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Vanguardas europeias

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VANGUARDAS CULTURAIS EUROPEIAS
Nas três primeiras décadas do século XX, o cenário artístico europeu também vivia um momento de grande agitação. Diferentes movimentos artísticos, denominados vanguardas, surgiram para estabelecer novas transferências para a pintura, a literatura, a música e a escultura.
As vanguardas tem um objetivo em comum: romper radicalmente com os princípios que orientavam a produção artística do século XIX. Podemos, então, dizer que as vanguardas eram movimentos ousados que queriam libertar a arte da necessidade de representar a realidade de modo figurativo e linear.
Nos últimos anos do século XIX, Paris é a capital cultural da Europa e pulsa com a agitação artística da Belle Époque. A cidade está reformada pelo projeto de desenvolvimento urbano.
É nesse contexto de produçao que as vaguardas são elaboradas. Diferentes grupos se organizam em torno de líderes que assumem o papel de propor e divulgar novos caminhos para a arte.
Surgem então os manifestos como meio de dar maior visibilidade às propostas das diferentes vanguardas. O contexto de circulação dos manifestos é o jornal.
 O espírito agressivo das vanguardas, anunciado no Manifesto do Futurismo, é confirmado pela reação, de modo geral, horrorizada do público à apresentação da primeira obra cubista: o quadro As senhoras de Avignon, de Pablo Picasso, que mostra cinco prostitutas nuas, com o rosto e corpo deformados.
CUBISMO
O quadro As senhoras de Avignon revela um modo revolucionário de representar a realidade, rompendo com os conceitos tradicionais de harmonia, proporção, beleza e perspectiva. Com essa obra nasce a pintura cubista, e o seu criador, Pablo Picasso, será o grande mestre do Cubismo.
O Cubismo adota como princípio o questionamento da descrição clássica. OS artistas desejam, agora, apresentar relações e não formas acabadas. Para enfatizar essas relções, propõem diferentes pontos de vista a partir dos quais um determinado objeto pode ser observado. É por isso que essa vanguarda se define pela sobreposição de diferentes planos. Os cubistas pretendem forçar o observador a questionar a realidade, não aceitando uma interpretação única, linear.
O primeiro manifesto da literatura cubista, de autoria do poeta francês Guillaume Apollinaire, só surge em 1913, bem depois das primeiras exposições das obras de Picasso e Braque.
É na poesia que a literatura cubista ganha forma. Os poetas cubistasbuscam criar novas perspectivas e afirmar a necessidade de manter as coisas em permanente 
relação. No Brasil, a influência dessa vanguarda aparece na obra de Oswald de Andrade.
FUTURISMO
Com propostas mais organizadas que o Cubismo, o Futurismo é divulgado através de um manifesto assinado pelo seu líder Filippo Tommaso Marinetti.
Para os futuristas, porém, ele passa a designar uma nova forma de arte e ação, uma lei de “higiene mental”, um movimento que pretende ser antitradicional, renovador, otimista, heroico, dinâmico e que se ergue sobre as ruínas do passadismo.
O grande estardalhaço do Futurismo é provocado pela polêmica figura de Marinetti, que lança mais de 30 manifestos definindo diversos aspectos da nova vanguarda. Em todos, a mesma proposta violenta de destruição total do passado; o mesmo fascínio pela guerra que promove aniquilação dos símbolos do passado; a mesma exaltação pelas formas do mundo moderno: automóveis, aviões, em um eterno culto à velocidade que Marinetti, fascinado pelas novas tecnologias, vê como uma força mística.
Os futuristas exaltam “a bofetada e o soco” como meio de despertar o público da passividade em que se encontra.
Marinetti recomenda que os textos futuristas destruam a sintaxe, apresentando substantivos “ao acaso, como nascem”. Os verbos devem ser usados no infinitivo, para que o leitor seja levado a participar da construção do sentido do texto. O líder futurista também recomenda abolir a pontuação, os adjetivos e os advérbios. O objetivo é sempre o mesmo: impedir que a literatura continue a exaltar “a imobilidade pensativa”.
EXPRESSIONISMO
Contemporâneo do Cubismo e do Futurismo, a base do Expressionismo é o resultado de um processo criativo que supõe a perda do controle consciente durante a produção da ora de arte. A realidade não deve mais ser percebida em planos distintos (físico, psíquico, etc.), mas sim transformada em expressão.
Influenciado pela Primeira Guerra Mundial, e seus quadros ressaltam um lado obscuro da humanidade, retratando faces marcadas pela angústia e pelo medo. A mais conhecida tela expressionista é O grito, de Edvard Munch.
Os poetas expressionistas abordam, em suas obras, a derrocada do mundo burguês e capitalista, denunciando um universo em crise e a sensação de impotência do homem preso em um mundo “sem alma”. 
Temas como esses garantem aos textos expressionistas um forte caráter negativista, fazendo com que muitas vezes a representação do mundo se faça de forma grotesca e deformada. A literatura expressionista também cria imagens distorcidas da realidade para traduzir as vivências humanas.
DADAÍSMO
O Dadá vem para aboir de vez a lógica, a organização, o olhar racional, dando à arte um caráter de espontaneidade total. A falta de sentido já é anunciada no nome escolhido para a vanguarda. 
O principal problema de todas as manifestações artísticas está, segundo os dadaístas, em almejar algo impossível: explicar o ser humano.
Esforçando-se para expressar a negação de todos os valores estéticos e artísticos corretes, os dadaístas usam, com frequência, métodos intencionalmente incompreensíveis. Aproveitam pedaços de materiais encontrados pelas ruas ou objetos jogados fora.
A falta de lógica e espontaneidade alcançam na literatura sua expressão máxima.
SURREALISMO
Fortemente ligado às artes visuais, o Surrealismo é uma vanguarda interessada em adquirir um maior conhecimento do ser humano. Seus seguidores pretendem, por meio da valorização da fantasia, do sonho, do interesse pela loucura, liberar o inconsciete humano, terreno fértil e ainda muito pouco explorado. 
O fascínio pelo inconsciente e por todas as formas que vão além da realidade objetiva aproxima os surrealistas da teoria psicanalitica de Sigmund Freud.
Eles acreditam que a razão não é o melhro instrumento para essas descobertas, porque ela ignora nosso universo inconsciente.
O grande nome da literatura surrealista é André Breton. Em 1924, ele publica em Paris o Manifesto do Surrealismo, em que define o espírito e os objetivos da nova vanguarda.
Na literatura, a liberação do insconsciente deve ser alcançada com o auxílio da escrita automática.
HERANÇA BRASILEIRA DAS VANGUARDAS
A principal herança das vanguardas europeias é o impulso de destruir os modelos arcaicos, desafiar o gosto estabelecido e propor um olhar inovador para o mundo.
Justamente porque tiveram em comum o desejo de questionar posturas convencionais e coragem para ousar, não se pode falar em uma “tradição” específica das vanguardas.
Com suas propostas agressivas, iconoclastas, desafiadoras, as vanguardas libertara a arte dos modelos que, durante séculos, dominaram o olhar dos artistas para a realidade.

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