Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 1 ES-Método Racional MÉTODO RACIONAL A estimativa da vazão do escoamento produzido pelas chuvas em determinada área é fundamental para o dimensionamento dos canais coletores, interceptores ou drenos Existem várias equações para estimar esta vazão, sendo muito conhecido o uso da equação racional Método desenvolvido pelo irlandês Thomas Mulvaney, 1851 Seu uso é limitado a pequenas áreas (até 80 há) Este método é utilizado quando se tem muitos dados de chuva e poucos dados de vazão A equação racional estima a vazão máxima de escoamento de uma determinada área sujeita a uma intensidade máxima de precipitação, com um determinado tempo de concentração O método racional para a estimativa do pico de cheia resume – se fundamentalmente no emprego da chamada fórmula racional, dada por: 𝑄 = 𝐶 𝑥 𝑖 𝑥 𝐴 3,6 LIMITAÇÕES E PREMISSAS DA FÓRMULA RACIONAL Não considera a distribuição espacial da chuva Não considera a distribuição temporal da chuva Não considera o efeito da intensidade da chuva no coeficiente C Não considera a umidade antecedente no solo Não considera que as chuvas mais curtas eventualmente podem dar maior pico A fórmula racional só pode ser aplicada para áreas de aproximadamente 5 km² A imprecisão no emprego do método será tanto mais significativa quanto maior for a área da bacia: as hipóteses anteriores tornam – se cada vez mais improváveis Segundo Linsley e Franzini, não deveria ser usado, a rigor, para áreas acima de 5 km² Entretanto, a simplicidade de sua aplicação, e a facilidade do conhecimento e controle dos fatores a serem considerados, tornam – na de uso bastante difundido no estudo das cheias em pequenas bacias hidrográficas O método racional é sem dúvidas o método mais utilizado, com aplicações em drenagem urbana, projetos de galerias, bocas de lobo e bueiros e também no dimensionamento dos elementos captores de água em edificações Na situação de edificações (impermeáveis), como a maioria das coberturas de edificações o valor de C é 1, pois toda a água precipitada se transformará em escoamento (vazão) Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 2 MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DA VAZÃO MÁXIMA COM BASE NA PRECIPITAÇÃO MÉTODO RACIONAL (MODELO CHUVA VAZÃO NÃO CALIBRADO) A vazão máxima pode ser estimada com base na precipitação, por métodos que representam os principais processos da transformação da precipitação em vazão e pelo método racional que engloba todos os processos em apenas um coeficiente O método racional é largamente utilizado na determinação da vazão máxima de projeto para bacias pequenas, com até 5 km² Os princípios básicos desta metodologia são: Considera a duração da precipitação intensa de projeto igual ao tempo de concentração da área (t = tc) Adota um coeficiente único de perdas, denominado “C”, estimado com base nas características da bacia Não avalia a distribuição temporal das vazões VAZÃO DE PROJETOS EM PEQUENAS BACIAS O estudo de vazões de enchentes ou vazões de projetos de pequenas bacias é muito importante devido ao dimensionamento de pontes e bueiros em estradas e também devido ao crescimento de aproveitamento de recursos hídricos em pequenas bacias Normalmente não se dispõe de uma série histórica de vazões do local, sendo que quando existem são de curta duração. O Brasil por ser um país de grandes dimensões e possuir um alto custo de uma rede densa de postos hidrológicos é comum encontrar um reduzido número de postos e com séries de vazões observadas de curta extensão 𝑄 = 0,28 𝑥 𝐶 𝑥 𝑖 𝑥 𝐴 COEFICIENTE “C” – COEFICIENTE DE DEFLÚVIO OU RUN - OFF O volume escoado superficialmente é uma parcela do volume precipitado, e a relação entre os dois é o “C” Alguns dos valores do coeficiente de escoamento superficial “C” normalmente recomendados para projeto são os da tabela A seguir e se aplica as precipitações de 5 e 10 anos de período de retorno: Para maiores períodos de retorno as intensidades das precipitações são maiores e, portanto, requerem o uso do coeficiente “C” maior: a infiltração e outras perdas têm proporcionalmente um menor efeito sobre o escoamento superficial Para corrigir o coeficiente “C” para maiores períodos de retorno é apresentado o coeficiente multiplicador Cf Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 3 Prefeitura de São Paulo EQUAÇÕES DE CHUVAS Para a localidade do projeto verificar a equação de chuva utilizada afim de determinar a intensidade de precipitação: Em função de um período de retorno adotado A duração de chuva sendo igual ao tempo de concentração da bacia, possibilitando a obtenção da vazão de Pico (máxima) Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 4 TEMPO DE CONCENTRAÇÃO Tempo de concentração relativo a uma seção de um curso de água é o intervalo de tempo contado a partir do início da precipitação para que toda a bacia hidrográfica correspondente passe a contribuir na seção em estudo Correspondente à duração da trajetória da partícula de água que demore mais tempo para atingir a seção De maneira geral, o tempo de concentração de uma bacia qualquer depende dos seguintes parâmetros: Área da bacia Comprimento e declividade do canal mais longo (canal principal) Forma da bacia Declividade média do terreno Rugosidade dos canais de drenagem Tipo de recobrimento vegetal Distância entre o fim do canal e o espigão (divisor de águas) Obs.: As três primeiras características fisiográficas são as que mais influenciam no tempo de concentração O tc mede o tempo gasto para que toda a bacia contribua para o escoamento superficial na seção considerada O tempo de concentração pode ser estimado por vários métodos, os quais resultam em valores bem distintos: Método gráfico MÉTODO GRÁFICO Consiste em traçar trajetórias perpendiculares as curvas de nível de diferentes pontos dos divisores até a seção de controle 𝑡𝑝 = 𝐿 𝑣 𝑣 = 𝑓 . √𝑙 Fórmula de Kirpich 𝑡𝑐 = 57 𝑥 ( 𝐿2 𝐼𝑒𝑞 ) 0,385 𝑡𝑐 = 57 𝑥 ( 𝐿3 𝐻 ) 0,385 Fórmula de Picking 𝑡𝑐 = 5,3 𝑥 ( 𝐿2 𝐼𝑒𝑞 ) 1 3 SEQUÊNCIA DE CÁLCULO (PASSO A PASSO) 1. Delimitar a bacia hidrográfica 2. Planimetrar a área (A) e verificar se A 5 km² 3. Divisão de áreas quanto a cobertura da bacia (C1, C2, C3, etc) 4. Cálculo do C (média ponderada) 5. Determinação do comprimento do curso principal L e a sua declividade S (ou H, que é o desnível entre o ponto mais afastado da bacia e a exutória) 6. Com L e S (ou H) calcular o tempo de concentração 7. Fazer a duração da chuva de projeto (t) = tempo de concentração (tc) 8. Conhecimento do período de retorno T (depende da obra hidráulica a ser projetada) 9. Com os valores de T e t calcular a intensidade i (mm/h) através da equação de chuvas intensas 10. Cálculo da vazão máxima pela fórmula 𝑄𝑝 = 𝐶 𝑥 𝑖 𝑥 𝐴 3,6 Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 5 Vazão: I – Pai Wu VAZÃO DE PROJETOS EM BACIAS O estudo de vazões de enchentes ou vazões de projetos de pequenas bacias é muito importante devido ao dimensionamento de pontes e bueiros em estradas e também devido ao crescimento de aproveitamento de recursos hídricos em pequenas bacias Normalmente não se dispõe de uma série histórica de vazões do local, sendo que quando existem são de curta duração O Brasil por ser um país de grandes dimensões e possuir um alto custo de uma rede densa de postos hidrológicos écomum encontrar um reduzido número de postos e com séries de vazões observadas de curta extensão Pela grande dificuldade em se obter dados de vazões em pequenas bacias de drenagem, os Sarah Valente Tavares Ceatec – Engenharia Civil 6 métodos e fórmulas geralmente empregados utilizam dados de precipitação, que são normalmente encontrados De uma pesquisa realizada junto aos hidrólogos e engenheiros do Estado de São Paulo, conclui – se que os principais métodos são: Método Racional (até 5 km²) Método I – Pai Wu Modificado (IPW) (até 260 km²) Método do hidrograma MÉTODO I – PAI WU MODIFICADO (IPW) Este método proposto em 1963 foi analisar dados observados em 21 bacias de drenagem do estado de Indiana (USA) e a relação entre forma de hidrogramas e as características de bacias obtidas por mapas topográficos Essas bacias possuem áreas até 260 km² 𝑄𝑝 = 0,278 𝑥 𝐶 𝑥 𝐼 𝑥 𝐴0,9 𝑥 𝐾 𝐶+ = ( 2 1 + 𝐹 ) 𝑥 𝐶2 𝐶1 𝐶1 = 4 2 + 𝐹 𝐹 = 𝐿 2 𝑥 ( 𝐴 ) 1 2
Compartilhar