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P3 Vet 362 Existem três cavidades corpóreas, a peritoneal, a pleural e a pericárdica. A quantidade de líquido presente nas três é suficiente somente para lubrificar o espaço entre as cavidades e as pleuras. Efusões cavitárias ocorrem quando a quantidade de líquido nas cavidades ultrapassa o valor normal e sempre são processos patológicos, exceto no equino, que normalmente já possui maior quantidade de líquido lubrificante quanto comparado as outras espécies (uma das razões é a extensão da alça intestinal). INTRODUÇÃO Pouca quantidade de líquido Pleural; Peritoneal; Pericárdio. Revestimento epitelial (mesotélio) No tubo é possível observar essas células em suspensão. Celularidade normal Células mesoteliais; Fagócitos mononucleares; Linfócitos; Raros neutrófilos. Importante: promovem a retira de debris celulares (presentes em processos inflamatórios) e estão presentes somente em cavalos. Distensão abdominal x sedentarismo É mais difícil acessar a cavidade de um animal mais gordo, por isso, deve-se tomar cuidado para não confundir os dois Realizar o teste do balotamento (onda de choque de um lado não deve ser sentida do outro, quando ocorre indica a presença de líquido) para saber o que tem dentro da cavidade. Mecanismos de efusões (capítulo de inflamações-Bogliogo??) Quando o mecanismo fisiológico está equilibrado (processo normal): Próximo aos capilares sinusóides (leito arterial) a pressão hidrostática (de dentro para fora – empurra o líquido) aumenta, promovendo a saída de água para o interstício de maneira passiva. Próximo as vênulas (leito venoso), a pressão hidrostática diminui e a pressão oncótica (de fora para dentro do vaso – puxa o líquido) aumenta, promovendo o retorno do líquido (85%) do interstício para o vaso de maneira ativa Esse processo mantém a homeostase Quando há desequilíbrio entre as pressões hidrostática e oncótica há acúmulo de líquido intracavitário; 15% do líquido fica no interstício e é drenado pelo sistema linfático. Causas de efusões: Aumento da pressão hidrostática; Redução da pressão oncótica. Exemplos: Animal com hipoproteinemia/hipoalbuminemia (exemplo: verminoses) possui menor densidade do sangue Sangue mais fluido promove maior pressão contra a parede do vaso devido a maior velocidade de passagem (aumento da pressão hidrostática em relação a oncótica) Acúmulo de líquido no abdômen (ascite); Animal com hemorragia perde volume total (sangue e plasma), o que leva a ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona Aumenta a quantidade de líquido no vaso e, se a medula óssea não responder com a produção de células, ocorre aumento da pressão hidrostática (aumento da volemia) e da velocidade de circulação do sangue para compensar a perda Animal desenvolve ascite; Animal com insuficiência cardíaca congestiva Coração não consegue bombear o sangue normalmente (redução da fluidez) Pressão hidrostática menor que a oncótica Se não for corrigida, a compensação levará a acúmulo de líquido (edema); Animal com cirrose tem menor síntese de proteínas plasmáticas Redução da densidade/aumento da fluidez do sangue (aumento da pressão hidrostática em relação a oncótica) Acúmulo de líquido (edema); Animal com doença renal crônica perde proteína na urina (proteinúria) Hipoproteinemia Redução da densidade/aumento da fluidez do sangue (aumento da pressão hidrostática em relação a oncótica) Acúmulo de líquido no abdômen. SINAIS CLÍNICOS Ascite; Dor abdominal; Dispneia – acúmulo de líquido peritoneal pressiona o diafragma diminuindo o espaço torácico, com isso, não há movimento respiratória completo. Da mesma forma, quando há acúmulo de liquido pericárdico há menor espaço para o pulmão trabalhar; Abafamento de ruídos cardíacos; Arritmias cardíacas. Importante: quase sempre a distensão abdominal está acompanhada de emagrecimento progressivo. FLUIDO DE CAVIDADES CORPORAIS (EFUSÕES CAVITÁRIAS) COLHEITA E AVALIAÇÃO DE FLUIDO Altamente recomendado para avaliação do risco. Exemplos: Acúmulo de líquido pericárdico ou peritoneal pressionam o diafragma O aumento de pressão no pulmão dificulta a respiração. Cardiopatia/cardiomiopatia, cirrose e doença renal crônica O que tem em comum? São doenças crônicas presentes em órgãos vitais de animais mais velhos (14-16 anos), onde é mais comum ocorrer efusões cavitárias. Importante: coletar líquido desses animais exige sedação, mas deve-se pesar os riscos de sedar um animal em dispneia e se a coleta compensa os mesmos, ou seja, se vai ajudar a salvar a vida (retirar de uma situação de risco) ou aumentar a sobrevida do animal. IMPORTÂNCIA DIAGNÓSTICA Doenças inflamatórias, hemorrágicas, neoplásicas, linfáticas e biliosas. Testes diagnósticos adicionais (importantes para o prognóstico) Características citológicas. Importante: Dosar ureia e creatinina no líquido peritoneal e do sangue para fazer a comparação dos dois visando saber a origem do líquido: se é proveniente de rompimento da bexiga/ureter ou devido a uma insuficiência renal (alteração hidrostática), por exemplo Prognósticos diferentes e tratamentos diferentes. Exemplos: Animal que foi atropelado e teve distensão abdominal com uroperitônio vai ter os níveis de ureia e creatinina muito aumentados no líquido peritoneal (compatíveis com o que está no xixi), mas no sangue esses níveis estarão normais Indica ruptura do ureter sem lesão renal; Animal sem histórico e com ascite Dosagem de creatinina acusa altos níveis de ureia e creatinina no líquido e no sangue Lesão renal crônica (importante dosar também os níveis na urina). TÉCNICAS DE COLHEITA DO MATERIAL Fluido abdominal Contenção e decúbito lateral; Tricotomia: 2 a 3 polegadas; Entre bexiga e umbigo (linha média). Esvaziar bexiga – para evitar a realização de cistocentese ao invés de uma paracentese; Botão anestésico – lidocaína no SC e massagear (não funciona muito). Fluido pleural Animal em estação ou sentado – decúbito lateral pode “afogar” o paciente; Tricotomia entre 5 e 11º EIC; Botão entre o 7º e 8ª EIC; Agulha em válvula de 3 vias – acopla-se a agulha com cateter em válvula de 3 vias para evitar entrada de ar na cavidade torácica; Cuidado com artéria intercostal! – na prática não precisa ter tanto cuidado, pois não se consegue pegá-la tão facilmente. Fluido pericárdico Sedação – depende do estado geral do paciente; Tricotomia em parte baixa no 4º EIC bilateral; Válvula de 3 vias e seringa de 3 mL. Importante: Tubos com e sem EDTA, pois a citologia só consegue ser feita se o material não estiver coagulado e não se sabe o que vai ter no líquido. Além disso, o EDTA preserva as células; Célula mesotelial tem alta capacidade de absorção, por isso, o animal desenvolve septicemia muito rápido; EDTA é bacteriostático e não permite o crescimento da bactéria in vitro, por isso, deve- se coletar sem EDTA para fazer cultura e antibiograma do líquido; Lipase, creatinina, lactato (cavalo) e outros testes adicionais NÃO usam EDTA, mas sim o tubo de tampa vermelha; Em animais gordos só se percebe o líquido com percussão e ultrassom Exame utilizado para a confirmação de derrame peritoneal e pleural. ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DA PARACENTESE 1. Contenção do animal – importante observar se não está em dispneia e, caso esteja, evitar decúbito e conter com mordaça, pois pode levar a quadro de cianose e morte; 2. Tricotomia – entre linha alba e bexiga; 3. Assepsia; 4. Introdução do cateter – beliscar a pele para introdução do cateter Quando o mesmo atravessar a parede, retira-se o mandril, acopla-se a seringa e começa a punção; 5. Coleta. Importante: O exame do líquido cavitário se inicia no momento da coleta; Fazer exame físico (cor e odor), químico e citológico, semelhante ao de urina; Utiliza-se a câmara de Neubauer para contar as células de líquido cavitário O tempo entre coleta e processamento da amostra não pode ultrapassar 40 minutos (principal fator limitante), pois começa a ter aumento da atividade enzimática e alterações degenerativas Como minimizar? Além de coletar com tubo com e sem EDTA (tubo de tampa vermelha), pode-se fazer lâminas com líquido fresco e observar rapidamente. Também pode-se manter em geladeira, mas isso não aumenta muito o tempo para analisar o líquido Para saber se a alteração é proveniente do tempo de análise, deve-se olhas as lâminas. Tipos de líquido Ascítico (claro, com hipoproteinemia); Hemorrágico (vermelho); Quiloso (lipêmico) – acúmulo de triglicerídeo; Transudato (amarelo – ictérico). MANIPULAÇÃO DA AMOSTRA Observar cor e aspecto; Contaminação iatrogênica – exemplo: na coleta de líquido peritoneal, se o líquido claro começar a sair avermelhado pode ser devido a sangramento do baço (pique da agulha); Tubo com e sem anticoagulante – cultura bacteriana; Esfregaço ou “squash” – diferença entre os dois: esfregaço possui distribuição homogênea de células, já o método “squash” utiliza lâmina sobre lâmina, reduzindo a homogeneidade do material; Enviar ao laboratório. o Preparo da lâmina por citocentrifugação Realiza-se o preparo da lâmina utilizando papel filtro em um bloco Após a centrifugação, o líquido na lâmina é absorvido pelo papel filtro, aumentando a celularidade em um espaço menor (papel) Esse método concentra as células em líquidos de pouca celularidade. DERRAMES CAVITÁRIOS Exame físico Volume; Cor; Aspecto – límpido, turvo ou ligeiramente turvo; Densidade – uso de refratômetro. Exame químico Utilização da fita de urinálise para avaliação de: pH; Proteínas; Fibrinogênio; Glicose; Sangue oculto. Exame citológico Total (não diferencia as células) e diferencial (realizado no “squash”, diferencia as células). Importante: Todos os testes são agrupados para estabelecer a classificação do líquido, que pode ser transudato (simples ou modificado) ou exsudato (séptico ou não- séptico). CLASSIFICAÇÃO DE EFUSÃO INTRODUÇÃO 1ª etapa: coleta; 2ª etapa: avaliar o exame; 3ª etapa: classificar o líquido em transudato ou exsudato (há subclassificações). Importante: Transudato simples, modificado, séptico ou não séptico. Essas classificações têm prognósticos e consequências diferentes; A classificação é baseada na concentração de proteína e células, no valor de densidade e pH e aspecto (turvo ou não). Porém, o que determina mesmo é o valor de células e proteínas. Além disso, geralmente a densidade acompanha o pH. TRANSUDATOS Transudatos simples Proteína <2,5 g/dl e <1500 células/µl Densidade <1.017 e pH alcalino Aspecto límpido e discretamente turvo Presentes nos casos de: Hipoalbuminemia (diminuição da pressão oncótica e aumento da pressão hidrostática); Insuficiência hepática; Shunt portossistêmico; Nefropatias; Estágio inicial de insuficiência miocárdica; Desnutrição. Transudatos modificados Proteína entre 2,5 a 7,5 g/dl e 1.500 a 7.00 células/µl Densidade entre 1.017 e 1.025 e pH alcalino a ácido Aspecto discretamente turvo a turvo Importante: Quanto mais ácido o pH, mais inflamatório será o liquido; Diferentemente do transudato simples, no modificado pode haver alterações inflamatórias. Geralmente ocorre quando se tem aumento da pressão hidrostática. Presentes nos casos de aumento da pressão hidrostática: Cardiopatias; Coagulopatias; Neoplasias (compressivas); Torção de órgãos; Uroperitônio; Peritonite Infecciosa Felina (PIF) – aumento da viscosidade (proteína >4,5 g/dl) e relação albumina:globulina <0,8 dosadas no líquido. Importante: normalmente a % de albumina é maior que a de globulina e quando a quantidade de globulina é maior que albumina, ou seja, a relação está menor do que 0,8, isso significa que tem mais anticorpos (globulina) do que albumina, por isso, o quadro é mais inflamatório Isso praticamente fecha o diagnóstico de PIF em gatos, onde a relação <0,8 indica o ápice da inflamação e em 90% dos casos está relacionado a PIF. Transudatos simples x Transudatos modificados pH modificado: pH alcalino nos modificados, pois quanto mais ácido o pH maior é a inflamação (pH do tecido inflamado é mais ácido). EXSUDATOS Grande quantidade de células e proteínas (>3,0g/dl e >7000 células/µl) Densidade >1.025 e pH ácido Aspecto turvo Importante: o que muda é a quantidade de células nucleares, devido a maior intensidade da inflamação, por isso o pH sempre vai ser ácido (nunca terá possibilidade de ser alcalino). Não sépticos (alteração da permeabilidade capilar – PC) Processo inflamatório; Pancreatite; Neoplasias; Corpo estranho; Peritonite Infecciosa Felina (PIF) – líquido amarelado, turbo, viscoso com depósito de fibrina (inflamação acentuada). Sépticos (presença de microrganismos) Bactéria, vírus, fungos ou protozoários; Predomínio de neutrófilos – a reabsorção de células epiteliais é muito rápida; Via hematógena ou linfática; Órgãos adjacentes (pulmão e intestino) podem colaborar para o líquido se tornar séptico – tecido revestido por células mesoteliais com órgãos adjacentes (pulmão e intestino) Quando há inflamação e alteração da permeabilidade vascular Há passagem dos agentes patogênicos Exsudato fibrinoso cobrindo as serosas com a presença de granulomas multifocais; Contaminação externa. TESTES ADICIONAIS Classificam a efusão: EFUSÕES Classificação da efusão de acordo com os tipos de transudato e exsudato. Pericárdicas Geralmente são hemorrágicas, portanto, nunca vemos um líquido claro. Podem ser classificadas como: transudato simples, modificado ou exsudato; Causas em gatos: ICC em 28% dos casos; PIF em 17% dos casos. Causas em cães: Neoplasias (41% a 58% dos casos); Hemorragia idiopática (45% dos casos) – sem causa definida, deve-se descartar todas as outras para fechar diagnóstico idiopático; Insuficiência cardíaca; Uremia; Traumatismos; Corpo estranho; Coagulopatias; Pericardites; Hérnia ou ruptura de átrio esquerdo. Sisson (1984): Não detectou características neoplásicas em 74% de 19 efusões com neoplasia; 13% de 31 efusões não neoplásicas foram consideradas falso-positivas; Não era confiável! A partir daí, iniciaram-se os testes adicionais: US, testes de coagulação e avaliação do pH (Edwards, 1996) – líquidos pericárdicos de pacientes com neoplasia tem pH ≥7 (98-99% de sensibilidade) Nessas condições a chance de não ser neoplasia é menor que 1% e a primeira coisa a se fazer é a análise do pH do líquido pericárdico (somente para ele), que pode fechar diagnóstico para neoplasia. Quilosas Contém linfa + quilomícrons (produtos da quebra de triglicerídeos que turvam o líquido); Triglicérides (promovem a turbidez do fluido); Ruptura de ducto torácico, traumatismo ou obstrução linfática. Causas: Doença cardiovascular; Neoplasia (exemplo: linfoma); Dirofilariose – coração aumenta, levando a aumento da pressão torácica e efusão de líquido; Hérnia diafragmática. Hemorrágica Patológica x Contaminação o Hemorragia patológica Neoplasia, intoxicação por anticoagulante ou traumatismo. o Hemorragia iatrogênica Plaquetas evidentes e pode haver coagulação (baço). Importante: a efusão não coagula em tubo com EDTA, porém se for coletado sangue junto com o líquido vai coagular, por isso, há como saber se a hemorragia é iatrogênica ou não. Neoplásica Transudato modificado ou exsudato; Importante analisar o fluido e realizar avaliaçãocitológica (aspiração da massa) Critérios para malignidade: Pleomorfismo celular; Anisocariose; Nucléolos evidentes; Figuras de mitose; Nucleação múltipla. Casos com massas tumorais evidentes: análise do fluido + citologia aspirativa; Detecção de tumores malignos através de fluidos: sensibilidade de 64% em cães e 61% em gatos e especificidade de 99% em cães e 100% em gatos. Biliosa Fase aguda: Resposta inflamatória estéril; Tendência a se tornar séptica. Intensamente amarelado; Citologia: Neutrófilos discretamente degenerados; Macrófagos; Precipitado intracelular (amarelo a azul- esverdeado); Comparar bilirrubina do soro e do fluido. Uroperitônio Urina no espaço peritoneal: Irritação química; PTN reduzida (diluição); Contagem e tipo celular geralmente indicam inflamação ou exsudato. Fase aguda: Predomínio mononuclear; Transudato modificado. Citologia: Pode ou não haver bactéria; Neutrófilos evidenciando cariólise e bordos nucleares irregulares; Cristais urinários!! Dosagem de creatinina. Eosinofílica Contagem de eosinófilos superior a 10%; Independente do conteúdo proteico ou celular; Coloração esverdeada; Causa geralmente desconhecida; 50% dos casos (linfoma ou mastocitose); Outras causas: migração parasitária ou parasitoses, hipersensibilidades e granulomatose linfomatóide. CASOS CLÍNICOS 1ª caso Era necessário realizar a coleta dos líquidos peritoneal, pleural e pericárdico, porém, o animal já estava velho, por isso, avaliou-se apenas o pericárdico: Ht 12% (normal), coloração xantocrômica (alaranjada) e pH 7,5 Neoplasia? Realizou-se citologia das efusões peritoneal e pleural, onde foram encontradas células mesoteliais e um agrupamento de células carcinomatosas (binucleação, multinucleação, anisocariose: núcleos de tamanhos diferentes). 2ª caso Efusão pleural: célula mesotelial com binucleação e borda mais espessa Indica reatividade Neoplasia? Anisocariose é um critério de malignidade, porém, abriu-se a cavidade torácica e não se achou tumor. Importante: o exame citopatológico tem o objetivo de, através da morfologia das células obtidas das lesões cutâneas, dar uma ideia do processo patológico (natureza inflamatória, neoplásica, degenerativa ou hiperplásica) e dessa forma dar uma ideia da lesão. 3º caso Carina: características de leucemia (quadro inflamatório) Exsudato não séptico. ESTUDO CITOPATOLÓGICO Fácil execução do procedimento; Fácil preparo do material; Pouco investimento material; Mínimo risco ao paciente; Leitura rápida – em relação ao exame histopatológico, a leitura do microscópio é mais demorada; Ótima relação custo-benefício. Importante: A interpretação está muito relacionada ao técnico que fará a leitura do exame, que deve ter um bom conhecimento do tecido normal para perceber alterações; Em relação ao exame histopatológico, o citopatológico é mais demorado. Riscos e vantagens o Punção aspirativa por agulha fina (PAAF) Bacteremia, metástases, sangramento e contra indicações. Exame citopatológico x Exame histopatológico Exame citológico é menos sensível e menos específico, pois não permite a visualização da arquitetura tecidual, porém o resulto é mais rápido Não substitui o exame histopatológico. COLETA E PREPARO DO ESFREGAÇO Decalque (“imprints”) Características: Fácil de ser feito e não causa riscos aos pacientes; Menor número de células; Maior contaminação da superfície; Contaminação secundária; Displasia da inflamação – formação anômala do tecido (células de diferentes tamanhos, formas e perfil) que ocorre com frequência nos processos inflamatórios e neoplásicos Deve- se diferenciar a displasia do processo inflamatório de uma neoplasia inflamada secundariamente através de biópsia; Úlcera suja e limpa; Retirar excesso de sangue. Exemplos: - Células presentes em tecido se desfolham/decalcam e ficam aderidos a lâmina, que é corado; - Quando feito em lesões papulopustulosas, a pústula íntegra deve ser rompida com agulha antes da técnica para que se faça decalque do teto da mesma e coleta do pus para depois corar. CITOPATOLOGIA DAS LESÕES CUTÂNEAS Raspados Feitos em superfície íntegra, erosada ou ulcerada: Grande número de células – pois é feito na superfície da lesão, onde há maior esfoliação celular; Contaminação secundária – também devido a ser feito na superfície da lesão. Importante: pode ser necessário realizar limpeza com solução fisiológica e gaze estéril para retirar os debris celulares e excesso de contaminação superficial Pode ser feita no próprio raspado, desprezando-se os primeiros e escolhendo o 3º ou 4º, onde há menos alterações secundárias, de necrose e de inflamação; Displasia da inflamação – grande obstáculo a definição diagnóstico, pois dependendo do caso não se consegue distinguir inflamação com displasia tecidual de neoplasia inflamada secundariamente Deve-se realizar o exame histopatológico. “Swab” Serve para citologia e cultivo. É utilizado para áreas de difícil acesso, onde as técnicas de decalque e raspado são impossibilitadas, como: Tratos drenantes (fístulas); Citologia vaginal; Mucosa oral; Pregas intertriginosas e orelha externa (meatos). Importante: - Umedecer com NaCl 0,9% - permite maior aderência do material a ser estudado ao algodão; - Rolar algodão sobre a lâmina – rolar o material sobre a lâmina e por aposição o material será depositado e posteriormente corado. PAAF Indicada quando existem placas, massas, nódulos ou tumores. Importante: em tumores também pode se realizar raspado ou decalque. Deve-se evitar em superfícies ulceradas; Contaminação e displasia menores – realizada com agulha estéril no centro da massa; Coleta de várias áreas. o Agulha e seringa Seringa de 3 a 20 mL – não pode ser muito grossa para evitar hemodiluição que dificulta a identificação do material; Agulha de 21 a 25 gauge – não pode ser muito grossa, pois lesa o centro da massa, gerando sangramento e contaminação, dificultando o diagnóstico; Tecido mais macio Agulha mais macia e fina/menor (vice-versa); Linfonodos: 3-5 mL; Fibroma ou carcinoma espinocelular: 20 mL. PREPARO DO LOCAL Cultura: preparo cirúrgico; Massas cutâneas ou subcutâneas: aplicação de medicamentos ou venopunção. PROCEDIMENTO Técnica de aspiração Segurar firmemente a massa; Introduzir a agulha no centro da lesão; Aspirar por pressão negativa; Técnica de aspirar: massa grande x pequena; Evitar ultrapassar e material na seringa; Técnica de retirada; Depósito de material na lâmina; Distância da agulha para a lâmina. Etapas: Introdução da seringa na massa com realização de pressão negativa, retirada e reintrodução da agulha em outra direção (sem retirar a agulha toda) para coletar material de várias áreas; Para lesões muito vascularizadas não se faz a movimentação de retirada e reintrodução da seringa na massa e realiza-se a punção apenas 1 vez para evitar a contaminação do material com sangue (a quantidade de amostra é mínima). Importante: o objetivo não é preencher a seringa com o material, coloca-se o material que suja o barrel da seringa na lâmina (deve-se fazer com distância pequena, de 2-3 milímetros, entre a agulha e a lâmina para que o conteúdo não espirre). Técnicas da não aspiração Mais usada do que a técnica de aspiração, devido ao menor risco de contaminação: Massas muito vascularizadas – utiliza-se apenas a agulha, que funciona como bisturi circular, sem a seringa, realizando movimentos de retirada e reintrodução. Para colocar na lâmina utiliza-se a seringa para empurrar o material; Sem pressão negativa – sem aspiração, pois quando se aspira aumenta-se a chance de contaminação comsangue; Ar na seringa; Vários movimentos de entrar e sair da massa. Esfregaço por pressão Feito quando o material é muito líquido e pouco viscoso: Material mais líquido: esfregaço feito com a lâmina extensora (igual ao do hemograma); Material mais viscoso: esfregaço feito com lâmina sobre lâmina, com o peso da lâmina (evitar colocar muita pressão para não estourar as células, já que a ideia é não promover a destruição celular como ocorre no esfregaço); Estrela do mar: sangue espalhado sobre a lâmina com a própria agulha (deixa o material mais fino para a visualização, por isso, é utilizado quando o material é muito viscoso). TIPOS DE COLORAÇÃO O exame citológico necessita de coloração e o material precisa passar por fixador (álcool) antes. Romanowsky: Wright, Giemsa, Panótico e Leishmann (colorações rápidas) Mais usado na rotina veterinária: barato e disponível: Valoriza citoplasma e microrganismos fagocitados – excelente para processos inflamatórios; Núcleo e nucléolo; Esfregaço grosso x fino. Papanicolau (não é muito utilizado na rotina) Valoriza mais os resultados nucleares (ótimo detalhe nuclear) – mais útil na suspeita de doenças neoplásicas; Pouco detalhe citoplasmático; Bactérias e Malassezia sp; Requer fixação prévia do material com etanol. Novo azul de metileno (novo corante de Romanowsky) Reque fixação prévia com etanol: Bom detalhe nuclear; Pouco detalhe citoplasmático; Cocos e Malassezia sp. (fungo levomiforme). PROBLEMAS COMUNS NO EXAME CITOLÓGICO Fazer um maior número de lâminas diminui as chances de erros. Poucas células Causas: pouca pressão na aspiração, técnica não aspirativa, tumores mesenquimais (lesões muito firmes/duras, com pouca celularidade não pode ser feita com pouca pressão de aspiração), necrose e inflamação (alterações que deixam poucas células viáveis para a identificação). Correção: punção e aspiração adequadas a lesão, utilizando agulha de calibre correto; coleta de 3 locais diferentes; confecção de várias lâminas (4 a 6). Contaminação com sangue Causas: agulha muito grossa, aspiração longa ou vigorosa e lesões vasculares. Lâminas mal confeccionadas AVALIAÇÃO GERAL DO ESFREGAÇO Celularidade, grossura (deixar camada de monocélulas, pois ficam individualizadas permitindo melhor visualização) e coloração do esfregaço. Importante: visualizar em visão panorâmica (menor aumento – objetiva de 4x) para identificar os melhores campos e se concentrar neles; População celular e processos Tentar definir/diferenciar se o processo é neoplásico, hiperplásico, inflamatório, cístico ou degenerativo. Processo inflamatórios o Neutrofílico (predominância de neutrófilos (≥85%) Neutrófilos degenerados: infecções bacterianas, fúngicas ou protozoárias; piodermites, piogranulomas, abcessos; cultura. Neutrófilos não degenerados: bactérias gram + ou -; Actinomyces, Nocardia; lesão traumática; lesão química; paniculite por corpo estranho ou fungo; neoplasia. Diferenciação: Neutrófilos íntegros: processo bacteriano com pouca toxicidade, ou processo fúngico ou protozoário; Neutrófilos degenerados: núcleo perde sua forma (lobulação), basofilia e vacuolização citoplasmática (neutrófilos tóxicos), cariólise (excesso de degeneração celular neutrofílica núcleo eosinofílico e inchado) – suspeita de infecções bacterianas com componentes tóxicos e presença de bactérias livres. Como se apresentam os neutrófilos em animais que possuem bacteremia persistente com sepse? Bastonetes (desvio a esquerda), basofilia e vacuolização citoplasmática e corpúsculo de Dohle (neutrófilo tóxico). o Macrofágico (predominância de macrófagos (>5%) Presença de células gigantes multinucleadas (células fagocitárias responsável pela fagocitose de grandes antígenos): Fungos, protozoários, corpo estranho, parasitos, Nocardia sp., Actinomyces sp; A maioria são corados por Romanowsky, o Eosinofílico (predominância de eosinófilos (≥10-15%) Alergias, parasitos, doenças imunomediadas, corpo estranho e também ocorre em processos inflamatórios bacterianos (eosinofilia tissular). Bactérias Observar forma e sua localização com relação as células; Infecção x Contaminação: Intra x Extracelular; PMNs degenerados x não degenerados. ↓ Poucas bactérias com localização extracelular com leucócitos íntegros (sem cariólise) Contaminação bacteriana secundária; Muitas bactérias com localização intracelular, leucócitos com degeneração nuclear eosinofílica (cariólise) e presença de fagocitose Infecção bacteriana. Importante: citologia permite identificar a quantidade de bactérias, a presença de citoplasma reativo e fagocitose. o Tipos de bactérias Cocos: Gram +; Pequenos bastonetes: Gram -; Bastonetes filamentosos: Nocardia, Actinomyces spp. Mycobacterium spp (BAAR): filetes brancos que não se coram. Utilizar Ziehl-Neelsen (cora-se de Vermelho – imagem negativa). Dermatophilus congelensis: bactéria cocóide causadora da dermatofitose. Crostas: deixar em solução salina para amolecer e fazer esfregaço. Fungos Geralmente não se coram bem em Romanowsky, mas coram melhor do que na coloração de gram., porém, não são bem visualizados. A citologia mostra sua morfologia: Sporothrix schenkii – estruturas leveduriformes, ovaladas (em forma de fuso), pleomorfismo; Histoplasma capsulatum (2 a 4 µm) – estruturas leveduriformes arredondadas com halo claro em volta que permite diferenciá-lo de Leishmania, também apresenta pleomorfismos Cryptococcus neoformans (8 a 40 µm) – produz grande cápsula de lipopolissacarídeos que o isola do SI e não se cora (grande halo claro ao redor da estrutura fúngica) Tamanho da cápsula varia de acordo com o status imune do animal: animal imunocompetente = cápsula maior; animal imunocomprometido = cápsula menor, pois percebe que está sendo muito agredido Dificulta a diferenciação de Sporothrix; Dermatófitos; Malassezia sp – fungos em forma de pino de boliche ou amendoim, se coram bem com Romanowsky, mas não vistos em HE; Pythium insidiosum – causa úlceras em equinos Não se cora bem em HE nem no Romanowsky, precisa de uma coloração de prata. Geralmente está presente dentro de células gigantes (células se unem para promover a fagocitose do mesmo) que formam um halo branco; Leishmania sp (2 a 4 µm) – formas amastigotas não tem halo claro e são fagocitadas pelo macrófago. Lesões inflamatórios não infecciosas Ocorrem devido a: o Reação a aplicação de medicamentos Bastante células mononucleares; Número pequeno de linfócitos e de neutrófilos; Material homogêneo e eosinofílico (veículo do medicamento); +/- fibroblastos reativos. o Inflamação por corpo estranho Muito parecido com a reação a aplicação: Principalmente macrófagos e neutrófilos; Células gigantes multinucleadas fagocitando o corpo estranho; Menor número de linfócitos, plasmócitos e eosinofílicos; +/- material refrátil (corpo estranho: mineral, resto de parasitos etc.). o Paniculite Lesão do panículo adiposo: Depende da etiologia – inflamatória infecciosa (paniculite infectada devido a presença de bactérias, fungos) ou não (rompimento de adipócitos devido a trauma não perfurante paniculite estéril) Principais causas são as aplicações de medicação IM; Principalmente macrófagos e células gigantes – macrófagos vacuolizados/espumosos devido a fagocitose de adipócitos; +/- células fusiformes reativas; Adipócitos; Lipocistos; +/- neutrófilos, plasmócitos e linfócitos. o Granuloma eosinofílico Maior número de eosinófilos, menor número de neutrófilos e macrófagos, e quantidade menor de linfócitos e plasmócitos. o Picada de mosquito Doenças autoimunes vesicopustulosa O pênfigo é um exemplo clássico da presença de pústulas sem uma etiologiainfecciosa. Doença acantolítica (pústula neutrofílica e acantolítica) onde as junções intercelulares dendríticas (desmossomos) são destruídas pelas células autoimunes, perdendo a coesão celular, e há infiltração de neutrófilos. Os queratinócitos não estão ligados mais entre si devido a perda da junção celular. Importante: quando não responde a antibiótico é sugestivo de pênfigo. o Pênfigo superficial Forma vesícula, pústulas e bolhas. Pênfigo foliáceo – pústula não infecciosa; Pênfigo eritematoso – pústula íntegra (células acantolíticas, neutrófilos e eosinófilos íntegros). Importante: ceratinócitos acantolíticos são basofílicos e arredondados, e parecem macrófagos, mas são menores. o Pênfigo pustular panepidérmico Importante: quando a pústula se rompe, forma-se crosta amarelada (melicérica). Ouvido Citologia importante na detecção de bactérias, fungos e celularidade presente (importante para a abordagem terapêutica) e no acompanhamento (citologia transterapêutica – ver se a medicação está funcionando) das otites externas. Utiliza-se otoscópio com swab até o meato acústico. o Citologia ouvido externo Canal horizontal; Paciente anestesiado; Otoscopio veterinário; Amostras dos ouvidos esquerdo e direito. Importante: ao fixar o material a lâmina com fogo ele fica mais aderido, além disso, esse procedimento substitui a fixação com álcool que pode levar a perda de gordura e estruturas leveduriformes (fungos lipofílicos como a Malassezia) durante o exame. Também pode-se utilizar o novo azul de metileno, que não precisa da fixação em álcool e já cora as estruturas diretamente. o Bactérias Podem ser observadas bactérias cocóides (gram +, como estafilococos, estreptococos e enterococcus) e bastonetes (gram -, como pseudomonas, proteus e coliformes). Importante: seleção a partir de esfregaço fino. Supercrescimento x Infecção Deve-se observar a celularidade, presença/ausência de fagocitose, neutrófilos tóxicos, cariólise e bastonetes para diferenciar os dois processos Importante para o tratamento e prognóstico. Não é comum a presença de neutrófilos no cerúmen do ouvido externo de maneira fisiológica, caso encontre indica supercrescimento bacteriano/disbiose (precede a infecção e é mais fácil de tratar) Ou seja, alterações tóxicas e aumento dos neutrófilos = infecção; sem alterações tóxicas e neutrofilia = supercrescimento; LEUCÓCITOS NÃO ESTÃO PRESENTES NO CANAL AUDITIVO NORMAL! Neoplasia refere-se à proliferação celular desordenada, autônoma, sem função útil para o hospedeiro, que ocorre por alteração de eventos moleculares envolvidos na divisão mitótica, proliferação e diferenciação celular – mutações espontâneas. A pele é o principal órgão de ocorrência de neoplasias em cães (30%) e gatos (20%) placas e nódulos, tumores ulcerados ou não. É importante diferencias neoplasias (benignas ou malignas – pouca inflamação) com origem tecidual de processos inflamatórios (podem resultar em displasia tecidual) e/ou processos hiperplásicos com o uso de exames complementares. Classificação das neoplasias o Benignas Epitelial – adenomas, papilomas; Mesenquimal – fibroma, lipoma, hemangioma; Células redondas – histiocitoma cutâneo. o Malignas Epitelial – carcinoma de células escamosas, carcinoma basocelular, adenocarcinomas; Mesenquimal – sarcomas fusocelulares de partes moles, hemangiossarcoma; Células redondas – mastocitoma, linfoma. Avaliação de células neoplásicas Qual tecido e atividade biológica (maligna ou benigna): Tumores epiteliais; Tumores mesenquimais (células fusiformes); Tumores de células redondas (hematopoiéticas). Tipos de neoplasias 1. Neoplasias epiteliais (granulares): as células se apresentam na lâmina de forma agrupada/coesa. Se for de origem glandular, observa-se ácinos. Esfoliam durante a obtenção da amostra; 2. Neoplasias de origem mesenquimal: esfoliam menos na obtenção da amostra, celularidade aumenta com a malignidade, contorno fusiforme, estrelado, com forma de gota. O pleomorfismo celular costuma ser mais discreto quando comparado com os tumores de células epiteliais. Importante: TVT é considerado neoplasia de células mesenquimais; 3. Neoplasias de células redondas: formados por células arredondadas, muito parecidas entre si. Os tumores podem ser pouco ou bem diferenciados Importante: Os tumores menos diferenciados/indiferenciados/anaplásicos não se parecem com o tecido de origem, o que dificulta o diagnóstico cito e histopatológico, sendo necessário utilizar PCR ou histoquímica para identificar a histogênese do tumor. Além disso, tendem a ser neoplasias mais malignas (agressivas e metastáticas); Existe um grande número de neoplasias mistas, que apresentam mistura de origem histogênica (vários tecidos). Critérios de malignidade Variações no tamanho e forma das células (morfologia), núcleo e nucléolo (anisocitose, anisocariose, pleomorfismo); Presença de mitoses (ppt atípicas); Aumento da taxa núcleo:citoplasma (normal 1:3 a 1:8) Padrão de cromatina – grosseiro, densamente organizada. Três ou mais critérios nucleares sem inflamação ↓ Sugere malignidade o Critérios citológicos Megacariose, células gigantes, amoldamento nuclear, macronucléolos (do tamanho ou maior do que uma hemácias – é bom ter contaminação por sangue para comparar os tamanhos, ppt nos tumores de célula redonda, como linfoma), células grandes com cromatina grosseira, nucléolos múltiplos com formas irregulares, elevada atividade mitótica (melhor observar no exame histológico), elevada atividade mitótica com presença de mitoses atípicas. CITOPATOLOGIA DAS DOENÇAS NEOPLÁSICAS DA PELE Três ou mais critérios em muitas células: indica malignidade; 1 a 3 critérios: sugere neoplasia maligna ou neoplasia benigna ou hiperplasia com displasia; < 1 critério de malignidade: sugere neoplasia benigna ou hiperplasia, mas não descarta malignidade – indicar biópsia (coleta) e histopatologia (exame a microscopia de luz). Importante: algumas neoplasias bem diferenciadas possuem pouca atipia. Exemplo: carcinoma de células escamosas, onde as células são muito parecidas as células normais, dificultando a diferenciação em neoplasia maligna ou benigna. TUMORES DE CÉLULAS REDONDAS Mastocitoma – originado dos mastócitos. Em cães é sempre maligno e em gatos pode ou não ser; Histiocitoma – originado das células de Langerhans (geralmente benigno); Linfoma – originado de linfócitos (sempre maligno); Plasmocitoma – originado de plasmócitos (geralmente benigno); TVT (tumor venéreo transmissível) – pode ser agressivo e metastático, mas responde muito bem ao tratamento quimioterápico; Melanoma – alguns autores sempre chamam de maligno e a versão benigna de Melanocitoma, outros chamam de Melanoma benigno ou maligno; Tumor basocelular. Importante: melanoma e tumor basocelular são imitadores das células redondas. Linfoma Núcleos edentados, lobular; > extensão citoplasma basofílico; Linfoma linfoblástico: linfoblastos (células jovens e grandes) – crescem rápido, células arredondadas com grande relação núcleo/citoplasma, núcleos grandes, binucleação, citoplasma bem basofílico; Linfoma linfocítico: pequenos linfócitos; Linfoma intermediário; Pode ser observado no linfonodo, timo, baço, placas de Peyer e pele; > relação núcleo/citoplasma que outros tumores; Forma mais frequente em pequenos animais: linfoma nos linfonodos; Importante: diferenciar morfologia para obtenção de diferentes prognósticos. Mastocitoma Quando bem diferenciado é um tumor de muito fácil identificação, pois as células são arredondadas e possuem muitos grânulos arroxeados (basofílicos) no citoplasma (ovo frito com pimenta), além disso geralmente uma grande população de eosinófilos o acompanham: Citoplasmacom granulação vermelho arroxeada; Variável granulação: diferenciação; Grânulos soltos; Variável número de eosinófilos; Anisocitose, anisocariose, pleomorfismo. Importante: quando mal diferenciado pode ser confundido com linfoma. Histiocitoma No animal jovem é um tumor que cresce muito rápido, preocupando o proprietário, porém costuma ser benigno: Neoplasia benigna – proliferação de células dendríticas (hiperplasia reativa); Núcleo grande, porém, seu contorno varia muito (observando células arredondadas, ovaladas etc.), não apresenta grânulos (diferencia do mastocitoma bem diferenciado), citoplasma azul pálido maior do que o do linfoma, tumor externo na forma de botão; Lesão única, cães jovens (3 anos) das raças Boxer, Dachshund, Cocker Spaniel, Shetland sheepdogs, Bull Terrier; Cabeça, pina e membros. Regressão espontânea. Plasmocitoma Assusta muito devido aos critérios celulares de malignidade (variação de forma e tamanho, megacariose, alta relação núcleo:citoplasma, cromatina grosseira), mas geralmente é benigno (apesar de existirem variações malignas): Células espalhadas com variação morfológica; Citoplasma distinto e basofílico; Halo claro no citoplasma quando o tumor está bem diferenciado; Núcleos excêntricos; Células bi ou multinucleadas; Aspecto plasmocitóide Tumor benigno. Importante: de 6-8 lâminas para obter a que for mais representativa. TVT (Tumor venéreo transmissível) Muito frequente, a transmissão se dá por relação sexual: Boa esfoliação – o que mais esfolia dentre os tumores de células redondas; Pleomorfismo celular – núcleos excêntricos u centrais (varia de célula para célula) Citoplasma moderadamente basofílico – ajuda a diferencias dos outros tumores extragenitais; Vacúolos citoplasmáticos geralmente uniformes e espalhados aleatoriamente nos tumores diferenciados; Núcleos redondos e uniformes – geralmente excêntricos; 1 ou 2 nucléolos proeminentes. CÉLULAS EPITELIAIS NORMAIS Células escamosas Citoplasma azul claro ou água, poligonais; anucleadas ou núcleos picnóticos; coloração anfótera (basofílica ou eosinofílica). Células basais Núcleos menores, basofílico; citoplasma menor; cromatina fina ou leve/e granular. TUMORES EPITELIAIS Esfoliam em grupo; Acinar ou ductal; Células grandes, poligonais, com bastante citoplasma; Critérios de malignidade são mais expressos – aumento grosseiro da cromatina e pleomorfismo; 1 ou + nucléolos grandes. Importante: Diferenciar malignidade de displasia da inflamação Na maioria das vezes não é possível na cito, precisando do exame histopatológico; Lesões neoplásicas ulceradas Coleta por punção no interior da massa (exame mais fidedigno para obtenção de celularidade compatível com o processe). Cistos e tumores foliculares Lesões muito frequentes, contorno de células epiteliais escamosas bem diferenciadas ou células basais (se parecem muito com as células normais): Células epiteliais cornificadas ou basalóides com ceratina de vários padrões Dentro dos cistos ou tumores: debris amorfos, basofílicos (produto de ceratina com glândula sebácea) – deve-se realizar a punção no centro da massa; Revestimento do cisto: células escamosas bem diferenciadas ou células basais (proliferativas); Cristais de colesterol – cristalizam; Variável inflamação piogranulomatosa – aumentam de tamanho e rompem, liberando o conteúdo serosebáceo na derme (tecido subcutâneo panicular) e atua como corpo estranho, causando intensa reação inflamatória Principal causa de abcessos na pele de humanos. Tumor basocelular Muito frequente na medicina veterinária e humana. Derivado das células basalóides/germinativas (núcleo menor e citoplasma maior). Em humanos é um tumor comum em pessoas de pele clara com alta exposição ao sol. Tumor maligno em baixo grau (diagnóstico cirúrgico e posterior fotoproteção é suficiente para curar): Vários tipos de tumores; Celularidade semelhante; Células basalóides uniformes ~ Histiocitoma Em grupo, isoladas ou em fileiras; Células coesas (origem epitelial basocelular) – se estiverem soltas podem ser confundidas, pois são arredondadas; É comum ocorrer desvios de diferenciação para outros tipos celulares como glândulas sebáceas (sebócitos). Carcinoma espinocelular Comum em animais de pelagem clara que ficam muito tempo expostos ao sol: Celularidade variável; Células normais a pleomórficas (poligonais) com pouco e basofílico citoplasma (presença de queratina); Nucléolo único ou múltiplos, proeminentes; Critérios de malignidade – ppt nas células bem diferenciadas; Ocasionais vacúolos perinucleares (citoplasmáticos); Importante: coleta por raspados da superfície ulcerada ou por introdução de agulha tangencial no centro da massa. TUMORES EPITLIAIS DE GLÂNDULAS SEBÁCEAS Adenoma sebáceo Citoplasma amplo e espumoso (vacuolização devido a presença de gordura) – tumor de aspecto claro (gordura não é corada por Romanowsky); Núcleo central ou excêntrico; Diminuição do nucléolo; Células basalóides ocasionais; Tumor externo se assemelha a verruga. Epitelioma sebáceo Muito frequente em cães, ppt na região cefálica (palpebral): Grande número de células basalóides (muito núcleo e pouco citoplasma); Núcleos grandes; Pequenos sebócitos maduros, isolados ou em grupos; Intermediário entre o carcinoma e adenoma. Adenoma hepatóide Glândula hepatóide é uma glândula sebácea modificada, que fica próximo a região do ânus. Muito frequente, levando a hiperplasia chamada de lesão em donut. Também pode ocorrer na base da cauda ou no prepúcio: Alta celularidade em grupos – tumor epitelial (células coesas); Citoplasma amplo e cinza azulado, granular; Benigno – raramente há mitose; Núcleos redondos e uniformes; 1 ou + pequenos nucléolos, as vezes maiores; Poucas células da reserva; Pouco ou bem diferenciado TUMORES MESENQUIMAIS Tumores compostos por células fusocelulares; Difícil diferenciação entre tipos – muitas vezes o exame histopatológico é necessário, mas mesmo assim pode ser difícil, sendo necessário outros exames maior dificuldade de definir comportamento e histogênese; Avaliar grau de malignidade – difícil, pois a diferença entre núcleo e nucléolo é discreta em relação aos tumores epiteliais; Células individuais ou agrupadas; Benignos (sufixo “oma”) e malignos (sufixo “sarcoma”); Citoplasma fusiforme em cauda; Citoplasma estrelado; Citoplasma pouco definido; Núcleo redondo ou ovalado; Alta malignidade Tamanho de nucléolo. Fibroma Pouca esfoliação (benigno); Células uniformes; Citoplasma longo e fusiforme; Nucléolos pequenos. Fibrossarcoma Esfoliam mais do que o fibroma; Menos “spindle”; Células ovaladas (citoplasma com aspecto de cauda); Ocasional multinucleação; Atipia nuclear com pouca inflamação – se tiver muito inflamação: displasia por inflamação Histopatologia confirma; Laudo citopatológico: tumor de células fusiformes maligno. Lipoma Fácil fazer diagnóstico, pois a gordura não se cora e a lâmina não seca ao ar: Poucos lipócitos – vê apenas os limites citoplasmáticos e núcleo na periferia das células; Gordura livre; Núcleo picnótico rechaçado para a periferia devido a grande quantidade de gordura; Mais frequente que o Lipossarcoma; Igual citologicamente ao tecido adiposo Diagnóstico: anatomoquímico Punção de um nódulo indica linfoma, punção de pele normal indica o tecido adiposo normal do animal. Lipossarcoma Gordura livre; Lipócitos maduros; Lipoblastos (células jovens) – geralmente se encontram 1 ou 2 e é o critério para suspeitar de um Lipossarcoma bem diferenciado; Lipócitos maduros; Variação populacional. Hemangiopericitoma A grande maioria dos casos são células de origem perineural Tumores de bainha de nervo periférico. Alteração bastante frequente na região dos membros: Esfoliam bem, isoladas ou agrupadas; Células fusiformes a pouca cauda – Tumor fusocelular de partes moles; Núcleo redondo a oval; Citoplasma com pequenos vacúolos; Linfócitos ocasionais; PROVA: escrever tumor fusocelular de partes moles. Hemangioma (benigno) Muitas hemácias – originado do endotélio vascular; Tumor de origem actínica (solar); Células ovais, fusiformes ou estreladas; Quantidade moderada de citoplasma, relação núcleo citoplasma grande; 1 ou 2 pequenos nucléolos; Neutrófilos, plaquetas e macrófagos; Punção não aspirativa para reduzir a contaminação por sangue; Lesão que sangra muito, animal anêmico, anemia regenerativa. Melanoma Originário de melanócitos (benigno) – maligno: Melanocitoma; Moderada celularidade; Hemácias; Células individuais ou em grupos; Fusiformes, redondas, ovais, estreladas; Moderado citoplasma; Grânulos marrons a verde escuro; Lesões pigmentadas – as que se originam na pele (áreas pilosas) na maioria das vezes são benignas, já as que se originam nas junções mucocutâneas, cavidade oral e leito ungueal são malignas; Melanócitos se originam na crista neural (mistura de tecido epitelial com mesenquimal) – pode ser de morfologia redonda (epitelial), fusiforme ou poligonais (mesenquimais) Tumor de aspecto misto, bi ou trifásico; Quantidade de pigmento: tumores bem diferenciados possuem muito pigmento melânico (diagnóstico fácil); Melanomas amelanóticos (sem pigmento) – difícil diferenciar dos sarcomas ou carcinomas pouco diferenciados (diagnóstico difícil) Histopatologia Imunohistoquímica.
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