Cada uma dessas funções possui uma via específica, mas vamos nos conter a falar 
da via motora visceral especial, i.e. a da mímica facial. 
 O núcleo motor do N. facial 
(VII) se encontra no tegmento da 
ponte, ventralmente ao núcleo do 
N. abducente. Ele emite fibras 
para posterior que contornam o 
N. do abducente (joelho interno 
do nervo facial) e se dirigem 
ventrolateralmente, para emergir 
do tronco pelo sulco pontino 
inferior, medialmente ao N. vestibulococlear (VIII). Quando sai 
do tronco, une-se ao VIII, para entrarem juntos no meato 
acústico interno (MAI). Após curto trajeto, o N. facial se 
encurva fortemente para trás (joelho externo do N. facial ou 
genículo do facial), depois para baixo e emerge pelo forame 
estilomastoideo (FEM) [Esse caminho MAI-FEM = canal facial 
ou cana l de Fa lóp io ] . 
Agora, entra na glândula 
parótida (sem inervá-la) e se 
divide dentro da glândula 
em 5 ramos (temporal, 
zigomático, bucal, marginal 
da mandíbula e cervical), 
para se dirigir aos músculos 
da mímica facial e supri-los. 
@lanacpb @neurocurso_ Página 22
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 O exame do facial inclui o reflexo corneopalpebral (já 
descrito), o reflexo glabelar e o exame da mímica facial. 
Reflexo glabelar 
Pedindo que o paciente mantenha os 
olhos fechados, percute-se a glabela 
do paciente. O normal é que o 
paciente consiga mantê-los abertos. É 
alterado quando ele pisca os olhos, 
podendo, inclusive, começar a piscar 
inesgotavelmente. 
Mímica facial 
Pede-se para 
1. E l e v a r o s o l h o s e 
sobrancelhas, mostrando 
as rugas 
2. Sor r i r e most ra r os 
dentes 
3. Encher a boca de ar 
Sempre a análise deve 
avaliar a simetria, a presença de rugas e de eventual tremor. 
@lanacpb @neurocurso_ Página 23
Origem craniana Forame estilomastoideo
Origem encefálica Sulco bulbopontino
Funções Mímica facial 
Gustação dos 2/3 anteriores da língua 
Secreção das glândulas. lacrimal, sublingual e 
submandibular
Classificação Mímica - Eferentes viscerais especiais 
Glândulas - Eferentes viscerais gerais 
Gustação - Aferentes viscerais especiais
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PARALISIAS FACIAIS 
PARALISIA FACIAL PERIFÉRICA 
 Qualquer lesão no trajeto do facial causa paralisia/
plegia/paresia ipsilateral. No caso de atingir todo o nervo de 
um lado, podemos falar de hemiparesia/plegia ipsilateral 
(isso inclui toda uma metade do rosto). Nessa situação, 
falamos de uma paralisia flácida (síndrome do neurônio 
inferior). 
Ao exame, encontraremos: 
Desvio de rima/comissura labial — 
ao pedir que o paciente sorria com 
força, o lado normal (contralateral à 
lesão) consegue puxar os lábios para 
si 
Vazamento de saliva pelo ângulo da 
boca — paresia do M. bucinador 
Lagoftalmia — a paresia da parte 
palpebral do M. orbicular do olho 
(que fecha a pálpebra) associada à 
preservação do M. levantador da 
pálpebra (N. oculomotor), mantém a pálpebra sempre aberta 
Reflexo corneopalpebral ausente — quando tocamos a 
córnea de alguém, o normal é que ela feche imediatamente o 
olho, e a parte motora desse reflexo depende do M. orbicular 
do olho; se esse está lesado, perde-se a via eferente do 
reflexo 
Outros sintomas — pela lesão dos músculos restantes, não 
se consegue soprar, assoviar, pestanejar nem enrugar o lado 
afetado 
OBS: Perceba que, mesmo uma lesão na ponte (sistema 
nervoso central), pode causar uma paralisia facial periférica, 
caso ela atinja o nervo após o núcleo emitir seus axônios. 
Muitos pensam incorretamente, achando que os termos 
central e periférico se referem ao local do sistema nervoso 
onde está a lesão, mas a referência aqui é antes ou depois 
do núcleo do facial. 
@lanacpb @neurocurso_ Página 24
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PARALISIA FACIAL CENTRAL 
 Quando decidimos 
movimentar alguma parte da 
face, essa decisão será 
transmitida à parte motora do 
nosso cérebro, o córtex do 
giro pré-central (veremos na 
aula de Telencéfalo). Dessa 
região, sai um trato chamado 
corticonuclear, que se dirige 
para os núcleos do nervo 
facial na ponte, para fazer 
sinapse e emitir o nervo (vide 
item A.1.). Entretanto, existe 
uma diferença entre as fibras 
que vão para a metade 
superior e inferior da face. Quando falamos da metade 
superior, o córtex envia o trato corticonuclear para os dois 
núcleos do nervo facial (ipsilateral e contralateral); já na 
inferior, o córtex envia o trato apenas para o núcleo 
contralateral. Por isso, vamos dividir as lesões em metade 
superior e inferior da face: 
Metade inferior: na lesão do giro pré-central esquerdo, por 
exemplo, o trato corticonuclear que mandaria as fibras para a 
hemiface direita é perdido; com isso ocorre a plegia/paresia 
contralateral 
Metade superior: na mesma lesão acima, o trato 
corticonuclear esquerdo deixa de 
mandar fi bras para o núc leo 
esquerdo e direito; mas, lembre-se 
que ainda temos o corticonuclear 
direito, que vai mandar fibras tanto 
para o núcleo esquerdo como para o 
direito, o que mantém a função 
motora na metade esquerda 
Sintomas: nesse caso, os sintomas 
ocorrem apenas na porção inferior 
da hemiface contralateral. 
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VIII. VESTIBULOCOCLEAR 
Este nervo tem uma porção relacionada à audição e outra ao equilíbrio. Por conseguinte, possui uma via associada a cada uma das funções. 
VIA VESTIBULAR - Receptores: células ciliadas que capturam informação 
sobre aceleração linear nas máculas do sáculo e do 
utrículo e sobre a aceleração angular nas ampolas dos 
ductos semicirculares - Neurônio I: neurônio bipolar; liga-se ao receptor 
perifericamente e centralmente atravessa o meato 
acústico interno, formando a parte vestibular do VIII - Neurônio II: núcleos vestibulares - Via inconsciente: fascículo vestibulocerebelar, que 
passa pelo pedúnculo cerebelar inferior (exc. algumasfibras que não passam pelos núcleos vestibulares, indo 
direto para o córtex do cerebelo) - Via consciente : fasc ículo vest ibulota lâmico, 
provavelmente passa pelo tálamo e chega ao córtex no 
lobo parietal, próximo à área somestésica do rosto - Informação: aceleração, para postura e marcha, e reflexos 
oculares para estabilização da imagem na retina (fascículo 
longitudinal medial) 
@lanacpb @neurocurso_ Página 26
Origem craniana Meato acústico interno
Origem encefálica Sulco bulbopontino
Função Vestibular - equlíbrio, postura, marcha e reflexos 
para estabilização da imagem 
Coclear - audição
Classificação Aferentes somáticas especiais
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VIA COCLEAR - Receptores: Células ciliadas do órgão de Corti, cujos cílios 
são sensibilizados pela vibração da endolinfa, que 
recebeu a vibração da perilinfa - Neurônio I: gânglio espiral, neurônios bipolares, em 
contato com receptores do órgão de Corti; prol. central 
entra pelo meato acústico interno como parte coclear do 
N. vestibulococlear (VIII), entra na ponte no ângulo 
pontocerebelar e fazem sinapse com neurônio II - Neurônio II: núcleos cocleares dorsal e ventral, axônios 
cruzam formando o corpo trapezoide; contornam 
complexo olivar superior e formam o lemnisco lateral, que 
faz sinapse com colículo inferior; (há fibras dos núcleos 
cocleares que penetram lemnisco lateral do mesmo lado, 
sendo homolateral) 
@lanacpb @neurocurso_ Página 27
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- Neurônio III: colículo inferior —> braço do colículo inferior 
—> corpo geniculado medial - Neurônio IV: núcleo principal do corpo geniculado medial 
tonotopicamente organizado, envia para giro temporal 
transverso anterior (Bm 41,42) 
 O exame da porção coclear pode ser realizado, de 
forma acessível, pelo Whispering Test: 
Com a boca a cerca de 50cm 
da orelha do paciente, que 
obstruiu a outra orelha, 
sussurram-se números e se 
pede que o paciente repita. 
Repete-se o procedimento 
para o outro lado e se avalia 
se o paciente acertou o que 
foi dito. 
 Em caso de alterações no teste do sussurro ou 
quando se quer ter maior certeza diagnóstica, pode-se 
passar para os testes com diapasão: 
Teste de Weber 
Com o diapasão vibrando, 
posiciona-se sua ponta na linha 
mediana e na face superior do 
crânio. Pede-se que o paciente 
responda se ele percebe som 
vindo do centro ou de algum 
dos lados da cabeça. 
Teste de Rinne 
Pondo o diapasão vibrante no 
processo mastoideo, pede-se 
que o paciente alerte quanto 
parar de ouvir o som. Nesse 
momento, põe-se o diapasão ao 
@lanacpb @neurocurso_ Página 28
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lado da orelha do paciente, com o meato acústico externo 
entre as alças do diapasão e se pergunta se ele ouve o som. 
O normal é que ele ouça, indicando que a condução aérea é 
melhor que a condução óssea. 
 Para a avaliação estática do equilíbrio, realizamos a 
busca do sinal de Romberg: 
Com o paciente em pé sem sapatos, 
com os membros inferiores unidos, 
pede-se que ele feche os olhos. 
Espera-se 10s, enquanto se observa se 
ocorre alguma instabilidade postural. 
Para aumentar a sensibilidade do 
exame, pode-se empurrar levemente o 
paciente e avaliar se ele se mantém 
em pé. O examinador deve, porém, 
estar atento e próximo, para segurar o 
paciente que esteja prestes a cair. 
 Avalia-se o equilíbrio também pedindo que o paciente 
caminhe em linha reta com os olhos 
fechados. Na lesão vestibular, ocorre 
um desvio lateral da marcha, como 
se o paciente fosse empurrado para 
o lado. Pedindo que ele caminhe 
para frente e para trás, ele desenha 
uma estrela em sua trajetória, dando 
origem ao nome “marcha em 
estrela”. 
 Lembra-se que o nistagmo, movimento oscilatório 
involuntário dos olhos, também pode sinalizar lesão 
vestibular. 
Síndrome do ângulo ponto-cerebelar: compressão por 
neurinoma (tumor de Schwann - chamado neurinoma do 
acústico) gera déficit auditivo e de equilíbrio, podendo estar 
associado a vertigem e enjôo. Nesse tipo de tumor, pode 
ocorrer compressão também do facial (VII), visto que ambos 
têm origens encefálicas próximas e penetram o meato 
acústico interno. 
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IX. GLOSSOFARÍNGEO 
Saindo do seu núcleo no bulbo, emerge em filamentos radiculares no sulco posterolateral, os quais se reúnem para formar o tronco do N. glossofaríngeo. Este atravessa o forame jugular e se direciona para a raiz da 
língua e da faringe 
 O exame do IX 
será realizado junto ao 
exame do X. 
Nevralgia do IX: crises 
dolorosas no 1/3 posterior 
da língua e na faringe, 
podendo se irradiar para 
a orelha. 
@lanacpb @neurocurso_ Página 30
Origem craniana Forame Jugular
Origem encefálica Sulco posterolateral do bulbo
Função Sensitiva - geral+gustativa do 1/3 posterior da língua 
+ faringe + seios e corpos carotídeos 
Motora - alguns músculos da faringe e parótida
Classificação Sensibilidade - aferentes viscerais gerais 
Motricidade - eferentes viscerais gerais
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X. VAGO 
Emerge do sulco posterolateral e atravessa o forame jugular junto aos Nn. glossofaríngeo e acessório. Percorre o pescoço, tórax e termina no abdome. Durante o caminho, emite ramos para as vísceras cervicais, 
torácicas e abdominais, compondo o sistema nervoso 
parassimpático. 
Disfagia: problemas na deglutição; ocorre por lesão do IX e/
ou do X, visto que inervam o palato mole (direciona a comida 
para baixo na faringe). 
Disfonia: lesão das fibras do laríngeo recorrente, ocorre 
bastante nas cirurgias de cabeça e pescoço para abordar a 
tireoide, devido à proximidade desta com o N. laringeo 
recorrente (ramo do vago). Se ocorre lesão, o paciente 
apresenta rouquidão, i.e. disfonia. 
Além de pedir que o paciente fale (avalia-se a 
voz), tente beber água (avaliar a competência 
do palato mole), podemos avaliar o véu 
palatino pedindo que o indivíduo diga “Ahhh!’. 
Se algum dos lados (ou ambos) do véu não se 
eleva, dizemos que há o sinal da cortina, 
indicativo de lesão do IX e/ou do X. 
@lanacpb @neurocurso_ Página 31
Origem craniana Forame Jugular
Origem encefálica Sulco posterolateral do bulbo
Função e 
Classificação
Fibras eferentes parassimpáticas para tórax e 
abdome 
Fibras eferentes viscerais especiais para faringe e 
laringe (voz) 
Fibras aferentes viscerais gerais para sistema 
digestório e vias aéreas
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XI. ACESSÓRIO 
O nervo acessório possui fibras que saem do sulco posterolateral do bulbo (raiz cranial) e outras que emergem da face lateral de C1-C5 ou C1-C6. Todas se unem, entrando no foram magno, para depois sair pelo 
forame jugular, dividido em dois ramos: interno e externo. O 
interno, originado da raiz cranial, desce com o vago para 
inervar vísceras torácicas. O externo desce para os Mm. 
trapézio e ECM. 
Para avaliar o acessório, 
vamos testar as funções do 
trapézio e do ECM. Assim, 
pede-se que o paciente 
realize rotação da cabeça e 
elevação do ombro. Além 
disso, realiza-se a palpação 
dos músculos para avaliar se 
existe atrofia. 
O paciente com lesão do 
acessório tende a apresentar 
o “ombro caído”. 
@lanacpb @neurocurso_ Página 32
Origem craniana Forame Jugular
Origem encefálica Sulco posterolateral do bulbo + raízes cervicais
Função Motora - inerva os Mm. trapézio e ECM 
Visceral - Fonação e sistema autônomo
Classificação Eferentes viscerais especiais — laríngeo recorrente 
e Mm. trapézio e ECM 
Eferentes viscerais gerais — vísceras torácicas
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XII. HIPOGLOSSO 
Ao emergir do sulco pré-olivar, o N. hipoglosso (XII) segue atravessando o canal do hipoglosso, desce e depois se dirige para diante, para inervar a musculatura da língua. Não cabe, neste momento, comentarmos os 4 músculos 
intrínsecos e 4 músculos extrínsecos da língua. 
Na lesão unilateral do hipoglosso, 
ocorre paresia unilateral da 
língua. Com isso, ao pedir que o 
paciente estire a língua, esta é 
desviada em direção ao lado 
l e sa d o , p e l a m u s c u l a t u r a 
contralateral se sobressair. Podem 
ocorrer também fasciculações ou 
atrofia no lado lesado. 
RESUMO DA INERVAÇÃO DA LÍNGUA 
@lanacpb @neurocurso_ Página 33
Origem craniana Canal do hipoglosso
Origem encefálica Sulco pré-olivar
Função Motricidade da língua
Classificação Eferentes somáticas
V Sensibilidade geral dos 2/3 anteriores
VII Sensibilidade gustativa dos 2/3 anteriores
IX Sensibilidade geral e gustativa do 1/3 posterior
XII Motricidade da língua
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FÁBIO ANTÔNIO SERRA DE LIMA JÚNIOR 
 
Acadêmico do 7º período de Medicina da UFPB (Aprovado em 1º. 
lugar geral na UFPB) 
Presidente e Membro Fundador da Liga Acadêmica de 
Neuroanatomia Clínica (LANAC) 
Sócio e Palestrante do Neurocurso 
Monitor de Neuroanatomia e Anatomia Sensorial 2017.2-18.1 
Monitor de Anatomia Humana 2018.2-19.1 
Monitor de Bases da Técnica Cirúrgica e Anestésica 2019.2 
Prêmio de Excelência em Anatomia Humana (2017.2) 
Pesquisador do Grupo de Estudos em Neuromorfologia clínica e 
cirúrgica da UFPB 
Extensionista do Projeto LANACExplica 2018-2020 
Membro da Cochrane Brazil e Centro Cochrane Brazil Paraíba 
Diretor de Estágios da Liga Acadêmica de Neurologia e 
Neurocirurgia da UFPB (LANN-UFPB) 
Presidente da Liga Acadêmica de Cardiologia e Cirurgia Cardíaca 
da UFPB (LACC-UFPB) 
Pesquisador do Núcleo de Estudos em Cardiologia e Evidências 
(NECORE-UFPB) 
Extensionista do projeto Glaucoma em Evidência 2018-2020 
Colaborador do II BRNeuro Spine Hands-on Course (Miami, FL)
@lanacpb @neurocurso_ Página 34

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