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UNIP-UNIVERSIDADE PAULISTA
Instituto de ciências Humanas
Curso de Psicologia
O SOFRIMENTO DO CODEPENDENTE E SUAS IMPLICAÇÕES NO TRATAMENTO DO DEPENDENTE QUÍMICO
DANIELLA DELL AQUILA
LUARA ANGELINA FACIOLI
JAILSON PEREIRA ALVES 
YARA FERREIRA DE SOUZA
Campus Pinheiros - São Paulo
2010
 UNIP-UNIVERSIDADE PAULISTA 
Instituto de Ciências Humanas
Curso de Psicologia
DANIELLA DEL AQUILA 929545-3
LUARA ANGELINA FACIOLI 212416-5
JAILSON PEREIRA ALVES 	 0776300
YARA FERREIRA DE SOUZA 827190-9 
O SOFRIMENTO DO CODEPENDENTE E SUAS IMPLICAÇÕES NO TRATAMENTO DO DEPENDENTE QUÍMICO
Projeto de pesquisa apresentado como requisito parcial para Disciplina de projeto de pesquisa em Psicologia Social, sob orientação do Profº Mestre Mauricio Pinto de Godoy.
Campus Pinheiros - São Paulo
2010
				
	Sumário
I. Introdução___________________________________________4
a. Codependência___________________________________________5
b. Dependência química______________________________________8
c. Alcoolismo______________________________________________9
II. Metodologia__________________________________________16
a. Método_________________________________________________16
III. Resultados__________________________________________________18
IV. Analise dos resultados __________________________________21
V. Considerações finais____________________________________25
VI. Bibliografias__________________________________________27
VII. Anexos______________________________________________29
I. Introdução 
 Escolhemos pesquisar sobre a Codependência, inicialmente, devido há um trabalho voluntario realizado numa instituição voltada ao atendimento de pessoas envolvidas com dependência química. Nesse local havia reuniões com um grupo de familiares de adictos. Notava-se que a maioria das pessoas não tinha o conhecimento de que eram codependentes. Possuíam atitudes que, apesar de acreditarem que estavam ajudando, estavam sim, prejudicando mais e mais a pessoa dependente de droga.
Notava-se que ao trabalhar os indivíduos codependentes, contribuir significativamente para manter a condição dele estável e muitas das vezes aumentar a problemática.
Trataremos neste trabalho os aspectos da codependência química, aqueles que contribuem para a manutenção e progressão da problemática do consumo de drogas e focalizaremos especificamente o consumo do álcool, visto que esse, além de ser causador de dependência física e psíquica, é uma droga liberada socialmente. E nesse sentido, acredita-se muito mais difícil de erradicar.
As discussões se apoiaram em artigos e periódicos disponíveis nos acervos online: SCIELO e PEPSIC que abordassem assuntos sobre codependência, dependência química, drogas, alcoolismo, família e tratamento.
Para antecipar o entendimento da discussão disporemos antecipadamente algumas definições sobre o tema, segue:
a) Adicção: “A Adicção a drogas é uma desordem crônica caracterizada pela administração compulsiva, pela inabilidade de limitar o consumo e pela emergência de síndrome de abstinência durante a cessação da administração da droga” (FAVA, 2009).
   b) Comorbidade: “O conceito de Comorbidade foi cunhando por Feinstein (1970) e se refere a qualquer entidade clínica adicional que tenha coexistido ou ocorrido durante o curso clínico de um paciente cuja doença de base esteja sob estudo” menciona Silvia Brasiliano (2005).
c) Drogadição: O termo "Drogadição" é utilizado aqui, portanto, como uma expressão que permite alargar o estudo a um conjunto de relações e comportamentos, e não simplesmente ao comportamento individual ou ao estado provocado pela droga. A atenção pura e simplesmente à dependência do produto oculta, muitas vezes, as "dependências relacionais". E como temos percebido, nos sistemas da drogadição existe pelo menos outra pessoa envolvida, além do usuário Pereira/Sudbrack 2008 apud Colle, 1996/2001. 
Codependência
Codependente é um termo que surgiu na década de 1970, após a criação dos alcoólicos anônimos (AA) - como uma evolução do termo co-alcóolatra, após o termo dependência química passou a integrar dependência psicológica, física e alcoólica (ZAMPIERI, 2004); em função da necessidade dos familiares dos dependentes de álcool, especialmente esposas que formavam grupos de ajuda mútua para lidar com os problemas advindos da adicção de seus maridos, denominado Al-Anon.(CALABRIA, 2007).
A Codependência ainda é pouco conhecida pela sociedade, mas muitos dependentes de álcool têm um codependente. Como podemos notar: “O desconhecimento que sociedade tem em relação à codependência é ainda muito maior que em relação à dependência.” (CALABRIA p.66, 2007). E além do desconhecimento pela sociedade perceber o quão prejudicial é esse transtorno emocional tanto para o dependente e como para o próprio codependente que muitas vezes não sabe que é portador da mesma.
A codependência se caracteriza um problema, dado o fato que o individuo não se identifica como tal, se multiplica em exercer os deveres do outro dando pouca atenção a sua vida. A forma de viver que o mesmo se encontra atribui a  ambos, excesso de atenção muitas vezes desnecessária, desconfiança sufocada e não delibera responsabilidades ao dependente, atitudes como essas são prejudiciais no dia-a-dia e na vida social de ambos.
 
O prefixo “co” ressalta a ligação com o dependente químico, que não se restringe aos familiares. Ele coloca no outro o que é da própria pessoa, ou seja, os familiares são dependentes do vínculo que tem com dependentes químicos, assim como estes são das drogas para preencher necessidades específicas (HUMBERG, 2004). Notemos que como a autora diz, assim como o dependente químico carece das drogas, o codependente precisa dessa dependência de vinculo com outro, em outras palavras ele necessita de deixar de viver a sua própria vida, para controlar e viver em função do outro. O que acaba se tornando um problema para o codependente que sofre, muitas vezes culpa-se,  responsabilizando-se pelo dependente.
Ao decorrer desse trabalho enfocaremos a relação que o codependente mantém com o dependente químico no processo de tratamento, especificamente o dependente de álcool, investigando de que maneira um pode afetar o outro. Zampieri (2004) descreve o codependente referindo-se ao sujeito que convive diretamente com alguém que apresenta alguma forma de dependência química, mais especificamente, ao álcool:
 “Concorda-se sobre o caráter relacional e sistêmico da codependência em que o segredo e o silencio pautam um acordo tácito na família e/ou na instituição de não falar francamente sobre o problema. As características mais freqüentes pela literatura incluem:
· forte tendência a cuidar e controlar o outro em detrimento das próprias necessidades. 
· Tendência a balizar a auto-estima em assumir maior parte da responsabilidade nos relacionamentos.
· Tolerância a elástica em dar outra chance ao outro, ainda que se sentindo magoado ou mesmo desrespeitado.
· Grande dificuldade de perceber, impor e respeitar limites.
· Impulsividade
· Oscilações entre desvalia e supervalorização (herói)
· Sentimentos de auto-piedade, rancor por falta de conhecimento e traição.
· Dificuldade no relacionamento sexual.
· Dificuldade em expressar sentimentos e demonstrar ou receber afeto, mesmo sentindo falta.
· Hipersensibilidade a críticas.
· Oscilação entre vítima, sofrendo agressão física e algoz compulsivo de seu dependente”.
A relação que o individuo tem com o outro, seja de afeto, carinho, amizade ou mesmo amor, pode ao mesmo tempo ser prejudicado a convivência quando um parte por caminhos diferente, ao qual o mesmo “companheiro”, não aceite as atitudes do outro.
Esterly e Nerly (1997,apud HUMERG E COHEN, 2004) concordam que indivíduos codependentes parecem ter características comuns como baixa auto-estima, desejo de ser necessário, grande tolerância para o sofrimento e necessidade de controlar e mudar os outros. As pessoas são levadas a assumir e participar do ambiente do individuo codependentes, sendo na maioria das vezes controladapelos mesmos. 
HUMBERG (2004) diz baseada em sua pesquisa, que apesar de conviver com dependentes químicos de fato serem estressantes, muitos codependentes já apresentavam alguns comportamentos disfuncionais antes de se envolverem e continuavam a apresentar estes problemas mesmo que o dependente químico se curasse ou caso tenham saído da relação. Eles sofrem além dos problemas de ordem emocional, comportamentos compulsivos como comer, gastar e jogar, reforçando a idéia de que “a codependência independe do indivíduo dependente químico...É como se eles escolhessem de forma inconsciente como parceiro, alguém que possa estabelecer relação de codependência.
Ao ouvir sobre Codependência o sujeito se identifica e legitima sentimentos dando-lhes permissão para começar a focalizar seus pensamentos disfuncionais (TOFFOLI apud HUMBERG e COHEN, 2004).
Como estratégias de mudança de comportamento, ZANELLATO (2003) ressalta a necessidade de o codependente voltar à atenção para si mesmo e não apara o dependente químico. Parar de negar o problema, como se ele não existisse, não culpar o adicto por tudo o que acontece em sua vida, controlar o uso abusivo das drogas por parte do dependente, prestar socorro quando ele estiver em apuros, preocupar-se com quais razões o levam a fazer uso da substância, não fazer ameaças que não serão cumpridas, não aceitar promessas, nem permitir serem agredidos. Com estas atitudes, não fica favorecida a perda do controle da situação por parte do codependente e talvez possibilitem até a procura de ajuda do dependente químico.	
Dependência química 
Segundo o Centro Brasileiro de Drogas Psicotrópicas – CEBRID (2005) dependência seria quando um impulso leva a pessoa a usar uma substância de forma contínua ou freqüente, para obter o prazer provocado pela droga. A pessoa dependente seria aquela que não consegue se controlar perante a droga e usa-a de forma impulsiva ou repetitiva. ( FERREIRA, 2008).
Para ZAMPIERI (2004), o sujeito dependente nega a falta de controle que se tem em nível emocional e emocional desta forma, torna-se uma defesa sobre o abuso da substancia e sobre o impacto produzido nos demais membros da família.
Além desta definição geral, alguns autores ainda dividem dependência em dois conceitos: dependência física e dependência psicológica.
 A dependência física é caudada por drogas que funcionam entrando no metabolismo do individuo e interferem nas reações bioquímicas do organismo de tal forma que se torna parte necessária para o seu funcionamento adequado (TIBA apud FERREIRA, 2008).
 Já a dependência psicológica, para MASUR (1987, apud ZAMPIERI, 2004), é aquela que a droga influencia pensamento, atividades e emoções diárias do sujeito. Resistir à vontade constante e parar de usá-la seria algo de grande dificuldade. Os sintomas que se manifestam seriam ansiedade e dificuldade de concentração.
Alcoolismo
No Brasil, a legislação permite o consumo de bebidas alcoólicas apenas por indivíduos maiores de dezoito anos. Ele é um depressor do sistema nervoso central e se utilizada em doses elevadas, atua como analgésico (FERREIRA,2008). 
As pesquisas no Brasil apontam para o álcool e o tabaco como as drogas legais com maior taxa de consumo atualmente pela população. Sendo que bebidas alcoólicas são consumidas por 68,7% da população, dos quais 11,2% são dependentes desta substancia. (UNIFESP/CEBRID apud TRINCA, 2004)
 O uso do álcool é uma prática aceita pela sociedade e ensinada de geração para geração. Concordamos com Lucena quando diz que o álcool parece ter sido a primeira droga  produzida em grande escala, por volta de 8.000 – 6.000 a.c. na história da humanidade, sendo associado a atividades como:
“Animação, lazer, recreação de grupos sociais e ao alivio das angústias da vida.” O álcool tem sido utilizado em vários contextos como o social, religioso, ético, estético, familiar, econômico, psicológico, climático, militar, da saúde, etc., no entanto não educa a população quanto aos seus efeitos colaterais e nem se enfatiza que se trata de uma substância psicotrópica depressora do sistema nervoso central, responsável pela síndrome da dependência e codependência do álcool, denominada por alcoolismo “(LUCENA, 2006).
 O álcool está presente na maioria das comemorações sociais e religiosas, é vendido livremente em qualquer estabelecimento, por isto, não é visto como droga por grande parte da população. No entanto, é a droga que mais trás danos a sociedade tanto pelo elevando número de acidentes e execução de atos violentos ocasionados sob seus efeitos, quanto pelo fato de mais de 10% da população ser dependente. (TRINCA, 2004)
 
“Como um depressor da atividade mental, o álcool é apreciado por produzir um conjunto de efeitos que podem resultar em sensação de bem estar, relaxamento e desinibição. Tomado por base estes efeitos, as propagandas de bebidas alcoólicas mostram sempre consumidores bonitos, alegres, descontraídos e bem sucedidos. A vinculação destas imagens influencia na procura de álcool.
A propaganda colocada desta forma não é eficiente no que diz respeito aos efeitos desagradáveis ou arriscados de um consumo exagerado. “Dentre estes, podemos destacar a perda da percepção de limites devido à euforia, inconveniência e agressividade a diminuição da coordenação motora ou da capacidade de reação abrindo caminhos para acidentes de carro, sexo sem camisinha, etc. (TRINCA, 2004)
 De acordo com Paul e Pires (2002 apud ZAMPIERI, 2004), no inicio da dependência alcoólica, o alcoolista desenvolve tolerância, ou seja, a cada dia necessita de quantidades maiores para obter o mesmo efeito. Com o passar do tempo, o dependente perde esta tolerância e começa a necessitar de doses menores para se ter o mesmo efeito, ficando intoxicada em apenas uma ou duas doses.
Os danos causados pelo álcool trazem conseqüências extremamente negativas, não só a quem consome, mas também às famílias sob diversas formas, desgastando totalmente as relações interpessoais e aumento estatisticamente o número de acidentes,assim como com gastos crescentes de dinheiro,e o pior com  a saúde que fica seriamente comprometida e debilitada e o álcool aumentam o stress no organismo, os efeitos da “ressaca” são violentos. Podemos destacar entre eles: Náuseas, mal-estar, sudorese, sonolência, ansiedade, e uma grande irritabilidade, o que torna o dependente ás vezes até mais desagradável do que quando está sob o efeito da substância. (RAGGHINTI/OLIVEIRA/ANDRADE, 2010).
 A retirada do álcool em pessoas em que são constatados o diagnóstico de dependência pode causar síndrome de abstinência caracterizada por tremores na mão, pesadelos, insônia, distúrbios gástricos, ilusões e alucinações (PAULA,2001).
Para MOREY (apud ZAMPIERI,2004), o tratamento da dependência de drogas e álcool divide-se em fase de abstinência – a qual o sujeito não pode ter acesso, contando com um ambiente especificamente voltado para esta expectativa e mudanças relacionais, ou com um forte controle motivador interno ou externo, vontade ou controle – e medidas de gerais de tratamento – para se manter a abstinência que em geral os vários métodos visam evitar a recaída e ressocializar a pessoa com o outro estilo de vida livre da dependência.
 Hoje em dia se fala muito em dependência de vários tipos, contudo as dependências e depressões são sintomas desta época em que estamos vivendo e não podemos ignorá-la. Devemos pesquisá-los e compreendê-las para ajudar quem sofre, tomando o devido cuidado para não massificar sua compreensão. 
O objetivo geral dessa pesquisa é investigar o codependente no aspecto (relacional) que gera sofrimento de ambas as partes. E verificar a eficácia dos tratamentos na recuperação do dependente do álcool.
Os objetivos específicos são pautados na necessidade de uma melhor compreensão da codependência, que implica: Procurar compreender a codependência e o comportamento do individuo diante da sua família; Conhecer quais são as formas de tratamento para o sujeito cuidador; Analisar até que ponto o sujeito cuidador, se envolve no processo dacodependência, e quais os prejuízos para o mesmo; Observar as possíveis conseqüências que pode trazer para o codependente; Averiguar se de fato há uma cura ou se deve buscar tratamento para controle e alivio do codependente.
 Percebemos que a codependência é um transtorno já existem há muitos e muitos anos, porém começou a ser estudada há poucas décadas atrás, e com isso levar – nos a uma reflexão de um transtorno negativo para os que são codependentes e também para as pessoas que convivem em volta delas, inclusive o próprio dependente.
As pressuposições dos codependentes são de pessoas que sofrem, pois precisam e tem até mesmo a compulsividade de cuidar e principalmente controlar a vida do outro, acabando por fim de não viver sua própria história e provavelmente devido a esse comportamento disfuncional prejudicando o dependente químico no tratamento. Podemos ver que Lourenço (apud ZANELATTO,2001) define e ajuda nos há  perceber essa visão negativa do transtornos de codependentes: “O codependente, como qualquer indivíduo que apresenta e vive um comportamento disfuncional, não tem consciência de sua codependência […] para ajudá-lo podemos tentar fazê-lo conscientizar-se de seus atos e perceber que é impossível viver controlando o outro, pois isso o desgasta física e psicologicamente”.
O grupo de Milão de terapia família conceitua o paciente identificado, evidenciando as pressões da família por um pedido implícito de mudar o paciente sem interferira nas relações do grupo. É como se pedissem “curem-no sem mexer conosco”. (ZAMPIERI, 2004). Logo vejamos que a codependência é uma relação na qual os envolvidos desejam mudanças, porém de uma forma implícita não querem mexer na estrutura familiar, contrariando a estratégia pra tal mudança, já que para a codependência esta intimamente ligada a uma relação do grupo.
 ZAMPIERI (2004) ainda define as características mais comuns nos codependentes, confirma - nos mais uma vez a influência danosa da codependência. São elas:
“Características centradas na pessoa mais citadas foram: 
· Dificuldade de identificar uma auto-imagem;
· Dificuldade de expressar ou identificar sentimentos;
· Senso de vitimização;
· Grande ansiedade acerca de intimidade.
Características centradas na relação com um par mais citadas foram:
· Atração por pessoas explosivas;
· Controle compulsivo de outrem em relacionamentos;
· Necessidade de ajudar acompanhada de sofrimento (ou assumir compromissos abandonados por outrem);
· Preocupação constante com uma pessoa dependente (ou relação disfuncional com alguém exageradamente dependente)
Entre as características sistêmicas mais amplas, as citadas foram:
· Descuido das próprias necessidades em prol de alguém ou pela sobrevivência do sistema familiar;
· “Repetição desse padrão em grupos extra família mesmo que haja risco real de falência do sistema”. 
 
No texto acima se faz uma caracterização mais ampla dos codependentes, e a relação que ele mantém com o outro, com isso podemos perceber que são maneiras como a da vitimização, ansiedade e entre outras que está presente no codependente, na qual o mesmo sente-se atraído por indivíduos impulsivos que de alguma maneira precisa se cuidado e controlado. Assim dando pouca relevância as suas próprias necessidades engajando no cuidar do outro.
  	Relações codependentes parecem pressupor um grande medo de extinção, de perda da identidade ou do controle, de perda do pertencimento a um sistema ou subsistema, quer pelo grupo, quer por sujeitos envolvidos (ZAMPIERI, 2004). Nesta ocasião observamos, segunda Zampieri que o medo está presente na codependência, o medo de perder o controle do outro, medo de não mais pertencer a um sistema tanto do grupo como das pessoas envolvidas.
	Frank e Golden apud HUMBERG, 2004, dizem que o codependente precisa estar com alguém que não tenha um funcionamento saudável e que não preencha suas necessidades mantendo-se na posição de cuidador e não de ser cuidado, olhar para si, suas fragilidades e necessidades. Admitindo mais uma vez a idéia de uma vida nada saudável para os codependentes que buscam exatamente pessoas que já sofrem de algum transtorno e que carecem ser cuidadas.
Seguindo a idéia do autor, a pessoa que ao identifica como codependente, ela pode se engajar no próprio tratamento, reconhecendo que precisa de ajuda para cuidar de sua dependência, facilitando assim a busca pelo tratamento do outro, o dependente químico.
“Mesmo que o adicto não queira se tratar, descobriu-se que é fundamental estender o tratamento, que parecia dever centrar-se apenas na figura do dependente, aos que têm forte ligação emocional com ele. A recuperação dessas pessoas traz grandes benefícios sociais, pois, para cada dependente químico, vários familiares ou amigos costumam ser afetados. Por causa de sua dimensão e desconhecimento, queremos dar atenção especial ao processo de tratamento dos codependentes.” (CALABRIA , 2007)
Como lembra Lygia Vampré Humberg, o sofrimento e as necessidades dos codependente “são muitas vezes deixados de lado, e o foco concentra-se no dependente químico que aparece como o “mais frágil” na relação, com isto o codependente aparece como vítima, cuidador que não precisa de cuidados” HUMBERG (2004). Outro motivo seria o crescimento dos quadros de dependência química que tem ocorrido nas ultimas décadas, constituindo um problema de esfera mundial de saúde pública. “A codependência pode ser considerada uma epidemia de grandes proporções, pois causa sofrimento, infelicidade, desespero e o desperdício de vidas, que pode chegar a superar a nossa compreensão e expectativas” (LUCENA, 2006).
 	Lucena acredita seria errôneo classificar familiares de alcoolistas, em categorias patológicas. As características anteriormente descritas fornecem hipóteses servindo para facilitar a compreensão das pessoas que se encontram vivendo em situação de codependência, portanto, a autora entende que esses sujeitos estariam aptos buscar diversas formas de ajuda visando uma decisão pessoal e propostas educativas para facilitar a superação das dificuldades e trazer a possibilidade de visualizar novas formas de se viver, sem esta relação codependente.
Consideramos relevante realizar um estudo sobre a codependência, de indivíduos que são dependentes químicos devido à atualidade do assunto, apesar de não ser colocado tanto em discussão fora do meio acadêmico. Trazer a opinião de outros autores a respeito do tema, sobre suas pesquisas realizadas num outro momento e colocá-las em xeque para verificar o que ainda e válido se dizer no panorama atual e com relação à amostra que será estudada.
Como alunos de psicologia, gostaríamos de fazer um movimento contrário ao que se vem fazendo em várias áreas onde se estuda a respeito de drogadição, tratamentos para dependentes químicos, etc. Mostrando a importância, auxílio e mesmo aparando estas pessoas que deixam suas vidas para viver em função do outro, os possibilitando de entrar um pouco mais em contato consigo mesmo, se percebendo não só como aquele que precisa cuidar do dependente por tempo integral e indeterminado, mas sim aquele que precisa cuidar de si, percebendo na sua vida um significado  único, sendo necessário resgatar a sua própria vida, e aprender que somos seres responsáveis por nós mesmos e não pelo outro. E principalmente livrar-se da sensação de culpa que acomete o codependente e que sem se dar conta passa ser o maior motivo em sua quase sempre frustrada tentativa de ajudar.
II. METODOLOGIA
Método
 	Para começar esse projeto em primeiro lugar criamos um cronograma (Anexo), o mesmo tinha a função de organizar nosso tempo para a construção desse trabalho.
Realizamos uma pesquisa bibliográfica sobre codependência nos bancos de dados SCIELO e PEPSIC, utilizamos como descritores: as palavras codependência, dependência química e alcoolismo. Deste modo, baseamos nosso trabalho também em referencias de livros, onde se apoiamos na biblioteca da Universidade Paulista, usamos livros que o tema aborda a codependência, família e dependência química.Em todas essas referências bibliográficas foram preferidos texto que abordavam o codependente numa visão de um contexto social na qual tratava em questões focadas da família que tem dependentes de álcool. Além disso, tivemos um foco maior em dois autores: HUMBERG e FERREIRA.
Para incrementar nossa pesquisa observamos também o blog de Marcelo Rodrigues Rocha. Esse blog serve como apoio para codependentes químicos, onde os mesmos postam , respondem perguntas e até mesmo dão declaração contando sobre sua historia de vida. Encontramos muitos depoimentos no que diz respeito à vergonha que o codependente sente, e por isso o isolamento para esconder os fatos, que se segue da sensação de culpa, onde passam a viver em função do outro, também em quase todos, fazem citação as famílias disfuncionais, daí a dificuldade de enxergar os fatos e mudar de atitude sobre o péssimo comportamento do adicto. 
O método escolhido foi à entrevista individual semi-estruturada (Anexo). Em primeira instância planejamos entrevistar dois indivíduos freqüentadores da instituição Al-Anon.Os sujeitos escolhidos são os codependentes que mantém vínculos com os dependentes de álcool que estão em tratamento.
Antes de realizar a entrevista entregaremos um termo de consentimento (Anexo) aos entrevistados, na qual permitirá: a) a gravação de voz da entrevista; b) a utilização dos dados coletados para o desenvolvimento do projeto de pesquisa, e; c) que do mesmo modo poderiam desistir a qualquer momento da pesquisa
Como sujeito e pesquisadores, acreditamos que este seja o método que mais nos aproxima do entrevistado (codependente), levando em consideração as alterações constantes, em que um projeto de pesquisa passa, por se algo vive e em constante transformação e nunca definitivo e acabado.
Além disso, buscamos organizar o roteiro de entrevista para que o sujeito pudesse refletir a respeito de sua condição, e desse modo, obter ganhos imediatos do processo. E ainda, proporcionar uma escuta atenta e cuidadosa para impedir que o correr da conversação aborde aspectos que possam sugerir a mobilização de ansiedades, evitando, desse modo, riscos para a população que já se encontra em vulnerabilidade.
Outro aspecto da coleta de dados, e da relação com os sujeitos, cuja menção se faz importante, compreende a possibilidade de, se porventura surgir ansiedades, buscaremos encaminhar os sujeitos para processos psicoterapêuticos, disponibilizados pela UNIP, nos seus Centros de Psicologia Aplicada (C.P.A). 
III. RESULTADOS
	Este trabalho trata-se de uma pesquisa de campo em Psicologia Social, em que apresentou a natureza qualitativa e exploratória na media em que se procurou investigar o sofrimento do codependente químico e suas implicações no tratamento do dependente químico.
	A pesquisa realizada foi através de estudos de casos da instituição Al-anon, que compõem por um grupo de pessoas que sofrem de codependência de álcool.
População e Amostra da pesquisa
	Sujeito da pesquisa
	Sujeito 1 (P1)
	Sujeito 2 (P20)
	Sexo
	Feminino
	Feminino
	Idade
	37
	41
	Escolaridade
	Superior incompleto
	Ensino Médio 
	Profissão
	Dona de casa
	Cabeleireira 
Quadro 1- População e amostra de pesquisa
Fonte: Elaboração dos autores, 2010.
 A presente pesquisa foi realizada com duas mulheres que faziam parte da instituição do Al-anon que fica localizada no salão de uma Igreja Católica da cidade de São Paulo, e como foi citada na fase do projeto, esta instituição atende a população que sofrem de codependência de álcool.
Importante notar que as duas mulheres foram convidadas a participarem da pesquisa em que estavam esclarecidas do tema e que do próprio modo poderiam desistir a qualquer momento da mesma.
	 Foram feitas duas entrevista semi-estruturada individuais (Anexo), com mulheres codependentes dos seus conjugue alcoolista.
 	O primeiro contato foi numa unidade da instituição do Al-Anon, fomos na tentativa de obter autorização necessária para prosseguirmos com nossa pesquisa, e recebermos a informação de que somente na sede que fica no centro de São Paulo, no escritório do Al-Anon que poderíamos obter a assinatura do termo de consentimento e agendamos a visita. Enfim conseguimos o termo de consentimento, muitos matérias como folders, livros, panfletos, cartazes e explicação sobre o funcionamento, as regras que seguem a instituição, assim como quem pode e deve freqüentar.									
Neste primeiro obtemos mais informamos sobre o Al-Anon, como: a instituição não aceita doações externas, voluntários, ou qualquer ajuda que não parta de um de seus membros;	 A regra maior do Al-Anon está em por 24 horas viver sua própria vida... Ou seja, o familiar do dependente, aprende a desligar-se do problema, e fazer a sua história de vida, sem viver para cuidar e sofrer pela vida do outro; Aprendemos também que o termo codependente não é bem vindo, e eles nos sugeriram usar o termo “familiares” que incluem todas as pessoas que convive com o alcolista (patrão, irmão amigo... etc.); e o termo dependente de álcool, também não é bem visto, pois uma vez que considera esta ser uma doença incurável e progressiva, melhor usar o termo “compulsão pelo álcool” ou alcoólico, nunca bêbado ou alcoólatra. 
O segundo encontro foi realizado numa semana depois, fomos a uma reunião realizada numa sala localizada no interior da Igreja Católica São Paulo – SP. Após uma hora de reunião foi solicitado pela coordenadora uma pausa para um café e após dez minutos retomados a reunião com uma passagem rápida de um saquinho para coletar uma contribuição, esta contribuição não é obrigatório para todos, mas como estávamos ali sentimos na obrigação de contribuir um pouco com o Al-Anon, vários membros compartilham sobre a mudança de suas atitudes depois que ingressaram no programa Al-Anon. Os membros usam o primeiro nome e são avisadas para não divulgar quem elas vêem ou o que ouvem numa reunião, observamos que no Al-Anon existem membros mulheres, homens e adolescentes que têm amigos ou familiares com um problema de bebida.
 Neste segundo encontro ficamos sabendo que a coordenadora e substituída a cada três meses por alguém do grupo que tem o pleno conhecimento para coordenar às reuniões que serão realizadas semanalmente. 
No dia que estivemos na reunião com o grupo foram lidos alguns trechos de um livro, depois a coordenadora convida a uma reflexão sobre alcoolismo a doença da família, na leitura do livro eram obtido algumas respostas para muitas questões e situações que nos atormentam por ter convidado ou ainda conviver com um familiar alcoólico, além de questões sobre morte? Dor como processo? Crescimento pela dor? Cuidado de si? 
Também houve alguns depoimentos muito impressionantes das pessoas que ali estavam para contribuir uma com as outras, são depoimentos curtos para que todas as pessoas possam falar, assim a reunião foi conduzido pela coordenadora.							No desenrolar da reunião a coordenadora solicitou aos participantes que olhassem dentro do grupo uma pessoa que já com experiência e que passou pelo processo de aprendizagem no grupo que total capacidade de acompanhar uma pessoa que chega no grupo com seus problema particulares (familiar). 
No final da reunião, conversamos com a coordenadora do Al-Anon, marcamos nossa entrevista no na semana posterior.
O terceiro encontro foi o contanto com os participantes do grupo Al-Anon para a entrevista. Eram duas mulheres, onde elas assinaram o termo de consentimento e logo em seguida foi feita a entrevista individual gravadas, sob consentimento do participante, em gravador de voz para posterior transcrição. 
	
	
IV. ANÁLISE DOS RESULTADOS 
O capitulo trata-se da apresentação dos resultados das duas entrevista semi-estruturada realizadas com mulheres, e análise da mesma, articulando os resultados dessa pesquisa com a teoria.
A entrevista foi realizada na instituição Al-Anon, com duas mulheres que eram casadas com um dependente de álcool. 
A P1 tinha trinta e sete anos, dona de casa, estudou até o ensino superior incompleto, seu esposoera publicitário, caracterizando uma família de classe média. Relatou na entrevista sobre sua dependência financeira em relação ao marido e o mau humor, irritação e desconfiança tanto sóbrio, quanto alcoolizado do mesmo, contou também sobre sua necessidade de cuidar da vida do esposo, entretanto P1 falou sobre sua batalha de aprender a cuida de sua própria vida.
A P2 tinha quarenta e um anos, sua profissão era cabeleireira, estudou até o ensino médio, seu esposo era vendedor de automóveis. Comentou na entrevista de suas várias brigas com o marido, a sua tolerância e convivência com o esposo, por conta de ter uma filha e não possuir independência financeira. Relatou sobre a busca do marido para uma recuperação, em que ele estava freqüentando o grupo AA ( Alcoólicos Anônimos), P2 citou sua nova concepção do alcoolismo como uma doença incurável.
Gostaríamos de enfatiza que essa pesquisa visava entrevistar sujeitos que são os codependentes e mantém vínculos com os dependentes de álcool que estão em tratamento, não sendo necessariamente esposas do alcoolista, porém devido à demanda do local da coleta de dado ser principalmente delas, foram entrevistadas as conjugues dos dependentes de álcool. 
	A seguir mostraremos as categorias apresentadas em quadros para facilitara compressão e discussão do trabalho:
	Categorias 
	Depoimentos
	Dependência financeira
	1) “Na medida em que ele por ganhar dinheiro e não faltar trabalho em sua vida,se posiciona como quem não tem problemas [...] Apesar de ele sustentar a casa e até me sustentar”. (P1)
2) “Sonho em obter liberdade financeira para viver longe com minha filha”. ( P2)
	Tolerância
	1) “Tenho vontade de largar, mas sinto pena, ás vezes sinto ódio Também [...]Depois bebe,chora,pede perdão e recomeça...”. (P1)
2) “Não consigo ter nenhum tipo de relação, nem a de amizade, mas por conta de uma filha ainda tolero a convivência [..]Apesar de chegar embriagado ainda e muitas vezes agressivo, acho que ele está tendo a chance de entender sua doença”. (P2)
	 Oscilação entre vítima e algoz
	1) “Quando sóbrio se torna tão ou mais desagradável do que quando alcoolizado,uma vez está por mais de doze horas sem bebe, A desconfiança de ser traído reflete em brigas muitas vezes chegando a agressão física”. (P1)
2) “Quando minha filha de sete anos perguntou porque eu brigava com o papai e sempre ele dormia na rua por minha causa,e porque eu vivia sempre brava,brigando com ele”. (P2)
	Prejuízos na vida social
	1) “Não posso receber visitas pois não sei como ele vai chegar...” (P1)
2) ‘Tenho medo de receber visita,e eu ser maltratadau na frente dela...”(P2)
	Desvalia, e baixa auto-estima
	1) “Sofro de depressão profunda,me sinto feia e tenho vontade de dormir o tempo todo...”(P1)
2) “Tenho depressão,vontade de morrer muitas vezes e falta de paciência com os filhos,pouca tolerância.. Me chama de porca e suja,e é assim que me sinto...”(.” (P2)
	Dar se conta da codependência
	1) “Enfim estou numa batalha comigo mesma de resgatar minha estima e minha própria vida.” (P1)
2) “Aí percebi o quanto minha vida havia perdido o sentido para se cuidar ainda que brigando da vida do outro .Uma coisa que o Al-Anon me ajudou muito “. (P2)
Quadro 1- Categorias
Fonte: Elaboração dos autores, 2010.
A categoria dependência financeira foi citada pelas duas participantes. P1 fala sobre total dependência financeira em relação ao marido, que usa muitas vezes como defesa e ataque contra ela. A P2 apesar de trabalhar, relata sobre uma independência financeira para manter sua filha e a si mesmo, o que ela não considera ter. Para Ferreira (2008) o alcoolismo destrói o relacionamento, trazendo sofrimento para ambos os cônjuges, em especial para o não alcoolista, na medida em que, muitas vezes, tem que abdicar das coisas de sua própria vida, de seus sonhos, de sua família, de seus amigos. Assim percebermos mais um motivo em que P1 abdicar de si mesmo para cuidar do outro, se anulando de outras atividades, a P2 enxerga a dependência financeira como impedimento para sua separação. 
Uma das características do codependente, que Zampiere (2004)descreve, é a tolerância elástica , sempre dando uma nova oportunidade para o outro, mesmo se sentido magoado ou desrespeitado. Podemos observar a categoria tolerância na fala das duas entrevistadas, P1 relatando que tem pena e P2 justificando agressividade e o alcoolismo do conjugue, assim pelo fato de ter uma filha com o mesmo. 
	Oscilação entre vítima e algoz é a categoria em que aparece nas duas participantes. Ao mesmo tempo em que é algoz com o esposo, P1, também se coloca como vitima sofrendo muitas vezes agressão física. 	Enquanto P2 que também se coloca numa posição de algoz quando discutir bastante com seu conjugue, relata também da agressividade dele colando novamente em posição de vitima. De acordo com Zampiere (2004) a característica de oscilar entre vítima e algoz é comum, muitos codependentes sofrem agressão física, se posicionando em um senso de vitimização, assim oscilando para atitudes mais agressivas com o compulsivo de álcool. 
	Na categoria prejuízos na vida social notamos que P1 e P2, discutem a dificuldade de em manter uma vida social devido ao medo, e desconfiança em relação ao dependente, portanto não deliberando responsabilidade ao outro, por fim controlando o mesmo. Zanelatto (2003) afirmar que deve conscientizar o codependente dos seus atos para perceber que é inútil controlar a vida do outro, pois isso trará somente desgaste físico e psicológico. Neste caso tanto a entrevistada P1 quanto P2, acabar por ter prejuízos biopsicossociais. 
	Sobre a categoria Desvalia, e baixa auto-estima observarmos que durante a entrevista das participantes estava presente na falas a baixa auto estima tanto como características físicas e psicológicas, dando pouco valor a si mesmo. Ferreira (2008) fala sobre o emocional da mulher que pode esta atrelada a momentos de ansiedade, medo, desgosto, decepção, duvida, raiva, sentimento de culpa, sensação de fracasso, carência emocional, baixa auto-estima etc. Todas essas questões relacionadas ao emocional da mulher, e contribui para a desvalia e baixa auto-estima. E esta emoções esta vinculadas ao transtorno emocional que é a codependência.
	A categoria Dar se conta da codependência perceber-se que as duas participantes relatam sobre o beneficio de freqüentar a instituição na questão de perceber portadora de um transtorno emocional, ou seja, ter consciência que de alguma maneira ela esta se prejudicando e prejudicando o outro por ter a compulsividade de cuida do outro, característica que atalha na recuperação da doença do alcoolismo. Por fim no Al-Anon o codependente as entrevistadas pode se tornar consciente que vive um comportamento disfuncional, facilitando no processo de recuperação de ambas as partes do dependente e do codependente.
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nessa pesquisa o objetivo foi investigar o codependente no aspecto (relacional) e o sofrimento gerado em ambas as partes tanto o seu , quanto o do dependente de álcool, considerando relevante o estudo da codependência que foi muito importante para nosso esclarecimento sobre este transtorno emocional que acarreta prejuízos biopsicossocial na vida de quem porta esta doença e de quem convivia ao seu lado, no caso o dependente de álcool.
Consideramos relevante realizar um estudo sobre a codependência, de indivíduos que são dependentes químicos devido à atualidade do assunto, apesar de não ser colocado tanto em discussão fora do meio acadêmico. Trazer a opinião de outros autores a respeito do tema, sobre suas pesquisas realizadas num outro momento e colocá-las em xeque para verificar o que ainda e válido se dizer no panorama atual e com relação à amostra que será estudada.
Através dessa experiência pudemos confirmar através das reuniões assistidas e por nossas entrevistas no Al-Anon que os participantes que sofrem de codependência tendem a repetir seus padrões de comportamento, ou seja, todos de certa forma mesmo que infelizes sem tervida própria sentem uma grande necessidade em controlar, sofrer e viver pelo dependente, no caso em álcool.
Falam da infelicidade de esperar que seus dependentes retornem ao lar, ou mandem noticia e essa atitude está tão ligada à forma angustiante de viver a espera da a vida do outro, que mesmo se o dependente alcoolista falece ou aprende a lhe dar com sua doença, não é incomum que o codependente arrume então outro problema para ocupar-se novamente.Segunda Lygia Vampré (2004) sua atadura emocional é tão grande que passam a existir dois dependentes.
Intrigante e até misteriosa, é a aparente perseverança com que alguns familiares, se dedicam aos parentes com problemas de dependência, alcoolismo, essas pessoas abrem mão da possibilidade de ser feliz, para cuidar do problema do outro. Em alguns relatos no Al-Anon, é comum perceber o sofrimento do codependente quando seu companheiro problemático recuperar-se, pois este se sente órfão, e sem nenhum sentido na sua própria vida, pois tem uma necessidade de ser o salvador da vida alheia
Durante a observação participante, o nosso segundo encontro com a instituição, percebermos que quem porta o transtorno emocional codependência tem uma necessidade de aceitação muito grande em relação ao outro, e nos relatos pudemos perceber que se eles posicionam como mártires de sentir a vergonha pelo comportamento alheio, e de ter uma baixa auto-estima. A conduta do codependente é uma resposta doentia ao comportamento da pessoa que sofrem de compulsão de álcool.									
Na análise dos depoimentos colhidos e os vivenciados na reunião do Al-Anon observarmos ,que o dependente proporciona o agravamento dos quadros de depressão,baixa estima,falta de vontade de viver do co-dependente, sendo que cada um é dependente e prejudicial ao outro , ocorrendo um ciclo vicioso de raiva recíproca o que só agrava a situação.
 A luta dos codependentes está em se libertar do se preocupar com o outro, aprender a viver e a dar valor à própria vida, resgatar sua estima,controlar seus impulsos negativos de tentar controlar a vida alheia,e entendendo que somos cada um que se responsabiliza pela sua existência.
 O Al-Anon auxílio no sentido de mostrar ao codependente que existe saída,que a vida pode ser melhor se cuidarmos bem dela,e que cada um deve cuidar de si,e assumir as responsabilidades e conseqüências de seus atos.Mostra com os depoimentos,que apesar de inúmeras histórias de vida relatadas,os mecanismos de defesa dos codependentes assim como suas amarguras muitas vezes são bem parecidas,o que nos faz crer realmente de tratar-se um transtorno emocional.
Enfim, como estudantes de psicologia, gostaríamos de relata a nossa gratificação em realizar esta pesquisa que ainda é pouco discutida na nossa atual sociedade, propondo futuras pesquisa neste tema, tais como: um estudo aprofundando sobre o benefício do tratamento e controle do transtorno emocional: a codependência; entrevistar outras pessoas codependentes de álcool, como pais, filhos e esposos; e também pesquisa a relação de codependência com mulheres.
VI. Bibliografias 
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FERREIRA, Daniela R. Alcoolismo e Co-dependencia: A Interferência do alcoolismo na Dissolução Da Relação Conjugal. Palhoça. 2008
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ZAMPIERI, Maria A. J. Padrão de codependência e prevalência de sintomas psicossomáticos. São José do Rio Preto. 2004.
VIII. ANEXOS
· Cronograma para a elaboração do projeto de pesquisa:
· Roteiro: Entrevistas Semi-Estruturada
Idade: ___________________________
Sexo:__________________________
Escolaridade: _____________________
Profissão: ________________________
Profissão do adicto?_________________
Qual a renda mensal?______________________
1) Conte um pouco sobre sua vida?
2) Conte como foi a busca por ajuda profissional?
3) Como está hoje, após a busca por ajuda?
16
Plan1
	Cronograma 2010
	Atividades/ Meses	Fev	Mar	Abr	Mai	Jun	Ago	Set	Out	Nov
	Orientação	X	X	X	X	X	X	X	X	X
	Escolha do tema	X
	Levantamento bibliográfico		X	X	X	X
	Observação para definição de amostra				X	X	X	X
	Elaboração do Projeto				X	X	X	X
	Conclusão do projeto				X	X
	Entrega do Projeto					X
	Coleta de Dados						X	X
	Org. dos dados coletados Análise dos dados							X	X
	Entrega da terceira parte do trabalho									X
	Entrega do Relatório									X
Cronograma 2010
Atividades/ MesesFevMarAbrMaiJunAgoSetOutNov
OrientaçãoXXXXXXXXX
Escolha do temaX
Levantamento bibliográficoXXXX
Observação para definição de amostraXXXX
Elaboração do ProjetoXXXX
Conclusão do projetoXX
Entrega do Projeto
X
Coleta de DadosXX
Org. dos dados coletados Análise dos dadosXX
Entrega da terceira parte do trabalhoX
Entrega do RelatórioX

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