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LABORATÓRIO CLÍNICO VETERINÁRIO: INTRODUÇÃO A PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA; HEMATOLOGIA; PRÁTICAS (ESFREGAÇO SANGUÍNEO, HEMATÓCRITO E PROTEÍNA; CONTAGEM DIFERENCIAL DE LEUCÓCITOS; CASOS CLÍNICOS)

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INTRODUÇÃO A PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA 
 
O cargo chefe da Patologia é o hemograma, porém, não é comum fechar diagnósticos apenas com a realização dele. 
Pontos mais importantes: 
 Saber quais exames indicar para cada situação; 
 Saber fazer os exames indicados; 
 Saber interpretar os resultados dos exames (ppt). 
 
 INTRODUÇÃO 
 FUNÇÕES DO HEMOGRAMA 
o Avaliação geral 
o Auxílio diagnóstico 
- Clínico; 
- Cirúrgico; 
- Reprodução; 
- Produção etc. 
o Prognóstico 
Principal função do exame laboratorial. 
OBS.: Anamnese: dados obtidos sobre o animal a partir de perguntas feitas ao proprietário que auxiliam o 
prognóstico, pois conhece-se mais sobre o estado do animal. 
 
 Exemplo caso clínico: 
Animal com líquido abdominal de aspecto de conteúdo gástrico e cheiro de xixi. A partir do exame laboratorial, pensou-
se ser um caso de atropelamento. Real causa: úlcera gástrica e aumento da [ ] de compostos nitrogenados na 
circulação devido ao uso de AINE (Diclofenaco), que reduz a produção de muco citoprotetor e aumenta a secreção de 
ácido clorídrico, além de promover vasoconstrição e diminuir a filtração glomerular, causando azotemia (alta 
concentração de compostos nitrogenados no sangue). 
 
“Aquele que depende totalmente do laboratório para fazer seu diagnóstico é provavelmente inexperiente; aquele que 
diz que não depende do laboratório é desinformado. Em ambos os casos, o paciente corre perigo.” 
OBS.: A interpretação de todos os dados começa na coleta, por isso, a mesma deve ser bem-feita para iniciar 
o tratamento o mais rápido possível. 
 
 COLETA DE AMOSTRAS BIOLÓGICAS 
Situações de estresse são comuns, mas deve-se diferenciar o estresse de coleta (luta ou fuga: liberação de adrenalina) 
do estresse biológico/verdadeiro (liberação de cortisol). 
Importante: para ruminantes deve-se ter cuidado para não encostar o tubo no gelo durante o transporte da amostra, 
pois as hemácias possuem maior fragilidade osmótica, podendo romper com maior facilidade. 
 
 TUBOS 
Cada tubo possui uma cor de tampa diferente, indicando conteúdo específico para diferentes exames. 
o Tampa roxa 
 Mais utilizado para fazer hemograma ([ ] de EDTA 10%); 
 EDTA: anticoagulante mais utilizado no laboratório, pois tem a função de quelar Ca+2 (cofator na cascata de 
coagulação), impedindo sua ação na cascata. 
IMPORTANTE: Por ser bacteriostático, não deve ser usado para realização de cultura, principalmente de parasitas de 
membrana celular, como a Babesia, pois separaria o parasita da membrana, impedindo sua visualização. Porém, pode 
ser usado para parasitas intracelulares. 
 Tubos de diferentes tamanhos possuem quantidades de anticoagulante para diferentes volumes de sangue  
Adulto, (4 mL de sangue), pediátrico (2 mL de sangue) e neonatal (0,5 mL de sangue); 
 Preserva a amostra por até 24h e tem a função de preservar a celularidade. 
OBS.: Quando se utiliza um tubo maior, por exemplo de 4 mL, para coletar volumes de sangue menores, o 
EDTA não irá conseguir coagular o mesmo, pois sua [ ] no tudo ainda será muito menor que a de sangue (10% 
para 4 mL), já que o mesmo é espalhado em forma de gotículas de spray. Porém, nesses casos, o EDTA pode 
interferir no exame laboratorial, causando alterações na morfologia nas células, já que é um sal. Um exemplo 
de alteração causada é criar aspecto de inflamação onde não há. 
 
o Tampa azul 
Citrato de sódio em [ ] de 3,2 a 3,8%  Inibidor reversível de Ca+2 usado para avaliar as vias intrínseca e extrínseca 
da cascata de coagulação, ou seja, para realização de coagulograma (exame pré-cirúrgico) a partir da obtenção de 
plasma citratado. 
OBS.: Como é reversível, a adição de cloreto de cálcio no tubo promove a coagulação do sangue. 
 
 
 
o Tampa cinza 
Fluoreto de sódio e EDTA. O fluoreto é o principal elemento e funciona como inibir glicolítico, inibindo a glicólise, por 
isso, é ideal para dosar os níveis de glicose (glicemia) e lactato, que será produzido como produto final devido a inibição 
da glicólise, a partir da obtenção de plasma fluoretado. 
 
o Tampa verde 
Heparina: anticoagulante antagonista da trombina, impede a transformação de fibrinogênio em fibrina. Usado também 
para hemograma, porém, mantém a amostra preservada por menor tempo (apenas 8h) em comparação com o EDTA. 
Além disso, interfere na coloração das células, por isso, é muito utilizada para identificação de compostos bioquímicos 
no plasma. 
 
o Tampa vermelha 
 Substância ativadora de coagulação: usado para obter soro, porém o mesmo se perde no coágulo formado com 
o tempo; 
 Utilizado para fazer cultura quando se pesquisa a presença de parasitas. 
OBS.: Antes esse tipo de tubo não possuía nenhuma substância, porém, como agora possui, é necessário 
homogeneizar a amostra. 
 
o Tampa amarela (faixa vermelha na tampa) 
É uma variação do de tampa vermelha, porém, possui gel de densidade intermediária entre o coágulo e o plasma, que 
após a centrifugação separa as duas frações  Permite a coleta do plasma e é ideal para coletas a campo. 
 
o Tampa branca 
Não possui nenhum composto, por isso, pode ser usado como o de tampa vermelha, já que o sangue irá coagular com 
o tempo. 
 
o Tubo cônico 
Coleta de urina, pois durante a urinálise auxilia a [ ] das células no fundo. 
 
o Coletor universal 
Fezes e urina. 
 
 AUXÍLIO NO LABORATÓRIO CLÍNICO 
 Exemplo Piometra 
Produção de pus  Neutrófilos degenerados  Chegaram através da circulação  Produzidos na medula óssea  
Grande atividade da medula  Grande produção de imunocomplexos  Compostos insolúveis que se acumulam nos 
tecidos  Provável doença renal devido ao acúmulo de imunocomplexos nos capilares glomerulares. 
 
 Exemplo Carina 
Cadela neonato (23 dias) com acúmulo de líquido de aspecto serosanguinolento na cavidade peritoneal. Devido a 
composição do líquido, não era indicado retirar tudo, pois a retirada das proteínas presentes causaria maior acúmulo 
de líquido, por isso, retirou-se uma amostra com o tudo de tampa roxa, já que o EDTA também preserva a celularidade. 
No primeiro exame, o animal possuía contagem de leucócitos de 98.000, enquanto o normal é de 6.000 a 17.000 e 
valores maiores indicam inflamação ou infecção. Além disso, na avaliação do líquido peritoneal, observou-se mitoses 
anormais de leucócitos, indicativo de leucemia. Como os valores e a situação do animal indicavam apenas inflamação, 
optou-se por esperar. Se o quadro fosse infeccioso ou evoluísse, seria necessário agir rápido. 
Ao se repetir o exame, a contagem de leucócitos passou para 179.000 e observou-se macrófagos fagocitando 
hemácias (eritrofagocitose) e núcleos de leucócitos na avaliação do líquido peritoneal, quadro normal em quadros de 
hemorragia crônica, o que não era o caso! 
Por fim, tratou-se o animal com terapia anti-inflamatória inespecífica e o mesmo respondeu bem. 
 
HEMATOLOGIA 
Conceito: estudo do sangue. 
OBS.: Hemograma é indicado em todos os casos. 
Exemplo: após 72h da vacinação, o cão entra em quadro de imunossupressão devido a resposta antigênica voltada 
para os agentes presentes na vacina, por isso, se o animal tiver algum agente incubado em seu sistema, nesse 
momento ele irá se ativar novamente e iniciar sua multiplicação. Por isso, a realização de hemograma em animais 
retirados da rua ou comprados de canis antes da primeira vacinação evitaria que eles desenvolvessem uma possível 
doença, já que se teria ideia do quadro. 
 
 Elementos celulares ou figurados do sangue: 
1) Eritrócitos, glóbulos vermelhos ou hemácias; 
2) Glóbulos brancos ou leucócitos; 
3) Trombócitos ou plaquetas. 
OBS.: Esses sãos os únicos componentes que podem ser observados, os outros estão dissolvidos no plasma. 
 
Funções: transporte de O2 para os tecidos do corpo, manutenção e reparo de vasos sanguíneos e ação imunológica 
(repelir agentes estranhos). 
 
 
 ERITROGRAMA 
 INTRODUÇÃO 
Divisão didática: 
1) Fisiologia dos Eritrócitos; 
2) Eritrograma – Princípios e Métodos Analíticos; 
3) Anemias e Policitemias; 
4)Grupos Sanguíneos. 
 
 ERITRÓCITOS 
“Bolsas flexíveis de hemoglobina na forma de disco bicôncavos”  Hemoglobina como carreadora (proteína do 
sangue): transporte de O2/CO2 entre tecidos e pulmões. OBS.: A hemoglobina é a proteína com maior [ ] no sangue 
(11-12 por dl), mas é exclusivamente intraeritrocitária, já que fora da hemácia é nefrotóxica, predispondo IR 
aguda. Já a albumina é a proteína mais abundante no plasma sanguíneo. 
ERITRON: 
“Órgão do corpo tecnicamente classificado como tecido conectivo, que compreende todas as hemácias mais o tecido 
produtor de hemácias (medula óssea).” 
 
o Função das hemácias 
Conforme amadurecem, os eritrócitos ganham capacidade de deformabilidade e flexibilidade: apesar de serem maiores 
do que alguns capilares (sinusóides), conseguem passar por suas aberturas. 
 
o Tamanho das hemácias 
Apesar de serem bicôncavas, o tamanho varia entre as diferentes espécies: 
Homem: 9 µm; 
Cão: 8 µm; 
Gato: 7 µm; 
Ruminantes (bovinos e caprinos): 3 µm (menor); 
Répteis e aves: 25 µm  Possuem o tamanho de um leucócito, além de serem ovais e nucleadas em todas as fases 
de desenvolvimento. Regeneração: reticulócitos. 
 
 HEMOGLOBINA 
 Heme + globina = Hemoglobina (molécula tetrâmera); 
 A fração heme é sintetizada de forma unidirecional e irreversível – ou seja, só é utilizada para carrear O2; 
 Porfirinas e seus percursores servem de intermediários da síntese da fração heme; 
 O controle da síntese é feito através de feedback negativo (concentração dentro da hemácia) – Exemplo.: Anemia 
= Diminuição do número de hemácias = Menor transporte de O2  Estimula a maior produção de hemoglobina. 
 
IMPORTANTE 
A hipóxia produzida pelo menor número de hemácias é percebida no aparelho justaglomerular (conjunto de células 
especializadas localizadas na parede das arteríolas aferente e eferente) dos rins, onde haverá produção de 
eritropoetina. O sistema renina-angiotensina-aldosterona também é ativado e sua função é manter a volemia para dar 
tempo suficiente para que a medula óssea consiga repor o número de hemácias. 
Além disso, é necessário que haja suprimento adequado de nutrientes necessários para a formação das hemácias, 
como ferro; cobre e cobalto (ruminantes); e vitaminas B9 e B12 (importantes para maturação e divisão celular). A falta 
dessas substâncias leva a produção de hemácias ineficientes, o que mantém o quadro de hipóxia. 
Exemplo.: Na anemia ferropriva o número de hemácias se mantém normal, porém, as mesmas possuem tamanho 
reduzido e menor capacidade de transporte de O2, pois a hemoglobina precisa de Fe para formar toda a sua cadeia de 
transporte e, nesse caso, não consegue. 
 
 ERITROPOIESE 
 Produção de hemácias; 
 Processo extravascular, que ocorre na medula óssea (MO); 
 A medula óssea é dividida em: Vermelha (hematopoiética) x Branca/Amarela (gordurosa). 
 
IMPORTANTE.: 
Nos animais jovens ocorre expansão da medula óssea vermelha e retração da medula óssea branca/amarela, por isso, 
estes produzem menos hemácias que um animal adulto, porém, como a medula ainda está expandindo, esse número 
tende a aumentar. Já nos animais velhos ocorre expansão (substituição) da medula óssea branca/amarela, por isso, 
estes animais também possuem menos hemácias que um animal adulto e esse número tende a diminuir. É importante 
estabelecer valores de referência de acordo com a faixa etária. 
São necessários 2 estímulos para a produção de hemácias: 
 Regulação hormonal (Eritropoietina – EPO, EP); 
 Suprimento adequado de proteína, ferro, cobre, cobalto e certas vitaminas. 
 
 MEDULA ÓSSEA 
 Células pluripotentes ou tronco, que quando sofrem estímulo se transformam em Unidade Formadora de Colônia 
(CFU), capaz de formar uma colônia de células; 
 A célula tronco se diferencia em linhagens celulares diferentes, que dão origem a diferentes tipos de células; 
 A unidade formadora de colônia inicia um processo de mitoses sucessivas, que leva a maturação das células 
conhecidas como reticulócitos. 
 
o Estágios da mitose 
1. CFU-E 
2. Mitose Rubriblasto  Início do Pool de proliferação. 
3. Mitose Pro-rubrícito 
4. Mitose Rubrícito Basofílico 
5. Mitose Rubrícito Policromático 
6. Mitose Metarrubrícito  Mitose (Pool de proliferação) cessa e a partir daqui só ocorre o amadurecimento das 
células (Pool de maturação). 
7. Mitose Reticulócito 
OBS.: TODAS AS CÉLULAS DOS ESTÁGIOS ANTERIORES AO METARRUBRÍCITO POSSUEM NÚCLEO. 
 
o Sequência de maturação 
Quanto mais jovem a célula, maior ela é e possui coloração mais basofílica no citoplasma, além de cromatina 
descondensada. Isso quer dizer que a célula mais velha é menor, adquire coloração mais acidófila no citoplasma e 
cromatina condensada. 
 
 Reticulócito 
O processo de perda do núcleo do metarrubrícito libera fragmentos/grânulos chamados de retículos (célula reticulada). 
Quanto maior a quantidade desses na circulação, maiores são os indícios de que a medula está respondendo a anemia, 
por isso, é um critério usado para classificar a anemia  Anemia com células jovens em [ ] maior que o normal: 
prognóstico bom. Porém, o reticulócito possui 60% da capacidade de O2. Isso significa que mesmo na condição de 
responsividade da anemia (produção de células jovens), há uma capacidade menor de transporte de O2 pelo 
organismo. O normal para animais adultos é ter 0-1% de reticulócitos na circulação. 
 
o Controle humoral 
 
 
o Compartimentos da Medula óssea 
Pico do triângulo: células blásticas (rubriblasto) em menor [ ]; 
Meio do triângulo: pico de mitose  compartimento de proliferação ou multiplicação (pro-rubrícito, rubrícito basofílico, 
rubrícito policromático); 
Base do triângulo: compartimento de armazenamento ou maturação (metarrubrícito, reticulócito e hemácia adulta)  
maior [ ] de células. 
 
o Tempo de vida das hemácias 
Humanos: 90 dias; 
Cão: 110-120 dias; 
Gato: 70 dias; 
Cavalos: 145 dias; 
Ruminantes: 150-160 dias. 
Após esse tempo, a hemácia sofre um processo fisiológico de destruição das hemácias chamado de 
hemocaterese. 
OBS.: A DIFERENÇA DE TEMPO DE VIDA ESTÁ ASSOCIADA COM A SUPERFÍCIE CORPÓREA DO ANIMAL. 
 
Exemplo.: 
Em um atropelamento 
Quem se recupera mais rápido? O gato, pois as células se renovam mais rapidamente. 
Quem vai sofrer mais? O gato, pois as células jovens (reticulócitos) que serão produzidas mais rapidamente pela 
medula óssea não são hemácias prontas e possuem apenas 60% da capacidade de transporte de O2 de uma hemácia 
adulta. No processo inicial esse animal sofre mais com hipóxia, enquanto o cão manterá maior número de hemácias 
adultas. 
IMPORTANTE.: 
Recém-nascidos possuem anisocitose (diferença de tamanho) e policromasia (diferença de cor) das hemácias, por 
isso, se os valores de seus exames foram comparados com os valores referência de adultos, sempre estarão com 
anemia. 
 
 HEMOCATERESE 
Ocorre em baço, fígado e medula óssea; 
É possível observar figuras de eritrofagocitose, processo normal em quantidade mínima. Quando se observa as 
mesmas na circulação (esfregaço sanguíneo) é perigoso, pode indicar alguma alteração na superfície da hemácia 
(muito comum em situações autoimunes). 
 
 VOLUME TOTAL DE SANGUE 
Relacionado ao peso do animal (em média 7-11% do peso vivo). 
o Valores absolutos: 
Cães: 77-78mL/kg (8-9%); 
Gato: 62-68mL/kg (6-7%); 
Cavalos: 62-110mL/kg (6-11%); 
Ruminantes: 66-77mL/kg (6-8%). 
OBS.: IMPORTANTE SABER PARA TER IDEIA DE QUANTO SE PODE TIRAR DO ANIMAL PARA REALIZAÇÃO 
DE EXAMES E DE QUANDO O ANIMAL PRECISARÁ RECEBER SANGUE. 
 
 COLETA 
Coleta segura: ~20% do volume de sangue; 
Choque: 60-70% do volume. 
Exemplo.: Cão de 10kg (~800mL de sangue)  Coleta de 20% de sangue (160mL)  Equivale a 53 tubos com EDTA 
de 3mL. Esse animal pode ser usado para coleta de sangue visando transfusão sanguínea, porém a quantidade de 
sangue não deve ultrapassar o valor indicado. Se a quantidade passar (30 ou 40%), há 50% do animal entrar em 
choque. 
OBS.: Na literatura o animal precisa ter no mínimo 30kg para doar sangue. Porém,esse valor é indicado para 
colher uma bolsa de 450mL. 
 
 NO LABORATÓRIO 
 ERITROGRAMA 
Avaliação Quantitativa x Qualitativa. 
Padrão do eritrograma: 
 Contagem de eritrócitos; 
 Hemoglobina; 
 Hematócrito; 
Índices hematimétricos (VCM, HCM e CHCM) – importantes para a classificação das anemias (responsivas ou não). 
OBS.: Os mais usados são o VCM e CHCM. 
Ocasionalmente: 
 RDW; 
 Reticulócitos. 
 
 HEMATÓCRITO 
Método do micro-hematócrito (centrifugação); 
Automação (Cálculo VCM invertido). 
Vantagens e desvantagens: 
 Mensuração da PTN plasmática; 
 Se existe anemia e/ou qual o grau; 
 Estimativa dos leucócitos. 
 
 CONTAGEM DE ERITRÓCITOS 
o Manual 
Câmara de Neubauer: margem de erro de até 20%. 
o Técnicas semi-automatizadas 
Uma máquina centrifuga e outra conta. 
o Técnicas automatizadas 
Máquinas automatizadas que utilizam impedância ou dispersão por luz; 
Diminuição da margem de erro; 
É necessário ajustar os parâmetros para as diferentes espécies; 
Importante fazer a revisão no esfregaço sanguíneo – correção de possíveis erros da máquina devido a contagem feita 
a partir do tamanho (sombra) das células. 
 
O QUE É MELHOR? 
Depende da experiência do analisador e da calibragem da máquina. 
IMPORTANTE.: 
É feita de forma diferente na máquina, onde não há centrifugação e o sangue diluído passa por um conjunto de 
mangueiras que por meio de impedância elétrica diminuem a velocidade de passagem e o levam para uma câmara de 
contato com um feixe de luz, meio pelo qual as células passam e são contadas. Além disso, a sombra formada é 
armazenada e serve para diferenciar as células e a [ ] de cada grupo. A partir dessa contagem, a máquina realiza os 
índices hematimétricos. 
Em animais normais, a diferenciação das células ocorre sem maiores complicações, porém, em animais muito 
anêmicos, sempre é bom realizar a contagem manual para fazer uma comparação, pois a medula responsiva estará 
liberando células jovens que podem estar na circulação no momento do exame (metarrubrícito e reticulócitos) e podem 
ser confundidos com outras células maiores presentes no sangue (leucócitos), alterando os valores dos índices e 
atrapalhando o diagnóstico do animal (pode ser confundindo com Leucocitose). 
 
 ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS 
Gerados a partir do hematócrito e contagem de hemácias 
o VCM (Volume Celular Médio) 
𝑽𝑪𝑴 =
𝑯𝒕 𝒙 𝟏𝟎
𝒏º 𝒅𝒆 𝒉𝒆𝒎á𝒄𝒊𝒂𝒔
 
 
Estipula o tamanho médio das hemácias: 
 Baixo: predomínio de hemácias jovens na circulação (anemia regenerativa); 
 Normal: hemácias de tamanho normal (adultas); 
 Alto: predomínio de hemácias velhas (falta de ferro, vitaminas e cobre). 
 
Em animais anêmicos, permite saber se a medula óssea está produzindo hemácias jovens ou não: 
VCM aumentado: medula óssea produzindo células jovens  Anemia regenerativa; 
VCM normal: medula óssea não está produzindo células jovens e o tamanho médio das hemácias é o tamanho médio 
das hemácias adultas  Anemia não-regenerativa. 
 
IMPORTANTE.: 
- A anemia regenerativa pode evoluir para cura ou anemia não-regenerativa  Nessas fases, o ideal é que se espere 
para realizar um novo exame; 
- A anemia não-regenerativa pode se alterar em qualquer momento, desde que se mude o tratamento. 
 
o HCM (Hemoglobina Celular Média) 
 
o CHCM (Concentração de Hemoglobina Celular Média) 
𝑪𝑯𝑪𝑴 = 
𝑯𝒃 𝒙 𝟏𝟎𝟎
𝑯𝒕
 
 
Parâmetro mais próximo do que o VCM: 
 Baixo: a [ ] de hemoglobina está menor, indicando deficiência de ferro ou reticulocitose (resposta regenerativa 
da medula óssea), ou seja, o VCM estará aumentado, já que o reticulócito possui menor capacidade de 
transporte de O2 que hemácias adultas; 
 Alto: a [ ] de hemoglobina dentro da hemácia está normal (padrão de hemácia adulta). 
 
Ou seja: 
 Animal normal (hemácias adultas na circulação): VCM normal e CHCM normal; 
 Animal com anemia regenerativa (reticulócitos na circulação): VCM aumentado e CHCM diminuído. 
 
o RDW 
Feito ocasionalmente, mede a amplitude da variação do tamanho das hemácias em percentual. Ou seja, mede a 
amplitude da anisocitose  Quanto maior a %, maior a variação de tamanho das células, indicando maior quantidade 
de reticulócitos no sangue, ajudando no diagnóstico de anemia regenerativa. 
 
o Contagem de reticulócitos 
Mais usado na prática. 
 
 Interpretação dos índices hematimétricos 
o VCM 
Anemia Macrocítica (elevado); 
Anemia Normocítica (normal); 
Anemia Microcítica (diminuído). 
o CHCM 
Anemia Normocrômica; 
Anemia Hipocrômica. 
OBS.: A classificação em Hipercrômica não ocorre, pois em nenhuma situação a hemácia pode ter mais que 
100% de capacidade de transporte de O2. Apesar disso, a condição ocorre, porém, não é clínica, mas sim 
analítica (ocorrência de hemólise). 
 
 CLASSIFICAÇÕES DAS ANEMIAS 
 Anemia macrocícita hipocrômica regenerativa 
 Anemia normocítica normocrômica não-regenerativa. 
 Anemia macrocícita normocrômica  Não se sabe se a anemia é regenerativa ou não, pois pode indicar a transição 
da anemia regenerativa para não-regenerativa ou cura  Repetir o exame. 
 
 Anemia hemolítica 
Grande [ ] de reticulócitos e hemácias em forma de Target-cell na circulação (oxidação e centralização da hemoglobina 
em formato de halo: só ocorre em anemia hemolítica)  Diferencia de deficiência de ferro (presença de hemácias 
pequenas) e hepatopatia severa (alteração nas enzimas hepáticas). 
 
Reticulócitos corados com Azul de Metileno. 
 
 Observações importantes 
o Cães 
Raças orientais (Chow chow e Akita): microcitose (VCM menor do que a média: hemácias menores do que a média); 
Poodle Toy e raças miniaturas: macrocitose (VCM maior do que a média). 
o Felinos 
Possuem dois tipos de reticulócitos: agregados e pontilhados; 
Permite um controle mais refinado. 
Utiliza-se essa característica para estabelecer em que momento a regeneração está ocorrendo: 
 Mais reticulócitos agregados: processo de maturação/regeneração ocorrendo; 
 Mais reticulócitos pontilhados: reticulócitos amadurecendo, mas não está ocorrendo multiplicação. 
OBS.: É necessário que haja um equilíbrio entre os dois. 
o Equinos 
Não liberam reticulócitos. 
 
 AVALIAÇÃO DAS HEMÁCIAS 
 Roleaux: normal em equinos e gatos., em cães indica inflamação; 
 Aglutinação: doença autoimune  Não é normal ver em nenhuma espécie. 
 Anisocitose: diferença de tamanho das células; 
 Policromasia: diferença de cor das células; 
 Poiquilocitose: alteração na forma das hemácias: esferócitos ou esquizócitos (células estranhas – ocorrem muito 
em caprinos)  Caracteriza algumas anemias; 
 Corpúsculos de Inclusão (Heinz): indicam quadros de intoxicação por samambaia (grandes) ou por cebola 
(pequenos); 
 Corpúsculos de Inclusão de Howell-Jolly: normal em algumas espécies ou pode indicar que a medula está 
trabalhando de forma acelerada para produzir hemácias em casos de anemia (no processo de perda do núcleo dos 
metarrubrícitos, os grânulos liberados se aglutinam, formando esse corpúsculo); 
 Parasitos: Babesia canis, Mycoplasma haemofelis. 
 
 ANEMIAS 
o Ocorre por 3 causas: 
 PERDA DE SANGUE (HEMORRAGIA) – atropelamento, hemoparasitose (epistaxe – sangramento nasal), 
petéquias, esquimose ou sufusão, hemoperitôneo, hemoartrose, hemotórax. Nem sempre o sangue vai estar 
evidente, como nos casos de urolitíase (cálculo renal), onde o animal libera pequenas quantidades de sangue na 
urina de forma intermitente, e infestação por carrapatos e pulgas, onde pode ocorrer anemia crônica. 
 DESTRUIÇÃO (HEMÓLISE) – 90% das vezes ocorre também icterícia, exceto quando a hemólise não é aguda ou 
intravascular (pode acontecer na medula óssea). Ocorre nos casos de infecção por Babesia (parasita comum devido 
a presença de infestação por carrapatos). 
 DIMINUIÇÃO DA PRODUÇÃO (MEDULA ÓSSEA) – pode ser transitória. 
 
IMPORTANTE.: 
 Identificar a causa para começar o direcionamento para o diagnóstico final; 
 Existem várias manifestações dessas 3 causas, por isso, quando se analisa um exame deve-se pensarem uma 
delas, mesmo que por exclusão; 
 A última coisa a se pensar quando se analisa um exame laboratorial é no diagnóstico. O mesmo deve ser pensado 
após mais exames no animal; 
 A causa mais comum/frequente é a diminuição da produção de hemácias, pois muitas vezes corre de maneira 
transitória. Por exemplo, a Anemia da Doença Inflamatória Crônica leva a diminuição da produção devido a 
inflamação, pois há aumento da produção de prostaglandina, que suprime o efeito da eritropoetina. Com isso, 
quando a hemocaterese ocorre de maneira fisiológica não há eritropoetina para estimular a reposição das hemácias 
perdidas (é considerada crônica porque as hemácias morrem e não são respostas). A Anemia da Doença 
Inflamatória Crônica é classificada como anemia normocítica, normocrômica e não-regenerativa. Muitas doenças 
que possuem causa infecciosa podem levar a inflamação (Babesiose, Erliquiose, Otite (quando se tenta melhorar a 
dor com situações paliativas), Gastrite etc.) ; 
 Animal que sofreu um atropelamento e perda de sangue: VCM, CHCM e VG absolutamente normais, porém entra 
em hipóxia (perdeu 20%) e ativa o sistema renina-angiotensina-aldosterona com o intuito de recuperar a volemia e, 
como joga água para dentro do vaso, o VG cai, VCM e CHCM se mantêm normais (a água dilui as células normais). 
Nesse caso, a anemia é classificada em anemia normocítica normocrômica não-regenerativa. 
Como jogar água para dentro do vaso restaura apenas a volemia, mas não diminui a hipóxia, no mesmo momento 
a eritropoetina também é sintetizada para estimular a produção de células pela medula óssea. Por isso, alguns dias 
depois, 2 a 3 dependendo da perda, pode haver liberação de reticulócitos e o VCM aumenta. A anemia passa a ser 
classificada como anemia macrocítica hipocrômica regenerativa. Caso o animal tenha uma infecção secundária 
(exemplo: Babesia incubada) demorará mais a responder, pois o quadro evoluirá para uma Anemia da Doença 
Inflamatória. 
 
o Podem ser classificadas de 2 formas: 
 Morfologia celular – macrocítica, normocítica ou microcítica; normocrômica ou hipocrômica; 
 Evolução – aguda ou crônica. 
 
 CLASSIFICAÇÕES 
Classificação morfológica: VCM e CHCM. 
o Anemias: 
 Macrocítica hipocrômica (características de reticulócitos): anemia regenerativa; 
 Normocítica normocrômica: anemia não regenerativa ou pré-regenerativa (pode passar a ser macrocítica 
normocrômica e macrocítica hipocrômica na repetição do exame); 
 Microcítica hipocrômica: deficiência de ferro. 
 
 
 POLICITEMIAS OU ERITROCITOSE 
Aumento da produção de glóbulos vermelhos; 
Para ser considerado eritrocitose o VG precisa estar mais alto que o limite máximo estipulado. 
o RELATIVA 
Tamanho do éritron não aumentado – não há eritropoiese. 
 Desidratação (proteína total aumentada) 
Proteína e hematócrito aumentados (perdeu água). 
IMPORTANTE: 
- Animal produzindo proteína (albumina e globulina) demais: quadros inflamatórios; 
- Se a proteína estiver aumentada e o VG baixo, quer dizer que o animal além de anêmico está desidratado  A 
reidratação pode deixar a proteína baixa e VG abaixa mais ainda; 
- Animal anêmico pode ter o VG normal  Sempre é necessário repetir o exame. 
 Concentração esplênica (proteína total inalterada) 
Proteína normal e hematócrito aumentado, ou seja, chegou hemácia na circulação. 
 
o ABSOLUTA 
Tamanho do éritron aumentado – eritropoiese aumentada. 
 Policitemia vera/primária 
Alteração medular primária idiopática (sem causa definida) onde o animal está produzindo hemácia e jogando na 
circulação. 
 Policitemia secundária 
Secundária a qualquer doença infecciosa ou neoplasia (exemplo: hemangiossarcoma ou neoplasia de baço, que pode 
estimular a produção de hemácias e alterar o mecanismo de feedback). 
 Estágios de maturação e proporção das células das séries eritróide 
 
 
 LEUCOPOESE 
A proliferação se inicia através de estímulo glicoproteico vindo de macrófagos: liberação de Granulopoetina, 
glicoproteína que estimula a diferenciação da célula tronco em leucócitos. 
 
 Cinética leucocitária 
 Leucócitos 
o Granulócitos 
Polimorfos nucleares: neutrófilo (coloração neutra), basófilo (coloração básica) e eosinófilo (coloração eosinofílica). 
o Agranulócitos 
Mononucleares: monócito e linfócito. 
 
 Produção e liberação dependem de 2 fatores: 
 Produção e maturação normal; 
 Utilização periférica das células. 
Exemplo.: 
Após a entrada de um agente patogênico, a primeira célula que entra em contato com o antígeno é o macrófago, 
que além de englobar e reconhecer o antígeno produz granulopoetina. A mesma é enviada para a medula óssea, que 
começa a produzir granulócitos. 
Paralelo a isso, o macrófago também reconhece e apresenta o antígeno para o Linfócito T help, célula que refina a 
resposta apresentando o antígeno para o Linfócito B, que inicia a produção de anticorpos. Os anticorpos funcionam 
como sinalizadores para os granulócitos, que quando chegam ao local onde os anticorpos estão degranulam 
substâncias (mediadores inflamatórios, substâncias vasoativas) que preparam o meio para a chegada de outras 
células. 
 
 Distribuição no sangue periférico: 
 Em circulação (circulantes); 
 Aderidos ao endotélio (marginais, que facilitam a migração tecidual). 
 
Os leucócitos que chegam à circulação se localizam em dois 
compartimentos/pool: um central e outro marginal. Objetivo da 
compartimentalização: células circulantes (pool central) são 
aspiradas para os exames laboratoriais (hemograma) e as marginais 
(pool marginal) fazem rolamento para quando o anticorpo sinalizar 
conseguirem fazer diapedese e migrar para o local da inflamação. 
Normalmente, a célula que migra para o tecido é a que está no 
compartimento marginal, por isso, o compartimento central serve para 
repor o marginal. Se os dois diminuírem a proporção de células da 
medula óssea precisa mandar mais. 
 
Proporção (células aderidas:células circulantes) em cães 1:1 e gatos 3:1. 
OBS.: Apesar disso, o valor encontrado no hemograma não muda entre as espécies, pois a proporção de 
células no pool central é a mesma. 
 
 Meia vida na circulação é curta: 10h  Indica que a maior demanda de produção da medula óssea é de 
leucócitos. 
 
 Não retornam dos tecidos e a maior perda nos animais saudáveis está relacionada aos tratos digestório e 
respiratório (migram para eles para controlar a microbiota); 
 Fatores quimiotáxicos: 
 Liberação de 8 a 10 vezes o número de células do pool circulante em 6-7 horas. Exemplo: um animal com 10 
mil leucócitos (número normal) pode chegar a 100 mil em 7 horas devido a quadro inflamatório grave: piometra, 
anemia hemolítica, abscesso, neoplasia. 
 Quando o reservatório não supre a demanda a medula responde em 2-3 dias ou mais liberando bastonetes 
(leucócitos jovens): indicativos de que o quadro inflamatório pode ser mais grave. 
 
 FISIOLOGIA DOS GRANULÓCITOS 
 NEUTRÓFILOS 
 Fagocitose de bactérias; 
 Reações inflamatórias e necrose tecidual; 
 Doenças imunomediadas. 
 São os primeiros a chegar no local da inflamação. Exceção: bovinos, que possuem a relação neutrófilos:linfócitos 
invertida e, por isso, quem chega primeiro são os linfócitos. 
 
 EOSINÓFILOS 
 Tem início a partir da degranulação de mastócitos e basófilos (sempre); 
 Fator quimiotáxico de eosinófilos da anafilaxia (FQE-A) – exemplo: liberação de histamina na degranulação; 
 Inativam outros fatores (histamina, leucotrienos, fator ativador de plaquetas) – os fatores que se ligam inativam os 
outros para que não ocorra resposta inflamatória exagerada. 
 
 BASÓFILOS 
 Acompanha os eosinófilos quando a inflamação é mais severa, porém, sempre possui participação discreta; 
 Histamina, heparina, FQE-A, fator ativador de plaquetas; 
 Não totalmente esclarecida; 
 Participa nas reações de hipersensibilidade mediada. 
 
 LINFÓCITOS 
Relacionados à atividade imunológica. 
o Linfócitos T 
 Imunidade mediada por células; 
 Rejeição a enxertos; 
 Hipersensibilidade tardia; Defesa contra organismos intracelulares. 
 Reconhecer antígeno  Processar  Enviar para o Linfócito B. 
o Linfócitos B 
Plasmócitos: produção de anticorpos. 
 
 MONÓCITOS 
 Migram para o tecido e se tornam macrófago; 
 Papel importante contra microrganismos intracelulares: fungos, vírus, algumas bactérias (Brucela e Micobactéria), 
processamento de antígenos para apresentação aos linfócitos. 
o Macrófagos 
 Remoção e processamento de restos celulares e debris; 
 Filtração de toxinas e bactérias do sangue. 
 
 INTERPRETAÇÃO DOS ACHADOS 
citose ou filia = aumento; penia = diminuição. 
1. NEUTRÓFILOS 
Meia vida na circulação: 7,4 horas; 
Após migração para os tecidos, permanecem por mais 24-48 horas; 
Posteriormente destruídos pelo SFM (Sistema Fagocítico Mononuclear – destruídos por macrófagos); 
 NEUTROFILIA 
Causas: 
 LEUCOCITOSE FISIOLÓGICA; 
 INDUÇÃO POR CORTICOIDES; 
 PROCESSO INFLAMATÓRIO (AGUDO OU CRÔNICO)  Hemólise, hemorragia e doenças imunomediadas e 
Síndrome paraneoplásica (destaque – causas comuns). 
o Função: 
Adesão (célula marginal)  Rolamento  Ativação  Diapedese/migração pelas células endoteliais. 
 
 LEUCOCITOSE FISIOLÓGICA (mediada por ADRENALINA): 
o Mais comum em filhotes 
o Moderada neutrofilia e linfocitose 
o Geralmente volta à normalidade em 30 minutos 
o Mediada pela epinefrina: 
Bloqueio da entrada de linfócitos nos tecidos linfoides; 
Demarginação neutrofílica. 
o Contagem total sem alterações: 
“Pseudoneutrofilia” – não é verdadeira, quando o animal se acalma as células voltam para o endotélio. 
 
 Estresse de coleta 
Termo usado de forma errada, pois o estresse que ocorre no momento da coleta é mediado por adrenalina (reação 
de luta ou fuga por parte do animal) e não por cortisol (estresse biológico). Independente disso, causa leucocitose 
fisiológica. 
A descarga adrenérgica gera contração de musculatura lisa, que promove vasoconstrição. Esta não ocorre de forma 
amena, mas sim a partir de chacoalhamento da parede do vaso fazendo com que as células do pool marginal, que 
estão aderidas ao endotélio, passem para o pool circulante, ou seja, causa demarginação. 
Devido a demarginação, a proporção de leucócitos (neutrófilos, monócitos, eosinófilos e basófilos) no exame 
laboratorial aumenta, gerando leucocitose transitória. A proporção de linfócitos também aumenta, mas devido a outro 
mecanismo: como <10% deles são produzidos na medula óssea e >90% em órgãos linfoides, eles vão para a circulação 
e voltam para o local de produção, recirculando, por isso, quando ocorre vasoconstrição os órgãos linfoides sofrem 
contração da musculatura lisa de sua parede e expulsam os linfócitos, além de também dificultar seu retorno, o que 
leva a linfocitose transitória. 
As características de produção dos linfócitos fazem com que sua meia vida seja maior, mantendo resposta 
duradoura. Além disso, a produção de cópias que possuem memória imunológica antes de morrerem também auxiliam 
a manter a resposta duradoura. 
Conclusão: ocorre leucocitose com neutrofilia (70%), monocitose (9%), linfocitose (20%) e eosinofilia e basofilia 
(1% - se tiver quantidades significativas). Importante: esse quadro é transitório e 20 minutos após a descarga 
adrenérgica o animal volta ao normal. 
Passa a ser um problema em animais como o gato, pois possui 3x mais células no pool marginal e a demarginação 
das células diminuirá o número de células responsáveis pelo processo de diapedese. 
IMPORTANTE.: 
Neutrófilos, eosinófilos e monócitos migram para tecidos em no máximo 10h, onde são eliminados. Já os linfócitos 
ficam recirculando, por isso, tem um tempo de vida maior (~ 1 semana). 
 
 LEUCOCITOSE INDUZIDA POR GLICOCORTICOIDES (LEUCOGRAMA DE ESTRESSE) 
Liberação de glicocorticoide endógeno: 
 Estresse severo – Exemplo: transporte de animais (no momento de entrar no caminhão, há descarga de 
adrenalina, porém, com o tempo começa a haver produção de cortisol devido ao estresse causado pelo tempo de 
transporte, superlotação etc.); 
 Hiperadrenocorticismo. 
OBS.: Na maioria das vezes é patológica e ocorre devido a desafios persistentes, mas precisa ser descartada 
em algumas situações adversas, como transporte (viagens longas), onde há influência de uma situação. 
 
IMPORTANTE.: 
Grande liberação de cortisol endógeno causa Leucocitose, mas a utilização de glicocorticoides 
imunossuprime. Por que isso ocorre? A resposta imune celular é diferente da resposta imune humoral. Apesar de 
ocorrer leucocitose, também ocorre linfopenia (cortisol faz linfólise), ou seja, menor quantidade de linfócitos que leva a 
redução da apresentação do antígeno e menor produção de anticorpos. Com isso, não há sinalização para os leucócitos 
que chegam ao local da inflamação agirem. 
 
Administração exógena: 
Variação entre 20.000 e 30.000/µl. 
Quadro clássico: 
 Leucocitose com Neutrofilia (demarginação + aumento da produção e liberação), Linfopenia (linfólise – destruição, 
sensibilização), Monocitose (demarginação + aumento da produção e liberação) e Eosinopenia (devido a sequestro 
esplênico). 
 Pode haver discreto desvio nuclear à esquerda regenerativo – devido a Neutrofilia com células jovens (número 
aumentado de bastonetes); 
 Início 4 a 8 horas pós administração; 
 Fim do quadro cerca de 24 horas após (pode durar 48 a 72 horas) – Como ocorre a mudança? A [ ] de neutrófilo 
volta ao normal antes, devido a meia vida menor e ao fato de que é muito mais fácil para as células que foram para 
o pool central voltarem para o marginal (aderindo ao endotélio) após a retirada do corticoide. Já os linfócitos 
precisarão se produzidos novamente pela medula óssea, o que leva de 2-3 dias. 
 Neutrofilia pode se resolver antes da linfopenia. 
 LEUCOCITOSE INFLAMATÓRIA 
Resposta do organismo a inflamação! 
o Inflamação aguda 
Estimulo rápido e intenso! 
 6 a 8 horas após o estímulo inflamatório; 
 Estimulação da medula óssea; 
 Entre 20.000 e 30.000/µl com desvio à esquerda (normal: 6 a 17 mil) – ocorre devido ao intenso estímulo causado 
pela produção e liberação de granulopoetina (“manda o que tiver pronto e o que não tiver também”) que leva a 
liberação de células jovens pela medula óssea, que é “pega de surpresa”; 
 Pode haver alterações tóxicas (neutrófilos tóxicos) – a medula óssea esgota ou possui demanda maior do que ela 
tem de reserva, por isso, quanto maior for a inflamação num curto espaço de tempo, a quantidade de granulopoetina 
que chega na medula é muito grande e estimula uma produção acelerada de células. Devido a isso, os neutrófilos 
produzidos terão alterações em sua morfologia (basofilia citoplasmática, grânulos evidentes, formação de 
corpúsculo devido a precipitação dos grânulos – Corpúsculo de Dohle). IMPORTANTE.: Essas alterações também 
podem ocorrer devido a problemas na coleta: quantidade de sangue desajustada para o tubo e maior 
quantidade de EDTA. 
 
o Inflamação crônica 
Estímulo frequente e em menor intensidade! 
 Leucocitose por neutrofilia; 
 Pode ou não haver desvio à esquerda (leve) – classicamente não se vê o desvio a esquerda, pois ocorre adaptação 
da medula óssea ao quadro inflamatório crônico e ao processo de produção. Porém, em alguns momentos pode 
não haver células de reserva para responder ao estímulo da granulopoetina. Ocorre reagludização: animal 
saudável  contato com o agente infeccioso  inflamação aguda  não consegue debelar  inflamação crônica 
 agente x hospedeiro  em algumas situações o agente ganha espaço no hospedeiro  reagludização. 
 Alterações no pool de proliferação, maturação e armazenamento da medula óssea. 
 
o Reação leucemóide 
 Termo “leucemóide” = processo benigno (quando comparado com a Leucemia) – usado para caracterizar as 
leucocitoses onde a contagem é superior a 50.000 células/µl; 
OBS.: Se ultrapassar 15.000 leucócitos deixa de ser uma reação leucemóide clássica e deve-se começar a 
pensar em malignidade. 
 Pode ou não haver alterações tóxicas – se a produção ocorrer de forma aguda; Raramente envolve alterações em linfócitos e eosinófilos; 
 Situações (geralmente processos supurativos): Piometra, Peritonite, Abscessos, AHIM (Anemia Hemolítica 
Imunomediada), Síndromes paraneoplásicas. 
 
 NEUTROPENIA 
Causas: 
Diminuição na produção pela medula óssea: 
 Parvovirose e Erliquiose (agente infeccioso atinge a medula óssea e diminui a produção); 
 Drogas (sulfa + trimetoprim, estrógenos ou Fenilbutazona). 
Sobrevivência reduzida pela grande demanda tecidual (aguda e maciça) – aumenta consumo; 
“Desvio à esquerda degenerativo” 
Passa a ser degenerativo quando o número de neutrófilos bastonetes supera a quantidade de neutrófilos segmentados 
 Prognóstico desfavorável: gatos, cães e equinos – no máximo 24h de sobrevivência, exceção: bovinos, onde é 
comum devido a possuir mais linfócitos do que neutrófilos, podendo representar apenas um quadro inflamatório; 
 Condição sistêmica desfavorável; 
 Alterações tóxicas. 
 
2. LINFÓCITOS 
 LINFOCITOSE OU LINFOPENIA 
Acontece com frequência e deve-se ter cuidado na interpretação, pois pode ser um quadro tranquilo ou muito grave. 
Causas: 
o De boa 
 Fisiológicas (comum em gatos) – estimulada por adrenalina; 
 Vacinal – inoculação de antígeno (Linfócito T help  Linfócito B  Anticorpos; 
 Atividade elevada da epinefrina. 
o Foda 
 Doença autoimune; 
 Linfossarcoma; 
 Hipoadrenocorticismo. 
OBS.: O cortisol também estimula a produção de uma isoenzima hepática chamada de fosfatase alcalina. Sua 
[ ] é usada para confirmar se a causa da linfocitose é o uso do corticoide ou não. 
o Indução por glicocorticoides 
 Estresse; 
 Hiperadrenocorticismo; 
 Exógeno. 
o Infecções virais 
 Cinomose; 
 AIE; 
 Panleucopenia felina; 
 Leucemia felina a vírus; 
 Coronavirose; 
 Parvovirose. 
 
3. MONÓCITOS 
 MONOCITOSE 
Em todas as causas de Monocitose vai se encontrar também Neutrofilia. 
Causas: 
o Inflamação e necrose tecidual; 
o Indução por glicocorticóides (cão); 
o Supuração (cavidades corpóreas); 
o Distúrbios granulomatosos; 
o Leucemia monocítica ou mielocítica; 
o Doenças parasitárias 
 Hepatozoon canis; 
 Pneumocystis carinii. 
OBS.: Monocitopenia não é um achado diagnóstico, pois uma pequena quantidade de monócitos já é o normal. 
Por isso, ter um pouco ou não ter nada é a mesma coisa. 
 
4. EOSINÓFILOS 
 EOSINOFILIA 
Causas: 
o Hipersensibilidade 
 Parasitismo em hospedeiros sensíveis – nem todo o agente parasitário causa eosinofilia, porque para que a 
mesma ocorra é necessário que se tenha lesão tecidual. Exemplos.: Ancylostoma caninum (lesão tecidual), 
carrapatos e pulgas (lesão tecidual), Dipylidium (não tem lesão tecidual, mas o animal pode ter lesão tecidual devido 
a infestação por pulga), Babesia (pode ter eosinofilia devido a infestação por carrapato); 
 Reações alérgicas. 
o Doenças eosinofílicas específicas 
 Enterocolite eosinofílica; 
 Granuloma eosinofílico (gatos); 
 Pneumonia eosinofílica (cães e gatos). 
o Neoplasias 
 Carcinomas; 
 Mastocitomas. 
 
 EOSINOPENIA 
 Indução por glicocorticoides: 
 Estresse; 
 Hiperadrenocorticismo; 
 Exógeno. 
 
5. BASÓFILOS 
 BASOFILIA 
 Dirofilaria (juntamente com eosinofilia); 
 Juntamente com a eosinofilia na hipersensibilidade; 
 Drogas (Penicilina e Heparina). 
OBS.: Basofilia não é um achado relevante, pois uma pequena quantidade de basófilos já é o normal. Por isso, 
ter um pouco ou não ter nada é a mesma coisa, mas pode ocorrer devido ao uso de corticoides. 
 
 ANORMALIDADES MORFOLÓGICAS ADQUIRIDAS 
Desvio a esquerda, Neutrófilo tóxico. 
1. NEUTRÓFILOS 
o Hipersegmentação 
Neutrófilo com muita segmentação = Neutrófilo mais velho. Ou seja, sua meia vida passou e ele não fez o que tinha 
que fazer devido a ausência de sinalização (ocorre na Leucocitose induzida por glicocorticoides, inflamação onde se 
perde a sinalização (neutrófilo fica muito tempo na circulação e não possui sinalização antigênica suficiente para fazer 
diapedese) 
o Alterações tóxicas (Corpúsculos de Dohle) 
Quadros exacerbados onde a inflamação ultrapassa a demanda da medula óssea: 
 Inflamação; 
 Infecção; 
 Intoxicação por drogas. 
o Corpúsculos de inclusão 
 Cinomose – Corpúsculo de Lentz é material de replicação viral e indica multiplicação do vírus  Sinal 
patognomônicos da doença; 
 Erliquiose monocítica canina (Erlichia canis); 
 Gametócitos de Hepatozoon canis. 
 
2. LINFÓCITOS 
Citoplasma azurofílico: 
Linfócito reativo se carregando de informação antigênica para levar para o Linfócito B para que ele produza anticorpo. 
Isso pode ocorrer nos casos de: 
 Estimulação antigênica crônica (Erliquiose); 
 Vacinação (estimulação antigênica vacinal) ou infecção. 
 
3. MONÓCITOS 
“Monócitos Ativados”: 
Aumentam de tamanho e ficam mais vacuolizados! 
 Caracteriza evolução do processo inflamatório (agudo ou crônico); 
 Vacuolização citoplasmática. 
OBS.: Mott Cell: linfócitos com bolsas/corpúsculos de imunoglobulina (Corpúsculos de Russel) – pode ser pós-vacinal 
ou devido a doenças inflamatórias graves. 
 
 ANORMALIDADES MORFOLÓGICAS HERDADAS 
 ANOMALIA DE PELGER-HUET 
Neutrófilos não segmentam e todos parecem jovens (perde-se a diferenciação jovem x adulto). Importante, pois pode 
se achar que o animal tem desvio a esquerda degenerativo, porém o animal se mantém saudável. Essa alteração não 
altera função celular. 
 Neutrófilos e eosinófilos; 
 Núcleos hipossegmentados; 
 Não alteram a função celular. 
 
PRÁTICA ESFREGAÇO SANGUÍNEO, HEMATÓCRITO E PROTEÍNA 
 PASSOS: 
Coleta  Identificação (ppt data)  Homogeneização da amostra  Conservação (se necessária)  Centrifugação 
(quando se deseja separar o plasma)  Exames laboratoriais. 
 
 Exames laboratoriais 
Coleta da amostra  Esfregaço  Avaliação da % de hematócrito ou volume globular e proteína. 
IMPORTANTE 
 
As partes mais importantes de um esfregaço são as bordas, para onde os elementos mais pesados (células 
parasitadas) se dirigem e a cauda ou franja (onde as células possuem distribuição homogênea). O sangue é distribuído 
uniformemente com o uso de uma extensora (bordas aparadas) e a lâmina pode ser dividida em cabeça (células 
sobrepostas; difícil visualização), corpo e cauda/franja (células sem sobreposição). O esfregaço fornece muita 
informação, permitindo a visualização da proporção de células, parasitas, alterações morfológicas, corpúsculos de 
inclusão etc. 
Para a avaliação da % do hematócrito ou volume globular, coloca-se parte do sangue em tubo capilar que passa 
por centrifugação por 5 minutos (lado fechado do capilar para fora) em todas as espécies, exceto caprinos, onde deve 
ficar por 10 minutos devido ao menor tamanho das hemácias, que demoram mais para se ajuntar umas às outras. Após 
centrifugação, utiliza-se régua padrão onde se infere a % de VG a partir do limite entre plasma e coágulo. 
Quebra-se o tubo capilar na altura do plasma para colocá-lo no refratômetro e determinar a [ ] de proteína. 
 TUBOS 
Possuem validade, relacionada ao vácuo e ao produto utilizado. 
 
 ASPECTO DO PLASMA 
o Normal 
Cães e gatos: coloração amarela clara; 
Equinos: coloração amarela mais forte (um pouco mais escuro). 
IMPORTANTE 
Nos equinos, a coloração amarela mais forte não indica icterícia nem hemólise e configura aspecto normal devido a 
alimentação com maior [ ] de β-caroteno e a hiperbilirrubinemia do jejum. Esse quadro ocorre, pois após consumir 
toda a glicose dietética, o animal começa a utilizar suas reservas corporais na forma de ácidos graxos/triglicerídeos 
como fonte de energia e, como estes compostos são metabolizados no tecido hepático, competem pelo sítio de ligação 
com a bilirrubina, fazendo com que a mesma não adentre o fígado e se acumule no plasma sanguíneo. 
 
OBS.: Congelar o plasma nem sempre é necessário, pois muitas substâncias têm estabilidade de 7 dias na 
geladeira, além de que o congelamento pode alterar a amostra. 
 
o Alterado 
Cães e gatos: amarelo mais forte (escuro), indicando icterícia (sintoma de animalnefropata) ou hemólise; 
OBS.: Hemólise altera o resultado dos exames bioquímicos. 
Plasma turvo/aspecto leitoso: indica lipemia (excesso de gordura no sangue). 
 
IMPORTANTE 
A lipemia pode ser causada pela não realização correta do jejum no animal ou indicar desordens endócrinas como 
hipotireoidismo, por isso, é necessário repetir o hemograma para confirmar a suspeita. Caso o plasma se mantiver 
lipêmico no segundo exame, deve-se dosar a [ ] de T4 livre. Como a lipemia mascara os resultados dos exames, 
principalmente os colorimétricos (maioria), já que muda a cor do plasma, é necessário realizar a diálise/filtração do 
plasma antes da realização das técnicas de dosagem de compostos bioquímicos por quimioluminescência ou 
radioisótopo a fim de diminuir a interferência, ou seja, realizar a dosagem de T4 pós-diálise. 
Além disso, o excesso de gordura no sangue (lipemia) pode causar hemólise. Nesse caso, além de turvo, o plasma 
ficará avermelhado, ganhando aspecto de sopa de tomate, e terá anel branco na parte superior formado por 
quilomícrons (produtos da quebra de triglicerídeos). 
É importante salientar que o jejum além das horas recomendadas leva o animal a degradar proteína e, 
consequentemente, aumentar a [ ] de ureia sanguínea, configurando quadro de anorexia. 
PRÁTICA CONTAGEM DE HEMÁCIAS E LEUCÓCITOS 
 
Uso da câmara de Neubauer, que possui 2 barras 
laterais e 2 campos espelhados. 
 
 
 
 
 
O espaço entre o espelho e a lamínula possui 0,1 mm 
e comporta o líquido (sangue ou plasma). Quando 
colocado, o líquido aumenta em 10x o espaço 
presente. Por isso, deve-se multiplicar a quantidade 
de células contadas por 10. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cada campo espelhado possui vários 
quadrados com outros quadrados internos, 
que dividem os mesmos para facilitar a 
contagem. Existe um padrão diferente de 
divisões entre os quadrados, possibilitando 
a contagem de diferentes células. 
 
 
Para conseguir visualizar as células de uma 
forma que permita a contagem é necessário 
fazer a diluição dos líquidos: 
Sangue para contagem de hemácias  1:200 
(20ml de sangue + 4000µl de diluente (solução 
salina 0,9%)); 
Sangue para contagem de leucócitos  1:20 
(20 ml de sangue + 400µl de diluente). 
 
 
 
 
 
Devido a alta quantidade de hemácias no 
sangue, a diluição feita é maior (1:200) e são 
escolhidos apenas 5 quadrados dos 25 
inclusos no quadrado do meio do espelho. Os 
mesmos podem ser os da diagonal ou os 4 da 
extremidade + o do meio. Por isso, além da 
multiplicação por 10, também deve-se 
multiplicar o número de células contadas por 5 
(1/5 dos 25 quadrados). 
 
 
A quantidade de leucócitos no sangue é menor, por isso, a diluição também (1:20). Ela 
é feita com solução que causa hemólise e cora ao mesmo tempo (ácido acético + violeta 
genciana). Os quadrados para a contagem devem ser os 4 das pontas do espelho, dos 
quais deve-se retirar a média e multiplicar por 200, ou apenas multiplicar a soma de todos 
por 50 (200/4). 
 
 
 
 
 Passos: 
1) Retirar amostra de sangue; 
2) Homogeneizar; 
3) Verificar higiene da câmara de Neubauer; 
4) Colocar 1 lamínula apoiada nas barras laterais – é importante que sobre uma margem de espelho de cada lado da 
lamínula; 
5) Pipetar 400µl ou 4000µl (4ml) de diluente no tubo com 20ml de sangue, dependendo do que se deseja obter – é 
importante sempre limpar a ponteira por fora para evitar contaminação do sangue ao colocar o diluente; 
6) Pegar amostra do sangue diluído e colocar na câmara de Neubauer – colocar no espelho antes de chegar na lamínula 
para que o líquido se espalhe por todo o espelho, que possui capilaridade aguda, para obter uma contagem mais 
homogênea; 
7) Colocar no microscópio e olhar com as objetivas de 4 e 10x. 
 
 
 4x 10x 
Para contagem, deve-se utilizar a técnica com L invertido, ou seja, contar as células 
no espaço entre a linha superior e a da esquerda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRÁTICA CONTAGEM DIFERENCIAL DE LEUCÓCITOS 
 PROCEDIMENTO 
Posicionar a objetiva de 40x na margem do esfregaço na transição do corpo para a cauda  Fazer movimento de 
zigue-zague ou ir reto com cuidado para não contar a mesma célula duas vezes; 
Conta 100 células para obter o valor de cada uma em % (contagem relativa)  Para interpretar utiliza-se a contagem 
absoluta a partir do valor de referência. 
IMPORTANTE: 
Neutrófilo jovem = bastonete (aparece pouco); 
Neutrófilo adulto = segmentado (muito presente nos esfregaços). 
 
PRÁTICA CASOS CLÍNICOS 
 SYNDI 
o Primeiro eritrograma 
Anemia macrocítica hipocrômica regenerativa crônica, porém o animal está a 4 meses com anemia e a resposta não 
está sendo suficiente. Isso indica que o animal possui uma das causas para a anemia: 
 Ausência de produção – estava respondendo a anemia; 
 Hemorragia – não possuía sinais de hemorragia; 
 Hemólise – possuía plasma moderadamente ictérico  Sinal de hemólise. 
o Primeiro leucograma 
Leucócitos em 42.000/µl  Veterinário estava tratando com antibiótico imaginando que era um quadro infecioso. Animal 
possuía leucocitose com neutrofilia e desvio a esquerda regenerativo, eosinopenia e monocitopenia. 
 Causas de neutrofilia: 
 Inflamação; 
 Glicocorticoide – animal possuía motivo para liberar cortisol, pois estava em hipóxia tecidual devido ao 
baixo hematócrito; 
 Infecção viral. 
o Primeiro esfregaço 
 Presença de formação Roleaux – indica inflamação em cães; 
 Presença de anisocitose e policromia – indica anemia regenerativa; 
 Presença de metarrubrícitos (estágio anterior ao reticulócito) e linfócitos  Problema: metarrubrícitos (57% 
- quantidade intensa) sendo contados como leucócitos  A leitura não estava sendo corrigida  Correção leva ao 
número de 18.000/µl. 
 Presença de Mycoplasma – como fica na membrana da hemácia nunca tinha sido percebido  Problema: amostra 
com EDTA não serve para procurar Mycoplasma, pois é bacteriostático e leva o microrganismo a se desprender da 
membrana da hemácia, se “escondendo”. 
 Presença moderada de codócitos ou Target-Cell: 
 Causas: 
 Deficiência de ferro – não possui, pois está produzindo muita hemácia; 
 Doenças hepáticas graves – necessário avaliar o fígado; 
 Anemia hemolítica – animal possui hemólise  Provavelmente é secundária ao Mycoplasma. 
Tratamento: transfusão com anti-histamínico e corticoide para reduzir a chance de aglutinação devido a 
possível não compatibilidade sanguínea. 
o Segundo eritrograma 
Anemia continuou macrocítica hipocrômica regenerativa, porém com VCM e CHCM menores. Esse quadro é excelente 
e não quer dizer que o animal está respondendo menos, mas sim que tem mais hemácias adultas na circulação, pois 
apesar das quedas o VG aumentou (também devido a transfusão sanguínea), ou seja, a hemólise diminuiu. Porém, o 
animal continua ictérico, indicando que a hemólise continua. 
o Segundo leucograma 
 Anisocitose diminuiu – presença de mais hemácias adultas na circulação; 
 Policromasia também diminuiu; 
 Proporção de metarrubrícitos e codócitos diminuiu (28%); 
 Leucocitose e neutrofilia discreta, desvio a esquerda regenerativo, monocitose discreta (indicando inflamação). 
o Segundo esfregaço 
 Contagem de leucócitos corrigida devido a presença de metarrubrícitos – leucocitose leve; 
 Presença de hemossiderina em monócito – indica hemólise e não é normal; 
 Neutrófilos hipersegmentados; 
 Howell-Jolly. 
o Urinálise 
 Presença de hematúria – indica que a hemólise continua. Provavelmente não era mais devido ao Mycoplasma, pois 
o animal já havia sido tratado; 
 Presença de cilindros – acúmulo de glicoproteína mucotubular que indicam lesão tubular. 
o Terceiro eritrograma 
 Hematócrito cai de novo, mas a anemia ainda se mantém macrocítica hipocrômica regenerativa; 
 Hemólise continua – plasma moderadamente ictérico. 
o Terceiro leucograma 
Não há mais leucocitose, mas a neutrofilia se mantém – significa que o animal continua com inflamação,mas sem 
leucocitose. 
o Terceiro esfregaço 
Monócito fagocitando hemácia (eritrofagocitose) – indica anemia hemolítica, dois tipos: 
 Imunomediada – secundária a causa infecciosa; 
 Autoimune – primária, destrói hemácias sem ter nada errado, pois o organismo começa a produzir auto-
anticorpo devido a desorganização do SI  O sistema imune do animal foi estimulado durante quatro meses, 
levando a uma desorganização do SI, por isso, a anemia imunomediada passou a ser autoimune. Tratamento: 
corticoide. 
o Quarto eritrograma 
 Hematócrito subiu; 
 Anemia se manteve macrocítica hipocrômica regenerativa, mas com menor anisocitose e policromasia, indicando 
maior [ ] de células adultas na circulação; 
 [ ] de metarrubrícitos diminuiu; 
 Sem codócitos; 
o Quarto leucograma 
 Não há leucocitose; 
 Neutrofilia; 
 Linfopenia; 
 Monocitose. 
 Resultado bom, pois não indica inflamação, mas sim a imunossupressão causada pelo tratamento com 
glicocorticoide. 
 
Avaliação do esfregaço sanguíneo é crucial para diagnóstico: 
Roleaux; 
Aglutinação; 
Anisocitose; 
Policromasia; 
Poiquilocitose; 
Corpúsculos de inclusão; 
Parasitos. 
TODAS AS ALTERAÇÕES SÃO IMPORTANTES! 
Identificar a anemia  Classificar a anemia  Provável causa?  Leucograma  Causas (inflamatório, 
indução por corticoide, doença viral)

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