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Laís R. Saad DPOC DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA DEFINIÇÃO Se caracteriza por limitação crônica ao fluxo aéreo que não é totalmente reversível, frequentemente progressiva e associada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases nocivos. Mesmo após cessar a inalação, a inflamação pulmonar ainda persiste por muitos anos. É uma morbidade que pode ser prevenida e tratada, uma vez que o declínio da função não ocorre em todos os portadores de DPOC. As alterações não se restringem ao trato respiratório, podendo ocorrer também efeitos sistêmicos adversos, como baixo índice de massa corporal e repercussões sobre a musculatura esquelética, principalmente nos pacientes com doença em estágio mais avançado. Além disso, portadores de DPOC têm maior prevalência de IAM, angina, osteoporose, DM, infecções respiratórias, glaucoma, distúrbios do sono e CA pulmonar. FATORES DE RISCO x tabagismo; sexo; deficiência de 𝛼 -1 anti-tripsina; fatores genéticos; exposição ocupacional; idade; FIS IOPATOLOGIA HISTOPATOLÓGICO Bronquite Obstrutiva Crônica: hiperplasia e hipertrofia das gland. da submucosa secretoras de muco associadas a um C no nº das células caliciformes da mucosa, causa hipersecreção das vias aéreas proximais e D do lúmen das vias distais devido ao espessamento da parede por edema e fibrose (bronquite obliterante). Enfisema: alargamento dos espaços distais dos bronquíolos, decorrente da obstrução progressiva dos septos. Seu tipo + comum é centroacinar → destruição se encontra nos bronquíolos respiratórios, ou seja, na região central do ácino, a causa + comum é o tabagismo e seu predomínio é nos lobos superiores. Em sequência, o tipo panacinar é o mais comum, causado pela deficiência da 𝛼-1 anti-tripsina. HIPERINSUFLAÇÃO Na DPOC, a resistência das vias aéreas distais está D pela Ddo seu lúmen (causada pelo enfisema e pela bronquite obliterante) e, como a força expiratória necessita, em grande parte, de elasticidade pulmonar, há uma limitação de fluxo respiratório. Esses fatores, somadas a uma P intratorácica +, predispõem ao colapso das vias aéreas, impedindo a eliminação do ar armazenado nas porções periféricas do pulmão (air trapping), que promove C do V residual, da capacidade residual funcional e da capacidade pulmonar total e, por isso, há hiperinsuflação do pulmão, visualizado no Raio-X. Isso tudo pode gerar consequências deletérias para a fisiologia: x surge o auto-PEEP, ou seja, P alveolar + no final da expiração, que, por sua vez, C o trabalho da musculatura respiratória na inspiração. x altera a mecânica do diafragma, que começa a expandir - e ter sua capacidade de contração improdutiva. Assim, o indivíduo começa a utilizar musculaturas acessórias, como o esternocleidomasteoide, intercostais e abdominais. DISTÚRBIO DA TROCA GASOSA A troca gasosa está comprometida tanto pela lesão bronquítica quanto pela enfisematosa. Como as patologias levam à obstrução das vis aéreas de forma heterogênea, causam o surgimento O enfisema causa obstrução crônica das vias aéreas distais pelo fato de haver perda do tecido elástico de sustentação da parede brônquica, o que permite a D do seu lúmen, principalmente na expiração. Laís R. Saad de alvéolos mal ventilados, mas bem perfundidos, assim, o sangue venoso passa recebendo pouco O2 (shunt parcial), se o nº de alvéolos com esse problema for grande, a mistura de sangue mal oxigenado, causará hipoxemia e dessaturação da hemoglobina → distúrbio V/Q (v = vent; q = perfusão). Na DPOC, o parâmetro para avaliar esse distúrbio, ≠ alvéolo- arterial de 02, em fases iniciais, já está > 15 mmHg. A eliminação de CO2 está comprometida por três mecanismos: 1. agravamento do distúrbio V/Q; 2. C do espaço morto fisiológico (áreas s/ perfusão); 3. hipossensibilidade do centro respiratório bulbar ao CO2. Esses pacientes começam a reter CO2 de forma lenta e gradativa → acidose respiratória crônica, estimulando o rim a reter mais bicarbonato e, assim, compensar a acidose. A gasometria apresenta altos níveis de PCO2, com bicarbonato e Base Excess C e discreta acidemia. Durante a descompensação, pode haver fadiga resp. ou inibição do drive vent., levando ao C da PaC02, o que faz o pH cair subitamente → acidose respiratória crônica agudizada, o paciente começa a ficar desorientado, agitado e depois sonolento. COR PULMONALE Significa disfunção do ventrículo direito consequente a um distúrbio pulmonar. Isso ocorre pela hipóxia crônica, pois as arteríolas pulmonares sofrem vasoconstricção, levando à C da pós- carga do VD e HAS. TABAGISMO 1. Estimula a produção de muco e hipertrofia das glândulas submucosas; 2. D o movimento ciliar das células epiteliais; 3. Ativam macrófagos a secretar quimiotáticos (IL8) que recrutam neutrófilos; 4. Ativam neutrófilos a produzir enzimas proteolíticas, como a elastase; 5. Inibe a atividade da 𝛼1-antitripsina, enzima inibidora fisiológica da elastase. QUADRO CLÍNICO x dispneia aos esforços; tosse crônica; sibilos; fase expiratória prolongada da respiração; hiperinsuflação pulmonar que se manifesta pela atenuação dos sons cardíacos e pulmonares; e aumento do diâmetro anteroposterior do tórax (tórax em barril). PINK PUFFER – SOPRADORES ROSÁCEOS Enfisematosos. São magros, apresentam pletora e tórax em tonel. A dispneia é tipo expiratória, sem sinal de cor pulmonale e hipoxemia significativa, a ausculta pulmonar revela D dos murmúrios vesiculares. Perda da estrutura de sustentação do bronq. resp. → bronquíolo colaba → air trapping → hiperinsuflação → retificação do diafragma → dificulta a insp e C gasto de energia (emagrecimento). BLUE BLOATERS – INCHADOS AZUIS Bronquite. Apresentam hipoxemia grave (cianose) associada ao cor pulmonale, que leva a insuficiência ventricular direita e edema. A ausculta pulmonar é rica em ruídos adventícios. Os pacientes geralmente apresentam uma combinação dos dois estereótipos. Possuem tosse produtiva com duração de 3 meses durante 2 anos consecutivos. DIAGNÓSTICO IMAGEM x Raio-X PA: retificação das hemicúpulas diafragmáticas; hiperinsuflaçãp; C dos espaços intercostais; D do diam. cardíaco (L em gota) x Raio-X Perfil: C esp. retroesternal; GASOMETRIA x Hipoxemia; hipercapnia (C PAC02 em fases avançadas); acidose respiratório; C bicarbonato e base excess. ESPIROMETRIA Pré e pós bronquidilatador, tiffeneau (% de ar que sai no 1º min) → VEF1/CVF < 0,70; A espirometria permite medir o volume de ar inspirado e expirado e os fluxos respiratórios, sendo especialmente útil a análise dos dados derivados da manobra expiratória forçada. A capacidade pulmonar total (CPT) é a quantidade de ar nos pulmões após uma inspiração Laís R. Saad máxima. A quantidade de ar que permanece nos pulmões após a exalação máxima é o volume residual (VR). A CPT e o VR não podem ser medidos por espirometria ESTADIAMENTO ESPIROMETRIA ÍNDICE DE DISPENEIA GOLD Duas etapas: 1. espirometria → dignosticar e determinar a gravidade da obstrução do fluxo (Gold 1-4); 2. determinar a classificação de Gold A-D e subsequente tto farmacológico mais apropriado
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