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0 INSTITUTO PEDAGÓGICO DE MINAS GERAIS - FACEL PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE SERVIÇO SOCIAL ROSANGELA MARIA DE MELLO SOUZA MATRÍCULA: 15661 O SERVIÇO SOCIAL E AS SUAS REGULAMENTAÇÕES Belo Horizonte / MG 2017 1 INSTITUTO PEDAGÓGICO DE MINAS GERAIS – FACEL PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE SERVIÇO SOCIAL ROSANGELA MARIA DE MELLO SOUZA MATRÍCULA: 15661 O SERVIÇO SOCIAL E AS SUAS REGULAMENTAÇÕES Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao Instituto Pedagógico de Minas Gerais (IPEMIG) como requisito para obtenção do título de especialista em Gestão de Serviço Social. Belo Horizonte / MG 2017 2 SOUZA, Rosangela Maria de Mello. Artigo Científico. Belo Horizonte: IPEMIG/ FACEL, 2017. Especialização em Gestão de Serviço Social. RESUMO: O presente artigo científico aborda o trabalho do assistente social, a principais leis que regem o serviço social, os usuários e o público alvo das ações e programas, pelo qual a assistência social busca garantir direitos e deveres. Foi realizado também uma pesquisa de campo no CREAS, do município de Itaporã – MS, para interação das ações desenvolvidas nesta unidade de saúde, as abordagens desenvolvidas e programas, as redes de serviços da assistência social, órgãos de defesa de direitos e das demais políticas públicas, que visão contribuir para a reconstrução da situação vivida. Palavras-chave: Serviço Social, Assistente Social, usuários. ABSTRACT: The present paper discusses the work of the social worker, the main laws governing social services, users and the intended audience of the actions and programs, whereby social services seeks to ensure rights and duties. It was held also a field research on the CREAS, in the municipality of Itaporã - MS, for interaction of the actions developed in this health unit, the approaches developed and programs, social assistance services, advocacy bodies and other public policies, that vision to contribute to the reconstruction of the situation. Keywords: Social Service, Social worker, users. 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 4 2 DESENVOLVIMENTO........................................................................ 5 2.1 A Regulamentação da Seguridade Social …................................... 5 2.2 As Políticas Públicas de Assistência Social…................................ 7 2.3 O CREAS............................................................................................ 13 3 CONCLUSÃO..................................................................................... 16 4 REFERÊNCIAS.................................................................................. 17 4 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho de conclusão do Curso de Pós-graduação da Instituto Pedagógico de Minas Gerais (IPEMIG), tem como objetivo a obtenção do certificado de conclusão do curso de Pós-graduação em Gestão de Serviço Social, ensejando a acadêmica o título de especialista em Gestão de Serviço Social, como também maior conhecimento das leis que regem as políticas públicas de seguridade social. Neste trabalho, além de ser pesquisado as políticas públicas que regem a seguridade social, foi também feita uma pesquisa de campo no Centro de Referência especializado em Assistência Social (CREAS), como o atendimento e o tipo de serviço ofertado pelo mesmo, com isso um maior entendimento sobre o que se buscar nesta instituição, elencando sobre as comunicações com usuários e seus familiares, e a compreensão da individualidade do ser social, a efetiva participação familiar, o restabelecimento dos usuários, o que é essencial para que o mesmo tenha um nível de recuperação esperada, quanto a viabilidade de ampliação de qualidade de vida dos indivíduos e da sociedade, sendo estas compostas de famílias e indivíduos que vivenciam violações de direitos, adolescentes de 12 a 18 incompletos ou jovens de 18 a 21 anos, em cumprimento de medidas socioeducativas de liberdade assistida (LA) e prestação de serviço à comunidade (PSC), aplicada pela justiça da infância e da juventude ou na ausência desta, pela vara civil correspondente e suas famílias, o serviço de proteção social especial para pessoas com deficiência, idosas e suas famílias, composto por pessoas com deficiência e idosas com dependência, seus cuidadores e familiares. O objetivo do CREAS, é leva-los a ruptura com a conduta infracional, despertá- los para que construam um projeto de vida saudável para eles e para a sociedade, e isso consistiu em oportunizar a acadêmica do Curso de Pós-Graduação em Gestão de Serviço Social, contato com a realidade organizacional em que o mesmo foi inserido de maneira a identificar as demandas dos usuários, as possibilidades dos profissionais que atuam no campo e a forma como a instituição analisa e atende as necessidades, com as visitas domiciliares, acompanhamentos e atendimentos aos usuários, garantindo o direcionamento do atendimento de cada um dos vetores, 5 assegurando a dignidade da pessoa humana, na rede de proteção que se buscou organizar, em prol de atendimentos e abordagens 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 A Regulamentação da Seguridade Social Foi constituído, conforme (BRASIL, 1988), na Constituição da República Federativa do Brasil, no seu artigo 203, que a assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice, o amparo às crianças e adolescentes carentes, a promoção da integração ao mercado de trabalho, a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária, com a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei, sendo que no artigo 204, constitui que as ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no artigo 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes da EC no 42/2003, descentralização a político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social, participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis, e no seu parágrafo único, dispõe que é facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de, despesas com pessoal e encargos sociais, serviço da dívida, qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados. 6 A Constituição Federal de 1988 traz uma nova concepção para a Assistência Social brasileira. Incluída no âmbito da Seguridade Social e regulamentada pela Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS em dezembro de 1993, como política social pública, a assistência social inicia seu trânsito para um campo novo: o campo dos direitos, da universalização dos acessos e da responsabilidade estatal. A LOAS cria uma nova matriz para a política de assistência social, inserindo-a no sistema do bem-estar social brasileiro concebido como campo do Seguridade Social, configurandoo triângulo juntamente com a saúde e a previdência social (BRASIL, 2004, p. 31). Brasil (1988), versa na Constituição Federal do Brasil, que o Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes preceitos, aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-infantil, criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação, e a lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência, sendo que o direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos, que são desde idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, garantia de direitos previdenciários e trabalhistas, garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola, garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica, obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade, estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado, programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. Já no Artigo 228 (BRASIL, 1988), da Constituição Federal do Brasil, fica estabelecido que são penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, ficando 7 sujeito às normas da legislação especial. No Artigo 229, estabelece que os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, na carência ou na enfermidade. O Artigo número 230, estabelece que a família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida, e que os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares, e ainda que aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos urbanos. 2.2 As Políticas Públicas de Assistência Social A Política Nacional de Assistência Social (BRASIL, 2004), constitui a Assistência Social como política de proteção social e configura-a como uma nova situação para o Brasil, visando a garantia de direitos a todos, que dela necessitardes, e sem contribuir previamente a provisão dessa proteção, nessa perspectiva significaria aportar quem, quantos, quais e onde estão os brasileiros que demandam os serviços e atenções de assistência social, sendo que não dispõe de imediato e pronto a análise de sua incidência. Partindo de uma visão social inovadora, e dando continuidade ao estabelecido pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei Orgânica da Assistência Social de 1993, e pautada na dimensão ética de incluir “os invisíveis”, os transformados em casos individuais, mas que fazem parte de uma situação social coletiva, com as diferenças e os diferentes, as disparidades e as desigualdades. Com uma visão social de proteção, supondo conhecer os riscos, as vulnerabilidades sociais a que estão sujeitos, como também os recursos com o qual conta para enfrentar tais situações com menor dano pessoal e social possível, supondo também conhecer os riscos e as possibilidades de enfrentá-los, com uma visão social capaz de captar as diferenças sociais, entendendo as circunstâncias e os requisitos sociais circundantes do indivíduo, sendo a família partes determinantes para sua proteção e autonomia. Exigindo confrontar a leitura macrossocial com a leitura micro social, com uma visão social capaz de entender que as populações possuem necessidades, mas também 8 possibilidades ou capacidades que devem e podem ser desenvolvidas, assim, uma análise de situação não pode ser só das ausências, mas também das presenças até mesmo como desejos em superar a situação atual, com uma visão social capaz de identificar forças e não fragilidades que as diversas situações de vida possua. Segundo a Lei orgânica da assistência social (LOAS), Brasil (1993), o benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com sessenta e cinco anos ou mais que comprovarem não possuírem meios de prover a própria manutenção, nem de tê-la provida por sua família, sendo para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. A Política Nacional de Assistência Social (BRASIL, 2004, p.36), aborda que além de privações e diferenciais de acesso a bens e serviços, a pobreza associada à desigualdade social e a perversa concentração de renda, revela-se numa dimensão mais complexa, que é a exclusão social, sendo o termo exclusão social confundido comumente, com desigualdade, miséria, indigência, pobreza (relativa ou absoluta), apartação social, dentre outras, sendo que existem diferenças e semelhanças entre alguns desses conceitos, embora não exista consenso entre os diversos autores que se dedicam ao tema, entretanto, diferentemente de pobreza, miséria, desigualdade e indigência, que são situações, a exclusão social é um processo que pode levar ao acirramento da desigualdade e da pobreza e, enquanto tal, apresenta-se heterogênea no tempo e no espaço. São destinados, por exemplo, às crianças, aos adolescentes, aos jovens, aos idosos, às pessoas com deficiência e às pessoas em situação de rua que tiverem seus direitos violados e, ou, ameaçados e cuja convivência com a família de origem seja considerada prejudicial a sua proteção e ao seu desenvolvimento. No caso da proteção social especial, à população em situação de rua serão priorizados os serviços que possibilitem a organização de um novo projeto de vida, visando criar condições para adquirirem referências na sociedade brasileira, enquanto sujeitos de direito (BRASIL, 2004, p. 37). Na Política Nacional de Assistência Social (BRASIL, 2004), são destinados, às crianças, aos adolescentes, aos jovens, aos idosos, às pessoas com deficiência e às pessoas em situação de rua que tiverem seus direitos violados e, ou, ameaçados e cuja convivência com a família de origem seja considerada prejudicial a sua proteção 9 e ao seu desenvolvimento, e no caso da proteção social especial, à população em situação de rua serão priorizados os serviços que possibilitem a organização de um novo projeto de vida, visando a criação de condições para adquirirem referências na sociedade brasileira, enquanto sujeitos de direito, sendo a proteção social especial a modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situaçãode rua, situação de trabalho infantil, entre outras, sendo que são serviços que requerem acompanhamento individual e maior flexibilidade nas soluções protetivas, comportando encaminhamentos monitorados, apoios e processos que assegurem qualidade na atenção protetiva e efetividade na reinserção almejada. O pacto federativo que sustenta o conteúdo do SUAS e de sua regulação através da NOB/SUAS contém diversas dimensões que devem receber tratamento objetivo no processo de gestão, entre os quais se destacam: o conhecimento da realidade municipal, do Distrito Federal, estadual e nacional quanto a presença e a prevenção de riscos e vulnerabilidades sociais da população; distância entre a demanda de proteção social face a rede sócio assistencial existente e entre esta e aquela que se busca alcançar com a implementação do SUAS; a construção gradual de metas nos planos municipais, do Distrito Federal, estaduais e federal; o trato igualitário e equitativo dos municípios, das microrregiões dos estados, dos estados e regiões nacionais; a defesa dos direitos sócio assistenciais; o padrão de financiamento e o controle social (BRASIL, 2005, p.13). Instituiu, segundo (BRASIL, 1993), o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), a integração a proteção social básica, que consiste na oferta de ações e serviços sócio assistenciais de prestação continuada, nos CRAS, por meio do trabalho social com famílias em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo de prevenir o rompimento dos vínculos familiares e a violência no âmbito de suas relações, garantindo o direito à convivência familiar e comunitária. Os serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica deverão se articular com as demais políticas públicas locais, de forma a garantir a sustentabilidade das ações desenvolvidas e o protagonismo das famílias e indivíduos atendidos, de forma a superar as condições de vulnerabilidade e a prevenir as situações que indicam risco potencial. Deverão, ainda, se articular aos serviços de proteção especial, garantindo a efetivação dos encaminhamentos necessários (BRASIL, 2004, p. 34, 35). Segundo, (BRASIL, 2004, p. 32), a segurança da vivência familiar ou a segurança do convívio é uma das necessidades a ser preenchida pela política de 10 assistência social, supondo que a não aceitação de situações de reclusão, de situações de perda das relações, sendo que é próprio da natureza humana o comportamento gregário, porque é na relação que o ser cria sua identidade e reconhece a sua subjetividade, porque a dimensão societária da vida desenvolve potencialidades, subjetividades coletivas, construções culturais, políticas e, sobretudo, os processos civilizatórios, as barreiras relacionais criadas por questões individuais, grupais, sociais por discriminação ou múltiplas, a não aceitações ou intolerâncias estão no campo do convívio humano, porque a dimensão multicultural, Inter geracional, Inter territoriais, intersubjetivas, entre outras, devem ser ressaltadas na perspectiva do direito ao convívio. Constitui o público usuário da Política de Assistência Social, cidadãos e grupos que se encontram em situações de vulnerabilidade e riscos, tais como: famílias e indivíduos com perda ou fragilidade de vínculos de afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida; identidades estigmatizadas em termos étnico, cultural e sexual; desvantagem pessoal resultante de deficiências; exclusão pela pobreza e, ou, no acesso às demais políticas públicas; uso de substâncias psicoativas; diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar, grupos e indivíduos; inserção precária ou não inserção no mercado de trabalho formal e informal; estratégias e alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem representar risco pessoal e social (BRASIL, 2004, p. 33). Segundo Política Nacional de Assistência Social (BRASIL, 2004, p. 41), mesmo com o reconhecimento explícito sobre a importância da família na vida social e sendo esta merecedora da proteção do Estado, tal proteção tem sido cada vez mais discutida, na medida em que a realidade tem dado sinais cada vez mais evidentes de processos de penalização e desproteção das famílias brasileiras, e nesse contexto, a matricialidade sociofamiliar passa a ter papel de destaque no âmbito da Política Nacional de Assistência Social – PNAS, sendo que esta ênfase está ancorada na premissa de que a centralidade da família e a superação da focalização, no âmbito da política de Assistência Social, repousam no pressuposto de que para a família prevenir, proteger, promover e incluir seus membros é necessário, em primeiro lugar, garantir condições de sustentabilidade para tal. Nesse sentido, a formulação da política de Assistência Social é pautada nas necessidades das famílias, seus membros e dos indivíduos. Nessa ótica, a centralidade da família com vistas à superação da focalização, tanto relacionada a situações de risco como a de segmentos, sustenta-se a partir da perspectiva postulada. Ou seja, a centralidade da família é garantida 11 à medida que na Assistência Social, com base em indicadores das necessidades familiares, se desenvolva uma política de cunho universalista, que em conjunto com as transferências de renda em patamares aceitáveis se desenvolva, prioritariamente, em redes socioassistenciais que suportem as tarefas cotidianas de cuidado e que valorizem a convivência familiar e comunitária (BRASIL, 2004, p. 42). A Política Nacional de Assistência Social (BRASIL, 2004, p. 38), prevê garantia integral com serviços de proteção social especial de alta complexidade, como moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e indivíduos que se encontram sem referência e, ou, em situação de ameaça, necessitando serem retirados de seu núcleo familiar e, ou, comunitário, sendo essas tais como, atendimento Integral Institucional, casa Lar, república, casa de Passagem, albergue, família Substituta, família acolhedora, medidas socioeducativas restritivas e privativas de liberdade, como semiliberdade, internação provisória e sentenciada, e o trabalho protegido. O Estatuto da criança e do adolescente (BRASIL, 1990, p. 18), dispõe quanto ao direito à convivência familiar e comunitária, no artigo 19, que toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes, e quem estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada seis meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009), sendo que a permanência dos mesmos em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de dois anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade judiciária (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009), e a manutenção ou reintegração de criança ou adolescente à sua família terá preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que está será incluída em programas de orientação e auxílio, conforme as leis que a orientam. Segundo os Parâmetros Para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social (2009), os desafios impostos em atuações multidisciplinares na 12 política de assistência social, é importante a criação de ambiente de trabalho que propicie a discussão e reflexão dos referenciais teóricos e metodológicos que sãosuporte para um trabalho profissional em que demandam as especificidades das equipes e dos usuários. Segundo Iamamoto (2000), o exercício da profissão de serviço social deve ser embasado em um profissional que possui competência para negociar com as instituições os seus projetos, defendendo o seu campo de trabalho, as suas qualificações e funções. “É uma ação de um sujeito profissional que tem competência para propor, para negociar com a instituição os seus projetos, para defender o seu campo de trabalho, suas qualificações e funções profissionais. Requer, pois, ir além das rotinas institucionais e buscar apreender o movimento da realidade para detectar tendências e possibilidades nela presentes passíveis de serem impulsionadas pelo profissional“ (IAMAMOTO, p. 17, 2000). Os assistentes sociais devem direcionar os seus trabalhos seguindo os princípios fundamentais que estruturam o Código de Ética dos/as Assistentes Sociais, sendo que os mesmos direcionam, orientam e fundamentam as intervenções e abordagens do/da assistente social. Segundo Brasil (2010, p.41), “Os assistentes sociais na saúde atuam em quatro grandes eixos: atendimento direto aos usuários; mobilização, participação e controle social; investigação, planejamento e gestão; assessoria, qualificação e formação profissional”. Segundo os Parâmetros para a Atuação de Assistentes Sociais na Saúde (Brasil, 2010, p.41, 42), o atendimento do assistente social direto aos usuários se dá em diversos espaços de atuação profissional na saúde, desde a atenção básica até os serviços que se organizam a partir de ações de média e alta complexidade, e ganham materialidade na estrutura da rede de serviços brasileira a partir das unidades da Estratégia de Saúde da Família, dos postos e centros de saúde, policlínicas, institutos, maternidades, Centros de Apoio Psicossocial (CAPs), hospitais gerais, de emergência e especializados, incluindo os universitários, independente da instância a qual é vinculada seja federal, estadual ou municipal. Quanto as visitas domiciliares, estas devem fazer parte do trabalho deste profissional, porque são importantes instrumentos a serem utilizados por eles, favorecendo uma melhor compreensão acerca das condições de vida dos usuários, envolvendo desde a situação de moradia, quanto a residência, bairro, e as relações familiares e comunitárias, com isso o 13 assistente social tem um maior conhecimento da realidade em que vive o indivíduo, podendo com isso buscar um maior alargamento dos seus direitos sociais. 2.3 O CREAS Segundo pesquisas realizadas no CREAS, Itaporã – MS, os serviços ofertados pelo mesmo, obrigatoriamente no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que é uma unidade pública que oferta serviço especializado e continuado a famílias e indivíduos (crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos e mulheres), em situação de ameaça ou violação de direitos, tais como a violência física, psicológica, sexual, de trabalho infantil, tráfico de pessoas, cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, situação de risco pessoal, sob ameaça e violação de direitos por abandono, exploração sexual comercial e situação de rua, situação de risco pessoal e social associados ao uso de drogas, e outras formas de submissão que provocam danos e agravos físicos e emocionais, etc. As redes de proteção e o Serviço Social, visam a discussão sobre a rede de proteção e implica em reconhecer a importância das políticas públicas de Assistência Social e conhecer os conceitos por ela oferecidos, e o papel que cada um desenvolve no atendimento, na defesa e proteção das crianças e adolescentes, com um conjunto de ações integradas entre si, articulando ações integradas entre as quatro dimensões de governo, municipal, estadual, distrital e federal, como também entre as esferas de poder executivo, judiciário e legislativo, que se destinem à prevenção de ameaças e violências contra os interesses, direitos e garantias. O CREAS busca construir um espaço para acolhimento dessas pessoas, fortalecendo vínculos familiares e comunitários, priorizando a reconstrução de suas relações familiares, dentro do contexto social, permitindo a superação das situações apresentadas, com pretensão de prevenir ameaças e violências, em especial, que acontecem no interior do núcleo familiar e comunitário. Como a violência doméstica, abuso e/ou violência sexual entre outras formas de ofensas físicas, morais, psicológicas e sociais 14 Os serviços ofertados no CREAS são desenvolvidos de modo articulado com a rede de serviços da assistência social, órgãos de defesa de direitos e das demais políticas públicas, realizando ações conjuntas no território para fortalecer as possibilidades de inclusão da família em uma organização de proteção que possa contribuir para a reconstrução da situação vivida. O público atendido no CREAS, geralmente são pessoas e famílias que sofrem algum tipo de violação de direitos, como violência física e/ou psicológica, negligência, violência sexual (abuso e/ou exploração sexual), adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas ou sob medidas de proteção, tráfico de pessoas, situação de rua, abandono, trabalho infantil, discriminação por orientação sexual e/ou raça/etnia, entre outras. As redes de proteção e o Serviço Social, visam reconhecer a importância das Políticas Públicas de Assistência Social e conhecer os conceitos por ela oferecidos e ainda, o papel que cada um desenvolve no atendimento, defesa e proteção das crianças e adolescentes, buscando articular ações integradas entre as quatro dimensões de governo, municipal, estadual, distrital e federal, com a pretensão de prevenir ameaças e violências, em especial, que acontecem no interior do núcleo familiar e comunitário, como a violência doméstica, abuso e/ou violência sexual entre outras formas de ofensas físicas, morais, psicológicas e sociais. A ideia de rede de proteção, na área multidisciplinar da infância e da juventude, não deve se limitar apenas ao âmbito jurídico. Prende-se à implicação necessária entre os sistemas de direitos e garantias fundamentais estabelecidas no ECA. Nesse sentido, observa que a comunicação entre os segmentos sociais e os Poderes Públicos é a pedra angular para a articulação das ações governamentais e não- governamentais, isto é, para a construção das redes de proteção. Os sistemas de garantia dos direitos são constituídos pelas instâncias legislativa e judiciária, sendo que as redes de proteção e o serviço social composto por direitos fundamentais, a prevenção, políticas de atendimentos, medidas de proteção, medidas socioeducativas, garantias fundamentais estabelecidos e articulados, de forma integrada, pelo regime jurídico, sendo que seus operadores estão constituídos pelas instâncias legislativa e judiciária (Magistratura, Ministério Público e Advocacia, dentre outros atores jurídico-sociais), não devendo se limitar às 15 suas funções originárias, mas dedicar-se à articulação comunicacional com a rede de proteção. Os sistemas de garantias estabelecidos pelo ECA guardam entre si implicações funcionais de necessidades mútua e recíproca, encontrando estrutura e funcionamento vinculados e integrados entre si., com atendimento das novas exigências sociais, identificação dos novos sujeitos de direitos, estabelecimento de proteção diferenciadas (direitos e garantias), regulamentação das novas relações sociais, ou processuais, de abandono e violência. É compartilhada entre a família, a sociedade e o Estado, para o alcance de tais metas que se relacionam entre assim, diretamente com cada um desses sistemas de garantias, oferecendo amplo apoio, respaldo e tutela aos órgãos e entidades de atendimento governamentais e não- governamentais, por meio do desenvolvimento das atribuiçõese competências legalmente previstas para a efetiva implementação dos direitos à criança e ao adolescente. Instalaram um sistema de proteção geral de direitos de crianças e adolescentes, cujo intuito é a afetiva implementação da doutrina de proteção integral, denominado de sistema de garantias de direitos (SGD), doutrina de proteção integral, com concepção sustentadora da normativa internacional a respeito dos direitos da infância e juventude, considerando e assegurando o interesse superior da criança, como direito de cidadania e dever do Estado. Sistema de Garantias de Direitos, é uma expressão usada para definir uma estratégia sistemática de promoção e defesa de direitos, apoiada na participação da sociedade civil e do governo, numa relação de cogestão da coisa pública, assegurando à criança e ao adolescente a preferência no atendimento de suas necessidades, e vulnerabilidades. O Sistema de Garantias de Direitos é apoiado em três grandes eixos estratégicos, que são a promoção, defesa e controle. Sendo que a promoção de direitos, é pertinente à política de atendimento, e perpassa todas as políticas públicas, pois a satisfação das necessidades básicas é direito de todo e qualquer cidadão e dever do Estado. A promoção de direitos é constituída pela rede com seus programas, projetos e/ou serviços disponíveis. A defesa ou proteção dos direitos é responsável por garantir o acesso à justiça, sobretudo nos casos de violação de direitos, assegurando a exigibilidade dos direitos individuais ou coletivos, constituído pelo 16 judiciário, defensorias, segurança pública, ministério público, centros de defesa e similares, como também os conselhos tutelares. O controle da promoção e da proteção dos direitos, exerce o controle social difuso e institucional, os segmentos que o compõem tem como missão o enfrentamento de todas as formas de violação de direitos por meio de mecanismos de monitoramento, controle da promoção e da proteção dos direitos, e acompanhamento e avaliação, sendo constituído pelos conselhos e a sociedade civil organizada, por meio de fóruns, comitês, ONGs, sindicatos etc., além dos tribunais de contas e parlamento. Conclui-se então, que a intervenção de prevenção de ameaças e violências, em especial, que acontecem no interior do núcleo familiar e comunitário, como a violência doméstica, sexual, física, moral, psicológica e social, no qual foi busca-se medidas específicas de proteção, tanto para as crianças e adolescentes, quanto para seus respectivos núcleos familiares. Assim como os sistemas de garantias se direcionam ao atendimento de cada um dos vetores que irão assegurar a dignidade da pessoa humana, a rede de proteção busca organizar atendimentos e abordagens, com visitas domiciliares, acompanhamentos e atendimentos aos usuários. 3 CONCLUSÃO Através dos estudos realizados durante esta pesquisa, através das Políticas públicas que regem a Assistência Social, verificamos as fundamentais Leis acerca do trabalho do assistente social, no qual o mesmo visa as suas ações, para um melhor atendimento aos usuários, com direcionamento e orientação, intervendo e abordando, segundo os princípios fundamentais do Código de Ética dos/as Assistentes Sociais. Entendemos que as Leis acerca das políticas sociais, visam assegurar direitos aos cidadãos, através de ações multidisciplinares, no qual o assistente social busca trabalhar, segundo os Parâmetros para atuação de Assistentes Sociais na Saúde, em diversos espaços de atuação do profissional na saúde, perfazendo desde o atendimento em atenção básica, até ações de média e alta complexidade, em 17 unidades da rede de saúde, não importando qual a instância na qual a mesma pertença. Os sistemas de garantias estabelecidos pelo ECA guardam entre si implicações funcionais de necessidades mútua e recíproca, encontrando estruturalmente e funcionalmente vinculados e integrados entre si, em atendimento das novas exigências sociais, identificando os novos sujeitos de direitos, estabelecendo proteção diferenciadas, com direitos e garantias, regulamentando novas relações sociais e processuais. Visando assegurar direitos e deveres das crianças e adolescentes, as ações desenvolvidas pelo CREAS, são um conjunto de ações integradas entre si, para atender crianças e adolescentes em situação de risco pessoal, sob ameaça e violação de direitos por abandono, violência física, psicológica ou sexual, exploração sexual comercial, situação de rua, prevenção; política de atendimento, medidas de proteção, medidas socioeducativas, e garantias fundamentais estabelecidas e articuladas, de forma integrada, pelo regime jurídico. Notamos que a Política Nacional de Assistência Social, é destinada, às crianças, aos adolescentes, aos jovens, aos idosos, às pessoas com deficiência e às pessoas em situação de rua, as famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, assegurando aos seus usuários direitos estabelecidos nesta Lei. Analisamos então que o assistente social faz o planejamento e a execução de políticas públicas e de programas sociais, sempre voltados para o bem-estar coletivo e a integração do indivíduo na sociedade, delimitando suas funções para a saúde, voltando seus trabalhos, para com acompanhamentos, análises e propostas de ações que visam melhorias de condições de vida dos pacientes e seus familiares, promovendo saúde e qualidade de vida com intervenções e projetos assistenciais. 4 REFERÊNCIAS BRASIL, CFESS. Código de ética do/a assistente social. Lei 8.662/93 de regulamentação da profissão. - 9. ed. rev. e atual. - [Brasília]: Conselho Federal de Serviço Social, [2011]. “Atualizado em 13.3.1993, com alterações introduzidas pelas Resoluções CFESS n.290/94, 293/94, 333/96 e 594/11. Disponível em: http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf. Acessado em 13/03/2017. http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.pdf 18 Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais nos 1/1992 a 68/2011, pelo Decreto Legislativo nº 186/2008 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/1994. 35ª edição, Brasília, DF, Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2012, 454 p. (Série textos básicos, n. 67). Disponível em: bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/.../constituicao_federal_35ed.pdf?... Acessado em 10/03/2017. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. Índice elaborado por Edson Seda. Curitiba: Governo do Estado do Paraná, 1994. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm. Acessado em 10/03/2017. Brasil. Lei orgânica da assistência social (LOAS). Lei n. 8.742, de 7 de dezembro de 1993. 2ª edição, Brasília, DF, Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2015. 156 p. (Série legislação, n. 135). Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742compilado.htm. Acessado em 10/03/2017 BRASIL. Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social NOB/SUAS. Brasília, DF, 2005, Ministério do desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em: http://www.assistenciasocial.al.gov.br/sala-de- imprensa/arquivos/NOB-SUAS.pdf. Acessado em 10/03/2017. BRASIL/CFESS. Parâmetros para atuação de Assistentes Sociais na Política de Assistência Social. Brasília – 2009. BRASIL. Política Nacional de Assistência Social PNAS/2004. Brasília, DF, 2004, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Disponível em: http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/PNAS 2004.pdf. Acessado em 10/03/2017. IAMAMOTO, Marilda Villela. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 3. ed. Editora Cortez, São Paulo, 2000. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742compilado.htm http://www.assistenciasocial.al.gov.br/sala-de-imprensa/arquivos/NOB-SUAS.pdf http://www.assistenciasocial.al.gov.br/sala-de-imprensa/arquivos/NOB-SUAS.pdf http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/PNAS2004.pdf http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/PNAS2004.pdf
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