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DOENÇAS PARASITÁRIAS: DIAGNÓSTICO DAS HELMINTOSES; VERMINOSES DE RUMINANTES; COMPLEXO TENÍASE-CISTICERCOSE; STEPHANOFILARIA

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Caderno didático 113 
DIAGNÓSTICO DAS HELMINTOSES 
1. EXAME CLÍNICO 
Primeiro a ser realizado, porém, não é específico; 
Outras doenças, como as alimentares e deficiências nutricionais podem ser confundidas com helmintoses; 
Indicativos de helmintoses: pelo seco, arrepiado, ascite, caquexia, muco etc. 
Exemplos: 
Hemoncose: Haemonchus é um verme hematófago que provoca anemia; 
Infecções no trato digestivo anterior: sangue digerido (escuro) nas fezes; 
Infecções do trato digestivo posterior (grandes Strongylus): sangue fresco/vivo (melena) nas fezes. 
 
o Método Famacha 
Avaliação da mucosa ocular a partir de tabela com graus de coloração para analisar o grau de anemia dos animais; 
Muito usado para ovinos e caprinos, onde a morte ocorre rapidamente, ppt nos casos de Hemoncose. 
 
Informações contidas no cartão FAMACHA: grau de anemia e coloração da conjuntiva, correspondentes ao 
volume globular (VG), além da atitude a tomar com relação ao tratamento dos animais. 
 
2. EXAME DE FEZES 
2.1 Coleta do material 
CUIDADO! 
Material deve ser processado para diagnóstico de 4 a 6h, passado esse tempo, deve-se utilizar conservantes, pois os 
parasitos são coletados em fase de ovo e precisam de temperatura (em dias quentes, o ovo se torna larvado 
rapidamente), umidade e [O2] para passar para fase de mórula (ovo larvado). A conservação é importante para não 
permitir essa transformação e evitar a classificação errada dos agentes causadores da helmintose, já que alguns 
produzem ovo larvado (Família Strongyloides). 
 Pequenos animais 
Evitar contato do material com o solo, principalmente aqueles com muita matéria orgânica, por isso, o ideal é colher as 
fezes em pisos de concreto assim que o animal defecar, para isso, deve-se observar o mesmo, ou pequenas amostras 
durante a aferição de temperatura com a introdução de termômetro no reto do animal. 
 Grandes animais 
Introduzir a mão com luva ou saco plástico inertes no reto do animal e retirar amostra, tomando cuidado para enrolar o 
saco e retirar o ar presente para evitar o contato e a transformação de ovo em mórula. 
OBS.: Contaminação com fitonematódeos do solo pode atrapalhar o diagnóstico. 
 
2.2 Conservantes 
a. Frio 
Usado 99% das vezes; 
Temperatura ideal: 4-8ºC de 24-48h; 
Não se deve congelar, pois irá alterar o aspecto do material (casca dos ovos), atrapalhando o diagnóstico a partir da 
realização do método de flotação/flutuação dos ovos. 
2.2.1 Conservantes químicos 
a. Formalina 
[ ] ideal: 2,5 a 5% até 1 mês; 
Com o tempo, altera/desidrata a casca do ovo, prejudicando métodos de flotação/flutuação. 
b. MIF 
Composto de mertiolato ou mercurocromo, iodo e formol; 
Conserva as fezes por mais de 1 mês; 
Mito usado para coletas seriadas. 
c. Bicromato de potássio 
Próprio para conservação e maturação de oocistos de protozoários para diagnóstico. 
 
2.3 EXAME MACROSCÓPICO OU FÍSICO 
Importante observar o ato de defecação do animal. 
OBS.: Cestodas (Taenia, Dipylidium) nem sempre liberam ovos nas fezes, mas sim proglótides. 
 
o Consistência e forma 
Ovinos e caprinos: fezes arredondadas e concentradas; 
Bovinos: fezes mais pastosas; 
Equinos: fezes mais arredondadas; 
Cães: fezes mais tubulares. 
 Alterações na consistência: 
Fezes mais amolecidas: infecções (helmintoses), aumento do peristaltismo, não absorção de líquidos (diarreia); 
Fezes mais consistentes: desidratações, diminuição do peristaltismo. 
o Volume 
Relacionado a quantidade de alimento ingerida. 
o Cor 
Cães, gatos e homens: coloração mais amarronzada devido a presença de estercobilina; 
Bovinos e equinos: coloração mais esverdeada devido ao pastejo. 
OBS.: 
Cor cinza: distúrbios pancreáticos; 
Cor vermelho-claro: aumento do fluxo biliar; 
Cor escura: hemorragias nas porções iniciais do trato digestivo; 
Vermelho vivo: hemorragias nas porções finais do trato digestivo. 
o Odor 
Diarreia: odor mais pútrido. 
o Elementos anormais 
Indicativos da presença de certas carências nutricionais. Por exemplo, quando o animal tem carência de ferro (anemia 
ferropriva) passa a comer terra e quando tem carência de minerais come pedras. 
 
2.4 EXAME MICROSCÓPICO 
 Exame direto 
Observação direta das fezes ao microscópio a partir de pequena quantidade coletada, por exemplo, ao aferir a 
temperatura retal do animal. 
 Método de Sheather 
Método de flotação que utiliza solução de açúcar. 
 Método de Willis 
Método de flotação que utiliza cloreto de sódio. 
 Método HPJ 
Método de sedimentação. 
 Método de Baermann 
Método de sedimentação para observação de LARVAS. 
OBS.: Em todos os outros, observa-se os ovos. 
 Método de Faust 
Sedimentação + Flotação com sulfato de zinco. 
 Método de Dennis 
Método de sedimentação. 
 Método de Gordon&Whithlock 
Método de flotação que utiliza cloreto de sódio. 
 Método de Wisconsin 
Método de flotação que utiliza solução de açúcar. 
OBS.: Os dois últimos são chamados de OPG (ovos por grama de fezes)  Métodos quantitativos realizados 
em espécies de animais domésticos onde tem que se limitar a carga parasitária, ou seja, manter carga 
parasitária leve para não depreciar o valor de venda (ruminantes e equinos). 
 Método de Coprocultura 
Complementar ao OPG. 
Cultura de helmintos: 
Pega o ovo/mórula obtido do OPG e coloca no carvão ativado ou vermiculita que fornece as condições ideais de 
temperatura, umidade e O2, e em 7-8 dias obtém-se as larvas L3 (infectantes), a partir das quais chega-se ao 
diagnóstico de gênero a partir do Método de Baermann e patogenicidade (tabelas de classificação do grau de infecção) 
 Mais utilizado para ruminantes. 
OBS: 
Deve-se correlacionar o OPG com a coprocultura. 
Para diagnóstico definitivo: OPG + coprocultura + Baermann. 
 Método FLOTAC 
Método multivalente; 
Também é um método de contagem de ovos em fezes (OPG); 
Serve para observação de ovos e larvas. 
 
 SEDIMENTAÇÃO X FLOTAÇÃO 
Sedimentação (análise do sedimento) x Flotação (utilização de solução saturada: análise do sobrenadante). 
o Sedimentação 
Exemplo: 
Num tubo com água, onde a tendência dos ovos é descer: 
Trematoda (Fascíola): ovos pesados (descem 10cm/min)  Sedimentação é o exame preferencial; 
Nematoda (Haemonchus): ovos leves (descem 5cm/min); 
Cestoda (Moniezia): ovos leves (descem 5cm/min) 
OBS.: Os métodos de sedimentação servem para todas as classes de helmintos, ocorrendo variação no tempo 
de realização. 
o Flotação 
Mistura de sal ou açúcar em água, criando solução saturada para que os ovos flutuem. Como a [ ] de sal ou açúcar é 
pequena, só se pega ovos leves. Pode-se aumentar a densidade da solução visando pegar ovos pesados? Não, 
pois explodiria os mesmos. Por isso NÃO servem para Trematodas, apenas para Nematoda e Cestoda! 
 
 Efeito da temperatura na flotação 
Em temperaturas menores os ovos pesados tendem a se depositar no fundo. 
Porcentagem de ovos recuperados após conservação em temperatura: 
 4°-8° C: ideal 
 0° C: alteração da casca do ovo 
 -20° C 
OBS.: A conservação provocada pela solução de sal dura mais que a de açúcar, que deve ser refrigerada. 
Helmintos não se conservam em álcool. 
 
 Soluções mais utilizadas 
o Açúcar 
Solução só dura 1 mês em frasco âmbar e deve ser refrigerado. 
o Cloreto de sódio 
400 g de sal em 1 litro de água. 
o Sulfato de magnésio 
o Sulfato de zinco (Faust) 
o Nitrato de sódio 
 
3. EXAME DE URINA 
Métodos de sedimentação; 
Raro para diagnóstico das helmintoses devido a pequena quantidade de parasitos urinários. 
Exemplos: Dioctophyma renale (cães), Stephanurus dentatus (suínos). 
 
4. EXAME DE SANGUE 
o Método de Knott 
Observação de filarídeos, por isso, é mais utilizado para cães e gatos para observação de Dirofilaria immitis (verme do 
coração). As larvas L1 de Dirofilaria têm periodicidade sanguínea devido ao período de repasto sanguíneo das fêmeas 
do mosquito, por isso, o sangue deve ser coletado a noite, quando as L1 estão no sangue periférico. Apesar disso, o 
método possui baixa sensibilidade (30%). 
 
5. IMUNODIAGNÓSTICO 
o MétodoWitness 
Disponível no mercado; 
Utilizado para Dirofilariose em cães e gatos. 
 
6. DIAGNÓSTICO POR IMAGEM 
Espessamento de veias devido a presença de Dirofilaria. 
 
7. ÍNDICE DE CONTAMINAÇÃO DAS PASTAGENS 
o Método de Baermann 
Coleta de larvas L1, L2 e L3. 
 
 OVOS 
 A maior parte dos ovos de Nematoda sai na forma de mórula e possui casca fina. Exemplo: Superfamília 
Strongyloidea (temperatura/umidade/[O2] adequados  ovo larvado). 
 
 Ruminantes Equinos 
 
 Ancylostoma é o único que possui a conformação de casca fina e forma de módula em humanos, cães e gatos. 
 
 A obtenção de diagnóstico para ruminantes é mais difícil. Por isso, além do OPG deve-se realizar a coprocultura 
para obtenção de larvas L3 e diagnóstico de gênero. Deve-se correlacionar a coprocultura com o OPG e, além 
disso, após estes procedimentos, deve-se realizar o Método de Baermann para recuperar a larva L3; 
 Suíno: Oesophagostomum é o único com essa conformação (casca fina em forma de mórula). 
OBS.: A análise deve ser feita em tempo hábil, pois a larva pode confundir a identificação. 
 Ascarídeos: ovos com casca grossa. 
 
 Acanthocephala: zoonose transmitida por besouro; 
 Dipylidium: cestoda com proglotes ativas. Cães e gatos são os mais parasitados e devem estar infestados por 
pulga ou piolho. Ovos possuem conjunto de oncosferas em cápsulas ovígeras. 
 
 Anoplocephala: cestoda parasita de equinos; ovo assimétrico. 
 
 Fasciola hepática: ovo grande e operculado (forma miracídio). 
 
 Ruminantes Equinos 
 Oxyuris equi: ovo pequeno e operculado (forma miracídio). 
 
 Taenia: ovo possui embrião hexacanto (três pares de acúleos). É bem menor que o ovo de ascarídeo. 
 
 Homem Cães e gatos 
 Trichuris: ovo com forma de bola de futebol americano (oval) e bioperculado. 
 
 Ruminantes Homem Cães e gatos 
 
 Fertilidade 
o Ovos inférteis 
Ovos não larvados com casca bastante queratinizada que podem estar contaminados por fungo. 
o Ovos férteis 
 
 ASCARÍDEOS 
 Suínos: Áscaris suis; 
 Humanos: Áscaris lumbricoides. 
 
 Bovinos: Neoascaris vitulorum. 
 
 Equinos: Parascaris equorum. 
 
 Cães e gatos: Toxocara canis e cati. 
 
 
 
 Grau de infecção 
- Leve, moderado ou pesado; 
- Permite instituir o tratamento; 
- Quanto maior a contagem na infecção leve, menor a patogenicidade do parasita 
OBS.: Em ovinos e caprinos é esperada contagem maior devido as fezes serem mais concentradas, ao 
contrário dos bovinos. 
Exemplos: 
 Bovinos 
Contagem leve de Haemonchus: 200 ovos por grama de fezes; 
Contagem leve de Cooperia: 400 ovos por grama de fezes. 
 Ovinos 
Contagem leve de Haemonchus: 100-2.500 ovos por grama de fezes; 
Contagem leve de Cooperia: 10.000 ovos por grama de fezes. 
 
VERMINOSES DE RUMINANTES 
Controle de Helmintos em Ruminantes no Brasil, Lívio Costa Júnior e Alessandro F. T. Amarante. 
 Importantes perdas econômicas. 
 Normalmente a pasto ocorrem infecções mistas. 
 Moniezia: geralmente apatogênica em ruminantes. 
 Mais importantes: Nematodas (quando hospedeiro definitivo). 
 
 CICLO 
Rápido dentro do animal (L1  L2  L3). 
 Cooperia: 18 dias; 
 Haemonchus: 21 dias  Animal se reinfecta com a L3. 
Causam: apatia, emagrecimento, diarreia, hipoproteinemia, edemas (de barbela, anasarca). 
 
 Vetores 
Carrapatos (Boophilus microplus) e moscas (Haematobia irritans, Dermatobia hominis, Cochliomia hominivorax, 
Stomoxys calcitrans). 
 
o Intestino delgado e grosso 
Trichostrongylus colubriformis (clima temperado), Cooperia. Trichuris, Oesophagostomum, Ostertagia (hematófago, 
incidência baixa) e Moniezia. 
o Fígado 
Fasciola. 
o Abomaso 
Haemonchus; 
Trichostrongylus; 
Ostertagia. 
 
Gêneros mais prevalentes no sudeste do Brasil: 
 Cooperia (Intestino delgado); 
 Haemonchus (Abomaso) – hematófago, prevalência alta e grande resistência a anti-helmínticos; 
 Oesophagostomum (Intestino grosso – passagem no intestino delgado, onde se transforma em L4). 
 
OBS.: Existem dentro do plantel animais mais sensíveis  Geralmente, 10% dos animais possuem 90% da 
carga parasitária. 
 
 Haemonchus 
Hemoncose é uma doença que pode levar a choque por anemia severa, já que Haemonchus é hematófago. Esta 
verminose é um problema muito importante em cultura de pequenos ruminantes (mais sensíveis), talvez o maior em 
se tratando de enfermidades. No abomaso, parasita as células parietais (HCl) e principais (pepsinogênio), e depois 
migra para a luz do órgão, onde se transforma em verme adulto, mudando de sítio para realizar hematofagia 
(necessária para maturação de ovos pelas fêmeas e obtenção de O2) e gerando pontos hemorrágicos, além disso, 
produz substância anticoagulante em sua cavidade bucal. 
 
 IMPORTÂNCIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Prejuízo à fisiologia. 
 Sinais e sintomas 
 Má absorção, subnutrição, apatia, emagrecimento, diarreia, anemia, hipoproteinemia e queda de produção. 
 Causam reação inflamatória no abomaso, intestinos delgado e grosso, podendo levar a processos de fibrose e 
sangramento devido a penetração dos vermes, que causa ulcerações na parede dos órgãos. 
 Destruição das células parietais (HCl) e principais (pepsinogênio)  Aumento do pH, impedindo a transformação 
de pepsinogênio em pepsina, além de promover perda de albumina; 
 Afeta o intestino delgado aumentando os níveis de colecistoquinina (controla a secreção pancreática e contração 
da vesícula biliar)  Causa sensação de saciedade no animal, levando a anorexia (perda de apetite); 
 O intestino constantemente agredido devido a reinfecções pode sofrer fibrose, levando a má absorção; 
 Edema de barbela devido a deficiência de albumina e alteração da pressão oncótica. 
 
 Sintomatologia subclínica 
 A grande maioria das parasitologias são infecções subclínicas. 
 Animais não apresentam pelo seco e arrepiado, mal de carnes. 
 Também afetam economicamente o animal. Exemplo: animais que deveriam ir para o abate com 24 meses e 
passam a ir com 3-4 anos  Retardo da chegada a idade de abate por conta dos aspectos subclínicos. 
 Geralmente se tornam doença crônica e silenciosa. 
 
 ZOONOSES 
 Cisticercose 
o Taenia saginata 
Cisticercose em bovinos; 
Fêmea adulta se desenvolve no intestino do ser humano, por isso, para que o animal se contamine é preciso ingestão 
de ovos no ambiente. 
o Taenia solium 
Cisticercose em suínos. 
 Fasciola hepática (“baratinha do fígado”) 
Provoca fibrose hepática. 
 
 EXAMES COMPLEMENTARES 
OPG: visualização dos ovos de tricostrongilídeos; 
Hemograma: anemia regenerativa ou não e hipoproteinemia; 
Coprocultura (indireto) – associado ao OPG para identificação das larvas e diagnóstico em ruminantes. Misturar 
vermiculita ou carvão vegetal nas fezes  Temperatura (26ºC), umidade e O2 para favorecer o crescimento das larvas 
L3  Utilização do Método de Baermann (indireto) para identificação. 
OBS.: Para vermes pulmonares, a L1 sai diretamente nas fezes  Facilmente identificada  Baermann direto. 
 
Neoascaris: acomete animais jovens; 
Cooperia: menos patogênico que Haemonchus; 
Fasciola: não pega no método OPG com câmara de Macmaster devido a ser um método de flotação. 
 
 GRAU DE INFECÇÃO 
 A infecção deve ser mantida no nível leve  Carga parasitária em níveis baixos para não depreciar economicamente 
os animais e para que se tornem resistentes. Quando passa do mesmo, deve ser tratada (não se preconiza a 
erradicação devido à dificuldade).; 
 Ovinos e caprinos possuem contagens maiores do que em bovinos devido ao trato gastrointestinal menor e fezes 
mais concentradas. 
IMPORTANTE.: Os diferentes gêneros de helmintos possuem produção diária de ovos diferentes, por isso, só 
se opta pelo tratamento ou não apósa identificação do agente. 
 
 Ostertagia 
O fenômeno da hipobiose é comum no gênero Ostertagia  No período seco ocorre retardo do desenvolvimento e as 
larvas L4 ficam em baixo metabolismo nas células parietais ou principais. As larvas obtidas no período seco se 
transformam em nódulos esbranquiçados no abomaso, causando abomasite e não saem para se tornarem adultas no 
ambiente devido as condições climáticas desfavoráveis. 
 
 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS 
o Temperatura e umidade: 
 Temperatura ideal entre 18 e 26ºC – temperaturas baixas retardam o desenvolvimento de ovos e larvas; 
 Chuvas intensas propiciam a migração de grande número de larvas para a pastagem (ocorre repovoamento) – ideal: 
50mm3/mês (maior retarda o desenvolvimento das larvas); 
 Mesmo após as secas prolongadas o pasto pode repentinamente servir como fonte de intensa infecção para os 
animais (larvas resistem à dessecação, bolos fecais acumulados); 
 Nos hospedeiros pode ocorrer hipobiose; 
 Relevo – regiões mais baixas têm o desenvolvimento de ovos favorecido devido ao acúmulo de água; 
 Currais sujos; 
OBS.: Transmissão por via percutânea (Strongyloides)  Importante principalmente em plantéis leiteiros (alta 
susceptibilidade). Bastante imunogênico. 
 Superlotação – ruminantes são seletivos, ou seja, não gostam de comer onde defecam; 
OBS.: Muito presente em planteis de ovinos e caprinos. 
 Final da gestação e lactação  Susceptibilidade à parasitose (fenômeno chamado de Periparto) muito 
correlacionado com o aumento de prolactina; 
OBS.: Vermifugação pós-parto é preconizada em ruminantes. 
 Desmama – se recomenda a vermifugação devido ao estresse (baixa imunidade); 
 Resistência aos fármacos; 
 Idade – animais jovens mais sensíveis do que adultos; 
 Curso natural – exame parasitológico para identificar os picos de parasitose de acordo com a idade. 
 
 Curso natural 
 1-2 meses: pico de Strongyloides papillosus; 
 2-3 meses: pico de Neoascaris vitulorum. 
OBS.: Ocorre transmissão transplacentária e transmamária. Presentes principalmente em plantéis leiteiros. 
o Santa Catarina 
Trichostrongylus, Cooperia, Haemonchus  11-12 meses. 
o Minas Gerais 
Cooperia, Oesophagostomum, Haemonchus, Trichostrongylus  10-16 meses. 
o São Paulo 
Cooperia, Oesophagostomum, Haemonchus, Trichostrongylus  8-14 meses. 
OBS.: A mensuração de carga parasitária no pasto não costuma ser feita na rotina, apenas a pesquisa por ovos 
e larvas nas fezes dos animais. 
 
o Bovinos 
 A partir de 24 meses os animais bovinos são resistentes a verminoses, ou seja, apenas animais em 
crescimento (bezerros, garrotes e novilhas) são susceptíveis e devem ser vermifugados para controle 
estratégico no plantel. Para animais adultos, deve-se manter apenas 1 vermifugação por ano, no pós-parto de 
vacas. 
 Raças europeias são mais susceptíveis do que as zebuínas. 
o Ovinos e Caprinos 
 Ovinos e caprinos devem ser vermifugados para o resto da vida devido a serem mais sensíveis (resistência parcial 
nos adultos). 
 Scottish Blackface, Gulf Coast Native, Florida Native, St. Croix, Barbados Blackbelly e Red Maasai  Mais 
resistentes. 
 Brasil: Crioula Lanada e Santa Inês  Mais resistentes. 
 
 CONTROLE ESTRATÉGICO 
 Para se aplicar, deve-se identificar um dado epidemiológico: o trimestre mais seco do ano na região (precipitações 
menores que 50mm3/mês) para saber quando há desenvolvimento dos parasitas; 
 Na maior parte do Brasil (Sudeste, Centro-Oeste, parte do Nordeste, Sul e Norte) os meses mais secos são Junho, 
Julho e Agosto. No Nordeste são Outubro, Novembro e Dezembro  Não favorecem o desenvolvimento de ovo e 
larva. 
 As pastagens possuem menor carga no período seco. Já no animal esse é o período em que a carga é maior, pois 
o agente prolonga seu período no animal, já que o meio ambiente não está em condições ideais para o seu 
desenvolvimento. Por isso, deve-se vermifugar os animais no período seco (início, meio e fim do trimestre seco). 
 
 
 CONTROLE DE HELMINTOS 
 Quimioterápicos; 
 Controladores naturais de ovo e larva; 
 Vacina; 
 Medidas de manejo: evitar superlotação e pasto contaminado; 
 Animais resistentes. 
o Tático (epidemiológico) 
 Final da gestação e lactação: susceptibilidade à parasitose (fenômeno periparto); 
 Desmama; 
 Mudança de pasto; 
 Novo pasto; 
 1 mês após o nascimento; 
 Novos animais; 
 Clínico. 
o Estratégico 
 Feito de acordo com a idade; 
 Ovinos e caprinos: manter o tratamento estratégico até o fim da idade de produção. 
 
Controle 
 Nutrição; 
 OPG periódico – para monitoramento do controle, é recomendado 1 vez ao ano; 
 Pastejo rotacionado com alternância de princípios de vermífugos – em ovinos e caprinos, essa alternância 
deve ser realizada anualmente, pois os animais são mais sensíveis e os vermífugos mais resistentes; já nos bovinos 
deve-se rotacionar a cada 3-4 anos, pois são mais resistentes aos vermífugos; 
 Coprocultura; 
 Evitar superlotação – pois acelera o processo de resistência; 
 BARVEVAC (vacina) – para Haemonchus: 3 doses com intervalo de 21 dias  Proteção de 70%. 
 
 TRATAMENTO 
É difícil ter total controle, pois cada base é focada em determinada molécula. 
 Bases 
Closantel: fasciolicida; 
Closalbectin (Ivermectina, Albendazole, Levamisol, Closantel, Selênio e Cobalto): coquetel de drogas para evitar 
possíveis resistências (um funciona caso o outro não); 
OBS.: Selênio e cobalto para reposição, já que o animal perde devido as verminoses. 
Lactonas macrocíclicas (Ivermectina, Abamectina, Doramectina, Moxidectina e Eprinomectina) são endectocidas; 
OBS.: Eprinomectin não deve ser usado para vermifugar vacas no pós-parto, pois as lactonas macrocíclicas 
saem no leite e o período de carência é longo  Recomenda-se Levamisol (Ripercol) e Benzimidazol 
(Febendazole e Albendazole). Além disso, todo anti-helmíntico é cancerígeno. 
 
 Resistência de bases anti-helmínticas 
Monepantel; 
Ivermectina (extraída a partir de fungos presentes no solo). 
OBS.: Os vermífugos que abrangem várias bases não são bons, pois atingem resistência muito rápido. 
 
 Rotação de vermífugos 
Desejada em ovinos e caprinos: 
1º ano (Benzimidazol), 2º ano (Levamisol), 3º ano (Lactona macrocíclica), 4º ano (Monepantel), 5º ano (retornar com o 
Benzimidazol). 
 
 Bioverm 
Controla ovo e larva no meio ambiente antes de infectarem o animal. Afeta cepas de ovos e larvas resistentes, através 
de um fungo isolado naturalmente no ambiente; 
Clamidósporos (esporos de resistência) saem nas fezes dos animais e se mantém no ambiente. 
 
COMPLEXO TENÍASE-CISTICERCOSE 
Na inspeção animal em frigoríficos, os cisticercos são identificados e um destino adequado deve ser dado à carcaça; 
Cisto (contém cisticerco) ingerido desenvolve formas adultas de Taenia no intestino. 
 Taenia saginata 
Desenvolve cisticerco em bovino. 
 Taenia solium 
Homem é hospedeiro completo  Teníase; 
Suínos  Cisticercose. 
o Controle 
Tratamento pelo frio: congelar a carne para matar cisticerco. 
o Tratamento na carne 
Sulfóxido de Albendazole (Ricovet, Ricobendazole). 
OBS.: Não costuma ser feito, pois mesmo que os cistos estejam calcificados a carcaça é descartada pelo 
frigorífico  Produtos perde 2x. 
 
STEPHANOFILARIA 
 É veiculado por moscas e afeta tecido subcutâneo, principalmente do úbere de vacas (mastite); 
 Afeta principalmente gado leiteiro, onde não é recomendado o tratamento com lactonas macrocíclicas, pois saem 
no leite  Únicas eficazes contra o agente. Benzimidazol e Albendazole não agem contra.

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