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Caderno didático 113 DIAGNÓSTICO DAS HELMINTOSES 1. EXAME CLÍNICO Primeiro a ser realizado, porém, não é específico; Outras doenças, como as alimentares e deficiências nutricionais podem ser confundidas com helmintoses; Indicativos de helmintoses: pelo seco, arrepiado, ascite, caquexia, muco etc. Exemplos: Hemoncose: Haemonchus é um verme hematófago que provoca anemia; Infecções no trato digestivo anterior: sangue digerido (escuro) nas fezes; Infecções do trato digestivo posterior (grandes Strongylus): sangue fresco/vivo (melena) nas fezes. o Método Famacha Avaliação da mucosa ocular a partir de tabela com graus de coloração para analisar o grau de anemia dos animais; Muito usado para ovinos e caprinos, onde a morte ocorre rapidamente, ppt nos casos de Hemoncose. Informações contidas no cartão FAMACHA: grau de anemia e coloração da conjuntiva, correspondentes ao volume globular (VG), além da atitude a tomar com relação ao tratamento dos animais. 2. EXAME DE FEZES 2.1 Coleta do material CUIDADO! Material deve ser processado para diagnóstico de 4 a 6h, passado esse tempo, deve-se utilizar conservantes, pois os parasitos são coletados em fase de ovo e precisam de temperatura (em dias quentes, o ovo se torna larvado rapidamente), umidade e [O2] para passar para fase de mórula (ovo larvado). A conservação é importante para não permitir essa transformação e evitar a classificação errada dos agentes causadores da helmintose, já que alguns produzem ovo larvado (Família Strongyloides). Pequenos animais Evitar contato do material com o solo, principalmente aqueles com muita matéria orgânica, por isso, o ideal é colher as fezes em pisos de concreto assim que o animal defecar, para isso, deve-se observar o mesmo, ou pequenas amostras durante a aferição de temperatura com a introdução de termômetro no reto do animal. Grandes animais Introduzir a mão com luva ou saco plástico inertes no reto do animal e retirar amostra, tomando cuidado para enrolar o saco e retirar o ar presente para evitar o contato e a transformação de ovo em mórula. OBS.: Contaminação com fitonematódeos do solo pode atrapalhar o diagnóstico. 2.2 Conservantes a. Frio Usado 99% das vezes; Temperatura ideal: 4-8ºC de 24-48h; Não se deve congelar, pois irá alterar o aspecto do material (casca dos ovos), atrapalhando o diagnóstico a partir da realização do método de flotação/flutuação dos ovos. 2.2.1 Conservantes químicos a. Formalina [ ] ideal: 2,5 a 5% até 1 mês; Com o tempo, altera/desidrata a casca do ovo, prejudicando métodos de flotação/flutuação. b. MIF Composto de mertiolato ou mercurocromo, iodo e formol; Conserva as fezes por mais de 1 mês; Mito usado para coletas seriadas. c. Bicromato de potássio Próprio para conservação e maturação de oocistos de protozoários para diagnóstico. 2.3 EXAME MACROSCÓPICO OU FÍSICO Importante observar o ato de defecação do animal. OBS.: Cestodas (Taenia, Dipylidium) nem sempre liberam ovos nas fezes, mas sim proglótides. o Consistência e forma Ovinos e caprinos: fezes arredondadas e concentradas; Bovinos: fezes mais pastosas; Equinos: fezes mais arredondadas; Cães: fezes mais tubulares. Alterações na consistência: Fezes mais amolecidas: infecções (helmintoses), aumento do peristaltismo, não absorção de líquidos (diarreia); Fezes mais consistentes: desidratações, diminuição do peristaltismo. o Volume Relacionado a quantidade de alimento ingerida. o Cor Cães, gatos e homens: coloração mais amarronzada devido a presença de estercobilina; Bovinos e equinos: coloração mais esverdeada devido ao pastejo. OBS.: Cor cinza: distúrbios pancreáticos; Cor vermelho-claro: aumento do fluxo biliar; Cor escura: hemorragias nas porções iniciais do trato digestivo; Vermelho vivo: hemorragias nas porções finais do trato digestivo. o Odor Diarreia: odor mais pútrido. o Elementos anormais Indicativos da presença de certas carências nutricionais. Por exemplo, quando o animal tem carência de ferro (anemia ferropriva) passa a comer terra e quando tem carência de minerais come pedras. 2.4 EXAME MICROSCÓPICO Exame direto Observação direta das fezes ao microscópio a partir de pequena quantidade coletada, por exemplo, ao aferir a temperatura retal do animal. Método de Sheather Método de flotação que utiliza solução de açúcar. Método de Willis Método de flotação que utiliza cloreto de sódio. Método HPJ Método de sedimentação. Método de Baermann Método de sedimentação para observação de LARVAS. OBS.: Em todos os outros, observa-se os ovos. Método de Faust Sedimentação + Flotação com sulfato de zinco. Método de Dennis Método de sedimentação. Método de Gordon&Whithlock Método de flotação que utiliza cloreto de sódio. Método de Wisconsin Método de flotação que utiliza solução de açúcar. OBS.: Os dois últimos são chamados de OPG (ovos por grama de fezes) Métodos quantitativos realizados em espécies de animais domésticos onde tem que se limitar a carga parasitária, ou seja, manter carga parasitária leve para não depreciar o valor de venda (ruminantes e equinos). Método de Coprocultura Complementar ao OPG. Cultura de helmintos: Pega o ovo/mórula obtido do OPG e coloca no carvão ativado ou vermiculita que fornece as condições ideais de temperatura, umidade e O2, e em 7-8 dias obtém-se as larvas L3 (infectantes), a partir das quais chega-se ao diagnóstico de gênero a partir do Método de Baermann e patogenicidade (tabelas de classificação do grau de infecção) Mais utilizado para ruminantes. OBS: Deve-se correlacionar o OPG com a coprocultura. Para diagnóstico definitivo: OPG + coprocultura + Baermann. Método FLOTAC Método multivalente; Também é um método de contagem de ovos em fezes (OPG); Serve para observação de ovos e larvas. SEDIMENTAÇÃO X FLOTAÇÃO Sedimentação (análise do sedimento) x Flotação (utilização de solução saturada: análise do sobrenadante). o Sedimentação Exemplo: Num tubo com água, onde a tendência dos ovos é descer: Trematoda (Fascíola): ovos pesados (descem 10cm/min) Sedimentação é o exame preferencial; Nematoda (Haemonchus): ovos leves (descem 5cm/min); Cestoda (Moniezia): ovos leves (descem 5cm/min) OBS.: Os métodos de sedimentação servem para todas as classes de helmintos, ocorrendo variação no tempo de realização. o Flotação Mistura de sal ou açúcar em água, criando solução saturada para que os ovos flutuem. Como a [ ] de sal ou açúcar é pequena, só se pega ovos leves. Pode-se aumentar a densidade da solução visando pegar ovos pesados? Não, pois explodiria os mesmos. Por isso NÃO servem para Trematodas, apenas para Nematoda e Cestoda! Efeito da temperatura na flotação Em temperaturas menores os ovos pesados tendem a se depositar no fundo. Porcentagem de ovos recuperados após conservação em temperatura: 4°-8° C: ideal 0° C: alteração da casca do ovo -20° C OBS.: A conservação provocada pela solução de sal dura mais que a de açúcar, que deve ser refrigerada. Helmintos não se conservam em álcool. Soluções mais utilizadas o Açúcar Solução só dura 1 mês em frasco âmbar e deve ser refrigerado. o Cloreto de sódio 400 g de sal em 1 litro de água. o Sulfato de magnésio o Sulfato de zinco (Faust) o Nitrato de sódio 3. EXAME DE URINA Métodos de sedimentação; Raro para diagnóstico das helmintoses devido a pequena quantidade de parasitos urinários. Exemplos: Dioctophyma renale (cães), Stephanurus dentatus (suínos). 4. EXAME DE SANGUE o Método de Knott Observação de filarídeos, por isso, é mais utilizado para cães e gatos para observação de Dirofilaria immitis (verme do coração). As larvas L1 de Dirofilaria têm periodicidade sanguínea devido ao período de repasto sanguíneo das fêmeas do mosquito, por isso, o sangue deve ser coletado a noite, quando as L1 estão no sangue periférico. Apesar disso, o método possui baixa sensibilidade (30%). 5. IMUNODIAGNÓSTICO o MétodoWitness Disponível no mercado; Utilizado para Dirofilariose em cães e gatos. 6. DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Espessamento de veias devido a presença de Dirofilaria. 7. ÍNDICE DE CONTAMINAÇÃO DAS PASTAGENS o Método de Baermann Coleta de larvas L1, L2 e L3. OVOS A maior parte dos ovos de Nematoda sai na forma de mórula e possui casca fina. Exemplo: Superfamília Strongyloidea (temperatura/umidade/[O2] adequados ovo larvado). Ruminantes Equinos Ancylostoma é o único que possui a conformação de casca fina e forma de módula em humanos, cães e gatos. A obtenção de diagnóstico para ruminantes é mais difícil. Por isso, além do OPG deve-se realizar a coprocultura para obtenção de larvas L3 e diagnóstico de gênero. Deve-se correlacionar a coprocultura com o OPG e, além disso, após estes procedimentos, deve-se realizar o Método de Baermann para recuperar a larva L3; Suíno: Oesophagostomum é o único com essa conformação (casca fina em forma de mórula). OBS.: A análise deve ser feita em tempo hábil, pois a larva pode confundir a identificação. Ascarídeos: ovos com casca grossa. Acanthocephala: zoonose transmitida por besouro; Dipylidium: cestoda com proglotes ativas. Cães e gatos são os mais parasitados e devem estar infestados por pulga ou piolho. Ovos possuem conjunto de oncosferas em cápsulas ovígeras. Anoplocephala: cestoda parasita de equinos; ovo assimétrico. Fasciola hepática: ovo grande e operculado (forma miracídio). Ruminantes Equinos Oxyuris equi: ovo pequeno e operculado (forma miracídio). Taenia: ovo possui embrião hexacanto (três pares de acúleos). É bem menor que o ovo de ascarídeo. Homem Cães e gatos Trichuris: ovo com forma de bola de futebol americano (oval) e bioperculado. Ruminantes Homem Cães e gatos Fertilidade o Ovos inférteis Ovos não larvados com casca bastante queratinizada que podem estar contaminados por fungo. o Ovos férteis ASCARÍDEOS Suínos: Áscaris suis; Humanos: Áscaris lumbricoides. Bovinos: Neoascaris vitulorum. Equinos: Parascaris equorum. Cães e gatos: Toxocara canis e cati. Grau de infecção - Leve, moderado ou pesado; - Permite instituir o tratamento; - Quanto maior a contagem na infecção leve, menor a patogenicidade do parasita OBS.: Em ovinos e caprinos é esperada contagem maior devido as fezes serem mais concentradas, ao contrário dos bovinos. Exemplos: Bovinos Contagem leve de Haemonchus: 200 ovos por grama de fezes; Contagem leve de Cooperia: 400 ovos por grama de fezes. Ovinos Contagem leve de Haemonchus: 100-2.500 ovos por grama de fezes; Contagem leve de Cooperia: 10.000 ovos por grama de fezes. VERMINOSES DE RUMINANTES Controle de Helmintos em Ruminantes no Brasil, Lívio Costa Júnior e Alessandro F. T. Amarante. Importantes perdas econômicas. Normalmente a pasto ocorrem infecções mistas. Moniezia: geralmente apatogênica em ruminantes. Mais importantes: Nematodas (quando hospedeiro definitivo). CICLO Rápido dentro do animal (L1 L2 L3). Cooperia: 18 dias; Haemonchus: 21 dias Animal se reinfecta com a L3. Causam: apatia, emagrecimento, diarreia, hipoproteinemia, edemas (de barbela, anasarca). Vetores Carrapatos (Boophilus microplus) e moscas (Haematobia irritans, Dermatobia hominis, Cochliomia hominivorax, Stomoxys calcitrans). o Intestino delgado e grosso Trichostrongylus colubriformis (clima temperado), Cooperia. Trichuris, Oesophagostomum, Ostertagia (hematófago, incidência baixa) e Moniezia. o Fígado Fasciola. o Abomaso Haemonchus; Trichostrongylus; Ostertagia. Gêneros mais prevalentes no sudeste do Brasil: Cooperia (Intestino delgado); Haemonchus (Abomaso) – hematófago, prevalência alta e grande resistência a anti-helmínticos; Oesophagostomum (Intestino grosso – passagem no intestino delgado, onde se transforma em L4). OBS.: Existem dentro do plantel animais mais sensíveis Geralmente, 10% dos animais possuem 90% da carga parasitária. Haemonchus Hemoncose é uma doença que pode levar a choque por anemia severa, já que Haemonchus é hematófago. Esta verminose é um problema muito importante em cultura de pequenos ruminantes (mais sensíveis), talvez o maior em se tratando de enfermidades. No abomaso, parasita as células parietais (HCl) e principais (pepsinogênio), e depois migra para a luz do órgão, onde se transforma em verme adulto, mudando de sítio para realizar hematofagia (necessária para maturação de ovos pelas fêmeas e obtenção de O2) e gerando pontos hemorrágicos, além disso, produz substância anticoagulante em sua cavidade bucal. IMPORTÂNCIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Prejuízo à fisiologia. Sinais e sintomas Má absorção, subnutrição, apatia, emagrecimento, diarreia, anemia, hipoproteinemia e queda de produção. Causam reação inflamatória no abomaso, intestinos delgado e grosso, podendo levar a processos de fibrose e sangramento devido a penetração dos vermes, que causa ulcerações na parede dos órgãos. Destruição das células parietais (HCl) e principais (pepsinogênio) Aumento do pH, impedindo a transformação de pepsinogênio em pepsina, além de promover perda de albumina; Afeta o intestino delgado aumentando os níveis de colecistoquinina (controla a secreção pancreática e contração da vesícula biliar) Causa sensação de saciedade no animal, levando a anorexia (perda de apetite); O intestino constantemente agredido devido a reinfecções pode sofrer fibrose, levando a má absorção; Edema de barbela devido a deficiência de albumina e alteração da pressão oncótica. Sintomatologia subclínica A grande maioria das parasitologias são infecções subclínicas. Animais não apresentam pelo seco e arrepiado, mal de carnes. Também afetam economicamente o animal. Exemplo: animais que deveriam ir para o abate com 24 meses e passam a ir com 3-4 anos Retardo da chegada a idade de abate por conta dos aspectos subclínicos. Geralmente se tornam doença crônica e silenciosa. ZOONOSES Cisticercose o Taenia saginata Cisticercose em bovinos; Fêmea adulta se desenvolve no intestino do ser humano, por isso, para que o animal se contamine é preciso ingestão de ovos no ambiente. o Taenia solium Cisticercose em suínos. Fasciola hepática (“baratinha do fígado”) Provoca fibrose hepática. EXAMES COMPLEMENTARES OPG: visualização dos ovos de tricostrongilídeos; Hemograma: anemia regenerativa ou não e hipoproteinemia; Coprocultura (indireto) – associado ao OPG para identificação das larvas e diagnóstico em ruminantes. Misturar vermiculita ou carvão vegetal nas fezes Temperatura (26ºC), umidade e O2 para favorecer o crescimento das larvas L3 Utilização do Método de Baermann (indireto) para identificação. OBS.: Para vermes pulmonares, a L1 sai diretamente nas fezes Facilmente identificada Baermann direto. Neoascaris: acomete animais jovens; Cooperia: menos patogênico que Haemonchus; Fasciola: não pega no método OPG com câmara de Macmaster devido a ser um método de flotação. GRAU DE INFECÇÃO A infecção deve ser mantida no nível leve Carga parasitária em níveis baixos para não depreciar economicamente os animais e para que se tornem resistentes. Quando passa do mesmo, deve ser tratada (não se preconiza a erradicação devido à dificuldade).; Ovinos e caprinos possuem contagens maiores do que em bovinos devido ao trato gastrointestinal menor e fezes mais concentradas. IMPORTANTE.: Os diferentes gêneros de helmintos possuem produção diária de ovos diferentes, por isso, só se opta pelo tratamento ou não apósa identificação do agente. Ostertagia O fenômeno da hipobiose é comum no gênero Ostertagia No período seco ocorre retardo do desenvolvimento e as larvas L4 ficam em baixo metabolismo nas células parietais ou principais. As larvas obtidas no período seco se transformam em nódulos esbranquiçados no abomaso, causando abomasite e não saem para se tornarem adultas no ambiente devido as condições climáticas desfavoráveis. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS o Temperatura e umidade: Temperatura ideal entre 18 e 26ºC – temperaturas baixas retardam o desenvolvimento de ovos e larvas; Chuvas intensas propiciam a migração de grande número de larvas para a pastagem (ocorre repovoamento) – ideal: 50mm3/mês (maior retarda o desenvolvimento das larvas); Mesmo após as secas prolongadas o pasto pode repentinamente servir como fonte de intensa infecção para os animais (larvas resistem à dessecação, bolos fecais acumulados); Nos hospedeiros pode ocorrer hipobiose; Relevo – regiões mais baixas têm o desenvolvimento de ovos favorecido devido ao acúmulo de água; Currais sujos; OBS.: Transmissão por via percutânea (Strongyloides) Importante principalmente em plantéis leiteiros (alta susceptibilidade). Bastante imunogênico. Superlotação – ruminantes são seletivos, ou seja, não gostam de comer onde defecam; OBS.: Muito presente em planteis de ovinos e caprinos. Final da gestação e lactação Susceptibilidade à parasitose (fenômeno chamado de Periparto) muito correlacionado com o aumento de prolactina; OBS.: Vermifugação pós-parto é preconizada em ruminantes. Desmama – se recomenda a vermifugação devido ao estresse (baixa imunidade); Resistência aos fármacos; Idade – animais jovens mais sensíveis do que adultos; Curso natural – exame parasitológico para identificar os picos de parasitose de acordo com a idade. Curso natural 1-2 meses: pico de Strongyloides papillosus; 2-3 meses: pico de Neoascaris vitulorum. OBS.: Ocorre transmissão transplacentária e transmamária. Presentes principalmente em plantéis leiteiros. o Santa Catarina Trichostrongylus, Cooperia, Haemonchus 11-12 meses. o Minas Gerais Cooperia, Oesophagostomum, Haemonchus, Trichostrongylus 10-16 meses. o São Paulo Cooperia, Oesophagostomum, Haemonchus, Trichostrongylus 8-14 meses. OBS.: A mensuração de carga parasitária no pasto não costuma ser feita na rotina, apenas a pesquisa por ovos e larvas nas fezes dos animais. o Bovinos A partir de 24 meses os animais bovinos são resistentes a verminoses, ou seja, apenas animais em crescimento (bezerros, garrotes e novilhas) são susceptíveis e devem ser vermifugados para controle estratégico no plantel. Para animais adultos, deve-se manter apenas 1 vermifugação por ano, no pós-parto de vacas. Raças europeias são mais susceptíveis do que as zebuínas. o Ovinos e Caprinos Ovinos e caprinos devem ser vermifugados para o resto da vida devido a serem mais sensíveis (resistência parcial nos adultos). Scottish Blackface, Gulf Coast Native, Florida Native, St. Croix, Barbados Blackbelly e Red Maasai Mais resistentes. Brasil: Crioula Lanada e Santa Inês Mais resistentes. CONTROLE ESTRATÉGICO Para se aplicar, deve-se identificar um dado epidemiológico: o trimestre mais seco do ano na região (precipitações menores que 50mm3/mês) para saber quando há desenvolvimento dos parasitas; Na maior parte do Brasil (Sudeste, Centro-Oeste, parte do Nordeste, Sul e Norte) os meses mais secos são Junho, Julho e Agosto. No Nordeste são Outubro, Novembro e Dezembro Não favorecem o desenvolvimento de ovo e larva. As pastagens possuem menor carga no período seco. Já no animal esse é o período em que a carga é maior, pois o agente prolonga seu período no animal, já que o meio ambiente não está em condições ideais para o seu desenvolvimento. Por isso, deve-se vermifugar os animais no período seco (início, meio e fim do trimestre seco). CONTROLE DE HELMINTOS Quimioterápicos; Controladores naturais de ovo e larva; Vacina; Medidas de manejo: evitar superlotação e pasto contaminado; Animais resistentes. o Tático (epidemiológico) Final da gestação e lactação: susceptibilidade à parasitose (fenômeno periparto); Desmama; Mudança de pasto; Novo pasto; 1 mês após o nascimento; Novos animais; Clínico. o Estratégico Feito de acordo com a idade; Ovinos e caprinos: manter o tratamento estratégico até o fim da idade de produção. Controle Nutrição; OPG periódico – para monitoramento do controle, é recomendado 1 vez ao ano; Pastejo rotacionado com alternância de princípios de vermífugos – em ovinos e caprinos, essa alternância deve ser realizada anualmente, pois os animais são mais sensíveis e os vermífugos mais resistentes; já nos bovinos deve-se rotacionar a cada 3-4 anos, pois são mais resistentes aos vermífugos; Coprocultura; Evitar superlotação – pois acelera o processo de resistência; BARVEVAC (vacina) – para Haemonchus: 3 doses com intervalo de 21 dias Proteção de 70%. TRATAMENTO É difícil ter total controle, pois cada base é focada em determinada molécula. Bases Closantel: fasciolicida; Closalbectin (Ivermectina, Albendazole, Levamisol, Closantel, Selênio e Cobalto): coquetel de drogas para evitar possíveis resistências (um funciona caso o outro não); OBS.: Selênio e cobalto para reposição, já que o animal perde devido as verminoses. Lactonas macrocíclicas (Ivermectina, Abamectina, Doramectina, Moxidectina e Eprinomectina) são endectocidas; OBS.: Eprinomectin não deve ser usado para vermifugar vacas no pós-parto, pois as lactonas macrocíclicas saem no leite e o período de carência é longo Recomenda-se Levamisol (Ripercol) e Benzimidazol (Febendazole e Albendazole). Além disso, todo anti-helmíntico é cancerígeno. Resistência de bases anti-helmínticas Monepantel; Ivermectina (extraída a partir de fungos presentes no solo). OBS.: Os vermífugos que abrangem várias bases não são bons, pois atingem resistência muito rápido. Rotação de vermífugos Desejada em ovinos e caprinos: 1º ano (Benzimidazol), 2º ano (Levamisol), 3º ano (Lactona macrocíclica), 4º ano (Monepantel), 5º ano (retornar com o Benzimidazol). Bioverm Controla ovo e larva no meio ambiente antes de infectarem o animal. Afeta cepas de ovos e larvas resistentes, através de um fungo isolado naturalmente no ambiente; Clamidósporos (esporos de resistência) saem nas fezes dos animais e se mantém no ambiente. COMPLEXO TENÍASE-CISTICERCOSE Na inspeção animal em frigoríficos, os cisticercos são identificados e um destino adequado deve ser dado à carcaça; Cisto (contém cisticerco) ingerido desenvolve formas adultas de Taenia no intestino. Taenia saginata Desenvolve cisticerco em bovino. Taenia solium Homem é hospedeiro completo Teníase; Suínos Cisticercose. o Controle Tratamento pelo frio: congelar a carne para matar cisticerco. o Tratamento na carne Sulfóxido de Albendazole (Ricovet, Ricobendazole). OBS.: Não costuma ser feito, pois mesmo que os cistos estejam calcificados a carcaça é descartada pelo frigorífico Produtos perde 2x. STEPHANOFILARIA É veiculado por moscas e afeta tecido subcutâneo, principalmente do úbere de vacas (mastite); Afeta principalmente gado leiteiro, onde não é recomendado o tratamento com lactonas macrocíclicas, pois saem no leite Únicas eficazes contra o agente. Benzimidazol e Albendazole não agem contra.
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