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ENSINO FUNDAMENTAL 9º ANO_CIÊNCIAS_VOLUME 04 (PROFESSOR)

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Ciências
Evolução biológica 
e diversidade das 
espécies 2
Biologia da 
conservação 29
7
8
Livro do professor
Livro
didático
9o. ano
Volume 4
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Alguns animais apresentam coloração e formato dos corpos que os confundem com o ambiente 
onde vivem. Observe a imagem com atenção e identifique o animal que se encontra nela.
1. Que semelhanças ele apresenta com relação ao ambiente?
2. Qual seria a vantagem para o animal em ser semelhante ao ambiente?
7
Evolução biológica e 
diversidade das espécies
1 Encaminhamento do tema de abertura do capítulo.
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Objetivos
• Identificar as ideias evolutivas de Lamarck e Darwin e sua importância para explicar a diver-
sidade biológica.
• Compreender a seleção natural e a mutação como fenômenos que permitem a evolução 
biológica.
• Discutir os processos de surgimento de novas espécies e estabelecimento da biodiversidade.
2 Pensamento evolutivo.
 Pensamento evolucionista
Entender e explicar como se estabeleceu a enorme diversidade de espécies de plantas, animais, fungos 
e outros organismos no planeta Terra sempre foi um grande desafio. Por muito tempo, admitiu-se que cada 
espécie se mantinha igual desde sua criação, ideia denominada de fixismo. Nesse caso, as espécies pode-
riam apresentar semelhanças casuais, mas isso não significava que teriam relações de parentesco entre si.
No início do século XIX, novos pensamentos 
em relação à origem e ao desenvolvimento dos 
seres vivos passaram a se estabelecer por meio de 
estudos científicos de animais, de plantas, do solo 
e também dos fósseis. Esses novos pensamentos 
consideravam que cada espécie passava por 
modificações ao longo do tempo, adaptando-se 
às condições do ambiente de forma dinâmica. Por 
meio dessas modificações, novas espécies surgiriam 
e outras poderiam deixar de existir.
Compreender e explicar o pensamento evolutivo 
envolve um longo e complexo processo dentro das ciências, englobando vários cientistas. Um dos primeiros 
registros desses estudos foi realizado em 1760, com o trabalho do naturalista francês Georges Louis Leclerc, 
Conde de Buffon (1707-1788), que, estudando ossos de mamíferos, chegou à conclusão de que eles apresen-
tavam grandes semelhanças em diferentes aspectos, mesmo que vivessem em ambientes distintos, como na 
terra ou na água. No entanto, ele não explicou o motivo dessas semelhanças nem como elas se estabeleciam 
entre as espécies.
Outro estudo bastante importante foi o do médico inglês Erasmus Darwin (1731-1802), que afirmava que 
os seres vivos poderiam se transformar, mas não explicava como isso acontecia.
Os seres vivos podem se preservar em fósseis como 
resultado de um conjunto de processos que ocorre a 
partir de sua morte e sepultamento. Dependendo das 
condições ambientais, a fossilização pode acontecer 
por: moldagem (impressão), incrustação mineral, subs-
tituição das partes moles por minerais, mumificação ou 
congelamento. Também pode ocorrer a preservação 
dos registros das atividades biológicas dos organismos 
enquanto vivos: os icnofósseis, como as pegadas, e os 
coprólitos, fezes fossilizadas.
Braço do ser humano Asa de morcego Nadadeira de baleia 
Úmero
Rádio
Ulna 
Carpos 
Metacarpos 
Falanges 
Esqueletos de três mamíferos: ser humano, morcego e baleia. Esses animais, mesmo vivendo em 
ambientes diferentes, apresentam conjuntos de ossos semelhantes (marcados com a mesma cor).
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Os estudos de Lamarck
O francês Jean-Baptiste Pierre Antoine de Monet, Cavaleiro de Lamarck 
(1744-1829), é considerado o primeiro naturalista a divulgar ideias relacio-
nadas ao pensamento evolucionista, construindo uma explicação sobre a 
transformação dos seres vivos com os conhecimentos científicos disponí-
veis na época. Foi um dos primeiros naturalistas a utilizar o termo Biologia 
em seus estudos.
Professor de Zoologia, por meio dos estudos e da observação de ani-
mais em seu trabalho, afirmou que os organismos complexos se origina-
ram progressivamente a partir de outros mais simples. Ele defendia que 
o clima, a temperatura, a altitude e outras características do ambiente 
atuavam na transformação dos indivíduos de diferentes espécies para 
garantir sua sobrevivência.
Lamarck contribuiu para o pensamento evolucionista, pois percebeu 
que as mudanças no ambiente mudavam as necessidades dos indivíduos, 
que, por sua vez, alteravam os seus comportamentos para atender às 
novas necessidades. Essas mudanças alteravam a utilização de determi-
nadas estruturas anatômicas, ou órgãos, que podiam crescer ou atrofiar 
(até mesmo desaparecer), dependendo do uso, chamando esse conceito 
de Lei do uso e desuso. 
Assim, segundo Lamarck, o uso e desuso dos órgãos explicava a diversidade de espécies de seres vivos, con-
siderando que as alterações sofridas por um indivíduo durante a sua vida eram passadas aos seus descendentes. 
Essa ideia ficou conhecida como Lei da herança dos caracteres adquiridos.
Observe, a seguir, alguns exemplos que explicam a forma de pensar de Lamarck.
• As primeiras serpentes tiveram pernas, que, em determinado momento, passaram a atrapalhar o des-
locamento desses animais em locais apertados. Com o desuso das pernas, elas foram atrofiando até 
desaparecerem completamente nas gerações atuais de serpentes.
• Nos tamanduás, a ausência de dentes seria explicada pela falta de uso e consequente atrofia e 
desaparecimento. 
• Algumas aves aquáticas, como os flamingos, teriam pernas curtas, mas, ao se alimentar, molhavam as 
penas. Assim, como consequência do esforço que faziam esticando as pernas para não molhar as penas, 
teriam se tornado aves com pernas longas.
Lamarck não utilizava a palavra “evolução”, que, em sua época, era sinônimo de “onto-
genia” (desenvolvimento de um indivíduo desde a concepção até a maturidade). Em 
alguns artigos, o termo vem sendo substituído e se usa “hipótese da progressão de La-
marck”.
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• Jean-Baptiste de Monet, 
Cavaleiro de Lamarck
3 Teoria da progressão de Lamarck.
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A ausência de pernas nas serpentes atuais, a ausência de dentes nos tamanduás e o comprimento das pernas das aves pernaltas são algumas 
características relacionadas ao uso e desuso e à transmissão dos caracteres adquiridos, segundo Lamarck. 
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9o. ano – Volume 44
Embora, antes de Lamarck, outros autores tenham sugerido a possibilidade de transformação progressiva 
dos seres vivos, nenhum havia proposto uma teoria defendendo as suas hipóteses. Lamarck era um observador 
atento dos fatos e, baseado neles, ofereceu explicações. Ele foi o primeiro a propor um sistema teórico completo 
para explicar as mudanças das espécies ao longo do tempo, embora nunca tenha usado o termo “evolução” ou 
“transformação” para se referir a essas mudanças.
As ideias de Lamarck tiveram muito impacto e foram bastante discutidas em sua época, mas identificou-se 
que as alterações corporais do uso e desuso não são hereditárias. Com isso, seus estudos não explicavam com-
pletamente o processo evolutivo dos seres vivos e a sua diversidade. 
Seus trabalhos foram lidos por Charles Darwin e outros naturalistas, sendo muito importantes para que eles 
desenvolvessem outras hipóteses para o processo de evolução e diversidade de espécies. 
É importante mencionar que a divisão dos animais em vertebrados e invertebrados foi intro-
duzida por Lamarck. A partir de 1794, ele foi incumbido da organização dos chamados “animais 
inferiores, insetos e vermes” das coleções do Museu de História Natural de Paris. Até então, era 
adotada a antiga classificação de animais com sangue e animais sem sangue que já aparecia no 
século IV a.C. nas obras de Aristóteles sobre os animais e que também estava presente na obra 
de Carl von Linné (1707-1778).[...] 
Além da divisão em vertebrados e invertebrados, Lamarck contribuiu para a sistemática com 
a separação entre insetos e aracnídeos, que na época formavam um só grupo e a introdução do 
grupo dos crustáceos.
MARTINS, Lilian A. P. Lamarck e a progressão da escala animal. Filosofia e História da Biologia, São Paulo, v. 8, n. 3, p. 569-586, jul./dez. 2013. 
Saiba +
Para explicar o mundo, é necessário conhecer o mundo. 
Por meio dessa ideia, os cientistas desenvolvem seus trabalhos, analisando estudos de outros 
pesquisadores, observando a natureza e discutindo suas ideias. Atualmente, o acesso à informa-
ção se tornou mais fácil pela existência da internet, do telefone e dos meios de transporte, mas 
nem sempre foi assim.
Algumas teorias de cientistas do passado são atualmen-
te consideradas estranhas e até mesmo incorretas, mas elas 
são o resultado do pensamento de uma época e foram mui-
to importantes, pois contribuíram para o desenvolvimento 
de outras teorias. Por exemplo, as principais ideias do evo-
lucionismo foram desenvolvidas entre 1700 e 1800. Naquela 
época, ainda não se sabia nada sobre hereditariedade, genes 
ou DNA, e o pensamento das pessoas era muito diferente. As 
viagens para conhecer o mundo eram realizadas de navio e 
duravam meses ou anos. O acesso à informação se restringia 
somente aos livros, que, muitas vezes, estavam disponíveis 
apenas nas bibliotecas de universidades. A comunicação 
entre pessoas que moravam em diferentes localidades era 
realizada por cartas, que podiam demorar meses para che-
gar ao destino dependendo da distância.
4 Hipótese evolutiva de Lamarck.
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 Ciências 5
Os estudos de Darwin
O inglês Charles Robert Darwin (1809-1882) era neto de Erasmus Darwin e, 
assim como seu avô, tornou-se naturalista e passou a estudar diferentes espécies 
de seres vivos. Antes disso, Darwin tentou estudar medicina e ser sacerdote, mas 
o que o encantava mesmo eram as ciências naturais. 
Em Cambridge, Darwin conheceu um professor 
de Geologia que o convidou a fazer sua primeira via-
gem de estudos para observar rochas, solos e fósseis. 
Essa viagem foi muito importante, pois Darwin perce-
beu que a Terra sofreu grandes mudanças ao longo do 
tempo, por exemplo, alterações no clima, no nível dos 
oceanos e no relevo, como a formação de montanhas.
Darwin realizou boa parte dos seus estudos durante uma expedição realizada em 1831 pelo governo britâ-
nico com o navio H. M. S. Beagle, pertencente à Marinha Real. Na expedição, que tinha o objetivo de atualizar 
os mapas e fazer um levantamento de regiões pouco conhecidas na época, como a América do Sul, Darwin 
era o responsável por descrever e estudar as espécies animais e vegetais, além de verificar os recursos naturais 
dessas regiões.
A viagem durou cinco anos. O navio saiu da Inglaterra e passou por várias partes do mundo, inclusive pelo 
Brasil. Nesse tempo, Darwin fez observações e coletou exemplares de plantas, de animais e de fósseis nos luga-
res em que desembarcou, além de fazer estudos dos ambientes locais.
O navio também passou pelas 
Ilhas Galápagos, local onde Darwin 
observou diferentes espécies de 
árvores, jabutis gigantes e aves.
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• Charles Darwin em 1840, 
com 31 anos de idade
Geologia é a ciência 
que estuda a origem, as 
transformações, a com-
posição e a estrutura da 
crosta terrestre.
As Ilhas Galápagos se situam na América do Sul, no Oceano Pacífico, 
a cerca de 1 000 km do litoral, e pertencem ao Equador.
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Ilhas Galápagos
Ele percebeu, entre as aves de Galá-
pagos, várias espécies de pássaros que 
apresentavam pequenas diferenças de 
uma ilha para outra. Entre as espécies 
observadas, estavam os tentilhões, 
pássaros que apresentavam bicos dife-
rentes, adaptados ao tipo de alimento 
a que tinham acesso na ilha em que 
habitavam. 
Darwin então se concentrou em es-
tudar a relação entre o formato do bico 
do tentilhão, o alimento que ingeria 
(sementes, insetos, flores e cactos) e o 
seu hábitat.
Qual seria o motivo para haver tan-
ta variedade em uma pequena região 
tão distante do continente e formada 
somente por 13 ilhas e algumas ilho-
tas? Das 26 espécies de aves encon-
tradas nas ilhas, 14 eram de tentilhões 
que só existiam ali. Cada ilha parecia 
ter sua própria espécie.
Fonte: ATLAS National Geographic. São Paulo: Abril Coleções, 2008. Adaptação.
9o. ano – Volume 46
Darwin imaginou que, em algum momento da his-
tória dessas aves, uma população de tentilhões, vinda 
do continente, ocupou as diversas ilhas do arquipéla-
go. Entretanto, como o ambiente nessas ilhas não era 
igual, ou seja, havia diferentes ofertas de alimentos em 
cada uma delas, teria ocorrido uma seleção de deter-
minadas características das aves, como o formato do 
bico. Assim, em uma ilha onde o que havia para comer 
eram principalmente sementes duras, aves com bicos 
mais fortes levavam vantagem e sobreviviam por mais 
tempo do que as com bico mais fraco; em outra ilha, 
onde o alimento principal eram cactos cobertos de 
espinhos, levavam vantagem as aves com bicos mais 
longos e finos, que conseguiam arrancar pedaços do 
cacto por entre os espinhos.
Com o tempo, as aves predominantes em uma ilha apresentavam características diferentes das aves predo-
minantes na ilha vizinha, que seriam diferentes das aves de uma terceira ilha, e assim por diante. 
Isoladas em suas ilhas, com o tempo, essas aves teriam dado origem a diferentes espécies de tentilhões.
Darwin percebeu que a tão grande variedade de pássaros estava relacionada a dois fatores:
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Tentilhões de Galápagos, aves desenhadas por Charles Darwin. Cada um 
desses animais foi identificado em uma ilha diferente.
• diferentes ambientes encontrados em cada ilha; 
• variabilidade natural apresentada pelos seres vivos.
5 Estudos de Darwin.
Assim como Lamarck, Darwin sugeriu que as adaptações dos in-
divíduos resultavam da interação dos organismos com o ambiente.
Quando retornou da longa viagem com o H. M. S. Beagle, 
Darwin aprofundou seus estudos sobre o que tinha visto nos di-
ferentes lugares por que passou. Com base nessas informações e 
na leitura de estudos sobre variedade e mudanças nos seres vivos, 
escritos por importantes naturalistas, incluindo Lamarck, Darwin 
começou a elaborar sua teoria para explicar a evolução dos seres 
vivos e a sua diversidade.
Durante seus trabalhos, Darwin recebeu o trabalho de outro na-
turalista inglês, Alfred Russel Wallace (1823-1913), que estudou inse-
tos e peixes na Amazônia e chegou a conclusões muito semelhantes 
às de Darwin sobre a evolução dos seres vivos: os indivíduos de uma 
espécie não são todos idênticos e os mais adaptados às condições 
do ambiente deixarão mais descendentes, transmitindo suas carac-
terísticas para as próximas gerações.
Em 1858, Darwin e Wallace apresentaram seus trabalhos em 
conjunto na Inglaterra, mas sem o impacto esperado por eles, pois 
faltavam algumas explicações para a conclusão de suas ideias. 
Darwin, então, dedicou-se a melhorar sua explicação sobre a evolução dos seres vivos e tentou responder a 
todas as possíveis dúvidas que a leitura de seu trabalho pudesse levantar. Em 1859, mais de 20 anos após seu 
retorno com o navio H. M. S. Beagle, ele publicou o livro A origem das espécies, em que tenta explicar a biodi-
versidade de seres vivos e como ela se estabeleceu. 
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• Alfred Russel Wallace
6 Trabalhos de Darwin e Wallace.
 Ciências 7
O ponto principal dos estudos de Darwin era o de 
que os indivíduos que tinham melhores condições 
de explorar outros tipos de ambientes e alimentos 
tinham maiores chances de sobreviver e de se repro-
duzir, deixando mais descendentes. Ou seja, quando 
um ser está mais adaptado ao ambiente,suas chan-
ces de sobrevivência são maiores; já os seres menos 
adaptados têm menos chances de sobreviver. Esse 
processo caracteriza a seleção natural.
Além da seleção natural, Darwin também citou 
que todos os seres vivos compartilham ancestrais 
comuns. Sendo assim, as espécies existentes atual-
mente descendem de outras que já habitaram a 
Terra e passaram por condições ambientais diferen-
tes. Essa ideia partiu da comparação de fósseis com 
seres vivos atuais, o que possibilitou determinar 
relações de parentesco entre eles e também ob-
servar as características que foram importantes para 
a sua sobrevivência em determinadas condições 
ambientais.
As espécies não são estáticas e imutáveis, mas se modificam entre as gerações através de longos períodos 
de tempo, pela seleção natural, permanecendo vivo o mais apto. A evolução é um processo dinâmico.
Não se sabe ao certo por que o nome de Wallace foi obscurecido por Darwin. Admite-se, porém, que isso 
se deve ao fato de Darwin já ser um naturalista bastante renomado na época. Contudo, Wallace foi o primeiro 
a propor um mapa geográfico das espécies animais e, por isso, é considerado o pai da Biogeografia. A publi-
cação das ideias de Darwin provocou uma revolução no estudo da Evolução, sendo considerado um dos mais 
importantes eventos da história da ciência. 7 Fritz Müller e o evolucionismo no Brasil.
Organize as ideias 
Lamarck é considerado o primeiro naturalista a divulgar as ideias sobre evolução dos seres vivos. No en-
tanto, suas explicações tinham algumas lacunas e equívocos que foram esclarecidos posteriormente nos 
trabalhos de Darwin. Marque L nas afirmativas que podem ser atribuídas às ideias de Lamarck e D nas 
afirmativas que podem ser atribuídas às ideias de Darwin.
a) ( L ) As condições do meio ambiente fazem com que os seres vivos desenvolvam transformações 
em seu corpo para sobreviver e as transmitam aos seus descendentes.
b) ( D ) Os seres vivos não são todos idênticos e podem apresentar variações que são selecionadas 
pelas condições do ambiente, sobrevivendo os indivíduos que apresentam características mais 
favoráveis.
c) ( L ) O uso ou o desuso de um órgão ou parte do corpo faz com que novas características se 
desenvolvam em um ser vivo.
d) ( D ) Os seres vivos compartilham ancestrais comuns.
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O estudo dos fósseis de dinossauros permitiu comparar semelhanças e 
diferenças entre eles e os répteis atuais, como os lagartos.
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9o. ano – Volume 48
Adaptação
Para compreender o mecanismo de evolução descrito por Darwin, é necessário conhecer dois processos 
principais: adaptação e seleção natural.
Apresentar adaptações que possibilitem melhores condições de explorar determinado ambiente possibilita 
aos organismos melhores condições de sobreviver, reproduzir-se e perpetuar a espécie. 
Excesso ou escassez de água, intensidade de luz, temperatura, composição do solo e atividades humanas 
são exemplos de situações que interferem diretamente na sobrevivência de uma espécie.
Por exemplo, em um ambiente com pouca água, como um deserto, plantas com folhas têm poucas 
chances de sobrevivência, pois é pelas folhas que ocorre a perda de água por transpiração. Assim, essas 
plantas não sobreviveriam e também não se reproduziriam, podendo se extinguir. Por outro lado, plan-
tas com folhas modificadas em espinhos, como os cactos, por não perderem água pelas folhas, foram se 
estabelecendo nesse ambiente, pois com os espinhos a transpiração é reduzida. Os espinhos também 
possibilitaram que as plantas armazenassem mais água, aumentado suas chances de sobrevivência em 
ambientes secos, podendo se reproduzir e gerar descendentes. 
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O xiquexique é uma planta 
adaptada ao ambiente árido da 
caatinga brasileira. Ele apresenta 
folhas modificadas em espinhos, 
que reduzem a perda de água. 
O caule apresenta clorofila, 
responsável pela fotossíntese.
As características que favorecem a sobrevivência e a capacidade de reprodução de uma espécie são algu-
mas das chamadas características adaptativas. Atualmente, sabemos que a maioria dessas características 
é determinada geneticamente e transmitida para os descendentes, ou seja, são herdáveis. Mas, como Darwin 
desconhecia a Genética, para ele as características adaptativas eram apenas transmitidas aos descendentes 
entre as gerações.
Como o ambiente está em constante mudança, as adaptações podem repentinamente se tornar desvanta-
josas. Assim, os organismos estão em constante seleção por causa de diferentes situações.
Seleção natural
Como vimos, os indivíduos que apresentam características que os tornam mais bem adaptados ao ambiente são 
selecionados e têm maiores chances de sobreviver e se reproduzir, gerando descendentes. Esse processo está rela-
cionado à seleção natural. Esse é um dos principais conceitos desenvolvidos por Darwin em sua teoria evolutiva.
Em uma população, existem pequenas diferenças de características entre os indivíduos de uma mesma 
espécie, pois os indivíduos não são idênticos entre si e a seus pais. Essas pequenas variações podem ser deter-
minantes para a sobrevivência dos indivíduos.
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 Ciências 9
Por exemplo, considere um vírus que parasita determinada espécie de pássaros. Entre esses pássaros, há 
alguns que naturalmente apresentam resistência ao vírus. Se houver um surto desse vírus na população de 
pássaros, apenas os indivíduos resistentes sobreviverão e procriarão, transmitindo a seus filhotes a característica 
de resistência ao vírus. A cada geração, uma maior quantidade de indivíduos será resistente ao vírus, reduzindo 
o número de mortes pela doença na população.
Mesmo que sejam pequenas, as variações são relevantes para a espécie, pois podem permitir melhores 
condições de competição por alimento, hábitat ou parceiros para a reprodução. Isso significa que, no ambiente, 
alguns seres vivos têm mais chances de sobreviver e se reproduzir por apresentarem características que lhes 
conferem mais vantagens no seu meio, tais como: cor, forma, tamanho, agilidade, capacidade de percepção, 
entre outras. Assim, a luta pela sobrevivência leva à preservação das variações favoráveis à vida e à reprodu-
ção de um organismo.
Observe outro exemplo: considere uma população de ratos na qual os indivíduos podem ter pelagem de cor 
branca ou marrom. Na imagem a seguir, podemos perceber que o ambiente afeta diretamente na localização 
dos animais. No local claro (A), os animais de pelagem clara ficam menos evidentes e os escuros se destacam, 
podendo ser mais facilmente localizados pelos predadores. Nesse caso, os indivíduos claros foram selecionados 
positivamente. O oposto ocorre no ambiente escuro (local B), onde os animais claros ficam mais evidentes e 
podem ser facilmente localizados pelos seus caçadores.
O exemplo nos mostra que as 
características ambientais podem 
determinar os indivíduos que têm 
maiores chances de sobrevivência. 
O processo de seleção do indivíduo 
mais adaptado caracteriza a seleção 
natural.
Várias características colaboram para a sobrevivência dos seres vivos em de-
terminadas condições ambientais, tais como: agilidade, resistência, coloração, 
audição, visão, presença de veneno, camuflagem, etc. Como o ambiente é 
dinâmico, nem sempre as características de uma espécie garantem a sua 
sobrevivência naquele meio. Assim, determinada espécie pode ser eliminada 
de um ambiente enquanto outras podem passar a se desenvolver nele.
Para Darwin, a modificação evolutiva é o resultado da atuação da seleção natural 
sobre a variabilidade de indivíduos de uma população.
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Seleção natural
Em pássaros, o formato do bico é decisivo para selecionar e coletar os alimentos, determinando quais indi-
víduos sobreviverão, dependendo do tipo de alimento disponível no ambiente. 
A atividade proposta simula como as características influenciamna interação dos indivíduos com o ambien-
te, selecionando os indivíduos mais bem adaptados.
Materiais 
• alicate • grãos de arroz
• cronômetro • milho de pipoca
• bacia rasa • macarrão parafuso
• tesoura sem ponta • pegador de macarrão
• prendedores de papel
• copos ou pratos plásticos 
• pinças de tamanhos variados 
• marshmallow grande arredondado
• formas, bandejas ou pratos grandes 
• prendedores de roupas de diferentes tamanhos
Como fazer
1. Formem grupos de modo que cada um fique com um dos diferentes objetos que simulam tipos de bicos.
2. Coloquem cada um dos alimentos em uma bandeja separadamente. O arroz deve ser colocado em uma 
bacia rasa com água, ficando submerso.
3. Coloquem as bandejas em mesas diferentes.
4. Com o instrumento selecionado pelo grupo, tentem 
coletar o maior número de alimentos em 20 segun-
dos utilizando apenas uma das mãos. O tempo será 
cronometrado pelo professor. 
5. Cada grupo deve deixar um copo ou prato parado ao 
lado de cada bandeja para pôr os alimentos coletados.
6. Façam um rodízio entre as mesas, de forma que cada 
grupo experimente a coleta de todos os alimentos.
7. Anotem os alimentos em que o objeto simulador de bico foi mais e menos eficiente, de acordo com o nú-
mero de alimentos coletados em cada mesa.
Conclusão
 1. O pegador que estava com você representava o bico de um pássaro. Em quais das situações você con-
seguiu pegar uma maior quantidade de alimentos? Considerando que o tipo de alimento representa um 
ambiente, você sobreviveria melhor em qual deles?
 2. Como a atividade que você realizou está relacionada com a ideia de seleção natural?
Fazendo Ciência
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Os objetos e alimentos indicados são apenas uma sugestão. Você pode 
aumentar a variedade ou substituí-los conforme a sua necessidade, 
mantendo apenas uma diferença de tamanho entre eles.
8 Orientação da atividade e gabaritos.
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 Ciências 11
Conexões
Gibões Orangotangos Gorilas Chimpanzés Seres humanos
19 milhões de anos 16 milhões de anos
9 milhões de anos
6 milhões de anos
A evolução nos seres humanos
Um dos principais problemas relacionados à aceitação das ideias de Darwin em sua época foi o fato de ele ter 
mencionado que os seres humanos também passam pelo processo de evolução biológica. Ele sugeriu que os seres 
humanos e as linhagens de macacos tinham um ancestral comum. Na verdade, sua explicação foi interpretada de 
maneira equivocada e as pessoas da época acabaram afirmando que, para Darwin, o ser humano teria surgido do 
macaco.
Com os estudos atuais a interpretação correta é a de que compartilhamos com o grupo dos grandes maca-
cos – como gibões, orangotangos e gorilas – um ancestral comum que viveu entre 5 a 7 milhões de anos atrás. 
Após a separação de indivíduos desse grupo ancestral seguiram-se diferentes processos de seleção natural que 
levaram a diferenças significativas entre nossa espécie e a dos macacos atuais. 
Atualmente, os cientistas usam fósseis de espécies ancestrais já extintas para tentar desvendar a história evolu-
tiva dos seres humanos. Entre esses fósseis, temos os Australopitecus, que andavam sobre duas pernas, e o Homo 
habilis, que tinha maior aptidão para moldar e manipular objetos e ferramentas que outras espécies anteriores.
Assim como todas as espécies de seres vivos, a nossa espécie também continua em constante processo evolutivo.
Atividades
9 Gabaritos.
 1. Explique o que caracteriza os processos evolutivos nos seres vivos. 
Os processos evolutivos são processos de transformação e adaptação inerentes à própria vida e que ocorrem de maneira lenta e 
gradual nos seres vivos.
 2. Leia atentamente o texto a seguir.
O texto acima se relaciona com quais das ideias de Lamarck sobre a evolução dos seres vivos? Justifique 
sua resposta.
Refere-se à lei do uso e desuso, em que um órgão de um ser vivo atrofia quando não é utilizado. Essa característica passa de uma 
geração a outra.
Espécies animais que vivem em cavernas têm seus olhos atrofiados e não enxergam. Como vivem em 
um ambiente escuro e seus olhos não são utilizados, eles perderam a função no decorrer do tempo.
As datas são 
aproximadas e 
correspondem ao 
momento em que o 
ancestral se separa e 
origina uma ramificação 
com novas espécies.
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 3. Leia o texto e responda às questões propostas.
KOLBERT, Elizabeth. A sexta extinção: uma história não natural. Tradução de Mauro Pinheiro. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015. p. 51.
a) Grife no texto os exemplos referentes à lei do uso e desuso defendida por Lamarck e escreva como ela 
explica a evolução dos seres vivos.
b) Como Lamarck explicava a diversidade de seres vivos considerando a lei do uso e desuso?
c) Considerando as ideias de Darwin, como poderia ser explicado o fato de as toupeiras terem olhos 
pequenos e frágeis?
 4. Os fósseis, muitas vezes, são registros de seres vivos pertencentes a espécies que já não existem mais no 
planeta Terra, como os dinossauros (foto). 
Sobre os fósseis e o estudo da evolução, é correto afirmar que
a) os fósseis não têm nenhuma relação com o estudo da evo-
lução, que se ocupa somente das espécies vivas.
b) os processos evolutivos são as mudanças que ocorreram 
com os fósseis e não ocorrem com as espécies vivas.
X c) com o estudo dos fósseis, é possível identificar diferentes 
espécies e como elas se assemelham às espécies atuais, aju-
dando no estudo da evolução.
d) Darwin soube da existência de fósseis somente depois que já tinha escrito sua teoria explicando o 
processo evolutivo.
 5. Charles Darwin publicou o livro A origem das espécies em 1859. Pode-se dizer que suas conclusões, refe-
rentes à ideia de seleção natural, foram obtidas unicamente com as suas próprias observações? Justifique 
sua resposta.
 6. Imagine a seguinte situação: em um ambiente, existe uma espécie de pás-
saro. Nessa espécie, os indivíduos podem ser de várias cores. Alguns são 
verdes, enquanto outros são acinzentados e outros marrons. Suponha que, 
em certas épocas do ano, haja predominância de uma vegetação verde.
a) Qual pássaro é favorecido nessas épocas? Ou seja, qual deles fica mais 
protegido de seus predadores? 
b) Em outras épocas, a vegetação seca e fica marrom. Nesse caso, quais 
pássaros têm mais chances de sobreviver? 
c) Imagine que ocorra uma alteração ambiental drástica e não haja mais a 
possibilidade de crescimento de vegetação. Assim, o ambiente adquire 
uma coloração marrom definitiva. Quais pássaros sobreviverão? Como 
serão os descendentes dessas aves?
[...] Segundo Lamarck [...] muitas vezes animais e plantas 
precisavam lidar com mudanças em seus [...] ambientes. E 
o faziam ajustando seus hábitos. Esses novos hábitos, por 
sua vez, produziram modificações físicas que eram passadas 
para a prole. Pássaros que avistavam uma presa em lagos 
esticavam suas garras ao atingir a superfície da água, e assim 
vieram a desenvolver membranas entre elas e se tornaram 
patos. Toupeiras, após começarem a viver no subsolo, 
pararam de usar a visão, por isso, ao longo de várias gerações 
seus olhos ficaram pequenos e frágeis.
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• Toupeira, animal que habita regiões da 
América do Norte, Europa e Ásia
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 Ciências 13
Teoria moderna da evolução.10
Teoria moderna da evolução
Quando Darwin publicou o livro A origem das espécies, ainda não havia conhecimentos sobre a estrutura 
dos cromossomos e dos genes, que foram detalhados mais tarde. Não saber sobre os mecanismos básicos da 
Genética tornou mais difícil a tarefa de explicar de maneira satisfatória as características das espécies, como elas 
poderiam ser transmitidas aos descendentes e o processo evolutivo.
Atualmente, os estudos da estrutura do DNA, do funcionamento dos genes e dos princípios da Genética foram 
unidos às ideias evolucionistas de Darwin, numa sínteseque teve como resultado uma teoria mais abrangente e 
mais embasada e, por isso, mais aceita para explicar o processo evolutivo dos seres vivos. Essa teoria ficou conhe-
cida como teoria moderna da evolução ou teoria sintética da evolução ou, ainda, neodarwinismo. Nessa 
concepção da evolução, a mutação, a recombinação gênica, as migrações e a deriva genética, além da sele-
ção natural, atuam nas variações de características entre os indivíduos de uma espécie. 
Mutações e recombinações gênicas
Os genes são segmentos organizados de DNA que codificam proteínas, responsáveis pela expressão das 
características de cada indivíduo. Antes da divisão celular, a molécula de DNA se duplica, originando uma cópia 
exata de si mesma. Quando, por algum motivo, ocorre uma alteração, fazendo com que a cópia não saia exata-
mente igual à molécula original, pode-se dizer que houve uma mutação. 
As mutações podem ser variadas. Existem as que causam prejuízos ao organismo, como não se desenvolver 
ou falecer antes do nascimento, as que causam doenças genéticas e as que podem resultar na expressão de 
uma característica que vai favorecer a sobrevivência do indivíduo.
As recombinações gênicas, por sua vez, ocorrem durante a 
formação dos gametas na meiose, possibilitando que os genes se 
combinem e se distribuam de forma diferente nos cromossomos 
homólogos.
Os processos de mutação e recombinação gênica permitem uma 
maior variedade de genótipos possíveis na espécie, ou seja, aumen-
tam a variabilidade genética, o que possibilita a existência de várias 
características diferentes entre os indivíduos (fenótipos), impactando 
sobre a seleção natural da espécie dentro do seu ambiente.
Durante a meiose, ocorre o emparelha-
mento dos cromossomos homólogos. 
Como esses cromossomos ficam muito 
próximos uns dos outros, pode ocorrer 
a troca de segmentos equivalentes entre 
eles. Essa troca ou permutação também 
é chamada de crossing-over. 
Cromossomo
paterno duplicado
Cromossomo
materno duplicado
Cromossomos
recombinantes
Cromossomos NÃO
recombinantes
Cromossomos
homólogos Crossing-over ou permutação
entre os cromossomos
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Processo de recombinação gênica 
ou crossing-over em cromossomos 
homólogos. Esse processo ocorre ao 
acaso, sem que se possa prever em 
que locais e em quais cromossomos 
vai acontecer. A cada vez que esse 
fenômeno ocorre, verifica-se o aumento 
da variabilidade genética dos gametas. 
Por isso, esse é um fator muito 
importante no mecanismo da evolução.
Migrações e deriva genética
As migrações atuam como fator evolutivo para as espécies, pois proporcionam fluxo de genes entre dife-
rentes populações. Em uma população, a entrada de um indivíduo de um grupo populacional diferente possi-
bilita a introdução de novos genes e, consequentemente, características diferenciadas das existentes. Esse fluxo 
gênico inclui vários tipos de eventos diferentes, como o pólen sendo transportado para outras flores, pássaros 
fugindo do inverno e até mesmo pessoas se mudando para outras cidades, estados ou países. 
9o. ano – Volume 414
Saiba +
A deriva genética corresponde a uma drástica alteração no número de indivíduos e, consequentemente, 
de genótipos e fenótipos, de uma ou de várias espécies, ocasionada por fatores naturais e repentinos, tais como: 
terremotos, tsunamis, queimadas, etc. Exemplificando, em uma enchente, podem ser eliminados aleatoriamen-
te muitos indivíduos de uma população, e os que sobrevivem não são necessariamente os mais adaptados.
Quantas dessas mutações genéticas você tem?
[...]
A variedade da espécie humana é uma das coisas mais bonitas da natureza, e só ocorre por conta 
de uma palavrinha nem sempre bem vista: mutações. [...], as mudanças genéticas também resultam 
em diferenças como a cor dos olhos ou dos cabelos.
Pensando nisso separamos algumas das mutações mais comuns presentes nos seres humanos [...].
Olhos azuis
Mesmo que cerca de 8% da população mundial tenha olhos azuis, a 
mutação que deu origem a ela é incrivelmente recente na história da nossa 
espécie. Embora todos os humanos tivessem olhos castanhos, pesquisado-
res conseguiram apontar a mutação que levou à coloração azul. [...]
Tolerância à lactose
[...] Não nascemos para ingerir e tolerar leite proveniente de outras 
espécies [...].
Há cerca de 10 mil anos, quando os europeus começaram a domesticar 
animais como vacas, uma mutação no gene MCM6 possibilitou que algu-
mas pessoas continuassem produzindo a enzima lactase, permitindo-lhes 
beber leite.
Cabelos ruivos
[...] Embora muitas pessoas conheçam ruivos, a cor do ca-
belo ainda é bastante rara: de 4 a 5% da população têm cabelos 
acobreados. [...]
Não ter o dente do siso
[...]
Acredita-se que, como todos os mamíferos, nossos antepassados tiveram três conjuntos de quatro 
molares na parte de trás da boca para ajudar a moer a dura vegetação que comiam. Mas, como con-
seguiram controlar o fogo, os alimentos que comiam se tor-
naram mais macios e seus dentes se tornaram mais estreitos, 
eliminando o espaço necessário para o conjunto chamado 
de “dentes do siso”. O fóssil mais antigo conhecido pela falta 
de terceiros molares é da China e tem cerca de 350 mil anos 
de idade.
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QUANTAS dessas mutações genéticas você tem? Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/10/quantas-dessas-mutacoes-
geneticas-voce-tem.html>. Acesso em: 26 nov. 2018.
• Considerando os exemplos citados de mutações genéticas humanas, converse com seus colegas e 
com o professor e responda se o termo “mutação” deve ser sempre associado a características nega-
tivas ou prejudiciais aos organismos. Justifique a sua opinião.
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Encaminhamento de seção.11
 Ciências 15
Como surgem as novas espécies
Existe uma enorme variedade de espécies de seres vivos que habitam o planeta Terra, que interagem entre 
si e com o meio ambiente e que formam a biodiversidade. 
A seleção natural influencia diretamente a biodiversidade, pois os indivíduos mais bem adaptados au-
mentam suas chances de sobrevivência e reprodução. Com o acúmulo gradual de adaptações em diferentes 
ambientes sendo passadas pelas gerações, as espécies novas vão surgindo e se estabelecendo. 
Como o ambiente é algo dinâmico e sofre variações, nem sempre as características da espécie que garantem 
atualmente sua sobrevivência serão as mesmas que garantirão a sua sobrevivência no futuro. Determinada es-
pécie pode ser eliminada de um ambiente, ou seja, extinta naturalmente, e outra pode passar a se desenvolver 
nele. 
Assim, a biodiversidade observada atualmente é atri-
buída ao processo de seleção natural e não ocorre de 
forma rápida. São milhões ou milhares de anos para que 
variações se estabeleçam em uma população e seus indi-
víduos permaneçam no ambiente. 
Para entendermos como novas espécies surgem no 
ambiente, vamos relembrar os conceitos de espécie e de 
população.
Uma espécie de ser vivo é formada por indivíduos que 
são semelhantes, que se reproduzem em condições natu-
rais e geram descendentes férteis, ou seja, que também 
podem ter descendentes e dar continuidade à espécie. 
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Comunidade 
População 
Organismo
• Exemplo de níveis de organização ecológica no ecossistema do Cerrado
• Ecossistemas marinhos apresentam grande biodiversidade
Uma população corresponde a um grupo de indivíduos da mesma espécie que vive em uma mesma área 
geográfica. As várias populações que vivem e interagem nessa mesma área ou em um mesmo ecossistema 
formam uma comunidade ecológica. 
Observe, no esquema, alguns níveis de organização ecológica.
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9o. ano – Volume 416
A especiação pode acontecer de diversas e complexas maneiras. O objetivo, neste momento, é que os alunostenham 
um primeiro contato com esse conceito e alguns exemplos de como o processo ocorre e também que relacionem o 
processo evolutivo com a especiação e a biodiversidade.
• Representação 
esquemática 
do processo de 
especiação por iso-
lamento geográfico
Especiação
Sabe-se que a vida se modifica com o passar do tempo. O processo pelo qual novas espécies são formadas 
é denominado especiação.
Cada espécie tem um conjunto genético comum, que se diferencia de outras espécies. No entanto, a cada 
cruzamento, novos indivíduos se formam e apresentam pequenas diferenças, caracterizando a variabilidade 
genética. Por meio dessa variabilidade e da atuação da seleção natural, novas espécies podem se formar no 
decorrer de muito tempo.
As diferentes espécies que observamos atualmente surgiram da evolução e da diversificação de espécies an-
cestrais. Assim, o surgimento de uma nova espécie se relaciona com uma forma ancestral por acúmulo gradual 
de adaptações a diferentes ambientes. 
Há vários processos de formação de novas espécies e um deles ocorre por meio do isolamento geo-
gráfico de populações. Esse processo tem início quando a população é dividida por uma barreira geográfica 
(uma cadeia de montanhas ou o aumento do nível do mar, por exemplo), de modo que indivíduos ficam 
em grupos isolados uns dos outros, e a reprodução e a consequente troca de genes são interrompidas. Com 
o passar do tempo, os grupos isolados vão se tornando diferentes e, mesmo que a barreira desapareça, os 
grupos já estarão de tal forma isolados reprodutivamente (isolamento reprodutivo) que não serão mais 
capazes de trocar genes entre si, originando espécies diferentes. 
Observe na ilustração um exemplo hipotético do isolamento geográfico na formação de novas espécies.ç novas e
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Uma grande população apresenta características bem semelhantes.
A população é dividida em duas, ficando as 
partes isoladas por uma barreira geográfica.
Com o passar do tempo, surgem mudanças genéticas que levam ao 
aparecimento de indivíduos com características diferentes das iniciais.
Essas características sofrem a ação da seleção natural e aquelas 
mais favoráveis à sobrevivência se mantêm na população.Nessa população, os indivíduos 
mais resistentes ao frio estavam 
mais adaptados e foram 
selecionados positivamente, 
deixando mais descendentes.
Nessa população, os indivíduos 
marrons estavam mais adaptados 
à ação dos predadores e tiveram 
maior número de descendentes.
Depois de muito tempo, a barreira deixou de existir.
Os dois grupos são incapazes de cruzar entre si. Há duas novas espécies.
Mutações
Seleção natural
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Mutações
 Ciências 17
Com o isolamento geográfico, após milhares de anos, cada nova população apresentará características mor-
fológicas e genéticas diferentes da população que lhe deu origem. Como cada população seguiu caminhos 
evolutivos diferentes, pois a seleção natural atua de forma diferente nos variados ambientes, ocorreu a formação 
de novas espécies.
Observe o exemplo a seguir, da fauna brasileira. 
Os papagaios das espécies Amazona autumnalis e Amazona brasiliensis são aves que habitam diferentes 
regiões do Brasil. Eles têm muitas características semelhantes, indicando que têm um ancestral comum muito 
próximo. No entanto, são espécies distintas por apresentarem algumas características diferentes, que são obser-
vadas em sua morfologia, hábitos e material genético.
A história dessas duas espécies está relacionada com a dos biomas que habitam. No passado, a Mata Atlân-
tica (hábitat da Amazona autumnalis) apresentava períodos de conexão com outras florestas da América do Sul, 
como a Amazônia (hábitat da Amazona brasiliensis), que resultaram em intercâmbio biológico, seguidos por 
períodos de isolamento, que levaram à separação dos biomas e à especiação geográfica de inúmeras espécies, 
incluindo as pertencentes ao gênero Amazona.
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Leitura sobre as espécies de papagaios.12
• Papagaio da espécie Amazona 
autumnalis (papagaio-diadema) 
e sua distribuição geográfica
• Papagaio da espécie Amazona 
brasiliensis (papagaio-da-cara-roxa) 
e sua distribuição geográfica
36 cm
32-35 cm
Fonte: IBGE. Brasil: uma visão geográfica e ambiental no início do século XXI. 
Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97884.pdf>. Acesso 
em: 30 ago. 2016. Adaptação.
Fonte: IBGE. Brasil: uma visão geográfica e ambiental no início do século XXI. 
Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv97884.pdf>. Acesso 
em: 30 ago. 2016. Adaptação.
9o. ano – Volume 418
Conexões
Os lagartos das ilhas caribenhas podem ser mais um exemplo da seleção natural na prática. 
[...] os cientistas estudaram os efeitos dos furacões Irma e Maria, que devastaram a região no ano passado [2017], nos 
lagartos da espécie Anolis scriptus do arquipélago Turks e Caicos.
A equipe já vinha estudando os bichinhos e viu no desastre natural uma oportunidade única para investigar possíveis 
variações corporais daqueles que permaneceram na ilha. Ao voltarem, descobriram que os sobreviventes tinham patas 
com “almofadinhas” mais grudentas, membros anteriores mais longos e posteriores mais curtos. Isso sugere que os 
atributos ajudaram os lagartos a se segurarem melhor em galhos.
Para testar a hipótese, os pesquisadores expuseram os répteis a uma simulação de furacão e observaram a resposta. 
Veio a confirmação: eles não só se seguram com mais força, mas também os membros posteriores são mais vulneráveis 
a voar primeiro, o que explica o motivo do encurtamento.
Conclusões
Mesmo assim, os próprios pesquisadores pedem cautela antes de partir para conclusões finais. Há, por exemplo, a 
possibilidade de que o furacão simplesmente tenha trazido os lagartos com patas maiores e membros posteriores mais 
curtos de outra ilha.
Ainda é cedo para ter certeza, mas eles estão empolgados para 
continuar estudando. “Nosso estudo ao acaso, que pelo que sabemos 
foi o primeiro a usar uma comparação imediata de antes e depois 
na investigação da seleção natural causada por furacões, demonstra 
que eles podem induzir mudanças no fenótipo de uma população”, 
escrevem. “Nas décadas pela frente, com a previsão de eventos 
climáticos extremos mais intensos e prevalentes, o entendimento da 
dinâmica evolutiva precisa incorporar os efeitos desses episódios.”
LAGARTOS PODEM ESTAR EVOLUINDO PARA SOBREVIVER A FURACÕES
No Caribe, animais apresentaram mudanças morfológicas que os ajudam a se segurar melhor em galhos
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2018/07/lagartos-podem-estar-evoluindo-para-sobreviver-furacoes.html
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LAGARTOS podem estar evoluindo para sobreviver a furacões. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2018/07/lagartos-
podem-estar-evoluindo-para-sobreviver-furacoes.html>. Acesso em: 26 nov. 2018.
Estudar a dinâmica evolutiva das espécies é algo muito difícil, porque o tempo necessário para que ocorram 
mutações e seleção natural é muito mais longo do que a vida de um pesquisador. No caso do texto, foi possível 
identificar um padrão entre os lagartos que sobreviveram às tempestades.
• Sobre o assunto, responda às questões propostas.
 1. Qual é a relação da seleção natural com a sobrevivência e a reprodução de uma espécie em seu ambiente?
As espécies com adaptações que permitem uma maior sobrevivência diante das condições ambientais sobrevivem e têm a 
oportunidade de gerar descendentes, que possivelmente terão o material genético que expressa a característica vantajosa.
 2. Qual poderia ser a origem das características que permitiram uma maior sobrevivência dos lagartos nas 
tempestades, como as patas com “almofadinhas” mais grudentas? 
As características surgem nas espécies por meiode mutações genéticas ou então por meio de recombinações gênicas e também no 
material genético de indivíduos que migraram de outras regiões.
• Lagarto da espécie Anolis scriptus
7 cm
 Ciências 19
Nas imagens a seguir, são apresentadas informações reunidas por Darwin para três espécies que se desen-
volvem em diferentes regiões da Terra. A diversidade de tamanho, penas e estrutura dos pés pode ilustrar a ideia 
de evolução por meio da seleção natural, relacionada a condições do ambiente.
• Pesquise informações referentes a esses animais, como o nome científico e a sua origem geográfica, 
além de uma foto de cada animal.
Organize as ideias 
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Encaminhamento da seção.13
+ Zoom
Sabemos que os organismos que conhecemos atualmente sofreram modificações com o passar do tempo, 
resultado de um longo percurso de evolução: um constante processo de seleção das características mais ade-
quadas às condições do ambiente. A evolução é um processo dinâmico. 
Em muitas ilustrações, a evolução é retratada linearmente, mas a melhor forma de representar a origem das 
espécies é mostrando as ramificações, como em forma de uma árvore, indicando que as espécies têm ancestrais 
dos quais se originaram. 
A partir do século XIX, com os estudos de fósseis e a apresentação das teorias evolutivas, a classificação dos 
seres vivos passou a ser realizada pela filogenética, levando em conta a filogenia (do grego phylon, raça; genos, 
origem), ou seja, o parentesco existente entre as diversas espécies que habitam a Terra, relacionando os concei-
tos de ancestralidade e descendência em um contexto evolutivo. 
As filogenias são importantes ferramentas para 
testar hipóteses sobre a evolução dos seres vivos; 
compreender as características e as relações entre as 
espécies e suas linhagens evolutivas extintas; e, tam-
bém, para entender o processo de classificação das 
espécies e o estudo da biodiversidade do planeta.
O estudo de filogenias envolve a construção de 
árvores filogenéticas ou cladogramas, esquemas grá-
ficos que revelam a história evolutiva dos seres vivos 
neles representados. Esses esquemas apresentam al-
gumas ramificações a partir de pontos de ramificação 
ou nós, que representam o ancestral mais comum a 
todas as espécies envolvidas.
Domínios
Bacteria Archaea Eukarya 
Reinos 
Eubacteria 
Archaebacteria 
Animalia
Fungi
Plantae
Protoctista 
Ancestral em comum
• Exemplo de uma árvore filogenética represen-
tando os domínios e reinos dos seres vivos
NANDU
Diferenças
Altura: 1 m
AVESTRUZ
Diferenças
Altura: 2,7 m
Nome da espécie: __________________
Origem geográfica: _________________
Darwin conheceu o avestruz em um zoológico na Europa.
EMA
Diferenças
Altura: 1,7 m
Nome da espécie: _____
_____________
Origem geográfica: ____
_____________
Nome da espécie: __________________
Origem geográfica: _________________
Ao avistar a Ema na Argent
ina (Patagônia), Darwin 
pensou que era um avestru
z pequeno. Ao constatar 
diferenças nas patas, penas
 e bicos, ele concluiu 
que era outra espécie.
No Chile, Darwin comparou o nandu à ema e, como eram semelhantes, propôs que ambos tiveram um ancestral comum.Struthio camelus
África
Rhea americana
Argentina, 
Brasil, 
Paraguai 
e Uruguai
Rhea pennata
Argentina, Bolívia, 
Chile e
Peru
9o. ano – Volume 420
Como as espécies desaparecem
A biodiversidade que temos atualmente em nosso planeta sofreu e ainda sofre muitas influências. Alguns 
fatores promovem o surgimento de novas espécies, mas há também outros que podem levar ao desapareci-
mento de espécies existentes. 
Os impactos da seleção natural podem ser tão intensos e seletivos a ponto de causar a extinção de 
vários seres vivos. Por outro lado, há também as influências humanas que aceleram esse processo de 
desaparecimento.
Extinção
O desaparecimento de uma espécie de determinado ecossistema caracteriza o processo de extinção. Por 
exemplo, há muitos animais, plantas, protozoários, fungos e bactérias que habitaram o planeta Terra há milhões 
de anos e atualmente não existem mais. 
A extinção é global quando uma espécie desaparece do planeta, podendo ser um evento natural ou 
resultado de interferências humanas diretamente sobre ela ou em seu hábitat. A extinção natural ocorre 
normalmente de forma muito lenta, ocasionada, por exemplo, por competição com outras espécies mais 
adaptadas ou alterações lentas e graduais nos ambientes terrestres, originadas por terremotos, erupções 
vulcânicas, glaciações e alterações de relevo, entre vários outros eventos.
Os seres humanos vêm acelerando o processo de extinção por meio de atividades que interferem na dis-
ponibilidade de recursos naturais e nas áreas onde os seres vivos se desenvolvem, ocasionando a perda ou a 
fragmentação de hábitats.
Humanos também aceleram o proces-
so de extinção ao introduzir espécies exó-
ticas nos ambientes naturais e ao explorar 
excessivamente os recursos naturais, com 
a caça e a pesca excessivas de espécies, por 
exemplo. O tráfico de espécies silvestres 
também acelera o processo de extinção.
Uma espécie exótica é aquela que se encontra em um ecossistema que 
não é seu ambiente natural. Por exemplo, no Brasil, o javali é um animal 
exótico, pois é proveniente da Europa. Algumas espécies exóticas apre-
sentam potencial para serem invasoras, ou seja, conseguem se adaptar 
às condições do ambiente no qual foram introduzidas, reproduzir-se e 
se dispersar por áreas maiores, competindo com as espécies nativas ou 
se alimentando delas, podendo até mesmo extingui-las.
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O tráfico de animais silvestres para venda ilegal 
dentro e fora do país reduz o número de indivíduos 
das espécies. Por causa dos maus-tratos, muitos 
deles morrem ou ficam doentes.
O mexilhão-dourado é um molusco 
originário do sul da Ásia que 
chegou ao Brasil a partir do final 
da década de 1990. Ele se prolifera 
rapidamente e ocupa os espaços 
das espécies nativas de mexilhões, 
podendo levá-las à extinção.
Desmatamento é 
uma das principais 
causas da extinção 
de espécies pela 
interferência humana.
36 cm
4 cm
 Ciências 21
Conexões
O sucesso dos laupalas no Havaí
A extinção é o destino de todas as espécies. A análise dos fósseis demonstra que as espécies 
que habitam nosso planeta representam uma pequena fração das que aqui já existiram. Por esse 
motivo, a diversidade de seres vivos é determinada pelo balanço entre o número de espécies que 
surgem e o das que se extinguem. [...] as listas de espécies em vias de extinção nos fazem esque-
cer que existe um número desconhecido de novas espécies surgindo a cada ano no planeta. Mas 
quantas são elas? O estudo da evolução dos laupalas, um grupo de gafanhotos do Havaí, mostra, 
grosso modo, a magnitude dos números envolvidos nesse processo.
Os laupalas são um grupo de gafanhotos composto de 26 espécies e de centenas de raças es-
palhadas pelas cinco principais ilhas do Havaí. Para estimar a velocidade com que novas espécies 
surgem, pesquisadores compararam sequências de DNA de cada uma das populações existentes 
no Havaí. Como o grau de diferença entre as sequências de DNA de duas populações é a medida 
do tempo transcorrido desde que as populações se separaram, uma diferença maior significa que 
a separação ocorreu num passado distante, enquanto uma diferença menor significa que a sepa-
ração ocorreu num passado recente. Por meio de registros fósseis, pode-se determinar a data em 
que duas espécies divergiram, o que torna possível relacionar o grau de diferença nas sequências 
de DNA com o tempo transcorrido desde a separação das espécies. A escala de tempo resultante 
desses estudos permite afirmar, por exemplo, que 1% de diferença na sequência do DNA corres-
ponde a 100 mil anos e que duas espécies com 3% de diferença se separaram há 300 mil anos.
Uma árvore genealógica doslaupalas desenhada com esse método permitiu determinar quan-
do cada espécie surgiu e quantas espécies surgiram ao longo do tempo. A conclusão é que os 
laupalas estão em segundo lugar em número de espécies geradas por unidade de tempo. Mais 
rápidos que os laupalas, só um grupo de peixes africanos. A taxa de geração de novas espécies 
entre os laupalas é dez vezes maior que em qualquer outra já determinada. Quanto tempo você 
acha que esse grupo leva para gerar uma nova espécie? Um, dez, cem anos? A resposta é, aproxi-
madamente, 250 mil anos – isso mesmo, quatro espécies a cada 1 milhão de anos. Mas cuidado: 
esse é um número enganoso. Embora um gênero demore muito tempo para gerar uma nova 
espécie, o número total de espécies que surgem no planeta a cada ano, apesar de desconhecido, 
é provavelmente da ordem de dezenas. Isso porque existem centenas de milhares de populações 
espalhadas por todo o planeta, cada uma evoluindo e gerando novas espécies.
O estarrecedor é que desconhecemos o número de espécies existentes no planeta (estima-se 
entre 5 milhões e 50 milhões); só somos capazes de imaginar quantas espécies são criadas e extin-
tas todos os anos. Mesmo reconhecendo nossa ignorância, destruímos, ano após ano, ambientes 
com milhares de espécies desconhecidas. É possível que em algum desses ambientes estejam 
surgindo hoje espécies que um dia vão substituir o homem na superfície da Terra.
REINACH, Fernando. A longa marcha dos grilos canibais: e outras crônicas sobre a vida no planeta Terra. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
O tempo de vida de uma pessoa é muito curto se o compa-
rarmos às centenas de milhares de anos que são necessárias para 
que uma espécie se modifique, deixe de existir ou para que sur-
jam novas espécies. Converse com os seus colegas e o professor 
sobre as atividades humanas que aceleram os processos de ex-
tinção de espécies – muitas que ainda sequer foram conhecidas, 
estudadas e identificadas – e sobre suas consequências para a 
biodiversidade.
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• Gafanhoto laupala em uma ilha do Havaí
relação entre os polinizadores e a produção de alimentos. Muitas espécies aca-
bam se extinguindo antes mesmo de sabermos da sua existência por causa do avanço nas degradações do ambiente.
É importante discutir com os alunos a importância da bio-
diversidade para a própria sobrevivência humana, como a 
4 cm
9o. ano – Volume 422
A orquídea da espécie Angraecum sesquipedale armazena 
néctar no fundo de um tubo de cerca de 30 cm de comprimen-
to. Darwin estudou essa espécie e previu a existência de um inse-
to que conseguiria extrair o néctar e realizar a polinização. No en-
tanto, somente em 1903 – 21 anos após a morte do naturalista –, 
cientistas identificaram uma mariposa com um aparelho bucal que 
alcançava o néctar da orquídea. Sem a polinização, a orquídea não 
produziria sementes para a formação de novas plantas.
Atividades
 1. Diferencie adaptação de seleção natural.
A adaptação refere-se a alguma característica do organismo que pode ajudá-lo ou não a sobreviver em determinada condição 
ambiental. Os variados processos que podem selecionar os organismos com determinadas características compreendem a seleção 
natural.
 2. Observe a imagem e leia o texto a seguir.
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a) Se a orquídea iniciasse seu desenvolvimento em um ambiente onde não houvesse mariposas, o de-
senvolvimento da espécie de planta seria prejudicado? Por quê?
Sim, pois sem a polinização a orquídea não produziria sementes e não haveria novas plantas, o que poderia levá-la à extinção.
b) O néctar serve de alimento para a mariposa. Se indivíduos dessa espécie nascessem com o aparelho bucal 
mais curto, poderiam se alimentar do néctar dessa planta? Qual a relação desse fator com a seleção natural?
Esses indivíduos não poderiam se alimentar e, provavelmente, morreriam de fome caso não encontrassem outra espécie de 
planta para absorver o néctar. Sendo assim, apenas as mariposas com aparelho bucal longo conseguiriam sobreviver e deixar 
descendentes, caracterizando a seleção natural.
 3. Consideram-se organismos de uma mesma espécie os indivíduos que são
a) semelhantes e que vivem em um mesmo ecossistema e continente.
b) machos e fêmeas que têm características genéticas diferentes e vivem no mesmo local.
X c) semelhantes geneticamente e que se reproduzem em condições naturais, gerando descendentes férteis.
 4. A grande variedade de seres vivos que habitam o planeta Terra e que interagem entre si e com o meio 
ambiente é denominada de
X a) biodiversidade. b) bioma. c) variação genética.
 5. O nome dado ao processo natural que seleciona os indivíduos com as características mais vantajosas de 
acordo com o ambiente é
a) biodiversidade. b) variação genética. X c) seleção natural.
 Ciências 23
 6. Um pesquisador observou que vaga-lumes de uma dada população (A) emitem sinais luminosos longos 
e azulados e os animais de outra população (B) emitem sinais curtos e avermelhados. Os animais A não 
cruzam com os animais B. Com base nessas informações, podemos concluir que
a) as populações A e B constituem uma mesma espécie.
b) os indivíduos da população A se alimentam de indivíduos da população B.
X c) as populações A e B podem ser espécies diferentes. 
d) as populações A e B produzem o mesmo tipo de sinal luminoso.
 7. Explique o que é o processo de especiação.
É o processo pelo qual novas espécies são formadas por meio de alterações no material genético que levam à formação de novas 
características, além da atuação da seleção natural no decorrer do tempo. 
 8. Observe a imagem a seguir.
O ilustrador representou uma separação hipotética de indiví-
duos de uma mesma população de dinossauros. Que fenôme-
no o desenho ilustra? Qual a consequência desse evento após 
milhares de anos?
A ilustração pode representar o isolamento geográfico de duas populações, 
consequência da separação das duas porções de terra. Com o passar do
 tempo, as populações afastadas poderão não se reproduzir mais entre si, 
originando novas espécies.
 9. Marque V para as afirmações verdadeiras e F para as falsas.
a) ( V ) A extinção é o desaparecimento de uma espécie de determinado ambiente.
b) ( F ) A extinção de espécies somente ocorre pela interferência das atividades humanas no ambiente.
c) ( V ) Terremotos, erupções vulcânicas, glaciações e alterações de relevo são exemplos de fatores que 
podem ocasionar a extinção das espécies.
d) ( F ) O tráfico de animais não contribui para a extinção de espécies, pois os indivíduos apenas são 
levados de um local para outro.
e) ( V ) Espécies exóticas correspondem a espécies que são retiradas de seu hábitat original e levadas 
para outra região, podendo ocasionar a extinção de seres vivos nativos dessa região.
10. (ENEM) As cobras estão entre os animais peçonhentos que mais causam acidentes no Brasil, principal-
mente na área rural. As cascavéis (Crotalus), apesar de extremamente venenosas, são cobras que, em 
relação a outras espécies, causam poucos acidentes a humanos. Isso se deve ao ruído de seu “chocalho”, 
que faz com que suas vítimas percebam sua presença e as evitem. Esses animais só atacam os seres hu-
manos para sua defesa e se alimentam de pequenos roedores e aves. Apesar disso, elas têm sido caçadas 
continuamente, por serem facilmente detectadas. 
Ultimamente os cientistas observaram que essas cobras têm ficado mais silenciosas, o que passa a ser um 
problema, pois, se as pessoas não as percebem, aumentam os riscos de acidentes.
A explicação darwinista para o fato de a cascavel estar ficando mais silenciosa é que
a) a necessidade de não ser descoberta e morta mudou seu comportamento.
b) as alterações no seu código genético surgiram para aperfeiçoá-la.
c) as mutações sucessivas foram acontecendo para que ela pudesse adaptar-se.
X d) as variedades mais silenciosas foram selecionadas positivamente. 
e) as variedades sofreram mutações para se adaptarem à presença deseres humanos.
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9o. ano – Volume 424
+ Zoom
A teoria evolutiva de Lamarck 
Embora seja frequentemente ensinado que a teo-
ria de Charles Darwin não tem nada em comum com 
a de Lamarck, esse não é exatamente o caso. Ambos 
postularam mudanças biológicas ao longo do tempo, e 
atribuíram uma enorme influência do ambiente nesse 
processo. Os dois evolucionistas também reconheceram 
importância do uso e desuso e da herança dos caracteres 
adquiridos na evolução biológica, embora tenham abor-
dado essas ideias em suas teorias de formas diferentes. 
Para Lamarck, essas duas leis conduziam à adaptação 
dos organismos aos seus ambientes. Para Darwin, por 
outro lado, elas explicavam a origem da variação sobre 
a qual a seleção natural atua.
A constatação de que Darwin se referiu às leis do uso e desuso e herança de caracteres adqui-
ridos surpreende muitos estudantes. No capítulo sobre “Leis da variação” do livro “A origem das 
espécies”, ele se refere aos efeitos do uso e desuso dizendo: “Com base nos fatos mencionados 
no primeiro capítulo, acho que deve ter restado pouca dúvida quanto à ideia de que, entre os 
animais domésticos o uso reforça e desenvolve certas partes de seus corpos, enquanto o desuso 
as atrofia, e que tais modificações são hereditárias”. Lembre-se de que Darwin não conheceu as 
ideias de Mendel, e que a teoria hereditária vigente na época (herança por mistura, mediada pela 
pangênese) pressupunha que os descendentes de um casal tenderiam a ser intermediários entre 
eles. A predição desse modelo é que as gerações se tornariam cada vez mais uniformes ao longo 
do tempo, perdendo, portanto, variabilidade. Nesse cenário, Darwin solucionou esse dilema, 
argumentando que indivíduos de uma mesma ninhada (mesmo que muito semelhantes ao nas-
cimento por serem intermediários entre seus genitores) poderiam se diferenciar ao longo da vida 
em função do uso ou desuso de diferentes estruturas. Se essas diferenças acumuladas fossem 
passadas para a geração seguinte, então teríamos uma fonte para variações observadas nas popu-
lações naturais e domesticadas. É importante ressaltar que as leis do uso e desuso e da herança de 
caracteres adquiridos não fazem parte da teoria evolutiva moderna, estabelecida no século XX.
Apesar das semelhanças superficiais entre as teorias de La-
marck e Darwin, elas são essencialmente diferentes. A evolução 
por seleção natural conduz a mudanças ao longo das gerações 
que – embora fortemente influenciadas pelo ambiente – não são 
necessariamente progressivas. Lamarck – por outro lado – via a 
evolução biológica como uma mudança que implicava aumento 
de complexidade, como uma marcha progressiva para a per-
feição. Esse “progresso” era o item das ideias evolucionistas de 
Lamarck que Darwin chamava de “disparate”, e representa uma 
das grandes diferenças entre as teorias desses dois grandes natu-
ralistas. Por fim, Darwin evitou abordar questões religiosas em 
seus textos, enquanto Lamarck atribui claramente o curso do 
processo evolutivo ao “supremo autor de todas as coisas”.
TIDON, Rosana. A teoria evolutiva de Lamarck. Genética na Escola, Ribeirão Preto, v. 9, n. 1, p. 64-71, 2014. 
Discuta com os seus colegas e o professor sobre os motivos de Darwin ter considerado um “disparate” 
as ideias de Lamarck a respeito do aumento da complexidade e da marcha progressiva para uma espécie 
perfeita. Encaminhamento da seção.14
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Tempo
Formas simples geradas espontaneamente
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Teoria da progressão de Lamarck, um processo linear 
que pressupõe diversos eventos independentes ao 
longo do tempo, produzindo linhagens que evoluem 
progressivamente em direção ao aumento da complexidade.
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Clássico esboço de Darwin chamado de 
“árvore da vida”, sugerindo um padrão 
ramificado de evolução.
 Ciências 25
Hora de estudo
 1. Observe a ilustração a seguir. Ela representa os 
ossos dos membros anteriores de diferentes 
mamíferos. Eles apresentam a mesma origem 
embrionária. Apesar da evidente diferença entre 
esses órgãos, eles têm o mesmo padrão de mús-
culos, ossos, nervos e vasos sanguíneos. Os ossos 
semelhantes estão indicados com a mesma cor. 
Gato Cavalo Ser humano Morcego Baleia
• Com os conhecimentos atuais sobre evolu-
ção, como é possível explicar essas semelhan-
ças entre diferentes grupos de mamíferos?
As semelhanças entre as estruturas dos membros dos mamí-
feros podem indicar um parentesco evolutivo entre essas 
espécies. Quanto mais semelhantes forem, mais provável
será os organismos compartilharem ancestrais em comum,
de quem herdaram uma organização esquelética básica. 
 2. Observe a imagem com a representação de um 
dinossauro de uma espécie conhecida como 
estegossauro.
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• Atualmente, como podemos comprovar 
que os dinossauros existiram no nosso pla-
neta e recriar suas características?
Podemos comprovar que os dinossauros existiram pela 
análise dos fósseis desses animais. Suas características são 
recriadas a partir do estudo desses fósseis.
 3. Observe as ilustrações e analise a frase a seguir. 
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Os peixes abissais, que vivem em grandes pro-
fundidades nos oceanos, desenvolveram bocas 
grandes porque não enxergam os alimentos no 
escuro do fundo do mar.
• Em qual teoria evolucionista a frase acima 
se apoia? Como explicar essa característica 
com os estudos atuais? 
Baseia-se na teoria de Lamarck. Atualmente, sabe-se que 
mutações ocasionaram o surgimento de peixes com bocas
grandes, que oferecem maiores chances de sobrevivência.
Por isso, essa característica se manteve. 
 4. O bicho-pau, como o nome sugere, parece um 
graveto em meio ao ambiente natural. Essa ca-
racterística se manteve pelo fato de 
X a) aumentar as chances de sobrevivência des-
ses animais. 
b) esses animais serem herbívoros.
c) esses animais terem a mesma origem dos 
vegetais. 
d) esses animais viverem no solo, o que fez com 
que ficassem parecidos com os gravetos que 
os rodeiam. 
 5. Observe a ilustração e, com base nela, responda 
ao que se pede.
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• Peixes abissais (cerca de 30 cm de comprimento)
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26
a) Descreva os acontecimentos ilustrados de 1 a 3.
Em 1, a população de ratos é formada por indivíduos 
escuros e claros na mesma proporção. Em 2, vemos um 
predador capturando um dos ratos claros. Em 3, as duas
populações estão desequilibradas, há mais animais
escuros do que claros.
b) Compare a população de ratos em 3 com a ini-
cial (em 1). Explique o motivo dessa diferença.
A população em 3 tem menos indivíduos claros do que 
tinha em 1, pois os animais claros foram selecionados 
negativamente. Isso porque os predadores capturaram 
preferencialmente os animais claros, pois se destacavam 
contra o fundo escuro sobre o qual se deslocavam.
c) Os seres vivos que estão bem adaptados a 
seu ambiente sobrevivem e deixam descen-
dentes. As adaptações são características que 
aumentam a capacidade de sobrevivência de 
uma espécie. No exemplo ilustrado, qual ca-
racterística dos ratos pode ser relacionada à 
sua capacidade de sobreviver?
A cor dos pelos. No ambiente representado, os pelos 
escuros são vantajosos, dando maior chance de sobre-
vivência do que os pelos claros.
 6. Leia o texto a seguir.
Esse trecho descreve as adaptações dos bicos 
dos tentilhões de acordo com os hábitos ali-
mentares. Assinale a alternativa que indica a 
qual teoria esse texto está relacionado e quem 
a propôs.
a) Lei do uso e desuso, de Alfred Wallace.
b) Seleção natural, de Lamarck.
X c) Seleção natural, de Charles Darwin.
d) Lei do uso e desuso, de Charles Darwin.
 7. (FUVEST – SP) Uma ideia comum às teorias da 
evolução propostas por Darwin e por Lamarck 
é que a adaptaçãoresulta
a) do sucesso reprodutivo diferencial.
b) do uso e desuso de estruturas anatômicas.
X c) da interação dos organismos com seus 
ambientes.
d) da manutenção das melhores combinações 
gênicas.
e) de mutações gênicas introduzidas no am-
biente.
 8. Considere as seguintes informações relaciona-
das ao processo de formação de duas espécies 
a partir de um ancestral:
 I. Diferenças genéticas entre as populações.
 II. Isolamento reprodutivo.
 III. Surgimento de uma barreira geográfica.
a) Indique a sequência correta desses fatos, 
considerando a formação de novas espécies.
A sequência é III, I e II.
b) Qual é o principal fenômeno responsável pe-
las diferenças genéticas entre as populações?
O principal fenômeno é a mutação. As recombinações 
gênicas também auxiliam. 
c) Cite duas situações que podem promover o 
evento descrito em III.
Formação de um rio, lago, abertura de fendas por 
terremotos, desmatamentos, etc.
 
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Os tentilhões, grupo de pássaros das 
Ilhas Galápagos, são um exemplo. Enquanto 
o tentilhão terrestre grande tem bico largo e 
forte para esmigalhar sementes duras, o bico 
do tentilhão canoro é longo e fino para pegar 
insetos em fendas.
FIGUEIRA, Mara. Vinte anos depois. Disponível em: <http://chc.org.br/
vinte-anos-depois/>. Acesso em: 28 nov. 2018.
15 cm
27
 9. Analise com atenção a ilustração a seguir e responda às questões propostas.
a) Quantas espécies de peixes estão representadas? Quais são elas?
Duas: Anisotremus taeniatus e Anisotremus virginicus.
b) Qual foi a provável origem dessas espécies?
Elas devem ter surgido com a formação do Istmo do Panamá, que separou o Oceano Atlântico do Oceano Pacífico, isolando
geograficamente os indivíduos de uma espécie ancestral.
c) Admitindo que a especiação se fez por isolamento geográfico, qual foi a barreira responsável por isso?
A barreira foi o Istmo do Panamá.
d) Há quanto tempo, provavelmente, o processo de especiação apresentado teve seu início?
Deve ter iniciado há cerca de 3,5 milhões de anos, mesma data do surgimento do istmo.
América do Norte
Mar do Caribe
América do Sul
Istmo do Panamá – surgiu 
há 3,5 milhões de anos 
Anisotremus taeniatus
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Oceano Pacífico
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1. De que maneira o despejo de lixo nos oceanos ameaça a biodiversidade de todo o planeta?
2. Quais medidas são necessárias para reduzir a quantidade de poluentes, como o plástico, dos oceanos? 
Como você pode contribuir para isso no seu dia a dia?
Biologia da 
conservação
8
Mesmo em praias de ilhas remotas, que não são habitadas por nenhum ser humano, já foram encon-
tradas embalagens e fragmentos de diferentes materiais, como plásticos. Segundo dados da Organização 
das Nações Unidas (ONU), a cada ano, 8 milhões de toneladas de plástico chegam aos oceanos e são 
espalhadas pelas correntes marinhas. As partes pequenas de plástico são ingeridas acidentalmente por 
diferentes espécies marinhas, o que faz com que muitos desses animais adoeçam e morram.
Encaminhamento do tema da abertura do capítulo.1
29
Perda ou fragmentação de hábitat
Entre as principais causas da perda ou fragmentação de hábitats 
estão: o desmatamento para expansão da agricultura e da pecuária; o 
aumento de áreas urbanas; a extração de recursos naturais por mineração; 
e a poluição dos ambientes naturais. Com a destruição dos hábitats, muitas 
espécies não têm de onde retirar alimento, como se abrigar ou como se 
reproduzir, ficando, assim, ameaçadas de extinção.
A fragmentação de um hábitat ocorre na maior parte das vezes por 
intervenção humana, em ações que dividem um ecossistema em por-
ções menores, geralmente devido à abertura de áreas para pecuária 
ou agricultura, extrativismo madeireiro, construção de estradas, etc. A 
fragmentação do ambiente natural das espécies interfere diretamente 
na sobrevivência dos indivíduos, pois limita suas áreas de alimentação, 
reprodução e abrigo. 
Em alguns casos, são deixados estreitos caminhos de ligação entre esses fragmentos para favorecer a passa-
gem de animais e a disseminação de plantas, por exemplo. Mesmo assim, percebem-se impactos nas espécies, 
como redução do número de indivíduos da população pela escassez de diferentes recursos.
Objetivos
• Discutir a importância da preservação da biodiversidade e o papel das unidades de conserva-
ção nesse processo.
• Identificar ações de sustentabilidade e maneiras de reduzir a pegada ecológica, de forma indi-
vidual e coletiva.
• Reconhecer a ecologia da restauração como uma forma de auxiliar na solução de problemas 
ambientais.
Principais ameaças à biodiversidade
A Terra é um sistema dinâmico que abriga muitos seres vivos e apresenta um delicado equilíbrio que possi-
bilita a manutenção da vida. 
Se um ecossistema sofre algum tipo de degradação, pode desencadear a falta de água, a escassez de nu-
trientes, o aumento da temperatura local, o desgaste do solo e a poluição do ar, por exemplo. Isso acarreta 
prejuízo para as espécies locais, que são afetadas pela falta de alimento e de abrigo e que podem ficar sujeitas a 
inúmeras doenças. Assim, as espécies ficam ameaçadas e os indivíduos começam a morrer, podendo se extin-
guir, o que certamente implicará a redução da biodiversidade. 
Atualmente, as principais ameaças para a biodiversidade não estão relacionadas a fatores ambientais natu-
rais, como vulcões, terremotos ou tempestades, mas às atividades humanas. 
Observe algumas das principais ameaças para a biodiversidade.
O macaco muriqui (Brachyteles arachnoides), 
nativo da Floresta Atlântica, está seriamente 
ameaçado de extinção pelo desmatamento e 
pela fragmentação de seu hábitat.
Floresta fragmentada pela agricultura. Podemos 
observar uma estreita ligação entre duas regiões 
florestais atuando como um corredor ecológico, 
conectando as “ilhas” e permitindo o trânsito de 
animais maiores. Muitos invertebrados acabam 
ficando isolados nos fragmentos florestais.
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Espécies exóticas 
Caracterizam-se por espécies que não são natu-
ralmente encontradas em um ecossistema. Elas são 
retiradas de seu hábitat e introduzidas em outro ecos-
sistema, de forma intencional ou acidental. No novo 
ambiente, por não encontrarem predadores naturais, 
as espécies exóticas acabam competindo com as espé-
cies nativas e ocasionando a redução dessas espécies. 
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A abelha-africana (Apis 
melifera), introduzida 
no Brasil, compete com 
as espécies de abelhas 
nativas, que não têm 
ferrão. Nas florestas, 
expulsa aves como 
tucanos e araras de 
seus ninhos e árvores 
de alimentação.
2 Sugestão de leitura.
Sobre-exploração 
A sobre-exploração consiste na exploração 
excessiva de organismos de diferentes espécies 
silvestres em quantidades maiores que a sua 
capacidade de se regenerar ou de se reprodu-
zir. Um exemplo é a pesca predatória em escala 
industrial, que está reduzindo a quantidade e a 
biodiversidade de peixes nos oceanos. A explo-
ração madeireira de espécies nativas também é 
considerada um exemplo de sobre-exploração de 
recursos naturais. 
A árvore do pau-brasil (Paubrasilia echinata) 
existia em grande abundância na Floresta 
Atlântica brasileira. Na época da colonização 
portuguesa, foi altamente explorada para 
tintura de tecidos e confecção de móveis. 
Atualmente, a madeira é muito procurada 
por fabricantes de arcos de violino. A 
espécie está ameaçada de extinção.
A presença de poluentes na água afeta as teias 
alimentares aquáticas e também as terrestres.
Uso de agrotóxicos 
Os agrotóxicos são compostos utilizados na agricultura para 
controlar organismos que possam atacar as plantações.

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