Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Prática Jurídica IV @piluladc Provas e Sentença Regra geral - podem ser produzidas to- das as provas moralmente legítimas. Alguns tipos estão em lugares especí- ficos. As provas são especificadas no CPC. Espécies de provas CPC: • Ata notarial • Depoimento pessoal • Confissão • Exibição de documento ou coisa • Documental • Testemunhal • Pericial • Inspeção Judicial No JEC, só as três últimas estão pre- vistas expressamente, ainda que modi- ficadas ou adequadas às necessidades da lei 9099. Isso não significa que as outras não possam ser produzidas. Primeiro porque as regras do CPC se aplicam quando a lei 9099 for omissa. Segundo porque a própria lei 9099 traz um artigo permitindo todos os meios de prova moralmente legítimos. Seção XI Das Provas “Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos, ainda que não especificados em lei, são hábeis para provar a veracidade dos fatos ale- gados pelas partes.” “Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.” “Art. 34. As testemunhas, até o máximo de três para cada parte, com- parecerão à audiência de instrução e julgamento levadas pela parte que as tenha arrolado, independentemente de intimação, ou mediante esta, se assim for requerido. § 1º O requerimento para intima- ção das testemunhas será apresentado à Secretaria no mínimo cinco dias antes da audiência de instrução e julgamento. § 2º Não comparecendo a teste- munha intimada, o Juiz poderá determi- nar sua imediata condução, valendo- se, se necessário, do concurso da força pública.” Comparação com o CPC - máximo de 10, 3 pra cada prova de fato, podendo o juiz limitar diante da complexidade da causa (art 357). “(...)§ 6º O número de testemu- nhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato.” Advogado pode intimar a testemunha que ele arrolou (art 455) ou levar no dia da audiência. Intimação judicial pra ca- sos previstos no CPC, art 455 par 4. Prática Jurídica IV @piluladc Pode haver condução coercitiva se for devidamente intimada. “Art. 455. Cabe ao advogado da parte informar ou intimar a testemunha por ele arrolada do dia, da hora e do local da audiência designada, dispen- sando-se a intimação do juízo. § 1º A intimação deverá ser rea- lizada por carta com aviso de recebi- mento, cumprindo ao advogado juntar aos autos, com antecedência de pelo menos 3 (três) dias da data da audiên- cia, cópia da correspondência de inti- mação e do comprovante de recebi- mento. § 2º A parte pode comprometer- se a levar a testemunha à audiência, in- dependentemente da intimação de que trata o § 1º, presumindo-se, caso a testemunha não compareça, que a parte desistiu de sua inquirição. § 3º A inércia na realização da in- timação a que se refere o § 1º importa desistência da inquirição da testemu- nha. § 4º A intimação será feita pela via judicial quando: I - for frustrada a intimação pre- vista no § 1º deste artigo; II - sua necessidade for devida- mente demonstrada pela parte ao juiz; III - figurar no rol de testemunhas servidor público ou militar, hipótese em que o juiz o requisitará ao chefe da re- partição ou ao comando do corpo em que servir; IV - a testemunha houver sido ar- rolada pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública; V - a testemunha for uma daque- las previstas no art. 454 . § 5º A testemunha que, intimada na forma do § 1º ou do § 4º, deixar de comparecer sem motivo justificado será conduzida e responderá pelas despe- sas do adiamento.” “Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá inquirir técnicos de sua confiança, permitida às partes a apresentação de parecer técnico. Parágrafo único. No curso da au- diência, poderá o Juiz, de ofício ou a requerimento das partes, realizar inspe- ção em pessoas ou coisas, ou determi- nar que o faça pessoa de sua confi- ança, que lhe relatará informalmente o verificado.” O juiz pode determinar um perito, ou as partes podem elas mesmas apresenta- rem a perícia, sendo que o juiz não pre- cisa necessariamente aceitar a perícia apresentada. O parecer técnico pode ser informal, não precisa seguir as regras formais de apresentação de laudo necessaria- mente. Enunciado 12 do FONAJE. “ENUNCIADO 12 – A perícia in- formal é admissível na hipótese do art. 35 da Lei 9.099/1995.” Inspeção judicial - no CC, precisa ne- cessariamente ser realizada pelo juiz, que se desloca ao local para fazer prova da situação. Muito comum pra demarcação de terras ou no caso de pessoa enferma, é rela- tivamente raro mas acontece. No JEC ele pode mandar uma pessoa da sua confiança ir e receber o relato informa- ção, inspeção feita de forma indireta. “Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito, devendo a sentença referir, no essencial, os informes trazi- dos nos depoimentos.” Prática Jurídica IV @piluladc Pode ser feita, mas não é necessária. Muitas vezes tem a gravação também. “Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo, sob a supervisão de Juiz togado.” Seção XII Da Sentença “Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilí- quida, ainda que genérico o pedido.” Sentença normal - relatório com uma síntese breve do ocorrido no processo, depois vem a fundamentação, ou seja, motivo pelo qual ele foi convencido e o que embasa o julgamento dele, e aí vem a conclusão, o dispositivo, que é o jul- gamento, e encerra. No JEC, não funciona assim, não pre- cisa fazer o relatório, só tem funda- mentação e dispositivo, pra acelerar - princípio da celeridade. A ideia também é espelhada para as turmas recursais, para acórdão também. Mas precisa ter na sentença condenatória o valor deli- mitado, porque não há fase de liquida- ção e arbitramento no JEC. “Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que exceder a alçada estabelecida nesta Lei.” Se ultrapassar a competência, é inefi- caz. “Art. 40. O Juiz leigo que tiver di- rigido a instrução proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz togado, que poderá homologá-la, pro- ferir outra em substituição ou, antes de se manifestar, determinar a realização de atos probatórios indispensáveis.”
Compartilhar