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OBESIDADE Profª Drª Myrella Lira myrellacariryl@gmail.com • Doença crônica não transmissível (DCNT) caracterizada pelo estado de acúmulo de gordura corporal acima de parâmetros antropométricos pré- definidos, o qual é associado a maior risco de desenvolvimento e/ou manutenção de outras DCNT. Conceito OBESIDADE • Segundo Ministério da Saúde (2020), 55,7% da população adulta do Brasil está com sobrepeso; • 19,8% está obesa. OBESIDADE ETIOLOGIA DA OBESIDADE Fatores genéticos Fatores ambientais Fatores psicológicos Fatores endócrinos ↑ INGESTÃO ALIMENTAR ↓ ATIVIDADE FÍSICA ETIOLOGIA DA OBESIDADE OBESIDADE TIPOS DE DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DE GORDURA ANDRÓIDE GINÓIDE TECIDO ADIPOSO FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE Tecido adiposo Branco (proteção, calor e reserva de energia): • Reposição do TG • Proteger órgãos do abdome • Reservar calor do corpo Tecido adiposo Marrom (calor): • Visto em lactentes • Produção de calor FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE Reserva de gordura Síntese de adipocinas (leptina, adiponectina, TNFa, IL- 1 e IL,-6), angiotensinogenio II, estrógenos e etc. FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE LEPTINA X OBESIDADE • Hormônio produzido pelo tecido adiposo branco • Sensação de SACIEDADE • Efeito antiobesidade • 90% dos obesos tem níveis de leptina - sugerindo resistência FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE GRELINA X OBESIDADE • É produzida pelo estômago ( quando vazio secreção) • Sensação de FOME • A quantidade de grelina nos obesos é menor • Maior sensibilidade a grelina FISIOPATOLOGIA DA OBESIDADE • Obesidade X Inflamação DIAGNÓSTICO • Pesagem hidrostática; • Ressonância magnética; • Tomografia computadorizada (Padrão ouro); • Absorciometria dual de raios X (DEXA). Métodos Qualitativos DIAGNÓSTICO • Índice de Massa Corporal (IMC); • Dobras cutâneas; • Impedância bioelétrica; • DEXA; • Tomografia computadorizada. Métodos Quantitativos OBESIDADE CONSEQUÊNCIAS DO SOBREPESO/ OBESIDADE: OBESIDADE FISIOPATOLOGIA O B E S I D A D E SÍNDROME METABÓLICA INTOLERÂNCIA À GLICOSE RESISTÊNCIA À INSULINA OUTRAS ALTERAÇÕES HORMONAIS HIPERTENSÃO CARDIOPATIAS DIABETES DISLIPIDEMIAS Definição: • Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina. SÍNDROME METABÓLICA COMO IDENTIFICAR A SÍNDROME METABÓLICA? A Síndrome Metabólica ocorre quando estão presentes três dos cinco critérios abaixo: • Obesidade central - circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem; • Hipertensão Arterial - pressão arterial sistólica ≥ 130 e/ou pressão arterial diastólica ≥ 85 mmHg; • Glicemia alterada (glicemia ≥ 110 mg/dl) ou diagnóstico de Diabetes; • Triglicerídeos ≥ 150 mg/dl; • HDL colesterol < 40 mg/dL em homens e < 50 mg/dL em mulheres. OBESIDADE Tratamento ALIMENTAÇÃO APOIO PSICOLÓGICO EXERCÍCIO MEDICAÇÃO CIRURGIA • Melhora da resistência a insulina • Redução da glicemia e da Hb glicosilada • Redução da insulinemia • Redução de TG, CT e LDL • Redução da PA • Aumento do HDL OBESIDADE Benefícios da perda de peso: • Instruir o paciente a manter sua própria dieta (receitas, porcionamento, preparação...); • Terapia comportamental (diário alimentar); • Estimular praticas de atividade física • Evitar a síndrome ioiô • Comer devagar, mastigar bem • Evitar pular refeições • Ressaltar que a obesidade pode ser tratada com sucesso EDUCAÇÃO NUTRICIONAL OBESIDADE Como calcular suas necessidades energéticas? Que peso utilizar? Que % do excesso de peso é metabolicamente ativo? Peso real – Superestimar as necessidades Peso Ideal – Subestimar as necessidades Sugestão - Utilizar um meio termo Peso Estimado = Peso Real – Peso Ideal x 0,25 + Peso Ideal OBESIDADE Exemplo: Homem – 36 anos Altura = 1,71m Peso Real = 119 Kg IMC = 40,7 Kg/m2 Peso Ideal Máximo (IMC 24,9) = 73Kg Peso Estimado = Peso Real – Peso Ideal x 0,25 + Peso Ideal Peso Estimado = 119 – 73 x 0,25 + 73 Peso Estimado = 84,5Kg Homens (>=19 anos) GTE: 1086 - [10,1xId(anos)]+AF[13,7xP(Kg)]+[416xA(m)] AF(Coeficiente de Atividade Física): AF=1,0 (sedentário) AF=1,12(pouco ativo) AF=1,29(ativo) AF=1,59(muito ativo) OBESIDADE Equações de Necessidade Estimada de Energia (Sobrepeso/ Obesidade). Institute of Medicine, 2002 Mulheres (>=19 anos) GTE: 448 - [7,95xId(anos)]+AF[11,4xP(Kg)]+[619xA(m)] AF(Coeficiente de Atividade Física): AF=1,0 (sedentário) AF=1,16(pouco ativo) AF=1,27(ativo) AF=1,44(muito ativo) OBESIDADE Equações de Necessidade Estimada de Energia (Sobrepeso/ Obesidade). Institute of Medicine, 2002 PLANO DE RESTRIÇÃO MODERADA • VET (DE ACORDO COM AEN) Aconselha-se reduzir progressivamente a ingestão 500 Kcal e 1000 Kcal por dia (não inferior a 1200 Kcal). • CHO: 55 – 60% (~ 20% CHO SIMPLES) • PTN: 15 – 20% • LIP: 20 – 25%: • SATURADAS – até 7% • POLINSATURADAS – até 10% • MONOINSATURADAS – até 13 OBESIDADE PLANO DE ALIMENTAÇÃO • FIBRAS: 20 – 30g/dia • ÁLCOOL: Não recomendado • COLESTEROL: ≤ 300mg/dia • VITAMINAS E MINERAIS: são atingidos os requerimentos totais nos planos de 1200 Cal ou mais • SÓDIO: de acordo com condições clínicas • DISTRIBUIÇÃO: 5 A 6 REFEIÇÕES OBESIDADE CARACTERÍSTICAS DA DIETA • 800 a 1200 Cal ou entre 10 e 19 Kcal POR Kg de peso desejável INDICAÇÃO: * SEM RESULTADOS COM PLANO DE RESTRIÇÃO MODERADA OBESIDADE DIETA DE BAIXO VALOR CALÓRICO • < 800 Cal ou menos de 10 Kcal por Kg de peso desejável INDICAÇÃO: • OBESIDADE GRAVE E RECORRENTE; • DESCOMPENSAÇÃO DIABÉTICA; • OUTROS ESTADOS QUE NECESSITEM DE RÁPIDA PERDA DE PESO PERÍODOS CURTOS (3-4 SEMANAS) CONTRA-INDICADO: < 400 Cal e Jejum Total OBESIDADE DIETA DE MUITO BAIXO VALOR CALÓRICO CRITÉRIOS: • Tentativa frustrada de perda de peso com outros métodos. • IMC ≥ 40Kg/m² ou • IMC ≥ 35Kg/m² associado a co-morbidades. • Parecer nutricional, médico, psicológico, social. • Jovens entre 16 e 18 anosavaliar custo/benefício, presença de um pediatra na EMP e consolidação das cartilagens • Jovens < 16 anossó é permitida em caráter experimental e dentro dos protocolos CEP/CONEP • > 65 ANOS Relação custo/ benefício • Não uso de drogas ilícitas ou alcoolismo • Ausência de transtorno de humor grave, quadros psicóticos ou demenciais CIRURGIA BARIÁTRICA CIRURGIA BARIÁTRICA • PRÉ-OPERATÓRIO: * Dieta para perda de peso (plano alimentar de restrição moderada) * Orientação para o pós-operatório • PÓS-OPERATÓRIO: * Consistência da dieta (evolução lenta) * Educação nutricional * Suplementação de micronutrientes CIRURGIA BARIÁTRICA Atenção Dietética CIRURGIA BARIÁTRICA TÉCNICA VANTAGENS DESVANTAGENS Balão intragástrico Restritiva (diminuição da quantidade de alimentos que entra no TGI) Método provisório Aderências ao estômago, intolerância ao balão, obstrução intestinal. Banda gástrica ajustável Restritiva Método reversível, pouco agressivo, permite ajustes. Perda de peso insuficiente a longo prazo, intolerância a prótese, migração da prótese. Gastrectomia vertical Disabsortiva (reduz a capacidade de absorção do intestino) Não exclui o duodeno, promove perda de peso aceitável a longo prazo. Método irreversível CIRURGIA BARIÁTRICA TÉCNICA VANTAGENS DESVANTAGENS BYPASS Mista(restritiva e disabsortiva) - Mais realizada no mundo Modifica a produção de hormônios (fome e saciedade), baixa morbimortalidade, perda de peso adequada e duradoura, efeitos benéficos para comorbidades (diabetes tipo 2) Mais complexa. Desvio bileopancreáticas Disabsortiva Eficaz quanto a perda de peso e menor restrição de ingestão alimentar. Reversão de comorbidades. Deficiências de vitaminas lipossolúveis, B12, Ca, Fe. Desmineralização óssea, aumento de evacuações diárias e flatulência. CIRURGIA BARIÁTRICA DIETA LÍQUIDA RESTRITIVA OU LÍQUIDA DE PROVAOU LÍQUIDA CLARA Duração Quantidade Característica Objetivos 1° dia (em geral, no 3° dia pós-operatório) De 20 mL a 50 mL por refeição (o equivalente a um copinho de café) Alimentos líquidos à temperatura ambiente. Refrescos e chás (sem açúcar) e caldos de vegetais. Excluídos leites e derivados e sucos de fruta espessos. Servida em pequenas quantidades e em intervalos frequentes para suprir a necessidade hídrica. Fornecer alimentos fluidos, facilmente absorvidos, com mínimo de estímulo e reduzidos em resíduos para avaliar a função digestiva após jejum pós- operatório. EVOLUÇÃO DIETÉTICA NO PÓS-OPERATÓRIO DA CIRURGIA BARÁTRICA: CIRURGIA BARIÁTRICA DIETA LÍQUIDA COMPLETA Duração Quantidade Característica Objetivos Cerca de 1 mês Cerca de 100 mL a 200 mL por refeição (3 colheres de sopa) Alimentos líquidos à temperatura ambiente, incluindo mingaus, vitaminas, iogurtes e preparações mais elaboradas, como sopas liquidificadas. Evitar sobrecarga de volume e consistência e estímulos antes da adaptação completa das anastomoses EVOLUÇÃO DIETÉTICA NO PÓS-OPERATÓRIO DA CIRURGIA BARÁTRICA: CIRURGIA BARIÁTRICA DIETA SEMILÍQUIDA OU LÍQUIDA PASTOSA Duração Quantidade Característica Objetivos Variável, Dieta de transição Cerca de 100 mL a 200 mL por refeição (3 colheres de sopa) Inclui todos os alimentos da líquida completa, além de sopas não liquidificadas e preparações mais consistentes (purês, arroz, papa e carnes moídas ou desfiadas e liquidificadas). Fornecer alimentos que não necessitem de mastigação e que sejam facilmente deglutidos e digeridos. Dieta de transição para aquelas de maior consistência e muitas vezes, não incluída na evolução dietética do paciente. EVOLUÇÃO DIETÉTICA NO PÓS-OPERATÓRIO DA CIRURGIA BARÁTRICA: CIRURGIA BARIÁTRICA DIETA PASTOSA Duração Quantidade Característica Objetivos Cerca de 1 mês De 150g a 200g por refeição (4 colheres de sopa). Purês, papas ou cremes (suflês, arroz papa, feijão liquidificado, macarrão, carne moída, almôndega, frango desfiado, atum ralado, fígado moído, ovo cozido, frutas cozidas, amassadas ou raspadas, biscoitos amolecidos). Oferecer alimentos que exijam o mínimo de mastigação e sejam de fácil trânsito e digestibilidade. EVOLUÇÃO DIETÉTICA NO PÓS-OPERATÓRIO DA CIRURGIA BARÁTRICA: CIRURGIA BARIÁTRICA DIETA BRANDA Duração Quantidade Característica Objetivos Indeterminada. Depende do nível de tolerância do paciente Cerca de 200g/ refeição (4 a 5 colheres de sopa). Alimentos de consistência normal, mas há restrição de fibras (com exclusão dos vegetais crus) e aumenta-se o tempo de cozimento. Sem frituras. Fornecer dieta com apresentação natural e de mais fácil digestão, pela restrição de fibras e gorduras EVOLUÇÃO DIETÉTICA NO PÓS-OPERATÓRIO DA CIRURGIA BARÁTRICA: CIRURGIA BARIÁTRICA DIETA NORMAL Duração Quantidade Característica Objetivos De 200g a 250g/refeição (5 a 6 colheres de sopa). Dieta completa, sem restrição Para pacientes que não dependem de modificações dietéticas, mantendo apenas o controle do volume e a adequação dos nutrientes. EVOLUÇÃO DIETÉTICA NO PÓS-OPERATÓRIO DA CIRURGIA BARÁTRICA: PLANO ALIMENTAR PARA SÍNDROME METABÓLICA CALORIAS reduzir o peso em 5% a 10% e prevenir recuperação. CARBOIDRATOS 50% – 60% das calorias totais FIBRAS 20 g – 30 g/dia GORDURA 25% – 35% das calorias totais; < 10% das calorias totais; até 10% das calorias totais; até 20% das calorias totais; < 300 mg/dia. PROTEÍNA 0,8 g a 1,0 g/kg peso atual/dia ou 15% SAL DE COZINHA Deve ser limitado a 6g/dia FRACIONAMENTO 5 a 6 vezes ao dia Recomendações alimentares complementares: • A adoção do modelo dietético DASH e da Dieta Mediterrânea pode ser uma opção terapêutica na síndrome metabólica quando associada a uma intervenção no estilo de vida. • Quanto à forma de preparo dos alimentos, preferir os grelhados, assados, cozidos no vapor ou até mesmo crus. • Os alimentos diet e light podem ser indicados no contexto do plano alimentar e não utilizados de forma exclusiva. • Deve-se respeitar as preferências individuais e o poder aquisitivo do paciente e da família. PLANO ALIMENTAR PARA SÍNDROME METABÓLICA Bibliografia
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