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ENSINO FUNDAMENTAL 9º ANO_GEOGRAFIA_VOLUME 02 (PROFESSOR)

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Prévia do material em texto

©Shutterstock/Katiekk
Geografia
Livro do professor
Livro
didático
9o. ano
Volume 2
Paisagens naturais da 
Ásia, Europa e Oceania 2
4
5
6
Exploração dos recursos 
naturais na Ásia, Europa e 
Oceania 26
Impactos socioambientais 
na Ásia, Europa e 
Oceania 41
Representação artística
Imagem ampliada
Fora de escala numérica
Escala numérica
Formas em proporção
Imagem microscópicaColoração artificial
Coloração semelhante à natural
Fora de proporção
O projeto gráfico atende aos objetivos da coleção de diversas formas. As 
ilustrações, os diagramas e as figuras contribuem para a construção correta 
dos conceitos e estimulam um envolvimento ativo com os temas de estudo. 
Sendo assim, fique atento aos seguintes ícones:
4
2
4
Pela sua importância 
geológica, ecológica e 
cultural, o Monte Uluru é 
reconhecido pela Unesco 
(Organização das Nações 
Unidas para a Educação, a 
Ciência e a Cultura) como 
Patrimônio da Humanidade. 
Atualmente conhecido 
pela palavra nativa que os 
aborígenes australianos 
usam para se referir aos 
delicados entalhes que 
gravam em seus artefatos 
de madeira, o monólito da 
imagem nem sempre teve 
essa denominação oficial.
Por qual outro nome o 
monólito é conhecido? 
Que outras paisagens 
naturais australianas ou de 
outros países da Oceania 
são tombadas pela Unesco 
como Patrimônio da 
Humanidade? 
Pesquise na internet e 
registre a resposta no seu 
caderno. 
©Fotoarena/Alamy/Hemis
Paisagens naturais da 
Ásia, Europa e Oceania
• Monte Uluru, monólito arenítico que sobressai 
na árida planície australiana, 2010
Antigamente o monólito era chamado de Ayers Rock, ou “a rocha”.
A pergunta de abertura visa estimular os alunos a, primeiramente, res-
gatar na memória algum conhecimento sobre o tema e, em seguida, por 
meio de pesquisa, acrescentar novos exemplos de imagens e paisagens 
famosas da Oceania. Alguns exemplos prováveis são atóis, corais, ilhas 
protegidas, sítios arqueológicos, bem como ambientes peculiares, como 
lagoas e vulcões.
3
A rigor, os continentes são grandes massas de terras emersas circundadas por mares e oceanos. Trata-se 
das regiões do globo que, em geral, agrupam os países. Entretanto, a definição dos limites continentais não é 
consensual, tampouco há um único critério para realizá-la. Dessa forma, o estabelecimento de tais limites nem 
sempre vai seguir o mesmo método.
Os continentes também podem apresentar separações em decorrência de critérios culturais, como é o caso 
da Ásia e da Europa. Do ponto de vista físico e geológico, elas formam um único bloco de terras emersas, deno-
minado Eurásia. Entretanto, por razões históricas e culturais, costumam ser consideradas continentes distintos, 
cujos limites se dão não por um oceano, mas pelos Montes Urais, na Rússia, os mares Negro e Cáspio e pela 
cadeia montanhosa do Cáucaso, que se estende entre eles. Os limites continentais, nesse caso, coincidem com 
as fronteiras nacionais de alguns países asiáticos, como o Cazaquistão e o Azerbaijão, mas também passam 
por dentro do território da Turquia e da Rússia, países em parte europeus e em parte asiáticos. Observe essas 
características na imagem a seguir. 
No que se refere à dimensão, a Ásia é o maior dos continentes e ocupa uma área de quase 44 milhões de km², 
ou cerca de 30% das terras emersas no planeta. Separa-se da África pelo oceano e também pelo canal de Suez, 
na Península do Sinai, onde fica a fronteira entre Egito (África e Ásia) e Israel (Ásia), e o Mar Vermelho. 
Fonte: ©Google Earth/Data SIO, NOAA, U.S, Navy, NGA, GEBCO/Image Landsat/Copernicus. IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de 
Janeiro, 2018. Adaptação
O Mar Negro é um mar interior, pois está conectado ao Mar Mediterrâneo pelos estreitos de Bósforo e Dardanelos; já o Mar Cáspio é um mar 
fechado, sem ligação com o oceano.
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Ásia e Europa: limites continentais
Objetivos
• Analisar as principais características ambientais da Ásia, Europa e Oceania.
• Destacar as inter-relações entre os aspectos naturais desses continentes, bem como as relações 
entre o meio e as sociedades, com suas principais consequências.
• Reconhecer, em diferentes paisagens da Ásia, Europa e Oceania, a diversidade ambiental e cul-
tural desses continentes.
Já a Oceania é um continente composto pela Austrália, considerada uma potência continental por ter a 
maior economia e ocupar mais de 93% da área total, e pelos vários países insulares que a cercam, sendo a Nova 
Zelândia o maior e mais desenvolvido entre eles. Trata-se, assim, de um continente disperso e fragmentado em 
milhares de ilhas que se espalham pelos arquipélagos do Pacífico, além das extensões maiores representadas 
pela Austrália, Nova Zelândia e a parte oriental da ilha da Nova Guiné, onde se situa o país Papua Nova Guiné. 
Na parte ocidental dessa mesma ilha, fica a Indonésia, e a fronteira entre esses países é o marco divisório da 
Oceania com o continente asiático, já que a Indonésia é considerada parte da Ásia. 
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• Vila nativa em Papua Nova Guiné, 2015
• Paisagem de Palau, pequeno país insular da Oceania composto 
por oito ilhas principais e centenas de ilhas menores, como as 
da imagem, em uma configuração típica para a região, 2015 
A Oceania pode ser regionalizada conforme a localização das ilhas e países que a compõem. Dessa forma, 
excetuando-se a Austrália e Nova Zelândia, que divergem dos demais países do continente em termos de ta-
manho territorial e econômico e que constituem a Australásia, existem três regiões: a Melanésia, a Micronésia e 
a Polinésia. Observe, no mapa abaixo, como elas se distribuem no Oceano Pacífico. 
 Fonte: ATLAS National Geographic: oceania, polos e oceanos. São Paulo: Abril, 2008. v. 11. Adaptação.
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Oceania
9o. ano – Volume 24
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Cartografar
Com o auxílio de um mapa político da Oceania (em um atlas ou na internet), identifique os países solici-
tados, conforme as características informadas.
• Assinale no mapa da página anterior a numeração indicada para cada país de acordo com os itens abaixo;
• Por meio de pesquisa, complete as afirmações com o nome dos respectivos países.
a) Com os números 1, 2 e 3, identifique os países mais extensos da Oceania, respectivamente: 
 Austrália (1) , Papua Nova Guiné (2) e Nova Zelândia (3) .
b) Com o número 4, identifique um dos mais novos Estados independentes do globo – sua independên-
cia ocorreu em 1994, está localizado na Micronésia, ao norte da ilha da Nova Guiné e a sudeste das 
Filipinas: Palau (4) .
c) Com o número 5, identifique o país, situado na Melanésia, em que se deu uma das mais célebres 
batalhas travadas no Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial – a Batalha de Guadalcanal, em 
1942: Ilhas Salomão (5) . 
d) Com os números 6 e 7, identifique dois Estados polinésios que não são independentes: 
 Ilhas Havaí (6) – considerado território estadunidense desde 1900, tem 
paisagens formadas pela atividade vulcânica nos últimos milhões de anos; e Taiti (7) – 
é a maior e mais populosa das ilhas da Polinésia Francesa, onde se situa a cidade de Papeete.
• Ilha de Maui, no arquipélago do Havaí, Estados Unidos, 2014
Relevo e hidrografia
A Eurásia formou-se, há cerca de 55 milhões de anos, da divisão de um supercontinente extinto denomi-
nado Laurásia. Tratava-se da porção norte de outro supercontinente maior, a Pangeia. Quase na mesma época, 
a Índia, até então uma grande ilha, iniciava seu processo de colisão com a Eurásia, erguendo a cordilheira do 
Himalaia e causando o relevo acidentado da região meridional da Ásia. 
A Oceania, por sua vez, formou-se da fragmentação de Gondwana, outro antigo supercontinente. Há cerca 
de 33 milhões de anos, a Austrália separava-se da Antártica, deslocando-se mais ao norte. As ilhas de origem 
vulcânica dispersas pelo Pacífico são ainda mais jovens,com idade aproximada de 8 milhões de anos, e resultam 
da movimentação das várias Placas Tectônicas que formam o assoalho desse oceano.
 Geografia 5
Por centenas de milhões de anos, forças atmosféricas e pressões tectônicas configuraram o relevo dos con-
tinentes em grande diversidade de formas, além das ilhas oceânicas de origem vulcânica. Veja algumas formas 
de relevo nos tópicos e nas imagens a seguir. 
• planaltos antigos e erodidos pela ação do tempo no Irã, Mongólia e interior da Austrália; planaltos cobertos 
por rochas originadas de derrames de magma, como na Sibéria Central e no sul da Índia; planaltos soergui-
dos pela colisão de placas da litosfera, como o Planalto do Tibete, no oeste da China;
• cadeias de montanhas dispostas em sentido latitudinal, como os Pirineus, entre a França e Espanha (sudoes-
te da Europa); os Alpes, que se estendem da França até a Eslovênia, passando por diversos países no centro-
-sul do mesmo continente; o Cáucaso, no Azerbaijão, Geórgia, Rússia e Armênia, divisa entre Ásia e Europa; 
e o Himalaia, no sul da Ásia. Há, também, cadeias de montanhas dispostas em sentido longitudinal, como 
os Apeninos, na Itália; os Urais, na Rússia; os Alpes japoneses, no Japão; e a Grande Cordilheira Divisória, na 
Austrália;
• extensas planícies que se estendem por quase toda a região setentrional da Europa e da Ásia;
• depressões interiores drenadas por bacias hidrográficas endorreicas (que terminam no in-
terior dos continentes) no entorno dos mares Cáspio, Aral e Morto e no centro-leste da 
Austrália, na Grande Bacia Artesiana.
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• Nativo com uma águia no 
Planalto da Mongólia, 2015 
• Planície de Castelluccio di 
Norcia, Itália, 2016 
• Alpinistas no Monte Elbrus, 
no Cáucaso, Rússia, 2017 
• Sal cristalizado, que fomenta 
turismo ecológico e medicinal 
no Mar Morto, Israel, 2014
9o. ano – Volume 26
Relevo e hidrografia da Ásia e Europa
Em ordem cronológica, os terrenos mais antigos da Ásia e Europa, ou Eurásia, estão nos planaltos originados 
principalmente sobre os escudos cristalinos, formações geológicas pré-cambrianas e, em alguns casos, sobre 
bacias sedimentares. Algumas bacias sedimentares de antigos ambientes marinhos, pressionadas por forças 
tectônicas, desenvolveram condições favoráveis para a formação de petróleo. É o caso da região compreendi-
da entre os mares Negro e Cáspio, no Leste Europeu e Golfo Pérsico, que fica entre a Arábia Saudita e o Irã, no 
Oriente Médio, onde se situam algumas das principais jazidas petrolíferas e de gás natural do mundo, conforme 
veremos no próximo capítulo.
Observe a imagem de satélite abaixo e compare com o mapa das bacias hidrográficas para, em seguida, 
responder às questões propostas na página seguinte.
Fonte: WORLD atlas reference: everything you need to know about our planet today. 9. ed. London: Dorling Kindersley Limited, 2013. p. XVI. 
Adaptação.
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Principais bacias hidrográficas da Eurásia
Relevo da Eurásia
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 Geografia 7
Cartografar
Identifique onde se dá o exutório, ou seja, o local em que desembocam as águas das principais bacias 
hidrográficas da Europa e da Ásia, e registre no espaço correspondente.
Bacia hidrográfica Exutório no golfo/no mar/no oceano
Bacia do Reno Oceano Atlântico
Bacia do Danúbio Mar Negro
Bacia do Volga Mar Cáspio
Bacia do Ob Oceano Ártico
Bacia do Ienissei Oceano Ártico
Bacia do Lena Oceano Ártico
Bacia do Amur Oceano Pacífico
Bacia do Huang He (ou Rio Amarelo) Oceano Pacífico
Bacia do Yangtsé (ou Rio Azul) Oceano Pacífico
Bacia do Mekong Oceano Pacífico
Bacia do Ganges-Brahmaputra Oceano Índico
Bacia do Indo Oceano Índico
Bacia do Tigre e Eufrates Oceano Índico
Planaltos da Eurásia: ondulados e erodidos
Na Europa, as formações mais elevadas do relevo, como os planaltos e as cadeias de montanhas, localizam-
-se mais para o sul e contornam, a certa distância, o Mar Mediterrâneo. As áreas planálticas europeias, pouco 
extensas e onduladas, situam-se principalmente na Espanha – onde formam as mesetas, superfícies ora mais 
aplainadas, ora mais escarpadas e de onde se erguem serras – e no sudeste do continente, desde a Eslováquia 
ao norte da Grécia, onde estão os Balcãs, maciço montanhoso que engloba diversos países.
Na Ásia, os planaltos ocupam áreas mais vastas, com destaque para os planaltos do Oriente Médio, princi-
palmente na Península Arábica e no Irã; o Decan, no centro-sul da Índia; e os situados na Ásia Central, desde a 
Mongólia e o Cazaquistão até centro-oeste chinês. Nessa região, ergue-se o planalto Tibete, o mais elevado da 
Terra.
As tensões tectônicas resultantes do encontro do sub-
continente indiano com a grande massa eurasiática cau-
saram dobramentos no Planalto do Tibete e outras áreas 
da Ásia Central, modelando altas cadeias de montanhas 
ao norte e a oeste do Himalaia. 
As montanhas do Pamir, conhecidas por representar 
obstáculo aos antigos viajantes que, por volta dos sécu-
los XV e XVI, atravessavam a região por meio da Rota da 
Seda, se erguem sobre a borda ocidental do planalto ti-
betano. A esse respeito, veja a seção da página seguinte. 
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• Montanhas do Pamir sobre o Planalto do Tibete, 
China, 2015 
9o. ano – Volume 28
Olhar geográfico
Em suas viagens pelo Oriente, como os europeus denominavam todo o continente asiático no final do sécu-
lo XIII, o mercador veneziano Marco Polo atravessou as montanhas do Pamir, as quais ele acreditava serem as 
mais elevadas do mundo. Em meio à viagem, duas situações curiosas se destacam. Em uma delas, Marco Polo 
engana-se ao buscar a explicação para a dificuldade de o fogo se manter aceso nas elevadas altitudes do Pamir. 
Na outra, seu relato não foi devidamente acreditado e ainda lhe rendeu fama de exagerado. Confira o texto a 
seguir sobre essas descobertas de Marco Polo na cordilheira do Pamir.
 veneziano: refere-se a cidadãos da cidade italiana de Veneza, uma das maiores potências econômicas e militares da época.
[...] Marco Polo cruzou o Pamir em sua épica viagem à corte de Kublai Khan, na China. Penetrou nas 
montanhas pelo lado sudoeste, onde é hoje o Afeganistão. “Depois de [...] viajar três dias para o nordeste, 
sempre entre as montanhas, chega-se a uma tal altitude que o lugar é considerado o mais alto do mundo. 
A região é tão elevada e fria que não se vê nenhum pássaro voando”, escreveu. Segue-se uma explicação 
equivocada da falta de oxigênio em grandes altitudes: “Por causa desse frio intenso, o fogo não queima tão 
intensamente, não nos aquece como normalmente, nem cozinha a comida com eficiência.” Continuando, 
descreve o enorme carneiro, que mais tarde recebeu seu nome: “Há inúmeros e variados tipos de animais 
selvagens; entre eles, um carneiro imenso, com chifres de três, quatro e até seis palmos de comprimento”, 
com os quais os pastores fazem “conchas e vasos para guardar suas provisões” e “cercas para prender seu 
gado e protegê-lo dos lobos, os quais, dizem eles, infestam a região”. Na Europa, não se deu crédito à des-
crição do carneiro gigante, que contribuiu para dar a Marco Polo o apelido de Il Milione – “o milhão” –, o 
contador de histórias fantásticas, que chegavam a superar As mil e uma noites. 
ST. GEORGE, George. Desertos e montanhas da União Soviética. Rio de Janeiro: Cidade Cultural,1983. p.147. (As Regiões selvagens do mundo / 
Time-Life livros). 
A respeito dos temas abordados no texto, debata com seus colegas: 
 1. Se não é o excesso de frio que inibe a intensidade do fogo, qual é o fator responsável por essa situação 
vivenciada por Marco Polo?
 2. Séculos depois da passagem de Marco Polo pelo Pamir, descobriu-se que há outra cordilheira com mon-
tanhas ainda mais elevadas. Que cordilheira é essa? Onde ela se situa?Quais são seus picos culminantes?
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• Tradição milenar de adornar 
os muros das propriedades 
rurais com chifres de 
carneiro, Vale de Wackham, 
Tadjiquistão
 Geografia 9
Respostas das questões.1
Topo do mundo nas montanhas da Eurásia
As maiores altitudes europeias se loca-
lizam nas cordilheiras do Cáucaso, no su-
deste do continente, e dos Alpes, que se 
situam na parte centro-meridional. 
No Cáucaso se destaca o Monte Elbrus, 
com 5 642 metros de altitude, localizado 
na fronteira entre a Rússia e a Geórgia, en-
quanto nos Alpes o ponto culminante é o 
Monte Branco, na fronteira entre a França 
e a Itália. Em outras cadeias de montanhas 
europeias, altitudes superiores a 3 mil me-
tros são raras, com as exceções da Sierra 
Nevada e dos Pirineus, respectivamente no 
sul e norte da Espanha, ou, ainda, na ilha da Sicília, na Itália. É nesta que se situa o mais alto vulcão ativo da 
Europa, o Etna, com 3 340 metros de altitude. 
Os Apeninos, que se dispõem como uma espinha dorsal ao longo da Península Itálica, na Itália, apresentam 
picos com mais de 2 mil metros de altitude, assim como os Balcãs, do norte da Grécia aos Alpes Dináricos, no 
oeste da Bósnia-Herzegovina. Nos Cárpatos, cadeia que se estende da Eslováquia à região da Transilvânia, na 
Romênia, e nos Alpes Escandinavos, nas altas latitudes norueguesas e suecas, também há picos que ultrapassam 
os 2 mil metros. Por fim, nos Montes Urais, situados no centro-oeste da Rússia, limite entre Europa e Ásia, em 
cujo entorno se exploram importantes jazidas de carvão, ferro e cobre, as maiores altitudes alcançam cerca de 
1,6 mil metros.
No continente asiático, as cordilheiras, em geral, são mais elevadas. Altitudes superiores a 3 mil metros ocorrem 
em montanhas do sul e do norte da Turquia; na costa do Irã, onde se erguem os Montes Zagros; nos Montes Altai, 
localizados na região oeste da Mongólia, nos vulcões da Península de Kamchatka, leste da Sibéria, na Rússia, em 
picos dos Alpes japoneses e, por fim, na Indonésia. Na Ásia Central, as altitudes alcançam 7 mil metros, como na 
cadeia Tian Shan, na fronteira da China com Quirguistão; um pouco mais ao sul, na já referida cadeia do Pamir e no 
Hindo Kush, entre o Afeganistão e o Paquistão. Por fim, 14 picos ultrapassam a marca dos 8 mil metros de altitude, 
considerada entre os montanhistas como zona da morte, em razão dos elevados riscos de acidentes provocados 
pelo ar rarefeito, bruscas mudanças do tempo e pelo esgotamento físico em que muitos desportistas se encon-
tram em tais altitudes. Todas essas 14 montanhas 
situam-se na cordilheira do Himalaia, na qual so-
bressai o Monte Everest (Sagarmatha ou, ainda, 
Chomolungma), com 8 848 metros e, ao noroeste, 
a cadeia do Karakorum, em que sobressai o Monte 
K2, com 8 611 metros.
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• Vulcão Etna, na ilha da Sicília, Itália, durante erupção em 2017
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• Monte Everest, considerada a montanha mais alta 
do globo, Nepal, 2012
• K2, a segunda montanha mais alta do globo, 
Paquistão, 2016
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9o. ano – Volume 210
Informações complementares sobre os Montes Zagros.2
Planícies e depressões da Eurásia
As planícies, em geral de formação 
geológica mais jovem do que as mon-
tanhas e os planaltos, se estendem 
principalmente na região setentrional 
dos continentes europeu e asiático, 
além de áreas costeiras e algumas por-
ções interioranas de vales de grandes 
rios. Com exceções como os Alpes 
escandinavos, na Noruega e Suécia, 
e os highlands, região das terras altas 
escocesas, o norte europeu é uma ex-
tensa planície. Por ter se formado, em 
grande parte, sobre bacias sedimenta-
res do final da Era Paleozoica, apresen-
ta significativas jazidas carboníferas.
Na Europa, a Grande Planície Euro-
peia ocupa áreas que vão da França à 
Rússia. Parte dessas superfícies aplaina-
das era ocupada há cerca de 300 mi-
lhões de anos por pântanos cercados de árvores e arbustos lenhosos. No decorrer do tempo, esses ambientes 
foram cobertos por sucessivas camadas de sedimentos que, juntamente com forças tectônicas, exerceram for-
tes pressões sobre seus restos orgânicos, resultando na formação do carvão.
A exploração do carvão mineral desde o final do século XVIII, na Grã-Bretanha e, em seguida, em bacias 
sedimentares na Bélgica, França, Alemanha, Itália, Polônia, Ucrânia e Rússia, entre outras regiões, reconfigurou 
o espaço geográfico regional ao integrar as minas de carvão às indústrias, por meio de ferrovias. Com a Revo-
lução Industrial, as planícies europeias tornaram-se mais densamente povoadas e em muitas de suas cidades a 
população se multiplicou.
As planícies asiáticas, por sua vez, abrigam, há milênios, sociedades baseadas nos espaços agrários e urba-
nos, como no caso das populações que floresceram ao longo dos cursos dos rios Tigre e Eufrates, que atraves-
sam vários países do Oriente Médio. Destacam-se também os vales dos rios Indo e Ganges, no norte da Índia, e 
a mesopotâmia chinesa, como é conhecida a planície compreendida entre os rios Amarelo (Huang He) e Azul 
(Yangtsé), áreas de alta densida-
de populacional. O mesmo ocorre 
com o vale do Rio Meckong, na Pe-
nínsula da Indochina, que abrange 
o Vietnã, Camboja, Laos e parte da 
Tailândia, assim como na Indoné-
sia, onde as planícies dividem o ter-
ritório insular com as montanhas 
vulcânicas. 
Para leste dos Montes Urais, que 
separa a Europa da Ásia no territó-
rio russo, estendem-se as planícies 
da Sibéria Ocidental e Siberiana do 
Norte, ocupadas predominante-
mente pela taiga, a extensa floresta 
de coníferas russa. 
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• Planície do Rio Reno, na Alemanha, 2016
A extração de carvão possibilitou o desenvolvimento da industrialização e urbanização em 
uma das áreas mais densamente povoadas do globo. 
• Planície da Sibéria Ocidental, 
vale do Rio Ienissei, 2011 
 Geografia 11
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• Vista aérea do Rio Volga, em Astrakhan, Rússia, 2017
Entre as depressões absolutas, superfícies cercadas por áreas mais elevadas e que apresentam altitudes 
abaixo do nível do mar, destaca-se o Mar Morto, localizado em uma falha geológica. O Mar Morto, que ocupa 
área cada vez menor, atualmente cerca de 650 km², situa-se a aproximadamente 430 metros abaixo do nível 
do Mar Mediterrâneo. Localizado entre o território palestino da Cisjordânia, em Israel, e a Jordânia, é abastecido 
apenas pelo Rio Jordão e suas águas são as mais salgadas do globo, com salinidade sete vezes superior à média 
das águas oceânicas. 
Tal como o Mar Cáspio e o Mar Morto, o Mar Aral também é isolado, ou seja, totalmente cercado por terras. 
No entanto, conforme será explicado no capítulo 6, o Mar Aral está desaparecendo.
Durante milênios, as águas do Amu Daria, 
que brotam nas montanhas da cadeia do Hindo 
Kush, desaguavam no Aral, contribuindo para 
seu abastecimento. Com o recuo das margens, 
o fluxo do rio não o alcança mais, terminando a 
cerca de 110 km das atuais margens meridio-
nais do mar.
Mais ao sul da mesma cadeia, a superfície se aplaina e a altitude diminui, ficando inferior ao nível médio dos 
mares: é a Depressão Caspiana, onde se dá a foz em delta do maior rio europeu, o Volga. Ali também situam-se 
importantes campos petrolíferos e de gás natural.
• Imagem de satélite da falha geológica em 
que se situam o Mar Morto e o Rio Jordão
Mar Morto
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Mediterrâneo
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Jordânia
9o. ano – Volume 212
Rios e lagos da Ásia e Europa
Grandes civilizações do passado se desenvolveram junto a im-
portantes rios da Ásia e da Europa. Entre cerca de 10 mil e 5 mil anos 
atrás, aproximadamente, muitas das superfíciesplanas que perio-
dicamente eram inundadas por eles, principalmente nos médio e 
baixo vales, transformaram-se em espaços de cultivo e domestica-
ção de animais. Posteriormente, nesses mesmos locais, se desenvol-
veram sítios urbanos. Mesmo nos dias de hoje, importantes cidades 
europeias e asiáticas nasceram e cresceram nas margens de rios ou 
mesmo em ilhas fluviais. Entre elas, destacam-se Londres, capital do 
Reino Unido, às margens do Rio Tâmisa; Paris, capital da França, às 
margens do Rio Sena; as alemãs Hamburgo, no Rio Elba, e Colônia, 
no Reno; Bagdá, capital do Iraque, às margens do Rio Tigre; a indiana 
Calcutá, no Rio Ganges; a chinesa Nanquim, no Rio Yangtsé, entre 
outras. 
Cartografar
Fonte: HARRIMAN, Lindsey. The future of the Aral Sea lies in transboundary co-operation. Disponível em: <https://na.unep.net/geas/
getUNEPPageWithArticleIDScript.php?article_id=108>. Acesso em: 26 out. 2018. Adaptação.
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Região do Mar Aral
Confira no mapa físico da Ásia o curso do Rio Amu Daria. Registre a seguir:
a) o local de sua nascente e como o rio se abas-
tece;
b) a direção predominante que o rio segue;
c) o local de sua foz;
d) outro mar interior situado relativamente pró-
ximo ao Aral e igualmente cercado por áreas 
de reduzida pluviosidade.
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Os médio e baixo vales de um rio são 
segmentos do curso fluvial, que é dividido 
em três. O primeiro terço do rio, a partir 
da nascente, é o curso superior ou alto 
vale do rio; o segundo segmento é o cur-
so médio ou médio vale, e o trecho final, 
que culmina na foz, é o curso inferior ou 
baixo vale do rio.
• Às margens do Rio Yangtsé, a cidade 
de Nanquim, no leste da China, 2017
13
Respostas.3
As mais altas e extensas cadeias de montanhas são também os principais divisores de bacias. Nelas nascem 
rios que descem as encostas das cordilheiras. Nos planaltos e planícies, suas águas se avolumam com a contri-
buição dos afluentes. 
Como na América do Norte, os lagos europeus e asiáticos se localizam geralmente mais ao norte e têm, 
em sua maioria, origem glacial. Com o recuo da glaciação após a última Idade do Gelo, finalizada há cerca de 
20 mil anos, milhares de lagos se formaram da Irlanda à Sibéria. São lagos originados pelo movimento do gelo 
maciço que havia sobre eles. Portanto, podem ser considerados testemunhas de uma época bem mais fria. A 
Suíça e mais ainda a Finlândia, entre outras características, são conhecidas pela grande quantidade de lagos 
que se distribuem aos milhares por seus territórios. A Rússia também apresenta grande quantidade de lagos de 
origem glacial, entre os quais, pela extensão, se destacam o Ladoga, com cerca de 18 mil km², e o Onega, com 
superfície de quase 10 mil km². 
Há também lagos de origem tectônica, formados em falhas geológicas. O mais extenso entre eles é o Bajkal, 
na região siberiana da Rússia. Com mais de 30 mil km² e uma profundidade superior a 1 600 metros, esse lago 
se localiza sobre uma extensa falha que pode estar ligada à formação de outras depressões, como o Mar Cáspio, 
o Mar Morto, além do Golfo de Aqaba, na extremidade norte do Mar Vermelho, e até mesmo o Rift Valley (ou 
Grande Vale da Fenda da África Oriental). Mais de 300 rios desembocam no lago Bajkal, que, entre os de água 
doce, é o mais volumoso do continente asiático. Assim, como também ocorre com os mares Morto e Aral, o 
lago Bajkal constitui uma bacia endorreica, já que os rios que nele desembocam não têm sua foz no oceano, e 
sim no interior do continente.
Atividades
 1. Apresente um exemplo europeu ou asiático para cada uma das seguintes formas de relevo.
a) planície;
b) depressão absoluta;
c) planalto;
d) cordilheira.
 2. Entre os diferentes tipos de origem de lagos estão os tectônicos e os glaciais. Cite e situe um exemplo de 
lago europeu ou asiático de origem:
a) glacial; b) tectônica.
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• Lago Bajkal, na Rússia, 
2017, em cena incomum: 
no inverno bolhas de ar 
se congelam próximo à 
superfície
9o. ano – Volume 214
Respostas.5
Explicação complementar sobre a formação dos lagos glaciais.4
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Relevo e hidrografia da Oceania
A Oceania é um continente fisicamente dividido de maneira muito desigual: 98,8% de sua superfície corres-
ponde ao território de três países: Austrália, que compreende 90% de todas as terras da Oceania, Papua Nova 
Guiné e Nova Zelândia. Pouco mais de 1% da área da Oceania é repartida por milhares de ilhas que constituem 
onze países localizados na vastidão do Oceano Pacífico e alguns territórios dos Estados Unidos e França. Nesse 
continente fragmentado, o relevo e a hidrografia se configuram de várias formas diferentes. 
As ilhas da Micronésia são, em geral, topos de montanhas submarinas que se elevam a poucos metros acima 
do nível do oceano. Localizadas próximo às bordas de Placas Tectônicas, muitas delas apresentam origem vulcâ-
nica. Vistas do alto, têm a forma de anel. A areia e a vegetação arbórea recobrem o anel, enquanto a circunferên-
cia interna se constitui de uma laguna relativamente rasa e de águas claras. Na parte externa das ilhas aneladas, 
a mudança nos tons de azul do mar, do claro para o escuro, denunciam a brusca variação da profundidade. As 
ilhas com essas características são denominadas de atóis. 
Formação do atol
Franja costeira 
de corais
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Barreira 
de corais
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Carbonato 
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• Vista aérea do atol de Bora Bora, na 
Polinésia Francesa (França), 2014 
 3. Os rios Reno, Ienissei, Yangtsé e Indo têm drenagem exorreica. Os rios Volga, Amu Daria e Jordão têm 
drenagem endorreica. Qual é a diferença entre as duas formas de drenagem? 
 
 
 Geografia 15
Texto complementar sobre a Grande Barreira de Corais e a formação dos atóis.6
Atóis, como os das ilhas Carolina e Marshall, na Micronésia, também são encontrados em alguns arquipé-
lagos da Melanésia e da Polinésia. Porém, nestas últimas são comuns formações de relevo com montanhas 
elevadas e vulcânicas, como em Fiji ou no Taiti, uma das ilhas da Polinésia Francesa e uma das dependências da 
França na Oceania. 
As diferentes formas de relevo e, por consequência disso, as diferentes altitudes, influem no volume de chu-
vas que se precipita sobre as ilhas. As ilhas baixas geralmente apresentam menor pluviosidade do que as com 
formações montanhosas. 
Saiba +
A forma de uma montanha e o aspecto que ela apresenta ao vento que se aproxima também 
afetam o volume das chuvas e o ponto onde caem. Há lugares no Havaí em que os ventos de 
nordeste chocam-se em ângulo reto com os pali – penhascos –, que se inclinam a sudeste. Um 
bloqueio perpendicular desse tipo ocorre nas montanhas Koolau, na ilha de Oahu. Em alguns 
trechos, os pali elevam-se a 450 metros; 
quando o vento os encontra, sobe com 
força incrível. Em um determinado ponto 
muito visitado por turistas, na rodovia de 
Pali, os ventos ascendentes são tão fortes 
que [...] pequenos objetos como moe-
das, por exemplo, podem voltar com as 
correntes ascendentes. Perto do mirante 
há uma queda-d’água invertida: quando 
a água começa a escorrer pela borda do 
penhasco, muitas vezes ela sobe em vez 
de cair. As gotas de chuva também são 
sopradas para cima. Em vez de caírem 
no lado de onde sopra o vento, em geral 
caem no outro lado da montanha.
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WALLACE, Robert. Havaí. Rio de Janeiro: Cidade Cultural,1983. p. 137. (As regiões selvagens do mundo / Time-Life Livros).
• Imagem da velha e abandonada rodovia de Pali, em Oahu, diante de 
um dos célebres penhascos da ilha, 2018 
Nas encostas íngremes da ilha Oahu, uma das que compõem o arquipélago havaiano, as curiosas e irregula-
res formas de relevo, denominadas de pali, proporcionam outras surpresas. Confira o texto abaixo.
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es• Relevo acidentado nas 
Ilhas Fiji, 2017
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• Resort turístico em Papeete, 
na Polinésia Francesa, 2016
9o. ano – Volume 216
Analise o mapa das bacias hidrográficas da Oceania abaixo e, em seguida, resolva as questões. 
Com o auxílio de um mapa político da Austrália, faça uma pesquisa para resolver as atividades a seguir.
 1. Qual é o divisor de bacias ou divisor de água da região oriental da Austrália?
 2. Desse divisor de bacias, descem os rios mais extensos da Austrália. Quais são esses rios?
 3. A Bacia Interior, situada no centro da Austrália, caracteriza-se por dois aspectos marcantes: 
• a maior parte de seus rios têm curso intermitente, ou seja, temporário;
• sua drenagem é endorreica. 
Por que os rios dessa bacia são intermitentes? Para onde fluem suas águas?
 4. As principais cidades australianas se situam nas planícies costeiras. De acordo com sua localização, cite 
algumas dessas importantes cidades.
a) Duas cidades na costa leste (do Oceano Pacífico);
b) Uma cidade na costa norte (do Mar de Timor, no Oceano Índico);
c) Uma cidade na costa oeste (do Oceano Índico);
d) Duas cidades na costa sul (no encontro das águas do Índico e do Pacífico).
Cartografar
Bacias hidrográficas da Oceania
Fonte: WORLD atlas reference: everything you need to know about our planet today. 9. ed. London: Dorling Kindersley Limited, 
2013, p. XVI. Adaptação.
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 Geografia 17
Respostas.7
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Três principais cadeias de montanhas situam-se nos 
territórios mais extensos da Oceania. Próximo à costa 
leste da Austrália, localiza-se a Grande Cordilheira Di-
visória, com cerca de 3 mil quilômetros de extensão e 
cuja maior elevação é o Monte Kosciuszko, com pouco 
mais de 2 200 metros de altitude. As formações rocho-
sas, em sua maioria de origem sedimentar, datam de 
aproximadamente 300 milhões de anos, quando o pla-
neta estava no período Carbonífero. Na Nova Zelândia 
e na Papua Nova Guiné, por se situarem nas bordas 
de Placas Tectônicas, as formações montanhosas são 
mais jovens e mais altas: 4 509 metros de altitude no 
caso do Monte Wilhelm, em Papua Nova Guiné, e 
3 754 metros de altitude no caso do Monte Cook, na 
Nova Zelândia. Com tal altitude e situado em latitude 
média, de 43° sul, as neves e as geleiras são eternas 
no Monte Cook e em suas imediações. 
Com bases geológicas muito antigas, a Austrália 
apresenta em seu território planaltos muito desgasta-
dos pelos agentes erosivos e com altitudes modestas. 
Entre as formações rochosas presentes na natureza 
semiárida do interior australiano, conhecido como 
Outback, destaca-se o monólito Uluru, constituído 
de arenito vermelho, conforme visto na abertura do 
capítulo. Anteriormente denominado oficialmente 
Ayers Rock, pelo qual ainda é conhecido, teve seu 
nome alterado para a forma nativa e foi convertido 
em patrimônio geológico e ecológico pela Unesco. 
Além disso, trata-se de um santuário cultural para os 
povos aborígenes australianos, que o cultuam há milhares de anos.
As principais planícies da 
Oceania situam-se no sul da 
ilha de Nova Guiné, no norte da 
Nova Zelândia, além do centro-
-leste e sul da Austrália, por 
onde percorrem os rios Murray 
e Darling, os mais extensos do 
continente. No centro austra-
liano, o lago Eyre se situa em 
uma depressão absoluta, cuja 
altitude é de 16 metros abaixo 
do nível do mar. As águas tem-
porárias do Cooper e de outros 
rios efêmeros que cruzam parte 
dos desertos australianos cor-
rem para ele. 
• Vista frontal do Monte Uluru, 
Austrália, 2016
• Monte Cook, Nova Zelândia, 
2016
• Vista aérea do lago Eyre, Austrália, 2015
9o. ano – Volume 218
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• Vista aérea da Grande Barreira de 
Corais da Austrália, 2015
• Paisagem do interior de fiorde na 
Nova Zelândia, 2014
Entre as formas costeiras da Oceania, além das já 
citadas formações vulcânicas, como os palis havaia-
nos, há ainda a Grande Barreira de Corais, ao longo 
do litoral nordeste da Austrália, e os fiordes, no sul da 
Nova Zelândia.
Conforme estudaremos melhor no capítulo 6, 
a Grande Barreira de Corais da Austrália, a maior do 
mundo, com cerca de 2 mil quilômetros de extensão, 
se situa no topo de um paredão quase contínuo de 
calcário de coral. As formações coralíneas, que tam-
bém são encontradas junto a várias ilhas do Pacífico, 
além de outros mares e costas como o Caribe e o Mar 
Vermelho, são próprias de águas tropicais.
Os fiordes, por sua vez, são formações costeiras de 
ambientes que, em um passado geológico recente, 
durante a última Idade do Gelo, eram vales preenchi-
dos por geleiras. Com a elevação das temperaturas, o 
consequente degelo e aumento do nível do mar, as 
águas oceânicas invadiram os antigos vales glaciais. 
Estas costas altas e aparadas, entremeadas por exten-
sos braços de mar, recebem a denominação norue-
guesa de fiordes. 
Organize as ideias 
A maioria dos grandes rios do mundo nasce em cordilheiras ou em elevados planaltos para, em seu curso 
médio ou inferior, percorrer planícies. Nos períodos das chuvas mais constantes e volumosas, quando as águas 
dos rios extrapolam sua calha ou canal, as inundações depositam, nas partes mais baixas, sucessivas camadas 
de sedimentos, retirados das partes mais altas do relevo. Assim, os rios contribuem para a formação da planície 
com os resíduos das rochas retiradas nas altas encostas e delas transportadas.
Consulte um atlas (ou os mapas e imagens de satélite apresentados ao longo do capítulo) que exiba o relevo 
e a hidrografia da Europa, Ásia e Oceania para completar o quadro abaixo, relacionando os rios com as cadeias 
de montanhas em que eles nascem.
Cadeia de montanhas Rios
Alpes Reno, Danúbio, Ródano, Pó
Montes Taurus Tigre e Eufrates
Himalaia Indo, Ganges, Bramaputra, Meckong, Huang He, Yangtsé
Montanhas Altai Ob, Ienissei
Grande Cordilheira Divisória Murray e Darling
 Geografia 19
Clima e vegetação
Do extremo meridional da Nova Zelândia, na Oceania, aos pontos extremos setentrionais da Península do 
Tamir, na parte asiática da Rússia, ou do Cabo do Norte, na Noruega, existem muitos domínios morfoclimáticos 
que caracterizam essas áreas continentais e insulares. Em seu conjunto, exibem climas e formações vegetais 
que abrangem as três zonas térmicas da Terra: tropical, temperada e polar. Vejamos mais detalhadamente esses 
diferentes domínios naturais. Para começar, compare os mapas de clima e vegetação da Eurásia e Oceania pre-
sentes na página 1 do seu material de apoio e, em seguida, faça as atividades. 
Cartografar
Agora que você já comparou os mapas do material de apoio, complete o quadro abaixo com o nome 
dos tipos climáticos e de vegetação situados nas seguintes regiões da Oceania:
Nome da região da Oceania Tipo climático Tipo de vegetação
Sudoeste da Austrália Clima mediterrâneo Vegetação mediterrânea
Papua Nova Guiné Clima equatorial Floresta equatorial
Norte e nordeste da Austrália Clima tropical
Floresta tropical e equatorial, formações 
mistas, cerrado e savanas
Nova Zelândia, Tasmânia e leste da 
Austrália
Clima temperado
Formações mistas, florestas subtropical e 
temperada
Centro e oeste da Austrália Clima desértico Deserto
Domínios equatoriais, tropicais e desérticos
Situado no sul da Ásia, o arquipélago da Indonésia é atravessado pela Linha do Equador e apresenta diversas 
ilhas, tais como Bornéu, Célebes e Nova Guiné, que contam com grandes áreas contínuas de floresta equatorial 
conservada. Temperaturas altas e estáveis, além da elevada pluviosidade no decorrer do ano, condicionam a 
diversidade de formas de vida vegetal e animal dessa floresta. Extração de madeira nobre, exploração mineral e 
expansão agrícola, como em outras áreas equatoriaisdo globo, colocam sob pressão o futuro desses domínios 
florestais.
Florestas equatoriais e tropicais, relacionadas a climas 
úmidos e sem estação de seca, são latifoliadas, ou seja, 
têm folhas grandes ou largas; perenifólias, de modo que 
sempre há folhas em seus ramos, em qualquer estação 
do ano; e ombrófilas, ou seja, são densas, úmidas e com 
muitos estratos ou níveis de altura de suas árvores. Elas se 
distribuem por algumas ilhas do Pacífico; em parte da Pe-
nínsula do Cabo York, no nordeste da Austrália; na costa 
Malabar, no sudoeste da Índia; nas penínsulas da Indochi-
na e de Málaca, no sudeste asiático; no litoral sul da China, 
nas ilhas de Taiwan e Filipinas. 
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• Queda-d’água em Jângal ou na floresta tropical em 
Kerala, no sudoeste da Índia, 2014
9o. ano – Volume 220
©Shutterstock/bodom
No norte da Austrália e sul e sudeste da Ásia, situam-se as savanas e florestas tropicais secas. Essa região 
tem o comportamento climático regido pelo movimento das monções asiáticas – massas de ar que atuam de 
acordo com a estação do ano. Durante o verão no Hemisfério Norte, as chuvas de monções e os tufões deixam 
centenas de milhares de pessoas desabrigadas. Durante as monções de inverno, parte dessas mesmas regiões 
passa por meses de seca. Observe no mapa a seguir.
Nas latitudes dos trópicos, 23° 27’ ao Norte e ao 
Sul, e próximo a elas, estendem-se os desertos e sua 
vegetação escassa, de tipo xerófila, constituída de es-
pécies que se adaptam a longos períodos sem chuva. 
Sob o Trópico de Capricórnio, no hemisfério meridio-
nal, há os desertos australianos dispostos no centro e 
oeste do território. No Hemisfério Norte, sob o Trópico 
de Câncer, está o Deserto de Rub’ al-Khali, ou Deserto 
da Arábia e, próximo a esse trópico, estão os desertos 
de Neguev, da Síria, o Grande Deserto Salgado de Ka-
vir, no Irã, e o Deserto de Thar, na região fronteiriça da 
Índia e Paquistão, entre outros. Há desertos frios, em 
latitudes maiores, como o Deserto de Takla Makan, no 
noroeste da China, e o de Gobi, na Mongólia. Embo-
ra com temperaturas médias próximas a apenas 3 °C, 
em Gobi já se registraram temperaturas tanto perto 
dos 40 °C quanto dos -40 °C. Desertos e estepes tam-
bém se localizam na Ásia Central, entre as latitudes 
40° e 50° Norte, no Uzbequistão e Cazaquistão.
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Dinâmica das monções asiáticas
• Chuvas de monções em Mumbai, Índia, 2017
Fonte: MENDONÇA, F. DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina 
de Textos, 2007, p.97. Adaptação.
 Geografia 21
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No caminho de Auckland a Rotorua, as pastagens e as colinas verdejantes, repletas de gracio-
sas ovelhas – ou de muito gado, já que a pecuária é bastante presente –, escondem a cidade de 
Matamata, na região de Waikato. Seria apenas mais um lugar fascinante da Nova Zelândia, mas 
para quem é fã dos filmes O hobbit e O senhor dos anéis, essa é uma parada obrigatória, já que o 
lugar é um dos escolhidos pelo diretor neozelândes Peter Jackson para a gravação de várias cenas, 
principalmente das que se passam no condado, a aldeia dos hobbits – seres de fantasia dos livros 
do escritor britânico J. R. R. Tolkien.
O set de filmagens, construído dentro de uma fazenda particular e batizado de Hobbiton, é um 
dos poucos que restaram intactos. O diretor Peter Jackson descobriu a fazenda, em 1998, durante 
uma busca aérea para escolher uma locação adequada para as filmagens de O senhor dos anéis.
A paisagem lembrava os cenários descritos por J. R. R. Tolkien em seus livros. Mais de um 
ano depois da escolha do local, após meses de construção do set, é que começaram as filmagens. 
O local passou por uma reconstrução em 2011 para a nova trilogia, mas desde 2002 já recebia a 
visita de milhares de fãs dos filmes.
Domínios temperados, 
mediterrâneos e frios
Ainda nas latitudes médias, influenciadas pelos climas 
temperado e subtropical úmido, no leste da China e na maior 
parte do arquipélago japonês, estão os bosques tempera-
dos úmidos. O clima temperado, em suas variações oceânica 
(mais úmida e com menor amplitude térmica) e continental 
(com grandes amplitudes entre o verão e o inverno), possibi-
litou a formação de florestas temperadas abrangendo a maior 
parte da Europa Ocidental. No entanto, o intenso uso do solo, 
no decorrer de muitos séculos, deixou muito pouco dessa ve-
getação nativa. 
Na Nova Zelândia, no sudeste da Austrália e na ilha austra-
liana da Tasmânia, são encontrados domínios temperados de 
florestas com variedade no porte da vegetação. Esta pode apresentar desde árvores maiores e mais concentra-
das em altitudes inferiores até matas mais espaçadas e menores nas médias e altas encostas dos morros e mon-
tanhas. Essas regiões da Oceania, famosas pelos eucaliptos e acácias, estão entre as de maior biodiversidade do 
planeta, o que está associado à variedade climática e de formações vegetais. 
Esses cenários deslumbrantes têm atraído uma nova categoria de turismo cultural: o cinematográfico, con-
forme revela o texto a seguir.
Conexões
©Fotoarena/Alamy/Sean Pavone
• Templo em meio à floresta temperada 
em Nara, Japão, 2015 
SARAIVA, Jacqueline. Cenários de O Hobbit e o Senhor dos Anéis atraem visitantes à Nova Zelândia. Disponível em: <http://www.correiobraziliense.
com.br/app/noticia/turismo/2014/01/01/interna_turismo,405932/cenarios-de-o-hobbit-e-o-senhor-dos-aneis-atraem-visitantes-a-nova-zelandia.
shtml>. Acesso em: 6 nov. 2018.
• Paisagem típica da 
Nova Zelândia, 2016 
9o. ano – Volume 222
No entorno do Mar Mediterrâneo, sul do continente europeu até o litoral norte da África, os meses de ve-
rão são bastante quentes e secos, e o inverno é frio e chuvoso. Tais características correspondem ao clima 
mediterrâneo, próprio de formações vegetais que mesclam bosques arbóreos e arbustivos, como maquis. A 
denominação mediterrânea para o clima e para a vegetação com características semelhantes às mencionadas é 
utilizada para outras regiões do globo, como a Califórnia (Estados Unidos), a região central do Chile, o sudoeste 
da África do Sul, além do sudoeste da Austrália. O comportamento do clima mediterrâneo é favorável ao cultivo 
de vinhedos e oliveiras, o que gera preocupação quanto às tendências de mudanças climáticas constatadas nas 
duas últimas décadas em algumas regiões, como nas proximidades de Perth, no oeste da Austrália.
No norte da Europa, na Península Escandinava e na Rússia, estende-se a flo-
resta fria, ou boreal, ou ainda, denominada de taiga. Constituída de coníferas, 
essas florestas se caracterizam como regiões de baixa densidade demográfica, 
principalmente por conta dos longos períodos anuais de baixas temperaturas 
e pouca luminosidade, próprios do clima frio das altas latitudes boreais, e parte 
delas é explorada pelas indústrias de papel e celulose.
A floresta de coníferas é uma 
formação vegetal composta por 
árvores e arbustos com formatos 
próximos a cones e mais predo-
minantes em climas temperados 
e frios. Cedros, ciprestes, abetos, 
sequoias e pinheiros são alguns 
exemplos de coníferas.
• Cultivo de uvas em 
Perth, região oeste da 
Austrália, 2018
• Taiga, a floresta boreal 
da região da Sibéria, na 
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 Geografia 23
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Domínios polares
Em uma faixa estreita ao longo do litoral do Ártico, no extremo norte da Eurásia, se desenvolve uma vegeta-
ção rasteira, composta principalmente de liquens e musgo, que constituem o domínio da tundra. Essa formação 
vegetal, adaptada às rigorosas condições ambientais polares, se desenvolve por meio de um solo que passa a 
maior parte do ano congelado, denominado permafrost. No verão, sob a luz solar durante 24 horas em vários 
dias seguidos, o permafrost descongela e a tundra se torna um ambiente pantanoso e muitas vezes colorido 
com as flores que se abremno verão.
Nas altitudes mais elevadas de montanhas 
em áreas mais quentes, a vegetação vai se tor-
nando escassa e de porte cada vez menor, até 
desaparecerem os arbustos e as gramíneas. 
Nessas elevações, apenas musgos e liquens es-
tão presentes, muitas vezes diretamente sobre 
as rochas: é a tundra alpina. Nas altitudes ainda 
maiores, há ausência total de vegetação, exis-
tem apenas geleiras e neve eterna. Isso ocorre 
nas altas encostas e nos cumes dos Alpes, 
Cáucaso e Himalaia, entre outras cadeias de 
montanhas da Eurásia e Oceania.
Organize as ideias 
 1. Clima e vegetação, bem como outros elementos naturais, entre os quais o relevo e a hidrografia, estão co-
nectados e são interdependentes. Complete o quadro a seguir com o nome do tipo climático ou da for-
mação vegetal e cite, ainda, algum local que exemplifique na Eurásia ou Oceania cada clima e vegetação.
Clima Formação vegetal Local 
Polar e frio de montanha Tundra e vegetação de altitude Norte da Rússia e Himalaia
Frio Floresta de coníferas 
Norte da Europa e da Ásia (Suécia, Finlândia e 
Rússia)
Temperado Floresta subtropical e temperada
Grande parte da Europa, leste da China e sudeste 
da Austrália
Tropical Floresta equatorial e tropical ou savanas Grande parte da Índia
Desértico Deserto Grande parte da Austrália e da Ásia
Equatorial Floresta equatorial Sudeste da Ásia e ilhas da Oceania
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• Típica paisagem de tundra no verão da região da Lapônia, 
na Finlândia, 2013
9o. ano – Volume 224
Hora de estudo
 1. Encabeçada pelo Monte Everest, há uma lista composta por 14 montanhas cuja altitude é superior a 8 mil metros. 
Quais são as semelhanças entre o ambiente das altas montanhas da Eurásia e os domínios polares? 
Tanto nas altitudes mais elevadas das cordilheiras da Europa e Ásia quanto nas áreas polares (nas ilhas e faixas costeiras do Ártico e 
em toda a Antártica), registram-se as menores temperaturas do globo. Por isso, no decorrer de milhares de anos, nessas regiões se 
formaram geleiras e frequentes precipitações de neve. Há escassa vegetação, com predomínio da tundra, ou então desertos glaciais, 
sem vegetação alguma.
 2. Leia o texto abaixo.
As monções de verão deixam anualmente milhões de pessoas desabrigadas na Índia e em Bangladesh, 
principalmente por conta das inundações. Entretanto, ao final da estação de verão, com a descida do 
nível dos rios, algo de importante para a economia e subsistência da população local ocorre. 
a) Que aspecto positivo das monções é esse?
À medida que as águas dos rios que extravasaram durante as cheias das monções retornam à calha do rio, os solos às suas mar-
gens se tornam aptos para o cultivo do arroz, cultura que se realiza há milênios nessa região da Ásia.
b) Qual a relação entre as chuvas de monções asiáticas e a dinâmica das estações do ano?
As monções são ventos sazonais, ou seja, que se alternam de acordo com as duas estações do ano mais marcantes. No verão 
do Hemisfério Norte, esses ventos sopram de sul para o norte, ou seja, do Oceano Índico para o continente asiático, trazendo 
consigo massas de ar úmidas e volumosas. No inverno, o sentido dos ventos se inverte, seguindo do continente para o oceano. 
As massas de ar transportadas pelas monções de inverno são secas e ocasionam a falta de chuvas.
 3. A respeito da divisão da Eurásia entre Europa e Ásia, responda: 
a) Com base em quais critérios ocorre essa divisão? 
A diferenciação e divisão entre Europa e Ásia se dá por conta de aspectos culturais e históricos dos povos que as constituem e 
que as constituíram. Em relação ao aspecto físico, pode-se considerar como um único continente.
b) Quais são os marcos geográficos que delimitam a divisão entre a Ásia e a Europa? 
Os limites continentais são representados pelos Montes Urais que cortam a Rússia longitudinalmente. O Mar Cáspio, o Mar Ne-
gro e, entre eles, a cordilheira do Cáucaso complementam as formações naturais que estabelecem as “fronteiras” entre Europa e Ásia.
 4. No que diz respeito à distribuição de suas terras, quais peculiaridades a Oceania apresenta em relação aos 
demais continentes? 
 5. Leia a notícia a seguir.
Pelo menos 80 pessoas morreram e outras 150 ficaram feridas em incêndios florestais que atingem 
a região da Ática, que engloba toda a parte sul da península em que fica a capital da Grécia, Atenas, 
na pior onda de queimadas no país em mais de uma década.
[...]Os incêndios são um problema recorrente durante os meses quentes e secos do verão em Ática. [...]
INCÊNDIO na Grécia: fogo que já matou mais de 70 se espalha e dificulta resgate. Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/
geral-44935763>. Acesso em: 20 ago. 2018. 
Incêndios como o relatado na notícia referente à Grécia não são raros entre os meses de julho e setembro 
nos países mediterrâneos. De acordo com o texto e com o tema estudado, que condições naturais da costa 
mediterrânea favorecem a ocorrência de incêndios em suas áreas rurais e urbanas?
25
4. É um continente fisicamente muito diferente dos demais por ser constituído de milhares de ilhas, dispos-
tas em vários arquipélagos no Oceano Pacífico, além da Austrália e das ilhas que formam a Nova Zelândia 
e a Papua Nova Guiné. É, portanto, um continente fragmentado ou territorialmente bastante dividido.
5. O clima mediterrâneo, que se caracteri-
za pelo verão muito quente e seco. Ven-
tos soprados do norte da África trazem 
tais características atmosféricas para o 
sul da Europa e para parte do Oriente 
Médio. A escassez de umidade atmosférica, a vegetação e solos secos tornam mais fácil a 
propagação espontânea ou criminosa de queimadas nos países citados.
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A região em evidência na imagem noturna de satélite detém, em parte de seu subsolo e do fundo 
marinho, imprescindíveis jazidas minerais para a economia atual. 
1. Que região é essa? Que penínsulas, golfos, canais, mares e outros aspectos da geografia dessa região 
você reconhece? 
2. As concentrações luminosas indicam, em geral, as áreas mais densamente urbanizadas. Você reconhe-
ce algumas aglomerações urbanas apresentadas nessa imagem? Cite-as.
3. Que recursos minerais tornam essa região uma das mais estratégicas da geopolítica mundial na atua-
lidade?
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Exploração dos 
recursos naturais na 
Ásia, Europa e Oceania
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Respostas esperadas.1
• Apontar os recursos naturais mais estratégicos para os países da Europa, Ásia e Oceania.
• Identificar os aspectos econômicos da exploração dos recursos naturais, em especial os energé-
ticos, como parte essencial da geopolítica europeia e asiática dos séculos XX e XXI. 
• Estimular uma reflexão crítica a respeito da exploração dos recursos naturais e sustentabilidade. 
Objetivos
Recursos naturais são todos os bens úteis encontrados na natureza, aqueles que têm valor econômico para 
a sociedade humana. Ou seja, trata-se dos bens que são utilizados para a sobrevivência e o bem-estar das 
pessoas. 
Atualmente os recursos naturais com maior destaque na Europa, Ásia e Oceania, não somente por conta 
do valor econômico, mas também do ponto de vista político, são os combustíveis e fontes de energia. Vejamos 
melhor o contexto geopolítico e econômico que envolve as fontes de energia para, em seguida, analisarmos as 
relações dos recursos com o trabalho e a economia nesses continentes. 
Fontes de energia
A exploração de recursos naturais, desde os tempos mais remotos, sempre esteve vinculada à necessidade 
de produção de energia. Durante a Antiguidade, a madeira das florestas, por exemplo, além de servir à cons-
trução e de combustível para as atividades metalúrgicas, era muito utilizada no cozimento de alimentos e no 
aquecimento de ambientes. Mesmo o óleo de oliva, ou azeite, era extensamente cultivado por gregos, romanos 
e outros povos mediterrâneos antigos que o utilizavam para finalidades diversas, entre elas para servir de com-
bustível de iluminação.
Carvão 
O carvão mineral tambémera explorado como combustível na China antiga, séculos atrás. A exploração, 
inclusive, já ocorria em minas subterrâneas, que utilizavam sistemas de ventilação. Entretanto, o advento da 
Revolução Industrial, no século XVIII, trouxe novas técnicas de mineração por meio do uso combinado de dia-
mante nas brocas de perfuração, dinamite para explosões e trilhos instalados para acessar mais profundamente 
o interior das minas. Dessa forma, extraído em larga escala, o carvão mineral tornou-se, no século XIX, o recurso 
energético mais demandado e disputado do planeta. 
• Lamparinas como as da 
foto, feitas em barro ou 
metal, que usavam azeite 
como combustível, já 
eram utilizadas desde 
tempos remotos 
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A Europa tem diversas regiões ricas em jazidas 
carboníferas, como a região da Silésia, na Polônia, e 
o Reino Unido como um todo. Historicamente, con-
tudo, as mais controversas são o Vale do Ruhr e a 
Alsácia-Lorena, que abrangem uma vasta área da 
Alemanha à França, passando pela Bélgica.
No decorrer dos séculos XIX e XX, a disputa pelo 
controle dessas reservas carboníferas fez dessas re-
giões áreas estratégicas. Quando o ditador alemão 
Adolf Hitler invadiu a Polônia, em 1939, dando início 
à Segunda Guerra Mundial, que durou até 1945, um 
dos objetivos primordiais era garantir o suprimento 
energético necessário à expansão militar da Alema-
nha nazista. Dois anos antes, a mesma motivação 
havia levado o Japão a invadir a região chinesa da 
Manchúria, no nordeste do país. Dois anos depois de 
ocupar a Polônia, Hitler avançou suas tropas sobre 
o território da União Soviética, novamente visando, 
entre outros aspectos, às reservas energéticas, loca-
lizadas em grande parte na porção sudoeste daquele 
país. 
O uso do carvão mineral nas indústrias siderúrgi-
cas e nas usinas de energia elétrica segue, literalmen-
te, a todo vapor, principalmente no Hemisfério Norte. 
Entre as oito maiores reservas comprovadas de car-
vão mineral em 2016, seis delas situam-se em países 
da Ásia e/ou da Europa; e outras duas, na Oceania. 
O crescimento da economia chinesa, nos últimos 
40 anos, esteve fortemente alicerçado na produção 
do carvão mineral. No que se refere às questões so-
ciais e ambientais, a dependência energética chinesa 
em relação a esta fonte é preocupante, dado o alto 
potencial de impactos causados pela exploração des-
se minério.
O Vale do Ruhr é a região do curso do Rio Ruhr, um 
pequeno afluente do Rio Reno, na porção ocidental da 
Alemanha. Em virtude das abundantes reservas de carvão 
e ferro, tornou-se o principal polo de aglomeração indus-
trial de toda a Europa após a Revolução Industrial.
A Alsácia-Lorena é uma região fronteiriça da França que 
foi intensamente disputada com a Alemanha ao longo da 
história por conta das reservas de carvão mineral.
• Intensa poluição atmosférica nas proximidades da cidade de Baotou, na região da Mongólia 
Interior, norte da China, principal área produtora de carvão mineral do país, 2016 
BARBOSA, Vanessa. Os 15 países com as maiores reservas de carvão do 
mundo. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/economia/os-15-
paises-com-as-maiores-reservas-de-carvao-do-mundo/>. 
Acesso em: 20 ago. 2018.
Maiores reservas comprovadas 
de carvão (2016)
28 9o. ano – Volume 2
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Petróleo
Quando as reservas de petróleo da região começaram a ser reveladas e exploradas, no início do século XX, 
a maior parte dos territórios do Oriente Médio se inseria na Pérsia, convertida no atual Irã em 1935, ou no Im-
pério Turco-otomano, que se estendia da atual Turquia ao Iraque e foi extinto após a Primeira Guerra Mundial 
(1914-1918). Nessa época, com a desintegração do Império Turco-otomano, o Reino Unido e a França dividiram 
o controle político da região até a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Após a guerra, foi feita a transição até 
se consolidarem os estados modernos ali presentes na atualidade. 
As exportações petrolíferas provenientes do 
Oriente Médio se destinam ao abastecimento de paí-
ses, em todos os continentes, que dependem desse 
recurso para o suprimento de combustíveis, energia 
e outros serviços essenciais à economia de qualquer 
nação. Isso conferiu aos países dessa região, durante 
todo o século XX e até os dias de hoje, um forte poder 
de barganha em negociações comerciais e geopolí-
ticas. Conscientes desse fato, junto a países exporta-
dores de outras regiões, como Equador e Venezuela, 
formaram a Opep – Organização dos Países Exporta-
dores de Petróleo. 
É notório, entretanto, que apesar 
da riqueza proporcionada pelo pe-
tróleo aos regimes que governam 
os países do Oriente Médio, estes 
enfrentam problemas relacionados 
à pobreza de suas populações, por 
vezes associada a grupos de traba-
lhadores asiáticos que migram em 
busca de empregos, em especial na 
construção civil. 
©Glowimages/AFP/Haidar Mohammed Ali
• Plataforma de petróleo 
no Iraque, 2014
• Bairro pobre na periferia de Doha, 
capital do Catar, contrasta com os 
modernos edifícios da cidade ao 
fundo, 2009
A Opep foi criada em 1960 por Iraque, Irã, Kuwait, Ará-
bia Saudita e Venezuela e tem como principal objetivo 
centralizar as medidas políticas referentes à produção e 
exportação de petróleo, de modo que os preços inter-
nacionais do produto sejam controlados. Atualmente, 
a sede da Opep é em Viena (Áustria) e somam-se aos 
países fundadores Catar, Emirados Árabes Unidos, Indo-
nésia, Argélia, Líbia, Nigéria e Equador. Em 2016, o Gabão 
retornou à Opep e, no ano seguinte, a Guiné Equatorial 
ingressou na organização. 
Petróleo e gás natural 
Nenhuma outra região, no entanto, tornou-se 
tão simbólica como o Oriente Médio no que tange à 
abundância de recursos energéticos, em especial pe-
tróleo e gás. Atraindo interesses das potências e suas 
empresas multinacionais, os países da região reúnem 
parte considerável das reservas estimadas de petróleo 
e, por conta disso, exercem papel importante na geo-
política mundial. 
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A geopolítica do petróleo no Oriente Mé-
dio tem implicações em muitos conflitos 
regionais. Estes têm origem por vezes em dis-
putas entre etnias rivais que habitam países da 
região, como árabes, persas, curdos, turcos e 
outros; outras vezes são originados em razão 
das diferentes crenças religiosas, como o isla-
mismo, o judaísmo e o cristianismo, ou mesmo 
entre diferentes ramificações que existem no 
interior de cada uma delas. Geralmente essas 
rivalidades se misturam e envolvem também 
os países onde predominam umas e outras 
tendências, compondo um cenário político 
extremamente complexo e instável. Ironica-
mente, a maior fonte de riquezas da região, o 
petróleo, serve direta ou indiretamente para intensificar ou prolongar tais confrontos, além de atrair também in-
teresses de potências que intervêm com frequência na política dos países e influenciam os embates existentes. 
Os países produtores da região desenvolveram polos industriais ainda incipientes para o processamento da 
matéria-prima, tendo que exportar o óleo bruto em quantidades muito superiores às vendas de óleo refinado 
ou processado na forma de produtos derivados. 
Países como Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes e Kuwait, as monarquias mais ricas da região, têm bus-
cado diversificar suas economias diante da perspectiva de uma economia mundial menos dependente do pe-
tróleo no futuro de médio a longo prazo, assim como uma menor abundância do produto. Nesse sentido, o 
turismo é uma atividade que tem se mostrado promissora no Oriente Médio, apesar de problemas como as 
áreas de violência entre grupos étnicos rivais, dificuldades na comunicação em línguas estrangeiras e o contras-
te cultural entre costumes tradicionais da região e os hábitos modernos de muitos turistas.
Alémdo turismo, esses países também têm investido no desenvolvimento de matrizes energéticas renová-
veis, como solar e eólica. A esse respeito, leia o texto na página seguinte. 
• Combatentes do grupo terrorista Estado Islâmico tomam o controle 
da cidade de Raqa, na Síria, em 2014
Esse grupo tinha, entre outras fontes de financiamento, as receitas advindas do 
petróleo do Oriente Médio. Permaneceram em Raqa até 2017, quando foram 
expulsos.
• Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, 
conta com paisagens paradisíacas, ilhas 
artificiais e hotéis de luxo, 2017
Os Emirados Árabes Unidos, um dos locais mais 
visitados da atualidade, buscam no turismo uma 
alternativa para a dependência da economia do 
país quanto às exportações de petróleo e gás. 
30
Saiba +
Arábia Saudita planeja virada para energia renovável
Maior exportador de petróleo investe em energias renováveis 
Folha de São Paulo, 13 fev. 2018. 
A vida na Arábia Saudita há muito é defini-
da pelo petróleo, que pagou não só pelas relu-
zentes torres e shopping centers que enfeitam 
suas cidades mas também por um setor públi-
co que emprega a maioria da população.
Agora, o país tenta vincular seu futuro a ou-
tro recurso natural de que dispõe abundante-
mente: a luz do sol.
Sob a orientação do príncipe herdeiro 
Mohammed bin Salman, o maior exportador 
mundial de petróleo está embarcando num 
esforço ambicioso para diversificar a economia 
e renovar o crescimento, em parte via inves-
timentos em energia renovável e, assim, virar 
uma potência mundial na energia limpa. [...]
Pelo final do ano [de 2018], a Arábia Saudita 
pretende investir até US$ 7 bilhões no desen-
volvimento de sete novas centrais de energia 
solar e um grande complexo de energia eólica.
O país espera que a energia renovável, hoje 
porção desprezível, corresponda a até 10% do 
que gerar em 2023. [...]
A Arábia Saudita adotou metas ambiciosas 
para energia ecológica, anos atrás, mas sem 
executar grandes projetos, e pouca coisa mu-
dou. [...]
Mas a experiência limitada com energia so-
lar ainda assim foi um catalisador importante, 
e a companhia criou uma equipe de especia-
listas em fontes renováveis. A experiência aju-
dou o país a se concentrar em painéis solares 
convencionais, que empregam espelhos para 
concentrar a luz e gerar calor. [...]
A Arábia Saudita, com vastas reservas de 
petróleo, poderia parecer um proponente es-
tranho para a energia renovável. Mas a loca-
lização e o clima do país significam que ele 
conta com números promissores para centrais 
de energia solar e eólica.
O custo de instalar e operar essas duas tec-
nologias caiu muito nos últimos anos e pode 
se tornar uma alternativa barata e limpa. [...]
Um grande esforço na energia solar e eólica 
também teria outros benefícios, especialmen-
te o de permitir que os sauditas vendam pro-
porção maior de seu petróleo.
Os sauditas recorrem ao ar condicionado 
por boa parte do ano, o que gera estouro na 
demanda por energia e acionamento de usi-
nas de combustível fóssil. [...]
Um dos principais objetivos do plano do 
príncipe herdeiro para transformar a economia 
saudita é criar empregos para os jovens. Atrair 
investimento a um setor que na prática não 
existe no país [...] significaria criar empregos, 
criar produção.
Ainda assim, o processo pelo qual a Arábia 
Saudita vem tentando expandir sua capacida-
de de geração de usina eólica e solar causou 
preocupação.
Analistas apontaram especialmente para 
a forma pela qual os líderes escolhem suas 
empresas preferidas. O governo apresentou 
dois finalistas para o projeto de energia solar, 
mas desconsiderou uma oferta que propunha 
preço mais baixo, o que levou especialistas a 
questionar a transparência do processo de 
concorrência.
MIGLIACCI, Paulo (Trad.). Arábia Saudita planeja virada para energia renovável. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/02/
arabia-saudita-planeja-virada-para-energia-renovavel.shtml>. Acesso em: 31 jul. 2018.
 Geografia 31
©Glowimages/AFP/Atta Kenare
Atividades
 1. De acordo com o texto, “a localização e o clima do país significam que ele conta com números promis-
sores para centrais de energia solar e eólica”. Identifique o território correspondente à Arábia Saudita no 
mapa climático presente na página 1 do seu material de apoio, analise o tipo climático predominante e, 
nas linhas abaixo, estabeleça a relação entre os projetos de energia renovável em desenvolvimento nesse 
país e as características do clima.
O clima predominante na Arábia Saudita é o desértico. Entre as características mais marcantes do clima desértico ou árido estão a duração 
e a continuidade do tempo de insolação, além da frequência e intensidade dos ventos. Tais características justificam empreendimentos 
relacionados à obtenção de energia com base em fontes solar e eólica.
 2. Analistas, contudo, revelam preocupação com os projetos de expansão de energia eólica e solar na Arábia 
Saudita. Qual é a razão dessa preocupação apontada no texto?
A preocupação manifestada por analistas diz respeito à falta de transparência em relação à forma de escolha das empresas que 
passam a empreender os projetos de geração renovável de energia. 
Gás natural
Outro combustível geralmente associado às reservas de petróleo, mas que estabelece uma dinâmica geopo-
lítica própria nas relações comerciais que protagoniza, é o gás natural. No contexto da Ásia e Europa, dois países 
sobressaem, tanto pela quantidade de reservas quanto pela maneira como utilizam esse recurso em sua atua-
ção geopolítica, em ambos os casos uma atuação bastante conturbada com países vizinhos e potências rivais. 
Trata-se do Irã e da Rússia, que detêm as duas maiores reservas globais de gás natural. A existência das reservas, 
no entanto, é apenas uma parte de um cenário mais complexo. É preciso considerar quais são os mercados con-
sumidores e a localização das infraestruturas de transporte, especialmente o traçado das redes de gasodutos.
O Irã, embora tenha as maiores reservas conhecidas no globo, enfrenta dificuldades comerciais para ofertar 
e vender sua produção, principalmente em virtude de fatores de ordem geopolítica. Ocorre que, desde a Re-
volução Iraniana de 1979, os líderes do regime que se instalou no país desenvolveram relações de inimizade e 
mútua desconfiança com os Estados Unidos e seus aliados, em especial países europeus. O Irã acusa os esta-
dunidenses de intervirem em sua política interna ao financiar grupos clandestinos de oposição ao regime ao 
mesmo tempo que são acusados por aqueles de fornecer apoio financeiro e militar a grupos terroristas, além de 
tentar desenvolver armas nucleares secretamente. 
Por conta dessas relações controversas com os líderes de países ocidentais, o gás iraniano é vendido qua-
se inteiramente para países asiáticos. Em 2015 foi firmado um 
acordo internacional envolvendo o Irã, de um lado, e um gru-
po de potências lideradas pelos Estados Unidos e seguido por 
França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha, de outro, no 
qual o país do Oriente Médio se comprometia a não desenvol-
ver a capacidade de produzir armas nucleares em troca de me-
lhores relações comerciais com países europeus e americanos. 
Embora estivesse sendo avaliado como bem-sucedido tanto 
pela ONU quanto pelos demais signatários, o acordo foi rom-
pido unilateralmente pelos Estados Unidos no ano de 2018, 
restringindo novamente as vendas iranianas para os mercados 
europeus altamente lucrativos. 
A União Europeia também tem seus interesses prejudica-
dos nesse cenário, pois enfrenta restrições para importar gás 
• Novo gasoduto iraniano que passa pelo Paquistão 
para atender ao mercado asiático, 2013
9o. ano – Volume 232
 Cartografar
Observe, na página 2 do seu material de apoio, o mapa dos gasodutos da Europa e, em seguida, resolva 
as questões. 
 1. Identifique cinco áreas situadas em mares ou no interior do continente europeu e parte dos continentes 
asiático e africano em que se situam alguns dos principais campos ou jazidasde gás e plataformas de 
perfuração. Ao lado de cada área, indique um ou mais países próximos.
Mar do Norte: entre Reino Unido e Holanda; entre Reino Unido e Noruega. 
Mar da Noruega e Oceano Ártico: na costa norte da Noruega.
Mar Negro e Península da Crimeia: ao sul da Ucrânia.
Oeste da Polônia; sul da Rússia, região do Cáucaso: no sul da Rússia, entre os mares Negro e Cáspio.
Oeste do Irã; centro e nordeste da Síria; Mar Mediterrâneo: ao norte do Egito e a oeste de Israel. 
 2. Em relação à rede de gasodutos provenientes da Ucrânia e Rússia, identifique outros países europeus por 
onde passa parte dessa rede. 
Polônia, Eslováquia, Hungria, Romênia, República Tcheca, Áustria, Alemanha, Lituânia, entre outros.
do Irã, que seria uma alternativa 
para reduzir a dependência dos 
países europeus em relação ao gás 
proveniente da Rússia. Boa parte 
do gás consumido no bloco chega 
desse país por meio de oleodutos 
que passam pela Ucrânia. Esta úl-
tima, por sua vez, uma antiga re-
pública soviética, tem sido palco 
de conflitos armados desde 2014, 
quando a região da Crimeia foi 
anexada pela Rússia, militarmen-
te muito mais poderosa, e sepa-
ratistas pró-Rússia iniciaram uma 
guerra civil por independência nas 
províncias de Donetsk e Lugansk, 
agora autoproclamadas repúblicas 
na região leste do país. Atualmente, a Ucrânia se encontra fortemente polarizada entre aqueles que defendem 
uma maior aproximação da União Europeia, que são maioria, e os que defendem uma aproximação com a Rús-
sia, muitos deles descendentes de russos, concentrados nas áreas conflagradas.
Uma novidade importante no cenário da geopolítica do gás natural é a aproximação entre Rússia e China, 
que tem se intensificado recentemente, com o objetivo de conectar o maior exportador mundial, a Rússia, ao 
gigantesco mercado consumidor chinês. Além de reduzir a dependência da economia russa em relação às ex-
portações para países europeus, essa aproximação é vista com receio pelas potências ocidentais.
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• Tumulto em Kiev, na Ucrânia, em 2014, provocado pelo conflito que envolve o 
separatismo da Crimeia
A Crimeia é uma região de grande importância no transporte de gás natural para diversas 
partes da Europa. 
 Geografia 33
Texto complementar.2
Energia termonuclear
Outra matriz energética importante 
é a termonuclear. Seu desenvolvimen-
to depende da existência de reservas 
de minérios radioativos, especialmen-
te de urânio. As três maiores reservas 
mundiais localizam-se, respectivamen-
te, na Austrália, no Cazaquistão e na 
Rússia. Os dois últimos países, além de 
diversos outros na Europa e Ásia, têm 
centrais de produção de energia nu-
clear. Entretanto, acidentes nucleares 
do passado, como o ocorrido na usina 
de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986 e, 
mais recentemente, na usina de Fu-
kushima, no Japão, em 2011, levaram 
a população de países como a França 
e a Alemanha a repensar os planos de 
ampliação do uso desse tipo de ener-
gia, em virtude dos perigos que ela 
apresenta. 
Alemanha e França são os países da Europa Ocidental com o maior potencial instalado no que se refere à 
energia nuclear, conforme se constata no mapa. 
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Fonte: CHARLIER, Jacques (Dir.). Atlas Nathan: atlas du 21e siècle. Paris: Nathan, 2010. p. 57. Adaptação. 
Europa – produção de eletricidade com base em energia nuclear
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Na Ásia e na Oceania, os países com maior quantidade de reatores em operação são Japão, China, Coreia do 
Sul e Índia. 
• Ativistas da ONG Greenpeace projetam palavras de protesto 
contra energia termonuclear na Alemanha, 2011
9o. ano – Volume 234
Conexões
O Japão apresenta um território pequeno e fragmen-
tado: são quatro ilhas principais e milhares de ilhas me-
nores. Além do relevo acidentado e montanhoso, que 
dificulta a ocupação e o aproveitamento econômico do 
solo, o país tem poucas reservas de recursos minerais 
energéticos, com exceção do carvão, ainda assim insufi-
ciente para suprir a demanda interna. 
Desse modo, em grande parte por conta de sua 
natureza e geografia, trata-se de um país muito de-
pendente das importações associadas à produção de 
energia e, consequentemente, mais vulnerável às os-
cilações internacionais desse mercado. Os impactos 
também se dão nos custos de produção, que tornam 
os produtos japoneses mais caros, reduzindo sua com-
petitividade externa.
A carência de recursos energéticos levou o Japão a investir na construção de usinas nucleares em diversas 
localidades. Essa condição, no entanto, traz riscos à população, pois o país está situado em área sujeita a grandes 
terremotos e tsunamis. Em 2011, após um dos terremotos mais violentos já registrados na região, um tsunami 
atingiu a usina nuclear de Fukushima, que teve o sistema de refrigeração dos reatores prejudicado. Isso ocasio-
nou explosões, causando a contaminação dessa área pela radiação. 
Esse acidente fez com que a população japonesa questionasse a segurança de instalações de geração de 
energia nuclear, originando um grande debate nacional, ainda em andamento, sobre as opções do país para 
geração de energia.
©Fotoarena/Reuters/Thomas Peter
• Complexo petroquímico no Japão, 2015
A maior parte do petróleo consumido no país é importada do Oriente 
Médio ou de países asiáticos, como Coreia do Sul, Índia e Rússia.
Outro mineral energético que ganha importância cada vez maior é o lítio, metal primordial na construção 
de baterias que armazenam a energia elétrica coletada por fontes renováveis, como a solar e a eólica. A lista 
de produtos industriais que utilizam baterias é enorme, incluindo muitos aparelhos tecnológicos essenciais na 
atualidade, como celulares, computadores e automóveis. Os dois países que apresentam maiores reservas são a 
Bolívia, na América do Sul, e o Afeganistão, na 
Ásia. Este último vive uma sucessão de inva-
sões, guerras e conflitos civis há décadas.
Na Oceania, em relação aos recursos utili-
zados como fontes de energia, temos Austrália 
e Nova Zelândia, que contam com reservas 
consideráveis de petróleo, carvão mineral e 
gás natural. A Austrália ainda é muito rica em 
outros minérios, como ouro, ferro, manganês, 
chumbo, cobre e bauxita, minério de que é o 
maior produtor mundial (seguido pelo Brasil). 
O petróleo também é uma importante fonte 
de divisas em Papua Nova Guiné. Na região da 
Polinésia, a produção mineral de maior valor 
econômico é a de fosfato, principalmente em 
Nauru, ainda que atualmente em forte queda, 
como será tratado no próximo capítulo. 
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• Mineiros trabalham em mina de carvão no Afeganistão, 2010
 Geografia 35
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Trabalho e economia
As atividades de exploração de recursos naturais, em especial a mais difundida delas, a mineração, sempre 
estiveram envolvidas em controvérsias no que se refere às condições de trabalho. Não por acaso, uma das si-
tuações que marcou o período inicial da Revolução Industrial na Europa durante os séculos XVIII e XIX foi a luta 
de mineiros por condições mais justas e salubres de atuação laboral. 
• Mineiros trabalham em mina 
de carvão na China, 2016
O pior cenário é o que envolvia as minas de carvão – o combustível que moveu a primeira fase da indus-
trialização mundial. Além dos riscos de desabamentos, comuns a todas as explorações minerais realizadas em 
grande profundidade, a liberação do gás metano nas minas tornava o ambiente facilmente suscetível a incên-
dios, explosões ou mesmo intoxicações. Os mineiros, muitas vezes crianças, pois o trabalho infantil era comum, 
trabalhavam até 14 horas por dia em ambiente muito quente e insalubre. Nele, a temperatura sobe com a 
profundidade e era comum que as minas atingissem mais de 400 metros para dentro do solo. Frequentemente,

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