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1 
 
Disciplina: Avaliação na Educação Especial 
Autores: D.ra Maria Teresa Costa 
Revisão de Conteúdos: Esp. Marcelo Alvino da Silva 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso 
Ano: 2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
2 
 
Maria Teresa Costa 
 
 
 
Avaliação na Educação Especial 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2015 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
COSTA, Maria Tereza. 
Avaliação na Educação especial / Maria Tereza Costa. – Curitiba, 2015. 
45 p. 
Revisão de Conteúdos: Marcelo Alvino da Silva. 
Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. 
Material didático da disciplina de Avaliação na Educação especial – 
Faculdade São Braz (FSB), 2015. 
 ISBN: 978-85-94439-47-5 
 
 
 
 
 
4 
 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Claudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, bem como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
Faculdade São Braz 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação da Disciplina 
 
A inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais nas 
escolas regulares requer grandes reestruturações nas propostas pedagógicas e 
na sua dinâmica, em função de um paradigma determinante de novas escritas 
legais, novas propostas políticas e novos procedimentos metodológicos. 
As definições de avaliação aplicadas nas instituições de ensino, com 
destaque àquelas que oferecem educação básica, as quais devem garantir um 
serviço de qualidade voltado ao desenvolvimento máximo do potencial de todos 
os seus estudantes, o que requer respeito às diferenças e atenção à 
multiplicidade de necessidades. 
Nesse contexto serão abordados os temas a partir das Políticas Públicas 
aplicadas no estabelecimento escolar como garantidora da inclusão (direito à 
equidade de oportunidades para os estudantes com necessidades especiais). 
Finalizando o assunto elucidará a importância da avaliação e o olhar 
especial para a mesma, respeitando as necessidades de cada indivíduo, a qual 
visa a eficácia do processo de ensino/aprendizagem, contemplando a inclusão e 
o processo de desenvolvimento humano, o qual envolve mudanças e 
estabilidade nas crianças, mensurando a importância da avaliação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Aula 1 – Avaliação na Educação Especial 
 
Apresentação Aula 1 
 
 Nesta aula serão introduzidos os diferenciais das necessidades 
educacionais e seus processos avaliativos, os quais são balizados pelas 
Diretrizes Curriculares Nacionais. 
 
1. Avaliação na Educação Especial 
 
As necessidades educacionais especiais são diferenciadas e exigem da 
escola diferentes procedimentos, recursos e apoios de caráter mais 
especializado, no sentido de proporcionar a cada estudante, na sua 
individualidade, possibilidades de acesso ao currículo e, consequentemente, ao 
conhecimento. 
[...] as necessidades educacionais especiais são definidas pelo tipo de 
resposta educativa e de recursos e apoios que a escola deve 
proporcionar, para que obtenham sucesso escolar, [...] por fim ao invés 
do aluno se ajustar aos padrões de normalidade para aprender a 
escola agora tem o desafio de ajustar-se para atender a diversidade 
dos alunos (KAUFMANN, 2011. S/p.). 
 
Em função das especificidades das necessidades educacionais que os 
estudantes aqui referenciados apresentam, a escola deve desenvolver um 
trabalho contínuo, com a participação efetiva de todos os profissionais da 
educação envolvidos, os quais devem estar sempre buscando atualizações 
sobre assuntos e temas que dizem respeito à dinâmica inclusiva, no sentido de 
agregar conhecimentos e redimensionar a prática. 
Dentro desse panorama o processo avaliativo precisa ser repensado e 
reestruturado, para que se torne condizente com as características individuais 
de cada estudante como propõem e determinam as Diretrizes Nacionais para a 
Educação Especial na Educação Básica (2001) e a Política de Educação 
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008). 
 
 
 
 
7 
 
Falar de avaliação na educação especial nos leva a iniciar pelo 
entendimento do que é avaliar. O termo avaliar traz culturalmente uma 
associação com estabelecer juízo de valor e julgar. Na educação essa 
terminologia indica mensurar, portanto medir capacidades; fazer provas, 
portanto provar; fazer exames, portanto ser examinado; passar por testes, 
portanto ser testado; atribuir notas, portanto receber notas; participar de um 
julgamento, portanto ser julgador e, como consequência, ser aprovado ou 
reprovado. A escola, ao aplicar uma avaliação, muitas vezes espera que o 
estudante tenha absorvido as informações que foram selecionadas e 
transmitidas, para serem memorizadas e repetidas no momento da prova. 
Segundo Foucault (2009) e Luckesi (2005), desde o início da escola 
propriamente dita: A prática de provas/exames escolares que 
conhecemos hoje tem sua origem na escola moderna, que se 
sistematizou a partir dos séculos XVI e XVII, com a cristalização da 
sociedade burguesa. As pedagogias jesuíticas (séc. XVI), comeniana 
(séc. XVII), lassalista (fins do século XVII e inícios do XVIII) são 
expressões das experiências pedagógicas desse período e 
sistematizadoras do modo de agir com provas/exames (CARMINATTI; 
BORGES, 2012. S/p.). 
 
Essa concepção retrata procedimentos tradicionais, mas que estão 
extremamente atualizados em muitas de nossas escolas, selecionando 
estudantes e definindo os que avançam daqueles que permanecem e aqueles 
que devem ser encaminhados a programas de atendimento a estudantes com 
necessidades educacionais especiais. 
Para uma concepção pedagógica mais moderna, a educação é concebida 
como experiência de vivências múltiplas, na qual o estudante é um ser ativo e 
coparticipante da construção de seu conhecimento, sendo que seu 
desenvolvimento é visto em sua totalidade. Nesse paradigma a avaliação é 
compreendida de forma contínua, cumulativa e processual, servindo como linha 
condutora na orientação da caminhada. 
Assim sendo, avaliação escolar deveria ter o papel de diagnosticar como 
a aprendizagem de cada estudante está ocorrendo, como o proposto na 
programação curricular está sendo atingido, ou até mesmo se essa programação 
precisa ser revista e reestruturada. 
Para Hoffmann (2008), a avaliação não deve ser estática, de caráter 
apenas classificatório, selecionador e excludente, e sim como uma reflexão que 
 
8 
 
se transforma em ação, na medida em que é dinâmica, viva. A autora parte da 
perspectiva da ação avaliativa como reorganizadora do saber, como movimento, 
ação, uma provocaçãona tentativa de reciprocidade intelectual entre os 
participantes da ação educativa, nesse caso, aluno e professor, os quais buscam 
coordenar seus pontos de vista, trocando ideias e reorganizando-as. 
 
A literatura aponta para abordagens alternativas de avaliação, 
evidenciando a distinção entre avaliação estática e dinâmica. Na 
avaliação estática, a situação é artificial, mecânica e enfatiza o produto 
da aprendizagem. A avaliação dinâmica envolve a relação interpessoal 
que se estabelece entre professor e aluno, valorizando o processo e 
tendo como objetivo conhecer as estratégias de aprendizagem 
utilizadas pelos alunos, possibilitando o conhecimento de informações 
mais precisas que ofereçam sugestões para o ensino (LUNT, 1995. 
S/p.). 
 
Segundo Hoffmann (2008) as diretrizes do caminho proposto para o 
processo de avaliação é aquele que deve passar por um novo olhar, onde o 
estudante seja visto na sua singularidade e onde ocorra uma nova relação com 
o saber para que, de fato, aconteça a promoção da aprendizagem. 
Hoffmann (2008), oferece um momento reflexivo quando coloca que a 
avaliação é: 
[...] uma ação ampla que abrange o cotidiano do fazer pedagógico e 
cuja energia faz pulsar o planejamento, a proposta pedagógica e a 
relação entre todos os elementos da ação educativa. Basta pensar que 
avaliar é agir com base na compreensão do outro, para se entender 
que ela nutre de forma vigorosa todo o trabalho educativo (Hoffmann, 
2008. 17). 
. 
Perrenoud (1999) por sua vez, destaca a avaliação da aprendizagem 
como um processo mediador, em que ao invés de valorizar somente os 
resultados de provas, seja valorizado as observações diárias como forma de 
diagnóstico de todo o processo do estudante, bem como o contexto e a dinâmica 
do aprender ou do não aprender. Para o autor a avaliação deve estar a serviço 
da individualização da aprendizagem. 
Para Luckesi, (1990) avaliar é o ato que permite diagnosticar uma 
experiência para então realimentá-la com vistas à produção do melhor resultado, 
não sendo, portanto, classificatória ou seletiva e sim, diagnóstica e inclusiva. 
Conforme Luckesi (1990): 
 
 
9 
 
[...] a avaliação da aprendizagem escolar tem sentido somente quando 
está envolvida em um projeto pedagógico e com seu projeto de ensino, 
assim a avaliação requer decisões sobre a aprendizagem e o 
desenvolvimento dos educandos. Mas nem sempre é esse o 
significado no contexto da escola, sendo comum ocorrer apenas a 
verificação da retenção de conteúdos (LUCKESI, 1990. S/p.). 
 
 
Avaliação no contexto diário: 
 
 Avaliar faz parte da vida cotidiana; 
 É uma apreciação sobre o que vemos, fazemos, ouvimos, 
lemos, participamos, o que nos interessa e o que nos 
desagrada; 
 Estamos sempre emitindo opiniões. 
 
 
 
1.1 Diretrizes Curriculares Nacionais 
 
No que se refere às Diretrizes Curriculares Nacionais, a avaliação é parte 
integrante do processo de formação, uma vez que possibilita diagnosticar 
lacunas a serem superadas e aferir os resultados alcançados considerando as 
competências a serem constituídas, além de identificar mudanças de percurso 
eventualmente necessárias. 
Para o Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED), a 
ênfase da avaliação está na exploração e na descoberta da apropriação e 
compreensão dos conteúdos das aprendizagens, bem como no desenvolvimento 
do raciocínio e do pensamento. 
Dessa forma o processo avaliativo tem por função a correção de possíveis 
distorções e encaminhamentos e abrange três dimensões: o desempenho do 
estudante, o desempenho docente e a adequação do programa. Portanto, não 
fica restrita única e exclusivamente ao estudante e o erro não é visto como 
negativo e como parte do processo, hipótese do momento, tentativas para se 
chegar ao resultado esperado. 
 
 
 
10 
 
Importante 
 
 Avaliar significa emitir um juízo de valor. 
 Avaliar exige optar por critérios claros. 
 Avaliar é mensurar. 
 
 
 
As abordagens sobre avaliação aqui colocadas apontam que na educação 
especial, a avaliação requer uma escola transformada, que persiga a meta da 
inserção de todos os seus estudantes, sejam eles com ou sem necessidades 
educacionais especiais, que tenha por objetivo promover as adaptações 
necessárias, seja no currículo, nos encaminhamentos metodológicos, nas 
estratégias, no mobiliário, nos equipamentos, no espaço físico ou em qualquer 
outro procedimento, de forma a atender a diversidade presente no espaço 
escolar e a ruptura com o modelo tradicional de ensino. 
Pensar em uma avaliação inclusiva é pensar um processo que favoreça o 
melhor desempenho possível do estudante, avaliando-o em todas as esferas e 
tendo o olhar especial não o vendo somente academicamente, mas em todos os 
aspectos que o envolvem. Os procedimentos avaliativos devem possibilitar uma 
análise do desempenho pedagógico que resulte na elaboração de subsídios para 
um replanejamento e para a aplicação de estratégias de ensino para o alcance 
do objetivo proposto. 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2015). 
 
 
11 
 
Portanto, é fundamental que a escola adote um processo avaliativo que 
supere a classificação e que resulte em um diagnóstico de todo o processo 
desenvolvido, sendo, dessa forma, promotora das aprendizagens. Uma das 
escolhas pode recair na avaliação formativa, também chamada de avaliação 
para as aprendizagens, cujo foco está no processo de ensino e da 
aprendizagem. Alguns teóricos a denominam avaliação formativa diagnóstica e 
a consideram parte de outras modalidades de avaliação, uma vez que se dá 
durante o processo educacional, com caráter especificamente pedagógico. Sua 
proposta é uma avaliação incorporada no ato de ensinar, integrada na ação de 
formação e não tem finalidade probatória (CAEd - Centro de Políticas Públicas e 
Avaliação da Educação). 
A avaliação formativa tem importantes premissas: 
 Ter clareza sobre o que é necessário aprender; 
 Exercer um caráter significativo e funcional; 
 Definir situações de aprendizagem que sejam adequadas a determinado 
espaço de tempo; 
 Verificar, por meio de procedimentos adequados, como cada estudante 
aprende e como consegue interagir com o que foi proposto; 
 Ter instrumentos que permitam reconduzir o processo quando o 
desempenho do estudante se apresenta insatisfatório; 
 Estabelecer mecanismos que levem o professor a conhecer os seus 
estudantes, principalmente aqueles com necessidades educacionais 
especiais; 
 Considerar o erro como hipótese levantada pelo estudante, na sua 
trajetória em busca das respostas adequadas. 
 
O erro, dentro dessa premissa, passa a ser considerado como pista que 
indica como o estudante está relacionando os conhecimentos que já possui com 
os novos conhecimentos que vão sendo adquiridos, admitindo uma melhor 
compreensão dos conhecimentos solidificados, interação necessária em um 
processo de construção e de reconstrução. O erro, nesse caso deixa de 
representar a ausência de conhecimento adequado. 
Toda resposta ao processo de aprendizagem, seja certa ou errada, é um 
ponto de chegada, por mostrar os conhecimentos que já foram construídos e 
 
12 
 
absorvidos e um novo ponto de partida para um recomeço, possibilitando novas 
tomadas de decisão. 
Dessa maneira a avaliação formativa cumpre o seu papel quando 
consegue intervir positivamente no processo de ensino e de aprendizagem, 
fazendo uso das informações que foram desencadeadas durante a ação 
avaliativa. Da mesma forma que uma avaliação diagnóstica busca detectar 
dificuldades surgidas durante o processo, com o intuito de corrigi-las ou saná-las 
o mais rápido possível, evitando-se assim, maiores prejuízos. O CAEd, em 
relação à avaliação formativa, coloca que: 
 
Uma das mais importantes características da avaliação formativa é a 
capacidade em gerar, com rapidez, informações úteis sobre etapas 
vencidas e dificuldades encontradas, estabelecendoum feedback 
contínuo sobre o andamento do processo de ensino e aprendizagem. 
Com esse tipo de avaliação é possível ter os subsídios para a busca 
de informações para solução de problemas e dificuldades surgidas 
durante o trabalho com o aluno. Na avaliação formativa, os fatores 
endógenos, ou seja, os fatores internos à situação educacional são 
levados em conta para proceder à avaliação. Por acontecer durante o 
processo de ensino e aprendizagem, a avaliação formativa se 
caracteriza por possibilitar a proximidade, o conhecimento mútuo e o 
diálogo entre professor e aluno (CAEd, s/d. S/p.). 
 
Nessa dinâmica, as informações sobre o desenvolvimento do estudante 
são acessadas pelo professor e por esse passadas aos demais componentes da 
equipe pedagógica, contribuindo para que a prática docente se torne mais 
adequada às necessidades educacionais de cada estudante que compõem a 
diversidade escolar. 
 
1.2 Os Progressos da Neurociência 
 
Atualmente, o acesso a informações relacionadas ao processo de 
desenvolvimento humano tem a grande contribuição da neurociência, que por 
meio das pesquisas dos neurocientistas, desenvolve estudos sobre o sistema 
nervoso envolvendo a sua estrutura, o seu desenvolvimento, o seu 
funcionamento, a sua evolução, a sua relação com o comportamento e com a 
mente e também as suas alterações. 
Por meio dos estudos da neurociência é possível entender melhor o 
Cérebro humano, enquanto principal órgão e centro do Sistema Nervoso. É 
 
13 
 
formado por cerca de 86 bilhões de neurônios os quais se comunicam por meio 
das sinapses, gerando nossas sensações, sentimentos, pensamentos, 
respostas motoras, respostas emocionais, aprendizagem, memória e qualquer 
outra função ou, até mesmo, disfunção do cérebro humano. 
Cabe aos neurônios avaliar e coordenar as informações recebidas do 
próprio organismo e do ambiente externo, identificando aquelas que são 
apropriadas a cada situação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/noticias/figuras/cerebro.jpg 
 
Quando da presença de intercorrências durante o processo de 
desenvolvimento, existe a possibilidade de alteração do cérebro humano, por 
meio de estímulo mental, ginástica cerebral e novos aprendizados, hoje 
representados pelo conceito de neuroplasticidade cerebral, que nada mais é do 
que a capacidade de replanejamento das conexões das nossas células 
nervosas. 
A neuroplasticidade cerebral identifica a forma como o cérebro humano 
age e reage diante das intervenções positivas resultantes da mudança do 
ambiente e da proposição e oportunidade para o desenvolvimento de novas 
habilidades, processo esse somado ao conceito de janelas de oportunidades, 
que nada mais é do que a percepção e o aproveitamento dos momentos mais 
propícios para a estimulação cerebral para que o cérebro tenha a oportunidade 
de assimilar informações de determinada natureza. 
 
 
14 
 
 
Importante 
 
Neuroplasticidade ou Plasticidade Neuronal é a capacidade 
do sistema nervoso de mudar, adaptar-se e moldar-se a nível 
estrutural e funcional ao longo do desenvolvimento neuronal e 
quando o indivíduo é submetido à novas experiências. Dessa 
forma os circuitos neurais tornam-se maleáveis na formação da 
memória e do aprendizado (adaptando-se aos eventos que 
decorrem ao longo da vida do indivíduo). 
 
 
Portanto, com o fornecimento de um ambiente apropriado e estimulante, 
tanto crianças quanto adultos são capazes de compensar defasagens, por meio 
do deslocamento de uma função de uma área para outra, quando determinada 
área do cérebro não pode funcionar corretamente. 
As conexões são formadas pela experiência, a partir dos estímulos 
recebidos e das hipóteses formuladas pelo indivíduo diante de novas situações, 
o que determina o conceito de “janelas de oportunidades”. 
 
Janelas de oportunidades: 
Momentos mais propícios de estimulação do cérebro para que 
assimile informações de determinada natureza; 
Bem exploradas podem conduzir para determinadas capacidades; 
Diferentes partes do cérebro podem estar prontas para aprender 
em momentos distintos; 
Importantes períodos nos quais o cérebro responde a certos tipos 
de estímulos. 
 
Reconhecidamente, a avaliação da aprendizagem, quando realizada de 
forma adequada, tem importante papel na conquista de novas aprendizagens 
para todos os estudantes. 
 
 
 
 
15 
 
Resumo da Aula 1 
 
 Nesta aula reforçou-se a importância da avaliação e suas abordagens na 
Educação Especial, reforçando a necessidade e proporcionando um ambiente 
apropriado e estimulante tanto para a criança como para o adulto. 
Atividade de Aprendizagem 
A avaliação formativa possui premissas importantes, evidencie-
as e discorra sobre as mesmas. 
 
 
Aula 2 – Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva 
 
Apresentação Aula 2 
 
Nesta aula o foco será a Educação Especial e os processos inclusivos 
que as permeiam, enfatizando as fases do desenvolvimento e as funções da 
avaliação. 
 
2.1 Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 
 
A educação especial, a partir do estabelecimento de Políticas Públicas 
que garantam a inclusão de estudantes com Necessidades Educacionais 
Especiais (NEE) no ensino regular vem sendo alterada gradativamente, 
superando a fase do atendimento restrito às pessoas com deficiências, para ser 
uma modalidade que perpassa todos os níveis e graus de ensino. 
 
 
 
 
 
Fonte: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/cadernocoordenador.pdf 
 
16 
 
 
Dessa forma a Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva 
se destina não só a atender a escolarização de todos os estudantes, com ou sem 
NEE, mas também a oferecer apoio à escola de educação básica no atendimento 
a esses estudantes, conforme prevê a lei 9394/96 - Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional, por meio do Atendimento Educacional Especializado, 
previsto pelo decreto nº 7.611/2011. 
Saiba Mais 
NEE quer dizer Necessidades Educativas Especiais e é um 
conceito atual em Educação. O conceito de NEE passou a 
ser conhecido em 1978 a partir da sua formulação no 
Relatório Warnock, apresentado ao parlamento do Reino 
Unido, pela Secretaria de Estado para a Educação e Ciência, 
Secretaria do Estado para a Escócia e a Secretaria do 
Estado para o País de Gales. O mesmo foi adotado e 
redefinido a partir da Declaração de Salamanca (UNESCO, 
1994), passando a abranger todas as crianças e jovens cujas 
necessidades envolvam deficiências ou dificuldades de 
aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
 
DECRETO nº 7.611/2011 de 17 de novembro de 2011 
 
Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado 
e dá outras providências. 
 A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, 
da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 208, inciso III, da Constituição, arts. 58 a 60 da Lei no 9.394, de 
20 de dezembro de 1996, art. 9o, § 2o, da Lei no 11.494, de 20 de junho de 2007, art. 24 da Convenção sobre os 
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, aprovados por meio do Decreto Legislativo nº 186, 
de 9 de julho de 2008, com status de emenda constitucional, e promulgados pelo Decreto no 6.949, de 25 de agosto 
de 2009, 
 DECRETA: 
 
Art. 1° O dever do Estado com a educação das pessoas público-alvo da educação especial será 
efetivado de acordo com as seguintes diretrizes: 
I - garantia de um sistema educacional inclusivo em todos os níveis, sem discriminação e com base 
na igualdade de oportunidades; 
II - aprendizado ao longo de toda a vida; 
III - não exclusão do sistema educacional geral sob alegação de deficiência; 
IV - garantia de ensino fundamental gratuito e compulsório, asseguradas adaptações razoáveis de 
acordo com as necessidades individuais; 
V - oferta de apoio necessário, no âmbito do sistema educacional geral, com vistas a facilitarsua 
efetiva educação; 
VI - adoção de medidas de apoio individualizadas e efetivas, em ambientes que maximizem o 
desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a meta de inclusão plena; 
 
17 
 
VII - oferta de educação especial preferencialmente na rede regular de ensino; e 
VIII - apoio técnico e financeiro pelo Poder Público às instituições privadas sem fins lucrativos, 
especializadas e com atuação exclusiva em educação especial. 
 
§ 1° Para fins deste Decreto, considera-se público-alvo da educação especial as pessoas com 
deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e com altas habilidades ou superdotação. 
 
§ 2° No caso dos estudantes surdos e com deficiência auditiva serão observadas as diretrizes e 
princípios dispostos no Decreto no 5.626, de 22 de dezembro de 2005. 
 
Art. 2° A educação especial deve garantir os serviços de apoio especializado voltado a eliminar as 
barreiras que possam obstruir o processo de escolarização de estudantes com deficiência, transtornos 
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. 
 
§ 1º Para fins deste Decreto, os serviços de que trata o caput serão denominados atendimento 
educacional especializado, compreendido como o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e 
pedagógicos organizados institucional e continuamente, prestado das seguintes formas: 
 
I - complementar à formação dos estudantes com deficiência, transtornos globais do 
desenvolvimento, como apoio permanente e limitado no tempo e na frequência dos estudantes às salas 
de recursos multifuncionais; ou 
II - suplementar à formação de estudantes com altas habilidades ou superdotação. 
 
§ 2° O atendimento educacional especializado deve integrar a proposta pedagógica da escola, envolver 
a participação da família para garantir pleno acesso e participação dos estudantes, atender às 
necessidades específicas das pessoas público-alvo da educação especial, e ser realizado em 
articulação com as demais políticas públicas. 
 
Art. 3° São objetivos do atendimento educacional especializado: 
 
I - prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular e garantir serviços de 
apoio especializados de acordo com as necessidades individuais dos estudantes; 
II - garantir a transversalidade das ações da educação especial no ensino regular; 
III - fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos que eliminem as barreiras no 
processo de ensino e aprendizagem; e 
IV - assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis, etapas e modalidades de 
ensino. 
 
Art. 4° O Poder Público estimulará o acesso ao atendimento educacional especializado de forma 
complementar ou suplementar ao ensino regular, assegurando a dupla matrícula nos termos do art. 9º-
A do Decreto no 6.253, de 13 de novembro de 2007. 
 
[...] 
 
Decreto na integra disponível no acesso: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm 
 
Mesmo com amparo da legislação ainda ocorre a precariedade em seu 
cumprimento e aplicabilidade com a implementação das leis citadas e na 
iniciativa de um processo inclusivo participativo esta realidade torna fundamental 
a criação de situações reflexivas nos espaços educacionais, no sentido de que 
todos os estudantes, com qualquer tipo de NEE, tenham o direito a uma 
educação de qualidade. A avaliação escolar desempenha um importante papel 
na vida desses estudantes uma vez que permite a todos os atores envolvidos 
(docentes, discentes, equipe pedagógica, equipe terapêutica e família) uma 
análise a respeito dos encaminhamentos e procedimentos necessários para a 
construção e desenvolvimento de competências e habilidades que caminhem em 
direção a autonomia. 
Para atender a esses pressupostos e conforme Aimi e Tamboril (2011): 
 
 
18 
 
A escola precisará se renovar para atender a todos os estudantes 
respeitando as especificidades de cada um, pois o direito a educação 
compreende também o direito a uma educação de qualidade, e para 
se ter uma educação de qualidade é preciso estar atento a alguns 
aspectos indissociáveis da aprendizagem, como a avaliação (AIMI e 
TAMBORIL, 2011. p.4). 
 
 Pensar em um processo avaliativo de qualidade requer pensar também 
no desenvolvimento infantil como parâmetro, o que nos leva a refletir a respeito 
do que acontece em cada fase desse desenvolvimento. Esse procedimento 
significa refletir sobre as mudanças de comportamento que uma pessoa tem 
durante toda a sua vida conforme a fase pela qual está passando e conforme as 
características comportamentais de cada faixa etária. 
 
2.2 Desenvolvimento 
 
Desenvolvimento é um processo que envolve mudanças e estabilidade 
nas crianças, processo esse que se inicia na concepção. Essas mudanças 
podem ser qualitativas, ou seja, aquelas que ocorrem na forma, na estrutura e 
na organização, como a mudança da comunicação não-verbal para a 
comunicação verbal, tanto quanto as mudanças quantitativas como aquelas que 
ocorrem em número ou em quantidade. A exemplo dessas últimas podemos citar 
a altura, o peso ou a extensão do vocabulário. 
Piaget (1974) afirma que essas mudanças de comportamento e as fases 
que lhes são pertinentes dizem respeito à formação da identidade de um 
indivíduo e ao desenvolvimento de suas habilidades, sejam elas físicas ou 
intelectuais, à percepção de conceitos e ao desenvolvimento dos aspectos 
emocionais e sociais, entre outros. Situações essas que acontecem em função 
da carga genética, do desenvolvimento físico, da maturação neurofisiológica e 
dos estímulos ambientais. 
 
2.2.1 O Desenvolvimento Físico 
 
O desenvolvimento físico envolve as mudanças que ocorrem no corpo, no 
cérebro, nas capacidades sensoriais, nas habilidades motoras e na saúde, 
 
19 
 
compreendendo a fase em que crescimento e desenvolvimento ocorrem de 
forma muito rápida. 
Por meio da maturação do Sistema Nervoso Central a criança vai tendo o 
seu sistema motor cada vez mais refinado. A coordenação de movimentos que 
são reflexos ao nascer, vai progredindo e caminhando para ações cada vez mais 
complexas como sugar, olhar, pegar, rolar, sentar, engatinhar, andar, descobrir 
objetos e, ao longo do tempo, entre tantos outros, desenvolver o movimento de 
pinça que é fundamental para o processo de alfabetização. 
Portanto, a ampliação da capacidade motora de uma criança está 
relacionada ao desempenho de uma gama de habilidades ou capacidades 
utilizadas no desenvolvimento de determinadas tarefas. 
 
2.2.2 O Desenvolvimento Cognitivo 
 
A referência ao desenvolvimento cognitivo requer uma abordagem sobre 
cognição que, conforme Simonetti (2012) diz respeito a: 
 
[...] um conjunto de habilidades cerebrais/mentais necessárias para a 
obtenção de conhecimento sobre o mundo. Tais habilidades envolvem 
pensamento, raciocínio, abstração, linguagem, memória, atenção, 
criatividade, capacidade de resolução de problemas, entre outras 
funções (SIMONETTI, 2012. S/p.). 
 
Portanto o desenvolvimento cognitivo refere-se à capacidade de pensar e 
de compreender. Diz respeito ao desenvolvimento do cérebro no que se refere 
ao processamento de informações, aos recursos conceituais, à habilidade 
perceptiva e a aprendizagem, entre outros aspectos. 
Para Piaget, o desenvolvimento cognitivo representa um período de 
sucessivas mudanças, as quais procedem por estágios que acontecem quando 
esse mesmo desenvolvimento transcorre dentro da normalidade. 
Sucessivas mudanças nas estruturas mentais, sejam elas qualitativas 
e/ou quantitativas, permitem a construção de um novo conhecimento, sempre 
que as ações provocarem o desequilíbrio no esquema existente. Diante dessa 
situação os processos de assimilação e acomodação, designados por Piaget, 
passam a construir novos esquemas que resultam em um novo equilíbrio. Um 
desenvolvimento cognitivo adequado sugere que habilidades mentais como a 
 
20 
 
aprendizagem, aatenção, a memória, a linguagem, o pensamento, o raciocínio 
e a criatividade também acontecem de forma satisfatória. 
 
2.2.3 O Desenvolvimento Psicossocial 
 
O desenvolvimento psicossocial depende da interação da criança com o 
ambiente em que vive. Esse desenvolvimento passa por situações de crises que 
podem ser positivas ou negativas. Espera-se que as crises positivas se 
sobressaiam, uma vez que essas têm uma influência satisfatória no 
desenvolvimento de capacidades que contribuem para a resolução de 
problemas. Por meio do desenvolvimento psicossocial a criança adquire 
segurança, aprimora suas emoções, desenvolve sua personalidade e aperfeiçoa 
suas relações sociais. 
Segundo Santos, Quintão e Almeida (2010), o desenvolvimento infantil 
define-se por: 
 
[...] mudanças nas estruturas físicas, neurológicas, cognitivas e 
comportamentais do indivíduo que ocorrem de forma ordenada e 
relativamente duradouras. Pode ser entendido, também, como 
mudanças nas funções corporais, incluindo aquelas influenciadas por 
fatores emocionais e sociais. Para OMS este é um processo que ocorre 
desde a concepção do feto até a morte, envolve o crescimento físico, 
a maturação neurológica, comportamental, cognitiva, social e afetiva 
da criança, tendo como produto um indivíduo "competente para 
responder às suas necessidades e às do seu meio, considerando seu 
contexto de vida (SANTOS, QUINTÃO e ALMEIDA, 2010. S/p.). 
 
Nessa dimensão é fundamental a existência de um processo de avaliação 
em que seja possível a identificação de fatores de risco para o desenvolvimento 
e que possa indicar ações voltadas a diminuição ou a eliminação dos possíveis 
desvios, quando esse mesmo desenvolvimento é comparado aos padrões de 
normalidade já estabelecidos. Para tanto torna-se importante o reconhecimento 
dos marcos do desenvolvimento normal, os quais apontam o que a criança deve 
atingir em cada fase de sua vida. Quando esses marcos não são atingidos 
adequadamente, podem indicar a necessidade de intervenções que permitam a 
prevenção e/ou a detecção precoce de alterações, bem como a indicação de 
encaminhamentos e possíveis ações de superação ou minimização dos efeitos 
dessas mesmas alterações. 
 
21 
 
Diante desses fatos e de acordo com Campos e Oliveira (2005): 
 
[...] a questão da avaliação surge como elemento essencial para dar 
suporte e direcionar a prática pedagógica, colocando em destaque o 
desempenho escolar destes alunos. Importante salientar que nesta 
nova configuração da educação especial na perspectiva inclusiva, é 
necessário respeitar o direito de todos inclusive nos procedimentos 
avaliativos, pois estes servirão para nortear as próximas intervenções 
pedagógicas para todos os estudantes (CAMPOS e OLIVEIRA, 2005. 
p.593). 
 
2.3 Função da avaliação 
 
 De acordo com a Política Nacional para Educação Especial na 
Perspectiva da Educação Inclusiva, a avaliação pedagógica deve acontecer por 
meio de um processo dinâmico que considere o conhecimento prévio do 
estudante, o seu atual nível de desenvolvimento e também as suas 
possibilidades, no que diz respeito à aprendizagens futuras. Essa ação 
pedagógica torna-se processual e formativa, uma vez que analisa o desempenho 
do estudante em relação ao seu progresso individual, com prevalência dos 
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e com indicação das intervenções 
pedagógicas necessárias por parte do professor ou a indicação de possíveis 
intervenções terapêuticas. Nesse processo também se faz necessária a 
presença do levantamento de estratégias adequadas a cada caso para o 
atendimento das necessidades educacionais especiais evidenciadas por 
determinados estudantes, os quais poderão precisar, na sua prática diária, de 
ampliação do tempo para a realização das tarefas, do uso da Língua Brasileira 
de Sinais (Libras), do uso de textos em Braille, da ampliação de textos, de 
recursos de informática e dos recursos da tecnologia assistiva, entre outras 
possibilidades. 
 Perrenoud (1999) aponta para a importância da avaliação formativa 
enquanto uma forma reguladora da ação pedagógica, uma vez que essa entende 
os resultados como provisórios e não como definitivos. Além de provisórios, 
esses resultados são indicativos de procedimentos e estratégias que 
ultrapassem os obstáculos encontrados, por meio da individualização do ensino. 
 Pensar na avaliação com função formativa segundo Perrenoud (1999) ou 
como uma investigação didática segundo André (1999), é pensar em uma 
 
22 
 
dinâmica em que o professor possa acompanhar o processo de aprendizagem 
dos estudantes e, simultaneamente, monitorar o seu próprio ensino. Dessa 
forma estará realizando uma investigação didática que poderá dar a conhecer 
as experiências que conquistaram resultados positivos, bem como denunciar as 
mudanças que se fazem necessárias para tornar o seu ensino mais adequado 
ao atendimento das demandas. 
André (1999) aponta que a avaliação da aprendizagem: 
 
[...] como investigação didática, deve auxiliar na busca de respostas 
inerentes ao desenvolvimento da aprendizagem e da busca em 
compreender as dificuldades encontradas, delimitando que atividades 
deverão ser propostas para a superação das limitações, e assim 
sendo, proporcionar aos estudantes um acompanhamento visando à 
análise não só dos resultados, mas também do processo dos caminhos 
percorridos na direção da construção do conhecimento (ANDRÉ, 1999. 
S/p.). 
 
Todos esses indicativos mostram a importância de perceber a avaliação 
escolar como uma dinâmica que deve perseguir e sustentar-se pelo respeito e 
acolhimento às diferenças, cada estudante visto na sua individualidade, cada 
resposta que não for igual ou similar a esperada, seja compreendida como uma 
hipótese, além de desenvolver a função indicadora dos procedimentos, 
estratégias e encaminhamentos que se fazem necessários a cada caso. 
Para Mantoan (2008): 
 
[...] acolher as diferenças só terá sentido para o professor e fará com 
que ele rompa com seus posicionamentos sobre o desempenho 
escolar padronizado e homogêneo dos alunos, se ele tiver percebido e 
entendido por si mesmo essas variações, quando vivenciar uma 
experiência que lhe marque a existência. O professor, então, 
desempenhará o seu papel formador, que não se restringe a ensinar 
somente a uma parcela dos alunos que conseguem atingir o 
desempenho exemplar esperado pela escola. Ele ensinará a todos, 
indistintamente (MANTOAN, 2008. S/p.). 
 
Neste contexto e parafraseando Campos e Oliveira (2005) é importante 
considerar que a avaliação das necessidades educacionais dos estudantes com 
deficiências ou com qualquer outra situação que resulte em respostas 
pedagógicas diferentes das esperadas, torna-se um elemento fundamental para 
subsidiar a sua aprendizagem e assessorar o acompanhamento de sua 
 
23 
 
escolarização nas classes comuns, por meio da oferta dos recursos necessários 
para viabilizar o seu sucesso. 
 
Resumo da Aula 2 
 
 Nesta aula evidenciaram-se os desenvolvimentos reforçando as funções 
da avaliação, as quais devem acontecer em processos dinâmicos, considerando 
o conhecimento prévio do aluno. 
Atividade de Aprendizagem 
Perrenoud (1999) aponta para a importância da avaliação 
formativa enquanto uma forma reguladora da ação pedagógica, 
uma vez que entende os resultados como provisórios e não 
como definitivos. Discorra sobre o tema. 
 
Aula 3 – Equidade no processo avaliativo 
 
Apresentação Aula 3 
 
Nesta aula o foco será evidenciar a equidade no processo avaliativo, 
trazendo reflexões sobre a inclusão dentro do processo. 
 
3. Equidade no processo avaliativo 
 
3.1 Equidade 
 
Igualdade de oportunidade é um amplo conjunto de valores comuns e 
de propósitos que estão subjacentes ao currículo e ao trabalho das 
escolas. Eles também incluem um compromisso com nossa própria 
valorização, de nossa família e de nossas relações, dos grupos 
abrangentesaos quais pertencemos, da diversidade em nossa 
sociedade e do ambiente em que vivemos (Prefácio do Secretário do 
Exterior, DFEE e QCA, 1999 apud MITTLER, 2003. S/p.). 
 
 
 
 
24 
 
 
A igualdade de oportunidades para os estudantes com necessidades 
educacionais especiais (NEE) deve estar inserida em todas as ações 
pedagógicas destinadas a essa parcela da população escolar. Deve servir como 
norteadora do processo que define currículo, aprendizagem e avaliação, sendo 
que a avaliação deverá estar diretamente relacionada à coleta de informações a 
respeito do desempenho dos estudantes e também do desenvolvimento de todos 
os procedimentos que fazem parte da produção desses resultados. 
Esse fato encontra-se atrelado a implementação de ações que são 
inerentes a oferta de uma educação de qualidade, no sentido de produzir a 
equidade de oportunidades educacionais, o que requer algumas reflexões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://msalx.revistaescola.abril.com.br/2013/02/25/1304/LfC4j/inclusao-
adaptacao-flexibilizacao-curriculo-sindrome-down-palavra-especialista.jpeg 
 
Para Refletir 
Reflita sobre: 
 
 O que está sendo realizado para que o estudante 
tenha oportunidade de adquirir conhecimentos? 
 Como esses procedimentos estão sendo efetivados, 
o que leva a refletir a respeito da forma de 
apresentação dos conteúdos. 
 Onde está sendo realizado, ou seja, como o espaço 
físico é organizado? 
 Para que esses conteúdos estão sendo trabalhados, 
quais os objetivos que se pretende atingir e quanto 
 
25 
 
estão coerentes com as possibilidades, capacidades 
e competência daqueles a quem se destinam? 
 Para quem está sendo realizado, o que acarreta 
conhecer a história do estudante com NEE, seu 
diagnóstico, suas possibilidades, as competências já 
adquiridas, sua condição para novas aquisições e seu 
prognóstico. 
 Quais recursos estão disponíveis para a realização do 
que está sendo proposto? Esses recursos estão de 
acordo com as necessidades do estudante que deles 
necessitam? 
 Qual o melhor momento para se trabalhar cada 
proposta? Aqui cabe uma reflexão não só sobre o 
momento mais adequado do dia ou do turno escolar, 
mas também diz respeito ao tempo a ser gasto com 
cada atividade. Esse tempo está de acordo com a 
possibilidade do estudante manter o foco em certa 
atividade? 
 Quais os resultados a serem atingidos, ou seja, que 
conquistas esperamos que aconteçam por parte do 
estudante com NEE? 
 Qual a repercussão dessas conquistas para o próprio 
estudante, para os docentes, para a escola, para a 
família, enfim, para todos os setores envolvidos? 
 Que sentimentos esses resultados geram no sujeito 
aprendente? 
 
 
Para Mendel, a avaliação da aprendizagem não é algo meramente 
técnico, uma vez que envolve autoestima, respeito à vivência e cultura própria 
do indivíduo, filosofia de vida, sentimentos e posicionamento político. Portanto, 
não há neutralidade no processo avaliativo e sim, uma intencionalidade, o que 
requer e exige uma tomada de posição, uma vez que a relação pedagógica 
existente envolve ações, condutas, atitudes e habilidades de todos os 
participantes, além de que acontece com base em paradigmas que sustentam a 
proposta pedagógica adotada em determinado sistema. 
Conforme Caldeira(2000): 
 
 
A avaliação escolar é um meio e não um fim em si mesma; está 
delimitada por uma determinada teoria e por uma determinada prática 
pedagógica. Ela não ocorre num vazio conceitual, mas está 
dimensionada por um modelo teórico de sociedade, de homem, de 
educação e, consequentemente, de ensino e de aprendizagem, 
expresso na teoria e na prática pedagógica (CALDEIRA, 2000. p.23). 
 
 
26 
 
 
Aqui vale uma reflexão a respeito de todo o processo que envolve o ato 
de ensinar e de aprender, além de questionar se todos os recursos, metodologias 
e estratégias utilizadas, bem como as escolhas feitas para investigar como esse 
processo está acontecendo, estão sendo suficientes e adequadas. Na mesma 
medida vale investigar se os resultados que estão sendo gerados, estão de 
acordo com as possibilidades, capacidades e competências do sujeito 
aprendente, bem como com o seu prognóstico. 
 
Para Refletir 
Reflita: será que os procedimentos adotados podem ser 
geradores de exclusão, sem que tenhamos consciência 
desse fato? 
 
 
Inclusão e exclusão começam na sala de aula. [...] São as experiências 
cotidianas das crianças nas salas de aula que definem a qualidade de 
sua participação e a gama total de experiências de aprendizagem 
oferecidas em uma escola. Da mesma maneira, são importantes as 
interações e as relações sociais que as crianças têm umas com as 
outras e com os outros membros da comunidade escolar. As formas 
através das quais as escolas promovem a inclusão e previnem a 
exclusão constituem o cerne da qualidade de viver e aprender 
experimentado por todas as crianças (MITTLER, 2003. S/p.). 
 
A exclusão educacional pode acontecer, por parte dos estudante, por um 
não entendimento do que o professor está falando ou solicitando, e por parte 
desse último, por não entender como o estudante aprende, qual é o seu mapa 
mental, que recursos ele utiliza e precisa para ter acesso ao conhecimento. 
O trabalho com estudantes com NEE requer pensar em um processo 
investigativo que envolva uma avaliação dinâmica, que considere a 
neuroplasticidade cerebral, ou seja, a propriedade que evidencia o 
desenvolvimento de alterações estruturais do cérebro em resposta às 
experiências vivenciadas pelo sujeito, enquanto resultado de sua adaptação as 
condições mutantes e aos estímulos repetidos. Esse fato se dá em função da 
capacidade adaptativa do Sistema Nervoso Central (SNC), ao desenvolver a 
 
27 
 
habilidade de modificação de sua organização estrutural e do seu 
funcionamento. 
Outro ponto fundamental a ser destacado na escolha de procedimentos 
relacionados à avaliação na educação especial é que o desenvolvimento da 
neuroplasticidade cerebral ocorre ao longo de toda a vida e dele depende todo 
o processo de aprendizagem do sujeito, bem como a reabilitação de funções 
motoras e sensoriais que, por ventura, se encontrem em prejuízo, uma vez que 
o cérebro tem a condição de realizar novas conexões conforme a demanda ou 
conforme a necessidade que enfrenta, reorganizando-se constantemente. 
Cabe então, a avaliação na educação especial, levar em consideração a 
flexibilidade cerebral, a capacidade de aprender a se adaptar, a melhorar e a 
aperfeiçoar as habilidades mais utilizadas, em consequência da estimulação. 
Assim sendo, a avaliação torna-se o indicador do potencial do sujeito para 
aprender e não o instrumento de medição do desempenho presente do mesmo 
com base em padrões preestabelecidos. Dentro da dinâmica da plasticidade 
cerebral deve-se também considerar o conceito de “janelas de oportunidades”, 
que diz respeito aos momentos mais propícios de estimulação do cérebro para 
que o sujeito assimile informações de determinada natureza. 
Além de todo o exposto, pensar essa forma de avaliação envolve também 
pensar a relação interpessoal que se estabelece entre docente e discente, onde 
é possível, não só, valorizar o processo como também conhecer as estratégias 
de aprendizagem e de ensino utilizadas pelos mesmos. 
 
 
Para Refletir 
Reflita sobre os questionamentos a seguir: 
 
 O que o estudante deve aprender? 
 Como e quando aprender? 
 Como avaliar? 
 Quando avaliar? 
 Que formas de organização do ensino são mais 
eficientes para o processo de aprendizagem? 
 
 
28 
 
As respostas a esses questionamentos poderão servir como diretriz e 
como ponto de partida, uma vez que permitem identificar características, 
necessidades, habilidades e potencialidades evidenciadas no início do processo, 
oferecendo, à prática pedagógica, condições para criar objetivos e planejar 
ações que correspondam aos pontos identificados, gerando,quando necessário, 
um currículo funcional. 
 Sua ação também tem por base prevenir dificuldades de aprendizagem 
antes que essas possam surgir, dando a oportunidade, ao professor, de planejar 
o ensino conforme a necessidade do aprendente, de maneira a assegurar uma 
aprendizagem efetiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.modernaeducacional.com/wp-content/uploads/2013/10/educacao-
inclusiva-760x300.jpeg 
 
 
Nesse contexto a avaliação é diagnóstica porque investiga o que está 
acontecendo com o estudante, no que diz respeito ao seu processo de 
aprendizagem, mas também é processual, uma vez que pesquisa sobre os 
conhecimentos e habilidades necessárias ao mesmo, naquele momento, para 
que possa atingir o esperado. Define-se como uma avaliação funcional, uma vez 
que aponta para um procedimento não classificatório e sim, diagnóstico da 
situação, com vistas a melhorá-la a partir da adoção de novas decisões 
pedagógicas. 
A escolha de procedimentos avaliativos deve ser definida no planejamento 
escolar para que os mesmos atendam às características dos estudantes. A 
 
29 
 
metodologia, os objetivos e os conteúdos devem ser adequados às 
necessidades especiais de cada um, propondo-se assim a efetivação de um 
currículo que contenha o levantamento das necessidades e potencialidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www.debatesculturais.com.br/wp-content/uploads/A-
avalia%C3%A7%C3%A3o-educacional-segundo-a-vis%C3%A3o-dos-alunos1.jpg 
 
 
A avaliação na educação especial precisa ser trabalhada numa relação 
direta com um currículo funcional, que é aquele em que as habilidades a serem 
desenvolvidas tenham função na vida do estudante, podendo serem utilizadas 
imediatamente ou mesmo em um futuro próximo. Essa proposta educacional 
prioriza o desenvolvimento de capacidades que possam permitir ao estudante 
viver e conviver com dignidade em sua comunidade. Como resultado desse 
processo, todo o currículo funcional requer uma avaliação funcional. 
A AVALIAÇÃO DEVE... 
Estar baseada na preocupação e no cuidado de não ensinar coisas que não tenham 
significado para a vida do estudante e que acabam gastando uma energia 
desnecessária; 
Buscar sempre abordar situações dentro do contexto em que o estudante está 
inserido e que caibam na sua compreensão; 
 
30 
 
Preocupar-se em investigar se o proposto está adequado ao preparo do estudante 
para desenvolver uma vida produtiva e para proporcionar a esse condições para agir 
com autonomia; 
Estar voltada a propor medidas preventivas que levem o estudante a aprender os 
conteúdos curriculares de maneira mais justa às suas condições individuais; 
Apontar para a busca de soluções para que o estudante com NEE tenha acesso ao 
atendimento de suas necessidades específicas, a fim de que adquira condições de 
prosseguir, com bons resultados, a sua carreira acadêmica, com vistas a impedir o 
fracasso do processo de ensino e de aprendizagem; 
Maximizar capacidades e potencialidades do estudante com NEE, bem como 
favorecer a sua inclusão na escola e na sociedade; 
Integrar o conjunto de ações educacionais, sendo fundamental para a elaboração e 
reelaboração do Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) e do planejamento 
pedagógico; 
Deve contribuir para a definição das metodologias e das estratégias de ensino e para 
a escolha de materiais e de equipamentos necessários a cada caso, além de pensar 
na adequação dos espaços físicos e dos mobiliários; 
Ser dinâmica, contínua e mapeadora, não só do processo de aprendizagem dos 
estudantes, indicando potencialidades, habilidades, progressos, dificuldades e 
retrocessos, se houverem, mas também verificadora das possíveis variáveis externas 
ao indivíduo; 
Fazer a leitura e releitura do papel dos professores envolvidos com o estudante, 
levantando a necessidade de cursos de formação continuada. 
 
Enfim, cumprindo com os compromissos assumidos pela Instituição, esse 
procedimento avaliativo tem como propósito primordial ofertar subsídios 
coadjuvantes para a construção de uma escola de qualidade para todos. 
Diante de todo o exposto, avaliar o estudante com NEE assumindo o 
compromisso com a sua aprendizagem, diz respeito a conhecer esse estudante 
na sua individualidade, o que confirma a necessidade de uma observação que 
seja atenta e reflexiva em relação à todos os componentes e atores do cenário 
educacional. 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://pessoascomdeficiencia.com.br/site/wp-
content/uploads/2013/10/acessibilidade-escola.jpg 
 
Para que o processo avaliativo possa, não só dar conta do 
desenvolvimento do estudante, como também subsidiar o trabalho pedagógico, 
se faz necessário o registro de toda a sua trajetória. Esse procedimento deve 
resultar em ações reflexivas que levem em conta a individualidade e a 
singularidade de cada estudante, em suas aprendizagens. O registro deve 
ocorrer de forma descritiva, oferecendo informações sobre o processo de 
aprendizagem e sobre a organização do trabalho pedagógico do professor, bem 
como permitir a articulação entre a observação, a reflexão e a intervenção 
pedagógica. Os dados registrados permitem analisar a construção da 
aprendizagem e do desenvolvimento do aprendente em determinado período. 
Conforme as palavras de Ambrogi (2008): 
 
[...] é preciso que o professor tenha clareza do que deseja atingir e 
como vai proporcionar meios para que isso ocorra. Especialmente deve 
ter consciência dos antagonismos que se devem enfrentar, as 
dissonâncias e fundamentalmente as incompatibilidades geradas pela 
organização das escolas. Pode parecer um caminho tortuoso, mas a 
consciência dá a dimensão dos limites e assim há a possibilidade de 
superá-los (AMBROGI apud MASINI, 2008. p. 54). 
 
32 
 
 
Resumo da Aula 3 
 Nesta aula reforçaram-se as reflexões sobre a equidade e o ato de 
ensinar/aprender e seus impactos no processo avaliativo, enfatizando como a 
avaliação deve ser efetivada. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Um dos pontos fundamentais na escolha dos procedimentos 
relacionadas à avaliação na Educação Especial é o 
desenvolvimento da neuroplasticidade, o qual ocorre durante 
toda a vida e depende do processo de aprendizagem do 
indivíduo. Discorra sobre o tema. 
 
 
Aula 4 – Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva 
 
Apresentação Aula 4 
 
 Nesta aula serão evidenciados os processos avaliativos na inclusão, a 
aplicabilidade da avaliação multidimensional e as estratégias facilitadoras 
desse processo. 
 
 4. Inclusão e o Processo Avaliativo 
 
4.1 Inclusão 
Inclusão e exclusão são conceitos intrinsecamente ligados, e um não 
pode existir sem o outro porque inclusão é, em última instância, a luta 
contra a exclusão. [...] Se exclusões sempre existirão, a inclusão nunca 
poderá ser encarada como um fim em si mesmo. Inclusão sempre é 
um processo (SANTOS, M.P.; PAULINO, M.M. apud VITALIANO, 
2010. S/p.). 
 
 
 
33 
 
Pensar a inclusão é pensar em um processo de avaliação que tenha como 
meta incluir o aprendente, uma avaliação que seja promissora da mediação da 
aprendizagem, uma avaliação dinâmica com possibilidades para reestruturar e 
ressignificar o papel do professor. Uma proposta de avaliação dessa natureza 
requer uma análise que ultrapasse os resultados apresentados pelo estudante e 
que se proponha a modificar o estado atual do mesmo, ou seja, que se proponha 
a se constituir numa intervenção educativa que apresente novos procedimentos 
e que permita o aparecimento de novas habilidades cognitivas. 
Para Veiga (2012): 
 
 
[...] deve ser a preocupação, num processo de avaliação, os pontos 
fortes e o nível optimal de desempenho que o sujeito é capaz de 
produzir. Afirma ainda, que a avaliação [...] deve fornecer informações 
relevantes para a aprendizagem, sendo assim dinâmica e prospectiva 
(VEIGA, 2012. S/p). 
 
 
 
Para Veiga (2012) a avaliação deve iralém dos resultados, analisando 
todos os aspectos envolvidos na produção ou na não produção do conhecimento 
por parte do estudante e que possa investir na modificação do seu estado atual 
por meio do fornecimento de informações que favoreçam uma intervenção de 
qualidade, é o que se espera de uma proposta avaliativa na educação especial 
inclusiva. Neste sentido, essa avaliação pode ser também multidimensional, 
desde que se volte a ver o estudante com necessidades educacionais especiais 
(NEE) enquanto totalidade, essencialmente como aquele sujeito que requer um 
entendimento diferenciado na sua forma de aprender. 
 
 
4.2 Avaliação Multidimensional 
 
 
Para Veiga (2012) a avaliação Multidimensional define-se como: 
 
[...] um Sistema de avaliação desenvolvido pela Associação Americana 
de Deficiência Intelectual e Desenvolvimento – AADID -, que permite o 
conhecimento amplo da pessoa com deficiência intelectual, 
considerando as cinco dimensões que envolvem fatores pessoais e 
ambientais e as definições dos apoios necessários que facilitem sua 
autonomia, participação social e bem-estar (VEIGA, et al, 2012, p.26). 
 
 
 
34 
 
Na década de 30, Marjory W. Warren delineou os primórdios da avaliação 
multidimensional e a importância da interdisciplinaridade. 
 
Saiba Mais 
Marjory Winsome Warren (1897-1960), 
nasceu em Londres, foi médica e assistente 
social. Criou o primeiro “processo” de 
avaliação multidimensional e atenção 
multidisciplinar o qual foi aplicado em idosos 
mais vulneráveis, efetuando revisões 
detalhadas de seus prontuários, 
estabelecendo assim um sistema classificatório, o qual 
permitiu trabalhar a estimulação e reabilitação física 
(reintegrando-os socialmente). 
 
A modalidade de avaliação aqui apresentada tem seu conceito 
desenvolvido com o propósito de permitir o conhecimento amplo da pessoa com 
deficiência intelectual e indicar os apoios necessários para o favorecimento da 
autonomia, da participação social e do seu bem-estar. Sua proposta está descrita 
em cinco dimensões: 
 
 Habilidades intelectuais: apresentadas pelo estudante, em que é 
possível verificar a capacidade mental do mesmo incluindo o raciocínio, o 
planejamento, a resolução dos problemas, a compreensão de ideias 
complexas, a aprendizagem rápida e a aprendizagem através da 
experiência; 
 Comportamento adaptativo: o qual refere-se a um grupo de 
habilidades conceituais, sociais e práticas que as pessoas aprendem 
para funcionar em sua vida diária e que estão relacionadas aos aspectos 
acadêmicos, cognitivos e de comunicação, envolvendo a linguagem 
receptiva e expressiva, a leitura, a escrita, o conceito de dinheiro e a 
autonomia. As habilidades sociais que estão relacionadas ao 
desenvolvimento da competência social como responsabilidade, 
autoestima, habilidades interpessoais, credulidade e ingenuidade, 
observância de regras, normas e leis e o evitar a vitimização. As 
 
35 
 
habilidades práticas que estão relacionadas ao exercício da autonomia 
para alimentar-se e preparar alimentos, arrumar a casa, deslocar-se de 
maneira independente, utilizar meios de transporte, tomar medicação, 
manejar dinheiro, usar telefone, cuidar da higiene e do vestuário. 
 Participação, as interações e os papéis sociais: os quais são avaliados 
através da observação direta do estudante no ambiente em que vive e 
nas relações que estabelece com seu mundo material e social, por meio 
do desenvolvimento de papéis sociais. 
 Saúde: seja do ponto de vista físico, mental e etiológico. O bem-estar do 
estudante, nesse aspecto, é primordial, uma vez que envolve as 
condições de saúde e segurança, o quanto pode participar das atividades 
educacionais, comunitárias e sociais e, quando possível, a participação 
em um trabalho interessante e valorizado. 
 Contexto social: o qual vai investigar sobre as condições em que o 
estudante vive, relacionando-as com a sua qualidade de vida. Aqui o 
destaque está nos fatores ambientais que envolvem a família, a 
vizinhança, a comunidade, as organizações educacionais e de apoio, o 
contexto cultural, a sociedade e os grupos populacionais. 
Em se tratando de avaliação na educação especial, mesmo que todos os 
aspectos citados anteriormente sejam observados, se faz necessária a 
adaptação de instrumentos que são usados na investigação da aprendizagem 
de estudantes com NEE, visando a adequação conforme a peculiaridade 
apresentada e o benefício que se espera que os mesmos possam proporcionar. 
Para tanto, uma análise na literatura especializada permite encontrar várias 
opções de adaptações desses instrumentos, conforme a necessidade 
educacional especial que cada estudante apresenta. 
Alguns procedimentos, instrumentos e tarefas escolares devem ter como 
parâmetro a facilitação da aprendizagem, bem como a possibilidade da melhor 
compreensão por parte dos professores, quanto a produção do estudante no 
momento de avaliação. 
 
 
 
36 
 
Importante 
 
ESTRATÉGIAS FACILITADORAS DO PROCESSO 
 
 Fazer as acomodações necessárias no ambiente para facilitar 
o exercício da avaliação; 
 Ajustar o ritmo; 
 Permitir interrupções; 
 Dar à família um conjunto de textos e de materiais para 
avaliação e revisão prévias; 
 Dar a oportunidade para o estudante usar adequadamente o 
espaço físico, bem como o espaço destinado para as 
atividades no caderno ou na folha de papel; 
 Alterar a localização do estudante na sala de aula para reduzir 
distrações visuais, espaciais, auditivas, de movimento, etc.; 
 Considerar a iluminação do ambiente; 
 Quando de atividades avaliativas em grupos, variar a 
organização dos mesmos. 
 Usar o apoio dos colegas na explicação das consignas; 
 Proporcionar motivação e reforço positivo; 
 Elogiar as realizações concretas e tangíveis; 
 Planejar a sequência das questões apresentadas na 
avaliação; 
 Oferecer diferentes opções; 
 Usar frequentemente as potencialidades e o interesse do 
estudante; 
 Permitir que a família participe do processo avaliativo, sendo 
considerada nas suas observações; 
 Avaliar também as atividades diferenciadas e/ou especiais; 
 Variar as regras e orientações para a realização dos 
exercícios e/ou atividades; 
 Exibir mapas de progresso; 
 Verificar, frequentemente, se houve compreensão do 
enunciado, seja ele verbal ou escrito; 
 Solicitar o reforço dos pais; 
 Fazer com que o estudante repita as instruções; 
 Ensinar e praticar com o estudante diferentes técnicas de 
estudo; 
 Usar as folhas de estudo para organizar o material e a 
sequência a ser estudada; 
 Rever e vivenciar situações reais; 
 Solicitar respostas segundo o estilo de aprendizagem do 
estudante com o uso das inteligências múltiplas, ou seja, 
linguístico, espacial, lógico-matemático, corporal-cinestésico, 
musical, interpessoal, intrapessoal; 
 Valer-se do currículo especializado/adaptado/funcional para 
escolher os aspectos, os conteúdos e os procedimentos a 
serem avaliados; 
 Permitir consultas as anotações; 
 
37 
 
 Demonstrar a aplicação funcional das habilidades 
acadêmicas; 
 Fazer demonstrações da aprendizagem; 
 Variar a quantidade de conteúdos a serem avaliados; 
 Propor testes e guias de estudos específicos; 
 Variar a disposição do material na página; 
 Proporcionar ajuda nas anotações; 
 Usar equipamentos eletrônicos como máquina de escrever, 
máquina elétrica, computador, máquina Braille, calculadora, 
dispositivo de comunicação aumentativa, adaptações para 
telefone, videocassete, etc.; 
 Usar recursos da comunicação alternativa; 
 Usar “dicas”, ou seja, dispositivos mnemônicos; 
 Apresentar previamente as questões; 
 Usar organizadores avançados; 
 Mudar a metodologia de avaliação; 
 Aplicar testes orais, verbais e escritos; 
 Usar itens variando dos mais fáceis para os mais complexos, 
para facilitar a compreensão; 
 Respostas curtas e questões de múltipla escolha; 
 Usar desenhos, gravuras,diagramas e gráficos 
confeccionados em alto relevo ou usar materiais concretos; 
 Usar gravador ou computador para a realização das tarefas; 
 Utilizar planos recortados em papelão, tipo cenário de teatro, 
bem como maquetes táteis para auxiliar na compreensão de 
profundidade e de planos gradativamente mais distantes; 
 Posicionar-se no campo visual do estudante; 
 Usar gestos, expressão corporal e expressão facial; 
 Fazer a explicação direta e de diferentes maneiras; 
 Auxiliar no uso de equipamentos adaptativos; 
 Realizar as atividades em salas de multimeios, núcleos, 
serviços ou centros de apoio pedagógico; 
 Usar exercícios orais, quando recomendável; 
 Destinar tempo extra para a realização da avaliação; 
 Usar intervalos durante a realização da avaliação; 
 Permitir respostas ditadas para um assistente (escriba); 
 Realizar a avaliação em vários dias; 
 Usar aplicações no ambiente real; 
 Providenciar para que o teste seja aplicado por uma pessoa 
especializada; 
 Modificar o formato do teste ou dos exercícios; 
 Dar instruções em passos pequenos e separados; 
 Utilizar procedimentos compensatórios; 
 Observar a necessidade de estender o tempo de avaliação, 
considerando as peculiaridades de cada estudante. 
 
 
 
 
 
38 
 
A avaliação do processo de aprendizagem dos estudantes com NEE tem 
por meta certificar os mesmos, em relação às suas conquistas, para que esses 
tenham direito a continuidade dos seus estudos ou a inserção no mercado de 
trabalho. 
 
4.3 Terminalidade Específica 
 
Quando a certificação convencional não é possível, se faz necessário a 
utilização da Terminalidade Específica, que nada mais é que um documento 
comprobatório das habilidades atingidas pelos estudantes que não conseguem 
apresentar resultados de escolarização, conforme o previsto no Inciso I do art. 
n°. 35 da LDBEN (ou LDB - Lei de Diretrizes e Bases do Ensino Nacional): “o 
desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno 
domínio da leitura, da escrita e do cálculo”, deve ser dada, após esgotadas todas 
as possibilidades apontadas no art. n°. 24 da LDBEN, sendo essa uma 
certificação de conclusão de escolaridade. 
 
 
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL 
 LEI Nº 9.394/96 de 20 de dezembro de 1996. 
 
 
[...] 
 
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo 
com as seguintes regras comuns: 
 
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um 
mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado 
aos exames finais, quando houver; 
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do ensino 
fundamental, pode ser feita: 
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase 
anterior, na própria escola; 
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas; 
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela 
escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita 
sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo 
sistema de ensino; 
 
39 
 
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o regimento 
escolar pode admitir formas de progressão parcial, desde que preservada a 
sequência do currículo, observadas as normas do respectivo sistema de ensino; 
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas, com 
níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de línguas 
estrangeiras, artes, ou outros componentes curriculares; 
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: 
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos 
aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período 
sobre os de eventuais provas finais; 
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar; 
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do 
aprendizado; 
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito; 
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período 
letivo, para os casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas 
instituições de ensino em seus regimentos; 
VI - o controle de frequência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu 
regimento e nas normas do respectivo sistema de ensino, exigida a frequência 
mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas para aprovação; 
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, declarações de 
conclusão de série e diplomas ou certificados de conclusão de cursos, com as 
especificações cabíveis. 
[...] 
Seção IV 
Do Ensino Médio 
 
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três 
anos, terá como finalidades: 
 
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino 
fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos; 
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar 
aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições 
de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; 
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética 
e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; 
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos 
produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina. 
 
Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I deste Capítulo e as 
seguintes diretrizes: 
I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, 
das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da 
cultura; a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao 
conhecimento e exercício da cidadania; 
II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos 
estudantes; 
III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória, 
escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das 
disponibilidades da instituição. 
IV - serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas 
as séries do ensino médio. 
 
§ 1º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados de tal 
forma que ao final do ensino médio o educando demonstre: 
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna; 
 
40 
 
II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem; 
III - domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício 
da cidadania. 
§ 2º O ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o 
exercício de profissões técnicas. 
 
§ 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao prosseguimento 
de estudos. 
 
§ 4º A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional, 
poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em 
cooperação com instituições especializadas em educação profissional. 
 
[...] 
 
Acesso na integra disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm 
 
 A certificação chamada Terminalidade Específica se resume no histórico 
escolar que apresenta de forma descritiva, as habilidades atingidas pelos 
estudantes cujas necessidades especiais não lhes permitem atingir o nível de 
conhecimento exigido para a conclusão do ensino fundamental, respeitada a 
legislação existente e conforme regimento e proposta pedagógica da escola. 
A expedição da Terminalidade Específica somente poderá ocorrer em 
casos plenamente justificados, devendo se constituir em um acervo de 
documentação individual do estudante, que deverá contar com um relatório 
circunstanciado e com osseguintes documentos: 
 Conjunto dos dados individuais do estudante, acompanhados das 
fichas de observação periódica e contínua realizada e dos registros 
feitos pelo atendimento no Serviço de Atendimento Educacional 
Especializado. 
 Cópia da avaliação das habilidades e competências atingidas pelo 
estudante nas diversas áreas do conhecimento, fundamentada nos 
Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental ou da 
modalidade frequentada pelo estudante. 
 Histórico escolar do estudante, na conformidade das normas 
estabelecidas para o registro do rendimento escolar contendo, no 
campo de Observações, a seguinte ressalva: “Este Histórico 
Escolar somente terá validade se acompanhado da Avaliação 
Pedagógica”. 
 Cópia do termo de certificado de terminalidade escolar específica. 
 
41 
 
 Registro do encaminhamento proposto para o estudante, à vista 
das alternativas regionais educacionais existentes, passíveis de 
ampliarem suas possibilidades de inclusão social e produtiva. 
 Parecer favorável emitido pelos responsáveis pela Educação 
Especial e pela unidade escolar. 
 
 
 
O Certificado de Terminalidade Específica do Ensino 
Fundamental somente poderá ser expedido ao estudante com 
idade mínima de 16 (dezesseis) anos e máxima de 21 (vinte e 
um) anos. 
 
 
 
 
 
A certificação por meio da Terminalidade Específica deve possibilitar 
novas alternativas educacionais e sociais com possível encaminhamento para: 
 
 Cursos de Educação de Jovens e Adultos. 
 Preparação para o Trabalho. 
 Cursos Profissionalizantes. 
 Mercado de Trabalho Competitivo (ou não). 
 Educação Especial para o Trabalho. 
 
A Certificação por meio da Terminalidade Específica traz uma solução 
para um impasse escolar, permitindo, inclusive, mais respeito aos potenciais de 
todos os estudantes com NEE, de maneira individualizada e particular. 
 
 
Resumo da Aula 4 
 
 Nesta aula reforçou a importância da inclusão, a Avaliação 
Multidimensional e suas cinco dimensões, as habilidades intelectuais 
apresentadas pelo estudante. 
 
 
 
 
 
42 
 
Atividade de Aprendizagem 
Discorra sobre a Avaliação Multidimencional e suas cinco 
dimensões. 
 
 
Resumo da Disciplina 
 
Nesta disciplina abordou-se a importância da igualdade de oportunidades 
contemplando as diferenças de avaliações no processo ensino/aprendizagem, o 
qual é de grande importância no mesmo e no processo inclusivo. 
Reforçou-se a importância da evolução da neurociência e quais as suas 
relações com o processo de estímulo/aprendizagem, bem como sua 
aplicabilidade nas avaliações; contextualizando o conceito “janelas de 
oportunidades”, as quais são formadas por diversas experiências do indivíduo a 
partir dos estímulos recebidos e das hipóteses formuladas pelo mesmo, diante 
de novas situações vivenciadas ao longo da vida. 
Foram trabalhados fases e conceitos do desenvolvimento humano e a 
importância das avaliações dentro do contexto formativo dos indivíduos com 
necessidades educacionais especiais e a importância da igualdade de 
oportunidades no processo ensino/aprendizagem, a qual é de grande 
importância no mesmo e no processo inclusivo. 
Contextualizou-se a Avaliação Multidimensional e suas cinco 
dimensões, as habilidades intelectuais apresentadas pelo estudante, o 
comportamento adaptativo, a saúde, o contexto social e a participação 
(interações e os papéis sociais), os quais auxiliam e servem de bases sólidas no 
processo avaliativo. 
 
 
43 
 
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