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LETÍCIA LEÃO ALVARENGA ATM 2021/A Ciclo Menstrual Os peptídeos ovarianos inibinas A e B também atuam no controle da secreção de gonadotrofinas. O FSH estimula a secreção de inibina B pelas células da granulosa, enquanto a inibina A é secretada pelo corpo lúteo, sob controle de LH. A concentração da inibina A, secretada pelas células da granulosa luteinizadas diminui paralelamente ao estradiol e à progesterona mantendo-‐se baixa na fase folicular. Juntamente com o estradiol, a inibina A controla a secreção de FSH na fase de transição luteofolicular. A inibina B parece ser um bom marcador da função das células da granulosa sob controle de FSH enquanto a inibina A espelha a função lútea sob controle do LH. LETÍCIA LEÃO ALVARENGA ATM 2021/A ASPECTOS CLÍNICOS o Duração: determinada pela velocidade e qualidade do desenvolvimento folicular o Varia entre uma mulher e outra e pode variar entre os ciclos o O sangramento menstrual tem duração média de 3 a 7 dias (10) o O intervalo entre os ciclos varia de 21 a 35 idas, com média de 28 dias. O ciclo menstrual dentro desses padrões é considerado normal. PERÍODO FÉRTIL ALTERAÇÕES CLÍNICAS o Ocorrem em resposta as oscilações dos esteroides ovarianos. As alterações mais notáveis ocorrem: o Na função e histologia das tubas uterinas o Na função e histologia do endométrio o No muco cervical o Citologia da vagina ÚTERO LETÍCIA LEÃO ALVARENGA ATM 2021/A Fase estrogênica do ciclo: -‐ as fibras musculares lisas do miométrio contraem-‐se com regularidade -‐ na fase lútea relaxam, por ação da progesterona, que bloqueia a contratilidade não só nessa fase, mas durante toda a gravidez INFLUÊNCIA DOS ESTROGÊNIOS o Proliferação das células do estroma e epiteliais o Superfície endometrial é reepitelizada em 4 a 7 dias após a menstruação o Crescimento progressivo das glândulas endometriais e novos vasos sanguíneos o Próximo a ovulação – 3 a 5 mm de espessura o Muco – glândulas endometriais, especialmente as de região cervical – fino e pegajoso o Filamentos alinham-‐se ao longo da cana cervical o Ajudam a guiar os SPTZ na direção vagina à útero ENDOMÉTRIO – PROGESTERONA o Desenvolvimento secretório -‐ Aumenta depósito de lipídeos e glicogênio -‐ Vasos tortuosos o Endométrio altamente secretor que contenha grandes quantidades de nutrientes armazenados para prover condições apropriadas para implantação de um óvulo fertilizado. EFEITO SOBRE AS TUBAS UTERINAS o Estrogênio § Aumento do número de células ciliadas § Intensificação da atividade ciliar § Propelir o óvulo em direção ao útero o Progesterona § Aumentar a secreção do revestimento mucoso das tubas MAMAS o Preparar para amamentação o Estrógenos § Desenvolvimento estromas § Sistema de ductos § Depósito de gordura o Progesterona § Lóbulos e alvéolos § Características secretoras § Ingurgitamento – desenvolvimento secretório e aumento de líquido no tecido subcutâneo CICLO ENDOMETRIAL Em condições normais, em um ciclo ovulatório, o endométrio é encontrado em sequencia pelo estradiol e pela progesterona secretados no ovário. LETÍCIA LEÃO ALVARENGA ATM 2021/A Fase proliferativa: I – Caracterizada por crescimento mitótico progressivo da decídua funcional em resposta a níveis circulantes crescentes de estradiol II – A alteração predominante observada durante esse período é a transformação das glândulas endometriais inicialmente retas, estreitas e curtas em estruturas mais longas e tortuosas. AÇÕES NO ENDOMÉTRIO Fase secretora: nítida presença de produtos secretores ricos em proteína eosinofílica na luz glandular. Caracteriza-‐se pelos efeitos celulares da progesterona além do estrogênio. As glândulas endometriais formam vacúolos, contendo glicogênio. As artérias espirais alongam-‐se e espiralam-‐se progressivamente. MENSTRUAÇÃO o Redução dos E e P o Involução do endométrio o Vasoespasmo, diminuição dos nutrientes e perda do estímulo hormonal – necrose no endométrio o Penetração do sangue na camada vascular o Crescimento das áreas hemorrágicas o Separação das camadas externas necróticas o Descamação o Prostaglandinas – efeitos contráteis – cólicas Na ausência de gravidez há redução dos níveis de progesterona e estradiol causados pela regressão do corpo lúteo. Há espasmo vascular as art. Espiraladas, secundário a maior produção de prostaglandinas, levando à isquemia endometrial. O resultado é a eliminação da decídua funcional, um processo chamado de menstruação. Ele não coagula, devido a presença de fibrinolisina, mas as artérias espirais se contraem e diminuem o sangramento. o Volume – 40 ml de sangue 35 ml de líquido seroso LETÍCIA LEÃO ALVARENGA ATM 2021/A o Líquido não coagulado – fibrinolisina o Se houver sangramento excessivo – coágulos o Podem representar patologia uterina LEUCORREIA DURANTE A MENSTRUAÇÃO o Liberação de grande quantidade de leucócitos em conjunto com material necrótico e sangue o Resistência a infecções durante a menstração o Superfícies endometriais desprotegidas AÇÕES NO MUCO Durante a fase folicular, o estrogênio aumenta o volume, a alcalinidade, a viscosidade e a elastividade do muco cervical, atingindoa maior viscosidade e volume no período periovulatório, e diminuição dos mesmos com a elevação da progesterona, após a ovulação. AÇÕES VAGINA/MUCO Na primeira fase sob influência estrogênica, haverá proliferação do epitélio vaginal com predomínio de células superficiais no esfregaço. Haverá muco cervical mais fluido, claro, filante e abundante nessa fase, principalmente próximo a ovulação (nível estrogênico mais elevado), podendo ser notado clinicamente e pela avaliação microscópica, através da cristalização simulando folhas de samambaia. ALTERAÇÕES MENTRUAIS o Hipermenorreia: aumento da duração do fluxo menstrual (superior a 8 dias), sem ser acompanhada de aumento da quantidade o Polimenorreia: diminuição do intervalo entre as menstruações (inferior a 21 dias), podendo ser a quantidade de sangramento normal ou aumentada o Menorragia: aumento da quantidade do fluxo menstrual (80ml) o Metrorragia: perda sanguínea sem periodicidade, com fluxo e/ou duração excessivos (variáveis) o Menometrorragia: sangramento uterino totalmente irregular em frequência e em quantidade excessiva o Oligomenorreia: frequência maior ou igual a 35 dias o Hipomenorreia: fluxo escasso DISMENORREIA o Conjunto de manifestações de caráter doloroso, que aparecem no dia anterior ou no primeiro dia do fluxo menstrual: com dor pélvica em cólica e outras manifestações genitais ou extragenitais que desaparecem com a menstruação o Dor intensa o bastante para afastá-‐la de suas atividades habituais o Primária: cólica menstrual dolorosa na ausência de doença pélvica clinicamente detectável Costuma aparecer 1 a 2 anos após a menarca -‐ 18 aos 25 anos de idade -‐ aumento das prostaglandinas o Secundária: decorrente da presença de ginecopatia SIGNIFICADOS DA MENSTRUAÇÃO o Renovação cíclica da vida o Ausência de gravidez LETÍCIA LEÃO ALVARENGA ATM 2021/A o Sinal de feminilidade – menopausa (?) autoestima, reprodução o Estorvo e sobrecarga devido a sintomas físicos e psíquicos o Irritabilidade, nervosismo, tristeza SÍNDROME PRÉ-‐MENSTRUAL – SPM INTRODUÇÃO o Período pré-‐menstrual -‐ Alterações físicas, psíquicas ou comportamentais, de pequena intensidade que não interferem na atividade rotineira (normal) o Mudanças no comportamento e humor (intensos), com prejuízo ou interrupção das tarefas cotidianas o Impacto muito grande na qualidade de vida o Mulheres menstruam mais cedo o Engravidam menos o Maior expectativa de vida o Mais presente na vida da mulher o Difere de outros problemas médicos o Não se restringe à relação do indivíduo consigo mesmo (família, trabalho, desempenho nas avaliações) o Reflete no relacionamento interpessoal e complexo da sociedade o Pode promover uma deterioração transitória nos contatos familiares o Incidência de acidentes e baixa produtividade no trabalho SPM – TRANSTORNO BIOLÓGICO o Menstruação não é fundamental -‐ Sintomas se mantém após histerectomia o Secundária a atividade cíclica ovariana o Ciclos anovulatórios raramente apresentam sintomas o Progesterona o Desaparece com a menopausa (cirúrgica) SPM – 4 GRUPOS – CONFORME A MANIFESTAÇÃO PRINCIPAL A – ansiedade, irritabilidade ou tensão nervosa H – edema, dores abdominais, mastalgia e ganho de peso C – cefaleia, podendo ser acompanhadas por aumento de apetite, desejo de doces, fadiga, palpitações e tremores D – se o quadro depressivo é preponderante, com insônia, choro fácil, esquecimento e confusão Johnson, 1992, critérios: o Existência de mais do que um dos sintomas referidos § Psíquicos – irritabilidade, depressão, labilidade emocional, ansiedade... § Somáticos – mastalgia, cefaleia, fadiga, edema, cólicas § Cognitivos – confusão, diminuição da concentração, falta de iniciativa § Comportamentais – isolamento social, hiperfagia, agressividade o Ocorrência dos sintomas na fase lútea tardia o Sintomatologia suficientemente severa para alterar o relacionamento conjugal, social e profissional A persistência dos sintomas após o término da menstruação exclui a SPM, pois qualquer doença poderá agravar-‐se nos dias que antecedem a menstruação Agravantes: depressão, estresse, etilismo/drogas LETÍCIA LEÃO ALVARENGA ATM 2021/A SINTOMAS PRÉ-‐MENSTRUAIS Ocorrência cíclica de sintomas que são suficientemente severos para interferir com alguns aspectos da vida e demonstram consistência com relação prevista com a mentruação. A restrição dos sintomas à fase lútea e ao ciclo menstrual é patognomônico de SPM EMOCIONAIS FÍSICOS Depressão Mastalgia Explosão de raiva Distensão abdominal Irritabilidade Cefaleia Ansiedade/Tensão Edema de extremidades Confusão Alteração do apetite Isolamento social Dor muscular Distúrbio do sono Cansaço/fadiga Dificuldade de concentração Ganho de peso Cólicas Dor abdominal Náuseas o A maioria das mulheres (95,85) relatou um ou mais sintomas pré-‐menstruais o Sintomas físicos mais comuns: distensão abdominal ou edema, mastalgia, cólicas ou dor abdominal o Sintoma emocional mais comum: irritabilidade o Seguido de: alterações de humor, raiva ou explosões de raiva à IMPACTO NEGATIVO DOS SINTOMAS NAS ATIVIDADES DE TRABALHO SINTOMAS CARACTERÍSTICOS DE: SDPM: 76,2% das mulheres SPM: 64,9% das mulheres EPIDEMIOLOGIA: 85% das mulheres menstruando relatam um ou mais sintomas pré-‐menstruais CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA SPM Ao menos umdos sintomas emocionais ou físicos durante os 5 dias que antecedem a menstruação nos 3 ciclos anteriores DEMORA NO DIAGNÓSTICO Antes do diagnóstico buscaram tratamento -‐ em média com 3,5 médicos -‐ em média por 5,7 anos 85% relataram ter tentado mais de um tratamento 45% desejaram mais ajuda 89% das mulheres com SDPM permanecem sem diagnóstico DDPM – Distúrbio Disfórico Pré-‐Menstrual o Sintomas intensos o 3 a 5% das mulheres TDPM O DSM IV diz: na maioria dos ciclos menstruais durante o ano anterior, sintomas (por ex. humor acentuadamente deprimido, ansiedade acentuada, acentuada instabilidade afetiva, interesse LETÍCIA LEÃO ALVARENGA ATM 2021/A diminuído por atividades) ocorreram regularmente durante a última semana da fase lútea (e apresentaram remissão alguns dias após o início da menstruação). Esses sintomas devem ser suficientemente severos para interferir acentuadamente no trabalho, na escola ou atividades habituais e devem estar inteiramente ausentes por pelo menos uma semana após a menstruação. TDPM – CRITÉRIO DIAGNÓSTICO o Presença de 5 sintomas o Sendo 1 considerado específico (depressão intensa, tristeza, ansiedade importante, irritabilidade marcante ou persistente o Sintomas percebidos na maioria dos ciclos menstruais do último ano o Começam uma semana antes da menstruação o Remissão completa dentro dos primeiros dias após o início do sangramento OS SINTOMAS INTERFEREM COM AS ATIVIDADES SOCIAIS, OCUPACIONAIS, SEXUAIS OU ESCOLARES TDPM – SINTOMAS 1. Humor deprimido, sentimentos de falta de esperança ou pensamentos autodepreciativos 2. Ansiedade acentuada, tensão, sentimentos de estar com os “nervos à flor da pele” 3. Significativa instabilidade afetiva 4. Raiva ou irritabilidade persistente e conflitos interpessoais aumentados 5. Interesse diminuído pelas atividades habituais 6. Dificuldade em se concentrar 7. Letargia, fadiga fácil ou acentuada falta de energia 8. Alteração acentuada do apetite (excessos alimentares ou anorexia) 9. Hipersonia ou insônia 10. Sentimentos subjetivos de descontrole emocional 11. Outros sintomas físicos como retenção hídrica ou outras manifestações como a enxaqueca, aumento da secreção vaginal, dores vagas generalizadas, diarreia, constipação, sudorese, acne, herpes, crises asmáticas, aumento de peso ETIOLOGIA Assim como em outros transtornos do humor feminino, o papel dos hormônios sexuais tem importância central; entretando, os estudos não confirmaram nenhuma relação entre TDPM e o excesso de estrógeno, déficit de progesterona, abstinência de estrógeno ou mudanças nas taxas de estrogênio/progesterona (A). A oscilação normal nos níveis dos estrógenos e da progesterona, no ciclo menstrual, atua sobre a função serotoninérgica em mulheres mais sensíveis, levando às manifestações da SPM. Os sintomas pré-‐menstruais ocorreriam como resultado de uma sensibilidade diferenciada para os efeitos dos esteroides gonadais sobre as flutuações de humor, sendo perturbadores nas mulheres com SPM e TDPM. É provável que a etiologia dessa “sensibilidade diferenciada” seja multifatorial e, em parte, geneticamente determinada. Parece relacionado a 2 sistemas: endócrino e neuroquímico Em alguns casos o TDPM pode ser resultante de distúrbios endócrinos que interferem no funcionamento dos ovários e das suprarrenais. O TDPM seria, dessa forma, decorrente de uma sensibilidade cerebral diferenciada, provavelmente de origem genética para as flutuações ovulatórias fisiológicas hormonais. Pelo lado neuroquímico, a hipótese que se tem proposto é que se essas mulheres teriam uma atividade aumentada para a serotonina durante a chamada fase folicular e muito mais baixa durante a fase lútea (depois da ovulação), justificando assim a sintomatologia emocional da TDPM. As mulheres normais ou apenas com TPM, por sua vez, teriam a atividade da serotonina normal durante todo o ciclo. Acredita-‐se que as mulheres com TDPM sejam exageradamente sensíveis aos estímulos do sistema serotoninérgico. Mais vulneráveis aos estressores do cotidiano que as mulheres sem o transtorno. Mesmo assim, mesmo sendo essa hipótese bastante aceita, deve-‐se ter cautela ao afirmar que o estresse LETÍCIA LEÃO ALVARENGA ATM 2021/A seja a causa do TDPM ou, ao contrário, que o TDPM torna as mulheres mais vulneráveis ao estresse. Talvez seja uma situação sinérgica. A hipótese da serotonina justifica a melhora do TDPM com o tratamento por antidepressivos que aumentam a disponibilidade de serotonina. Outras substancias do metabolismo cerebral que parece estar envolvidas com a TDPM são o ácido gama amino butírico (GAB) e a noradrenalina. Considera-‐se também a existência de alguma alteração emocional afetiva, pois diversas evidências falam a fabor da associação entre a TDPM e transtornos depressivos. Isso sugere que um tipo específico de alteração pré-‐menstrual, caracterizada por modificações no estado de humor ou afetivo, poderia representar algum subtipo de Transtono Afetivo, o qual se manifestaria clinicamente... Alimentos: chocolate, cafeína, sucos de frutas e álcool As deficiências de vitamina B6 e de magnésio também estão sendo consideradas, porém até o momento, o papel desses nutrientes na causa ou no tratamento não tem sido confirmado. Relação da intensidade dos sintomas do TDPM aos alimentos, com quadros mais graves em pacientes com maior índicede massa corporal (IMC) e que apresentem fissuras por doces e chocolates. Retenção de líquidos Edema pode ser responsável pelas dores nas mamas, pelas dores musculares e abdominais, pelo inchaço das mão e pés, por alterações metabólicas e do apetite, por maior consumo de carboidratos, consequentemente pelo eventual aumento do peso e até pelo aumento exagerado na vontade de comer chocolates e guloseimas que só pioram o quadro geral. FATOR HEREDITÁRIO Um trabalho mostra que 36% de uma amostra de mulheres com TDPM relatou que suas mães também eram afetadas pelo distúrbio e 45% tinha história familiar de transtornos emocionais sem especificação. A história familiar de depressão está presente em 73% das pacientes com TDPM, reforçando a hipótese a favor de um componente hereditário na sintomatologia psíquica do período pré-‐ menstrual. SDPM – SÍNDROME DISFÓRICA PRÉ-‐MENSTRUAL Representa o final mais severo e incapacitante do espectro da Síndrome Pré-‐Menstrual e ocorre em aproximadamente 2 a 9% das mulheres menstruando. SLIDE COM FUNDO BRANCO QUE EU ACHO QUE É DESSA PARTE KKKKK ETIOLOGIA: desconhecida com inúmeras hipóteses MUITOS TRABALHOS COM METODOLOGIA CONTESTÁVEL BIOLÓGICA: alteração hormonal ovariana? É um FATO à tem relação com ciclicidade ovariana em mulheres suscetíveis à não é “invenção” das mulheres DOSAGEM HORMONAL à não alterada em comparação com mulheres sem tpm Estrogenos, progesterona, LH, FSH, SHBG, DHEA, prolactina, cortisol. Também não há diferença nos níveis de magnésio, zinco, vitamina A, E e B6.
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