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MEDICINA LEGAL 
POLÍCIA CIVIL DO PARÁ 
MEDICINA LEGAL 
- LEI 5.810/94 
 
 
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 O inteiro teor desta apostila está sujeito à proteção de direitos autorais. 
Copyright © 2019 Loja do Concurseiro. Todos os direitos reservados. O conteúdo 
desta apostila não pode ser copiado de forma diferente da referência individual 
comercial com todos os direitos autorais ou outras notas de propriedade retidas, e 
depois, não pode ser reproduzido ou de outra forma distribuído. Exceto quando 
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distribuir, modificar, reproduzir, republicar ou retransmitir qualquer informação, 
texto e/ou documentos contidos nesta apostila ou qualquer parte desta em qualquer 
meio eletrônico ou em disco rígido, ou criar qualquer trabalho derivado com base 
nessas imagens, texto ou documentos, sem o consentimento expresso por escrito da 
Loja do Concurseiro. 
 Nenhum conteúdo aqui mencionado deve ser interpretado como a concessão 
de licença ou direito de qualquer patente, direito autoral ou marca comercial da Loja 
do Concurseiro. 
 
POLÍCIA CIVIL DO PARÁ 
MEDICINA LEGAL 
 
3 
 
 
PROGRAMA 
MEDICINA LEGAL: 
1. Perícias e Peritos. 1.1. Documentos médico-legais. 1.2. 
Quesitos oficiais. 1.3. Perícias médicas. 1.4. Legislação 
sobre perícias médico-legais. 2. Traumatologia Médico-
legal. 2.1. Lesões corporais sob o ponto de vista jurídico. 
2.2. Energias de Ordem Mecânica. 2.3. Energias de Ordem 
Química, cáusticos e venenos, embriaguez, toxicomanias. 
2.4. Energias de Ordem Física: Efeitos da temperatura, 
eletricidade, pressão atmosférica, radiações, luz e som. 
2.5. Energias de Ordem Físico-Química: Asfixias em geral. 
Asfixias em espécie: por gases irrespiráveis, por monóxido 
de carbono, por sufocação direta, por sufocação indireta, 
por afogamento, por enforcamento, por 
estrangulamento, por esganadura, por soterramento e 
por confinamento. 3. Tanatologia Médico-legal. 3.1. 
Tanatognose e cronotanatognose. 3.2. Fenômenos 
cadavéricos. 3.3. Necropsia, necroscopia. 3.4. Exumação. 
3.5. “Causa mortis”. 3.6. Morte natural e morte violenta. 
4. Sexologia Médico-legal. 
 
1. TRAUMATOLOGIA MÉDICO-LEGAL 
 
 
CONCEITO 
Estuda as lesões e os estados patológicos imediatos ou 
tardios produzidos por violência sobre o corpo humano, 
em estado de repouso ou em movimento. (França, 2008) 
 
ENERGIAS 
- Energias de ordem mecânica; 
- Energias de ordem física; 
- Energias de ordem físico-química; 
- Energias de ordem química; 
- Energias de ordem bioquímica; 
- Energias de ordem biodinâmica; 
- Energias de ordem mista. 
 
ENERGIAS DE ORDEM MECÂNICA 
(Instrumentos) 
 
INSTRUMENTOS MECÂNICOS E SUAS RESPECTIVAS 
LESÕES 
 
TIPOS DE ARMAS 
- Armas próprias (punhais, revólveres, soqueiras); 
- Armas impróprias (faca, navalha, foice, facão, 
machado); 
= Armas naturais (punhos, pés, dentes). (França, 2008) 
 
AÇÃO DOS INSTRUMENTOS 
- Perfurantes; 
- Cortantes; 
- Contundentes; 
- Pérfuro-cortantes; 
- Pérfuro-contundentes; 
- Corto-cortundentes. (França, 2008) 
 
I. INSTRUMENTO PERFURANTE 
1. DEFINIÇÃO: É todo instrumento capaz de produzir uma 
lesão punctória. 
2. INSTRUMENTOS: Esses instrumentos propriamente 
ditos possuem forma cilíndrica-cônica, são alongados, 
finos e pontiagudos. 
3. MECANISMO DE AÇÃO: Atuam por pressão através da 
ponta e afastamento das fibras do tecido. 
4. LESÕES: As lesões produzidas por estes instrumentos 
são soluções de continuidade que se denominam feridas 
punctórias. 
5. DIAGNÓSTICO: O tipo de instrumento será 
diagnosticado pela qualidade das lesões. 
6. PROGNÓSTICO: É extremamente variável. 
7. NATUREZA JURÍDICA: Geralmente homicídios, não é 
de se desprezar a possibilidade de acidente comum ou 
do trabalho. Como meio de suicídio não é muito 
frequente. 
8. PERÍCIA: A perícia envolve sempre o exame das lesões 
em sua forma, aspecto, dimensões e demais caracteres 
que sirvam não só para a determinação diagnóstica, mais 
ainda para pesquisar o instrumento que as produziu. 
 
 
 
MEDICINA LEGAL 
POLÍCIA CIVIL DO PARÁ 
MEDICINA LEGAL 
- LEI 5.810/94 
 
 
4 
LESÃO PRODUZIDA POR AÇÃO PERFURANTE: (feridas 
punctórias). 
- Abertura estreita; 
- Pouca nocividade na superfície; 
- Afastando as fibras do tecido e, muito raramente, 
seccionando-as; 
- São de raro sangramento; 
- Quase sempre de menor diâmetro que o do instrumento 
causador, graças à elasticidade e à retratilidade dos 
tecidos cutâneos; 
- O estilete, a sovela, a agulha e furador de gelo. 
II. INSTRUMENTO CORTANTE 
1. DEFINIÇÃO: É todo instrumento que atuando 
linearmente sobre o organismo. 
2. INSTRUMENTOS: Navalha, bisturi, lâmina, canivete, 
faca de gume cerrado etc. 
3. MECANISMO DE AÇÃO: Agem por pressão e 
deslizamento produzindo a secção uniforme dos tecidos. 
4. LESÕES: Possuem bordas nítidas e regulares, há 
hemorragia geralmente abundante. 
5. DIAGNÓSTICO: É necessário estudar cuidadosamente 
os caracteres da lesão, não sendo omitido o exame 
minucioso das vestes quando a região afetada era coberta 
por ela. 
6. PROGNÓSTICO: Depende da sede comprometida, da 
extensão e profundidade do ferimento. 
7. NATUREZA JURÍDICA: Podem variar, é homicida 
frequentemente, mas pode tratar-se de lesão de defesa 
(indicativo de luta) ou mesmo suicida. 
8. PERÍCIA: Elemento cortante, número de lesões, sede, 
direção, características, profundidade, regularidade, 
lesões de defesa. 
 
LESÃO PRODUZIDA POR AÇÃO CORTANTE: ferida incisa 
- Age por mecanismo de deslizamento sobre os tecidos; 
- As extremidades são mais superficiais e a parte mediana 
mais profunda; 
- Presença de cauda de escoriação voltada para o lado 
onde terminou a ação do instrumento; 
- Hemorragia quase sempre abundante; 
- Afastamento das bordas da ferida; 
- Predominância do comprimento sobre a profundidade; 
- A navalha, a lâmina de barbear e o bisturi. 
E MAIS: 
- Esquartejamento: dividir o corpo em partes (quartos), 
por amputação ou desarticulação. 
- Decapitação: separação da cabeça do corpo e pode ser 
oriunda de outras formas de ação além da cortante. 
- Degolamento: secção quase total do pescoço feita pela 
sua parte posterior. 
- Esgorjamento: secção das partes anteriores do 
pescoço. 
 
III. INSTRUMENTO CONTUNDENTE 
1. DEFINIÇÃO: É todo instrumento ou objeto rombo 
agindo traumaticamente. 
2. INSTRUMENTOS: São de natureza sólida, líquida, 
gasosa, naturais, usuais e eventuais. 
3. MECANISMO DE AÇÃO: Ativo, Passivo e Misto. 
4. LESÕES: A resultante da ação desses instrumentos 
depende da intensidade do seu movimento e de sua 
dinâmica traumatizante (Rubefação, Edema, Escoriação, 
Equimose, Hematoma, Bossa sanguínea, Bossa linfática, 
Luxação, Fratura e Ferida contusa). 
5.DIAGNÓSTICO: Na apreciação detalhada das 
equimoses é preciso distingui-las das hipóstases, 
equimoses espontâneas post mortem, pseudo-
equimoses e doenças. 
6. PROGNÓSTICO: O prognóstico depende da lesão em 
si, conforme a região, ferida seccionando ou dilacerando 
órgãos importantes, e dependendo do peso da arma e 
força viva com que esta é acionada. 
7. NATUREZA JURÍDICA: Essas lesões podem significar 
dependendo da sede, a natureza de uma violência. 
8. PERÍCIA: A importância de realização de uma perícia 
bem feita, traduz a possibilidade da identificação do 
agente da lesão e também, o tipo ou natureza do crime. 
 
Lesão produzida por ação contundente: contusões 
abertas ou fechadas 
- Rubefação; 
- Edema traumático; 
- Escoriação; 
- Equimose; 
- Hematoma; 
- Bossa sanguínea; 
POLÍCIA CIVIL DO PARÁ 
MEDICINA LEGAL 
 
5 
- Ferida contusa; 
- Fratura; 
- Luxação; 
- Entorse; 
- Encravamento e empalamento. 
 
RUBEFAÇÃO 
Caracteriza-se pela congestãorepentina e momentânea 
de uma região do corpo atingida pelo traumatismo, 
evidenciada por uma mancha avermelhada, efêmera e 
fugaz, que desaparece em alguns minutos, daí sua 
necessidade de averiguação exigir brevidade. Como 
exemplo podemos citar a bofetada, em que muitas vezes 
ficam impressos os dedos do agressor. 
 
EDEMA TRAUMÁTICO 
Alteração circulatória que vai além da rubefação, e o 
líquido intercelular aumenta, produzindo distensão e 
elevação cutânea. 
 
ESCORIAÇÃO 
É a exposição da derme devido ao arrancamento da 
epiderme por ação tangencial de um instrumento 
mecânico. 
É o arrancamento da epiderme e o desnudamento da 
derme, das quais fluem serosidade e sangue. 
Nas escoriações post-mortem, não há formação de 
crostas; a epiderme é branca, não há serosidade e nem 
sangue. 
 
EQUIMOSE 
Infiltração hemorrágica nas malhas dos tecidos. 
Quando em pequenos grãos, recebem o nome de 
sugilação e, quando em forma de estrias, são 
denominadas víbice. 
Petéquias são pequenas equimoses, quase sempre 
agrupadas e caracterizadas por um pontilhado 
hemorrágico. 
 
 
 
 
ESPECTRO EQUIMÓTICO DE LEGRAND ou SAULLE 
Avermelhada no primeiro dia; 
Violácea no segundo e terceiro dia; 
Azulada do quarto ao sexto dia; 
Esverdeada do sétimo ao décimo dia; 
Amarelada por volta do décimo segundo dia; 
Finalmente desaparece em 15-20 dias. 
 
HEMATOMA 
Extravasamento de sangue de um vaso bastante 
calibroso e a sua não difusão nas malhas dos tecidos 
moles, formando-se no interior do tecido verdadeiras 
cavidades, onde surge uma coleção sanguínea; 
Em geral faz relevo com a pele, tem delimitação mais ou 
menos nítida e é de absorção mais demorada que a 
equimose. 
 
BOSSA SANGUÍNEA 
A bossa sanguínea diferencia-se do hematoma por 
apresentar-se sempre sobre um plano ósseo e pela sua 
saliência bem pronunciada na superfície cutânea. É 
comum nos traumatismos de couro cabeludo. França, 
2008 
 
FERIDA CONTUSA 
Lesão aberta cuja ação contundente foi capaz de vencer 
a resistência e elasticidade dos planos moles. 
Bordas irregulares, escoriadas e equimosadas; 
Presença de pontes de tecido íntegro ligando as 
vertentes; 
Pouco sangrantes. 
 
FRATURA 
Solução de continuidade dos ossos, podendo ser diretas, 
quando provêm do próprio local do traumatismo, e 
indiretas, quando provêm de violência numa região 
distante do local fraturado. Podem ser simples ou 
cominutivas, fechadas ou expostas, completas ou 
incompletas. 
 
 
 
POLÍCIA CIVIL DO PARÁ 
MEDICINA LEGAL 
- LEI 5.810/94 
 
 
6 
LUXAÇÃO 
Deslocamento de dois ossos cujas superfícies de 
articulação deixam de manter suas relações de contato. 
Perda de contato entre as suas superfícies articulares. 
As articulações mais acometidas são as do ombro, 
cotovelo, joelho e tornozelo. 
 
ENTORSE 
Lesões articulares provocadas por movimentos 
exagerados dos ossos, incidindo apenas sobre os 
ligamentos. (França, 2008) 
 
ENCRAVAMENTO 
Produzido pela penetração de um objeto afiado e 
consistente em qualquer parte do corpo de origem 
geralmente acidental. (França, 2008) 
 
EMPALAMENTO 
Essa forma especial de encravamento caracteriza-se pela 
penetração de um objeto de eixo longitudinal, na maioria 
das vezes, consistente e delgado, no ânus e na região 
perineal. As lesões são geralmente múltiplas e variadas, 
sua profundidade varia de acordo com o impacto e as 
dimensões do objeto contusivo. 
 
IV. INSTRUMENTO CORTO-CONTUNDENTE 
1. DEFINIÇÃO: São instrumentos que possuem gume 
rombo, de corte embotado e que agindo sobre o 
organismo, rompe a integridade da pele, produzindo 
feridas irregulares. 
2. INSTRUMENTOS: Machado, foice, facão, enxada, moto-
serra, rodas de trem etc. 
3. MECANISMO DE AÇÃO: Agem por pressão e percussão 
ou deslizamento. A lesão se faz mais pelo próprio peso e 
intensidade de manejo. 
4. LESÕES: A forma das feridas varia conforme a região 
comprometida, a intensidade de manejo, a inclinação, o 
peso e o fio do instrumento. 
5. DIAGNÓSTICO: Feito com base no tipo de lesão, 
depende da lesão em si. 
6. PROGNÓSTICO: Geralmente grave quanto à vida ou em 
hipótese mais benigna, quanto à importância de um 
dano. 
7. NATUREZA JURÍDICA: É mais frequente no homicídio e 
no acidente, sendo raro no suicídio. 
8. PERÍCIA: o aspecto da escoriação é suficiente para 
indicar se o ferimento foi feito num indivíduo vivo ou 
num cadáver. 
 
LESÃO PRODUZIDA POR AÇÃO CORTO-CONTUNDENTE: 
FERIDA CORTO-CONTUSA. 
- São influenciados pela ação contundente, quer pelo 
próprio peso, quer pela força ativa de quem os maneja; 
- Não apresentam cauda de escoriação e nem pontes de 
tecidos íntegros; 
- Geralmente provoca mutilações; 
- Foice, o facão, o machado, a enxada, a guilhotina, a 
serra elétrica, as rodas de um trem, a tesoura, as unhas 
e os dentes. 
 
V. INSTRUMENTO PÉRFURO-CORTANTE 
1. DEFINIÇÃO: São aqueles que além de perfurar o 
organismo exercem lateralmente uma ação de corte. 
2. INSTRUMENTOS: Facas, punhais, canivetes, baionetas 
etc. 
3. MECANISMO DE AÇÃO: Perfura = Pressão Corta = 
Secção 
4. LESÕES: Variável, dependem do tipo de instrumento. 
5. DIAGNÓSTICO: Deve ser orientado no sentido de se 
caracterizar a natureza da lesão, condicionada ao 
instrumento que a produziu. 
6. PROGNÓSTICO: Depende do local, profundidade e 
largura da lesão. 
7. NATUREZA JURÍDICA: - Lesão Corporal – Suicídio – 
Homicídio – Acidente 
8. PERÍCIA: Dificilmente podemos calcular a largura do 
instrumento pelo tamanho do ferimento. Contudo o 
perito pode dar a idéia genérica do elemento cortante, 
número de lesões, sede, direção, características, 
profundidade, regularidade, lesões de defesa etc. 
 
 
 
 
POLÍCIA CIVIL DO PARÁ 
MEDICINA LEGAL 
 
7 
LESÃO PRODUZIDA POR AÇÃO PÉRFURO-
CONTUNDENTE (PROJÉTEIS DE ARMA DE FOGO): FERIDA 
PÉRFURO-CONTUSA. 
- Ferimento de entrada 
- Ferimento de saída 
- Trajeto 
 
Provocam as zonas de queimadura, esfumaçamento e 
tatuagem. 
 
TIRO ENCOSTADO EM CONTATO COM O CRÂNIO 
(DISTÂNCIA ZERO) 
- O projétil abre caminho para o cone de explosão; 
- Perfura a calota craniana; 
- Com a pressão a pele não resiste e estoura de dentro 
para fora; 
- Formação de uma ferida de forma estrelada; 
- “Buraco de mina” ou em “boca de mina” (câmara de 
mina Hoffmann); 
- Permite deixar impresso na pele o desenho da boca ou 
da massa de mira do cano (sinal de Werkgaertner), 
produzido por sua ação contundente ou pelo seu 
aquecimento. 
 
TIRO DADO À QUEIMA-ROUPA (GERALMENTE ATÉ 
10CM) 
- Somam-se às lesões produzidas pelo projétil as 
alterações causadas pelo cone de explosão gases 
superaquecidos (queimadura), grãos de pólvora 
incombusta (tatuagem) e fuligem que circunscreve a 
ferida de entrada (esfumaçamento); 
- Zona de queimadura ou zona de chamuscamento; 
- Zona ou orla de esfumaçamento ou tisnado; 
- Zona ou orla de tatuagem. 
 
TIRO À CURTA DISTÂNCIA (GERALMENTE DE 10 A 50 
CM) 
- Somam-se às lesões produzidas pelo projétil as zonas 
de esfumaçamento e tatuagem; 
 
TIRO À MÉDIA DISTÂNCIA (GERALMENTE DE 50CM ATÉ 
60 A 70 CM) 
- Somam-se às lesões apenas a zona de tatuagem 
 
FERIMENTO DE ENTRADA: TIROS À LONGA DISTÂNCIA 
(GERALMENTE DE 60 A 70 CM EM DIANTE) 
- Zona de contusão ou orla de Chavigny; 
 - Orla de escoriação; 
 - Orla de enxugo ou de limpadura; 
 - Forma circular (perpendicular) e ovalar (obliquo); 
 - Orla equimótica; 
 - Bordas invertidas; 
 - Diâmetro geralmente menor em relação a saída. 
 
REVÓLVER E PISTOLA UTILIZADOS NO BRASIL 
 
 
FERIMENTO DE SAÍDA 
- Forma irregular; 
- Bordas reviradas para fora, ou seja, a derme e a 
epiderme são impelidas de dentro para fora; 
- Fragmentos de tecidos internos exteriorizam-se pela 
lesão; 
- São mais sangrantes, pelo maior diâmetro, pela 
irregularidade da forma e eversão das bordas; 
- Não exibem orla de enxugo nem de contusão. 
POLÍCIA CIVIL DO PARÁ 
MEDICINA LEGAL 
- LEI 5.810/94 
 
 
8 
TRAJETO 
Caminho percorrido pelo projétil no interior do corpo. 
Teoricamenteé representado por uma reta interposta 
entre o ferimento de entrada e o de saída. 
Pode ser um canal fechado ou um canal aberto, 
dependendo de transfixa ou não o corpo. 
 
TRAJETÓRIA 
Percurso desenvolvido pelo projétil desde a saída do cano 
da arma até o seu repouso final, que pode ser ou não no 
corpo da vítima. 
 
PROJÉTEIS 
Baixa Energia: velocidades de 100 m/s até 500 m/s, na 
saída do cano da arma. 
Alta Energia: velocidades de 500 m/s até 1.200 m/s, na 
saída do cano da arma. 
CONCLUSÃO 
Um mesmo instrumento poderá ocasionar vários tipos de 
lesão, dependendo apenas do seu modo de ação. 
 
CONCEITOS BÁSICOS 
1. TRAUMATISMO (trauma): Qualquer lesão, por ação de 
um agente exógeno. 
EX: FAF, FAB, etc. 
2. LESÃO: 
a) Medicina Curativa: Alteração morfofuncional de um 
órgão. 
b) Medicina Pericial: Qualquer modificação de 
normalidade de origem externa, provocando dano 
pessoal em decorrência de culpa, dolo ou acidente. 
c) Doutrina Penal: Consequência de um ato violento. 
d) Lesão Corporal: Atingem a integridade física e psíquica 
de alguém. 
e) Lesão Pessoal: Atingem ao corpo, saúde e à mente. 
f) CONCEITOS BÁSICOS 
 Classificação das lesões corporais: 
QUANTIDADE: Leves, Graves, Gravíssimas e Seguida de 
morte. 
QUALIDADE: 1º. Ofensa a integridade física, 2º. 
Incapacidade para ocupações habituais e 3º. 
Incapacidade laboral. 
3. VIOLÊNCIA: É toda ação material ou pressão moral 
exercida contra uma pessoa, visando submetê-la a 
vontade de outrem (Física, Moral, Presumida). 
4. CAUSA: É o que leva a resultados imediatos e 
responsáveis por determinada lesão, suscitando uma 
relação entre causa e efeito. 
 
CONCEITOS BÁSICOS 
5. CONCAUSA: São os fatores que se associam para o 
agravamento ou melhora de uma lesão, geralmente são 
alegadas quando se produz agravamento. 
6. FERIDA: É o retrato do ferimento e este é o ato, a ação 
de ferir. 
Ex: Pedro foi atropelado (ferimento) e sofreu as 
seguintes lesões (feridas). 
7. SEDE DAS LESÕES: É a região anatômica da vítima onde 
foi aplicado o trauma. É de interesse médico e jurídico. 
8. AGENTES TRAUMATIZANTES: São Energias Físicas, 
Mecânicas, Químicas, Físico-químicas, Bioquímicas, 
Biodinâmicas e Mistas. 
 
ENERGIAS DE ORDEM FÍSICA 
 
CONCEITO 
Todas as lesões produzidas por uma modalidade de ação 
capaz de modificar o estado físico dos corpos e de cujo 
resultado podem surgir ofensa corporal, dano a saúde ou 
a morte. (França, 2008). 
 
ENERGIAS DE ORDEM FÍSICA 
• Eletricidade; 
• Temperatura; 
• Pressão atmosférica; 
• Radioatividade; 
• Som; 
• Luz. 
 
ELETRICIDADE 
São frequentes as lesões e principalmente a morte por 
eletricidade. Atua, nestes casos, a eletricidade natural ou 
industrial. 
 
 
 
POLÍCIA CIVIL DO PARÁ 
MEDICINA LEGAL 
 
9 
ELETRICIDADE NATURAL 
É a energia originada nas descargas elétricas provocadas 
pelos raios e pelos relâmpagos, resultantes de uma 
diferença de potencial entre a face inferior da nuvem e a 
terra. 
• “fulminação” descargas elétricas que produzem a 
morte. 
• “fulguração” quando apenas provoca lesões 
localizadas. 
 
EXAME DO CADÁVER 
• Atentar para o estado das vestes e presença de 
objetos metálicos fundidos e queimaduras da pele 
adjacente a esses objetos nos bolsos, cintos etc.; 
• O exame interno, em geral, evidencia apenas sinais 
gerais de asfixia. Nos que morrem dias depois do 
acidente, encontram-se focos de necrose no cérebro, 
na medula e em nervos periféricos. 
 
LESÕES ARBORIFORMES DE LICHTEMBERG 
Lesões na pele das vítimas, como desenhos ramificados 
de aspecto vermelho-escuro ou amarronzado, que são 
provocados, em função do efeito térmico sobre os vasos 
superficiais da pele, provocando uma paralisia vascular 
que pode desaparecer com a sobrevivência. Representa a 
área de entrada da energia elétrica no corpo da vítima. A 
lesão de saída, normalmente situada no pé, ponto de 
contato com o chão. 
 
MECANISMO DE MORTE 
As vítimas de fulminação morrem por parada 
cardiorrespiratória devido lesão dos neurônios dos 
centros respiratórios. 
ELETRICIDADE INDUSTRIAL 
A ação dela se chama eletroplessão. É a energia produzida 
por geradores e destinada às atividades humanas na vida 
cotidiana, em casa, no lazer, no trabalho, nas indústrias, 
etc. 
 
LESÃO DE ENTRADA 
• Marca elétrica de Jellinek. Resultante do contato do 
condutor da energia com o corpo da vítima. Neste 
local forma-se uma lesão de contornos nítidos, 
esbranquiçada, endurecida, com o centro deprimido, 
bordos elevados, por vezes, no formato do condutor. 
• Metalização metálica. Pode ocorrer metalização por 
deposição de partículas de fusão do metal, fazendo 
uma tatuagem superficial na área de contato do 
eletroduto. 
• Queimadura elétrica. Apresenta a forma de escara 
pardacenta ou escura, bordas nítidas e não apresenta 
flictenas, podendo ou não apresentarem as marcas 
do condutor, sendo resultantes da transformação da 
energia elétrica em térmica, que é o efeito Joule. 
 
SAÍDA 
Eventualmente pode haver, uma marca de saída, mas é 
de maior amplitude e de consistência mole, 
contrastando com a entrada. Quando a saída da 
eletricidade ocorre em uma extremidade que está 
imersa na água, diretamente inexiste marca de saída, 
haja vista que a área de difusão é muito grande. 
 
CORRENTES ELÉTRICAS 
• As correntes de baixa tensão, não passam de 120 
volts; 
• As correntes de média tensão, entre 120 volts e 
1.200 volts; 
• As correntes de alta tensão, acima de 1.200 volts. 
 
MECANISMO DE MORTE 
• Parada Cardíaca. Explicada pelo efeito da corrente 
elétrica sobre o coração, provocando fibrilação 
ventricular, que acontece preferencialmente no lar; 
• É quando a pessoa tem as mãos molhadas, está 
descalça e toca num condutor abaixo de 120 volts; 
• Na maioria das vezes ocorre no banheiro. Entre o 
choque e a queda inconsciente passam-se cerca de 15 
segundos. 
• Insuficiência Respiratória. Pela asfixia secundária a 
tetanização dos músculos respiratórios, edema agudo 
pulmonar e morte; 
• A observação tem demonstrado que a parada da 
respiração antecede a parada do coração; 
• Ocorre nas tensões de 120 volts a 1.200 volts. 
• Morte Cerebral. Hemorragia intracraniana devido 
lesão encefálica; 
• Ocorre num condutor acima de 1.200 volts; 
• Devido a alta tensão, surgem as lesões mistas, ou 
seja, à marca elétrica e à queimadura elétrica. 
 
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10 
TEMPERATURA 
As modalidades: 
• O frio (hipotermia); 
• O calor (hipertermia). 
 
HIPOTERMIA 
• O frio pode atuar de maneira localizada ou difusa; 
• Admite-se que a compensação espontânea se dá, 
automaticamente, até que a temperatura retal atinja 
30ºC; por vezes, até 25ºC; 
• Embora a forma acidental seja mais constante, não é 
raro o caráter doloso, principalmente em abandono 
de recém-nascidos. 
 
FRIO LOCALIZADO 
Lesão conhecida como geladura, muito parecida com as 
queimaduras pelo calor e tem classificação em graus. 
(França, 2008). 
 
QUEIMADURAS 
• Primeiro grau – palidez ou rubefação local e aspecto 
anserino da pele; 
• Segundo grau – eritema e formação de bolhas ou 
flictenas de conteúdo claro e hemorrágico; 
• Terceiro grau – necrose dos tecidos moles com 
formação de crostas enegrecidas; 
• Quarto grau - gangrena ou desarticulação. 
 
FRIO DIFUSO 
• Não existe uma lesão típica; 
• A perícia deve orientar-se aos fatores individuais da 
vítima, tais como: fadiga, depressão orgânica, idade, 
alcoolismo e certas perturbações mentais, para 
determinar a causa da morte; 
• O resfriamento do corpo inicialmente reduz, e em 
certos níveis inibe, a cessão do oxigênio, por parte das 
hemácias, aos tecidos. Esse fenômeno explica à 
alteração do sistema nervoso central. 
 
 
 
 
HIPERTERMIA 
 O calor pode atuar de duas formas: 
Difusa 
• Insolação, em que a fonte de calor é natural, o sol; 
• Intermação, em que a fonte de calor é artificial 
(fornalha, caldeira, etc). 
Direta 
• Queimaduras.CALOR DIFUSO 
• A exposição de um indivíduo a ambiente de 
temperatura elevada pode levar ao aparecimento de 
distúrbios que são chamados genericamente de 
doenças relacionadas ao calor. 
Patologias preexistentes, principalmente as ligadas aos 
sistemas circulatórios e respiratórios, o metabolismo 
basal, hipofunção paratireoidiana e supra-renal do 
indivíduo. 
DIAGNÓSTICO DE MORTE 
• Distinguir as mortes por insolação das mortes 
relacionadas ao calor; 
• No caso de ser diretamente responsável pela morte, 
o diagnóstico deve ser o de insolação ou 
intermação. 
• Mas, quando o calor promove a descompensação 
de uma patologia prévia cardiovascular, 
cerebrovascular ou respiratória e leva ao óbito, sua 
ação é indireta. 
 
CALOR LOCALIZADO 
Tem por consequência as queimaduras, advindas das 
ações da chama, do calor irradiante, dos gases 
superaquecidos, dos líquidos escaldantes, dos sólidos 
quentes e dos raios solares. 
 
QUEIMADURAS 
• Primeiro grau – Eritema simples (Sinal de 
Chistinson); 
• Segundo grau – Além do eritema, apresentam 
flictenas (“bolhas”), existindo em seu interior 
líquido, rico em albumina e cloretos (sinal de 
Chambert); 
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11 
• Terceiro grau – Escarificação (necrose) dos tecidos 
moles, geralmente ou chamas ou sólidos 
superaquecidos; 
• Quarto grau – Carbonização do plano ósseo. Podem 
ser locais ou generalizadas. 
 
LESÕES POR PRESSÃO ATMOSFÉRICA 
Quando a pressão atmosférica alterna para mais ou para 
menos do normal, pode importar em danos à vida ou à 
saúde do homem. Podemos chamar o conjunto dessas 
alterações de baropatias. (França, 2008). 
 
PRESSÃO ATMOSFÉRICA 
• Diminuição da pressão ou rarefação – ocorre nas 
grandes altitudes. As perturbações resultantes são 
denominadas “mal das montanhas”; 
• Aumento da pressão – ocorre abaixo do nível do mar, 
principalmente sob a água. Os mergulhadores 
expostos a descompressões bruscas podem sofrer 
perturbações denominadas “mal dos caixões”. 
RADIOATIVIDADE 
• Onda eletromagnética utilizada na medicina para fazer 
diagnósticos (caso dos raios-x) e para tratar câncer 
(radioterapia). Tem efeito cumulativo e provocam 
lesões denominadas radiodermites que em geral 
incidem sobre órgãos profundos, principalmente as 
gônadas. 
• Radiação de partículas (alfa, beta, prótons, deuteron, 
meson) provenientes de ondas explosivas. Os efeitos 
dessa modalidade de energia são de ordem 
traumática, térmica e radioativa. 
 
SOM 
A orelha humana suporta 90dB de ruído por 8 horas 
diárias, cinco dias por semana, necessitando de silêncio 
relativo no resto do tempo. Ultrapassando esses limites, 
haverá perda auditiva progressiva e irreversível (doenças 
ocupacionais, ruído urbano, discoteca, fones de orelha 
etc.)(França, 2008). 
 
LUZ 
A ação intensiva da luz sobre os órgãos da visão pode 
levar a consequências graves, como a cegueira total. 
• Infravermelho e ultravioleta; 
• O raio Laser. 
ENERGIAS DE ORDEM QUÍMICA 
 
CONCEITO 
São as energias de ordem química que, em contato com 
organismo, provocam lesões externas ou internas. São 
representadas pelos caústicos e venenos. 
 
DIVISÃO 
• Energias químicas externas (cáusticos); 
• Energias químicas internas (venenos). 
 
CÁUSTICOS 
• A lesão é destrutiva, de acordo com sua natureza 
química; 
• Ao cicatrizar, normalmente produz sequela, 
representada por deformidade permanente; 
• Se ingeridos, produzem lesões nas mucosas, 
ocasionando sequelas importantes o trato digestivo. 
 
AÇÃO 
• Coagulantes roubam água dos tecidos produzindo 
escaras de colorido diverso e endurecidas na região 
afetada(ácidos sulfúricos, nítrico, clorídrico) e sais 
metálicos cáusticos (nitrato de prata e cloreto de 
zinco). 
• Liquefacientes determinam escaras úmidas, moles 
pela deliquescência que realizam na região afetada 
(álcalis como a potassa, a soda e a amônia). 
VITRIOLAGEM 
Denominação genérica às lesões produzidas por todos os 
cáusticos químicos. 
 
VENENO 
São substâncias químicas que, na dependência da sua 
dose, produzem lesões graves, podendo determinar o 
óbito da pessoa. 
VIAS 
• Gastrointestinal; 
• Respiratória; 
• Subcutânea; 
• Intramuscular; 
• Venosa; 
• Arterial; 
• Pele; 
• Mucosas. 
 
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12 
IMPORTÂNCIA JURÍDICA 
O uso das energias químicas como ação vulnerante é uma 
agravante criminal, pois as substâncias venenosas são 
consideradas meio insidioso ou cruel na prática do crime. 
 
CÓDIGO PENAL 
Art. 61, II, “d” – Com emprego de veneno, fogo, explosivo, 
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia 
resultar perigo comum 
 
NECROPSIA 
• Não abrir estômago ou os intestinos na cavidade 
abdominal; 
• Ligar as extremidades do tubo digestivo no cárdia, no 
piloro e na parte mais distal do colo; 
• Retirar sangue, sempre que possível, das cavidades 
cardíacas; 
• Não esquecer de descrever as lesões degenerativas do 
fígado e dos rins, quando houver. 
 
ÁLCOOL ETÍLICO E A INTOXICAÇÃO ALCOÓLICA 
 
INTRODUÇÃO 
• É a substância depressora mais consumida no mundo. 
Tem muita importância médico-legal porque grande 
parte dos homicídios, suicídios e a maioria dos 
acidentes de trânsito estão relacionados com o seu 
uso. 
• Para os estudiosos das drogas, é uma das piores 
substâncias a causar dependência física e psíquica. 
 
CONCEITO 
Intoxicação, aguda ou crônica, pelas liberações 
imoderadas, ou discretas, das bebidas alcoólica, que 
produzem, por sua ação rápida ou lenta, depressão do 
sistema nervoso central, ação esta progressiva, dose 
dependente, variável ainda com fatores individuais. 
 
 
 
 
 
EMBRIAGUEZ ALCOÓLICA AGUDA 
É o conjunto de manifestações somatoneuropsíquicas ou 
psiconeurosomáticas resultantes da intoxicação etílica 
imediata, de caráter episódico e passageiro. (França, 
2008). 
 
ALCOOLISMO 
“Um elenco de perturbações resultantes do uso 
imoderado e contínuo do álcool, independendo, no 
momento do exame, de um maior ou menor consumo de 
bebida.” (França, 2008.) 
 
IMPORTÂNCIA 
• Problemas sociais, familiares, econômicos, e corrói 
o homem até anular sua própria dignidade; 
• Ao contrário do que se pensa, o álcool não é um 
estimulante, e sim um depressor do sistema 
nervoso central, um inibidor, uma droga psicolética; 
• Como causa, como concausa ou como mola 
propulsora nos acidentes industriais. 
 
EFEITOS DO ÁLCOOL 
• Redução dos reflexos; 
• Coordenação prejudicada; 
• Trabalho mental reduzido; 
• Aumenta a confiança em si mesmo; 
• Aumenta o desejo sexual, mas impede a realização. 
 
EXAME CLÍNICO 
• Manifestações físicas; 
• Manifestações neurológicas; 
• Manifestações psíquicas 
 
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS 
• Congestão das conjuntivas e face; 
• Desalinho dos cabelos, vestes e aparência geral; 
• Frequência cardíaca e respiratória aumentadas; 
• Sudorese e palidez; 
• Hálito com odor etílico. 
 
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13 
MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS 
• Equilíbrio estático e dinâmico; 
• Marcha alterada; 
• Articulação das palavras alterada; 
• Diminuição da sensibilidade tátil, dolorosa e térmica; 
• Fenômenos vagais, como soluço, o vômito e o 
embotamento, baixo rendimento da visão, audição, 
gustação e olfação. 
 
MANIFESTAÇÕES PSÍQUICAS 
• Alterações do humor, do senso ético, da atenção, da 
senso-percepção, do curso do pensamento e da 
associação de ideias; 
• Manifesta impulsos homossexuais, exagero e o 
ridículo; 
• Falastrão, inconveniente, soltando a língua sobre 
fatos muitas vezes comprometedoras. 
 
FASES DA EMBRIAGUEZ 
• Excitação: o indivíduo se mostra loquaz, vivo, olhar 
animado, humorado e gracejador, dando às vezes 
uma falsa impressão de maior capacidade 
intelectual; 
• Confusão: surgem as alterações nervosas e 
psíquicas. O indivíduo pode cometer infrações e 
provocar acidentes. Há perda da atenção, memória, 
juízo. Nessa fase ocorrem os atentados sexuais e 
tendência àsagressões; 
• Sono ou Comatosa: o paciente não se mantém em 
pé. Caminha apoiando nos outros ou nas paredes e 
termina caindo sem poder erguer-se, mergulhando 
em sono profundo. 
 
GRAUS DE EMBRIAGUEZ 
Embriaguez incompleta: o bêbado perde a autocrítica e 
faz confissões comprometedoras, fica triste, melancólico, 
ou, ao contrário, excessivamente eufórico e desinibido; a 
memória embotada, o raciocínio lento e a atenção 
instável. 
 
 
 
 
GRAUS DE EMBRIAGUEZ 
Embriaguez completa: o bêbado torna-se confuso, 
desorientado, irritável, violento; a palavra é arrastada, os 
movimentos pesados e lentos, a marcha cambaleante, o 
pensamento ilógico, a memória embotada, os reflexos 
atrasados, musculatura hipotônica e há intensa 
sonolência. 
 
TOLERÂNCIA AO ÁLCOOL 
Alguns se embriagam com pequenas quantidades e 
outros ingerem grandes porções, revelando uma 
estranha resistência ao álcool. Assim, tolerância é a 
capacidade maior ou menor que uma pessoa tem de se 
embriagar. 
 
ABSORÇÃO 
A absorção do álcool é rápida porque é muito solúvel em 
água. Começa já na mucosa oral, mais é no estômago 
que se intensifica, para se tornar máxima no intestino 
delgado. A velocidade de absorção varia na dependência 
de vários fatores. Para uns, em 30 a 60 minutos, cerca de 
80 a 90% já foram absorvidos. Outros afirmam que são 
absorvidos 60% em uma hora e 90% em uma hora e 
meia. Contudo depende do estado de plenitude do 
estômago. (Hygino, 2005). 
 
SIMONIN 
Afirma que a eliminação da alcoolemia se dá de forma 
progressiva e de 15 a 20 horas após a última ingestão da 
bebida, dependendo do coeficiente de etiloxidação 
(quantidade de álcool oxidado por minuto e por quilo de 
peso), qualquer que seja o grau de concentração. 
 
FATORES 
• Quantidade de álcool ingerido; 
• Massa corporal; 
• Concentração do álcool contida na bebida; 
• Presença ou não de alimentos no estômago; 
• Capacidade maior ou menor de absorção do 
indivíduo; 
• Os estados emotivos, a estafa, o sono, a 
temperatura, o fumo, as doenças e os estados de 
convalescência. 
 
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14 
PESQUISA DO ÁLCOOL 
• Saliva; 
• Urina; 
• Humor vítreo; 
• Bile; 
• Ar expirado; 
• Sangue. 
 
LEI SECA 
• O motorista flagrado com a concentração igual ou 
acima de 0,3 miligramas de álcool por litro de ar 
expelido no teste do bafômetro é detido; 
• Abaixo desse índice, paga multa de R$ 1.915,40 e 
perde a carteira nacional de habilitação (CNH), por 
um ano, além de acumular sete pontos (infração 
gravíssima). 
Em caso de reincidência, a multa pode ser dobrada de 
forma cumulativa. 
 
DOSAGEM DE ÁLCOOL NO CADÁVER 
• Deve ser realizada antes do surgimento dos 
fenômenos putrefativos; 
• Nos casos de morte violenta, principalmente em 
acidentes de trânsito, de preferência no sangue 
venoso periférico; 
• Aconselha-se que, após 48 horas da morte, o sangue 
para dosagem alcoólica deve ser colhido na veia 
femoral. 
 
RECUSA A SUBMETER-SE A EXAME 
Ninguém está obrigado a depor contra si próprio, ou a 
oferecer provas que lhe condenem ou a confessar-se 
culpado. E mais: fere o princípio constitucional expresso 
no artigo 5º. II que se anuncia afirmando: “ninguém é 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude da lei”. 
 
 
 
 
 
 
LEI SECA 
O condutor suspeito continua tendo o direito de recursar 
o teste do bafômetro,mas outras formas de provas são 
permitidas: vídeos, depoimentos, testes específicos e a 
própria fé pública garantida aos policiais ou agentes 
trânsito. Fazer o teste pode ser a prova de que o 
motorista não está bêbedo. 
 
NA PRÁTICA 
Um indivíduo poderá estar embriagado, porém, não 
alcoolizado, se ingeriu outra droga que não o álcool. Por 
outro lado poderá estar alcoolizado, porém, não 
embriagado, se, apesar de estar com a dosagem 
sanguínea acima do permitido, não apresentar sintomas 
ou sinais. 
Portanto, o ideal é a realização do exame clínico e a 
análise laboratorial. 
 
TIPOS DE EMBRIAGUEZ 
• Voluntária: a decisão de se embriagar tem um fim 
definido. 
• Preterdolosa: o agente não quer o resultado, mas 
sabe que, em estado de embriaguez, poderá vir a 
cometê-lo, assumindo, mesmo assim, o risco de 
produzi-lo. Não isenta de responsabilidade. 
• Culposa: decorrente da imprudência ou negligência 
de beber exageradamente e de não conhecer os 
efeitos reais do álcool. Também não isenta da 
responsabilidade. 
• Por força maior: capacidade humana é incapaz de 
prever ou resistir. É possível a redução da pena. 
• Fortuita: embriaguez ocasional, rara, em momentos 
especiais como: aniversário, formatura ou outras 
comemorações especiais, por isso pode isentar o 
agente da responsabilidade. 
• Acidental: surge diante de engano da ingestão de 
bebida de forte teor alcoólico, quando achava 
exatamente o contrário, poderá ter isenção da 
responsabilidade; 
• Habitual: surge sobre o agente já dependente do 
álcool, que necessita dele para se desinibir e tomar 
iniciativa. 
 
 
 
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15 
ALCOOLISMO 
Um elenco de perturbações resultantes do uso 
imoderado e contínuo do álcool, independendo, no 
momento do exame, de um maior ou menor consumo de 
bebida. Ou seja, a embriaguez é um estágio e o alcoolismo 
um estado. (França, 2008). 
 
OMS 
Segundo a OMS, alcoólatras (hoje alcoolistas) são 
“bebedores excessivos cuja dependência do álcool chega 
a ponto de acarretar-lhes perturbações mentais 
evidentes, manifestações afetando a saúde física e 
mental, suas relações individuais, seu comportamento 
socioeconômico ou pródromos de perturbações desse 
gênero e que por si só necessitam de tratamento” (esse 
enunciado procura diferenciar alcoólatra de 
embriagado). 
 
EMIL KRAEPELIN 
No começo do século, que há “alcoolismo crônico em 
perspectiva toda vez que alguém venha a ingerir uma 
nova dose de bebida alcoólica (qualquer que seja), sem 
que a anterior tenha sido devidamente eliminada”. 
 
IMPORTÂNCIA 
• Por apresentarem seus portadores transtornos de 
conduta e relativo perigo a si próprios e aos outros; 
• Por serem tendentes a outras formas de transtornos 
mentais; 
• Por apresentarem modificações do juízo crítico e da 
capacidade de administrar seus interesses. 
 
EXAME CLÍNICO 
• Manifestações somáticas: hepatomegalia, edemas 
palpebrais, tremores das mãos, ventre aumentado, 
pescoço fino, insegurança na marcha, congestão das 
conjuntivas, vermelhidão da face com rede venosa 
capilar. 
• Perturbações neurológicas: amnésia anterógrada e 
retrógrada. 
• Perturbações psíquicas: delírio de ciúmes (são mais 
constantes à noite, pela maior concentração de 
álcool no organismo, e a discórdia conjugal vai 
aumentando a ponto de levar ao crime). Delírium? 
 
ENERGIAS DE ORDEM FÍSICO-QUÍMICAS (Asfixias). 
 
ASFIXIA 
“É a síndrome caracterizada pelos efeitos da ausência do 
oxigênio no ar respirável por impedimento mecânico de 
causa fortuita, violenta e externa em circunstâncias as 
mais variadas. Ou a perturbação oriunda da privação, 
completa ou incompleta, rápida ou lenta, externa ou 
interna, do oxigênio”. (França, 2008). 
 
EXAME NECROSCÓPICO 
• O exame do cadáver seguirá a regra centrípeta, isto 
é, do ambiente de encontro do cadáver até a 
necropsia; 
• Do exame externo geral, para o exame interno 
geral. 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
Afrânio Peixoto 
ASFIXIA PURA: resultante da anoxemia e hipercapnéia. 
a) Asfixia em ambientes por gases irrespiráveis: 
 Confinamento; 
 Asfixia por monóxido de carbono; 
Asfixia por outros vícios de ambientes. 
b) Obstaculação à penetração do ar nas vias 
respiratórias: 
 Sufocação direta (obstrução dos orifícios 
respiratórios); 
 Sufocação indireta (impedimentos da expansão 
pulmonar); 
 
CONTINUAÇÃO 
c) Transformação do meio gasoso em meio líquido 
(afogamento); 
d) Transformação do meio gasoso em meio sólido ou 
pulverulento (soterramento). 
 
 
 
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16 
ASFIXIA COMPLEXA: determinada pela interrupção da 
circulação cerebral. 
a) Constrição cervical passiva do pescoço 
(enforcamento); 
b) Constrição cervical ativa do pescoço 
(estrangulamento). 
 
ASFIXIA MISTA: ocorre pela superposição dos fenômenos 
circulatórios, respiratórios e nervosos (esganadura). 
 
ASFIXIA POR CONFINAMENTO 
• Permanência de um ou mais indivíduos num ambiente 
restrito ou fechado, sem condições de renovação do 
ar respirável; 
• Além dos sinais encontrados nas asfixias em geral, 
podem ser vistas algumas lesões de defesa; 
• Na maioria das vezes é acidental, podendo, no 
entanto, ser homicídio ou suicida. 
 
ASFIXIA POR MONÓXIDO DE CARBONO 
• Provocada pela reação do monóxido de carbono com 
a hemoglobina dos glóbulos vermelhos, impedindo o 
transporte do oxigênio aos diversos tecidos; 
• O monóxido de carbono pode penetrar no sangue 
depois da morte; 
• É mais constante como forma suicida, e, mais 
raramente acidental ou homicida. 
 
OUTROS VÍCIOS 
A morte pode advir em ambientes saturados por outros 
gases, tais como de iluminação, gases de esgoto e fossas, 
gases do pântano etc. 
 
SUFOCAÇÃO 
Provocada pelo impedimento da passagem do ar 
respirável por meio direto ou indireto de obstrução. 
 
SUFOCAÇÃO DIRETA 
• Determinada pela oclusão da boca e das fossas nasais, 
com as mãos, travesseiro, papel molhado, sacos 
plásticos, goma de mascar, moedas, alimentos, 
vômitos e prótese dentária; 
• Há necessidade de acentuada desproporção de forças 
entre a vítima e o agente; 
• A natureza jurídica pode ser de caráter criminoso, 
acidental ou suicídio. 
 
SUFOCAÇÃO INDIRETA 
A compressão, em grau suficiente, do tórax e abdome 
impede os movimentos respiratórios, levando em 
consequência, à asfixia. 
 
SUFOCAÇÃO POSICIONAL 
• Pela posição em que o indivíduo se encontra no 
momento da morte, capaz de impedir ou dificultar 
seriamente a ventilação pulmonar, após a 
instauração da fadiga e da falência muscular 
respiratória; 
• Ausência de lesões traumáticas; 
• Um dos exemplos desse quadro seria a “crucificação” 
ou o posicionamento demorado do indivíduo de 
“cabeça para baixo”. 
 
SOTERRAMENTO 
• Obstrução das vias respiratórias por terra ou 
substâncias pulverulentas; 
• Presença de substâncias estranhas, no interior das 
vias respiratórias, na boca, no esôfago e estômago e, 
ainda, pelos sinais gerais de asfixia; 
• É na maioria, acidental e, muito raramente, homicida; 
• Presença de lesões traumáticas de várias espécies, 
pelo desabamento ou desmoronamento. 
 
AFOGAMENTO 
• A forma rápida, morrendo em cinco minutos; 
• A forma lenta, em que a vítima luta, reage, vai ao 
fundo, retorna à superfície várias vezes, morrendo 
depois de grande resistência. 
• O afogado passa por três fases: defesa, resistência e 
exaustão e posteriormente a morte. 
• Afogamento homicida é muito raro, a não ser que a 
vítima seja muito inferior em forças ao agressor. 
 
 
 
POLÍCIA CIVIL DO PARÁ 
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17 
AFOGADO BRANCO DE PARROT OU AFOGADO SECO 
• O indivíduo, ao tocar na água, morre por inibição, 
necessitando para isso, de uma predisposição 
constitucional, lesões cardiovasculares agravadas pela 
ação térmica; 
• Não se encontra nenhum sinal de asfixia. 
 
SINAIS EXTERNOS 
• Temperatura baixa da pele: pelo contato com a água e 
o equilíbrio térmico; 
• Pele anserina: “pele de galinha”, pelas contrações dos 
delicados músculos erectores dos pêlos; 
• Retração do mamilo, do saco escrotal e do pênis: pelos 
mesmos motivos da pele anserina; 
• Maceração da epiderme: principalmente nas mãos e 
nos pés devido à maior espessura da epiderme, 
destacando-se com se fossem verdadeiros dedos de 
luva, inclusive desprendendo-se junto com as unhas; 
• Livores cadavéricos mais claros: tonalidade rósea, 
devido as modificações hemáticas; 
 
SINAIS EXTERNOS 
• Cogumelo de espuma: bolhas sobre a boca e narinas. 
Sua formação depende da entrada de água no 
interior das vias respiratórias, do muco e do ar; 
• Erosão nos dedos e presença de corpos estranhos 
sob as unhas: na região palmar das extremidades dos 
dedos e sob as unhas; 
• Lesões post mortem produzidas por animais 
aquáticos: principalmente nas pálpebras, lábios, 
cartilagem do nariz e dos pavilhões auriculares. 
 
SINAIS INTERNOS 
• Hemorragia temporal: pelo extravasamento 
sanguíneo na orelha média; 
• Hemorragia etmoidal: pelo extravasamento 
sanguíneo do osso etmóide; 
• Diluição do sangue: devido a entrada de água no 
sistema circulatório; 
• Presença de líquido nas vias respiratórias: presença 
de corpos estranhos, fungos, lama ou material fecal, 
água doce ou salgada; 
• Presença de corpos estranhos no líquido das vias 
respiratórias dos afogados: vegetais ou animais que 
possam existir no líquido, cujo conjunto se chama 
plâncton; 
 
SINAIS INTERNOS 
• Lesões nos pulmões: pulmões aumentados, 
crepitantes e distendidos; as manchas de Tardieu 
são raras. As mais comuns são as manchas de 
Paltauf de tonalidade vermelho-escuro, explicada 
pela rotura das paredes alveolares e capilares 
sanguíneos; 
• Presença de líquido no sistema digestivo: 
principalmente no estômago e nas primeiras 
porções do intestino delgado; 
• Presença de líquido na orelha média: inclusive 
corpos estranhos podem ser encontrados. 
 
AFOGAMENTO 
Corpos estranhos na luz dos brônquios 
 
ENFORCAMENTO 
• Constrição por laço que produz sulco oblíquo 
situado na região cervical, há interrupção pelo nó; 
• A causa jurídica da morte é geralmente o suicídio, 
podendo ser acidental, o homicídio e a execução 
penal. 
 
ENFORCAMENTO 
Observa-se três períodos: 
a) Período inicial: sensação de calor, zumbidos, 
sensações luminosas na vista e perda da consciência. 
b) Segundo período: convulsões e excitação do corpo. 
c) Terceiro período: surgem sinais de morte aparente, 
até o aparecimento da morte real. 
 
SINAIS EXTERNOS 
• A sua maior importância está no sulco do pescoço; 
• Na maioria das vezes, o sulco é único, podendo, 
entretanto, apresentar-se duplo, triplo ou múltiplo 
quando esse laço envolve várias vezes o pescoço. 
• A consistência do sulco depende dos laços moles ou 
duros. 
 
 
 
 
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MEDICINA LEGAL 
- LEI 5.810/94 
 
 
18 
SINAIS INTERNOS 
Lesões da artéria carótida: 
• Sinal de Amussat - secção transversal da túnica 
íntima principalmente nas proximidades de sua 
bifurcação. 
• Sinal de Étienne Martin - desgarramento da túnica 
externa. 
• Sinal de Friedberg - sufusão hemorrágica da túnica 
externa. 
• Lesão do aparelho laríngeo: fratura das cartilagens, 
tireóide e cricóide, e do osso hióide; 
• Lesões da coluna vertebral: nos casos de queda 
brusca do corpo, podem surgir fraturas ou luxações 
de vértebras cervicais, como acontece em alguns dos 
enforcamentos por suplício. 
 
ESTRANGULAMENTO 
• Constrição por laço cervical apertado pela força de 
terceiro, o sulco posiciona-se transversal. 
• A causa jurídica de morte é geralmente o homicídio, 
raramente suicídio e acidente. 
• Normalmente, o estrangulamento passa por três 
períodos: resistência, perda da consciência e 
convulsões, asfixia e morte aparente. Depois, a 
morte real. 
 
SINAIS EXTERNOS 
• Aspecto da face e do pescoço: a face se mostra 
tumefeita e violácea pela obstrução completa da 
circulação. A língua se projeta além das arcadas 
dentárias e é extremamente escura; 
• Equimoses pequenas na face, nas conjuntivas, 
pescoço e região anterior do tórax; 
• Sulco: pode ser único, duplo ou múltiplo; 
• O sulco se apresenta no sentido horizontal, podendo 
ser ascendente ou descendente. A sua profundidade 
é uniforme. 
 
SINAIS INTERNOS 
• Infiltração hemorrágica: nos tecidos moles do 
pescoço; 
• Lesões da faringe: podem acarretar lesões nas 
cartilagens tireóide e cricóide e no osso hióide; 
• Lesões das artérias carótidas: porém em ambos os 
lados, pelos sinais de Amussat, Friedberg e de 
Ètienne Martin. 
 
ESTRANGULAMENTOANTIBRAQUEAL 
• Estrangulamento através da constricção do pescoço 
pela ação do braço e do antebraço sobre a laringe, 
conhecida como “golpe de gravata”; 
• Em geral a morte se dá por oclusão das vias aéreas 
ou da obstrução da circulação das carótidas, por 
ação da prega do cotovelo sobre a região lateral do 
pescoço; 
• A morte pode ser também por inibição (reflexo 
laríngeo-pneumogástrico), síndrome conhecida por 
“estrangulamento branco de Claude Bernard-
Lacassagne”, em que, por vezes, pressões menos 
significativas do pescoço podem resultar em parada 
cardíaca e em que não se encontram os sinais 
clássicos de asfixia; 
• Pode ainda ocorrer a morte por pressão de um 
objeto duro, como cassetetes, bastão ou outro 
objeto similar sobre o pescoço. 
 
CARACTERÍSTICAS DIFERENCIAIS DO SULCO (BONNET) 
 
Enforcamento Estrangulamento 
Oblíquo ascendente Horizontal 
Variável segundo a zona 
do pescoço 
Uniforme em toda a 
periferia do pescoço 
Interrompido ao nível 
do nó 
Contínuo 
Em geral, único Frequentemente múltiplo 
Por cima da cartilagem 
tireóidea 
Por baixo da cartilagem 
tireóidea 
Quase sempre 
apergaminhado 
Excepcionalmente 
apergaminhado 
De profundidade 
desigual 
De profundidade uniforme 
 
ESGANADURA 
• Constrição cervical apertada pelas mãos do 
agressor. 
• A causa jurídica da morte é sempre homicida, sendo 
impossível a forma suicida ou acidental. 
• A esganadura vem sempre acompanhada de outras 
lesões, principalmente as traumáticas, decorrentes 
da luta e, por isso, chamadas de lesões de defesa. 
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19 
SINAIS EXTERNOS 
• Os mais importantes são os produzidos pelas unhas 
do agressor, teoricamente de forma semilunar, 
conhecidas estigmas ungueais; 
• Podem ser encontradas pequenas equimoses 
arredondadas produzidas pelas polpas dos dedos; 
• Podem surgir escoriações, devido às reações da 
vítima ao defender-se; 
• As marcas ungueais podem não existir se o agente 
conduziu a constricção do pescoço protegido por 
objetos, como, por exemplo, lenços, toalhas ou 
luvas. 
• Se o criminoso usou a mão direita, aparecem essas 
marcas em maior quantidade no lado esquerdo do 
pescoço da vítima. 
 
SINAIS INTERNOS 
• Infiltrações hemorrágicas das estruturas profundas 
do pescoço. 
• Lesões do aparelho laríngeo por fraturas de 
cartilagens tireoide e crinoide e do osso hioide, 
mais frequentes que no enforcamento e 
estrangulamento. 
• Muito raramente ocorre fratura de cartilagens da 
traqueia. 
 
Lesões de vasos do pescoço: é muito raro, mas podemos 
encontrar roturas da túnica íntima da carótida comum em 
forma de meia-lua (Marcas de França). 
 
LESÕES CORPORAIS SOB O PONTO DE VISTA JURÍDICO 
 
 
LESÕES CORPORAIS À LUZ DO ART. 129 CP 
Lesão Corporal: “Ofender a integridade corporal ou a 
saúde de outrem”. 
a) Ofensa à integridade corporal: ocorrência de dano 
anatômico como: escoriação - equimose - ferida incisa 
- luxação - fratura - cicatriz - mutilação - amputação 
b) Ofensa à saúde: ocorrência de perturbações 
funcionais: 
- motricidade = articulações 
- funções vegetativas = digestão, respiração, circulação. 
- atividade sexual 
- psiquismo 
 
CLASSIFICAÇÃO 
a) Lesões Leves (pena de até 01 ano) 
b) Lesões Graves (pena de até 05 anos) 
c) Lesões Gravíssimas (pena de até 08 anos) 
d) Lesões Seguidas de Morte (pena de até 12 anos) 
 
 
 
LESÃO LEVE 
Não implica em grandes consequências para a vítima. 
O conceito de lesão corporal de natureza leve é 
estabelecido por exclusão, uma vez que as tipificações de 
agravantes da lesão estão contidas nos parágrafos 1º, 2º 
e 3º do Art. 129 do CPP. 
Danos superficiais aos tecidos - ex: ferimentos em 
tecidos moles, escoriações, hematomas, equimoses, 
contusões, edemas, luxações, fraturas dentárias de 
pequena extensão, entre outros. 
Lesões de menor monta que não comprometam as 
funções de caráter permanente e que não acarretem 
maiores riscos ou recuperação demorada. 
 
 
 
 
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LESÃO GRAVE 
Incapacidade (física ou psíquica) para ocupação habitual 
por mais de 30 dias 
- não exige incapacidade absoluta 
- em 30 dias deverá ser reavaliada a necessidade de um 
período maior, para o retorno da vítima às suas 
ocupações habituais 
- atividade profissional ou social (passeio, escola: não 
somente o trabalho-conceito funcional e não econômico) 
 
Perigo de vida 
- Deve ser atestado mediante sintomas, como perda de 
consciência, desaparecimento do reflexo 
- As lesões com maior probabilidade de colocar em risco 
a vida da vítima são: feridas penetrantes do abdômen e 
do tórax, hemorragias abundantes, estados de choque, 
queimaduras generalizadas, fraturas do crânio e da 
coluna vertebral, traumatismo crânioencefálico, 
infecções. 
 
Debilidade permanente (definitiva frente ao tratamento 
habitual) de membro, sentido ou função. 
Membro: anquilose, paralisia muscular Sentido: tato, 
visão, audição, paladar e olfato (redução ou diminuição 
da capacidade sensorial) 
Função: rins, coração, mastigação 
- perda de dente = função mastigatória 
- perda de testículo = função reprodutiva Aceleração do 
Parto 
- Compreende traumas de toda ordem (física ou psíquica) 
que pode antecipar o parto, não ocorrendo a morte do 
feto 
 
LESÃO GRAVÍSSIMA 
Incapacidade permanente para o trabalho 
- Dificilmente curada ou reparada. Ex.: um motorista de 
ônibus perdeu a visão: (impossibilidade de trabalhar) 
Enfermidade incurável 
- Estado patológico que tende a evoluir para a morte ou 
que permaneça indefinidamente estacionário sem 
possibilidade de cura: lepra, tuberculose, epilepsia. 
 
 
Perda ou inutilização de membro, sentido ou função. 
Ex.: perda da fala pela amputação da língua, perda da 
audição, da visão, de uma mão, de um pé 
Deformidade permanente 
- Dano estético irreversível, visível e permanente 
(Visibilidade, permanência e extensibilidade da lesão) 
Aborto 
- Morte fetal ou sua expulsão e morte consequente como 
resultado do dano (agressão à integridade física ou à 
saúde da mãe) 
 
LESÃO CORPORAL MORTAL 
Lesão corporal seguida de morte 
- O agente, sem a intenção de matar, produz uma lesão 
corporal dolosa e, esta, determina à morte da vítima 
- A morte da vítima agrava a pena, pois se trata de uma 
ação dolosa com resultado culposo. 
 
Quesitos para Exame de Corpo de Delito 
Lesões Corporais 
a) Houve lesão? 
b) Qual instrumento ou meio a produziu? 
c) Há quanto tempo foi produzida? 
d) Resultou debilidade de membro, sentido ou função? 
e) Resultou perda ou inutilização de membro, sentido 
ou função? 
f) Foi produzida por meio de veneno, fogo, explosivo, 
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel? 
g) Resultou perigo de vida? 
h) Impediu as atividades habituais por mais de trinta 
dias? 
i) Resultou deformidade permanente, enfermidade 
incurável, aceleração de parto ou aborto? 
 
 
 
 
 
 
 
POLÍCIA CIVIL DO PARÁ 
MEDICINA LEGAL 
 
21 
QUESTÕES SOBRE ART. 129 CP 
- Consideram-se lesões corporais graves, se ocorrer 
algum dos seguintes resultados: 
R. Debilidade permanente de membro, sentido ou 
função, aceleração de parto ou perigo de vida. 
- Uma mulher, grávida de oito meses, sofreu uma 
agressão, em consequência da qual ocorreu a expulsão 
do feto, que morreu minutos após esta. Do ponto de 
vista jurídico, verificou-se: 
R. Lesão corporal com aceleração de parto. 
- Contém somente características de lesões graves: 
R. Perigo de vida, aceleração de parto, debilidade 
permanente de órgão. 
1. Em consequência de uma agressão, a vítima teve 
perda de visão do olho direito. De conformidade com o 
art. 129, parágrafos e incisos do CP, a vítima sofreu lesão 
corporal de natureza: 
R. Grave, por debilidade permanente de sentido. 
 
- Um indivíduo agrediu uma gestante no oitavo mês de 
gravidez, provocando a expulsão prematura do feto 
pesando 2.700 gramas, que, por falta de cuidados 
médicos, faleceucinco minutos após a expulsão. Diante 
disso, o agressor será indiciado por: 
R. Lesão corporal com aceleração de parto. 
- As lesões deformantes, caracterizadas como de 
natureza gravíssima no Código Penal, para que possam 
ser definidas pelo perito médico-legista como tal, 
deverão apresentar elementos essenciais como: 
R. Extensibilidade, permanência e visibilidade. 
- As lesões deformantes, caracterizadas como de 
natureza gravíssima no Código Penal, para que possam 
ser definidas pelo perito médico-legista como tal, 
deverão apresentar elementos essenciais como: 
R. Extensibilidade, permanência e visibilidade. 
- Indivíduo que perdeu completamente a visão do olho 
direito, em decorrência de uma agressão, sofreu lesão 
corporal da qual resultou: 
R. Debilitação permanente de sentido. 
 
 
 
 
TANATOLOGIA MÉDICO LEGAL 
 
 
TANATOLOGIA 
“É a parte da Medicina Legal que estuda a morte e o 
morto, e as suas repercussões na esfera jurídica-social.” 
 França, 2008. 
 
MORTE REAL Caracterizada pela suspensão total e 
definitiva de todas as atividades vitais. 
- Cessação da respiração. 
- Cessação da circulação. 
- Cessação de atividade encefálica. 
 
 
MORTE APARENTE 
A tríade de Thoinot define, clinicamente, o estado de 
morte aparente: 
- Imobilidade; 
- Ausência aparente da respiração; 
- Ausência da circulação. 
Historicamente, surgiram opiniões das mais dispares, 
indo desde alguns minutos até dias de morte aparente, 
inclusive em Belém do Pará. 
 
MORTE SÚBITA OU RÁPIDA 
- É aquela que ocorre de forma inesperada e brusca, em 
um indivíduo de aparente bom estado de saúde, sempre 
de causa interna ou patológica, sem, portanto qualquer 
influência externa ou violenta. 
- É aquela que, pela brevidade de instalação do processo, 
desde segundos até horas, não possibilita que seja 
realizada uma pesquisa profunda. 
 
MORTE AGÔNICA OU TARDIA 
- É aquela que se arrasta por dias ou semanas após a 
eclosão de sua causa básica. 
- É aquela que, em geral, vem de maneira esperada, 
devagar, significando a culminação de um estado 
mórbido, isto é, de uma doença ou da evolução de um 
traumatismo, ponto final de uma longa agonia, tal o caso 
da emaciação, da caquexia, da presença de extensas 
escaras de apoio, entre outros. 
 
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22 
DOCIMASIA HEPÁTICA QUÍMICA 
Baseia-se na pesquisa do glicogênio e da glicose. 
A conclusão leva ao seguinte: um homem que morreu 
com o fígado funcionalmente espoliado teve o organismo 
sob o efeito da morte agônica. Se o fígado apresenta toda 
a reserva de glicogênio, atribui-se-lhe uma morte 
instantânea. 
 
DOCIMASIA HEPÁTICA HISTOLÓGICA 
Tem sua efetivação na identificação microscópica do 
glicogênio no tecido hepático. 
A presença de glicogênio, que poderá ser intra ou 
extracelular em função dos fenômenos transformativos 
que tenha sofrido o cadáver, ainda que em pequena 
quantidade, em todos os campos observados, será um 
indicativo de que a morte se deu em forma rápida ou 
repentina (súbita), pois que de outra forma, a longa 
duração do processo agônico permitiria que esta 
substância de reserva tivesse se exaurido. 
 
DOCIMASIA SUPRA-RENAL QUÍMICA 
Baseia-se na identificação da adrenalina presente nas 
cápsulas suprarrenais do cadáver. 
A presença expressiva, em quantidade, de adrenalina 
oferecerá fortes indícios de que a morte se deu em forma 
rápida. 
 
DOCIMASIA SUPRA-RENAL HISTOLÓGICA 
A presença, ou não, de adrenalina nos casos de 
sobrevivência, principalmente das mortes violentas, 
mostra a maior ou menor solicitação às supra-renais 
numa morte súbita ou agônica, constatada pela reserva 
hormonal possivelmente encontrada nessas glândulas. 
 
MORTE NATURAL 
É aquela que sobrevém como consequência de um 
processo esperado e previsível. Isto pode acontecer, por 
exemplo, com o decorrer do tempo, quando é de se 
prever que o envelhecimento natural, com o 
esgotamento progressivo das funções orgânicas, que se 
acompanham de processos de involução, esclerose e 
atrofia de órgãos e sistemas, levará à extinção da vida. 
 
 
 
MORTE VIOLENTA 
Oposto das mortes naturais, encontramos as mortes de 
causa violenta: 
- homicídios, suicídios e acidentes. 
 
MORTE SUSPEITA 
Rotula-se como morte suspeita aquela que, mesmo com 
testemunhas, e com alguns dados de orientação 
diagnóstica, se mostra duvidosa quanto à sua origem, 
desde a investigação policial sumária, quer por atitudes 
estranhas do meio ambiente, quer por indícios que 
impeçam descartar de plano a violência (possibilidade de 
intoxicação, presença de ferimentos etc.). 
 
MORTE PARA TRANSPLANTES 
Com os modernos processos de transplantação de 
órgãos e tecidos, criou-se um novo conceito: morte 
encefálica, que vem substituindo dia a dia os critérios 
cardíaco e circulatório, para todos os médicos, seguindo 
o Conselho Federal de Medicina através da Resolução 
1480/97. 
 
HOJE (Lei 10.211/2001) 
- Através de uma Medida Provisória, o Governo sanou 
esta distorção, tornando a doação post mortem um ato 
facultativo da família; 
- Quanto a ordem de inscrição dos receptores, a 
prioridade será dada aos casos de comprovada urgência. 
 
TANATOGNOSE 
(Diagnóstico da realidade da morte) 
A Declaração de Óbito fornecida pelo médico, por 
ocasião do preenchimento do formulário oficial, só é 
possível quando este, após examinar pessoalmente o 
corpo, constata que a morte é uma realidade 
inquestionável. 
 
CERTEZA DA MORTE 
- Sinais de cessação da vida ou sinais abióticos; 
- Sinais positivos de morte ou fenômenos cadavéricos. 
 
 
 
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23 
FENÔMENOS ABIÓTICOS IMEDIATOS 
- Perda da consciência; 
- Perda da sensibilidade; 
- Abolição da mobilidade e do tônus muscular; 
- Cessação da respiração; 
- Cessação da circulação; 
- Cessação da atividade cerebral. 
 
PERDA DA CONSCIÊNCIA 
Principalmente quando se dispõe de um 
eletroencefalograma no ponto isoelétrico. 
 
PERDA DA SENSIBILIDADE 
Estão abolidas das sensações táteis, térmicas e dolorosas. 
 
ABOLIÇÃO DA MOTILIDADE E DO TONO MUSCULAR 
Injetar 1 ml de éter na região lateral da coxa. Quando 
estamos diante de um caso de morte real, o éter é 
expelido pelo orifício produzido pela agulha, e caso 
contrário, será absorvido pelo tecido. 
 
CESSAÇÃO DA RESPIRAÇÃO 
A abolição da respiração pode ser evidenciada pela 
ausculta pulmonar com ausência dos murmúrios 
vesiculares. Atualmente essa constatação é feita através 
da radioscopia e com mais precisão por meio da 
eletromiografia com registro gráfico das incursões 
respiratórias. 
 
CESSAÇÃO DA CIRCULAÇÃO 
Na prática, é um sinal fácil e de grande valor. A ausculta 
do coração (Bouchut), a radioscopia do coração (Piga) e a 
eletrocardiografia com ou sem ativação adranalínica 
(Guérin e Freche). 
 
CESSAÇÃO DA ATIVIDADE CEREBRAL 
O eletroencefalograma não deve ser o único meio capaz 
de definir esse diagnóstico. Midríase bilateral. 
 
 
 
FENÔMENOS ABIÓTICOS CONSECUTIVOS 
- Desidratação cadavérica; 
- Resfriamento do corpo; 
- Livores cadavéricos ou de hipóstase; 
- Rigidez muscular. 
 
DESIDRATAÇÃO CADAVÉRICA 
- Decréscimo de peso; 
- Pergaminhamento da pele; 
- Dessecamento das mucosas dos lábios; 
- Modificações dos globos oculares; 
- Nos cadáveres adultos a perda de peso, por 
desidratação, oscila entre 10, 0 e 18,0 g/kilo de peso por 
dia. 
 
RESFRIAMENTO CADAVÉRICO 
- Com a morte, a tendência do corpo é equilibrar sua 
temperatura com o meio ambiente. Os órgãos internos 
mantêm-se aquecidos por 24 horas em média. Quanto 
maior o panículo adiposo apresentado pelo indivíduo, 
mais resistência oferece à baixa de temperatura. 
- Na prática, admite-se que o esfriamento se faz, em 
média, à razão de 1,5ºC por hora. 
 
MANCHAS DE HIPÓSTASE 
- São encontradas de preferência, na parte de declive dos 
cadáveres e por isso chamadas de manchas de hipóstase, 
variando logicamente, com a posição do corpo.- Via de regra, começam a aparecer em torno de 2 a 3 
horas após a morte. Durante as primeiras 12 horas após 
a morte, estas manchas podem mudar de posição 
conforme a situação do cadáver, para, depois, se fixarem 
definitivamente. 
 
RIGIDEZ CADAVÉRICA 
- Atualmente, acredita-se que a rigidez cadavérica é 
resultante de muitos fatores, todos eles decorrentes a 
supressão de oxigênio celular, impedindo a formação de 
ATP, fonte imediata de energia muscular. 
- A rigidez começa entre 1 a 2 horas depois da morte, 
chegando ao máximo após 8 horas e desaparece com o 
início da putrefação depois de 24 horas, iniciando-se o 
processo inverso: a resolução da rigidez, que se completa 
entre 48 e 72 horas (dois ou três dias). 
 
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24 
ESPASMO CADAVÉRICO 
Caracteriza-se pela rigidez abrupta generalizada e 
violenta, sem relaxamento muscular que precede a 
rigidez comum. Os cadáveres guardam a posição com que 
foram surpreendidos pela morte, uma atitude especial 
fixada da vida para morte. 
 
FENÔMENOS CADAVÉRICOS TRANSFORMATIVOS 
- Destrutivos; 
- Conservadores. 
 
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS DESTRUTIVOS 
- Autólise; 
- Putrefação; 
- Maceração. 
 
AUTÓLISE 
Processo autodestrutivo de células e tecidos, que se 
opera sem interferência externa, decorrente do aumento 
da permeabilidade das membranas plasmáticas e que 
possibilita a liberação de enzimas proteolíticas contidas 
nos lisossomos. Isto leva a uma acidez temporária que, 
pela putrefação, se neutraliza e inverte pela alcalinização 
progressiva com valores de pH da ordem de 8,0 a 8,5. 
 
PUTREFAÇÃO 
Depois da autólise, começa a se verificar a desordenação 
do corpo provocada pela participação ativa de bactérias 
cujas enzimas, em condições favoráveis, produzem a 
desintegração do material orgânico. Daí que, nas 
condições térmicas que impeçam a proliferação 
bacteriana, ou pela ação de substâncias antissépticas, o 
cadáver não se putrefaz. As bactérias encarregadas da 
putrefação do cadáver, na sua maioria, são as mesmas 
que, em vida, formam parte da flora intestinal do 
indivíduo. 
 
FASES DA PUTREFAÇÃO 
- Período cromático ou coloração: tem início com a 
mancha verde de tonalidade verde-enegrecida da pele, 
originada pela combinação do hidrogênio sulfurado nas 
cente com a hemoglobina, formando a 
sulfometemoglobina, entre 18 e 24 horas após a morte, 
durando em média 7 dias. 
- Período enfisematoso: inicia-se por volta da 24ª hora, 
sendo certo que o edema de face, genitália e circulação 
póstuma de Brouardel aparecem entre as 48 e 72 horas. 
- Período coligativo: dissolução pútrida das partes moles 
do cadáver pela ação conjunta das bactérias e da fauna 
necrófaga, tendo o início no fim da primeira semana e se 
prolonga de maneira diversa, conforme o local em que 
se encontra o cadáver. 
- Período de esqueletização: A ação do meio ambiente e 
da fauna cadavérica destrói os resíduos tissulares, 
inclusive os ligamentos articulares que começa entre a 
3ª e 4ª semanas, podendo ocorrer muito mais 
rapidamente nos cadáveres expostos. Este período vai 
de 3 a 5 anos. 
 
MACERAÇÃO 
- É um processo de transformação destrutiva em que 
ocorre o amolecimento dos tecidos e órgãos quando 
submersos em um meio líquido e nele se embebem. 
- Os fetos retirados do útero post mortem sofrem a 
maceração asséptica. Os cadáveres mantidos em meio 
líquido sob a ação de germes, como os afogados, 
marcham para maceração séptica. 
 
FENÔMENOS TRANSFORMATIVOS CONSERVADORES 
- Mumificação; 
- Saponificação ou Adipocerca; 
- Calcificação; 
- Corificação; 
- Congelação. 
 
MUNIFICAÇÃO 
É uma dessecação rápida, seu aparecimento depende 
exclusivamente das condições em que o corpo seja 
colocado. 
- Ambiente seco; 
- Temperatura elevada; 
- Abundante ventilação. 
 
 
 
 
 
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SAPONIFICAÇÃO 
Fenômeno cadavérico que depende de que o corpo, ou 
parte dele, seja colocado em um meio que obedeça a 
duas exigências: 
- Ambiente muito úmido; 
- Ausência de ar ou ventilação escassa. 
 
CALCIFICAÇÃO 
- Ocorre mais frequentemente nos fetos mortos e retidos 
na cavidade uterina, constituindo-se nos clamados 
litopédios (criança de pedra). 
- O esqueleto começa assimilar uma grande quantidade 
de sais de calcários, tomando essa parte do corpo uma 
aparência pétrea. 
 
CORIFICAÇÃO 
Ocorre em cadáveres conservados em urnas metálicas. A 
pele do cadáver assume o aspecto, a cor e a consistência 
uniforme de couro recentemente curtido. 
 
CONGELAÇÃO 
- Um cadáver submetido a baixíssima temperaturas e por 
tempo prolongado vai-se conservar integralmente por 
muito tempo. 
- Autores consideram que em temperatura de -40 graus 
podemos obter uma preservação quase indefinida, 
inclusive permitindo a conservação de alguns materiais 
orgânicos como ossos, tecidos e espermatozóides. 
 
CRONOTANATOGNOSE 
Estimativa do momento da morte 
 
ESTIMATIVA DO TEMPO DE MORTE 
- Resfriamento do cadáver; 
- Manchas de hipóstase; 
- Rigidez cadavérica; 
- Crescimento dos pêlos; 
- Gases de putrefação; 
- Conteúdo gástrico; 
- Fauna entomológica; 
- Mancha verde abdominal. 
RESFRIAMENTO DO CADÁVER 
Sabe-se que o corpo, uma vez cessadas as funções vitais, 
passa a perder calor, por diversos mecanismos 
(convecção, condução, irradiação e evaporação), à razão 
de 1,5ºC por dia, igualando em termos gerais a 
temperatura do ambiente, no máximo, até 24 horas após 
o decesso. 
 
MANCHAS DE HIPÓSTASE 
- Quanto ao aparecimento - surgem na primeira meia 
hora, após o óbito, mas apenas se tornam evidentes 
entre a 2ª e 3ª horas, sendo que podem não aparecer nas 
regiões comprimidas; 
- Quanto à fixação - tornam-se fixas, isto é, não mudam 
de localização quando se muda a posição do cadáver, 
após decorridas 12 horas. 
 
RIGIDEZ CADAVÉRICA 
- Regra de Bonnet: a rigidez se inicia logo após a morte, 
atingindo o seu total desenvolvimento até a 15ª hora, e 
depois desaparece lentamente; 
- Regra de Fávaro: o processo se inicia logo na primeira 
hora e se generaliza entre 2 e 3 horas, atingindo o seu 
máximo após 5 a 8 horas; 
- Regra de Niderkon: rigidez precoce que ocorre até a 3ª 
hora; é normal entre 3ª e 6ª horas e tardia, quando 
ocorre depois da 9ª hora. 
 
COMPRIMENTO DOS PÊLOS 
- Mesmo após a morte, alguns fâneros, como pêlos e 
unhas, continuam a crescer. Os primeiros crescem à 
razão de 21 micra por hora, daí utilizar-se sua medição 
para determinar a hora do óbito; 
- Os pêlos da barba crescem 0,021 mm/h, bastaria dividir 
o comprimento encontrado depois da morte por esta 
cifra. 
 
CONTEÚDO GÁSTRICO 
- Verificar em que estado da digestão se encontram os 
alimentos; 
- Os glicídios e carboidratos são os que apresentam uma 
permanência mais breve; 
- As proteínas ocupam um lugar intermediário; 
- Os lipídios os que oferecem um trânsito mais 
demorado. 
 
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MEDICINA LEGAL 
- LEI 5.810/94 
 
 
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FAUNA ENTOMOLÓGICA 
- O estágio da metamorfose dos dípteros cujas larvas têm 
atividade necrofagia permite estabelecer uma cronologia 
da morte. 
- Existem estudos adaptando as observações dos autores 
europeus para o Brasil, mas são pouco usados. 
 
MANCHA VERDE ABDOMINAL 
- Quase sempre se localiza na fossa ilíaca direita, sendo 
atribuída à sulfoxiemoglobina. Justifica-se esta região 
devido ao ceco ser o segmento intestinal de maior 
proporção, mais distendido e mais próximo à parede 
abdominal e, ainda, pela maior concentração gasosa 
nesta parte do intestino; 
- Em média surge entre 24 e 36 horas depois da morte; 
- Estende-se a todo corpo depois do 3º. ao 5º. dia. 
 
NECROPSIA MÉDICO-LEGAL 
É a maior de todas as perícias médico-legais 
“A PERÍCIA DAS PERÍCIAS” 
Oscar Castro. 
 
NECROPSIA FACULTATIVA 
A necropsia facultativa depende de autorização prévia 
dos representantes legais do “de cujos” e só deve ser 
realizada por médico patologista. 
 
NECROPSIA OBRIGATÓRIANão depende da autorização dos representantes legais do 
“de cujos” quando resulta de morte violenta ou suspeita 
de crime. 
 
FINALIDADES 
- Identificação do morto; 
- A causa mortis; 
- A causa jurídica da morte; 
- Tempo decorrido da morte. 
 
REQUISIÇÃO 
- Identificação; 
- Justificativa do exame; 
- A história do caso, a hora, o local e as condições da 
morte; 
- O atendimento hospitalar, se houver; 
- Tudo em subsídio para o médico-legista. 
 
INSPEÇÃO EXTERNA 
- Exame das vestes; 
- Elementos de identidade; 
- Sinais de morte; 
- Exame da cabeça; 
- Exame do pescoço; 
- Exame do tórax; 
- Exame do abdome; 
- Exame do ânus; 
- Exame dos órgãos genitais; 
- Nos membros superiores; 
- Exame dos membros inferiores; 
- Dorso. 
 
EMBALSAMAMENTO 
A prática mais simples de conservação artificial e 
permanente do cadáver, constituindo-se em lavagens e 
fricções com substâncias aromáticas ou balsâmicas. 
 
 
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DESTINOS DO CADÁVER 
Inumação simples 
- Em caixões próprios, é inumado o cadáver em sepultura 
comuns de 1,75cm de profundidade e 0,80cm de largura, 
distantes umas das outras de pelo menos 0,60cm em 
todos os sentidos, ou em túmulos ou jazigos que 
obedeçam às condições do Código Sanitário. 
- O sepultamento não deve ocorrer antes de 24h nem 
depois de 36h, a não ser por motivos especiais. 
 
DESTINO DO CADÁVER 
Cremação 
- O cadáver é transformado em cinzas, em fornos elétricos 
especiais que suportam uma temperatura de 800 a 1.000 
C, constituído de uma grelha rotatória e de um coletor de 
cinzas, operação essa que varia de 1 a 2h o máximo. 
- Prévia manifestação da vontade do morto ou no 
interesse da saúde pública, sendo necessário, ainda, que 
o atestado de óbito seja firmado por dois médicos ou por 
um médico-legista, e no caso de morte violenta, após 
autorização da autoridade judiciária. 
 
EXUMAÇÃO 
“A exumação é a mais árdua e repulsiva das perícias 
médico-legais” 
 França. 2008. 
 
CONCEITO 
 Consiste no desenterramento do cadáver e geralmente 
tem como finalidade atender aos reclamos da Justiça na 
averiguação de uma exata causa de morte passada 
despercebida, no esclarecimento de um detalhe, numa 
identificação, numa grave contradição ou na confirmação 
de um diagnóstico. 
 
ADMINISTRATIVOS 
- Ser transferidos por razões sanitárias; 
- Ser transferidos de local de sepultamento, para uma 
quadra diferente; 
- Ser mudados de urna funerária, uma vez completada a 
fase de esqueletização. 
 
 
 
 
JUDICIÁRIOS 
Realizada por ordem judicial, diretamente, ou através de 
determinação da Polícia Judiciária. Visando: 
- O reconhecimento e identificação; 
- A realização da necropsia médico-legal; 
- A apuração de uma grave contradição entre os fatos; 
- A confirmação de um diagnóstico; 
- A recuperação de projéteis não localizados na 
necropsia. 
 
PROCEDIMENTO 
- Solicitação do exame; 
- Cientificar a administração do cemitério quanto à hora 
e data da realização do exame; 
- A identificação da cova, que será apontada pelo 
administrador do cemitério; 
- Abrir o local de sepultamento; 
- Retirar o esquife e sua colocação sobre o local 
apropriado; 
- Abrir o ataúde; 
- Certificar-se de que se trata, verdadeiramente, do 
cadáver a que se propõe a perícia requisitada; 
- Tudo deve ser descrito e fotografado. 
 
QUEM PARTICIPA DE UMA EXUMAÇÃO? 
- Autoridade Policial; 
- Os Peritos; 
- O Administrador do cemitério público ou particular 
para indicar o local da sepultura, sob pena de responder 
pelo crime de desobediência, conforme art. 330 do CP; 
- Familiares do “de cujos”; e 
- Testemunhas que estiveram presentes quando da 
inumação. 
 
NECROPSIA PÓS-EXUMAÇÃO 
- Retira-se o cadáver; 
- Examina-se com a mesma técnica do exame cadavérico 
a céu aberto ou em necrotério anexo ao cemitério, 
quando houver; 
- Deve-se utilizar a fotografia e, quando necessário, os 
raios X; 
- O exame interno deve ser completo, tendo o cuidado 
de distinguir com clareza as modificações post-mortem; 
- Se necessário retirar material para exame; 
- Terminada a perícia, o cadáver é novamente dado à 
sepultura. 
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CONCLUSÃO 
A exumação, por ser uma perícia extremamente 
complexa, porquanto não é apenas um ato médico-legal, 
mas envolve a Polícia Científica como um todo. 
Somente deve ser solicitada em caráter excepcional, 
quando exauridos todos os outros meios de prova, sendo 
executada, no dizer do Mestre Genival Veloso de França 
(2001), “somente por sérias e imperiosas razões.” 
 
EXERCÍCIO 
 
 
01. O Sr. Francisco foi agredido por um vizinho com um 
soco no olho esquerdo que lhe causou uma retinopatia, 
resultando na perda de visão do referido olho. Não houve 
alteração estética do globo ocular. Neste caso, o agente 
cometeu, segundo o artigo 129 do C.P.B., crime de lesão 
corporal de natureza: 
A) Leve 
B) Grave 
C) Gravíssima 
D) Seguida de morte 
E) Tentativa de homicídio culposo 
 
02. O Sr. J.A.S., foi agredido por elementos desconhecidos 
e teve como resultado das lesões, cicatriz queloideana de 
8 cm na hemiface direita. Este crime de lesões corporais 
é de natureza: 
A) Leve 
B) Grave 
C) Gravíssima 
D) Seguida de Morte 
E) Média 
 
03. A incapacidade permanente para o trabalho e o perigo 
de vida caracterizam, espectivamente, lesões corporais 
de natureza: 
A) Gravíssima e grave 
B) Leve e gravíssima 
C) Grave e gravíssima 
D) Gravíssima e leve 
E) Grave e média 
04. O Geólogo V.S.I., doente de AIDS, entrou num 
transporte coletivo e com uma seringa cheia de seu 
próprio sangue injetou violentamente em quatro 
pessoas. Estas foram encaminhadas ao I.M.L. para 
exame de lesões corporais e posteriormente realizaram 
exames complementares de lesões corporais quando 
ficou constatado que as pessoas vítimas estavam 
portadoras do vírus da AIDS. 
Neste caso, trata-se de lesão corporal de natureza: 
A) Leve 
B) Grave 
C) Gravíssima 
D) Seguida de morte 
E) Contágio venéreo 
 
05. A faca é um instrumento cortante: 
A) Em qualquer circunstância 
B) Sempre que seu gume participa na produção de um 
ferimento 
C) Sempre que seu gume atua por deslizamento e 
pressão sobre uma linha 
D) Apenas se tiver ponta e gume muito afiado 
 
06. As lesões denominadas figuras de LICHTEMBERG são 
encontradas nas pessoas vítimas de: 
A) Asfixia 
B) Fulguração 
C) Eletroplessão 
D) Envenenamento 
E) Explosão 
 
07. A lesão produzida por um instrumento que agindo 
tangencialmente arranca a epiderme, denomina-se: 
A) Equimose 
B) Rubefação 
C) Escoriação 
D) Ferida contusa 
E) Impressões epidérmicas 
 
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08. As incrustações de pólvora incombusta na pele, em 
torno do orifício de entrada do projétil de arma de fogo, 
denomina-se: 
A) Enxugo 
B) Contusão 
C) Tatuagem 
D) Chamuscamento 
E) Zona equimótica 
 
09. Os sulcos oblíquos, descontínuos, de profundidade 
desigual localizados no pescoço, são características das 
asfixias por: 
A) Sufocação 
B) Esganadura 
C) Confinamento 
D) Enforcamento 
E) Estrangulamento 
 
10. São características das feridas contusas, exceto: 
A) Pontes dérmicas 
B) Cauda de saída ou cauda terminal 
C) Sinais de contusão 
D) Profundidade irregular ao longo da ferida 
E) Bordas irregulares 
 
11. São características das feridas incisas, exceto: 
A) Bordas regulares 
B) Geralmente maior profundidade no centro 
C) Cauda de saída ou cauda terminal 
D) Secção de vasos 
E) Pontes dérmicas 
 
12. No exame cadavérico da vítima de instrumento 
pérfuro-contundente (projétil de arma de fogo), 
localizado na região torácica com ferida de entrada tipo 
boca de mina. Constatamos disparo: 
A) A curta distância 
B) A queima roupa 
C) A média distância 
D) A cano encostado 
E) A longa distância 
 
13. Chama-se vitriolagem as lesões produzidas por: 
A) Calor 
B) Veneno 
C) Agentes

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