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9o. ano Volume 3 ooo Geografia Livro do professor Livro didático Espaços rural e urbano na Ásia, na Europa e na Oceania 2 7 8 9 Revolução Técnico-Científico- -Informacional e organização econômica da Ásia, da Europa e da Oceania 27 Geopolítica da Ásia, da Europa e da Oceania 43 ©Shutte rstock/S teve Hea p 2 Nas paisagens eurasiáticas e até mesmo em algumas regiões da Oceania, cuja colonização europeia ocorreu há poucos séculos, é possível observar o contraste entre o contemporâneo e as tradições centenárias e milenares. 1. Qual é a importância de se conservar o passado na paisagem urbana ou rural de uma região? 2. Além do exemplo apresentado na fotografia referente a Seul, que outros casos da presença de cenários do passado e do presente você conhece nas paisagens da Ásia, Europa ou Oceania? Se necessário, faça uma pesquisa. 3. Na cidade ou região onde você mora, é possível identificar marcas do passado e da contemporaneidade? Quais são elas? 7 Espaços rural e urbano na Ásia, na Europa e na Oceania © Sh ut te rs to ck /P av el L P ho to a nd V id eo • Pagode de 600 anos contrasta com as fachadas em vidro e metal dos edifícios no centro de Seul, capital sul-coreana, 2015 1. A conservação de antigas construções em uma cidade é importante em ra- zão do seu valor histórico e cultural. É também uma forma de assegurar às gerações futuras que conheçam o seu passado, as suas tradições e a identi- dade de seu povo. 3. Pessoal. Esperamos que os alunos respondam que é possível observar mar- cas do passado em fachadas, no interior de edificações, em calçamento de vias, em diferentes equipamentos e técnicas utilizados, em manifestações artísticas, como pinturas, esculturas, versos, entre outros. 33 Objetivos Espaço rural Ao se comparar com o espaço urbano, o espaço rural se caracteriza por uma maior dispersão das edifi- cações, das vias de acesso, das redes elétricas e de outras formas de infraestrutura. É caracterizado também por atividades econômicas como agricultura, criação de gado, silvicultura e extrativismo dos recursos naturais, além de territórios cuja finalidade principal é a valorização de tesouros culturais ou ambientais, por exemplo, as Unidades de Conservação. A paisagem rural é, portanto, bastante diversificada, principalmente quando nela está presente o componente cultural, revelado por meio de tradições e técnicas específicos de determinadas populações. Exemplos são as populações que, há milênios, povoam a Europa, Ásia e Oceania. Os principais espaços rurais desses continentes serão apresentados por meio dos modelos predominantes de atividade agrícola conforme o sistema empregado. Agricultura itinerante no sul e no sudeste da Ásia Também conhecida como roça tropical, a agricultura itinerante é um modelo agrícola milenar praticado em regiões de clima quente e úmido de diferentes continentes. Ela se caracteriza por explorar a fertilidade do solo numa determinada área durante alguns anos, até que esta revele sinais de exaustão. Quando isso ocor- re, a área que serviu ao cultivo é abandonada e, enquanto a vegetação aos poucos retorna, os agricultores exploram outra área nas proximidades. Assim, ocorre um sistema de rotação de terras, havendo sempre uma área destinada ao pousio. O tempo em que uma área é utilizada em sucessivos plantios e colheitas, no entanto, tem sido mais curto do que aquele que se faz necessário para a regeneração da cobertura vegetal. A técnica da derrubada da mata, sucedida pela queimada, frequentemente adotada no sistema de agricultura itinerante, vem cau- sando preocupação por parte dos ambientalistas, por se revelar, em geral, danosa ao meio. A curto prazo, as queimadas geram aumento na produtividade da terra preparada para o cultivo por proporcionar incremento de nitrogênio. Contudo, com o passar do tempo, as chuvas tendem a provocar a lixiviação do solo desprotegido, carregando seus nutrientes por meio do escoa- mento superficial das águas. Perda de biodiversidade e aumento de gases estufa na atmosfera são outros impactos ambientais provocados pela técnica rudimentar da queimada florestal para posterior cultivo. A produtividade é a relação entre a quantidade produzida e a área utili- zada, ou seja, difere do conceito de produção, que apenas revela o mon- tante total do que foi produzido. • Área desmatada para ser cultivada no sistema de agricultura itinerante, Tailân- dia, 2017 © G et ty Im ag es /U ni ve rs al Im ag es G ro up • Caracterizar e diferenciar os principais sistemas agrícolas aplicados na Europa, na Ásia e na Oceania. • Identificar as diferentes formas de relação homem x meio nos espaços rurais e urbanos dos con- tinentes europeu, asiático e da Oceania. • Reconhecer a diversidade ambiental e cultural presente nos espaços rurais e urbanos da Eurásia e da Oceania. ObjetivosObjetivos Na Ásia, apesar da atual tendência pela substituição para sistemas permanentes ou sedentários, ou seja, em que não há o abandono temporário de uma área cultivada, o modelo de roça tropical persiste em locais espe- cíficos do sul e sudeste do continente, principalmente nas encostas e vales de áreas montanhosas do nordeste da Índia, do Nepal e da Tailândia e, ainda, em Bangladesh, Laos, Malásia, Filipinas, Indonésia e em Papua Nova Guiné, na Oceania, entre outros países. Utilização do sistema de agricultura itinerante na Ásia e na Oceania M ar ilu d e So uz a Fonte: HEINIMANN, Andreas et al. A global view of shifting cultivation: recent, current, and future extent. Disponível em: <http:// journals.plos.org/plosone/article?id=10.1371/journal.pone.0184479>. Acesso em: 29 mar. 2019. Adaptação. O sul da Ásia, ou Ásia Meridional, e o sudeste asiático abrangem uma superfície de cerca de 9 milhões de km² (aproximadamente a área do território brasileiro), desde o Paquistão até os arquipélagos das Filipinas e Indonésia. Nessa região, vivem cerca de 2,4 bilhões de habitantes (2018), o que corresponde a uma de cada três pessoas no planeta. Trata-se também de regiões que estão entre as mais densamente povoadas do globo. Você se recorda de como se calcula a densidade demográfica de uma determinada região? Obtenha a densi- dade demográfica, ou população relativa, do território que abrange o sul e o sudeste asiático. No espaço abaixo, apresente os dados e o resultado do cálculo. Agricultura de jardinagem O volume de chuvas, que se concentra sobretudo nos meses de verão, e o relevo caracterizado por íngremes encostas de montanhas e, em seu sopé, vales amplos e planos, impuseram a criação de estratégias específicas de cultivo pelos povos do sul, do sudeste e do leste asiático no decorrer de milênios. Trata-se da agricultura de jardinagem, principalmente a rizicultura, isto é, a cultura do arroz, que corresponde à base da economia de subsistência da numerosa mão de obra camponesa e de suas famílias. sopé: é a base de um morro ou de uma montanha, a superfície sobre a qual se eleva a formação montanhosa. + Zoom 9o. ano – Volume 34 População absoluta: 2 400 000 000 habitantes; Área ou superfície: 9 000 000 km² Densidade demográfica = população absoluta/área Resposta: cerca de 267 hab./km². Orientação para a atividade.1 © Sh ut te rs to ck /P hu on g D. N gu ye n Plantation Também no sudeste asiático, em especial nas menores latitudes, ainda se desenvolve um modelo agrícola cujo legado está associado ao Período Colonial: grandes extensões de terras para cultivo de um só produto, exploração de trabalho forçado ou mal remunerado e produção destinada à exportação. Dos séculos XVI ao XIX, as administrações inglesa e francesa estabeleceram monoculturas de produtos tropicais na Península da Indo- china e na Insulíndia, como também é denominado o conjunto de ilhas situado entre os continentes asiático e a Oceania, como o arquipélago de Sonda, que compõe a Indonésia. Na atualidade, incluem-se ao modelo da plantation extensasáreas em que se desenvolve a silvicultura de seringueiras, para a extração da borracha, e de óleo de palma, extraído do fruto de um tipo de palmeira. No Brasil, a extração desse óleo está associada a um produto conhecido como óleo de dendê, considerado uma alternativa ao óleo de soja e de outros vegetais. curvas de nível: linhas que unem pontos apresentando a mesma altitude ou cota altimétrica em uma dada superfície. Esse tipo de agricultura é realizado em solos situados nos vales dos grandes rios, cuja construção de diques e canais visa regular a distribuição das águas. Após os meses das chuvas, nas chamadas monções de verão, tratadas no capítulo 4, segue-se um longo período de seca, as monções de inverno. Nos terrenos de grande declividade, a técnica de terraceamento é aplicada para reduzir a perda do solo pelas enxurradas de verão. Acompanhando as curvas de nível, os degraus ou patamares, além de diminuir a força da erosão pluvial, armazenam as águas das chuvas. © Sh ut te rs to ck /Y av uz S ar iy ild iz • Mão de obra familiar no cultivo de arroz em agricultura de jardi- nagem praticada no vale do Rio Mekong, no Vietnã, 2017 • Cultivo de arroz por meio da técnica de terraceamento em Bali, na Indonésia, 2015 Geografia 5 A agricultura de árvores do óleo de palma na Indonésia e em outros países está, no entanto, envolvida em uma polêmica questão que diz respeito tanto a seus impactos ambientais quanto sociais. © Gl ow im ag es /A FP /B ay Is m oy o [...] a exploração do óleo de palma em todas as regiões do planeta é responsável por violações dos direitos humanos, “uma vez que as empresas muitas vezes removem violentamente os povos indígenas e as comunidades rurais de suas terras. O trabalho infantil e a escravidão moderna também ocorrem em plantações na Indonésia e na Malásia”. Apesar do movimento dos ambientalistas no sentido de chamar a atenção para a necessidade de conter a produção e o consumo do óleo de palma, a demanda está subindo rapidamente em todo o mundo. Em parte para substituir as polêmicas gorduras trans (transformação do óleo ve- getal em gordura sólida), o uso do óleo de palma teve um pico recente de uso pela indústria de lanches dos Estados Unidos. [...] “A produção do óleo de palma é hoje uma das principais causas da destruição mundial de florestas tropicais, além de ser um dos principais impulsionadores das mudanças climáticas induzidas pelo homem. Estamos exigindo que essas grandes marcas se comprometam a usar so- mente óleo de palma responsável, produzido sem causar a destruição de florestas tropicais, ricas em carbono ou abuso de direitos humanos”, diz o texto do estudo [da organização internacional Rainforest]. • Área desmatada para o plantio de árvores para a extração do óleo de palma na Indonésia, 2014 Olhar geográfico GONZALEZ, Amelia. Extração de óleo de palma por multi de alimentos está devastando floresta na Indonésia. Disponível em: <http://g1.globo.com/ natureza/blog/nova-etica-social/post/extracao-de-oleo-de-palma-por-multi-de-alimentos-esta-devastando-floresta-na-indonesia.html>. Acesso em: 26 mar. 2019. A substituição da rica biodiversidade da floresta equatorial por monoculturas, ainda que de espécies ar- bóreas, é também condenada por vários pesquisadores. No sudeste asiático, alerta-se sobre a ameaça que tal modalidade agrícola exerce sobre ecossistemas em que vivem orangotangos, rinocerontes brancos, entre outras espécies. 9o. ano – Volume 36 De acordo com o texto da seção Olhar geográfico, na página anterior, e as informações das imagens a seguir, quais são os principais problemas apontados por cientistas e ativistas ambientais em relação às plantations de óleo de palma no sudeste asiático? Atividades © Fo to ar en a/ Al am y/ Pu tu A rta na © Sh ut te rs to ck /A ya rx O re n • Estrada atravessa agricultura de óleo de palma na Indonésia, 2016 • Trabalhador na coleta do fruto do qual se extrai o óleo de palma, em Kedah, na Malásia, 2017 Geografia 7 Questões como a exploração do trabalho infantil e o trabalho não remunerado – ou seja, condições de escravidão moderna –, além da devastação florestal, sucedida por queimadas para se estabelecer o plantio da monocultura das palmeiras e a redução dos já es- cassos ecossistemas em que se encontram espécies em extinção, estão entre os principais problemas apontados por pesquisadores e ativistas ambientais. Na primeira imagem, por exemplo, nota-se a homogeneidade vegetal imposta pela monocultura em área que se notabilizava pela biodiversidade. © Fo to ar en a/ Re ut er s/ Am ir Co he n Agricultura moderna O modelo de agricultura moderna reflete o espaço geográfico rural da Terceira Revolução Industrial ao ba- sear o crescimento de sua produtividade com a adoção de tecnologias modernas, como: • de precisão, que se utiliza dos sinais eletromagnéticos emitidos pelos satélites em órbita; • da informação on-line que, entre outros aspectos, atualiza de tempo em tempo o comportamento meteo- rológico, ou mede e calcula a quantidade adequada de luz, água e nutrientes para as plantas; • da pesquisa genética aplicada às sementes; • do aprimoramento dos insumos procedentes da indústria química, entre outros; • alternativas muitas vezes sustentáveis para a geração da energia necessária para as diferentes etapas de produção. A agricultura moderna se insere no contexto da economia globalizada cujas expectativas e resultados influem no mercado financeiro internacional. Esse tipo de economia é gerenciado principalmente por grandes grupos de empresas, que, muitas vezes, atuam em todas as etapas da cadeia produtiva, desde a geração de sementes destinadas ao plantio até o processamen- to industrial, bem como a distribuição e a venda no comércio. Os espaços rural e urbano estão intensamente conectados por essa modalidade contemporânea de agricultura, não ape- nas pela ligação entre os setores primário, secundário e terciário da economia, mas também pelo fluxo de máquinas e insumos agrícolas da indústria para o campo, ou pelo vai e vem dos meios de transporte de cargas entre campo-indústria-cidade. O monitoramento da produção da fazenda também pode ser feito a distância, administrado na cidade e em tempo real. A agricultura moderna visa à otimização da área cultivada, ou seja, obter do espaço de terra cultivado, ou em que se realiza a criação de animais, a maior produtividade possível, por vezes até mesmo em áreas improváveis, como desertos, utilizando, como já citado, uma série de recursos técnicos atuais. Em razão das características ambientais que se diferem de região para região, o modelo de agricultura moderna apresenta certas va- riações como as que se apresentam a seguir. © Gl ow im ag es /A P Ph ot o/ dp a/ pi ct ur e- al lia nc e/ Ch ris tia ne O el ric h • Agricultura de precisão: dados sobre a produtivi- dade da área cultivada em painel de uma máqui- na agrícola na Austrália, 2007 © Sh ut te rs to ck /H iy a Hi yo • Uso de turbinas eólicas em áreas agrícolas na Alemanha, 2015 • Sistema de irrigação do solo em campos de cultivo em Israel, 2017 8 © W ik im ed ia C om m on s/ M ic ha el W ür fe l Agricultura moderna e multifuncional na União Europeia No continente europeu, a agricultura que emprega alta tecnologia no plantio é praticada principalmente em pequenas e médias propriedades, muitas vezes administradas por mão de obra familiar. Diante da preocupação com o aumento da demanda por produtos agrícolas e, ao mesmo tempo, com a redução das áreas de terras agriculturáveis devido à urbanização, algumas orientações indicam a tendência da atividade agrícola e pecuária nos estados-membros da União Europeia: • incentivo à implantação da agricultura de precisão; • intensificação nas informações e monitoramento da qualidade dos produtos alimentícios; • restrições aos organismos geneticamente modificados (transgênicos); • uso detecnologias sustentáveis (no propósito de produzir mais usando menos recursos naturais, fertilizan- tes e defensivos agrícolas, antibióticos e energia); • foco no investimento em fazendas multifuncionais. A agricultura multifuncional é aquela que estende as atividades para além do ramo principal, como o esta- belecimento de comércio de produtos artesanais, de instalações para o turismo rural ou de centros de educação para atividades do campo, pesquisas de estratégias ecológicas para as atividades rurais. Em ecovilas europeias, a agricultura multifuncional é amplamente utilizada e se baseia em práticas sustentáveis. A diversificação das atividades rurais possibilita o incremento da renda dos proprietários e a ampliação de geração de emprego nesse setor, que passa por uma redução na oferta de vagas de trabalho. São destaques da produção agropecuária da maioria dos países da União Europeia os setores de laticínios, cereais, oleaginosas e também a criação de suínos e aves. transgênicos: organismos manipulados geneticamente por meio da alteração de seu código genético pela introdução de genes provenientes de seres vivos de espécies diferentes. • Vista da ecovila de Sieben Linden, no norte da Alemanha Geografia 9 Agricultura moderna, irrigada e em cooperativas em Israel Em razão da aridez do clima e da escassez de água doce, a transforma- ção de solos improdutivos em férteis áreas de cultivo em Israel é consi- derada um dos grandes êxitos da agricultura moderna. Desde a década de 1960, o governo israelense desenvolve téc- nicas novas para captação, dessalinização e transporte da água. O Aqueduto Nacional, considerado o maior projeto de irrigação em Israel, transporta as águas do Mar da Galileia, no norte do país, aos desertos de Negev e Arava, no sul, que se tornaram uma das regiões de maior produção de frutas cítricas, como a laranja, no mundo. A obtenção da água para irrigação e consumo por meio de aquíferos, água da chuva, que ocorre apenas entre novembro e março, no inverno, tratamento do esgoto e dessalinização da água do Mar Mediterrâneo chega às estações de águas regionais por meio de uma intrincada rede. Conexões A estratégia de cooperativa é outro destaque da avançada agricultura israelense. Ela se desenvolve por meio dos kibutzim e dos moshavim. Nesse último modelo, cada membro da cooperativa é dono da própria unidade de produção, porém os insumos agrícolas são adquiridos e fornecidos pela cooperativa, como também a comercialização dos produtos. Nos kibutzim, que são cooperativas em áreas rurais que passa- ram a ser ocupadas por imigrantes judeus nos primeiros anos do século XX, antes mesmo da criação do Estado de Israel, cada integrante da cooperativa trabalha e produz o quanto puder e recebe tudo o que necessita da própria comunidade. A terra e os fatores de produção pertencem não ao campo- nês, mas à sua comunidade. O resultado das transformações de desertos em so- los aráveis se reflete em números: o país produz 95% do que consome de produtos agrícolas, dado que é rele- vante quando se leva em conta que apenas 1/5 do ter- ritório é dotado de terras naturalmente aráveis, ou seja, em que as condições ambientais são favoráveis ao culti- vo de algum produto. Desde a criação do país, em 1948, a área cultivada cresceu em 2,6 vezes, enquanto a produção aumentou 16 vezes. Trigo, milho, algodão, laranja, abacate, kiwi, manga, uva, melão e frutas vermelhas, além das hortaliças, são os principais produtos da agricultura israelense. Em razã ção de dera n a ma do M de uma ue passa- anos do cada der A a ção e, kiwi, as, são os • Cultivo por irrigação no Deserto de Negev, sul de Israel, 2012 • Kibutz Alonim, no norte de Israel ©S hu tte rsto ck/ Cha mele onsEy e ©Shutterstock/S1001 9o. ano – Volume 310 Complementação e retomada de conteúdo.2 Embora a vivência nos kibutz tenha ocorrido com mais frequência entre os anos de 1970 e 1990, muitos jovens de diferentes regiões do mundo ainda buscam viver durante um tempo nessas comunidades. Que motivo os leva a passar um período da vida num kibutz? A busca de experiências alternativas, como a da vida em comunidade, com propriedade e produção coletiva, é uma das principais razões do espírito idealista de parte da juventude no mundo. Agricultura moderna no Japão Constituído por centenas de ilhas que ocupam uma área aproxima- da à de Mato Grosso do Sul e com apenas 16% de sua superfície correspondente a planícies, o Japão apresenta restrições à ex- pansão da agricultura. Por tal razão, a sua produção tornou-se dependente do uso de tecnologias que lhe garantam alta produtividade em pequenas extensões de terras e até mesmo nos res- tritos espaços disponíveis das áreas urbanas. O uso de maquinários passou a suprir a carência de mão de obra rural, na segunda metade do século XX, motivada pela migração às cidades que cresciam à medida que a eco- nomia japonesa também prosperava. Atualmente, porém, como também ocorre na Europa, o Japão se ressente de falta de mão de obra no setor agrícola, uma vez que a maior parte de sua força de trabalho tem idade superior a 45 anos. O país investe muito em biotecnologia, princi- palmente em estudos e desenvolvimento de plantas geneticamente modificadas com o objetivo de aumentar sua produtividade. Nas últimas décadas, a agroindústria japonesa passou a utilizar-se da informática para controlar e avaliar com mais precisão a qualidade de seus produtos. Outro exemplo do emprego de técnica inovadora e usada em larga escala no Japão é a hidroponia, também conhecida como agricultura vertical. Trata-se do cultivo de vegetais sem uso do solo como fonte de nutrien- tes para a planta. Em vez do solo, emprega-se um preparado nutritivo líquido, que atende às necessidades dos vegetais. Economizando espaço, as plantas ficam suspensas em estruturas, de modo que as raízes ficam em contato com a solução. Além da área de plantio, a técnica de hidroponia, em geral, reduz o consumo da água e de produtos agroquímicos. Mesmo contando com um dos mais produtivos e avançados sis- temas agrícolas do mundo, o Japão é um grande importador de alimentos e de outros bens produzidos na agropecuária, silvicul- tura e no extrativismo vegetal. No entanto, a produção de arroz e de diversos legumes que constituem a base alimentar japonesa é autossuficiente. A modernidade e a alta tecnologia não anulam as tradições de uma nação milenar como a japonesa. Assim, também na rizicultura, a agricul- tura do arroz, técnicas do passado e alternativas do presente se mesclam. a aproxima- perfície à ex- o a, ade princi- camente e. Nas últimas tes para a plant atende às suspen soluç o c na tura • Cultivo de crisântemo • Técnica da hidroponia utilizada em cultivo de morango em estufa, no Japão, 2012 ©Fo toare na/Reu ters/Kaori Kaneko ©Shutterstock/Kariphoto Geografia 11 © Sh ut te rs to ck /C rs P ho to Agricultura moderna na Índia: a Revolução Verde Nas três décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, a eleva- ção no índice de crescimento populacional em várias regiões do mundo serviu de alerta para a busca de alternativas para atender a esse novo quadro demográfico que se configurava. Uma das respostas para isso foi a Revolução Verde, que chegou à populosa Índia em meados da déca- da de 1960. Baseando-se na pesquisa em sementes, na fertilização do solo e no uso de máquinas e defensivos agrícolas, o programa iniciado por volta de 1940 na América do Norte e na Europa visava aumentar, em pouco tem- po, a produção agrícola. Para que isso ocorresse, algumas das principais estratégias foram o desenvolvimento de equipamentos mecânicos para plantio e colheita e o desenvolvimento de sementes adaptadas a especí- ficas condições de clima e solo e de maior resistência às pragas e doen- ças. Além disso, a aplicação de agrotóxicos e fertilizantes possibilitaria a melhora na qualidade do solo e na garantia do crescimentodas plantas. Houve, realmente, um grande crescimento na produção de alimentos na Índia e em regiões em que a Revolução Verde foi implementada. O programa, porém, é cercado de polêmica, uma vez que, por um lado, é considerado um grande êxito na expansão da produção agrícola e, por outro, contestado por tornar as economias de vários países dependentes de um mercado de sementes, fertilizantes e agrotóxicos controlado por um número restrito de empresas. Além disso, mais do que a agricultura fa- miliar e de subsistência, a agricultura comercial foi a mais favorecida pela Revolução Verde. Assim, a ampliação da exportação de alimentos produ- zidos em países como México, Brasil e Índia se destinava principalmente ao mercado dos países mais desenvolvidos, os países do Norte. Atualmente, de acordo com a FAO, Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, o número de pessoas afetadas pela fome ainda é muito elevado. Aumento no preço dos alimentos, crises econô- micas e políticas, graves conflitos e mudanças climáticas são apontados como os principais responsáveis pelo problema que afeta cerca de uma em cada nove pessoas no mundo. © Gl ow im ag es /A FP /N ar in de r N an u Após a Segunda Guerra Mundial, a agricultura passou a empregar uma série de novas técnicas para auxiliar na fertilização do solo e no com- bate às pragas. Associadas à cres- cente mecanização das lavouras, essas técnicas possibilitaram um expressivo aumento da produtivi- dade. Em virtude do impacto que teve na agricultura em nível global na década de 1960, tal processo foi chamado de Revolução Verde. Denominação atribuída aos países econo- micamente mais desenvolvidos e dotados dos mais altos índices socioeconômicos, diferenciando-se nesse aspecto dos países do Sul. A “fronteira” entre o Norte e o Sul econômicos não se dá na linha equatorial, uma vez que a maior parte de seu territó- rio se localiza em latitudes um pouco mais a norte do Trópico de Câncer e abrange ainda os dois países mais desenvolvidos da Oceania e que se situam no hemisfério me- ridional: Austrália e Nova Zelândia. Fonte: NORTH- SOUTH: a programme for survival. Londres: Pan Books, 1980. Adaptação. Países do Norte e Países do Sul M ar ilu d e So uz a • Aspersão de agrotóxicos (acima) e uso de maquinário agrícola (abaixo): técni- cas e equipamentos desenvolvidos na Índia com a Revolução Verde, 2016 9o. ano – Volume 312 Olhar geográfico Confira os dados referentes a 2016 apresentados pela FAO e perceba a distribuição geográfica e proporcional de subnutridos no mundo. Fonte: FAO et al. The state of food security and nutrition in the world 2017: building resilience for peace and food security. Roma: FAO, 2017. p. 7. Disponível em: <http://www.fao.org/3/a-I7695e.pdf>. Acesso em: 30 nov. 2018. Modernas ovinoculturas australiana e neozelandesa Austrália e Nova Zelândia são grandes criadoras e exportadoras de ovelhas, de sua carne, lã e laticínios. O rebanho ovino australiano só é inferior ao da China e se desenvolve de forma extensiva mesmo em regiões semiáridas em que a quantidade de chuvas anual é baixa (inferior a 500 mm/ano em algumas áreas). A quan- tidade e a qualidade na produção de laticínios e carne de ovelhas da Nova Zelândia também se destacam no cenário econômico mundial. Parcela da população subnutrida por regiões Número de subnutridos por regiões (2016) • Criação extensiva de ovelhas em fazenda da Nova Zelândia, 2017 Além da intensa pesquisa em ge- nética e de sua aplicação na ovino- cultura, o modelo de cooperativas de produtores e, sobretudo, a qualidade do manejo de pastagens, em que solos e pasto recebem tratamento à base de nutrientes, constituem o se- gredo do êxito desses países nesse ramo da pecuária. Contudo, a preocupação com a perda de solos ou de sua fertilidade em razão da erosão e do uso intenso de certas pastagens, como tratado no capítulo 6, tem conduzido pesquisas em instituições da Austrália visando a métodos sustentáveis para gerenciar a pecuária e a agricultura do país. © Gl ow im ag es /A FP /W ill ia m W es t 2000 2005 2010 2015 2016 0 5 10 15 20 25 África Ásia América Latina Oceania 24,3 16,7 12 5,3 17 9,1 5,3 20,8 5 6,8 13,2 18,3 6,3 6,4 11,6 18,5 6,6 6,8 11,7 20 ÁfricaÁsia América Latina Oceania 519,6 0 100 200 300 400 600 500 243,2 42,5 2,7 Geografia 13 Mais informações.3 China: população urbana e rural, em % (1950-2030*) Conexões CHINA EM MOVIMENTO [...] Não é de se espantar que, depois de se consolidar como potência mundial, a China anuncie, agora, uma nova obsessão: urbanizar 70% da sua população até 2025. A tarefa significa induzir 250 milhões de camponeses a migrar para as cidades, um contingente equivalente às populações inteiras do Brasil e do Reino Unido somadas. Nos anos 1980, 80% dos chineses viviam no campo. [...] Muito mais do que atrair camponeses para metrópoles, o governo está promovendo uma acelerada expansão dos centros urbanos no interior, muitas vezes destruindo vilarejos, fazendas e templos históricos para dar lugar a torres e arranha-céus. A China já tem 11 cidades com mais de 5 milhões de habitantes, entre as quais megalópoles como Xangai (15,8 milhões), Pequim (13,2 milhões), Cantão (11 milhões), Shenzhen (8,5 milhões) e Tianjin (8,2 milhões). Também já abriga 40 cidades com mais de 1 milhão de moradores.[...] Como os camponeses entrarão no mercado de trabalho? Essa é uma das preocupações do governo. O escritor americano Tom Miller, residente em Pequim desde 2002, revela que muitas das novas cidades planejadas que estão surgindo no país já nascem com submundo. [...] Ainda é incerto se a grande onda de urbanização vai produzir um novo aumento da prosperidade na China, um grande contingente de marginais urbanos ou ambas as alternativas. De acordo com Tom Miller, se o governo conseguir realmente movimentar 250 milhões de pessoas até 2025, em 2030 o país poderá ter mais de 1 bilhão de habitantes urbanos. Com esses números, uma coisa é certa: o modo como eles viverão irá determinar o futuro da civilização. VELOSO, Larissa. China em movimento. Disponível em:<https://www.revistaplaneta.com.br/china-em-movimento/>. Acesso em: 29 mar. 2019. De acordo com o texto, qual é a principal preocupação em relação ao resultado do processo de urbanização chinês? < https://www.revistaplaneta.com.br/china-em-movimento/> Mudanças na agricultura chinesa e na migração para as cidades Desde o final da década de 1970, quando se ini- ciou o processo de abertura econômica da China, centenas de milhões de pessoas deixaram o campo e passaram a habitar alguma cidade chinesa (gráfico ao lado). Esse êxodo rural se deve também à modernização da agricultura chinesa, que visa se integrar mais às indústrias e se tornar informatizada, no modelo do agronegócio. Além disso, medidas do governo incen- tivam a saída do campo, permitindo aos camponeses alugarem as terras em que trabalhavam e, ao mesmo tempo, dispor de benefícios próprios dos moradores das cidades, como escola, moradia e pensão. O maior deslocamento populacional da história, responsável pela virada urbana da população chine- sa, está em pleno curso. Sobre esse tema, confira o texto a seguir. Fonte: ONU. World urbanization prospects: the 2018 revision, Online Edition. 0 20 40 60 80 100 Urbana 11,8 16,2 17,4 19,4 26,4 35,9 49,2 61,4 70,6 Rural 88,2 83,8 82,6 80,6 73,6 64,1 50,8 38,6 29,4 * 2020 e 2030: estimativas. 90 70 50 30 10 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 9o. ano – Volume 314 A ONU projeta menos de 40% dos chineses vivendo no campo em 2020. A principal preocupação revelada no texto em relação ao pro- cesso da urbanização da China está na capacidade de absorção do camponês no mercado de trabalho e nas condições de vida dessa nova população urbana. Relacione os modelos agrícolas às suas respectivas características. Organize as ideiasDevido à sua importância econômica e cultural, as metrópoles exercem influência sobre determinada área ao seu redor, cons- tituindo aglomerações urbanas de vários municípios. No interior dessa aglomeração, manchas urbanas de diferentes municípios se encontram fisicamente, em razão de seu crescimento, fenômeno denominado de co- nurbação. © Ge tty Im ag es /A na do lu A ge nc y/ M eh m et Fa tih A sla n • Sítio arqueológico da cidade de Göbekli Tepe, na Turquia, 2018 ( 1 ) Agricultura itinerante ou tropical do sul e sudeste asiático. ( 2 ) Agricultura de jardinagem. ( 3 ) Plantation. ( 4 ) Agricultura moderna e multifuncional europeia. ( 5 ) Agricultura moderna, irrigada e em cooperativas de Israel. ( 6 ) Agricultura moderna japonesa. ( 2 ) Influenciada pelas monções, desenvolvida em vales e encostas de cadeias de montanhas e outras elevações, seguindo as mes- mas cotas de altitude das curvas de nível. ( 6 ) Mescla conhecimentos e métodos milenares com o uso de tecnologia moderna, a falta de espaços com a inventividade no cultivo em diferentes superfícies, como no caso da hidroponia. ( 5 ) Nos kibutzim, a terra e os fatores de produção pertencem à comunidade, que se utiliza de recursos modernos e obtém sa- fras de elevada produtividade. ( 3 ) Típica de grandes extensões rurais situadas na região equato- rial e baseada em plantio de árvores de onde são obtidos re- cursos como o óleo de palma e o látex. ( 1 ) Esse tipo de agricultura é caracterizado pela exploração de uma dada área até sua exaustão, para, em seguida, ser desloca- da para outro terreno, que será queimado e desmatado para o cultivo. ( 4 ) Além da agricultura de alta produtividade, de precisão, prefe- rencialmente orgânica, a unidade rural explora outras ativida- des econômicas, como o turismo e a pesquisa agropecuária. Espaço urbano A história da urbanização mundial tem importantes capítu- los na Ásia e na Europa. O continente asiático abriga os vestígios arqueológicos das primeiras cidades do mundo, fundadas há milhares de anos. Na Europa se desenvolveu o primeiro grande surto de urbanização como efeito quase imediato da Revolução Industrial, formando as imensas metrópoles. E, da mesma forma que vem ocorrendo atualmente em vários países da África, na Índia e principalmente na China, as grandes cidades europeias do final do século XVIII se expandiam, sobretudo graças ao êxodo de trabalhadores do campo. Primeiras cidades As ruínas de Göbekli Tepe, no sudeste da Turquia, na bacia do Rio Eufrates, podem testemunhar a mais antiga cidade criada no globo, datando de mais de 11 mil anos atrás. Outros sítios arqueológicos das primeiras cidades do mundo, fundadas por civilizações da antiga Mesopo- tâmia, como os assírios, hititas, sumérios, babilônicos, fe- nícios, entre outros, também se situam no Oriente Médio, em território atualmente na Turquia, Síria, Iraque e Líbano. Geografia 15 Sugestão de retomada de conceitos.4 Nos atuais territórios do Egito, Paquistão, Índia e China, aglomerações urbanas pioneiras também foram criadas há milênios. Para essas socieda- des, as planícies aluviais dos rios Nilo, Tigre e Eufrates, Indo e Ganges, Huang-He (Amarelo) e Yangtse (Azul) eram elementos fundamentais para a sua fixação, seu povoamento e desenvolvimento. As áreas costeiras do Mediterrâneo Oriental, como as penínsulas e as ilhas da atual Grécia e Chipre, também ofereciam as condições básicas para o estabelecimento de sociedades sedentárias e, ao mesmo tempo, agrícolas e urbanas: abas- tecimento, transporte, energia e, no caso dos rios, a irrigação. As planícies aluviais são superfí- cies planas formadas por sucessivas deposições de sedimentos trans- portados pelos rios no decorrer de milhares de anos. Os solos de suas margens são, em geral, bastante fér- teis e periodicamente inundados. Principais cidades no mundo entre 3700 a.C. e 1 d.C. Fonte: WATCH how cities spread across the world over 6,000 years. Disponível em: <https://www.weforum.org/agenda/2016/08/cities-spread- world-6000-years/>. Acesso em: 28 mar. 2019. Adaptação. Das cidades que persistiram e continuaram a se desenvolver até os tempos atuais, as mais antigas também se situam nas referidas regiões da Eurásia. Entre essas, destacam-se: Sidon, Tiro e Biblos, no Líbano, Venares, na Índia, e as capitais Damasco (da Síria) e Atenas (da Grécia). Do período do Império Romano, Roma – a grande capital – e outras cidades foram fundadas pelos roma- nos ou se expandiram no interior do vasto território, como Londres, no Reino Unido, Colônia, na Alemanha, e Istambul, na Turquia. Antes denominada de Constantinopla e, sob domínio bizantino, de Bizâncio, Istambul situa-se em área geopoliticamente estratégica: entre os mares Negro e Mediterrâneo e entre a Europa e a Ásia. Essa cidade foi edificada na encruzilhada de rotas comerciais e no encontro de diferentes civilizações e suas respectivas culturas. Ta lit a Ka th y Bo ra • Atenas, cidade milenar, Grécia, 2018 ©Fotoarena/Depositphotos/olgacov 16 Sugestão de animação gráfica.5 Relacione os conhecimentos da geografia urbana com a história das antigas civilizações baseando-se no mapa da página 16. Que civilizações podem ser associadas às primeiras importantes cidades apresentadas no mapa nos con- tinentes seguintes? • Na Ásia • Na Europa • Na África • Na América (pesquise em outras fontes para responder a este item). Atividades Primeiro surto de urbanização: as cidades industriais do século XIX + Zoom [...] A escavação para a ampliação do metrô londrino é considerada o maior projeto arqueológico em andamento hoje no Reino Unido e o maior projeto de infraestrutura da Europa, com um orçamento de 18 bilhões de euros. São 118 quilômetros de escavação, que já revelaram nada menos que 40 sítios arqueológicos. [...] Mas muito antes disso, até 9 mil anos atrás, a região hoje ocupada pela capital britânica já abrigava assenta- mentos humanos, como também revelaram as escavações, num raro achado. [...] Os sítios arqueológicos descobertos confirmam que homens viveram no Tâmisa neste período. E a concentração de peças de sílex encontradas revela que era uma área muito importante como fonte de material e na fabricação de ferramentas usadas pelos primeiros lon- drinos, que viviam e caçavam nas ilhas do Tâmisa. © Gl ow im ag es /A FP /J us tin Ta lli s Civilizações mesopotâmicas (como a da Babilônia); civilizações indianas (do Rio Indo e do Rio Ganges); do leste chinês (nas planícies dos rios Huang-He e Yangtse e na costa nordeste). Civilizações grega e romana (que floresceram principalmente em torno do Mar Mediterrâneo). Civilização egípcia (ao longo do Baixo Nilo e do Delta do Nilo). Civilizações asteca (no México); maia (no sul do México e parte da América Central); inca (no Peru). • Docas do Rio Tâmisa, Londres, década de 1870 • Escavação arqueológica descobre centenas de vítimas de epidemias na Londres dos anos 1600. Foto de 2015 OS TRÊS MIL ESQUELETOS do metrô de Londres. Disponível em: <https://oglobo. globo.com/sociedade/ciencia/os-tres-mil-esqueletos-do-metro-de-londres-9436711>. Acesso em: 30 nov. 2018. Os novos instrumentos e métodos agrícolas que passaram a ser implementados no campo e a invenção da máquina a vapor acelera- ram a produção de diferentes bens e seu respectivo comércio, princi- palmente pela Europa, desde a metade do século XVIII. Ao mesmo tempo em que milhares de camponeses eram substituí- dos por equipamentos e métodos de trabalho rural, fumegantes cha- minés indicavam atividade a pleno vapor nas cidades. Na ilha britânica, onde a exploração do carvão mineral dinamizava a Revolução Industrial, as ruas de muitas cidades, como Manchester, Bristol e Londres, se agita- vam com a numerosa população que chegava do campo. Na década de 1830, Londres era a maior e mais movimentada cida- de do mundo, uma metrópole que se expandia em ambas as margens do Rio Tâmisa e já contava comcerca de 1,6 milhão de habitantes. © Ge tty Im ag es /H ul to n Ar ch iv e Geografia 17 Além desses achados, as escavações para a obra da rede de circulação subterrânea do metrô de Londres revelaram objetos e afrescos romanos datados de 60 d.C. e centenas de esqueletos de vítimas das epidemias que reduziram drasticamente a população europeia nos séculos XVI e XVII. As características da infraestrutura e arquitetura urbanas de cada época se sobrepõem, das mais recentes, próximo à superfície, às mais antigas, nas camadas mais profundas. Descubra se em sua cidade, ou em uma cidade importante da região, há pesquisas arqueológicas revelando antigos cenários urbanos. Caso haja estudos arqueológicos, registre quais são os principais achados e, em seguida, compartilhe as informações com seus colegas, sob orientação de seu professor. O novo arranjo espacial organizado pela Revolução Industrial logo atravessou o Canal da Mancha e o Mar do Norte, espalhando-se pela parte continental da Europa, principalmente nas proximidades das minas de carvão. A paisagem das principais cidades, desde a Bélgica até o oeste da Rússia, se modificava tão rapidamente quanto a quantidade crescente de sua população. Altas chaminés e suas indústrias deixavam as cidades e sua atmos- fera cinzentas. Estações ferroviárias, portos e lojas comerciais cresciam, enquanto crescia o número de agências bancárias e de escritórios empresariais. © Gl ow im ag es /A FP /F ra nc k Fif e Identifique no mapa político da Europa, na página 1 do material de apoio, algumas das cidades europeias que tiveram crescimento acentuado entre os séculos XVIII e XIX, motivado pela industrialização: Londres, Liver- pool, Manchester e Glasgow, no Reino Unido; Amsterdã, nos Países Baixos; Bruxelas, na Bélgica; Paris, Lyon e Marselha, na França; Milão e Florença, na Itália; Hamburgo e Berlim, na Alemanha; Varsóvia e Gdansk, na Polônia; Moscou e São Petersburgo, na Rússia. Com o auxílio de um atlas, insira-as no mapa. No início do século XX, muitas dessas cidades europeias estavam entre as mais populosas cidades do mundo. Durante a Segunda Guerra Mundial, várias delas e seus polos industriais foram arrasados durante bombardeios. Olhar geográfico • Encenação de uma típica cena urba- na da Revolução Industrial, com suas imensas chaminés, atmosfera en- fumaçada e centenas de operários, apresentada durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres 9o. ano – Volume 318 Sugestão de filme.6 Enquanto o crescimento da população das cidades do continente europeu, de um modo geral, se tornou gradativamente mais lento a partir da segunda metade do século XX, na Ásia, várias metrópoles despontavam com a 2ª. onda de urbanização. No entanto, Pequim, capital chinesa e, principalmente, Tóquio, a capital do Ja- pão, já eram muito populosas no início do século XX. Fundada em 1457, Tóquio teve grandes desastres em sua história: incêndios, terremotos e bombardeios. Esse último fato provocou, entre 1944 e 1945, a fuga de milhões de pessoas da capital japonesa. Estima-se que, em 1940, cerca de 7 milhões de pessoas habitavam a região de Tóquio e, ao final da Segunda Guerra Mundial, essa população se reduziu à metade. Atualmente, Tóquio é a metrópole mais populosa do mundo, com cerca de 37 milhões de habitantes. Ao lado de Nova Iorque e Londres, a capital japonesa é um dos principais centros financeiros do globo. Confira na página 2 de seu material de apoio a lista das 20 mais populosas aglomerações urbanas do mundo, conforme relatório das Nações Unidas em 2016. © Sh ut te rs to ck /E ve re tt Hi st or ic al © Sh ut te rs to ck /J ay K on g Consulte a lista das 20 metrópoles mais populosas do mundo (na página 2 de seu material de apoio) e preencha o quadro a seguir indicando a porcentagem de aglomerações urbanas de cada continente que estão nesse ranking. Trata-se de uma atividade de estatística e demografia. Para tanto, identifique o continente em que se localiza cada uma dessas cidades (no caso de Istambul, considere-a como uma metrópole eurasiática, já que a parte oeste da cidade está na Europa, e a oriental, na Ásia). DISTRIBUIÇÃO DAS 20 AGLOMERAÇÕES URBANAS MAIS POPULOSAS Continente Número de aglomerações urbanas no continente Distribuição porcentual no continente das 20 mais populosas aglomerações urbanas África 2 10% América 5 25% Ásia 12 60% Europa 0 0% Oceania 0 0% Europa e Ásia (ao mesmo tempo) 1 5% Atividades • Tóquio em ruínas, após o grande terremoto de 1923, e atualmente, mais de 80 anos depois Geografia 19 Orientações para a execução da atividade.7 Segundo surto de urbanização: as metrópoles asiáticas A combinação dos fenômenos de urbanização e industrializa- ção que cerca de duzentos anos antes havia se desencadeado na Europa eclode com força na periferia econômica do mundo por vol- ta de 1950. Com forte contribuição do êxodo rural, algumas cidades latino-americanas, asiáticas e africanas se expandem rapidamen- te, estendendo e inchando suas periferias. Como ocorria no Brasil, principalmente na Região Sudeste, em torno de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, polos industriais se constituíam não ape- nas de centenas de fábricas, mas de populosas vilas operárias e de concorridas áreas comerciais nas cidades do mundo oriental. Na Ásia, cidades indianas que já se destacavam pela sua longa história cresceram aceleradamente, interli- gadas por ferrovias, rodovias e por redes de telefonia. Além da capital Nova Délhi, as áreas metropolitanas de Mumbai (ou Bombaim) – centro industrial de tecnologia informacional – e Calcutá, entre outras, tornaram-se megacidades antes do final do século XX. Nas últimas décadas do século XX e início do atual século, somam-se às superpopulosas concentrações ur- banas da Índia diversas outras localizadas na China, testemunhando o grande êxodo rural em curso nesse país e também em outros países do sul, sudoeste e sudeste da Ásia, entre as quais se destacam Dacca (Bangladesh); Teerã (Irã); Karachi e Lahore (Paquistão); Jacarta (Indonésia); Manila (Filipinas); Bangcoc (Tailândia). No Extremo Oriente: Xangai, Pequim, Chongqin, Guangzhou, Tianzin e Schenzhen (China); Tóquio, Osaka e Nagoya (Japão) e Seul (Coreia do Sul). Como ocorreu no Brasil e em outras partes da América Latina, o desenvolvimento das cidades asiáticas, de um modo geral, se deu no contexto do segundo surto de urbanização mundial. Uma diferença, contudo, deve ser citada: na Ásia, principalmente na Índia e na China, esse processo segue em acelerado avanço, que se iden- tifica na transferência da população rural para as cidades. O ritmo de expansão das metrópoles brasileiras, no entanto, com algumas exceções, vem diminuindo, tornando-se menos intenso. © Sh ut te rs to ck /R ad io ka fk a • Calcutá, a terceira cidade mais populosa da Índia, 2016 Cartografar 1. No mapa político da Ásia, na página 3 de seu material de apoio, assinale com um ponto algumas das mais importantes metrópoles asiáticas. Para isso, consulte em um atlas o mapa político que contenha as principais cidades asiáticas e, tendo como referência os contornos dos países, localize-as de forma apro- ximada. Para diferenciá-las de acordo com a população (ONU – 2016), represente os pontos correspon- dentes às grandes cidades com as cores descritas abaixo (utilize um lápis de cor ou caneta) e indique, ao lado do ponto, seu respectivo número: • Pontos vermelhos para as seguintes metrópoles com mais de 10 milhões de habitantes (megacidades): Tóquio (Japão); 2 – Osaka (Japão); 3 – Seul (Coreia do Sul); 4 – Pequim (China); 5 – Xangai (China); 6 – Guangzhou (ou Cantão, na China); 7 – Dacca (Bangladesh); 8 – Nova Délhi (Índia); 9 – Mumbai (Índia); 10 – Calcutá (Índia); 11 – Karachi (Paquistão); 12 – Jacarta (Indonésia); 13 – Manila (Filipinas); • Pontos azuis para as seguintes metrópoles com população entre 5 e 10 milhões de habitantes: 14 – Hong Kong(China); 15 – Nagoya (Japão); 16 – Bagdá (Iraque); 17 - Teerã (Irã); 18 – Lahore (Pa- quistão); 19 – Kuala Lumpur (Malásia); 20 – Manila (Filipinas); 21 – Bangcoc (Tailândia); 22 - Ho Chi Minh (Vietnã); 23 – Riad (Arábia Saudita). megacidades: aglomerações urbanas cuja população ultrapassa 10 milhões de habitantes. De acordo com o relatório da ONU The world’s cities in 2016, naquele ano já se contabilizavam 31 megacidades. 9o. ano – Volume 320 2. No mapa político da Oceania, na página 4 de seu material de apoio, localize, de forma aproximada, com pontos de cor verde e seus respectivos números, as principais cidades desse continente, cujas populações (conforme ONU – 2016) se encontram entre 1 e 5 milhões de habitantes: 22 – Sydney (Austrália); 23 – Melbourne (Austrália); 24 – Brisbane (Austrália); 25 – Perth (Austrália); 26 – Adelaide (Austrália); 27 – Auckland (Nova Zelândia) Modernas cidades no deserto arábico Na orla do Golfo Pérsico, exibem-se altos e envidraçados arranha-céus de arquitetura futurista, largas aveni- das e parques urbanos forjados como jardins em oásis no deserto. Uma vista superior dessa costa revela formas de palmeiras e outras figuras desenhadas sobre o mar por meio de aterros. © NA SA © NA SA • Imagem de satélite mostra a evolução dos arranjos espaciais na orla costeira de Dubai, Emirados Árabes Unidos. À esquerda, imagem de 2000 e, à direita, de 2011 Cidades de pequenas monarquias situadas na Península Arábica, como Dubai, Abu Dhabi, Doha e Manama, são exemplos dessas novas paisagens urbanas. As duas primeiras localizam-se nos Emirados Árabes Unidos, a terceira no Qatar e a última, no Bahrein. Trata-se de luxuosas cidades construídas pelas divisas adquiridas com a exportação do petróleo e pela numerosa mão de obra procedente principalmente do Paquistão, Índia, Nepal e Bangladesh. Mais de 75% da atual população desses países é composta de imigrantes que encontram, na costa do Golfo Pérsico, oferta de trabalho. • Sonapur, nas imediações de Dubai, onde residem cerca de 200 mil trabalhadores imigrantes. Foto de 2006 As condições precárias de trabalho e de alojamen- tos na periferia de Dubai e outras cidades contrastam com o requinte exibido pelas modernas cidades er- guidas por esses operários. Sob esse ponto de vista, a exuberância e modernidade de Dubai e das outras joias urbanas do Golfo Pérsico perdem um pouco de seu brilho. O florescimento dessas cidades acompanha o impulso e o crescimento da globalização econômica e cultural. Elas atraem para si escritórios de diversas empresas de diferentes regiões do mundo, eventos artísticos e esportivos, como competições de auto- mobilismo e de futebol. © Ge tty Im ag es /A FP /R ab ih M og hr ab i Geografia 21 Análise de pirâmides etárias e sugestão de site.8 Um número crescente de rotas aéreas passando por seus aeroportos tornou-as mais do que meras escalas para conexões entre o Ocidente e o Oriente, mas, frequentemente, paradas prolongadas que aquecem uma das atividades econômicas mais rentáveis na região: o turismo. Rotas aéreas que partem ou se dirigem a Dubai (2014) Fonte: FLYNN, David. Emirates route map puts Dubai at the centre of the world. Disponível em: <https://www.ausbt.com.au/emirates-new-route- map-puts-dubai-at-the-centre-of-the-world>. Acesso em: 30 nov. 2018. Adaptação. Ta lit a Ka th y Bo ra Cidades sustentáveis: alternativas atuais e para o futuro Desde a década de 1970, quando se realizou a primeira grande conferência ambiental promovida pela ONU, em Estocolmo, na Suécia, as preocupações com a melhoria da qualidade de vida e a busca por medidas que garantam não apenas o desenvolvimento da economia planetária, mas também o seu próprio futuro, projetos e ações sustentáveis começaram a ser desenvolvidos em áreas rurais e urbanas. Entre os diversos exemplos que já se concretizam e outros que se planejam, destacam-se uma série de cidades europeias, asiáticas e da Oceania, como: © Sh ut te rs to ck /S hu an g Li • Além do acesso à saúde, educação e cultura, a infraestrutura de transporte coletivo evidencia a organização do espaço urbano de Melbourne, Austrália. Foto de 2018 • Melbourne (Austrália) e Viena (Áustria), que têm sido seguidamente conside- radas como as melhores cidades para se viver, em estudos que consideram como principais critérios assistência médica, cultura, meio ambiente e infraes- trutura. Nessa mesma lista, aparecem outras duas cidades da Austrália: Perth e Adelaide. 9o. ano – Volume 322 © Sh ut te rs to ck /W id bi bt ay a Ph ot o • Seul (Coreia do Sul), Praga (República Tcheca), Munique e Frankfurt (Alemanha) apresentam grande extensão de suas áreas verdes, além de outras me- lhorias ambientais de seus espaços urbanos. © Sh ut te rs to ck /S te ve H ea p • Cingapura (Cingapura), pela qualidade, abrangência e reaproveitamento da água que consome, tratada por meio do processo de dessalinização da água oceânica. • Zurique (Suíça), Hamburgo (Alemanha), Londres (Reino Unido), Estocolmo (Suécia) e Copenhague (Dinamarca), prin- cipalmente pela mobilidade urbana em que se incentiva o uso do transporte coletivo em detrimento do uso de automóveis particulares, com o intuito de reduzir emissão de carbono, ruídos e poluição atmosférica, responsável pela formação do smog e por contribuir para doenças respiratórias. Na capital dinamarquesa, reconhecida mundialmente por suas ideias inovadoras em relação à sustentabilidade urbana, cerca de metade da população utiliza cotidianamente a bicicleta como meio de transporte. © Fo to ar en a/ Al am y/ pa ny a kh am tu y • Parque linear às margens do Rio Cheonggyechon, em Seul. Foto de 2017 Esse parque representou um projeto de revitalização do curso fluvial e de suas margens. Na China e na Coreia do Sul, desde o início desse século, projetos de desenvolvimento de novas cidades, denominadas “cidades inteligentes”, que conciliam as ideias de cuidado com o ambiente ao uso das tecnolo- gias informacionais, estão em pleno andamento. A cidade de Songdo, na Coreia do Sul, começou a ser criada em 2003 e seis anos depois o projeto se desenvolvia com incentivos e investimen- tos do governo. Com várias opções de mobilidade e 40% de sua superfí- cie destinada a áreas verdes, a cidade foi projetada para o uso de sensores subterrâneos que detectam o tráfego e, quando necessário, fazem a re- programação dos semáforos. A expectativa dos planejadores de Songdo, porém, não vem se concretizando em relação à fixação de empre- sas e pessoas na nova cidade. Atualmente, a cidade inteligente conta com apenas 70 mil moradores, quando eram aguardados, aproximadamente, 300 mil. As obras e as esperanças na cidade, contudo, seguem em frente. Também para cerca de 300 mil moradores é o projeto da nova área urbana de Tianjin (China), organizado em parceria pelos governos da China e Cingapura e contando, ainda, com financiamento do Banco Mundial. Outro empreendimento visando a cidades alternativas na China é batizado de Valle XL, na região de Xinglong, pouco mais de 100 km a nordeste de Pequim, ou 20 minutos de trem em alta velocidade. O local deverá se tornar referência e sede de diversos eventos relacionados à arte e à sustentabilidade. • Uso de bicicletas como opção de mobilidade urbana em Copenhague, Dinamarca. Foto de 2017 • Songdo: a jovem “cidade inteligente” da Coreia do Sul. Foto de 2015 Geografia 23 Sugestão de leitura.9 © Ge tty Im ag es /B lo om be rg /T om oh iro O hs um i • Fujisawa, cidade sustentável e inteligente, Japão. Foto de 2014 Organize as ideias Complete o quadro referente à urbanização eurasiática e da Oceania citando algu- mas características próprias de cada fase ou modelo de urbanização e exemplos de cidades e dos países ou regiões em que eles ocorreram (ou ainda ocorrem). Fase ou modelo de urbanização Características/períodos em que se deu a urbanização Exemplo de cidades(e países ou regiões em que se situam) 1°. onda ou surto de urbanização Urbanização acompanha o desencadeamento da Re- volução Industrial (em sua 1ª. e 2ª. fase), a partir do final do século XVIII, e do êxodo rural. Cidades crescem em população e em más condições sanitárias, em razão da poluição de sua atmosfera (pelas indústrias), das águas e do solo urbanos. Europa Ocidental, iniciando-se no Reino Unido, alcança, mais tarde, a América do Norte, Japão e Austrália. Londres, Paris, Bruxelas, Berlim, Hamburgo, Milão, Varsóvia, Tóquio. 2°. onda ou surto de urbanização Urbanização que também se relaciona com êxodo rural e industrialização tardia. O processo se dá de forma mais acelerada (em menos tempo) do que a 1ª. onda de urbanização. As metrópoles e seu entorno expandem-se, em geral, de forma descontrolada e com segregação espacial. Na Ásia, parte da Oceania, América Latina e, mais re- centemente, África. Maior aceleração da urbanização nas últimas três décadas: China e Índia. Nova Délhi, Calcutá, Teerã, Bagdá, Jacarta, Bangcoc, Manila, Dacca, Karachi, no sul e sudeste asiático, em sua maioria, e no Oriente Médio. Modernas cidades árabes Urbanização planejada, com espaços bem distintos e segregados (bairros de alto padrão e áreas de grande carência de infraestrutura básica). Arquitetura e urba- nismo com linhas futuristas e arrojadas. Urbanização relacionada à Terceira Revolução Industrial (meio técnico-científico-informacional) e à globalização, destacando-se como centros financeiros, comerciais e turísticos. Pequenas monarquias da Península Arábica, na costa oeste do Golfo Pérsico, no Oriente Médio: Dubai e Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), Doha (Qatar) e Manama (Bahrein). Cidades sustentáveis e inteligentes Projetos urbanísticos que levam em conta estratégias de sustentabilidade, relacionados à mobilidade, redu- ção de consumo de energia e emissão de carbono, uso de fontes renováveis de energia, valorização de áreas verdes e agricultura urbana, meios de transporte, empresas e lares informatizados e conectados, entre outros. Primeiras experiências na Europa, em seguida, América do Norte, Oceania e, mais recentemente, no Extremo Oriente. Copenhague, Zurique, Melbourne, Amsterdã, Londres, Seul, Songdo, entre outras. Como um dos focos do desenvolvimento de cidades in- teligentes é o setor financeiro, apostando na maior conec- tividade por vias informacionais e composição de redes de empresas que se instalam e investem nos novos espaços, em geral, na base de seus projetos, há uma grande empresa ou parceria de empresas e administração pública. Em 2014, por meio do projeto de um consórcio de oito empresas, foi inau- gurada no Japão, a cerca de 50 km ao sul de Tóquio, a Cidade Sustentável e Inteligente (Sustainable Smart Town – SST, em inglês) de Fujisawa. Essa cidade tem serviços de compartilha- mento de carros e bicicletas elétricas, é abastecida pela ener- gia solar e seus moradores recebem incentivo financeiro para diminuir o consumo de eletricidade. Os exemplos apresentados no Extremo Oriente são experiências pioneiras de cidades sustentáveis e integra- das. Ao que tudo indica, apontam uma nova forma de urbanização e de relações entre os cidadãos e as cidades. 9o. ano – Volume 324 Aprofundamento do tema “sustentabilidade urbana”.10 Hora de estudo 1. Identifique nas fotografias a seguir os modelos agrícolas adotados. Escreva o nome do modelo, suas prin- cipais características e cite uma região ou país em que ele é praticado. FOTOGRAFIA I a) Modelo agrícola: Agricultura de jardinagem. b) Principais características: Utiliza técnicas milenares bastante aplicadas na rizicultura (cultura do arroz), base da agricultura de vários países asiáticos, realizada em vales inundáveis durante as monções de verão e nas encostas de morros, por meio de terraços, que armazenam a água e reduzem o processo erosivo. c) Região ou país em que é praticado: Ásia Meridional ou Ásia Monçônica: Índia, Bangladesh, Nepal; Sudeste Asiático: Tailândia, Vietnã, Laos, Indonésia, Filipinas; Extremo Oriente: China, Japão, Coreia do Sul. FOTOGRAFIA II a) Modelo agrícola: Agricultura moderna e irrigada em deserto. b) Principais características: Utiliza técnicas modernas de melhoria das condições do solo, distribuição da água por meio da irrigação, insumos e modernos equipamentos e maquinários, instrumentos de precisão e de informatização de dados da produção e das condições meteoro- lógicas e do solo. c) Região ou país em que é praticado: Israel, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e outros países do Oriente Médio, na Ásia; Austrália, na Oceania, além de outras regiões desérticas, como no sudoeste dos Estados Unidos. © Sh ut te rs to ck /S ea n Pa vo ne © Sh ut te rs to ck /T om m oT 25 © Sh ut te rs to ck /J os e L V ilc he z 2. Para aumentar a produtividade e competitividade da agricultura no continente, a União Europeia defi- niu uma série de medidas válidas para o setor agrícola de seus membros. Cite três importantes medidas adotadas. Podem ser citadas: o incentivo à implantação da agricultura de precisão, informatizada, do monitoramento da qualidade dos produtos, das restrições às plantas geneticamente modificadas, do uso de técnicas e tecnologias sustentáveis e o incentivo para a implantação de fazendas multifuncionais. 3. Em relação à modernização da agricultura indiana realizada a partir da década de 1960, explique, resumi- damente, as ideias antagônicas (ou contrárias) a respeito da chamada “Revolução Verde”. As mudanças no modelo agrícola baseado na “Revolução Verde”, com uso de fertilizantes, organismos geneticamente modificados, entre outros recursos, incrementou a produtividade da agricultura indiana. Porém, a dependência em relação a tais componentes e modelos de financiamento, além do destino prioritário para exportação, em vez de atender principalmente a demanda interna e solucionar o problema da fome, são aspectos questionados do modelo da “Revolução Verde”. 4. Campo e cidade nunca estiveram tão próximos como na atualidade. Isso ocorre por conta das redes de produção e comércio, interligadas pela tecnologia informacional, ou, ainda, por estratégias adotadas em algumas cidades: telhados verdes, em que se cultiva jardim no alto de prédios e de casas; ampliação das áreas de jardins e parques urbanos e a agricultura de hortaliças e pomares desenvolvidos em quarteirões ou, como na fotografia a seguir, no alto das edificações urbanas. Confira a imagem abaixo e, depois, res- ponda às questões. • Agricultura urbana: jardins e hortas em telhado de edifí- cio no distrito de Panyu, em Guangzhou, no sudeste da China. Foto de 2017 a) Em sua opinião, que razões levam à prática da agricultura urbana, como o cultivo em terraços de edifícios? Fatores como a sustentabilidade e a valorização da produção local. b) Em qual tendência urbana essa prática se enquadra? Pessoal, contudo, podem-se esperar respostas que apresentem a busca da produção de alimentos saudáveis, livre de agrotóxicos e, quando possível, de organismos geneticamente modificados e outras razões como a economia de gastos, incluso os de deslocamento, a ligação com o meio rural e o entretenimento. 26 8 No interior desse globo, há um museu de física contemporânea e, no subsolo, próximo a esse prédio, está o LHC, o Grande Colisor de Hádrons (em inglês Large Hadron Collider), o superacelerador de partículas cuja circunferência total é de 27 km e que se situa na fronteira entre a Suíça e a França. Que pesquisas são realizadas no LHC e com que finalidade? Troque ideias com seus colegas e, com o auxílio de seu professor, debatam sobre essa questão. © Sh ut te rs to ck /D om in io na rt Revolução Técnico-Científico- -Informacional e organização econômica da Ásia, da Europa e da Oceania • Globo da Ciência e Inovação do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear, em Genebra, próximo ao LHC– Grande Colisor de Hádrons, ou superacelerador de partículas, 2016 27 No LHC se estuda a física das partículas atômicas e subatômicas. Para isso, promovem-se colisões em altíssima velocidade entre partículas no interior do duto circular de 27 km. Entre os principais objetivos dessas pesquisas estão explicar a origem da massa das partículas elementares e, com isso, explorar o que podem ter sido os primeiros momentos da formação do Universo, além da capacidade de geração de energia e de outras partículas. Im ag en s: © Gl ow im ag es /A FP /F ab ric e Co ffr in i, © Fo to ar en a/ Al am y/ Zu m a P re ss , In c/ Ge or ge G ra ss ie • Reconhecer o processo de formação do espaço industrial e tecnológico nos continentes eu- ropeu, asiático e no da Oceania e suas relações de poder político e econômico, com destaque para o atual fortalecimento da indústria e da pesquisa tecnológica chinesa. • Compreender os motivos de formação dos blocos econômicos da Europa, Ásia e Oceania, seus principais intercâmbios comerciais, suas expressões políticas e contradições. ObjetivosObjetivos O LHC, ou Grande Colisor de Hádrons, que são partículas subatômicas, é um dos principais exemplos da capacidade de investimento em pesquisa e desenvolvimento da Europa. Trata-se de tecnologia de ponta, um tipo de aplicação de recursos no setor industrial das regiões economicamente mais desenvolvidas do globo. Outras estruturas similares, com extensão ainda maior que a do LHC de Genebra, estão em construção ou em projeto para as duas próximas décadas. Prevê-se para 2025 a conclusão de um projeto com um túnel de comprimento entre 50 e 100 km na China e outro para 2035, na Europa, ocupando possivelmente uma área ainda maior. Cerca de 200 anos depois da eclosão da Revolução Industrial na Inglaterra e após o final da Segunda Guerra Mundial, o mundo assistia ao desenvolvimento do meio técnico-científico-informacional, caracteri- zado pelos avanços nas pesquisas científicas, tanto das grandes dimensões do espaço cósmico quanto do microuniverso do interior dos átomos, da eletrônica e da genética. • LHC: área ocupada (em 2009) e visão de um pedaço do superacelerador de partículas, 2013 Indústria e tecnologia O subsolo do oeste da ilha da Inglaterra e do País de Gales, na ilha da Grã-Bretanha, transformou a superfície do planeta a partir de meados do século XVIII: das minas de carvão, que forneciam energia para as máquinas a vapor, às fábricas que se multiplicavam, às ferrovias e, sobre elas, trens fumegantes, enquanto os oceanos começavam a ser cruza- dos com mais rapidez pelos vapores, o espaço geográfico se reorganizava. Observe o mapa ao lado, que representa as reservas de carvão no subsolo da Grã-Bretanha. Nele é possível perceber que a distribuição do carvão se dá por boa parte do terri- tório e a profundidades diversificadas. Conforme o esgota- mento das reservas mais superficiais e o avanço tecnológico progrediram nos séculos XIX e XX, novas reservas cada vez mais profundas passaram a ser exploradas, sendo o carvão ainda hoje um importante produto para a economia britâni- ca, embora não mais tão determinante como no início. Grã-Bretanha: atuais reservas de carvão (2014) Fontes: MAP of the coal fields of Great Britain; UK’s last deep coal mine Kellingley Colliery capped off. Disponível em: <https://www.bbc.com/news/uk-england-york-north- yorkshire-35803048>. Acesso em: 30 nov. 2018. Adaptação. Ta lit a Ka th y Bo ra 9o. ano – Volume 328 A produção fabril conduziu a Inglaterra e outros países da Europa à supremacia do po- der político e econômico mundial. A amplia- ção da produção de bens e o desenvolvimento do telégrafo, que possibilitou maior rapidez na comunicação à distância e redução do tempo das travessias pelos meios de transporte, como os trens a vapor (movidos a carvão), formavam um mercado cada vez mais global, cujo centro era a Europa. Esse desenvolvimento se dava, contudo, ao custo de péssimas condições de trabalho, de saúde e da exploração da mão de obra, inclusive infantil. Ao final do século XIX, a industrialização alavancada na Europa atra- vessou o Atlântico e se desenvolveu na América do Norte. Nessa mes- ma época, o espaço de produção da América Latina, incluindo o Brasil, baseava-se predominantemente na produção agrícola. O fim do modelo feudal no Japão e o início da Era Meiji marcaram a modernidade no país; na Austrália, o modelo econômico e industrial britânico se instalou na costa leste. Os modos de produção também se transformavam a fim de garantir a elevada produção. A produção em série, de peças passan- do sobre esteiras das fábricas e sendo ininterruptamente montadas por operários de movimentos autômatos, retratados com arte e criticidade no célebre filme de Chaplin, Tempos modernos, sintetiza o modo de tra- balho fabril do início dos anos 1900. Durante o período da Guerra Fria (1945-1991), a União Soviética e os países sob sua influência econômica e política, além da China, desenvol- veram principalmente a indústria de base, explorando o carvão e outros minérios de seu subsolo, como o ferro e o manganês. A industrialização nos países socialistas, como as demais bases econômicas, era planejada, conduzida e controlada pelo Estado. Na metade do século XX, enquanto na Região Sudeste do Brasil se expandiam concentrações industriais, nos países europeus, no Japão e na América do Norte, o nível de desenvolvimento econômico já não se media tanto pelo seu parque industrial. O modelo das empresas trans- nacionais e de suas corporações possibilitava a migração das fábricas para outras regiões do mundo, menos desenvolvidas e com elevada disponibilidade de matéria-prima e de mão de obra barata. A industrialização e, com ela, a urbanização se expandiam no mundo periférico, encontrando em várias regiões do continente asiá- tico, como a Índia e a Indochina (região peninsular compreendida entre a Índia e a China), condições favoráveis para seu desenvolvimento. Na Inglaterra do século XVIII, o meio rural presenciava o surgimento de novos instrumentos de trabalho e o aumento da produção que isso proporcionava dispensava da lida do campo milhares de pessoas. As ruas das cidades se enchiam de pessoas, e parte das indústrias as acolhia. Era a Revolução Industrial, com seu ritmo fre- nético, que nascia e se propagava, inicialmente, pelo continente europeu. Por mais de um século, os produtos manufaturados da Inglaterra e de outros países europeus dominaram o mercado mundial. O Brasil, bem como a maioria dos demais países da América Latina, até o início do século XX era dependente da importação de produtos e da tecnologia europeia, principalmente ingleses. Muitas das ferrovias implanta- das no território brasileiro entre o final do século XIX e o início do século XX foram projetadas e financiadas por companhias britânicas. © Fo to ar en a/ Al am y/ Cl as sic Im ag e A Era Meiji é um período da his- tória do Japão que sucede à de- posição do xogunato (governança feudal) e que corresponde à resti- tuição do Império, sob a liderança de Mutsuhito, entre 1868 e 1912, quando, sob influência europeia e estadunidense, o Japão moderniza sua economia. • Representação do trabalho infantil em mina de carvão no século XIX © Sh ut te rs to ck /Y an gc ha o • Selo da Hungria da década de 1950 que destacava a indústria têxtil e, de certa forma, enaltecia o parque indus- trial e tecnológico que se encontrava sob influência da União Soviética. Geografia 29 Sugestão de filme.1 Enquanto a América Latina se tornava importante base para a expansão geográfica das grandes empresas transnacionais da Eu- ropa e da América do Norte, em vários locais no Extremo Oriente e Sudeste Asiático, com destaque para Coreia do Sul, Taiwan (Chi- na), Malásia, Tailândia, Hong Kong (China) e Cingapura preparavam seu parque industrial no modelo de plataforma de exportação, ou seja, na montagem de bens mecânicosou eletrônicos, cujas pe- ças, tecnologia e investimento provinham do Japão. A produção de bens de consumo não duráveis, como calçados, tecidos e rou- pas, também se desenvolveu intensamente entre os Tigres Asiáti- cos, como passaram a ser denominados esses países, que tiveram entre as décadas de 1960 e 1980 acelerado desenvolvimento. Em contrapartida, Europa, Japão e Estados Unidos, na segunda metade do século XX, e, mais recentemente, China e Índia pas- saram a concentrar investimentos em indústrias e tecnologias de ponta, em diferentes campos da ciência, nos tecnopolos, regiões que agregam universidades, laboratórios, centros de pesquisa, empresas de informática, de desenvolvimento de fontes de ener- gia alternativas, do setor aeroespacial e diversas indústrias da área de alta tecnologia. O domínio do conhecimento científico e das técnicas ou know-how caracteriza, na atualidade, uma das prin- cipais diferenças entre países industrializados desenvolvidos e os industrializados em desenvolvimento. Alguns dos principais parques científicos e tecnológicos ou tecnopolos da Europa, Ásia e Oceania são: Situada na ilha de Formosa, Taiwan é a República da China, um estado insular originado de divergências políticas em re- lação à China continental e que, embora tenha relações comerciais com diversos países do mundo, tem sua independên- cia reconhecida apenas por 22 estados- -membros da ONU e é considerada pela China como parte de seu território. Fonte: UNESCO. Science Parks around the World. Disponível em: <http://www.unesco.org/ new/en/natural-sciences/science-technology/ university-industry-partnerships/science-parks- around-the-world/>. Acesso em: 30 nov. 2018. ÁSIA China Cingapura Coreia do Sul Índia Israel Japão Malásia Hong Kong, Xangai e Guangzhou/Hsinchu e Taipei (Taiwan) Cingapura Incheon e Seul Bangalore Tel Aviv Kyoto e Tóquio Kuala Lumpur EUROPA Alemanha Bélgica Espanha Finlândia França Irlanda Reino Unido Suécia Munique, Dresden e Stuttgart Bruxelas e Liège Madri e Barcelona Helsinki e Oulu Paris, Nice e Lyon Dublin Cambridge, Londres, Edimburgo, Glasgow Estocolmo e Malmo OCEANIA Melbourne, Adelaide, Brisbane Auckland Austrália Nova Zelândia Im ag en s: © W ik im ed ia C om m on s. © W ik im ed ia C om m on s/ SK op p, © W ik im ed ia C om m on s/ Va rio us , © W ik im ed ia C om m on s/ Ia n Fie gg en , © W ik im ed ia C om m on s/ Pe dr oA ., © W ik im ed ia C om m on s/ Zs co ut 37 0 e Hu gh Ja ss Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 7. ed. Rio de Janeiro, 2016. p. 32. Adaptação. Taiwan (China) Ta lit a Ka th y Bo ra 9o. ano – Volume 330 Globalização e transnacionais No início da segunda metade do século XX, um conjunto de processos se consolidou, marcado pela crescente ampliação da rede de comércio internacional e pela expansão do capitalismo financeiro e dos fluxos de capitais. Economias e culturas se tornaram globalmente conhecidas e interconectadas, ao mesmo tempo que houve a sensação de encurtamento das distâncias do globo, proporcionada pelo aperfeiçoamento nos meios de transporte e de comunicação. Ao conjunto dessas transformações, às quais se somaram o desenvol- vimento tecnológico na informática, com a era dos computadores e dos smartphones, na ciência espacial com os satélites artificiais e as missões interplanetárias, na robótica e na nanotecnologia, na diversificação e uso de fontes alternativas de energia, nas pesquisas genéticas, entre outras, deu-se o nome de globalização. Em solos europeu, asiático (especialmente no Japão) e australiano, a globalização se firmou. Com isso, inten- sas redes se estabeleceram. Isso se exemplifica, por exemplo, pela atuação de grandes corporações transnacio- nais, cuja origem está em alguma dessas regiões e países. Em razão das facilidades de transporte e comunicação, entre outros fatores, as transnacionais fracionam cada vez mais o processo de produção de bens e de circulação de capitais no mundo, num fenômeno conhecido como internacionali- zação da produção, ao mesmo tempo que ampliam seu capital por meio da negociação de suas ações nas bolsas de valores. Nos principais polos industriais brasileiros, há grande presença de empresas transnacionais que se beneficiam da farta presença de determinadas matérias-primas, numerosa mão de obra e grande mercado consumidor. De acordo com o Dicionário de economia do século XXI, a bolsa de valores é uma instituição em que se negociam títulos e ações. Olhar geográfico Confira a lista das 20 empresas transnacionais com maior receita presente na página 2 de seu material de apoio e, em seguida, elabore um gráfico de barras com os países-sede das empresas transnacionais. Siga as orientações: Construa as barras considerando os valores já indicados no eixo y, que representam o total de empresas. EUA China Alemanha Países Baixos Japão Reino Unido Coreia do Sul Suíça Itália Distribuição por país das 20 maiores empresas transnacionais (2016) Registre em quais setores estão atuando estas empresas. 20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 Geografia 31 Resposta.2 A ascensão da economia chinesa, decorrente da abertura econômica, principalmente a partir das décadas de 1980 e 1990, teve importante papel no crescimento do comércio mundial e da aceleração dos processos de globalização. Com o crescimento da economia interna e das relações comerciais com o mundo, tanto a China como a Índia, especialmente no atual século, vêm apresentando índices de crescimento do Produto Interno Bruto superiores à média mundial, por diversos anos seguidos. Numa análise geral, sem considerar as particu- laridades de cada região e de cada grupo social desses países, pode-se afirmar que esses dois países vêm se tornando cada vez mais protagonistas no novo cenário da economia globalizada. Atividades Analise os gráficos que se seguem. Exportações e acordos comerciais globais (1995-2013/2015) Fonte: WORLD ECONOMIC FORUM. The world’s free trade areas: and all you need to know about them. Disponível em: <https://www.weforum.org/ agenda/2016/05/world-free-trade-areas-everything-you-need-to-know/>. Acesso em: 3 ago. 2018. China e Índia: PIB per capita (1960-2017), em US$ Fonte: WORLD BANK. GDP per capita (current US$). Disponível em: <https://data.worldbank.org/indicator/NY.GDP.PCAP.CD?locations=CN>. Acesso em: 30 nov. 2018. Os gráficos revelam importantes dados sobre o comércio global e o desenvolvimento econômico dos dois países mais populosos do mundo (China e Índia) nas últimas décadas. A respeito do conteúdo dos gráficos, responda: 1. Que tendência tem se constatado no volume de exportações mundiais e no número de acordos comer- ciais internacionais? 2. O que o gráfico do volume de exportações mundiais revela em relação aos anos 2009 e 2010? Você sabe por que isso ocorreu? Número cumulativo de acordos comerciais Constata-se crescimento nos dois índices, principalmente no número de acordos comerciais internacionais. 5 15 25 20 10 0 1995 97 99 2001 03 05 07 09 11 13 Serviços Em US$ trilhões Commodities Bens manufaturados 100 200 300 250 150 0 1970 75 80 85 90 95 2000 05 10 15 Bens e serviços 50 Bens China 89,52 Índia 0 2000 4000 6000 8000 10000 81,28 113,16 111,25 194,8 263,84 317,88 363,96 959,37 438,86 4560,51 1345,77 8826,99 1939,61 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2017 9o. ano – Volume 332 O gráfico exibe uma queda significativa no conjunto das exportações mundiais, após um acelerado crescimento. Esses dados expressam a consequência da crise financeira de 2008 e 2009, que teve início nos Esta dos Unidos e se espalhou pelas demais regiões do mundo, principalmente nos países mais de- senvolvidos. Caso considere válido, explore essa questão e solicite aos alunos que pesquisem sobre a crise. 3. No gráfico do número cumulativo de acordos comerciais, a partir de que período eles crescem e como é o desempenho
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