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Síndrome de Patau Genética Introdução A trissomia do cromossomo 13, ou síndrome de Patau (SP), foi descrita inicialmente em 1960 por Patau et al. Desde então, houve inúmeros relatos da síndrome, sendo sua prevalência estimada em 1:20.000-29.000 nascidos vivos. Assim, a SP é uma condição relativamente frequente e recorrente, sendo considerada a terceira trissomia mais comum dos cromossomos autossômicos, ficando atrás apenas da síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21) e da síndrome de Edwards (trissomia do cromossomo 18). Caracteriza-se por um quadro usualmente reconhecível de anomalias congênitas múltiplas, associado a um prognóstico ruim: · A expectativa média de vida dos pacientes com trissomia do cromossomo 13 é de 130 dias · Cerca de 67% dos fetos com SP são abortados espontaneamente ou apresentam morte intrauterina; · Daqueles que chegam vivos ao nascimento, 50% acabam indo a óbito na primeira semana de vida; · Somente 9% alcançam o primeiro ano; · A maior sobrevida relatada na literatura foi a de 10 anos de idade. Características do idiograma da síndrome genética Biologia / Tipo de mutação presente A síndrome de Patau, em geral, resulta da presença de cromossomo 13 adicional (trissomia livre), levando a uma constituição citogenética com 47 cromossomos . Esta se origina do fenômeno de não disjunção dos cromossomos durante a anáfase 1 da mitose, gerando gametas com 24 cromátides. Cerca de 20% dos casos resultam de uma translocação não-balanceada. A causa genética pode estar ligada a três formas distintas: mosaicismo da trissomia do 13, translocação do 13 ou a trissomia completa do 13. Assim como a maioria das outras trissomias, associa-se à idade materna avançada, por estarem mais propícias a ocorrência da não disjunção dos cromossomos. Manifestações clínicas e crânio faciais · Anomalias na linha mediana; · Holoprosencefalia (falha na divisão adequada do prosencéfalo); · Anomalias faciais como lábio leporino e fenda palatina; · Microftalmia; · Colobomas (fissuras) da íris e displasia da retina; · Cristas supraorbitárias são planas; · Fissuras palpebrais quase sempre são inclinadas; · Orelhas são malformadas e geralmente com implantação baixa; · Perda auditiva é comum; · Defeitos no couro cabeludo e seios dérmicos também são comuns; · Muitas vezes há pregas lisas de pele na nuca; · Uma única prega palmar transversal; · Polidactilia e unhas das mãos estreitas hiperconvexas; · Dextrocardia é frequente; · Cerca de 80% dos casos apresentam anomalias cardiovasculares congênitas; · O lactente tem crises frequentes de apneia; · O retardo mental é grave; · Genitais frequentemente são anormais em ambos os sexos; criptorquidismo e escroto anormal ocorrem em meninos, e útero bicorno ocorre em meninas. Diagnóstico e tratamento médico / odontológico Normalmente é reconhecida pela presença de uma tríade clínica de sinais: microftalmia, polidactilia e fissura palatina. Na tabela a seguir tem-se a porcentagem dos achados clínicos que podem ajudar a concluir um diagnóstico preciso. Não há um tratamento específico para a síndrome de Patau. Devido à gravidade da síndrome, o tratamento consiste em melhorar a qualidade de vida e facilitar a alimentação do bebê, e caso sobreviva, os cuidados seguintes baseiam-se nos sintomas que se manifestarem. Pode também recorrer-se à cirurgia para reparar defeitos cardíacos ou fendas nos lábios e no céu da boca e fazer sessões de fisioterapia, terapia ocupacional e fonoaudiologia, que podem ajudar no desenvolvimento das crianças sobreviventes. Considerações finais Referências SPOLADORI, Isabella et al. Síndrome de Patau: Relato de um caso com trissomia completa do cromossomo 13. Semina: Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 38, n. 1 - Supl 1, p.238, maio/jun. 2017. ROSA, Rafael et al. Achados gestacionais, perinatais e familares de pacientes com síndrome de Patau. Rev Paul Pediatr , Porto Alegre, RS, Brasil, p. 259-265, 12 jun. 2013. ZEN, Paulo Ricardo G. até al. Apresentações clínicas não usuais de pacientes portadores de síndrome de Patau e Edwards: um desafio diagnóstico?. Rev Paul Pediatr, Porto Alegre, RS, Brasil, p. 295-299, 25 mai. 2008. 2
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