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Tutorial: Biomecânica do Quadril e Coxa

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Módulo: Locomoção e Preensão
Problema 04: “Quadril”
· Descrever a biomecânica do quadril e da coxa relacionando com a anatomia
Embora existam algumas semelhanças entre as articulações dos membros superior e inferior, o membro superior é especializado em atividades que requeiram amplitudes maiores de movimento. Em contraste, o membro inferior é mais bem equipado para suas funções de sustentação de peso e locomoção. Além dessas funções básicas, atividades como chutar a gol em um campo de futebol americano, realizar um salto em distância ou um salto em altura e manter o equilíbrio na ponta dos pés no balé revelam algumas das capacidades mais especializadas do membro inferior. 
ESTRUTURA DO QUADRIL 
O quadril é uma articulação do tipo bola e soquete (esferóidea). A bola é a cabeça do fêmur, que forma cerca de dois terços de uma esfera. O soquete é o acetábulo côncavo, que está em ângulo obliquamente nas direções anterior, lateral e inferior. A cartilagem articular recobre ambas as superfícies articulares. A cartilagem do acetábulo é mais espessa em sua borda, onde ela se funde com um anel, ou lábio, de fibrocartilagem que contribui para a estabilidade da articulação. A pressão hidrostática é maior dentro do lábio do que fora dele, o que contribui para a lubrificação da articulação. O acetábulo permite um encaixe muito mais profundo do que a cavidade glenoidal da articulação do ombro, e a estrutura óssea do quadril é, portanto, muito mais estável ou menos propensa a luxação do que a do ombro. 
Vários ligamentos grandes e fortes também contribuem para a estabilidade do quadril. Os ligamentos extremamente fortes iliofemoral ou em Y e pubofemoral fortificam a cápsula articular anteriormente, com o reforço posterior vindo do ligamento isquiofemoral. A tensão nesses principais ligamentos atua girando a cabeça do fêmur no acetábulo durante a extensão do quadril, como ocorre quando uma pessoa passa da posição sentada para em pé. Dentro da cavidade articular, o ligamento redondo faz a fixação direta do anel do acetábulo à cabeça do fêmur. Como na articulação do ombro, várias bolsas estão presentes nos tecidos adjacentes para ajudar na lubrificação. As mais proeminentes são a bolsa do iliopsoas e a bolsa trocantérica profunda. A bolsa do iliopsoas está posicionada entre o M. iliopsoas e a cápsula articular, servindo para reduzir o atrito entre essas estruturas. A bolsa trocantérica profunda serve de amortecedor entre o trocanter maior do fêmur e o M. glúteo máximo no ponto de sua inserção no trato iliotibial. 
O fêmur é o principal osso de sustentação de carga e é também o mais largo, mais longo e mais forte osso do corpo. Seu componente mais fraco é o colo femoral, que tem diâmetro menor do que o restante do osso e é fraco internamente porque é composto principalmente por osso trabecular. O fêmur forma um ângulo medialmente para baixo a partir do quadril durante a fase de apoio da marcha e da corrida, permitindo o apoio único abaixo do centro de gravidade do corpo. 
MÚSCULOS DA COXA
Um número de músculos grandes cruza o quadril, contribuindo ainda mais para a sua estabilidade.
AÇÕES DO GRUPO DE MÚSCULOS ADUTORES 
A partir da posição anatômica, a principal ação do grupo de músculos adutores é tracionar a coxa medialmente, em direção ao plano mediano, ou além dele. Três adutores (longo, curto e magno) são usados em todos os movimentos de adução das coxas (p. ex., pressão ao cavalgar). Também atuam na estabilização na postura de pé apoiada nos dois pés, na correção do balanço lateral do tronco ou quando há desvio lateral da superfície sobre a qual a pessoa está de pé (um barco balançando ou uma prancha de equilíbrio). Esses músculos também são usados para chutar com a face medial do pé no futebol e para nadar. Por fim, contribuem para a flexão da coxa estendida e a extensão da coxa fletida durante corrida ou contra resistência. Os adutores como grupo têm uma grande massa muscular. Embora sejam importantes em muitas atividades, foi demonstrado que a redução de até 70% de sua função acarreta apenas comprometimento leve a moderado da função do quadril. A avaliação dos músculos mediais da coxa é realizada com a pessoa em decúbito dorsal com o joelho reto. O indivíduo aduz a coxa contra resistência e, se os adutores forem normais, é possível palpar com facilidade as extremidades proximais dos músculos grácil e adutor longo.
 
HIATO DOS ADUTORES 
O hiato dos adutores é uma abertura entre a fixação distal aponeurótica da parte adutora do músculo adutor magno e a fixação distal tendínea da parte isquiotibial. Dá passagem a artéria e veia femorais provenientes do canal dos adutores na coxa até a fossa poplítea, posterior ao joelho. A abertura está localizada imediatamente lateral e superior ao tubérculo do adutor do fêmur. 
ESTRUTURAS NEUROVASCULARES 
No terço superior da coxa, o feixe neurovascular é mais superficial quando entra profundamente ao ligamento inguinal. Essa posição relativamente superficial é importante para procedimentos clínicos. 
· Embora sejam praticamente adjacentes, o nervo femoral atravessa as lacunas musculares do espaço subinguinal, enquanto os vasos femorais atravessam as lacunas vasculares na bainha femoral. 
· Os vasos femorais dividem o trígono femoral ao meio, onde os vasos principais da coxa, a artéria e veia femorais profundas, começam e terminam, respectivamente. 
· O nervo femoral propriamente dito termina dentro do trígono femoral. Entretanto, dois de seus ramos, um ramo motor (nervo para o músculo vasto medial) e um ramo sensitivo (nervo safeno), fazem parte do feixe neurovascular que atravessa o canal dos adutores no terço médio da coxa. 
· Em seguida, as estruturas vasculares atravessam o hiato dos adutores, passando a se chamar poplíteas e localizadas na região distal da coxa/posterior do joelho.
As principais estruturas neurovasculares da pelve são extraperitoneais, situadas adjacentes às paredes posterolaterais. Os nervos somáticos situam-se lateralmente (adjacentes às paredes) e as estruturas vasculares, medialmente a eles. Em geral, as veias situam-se lateralmente às artérias (Figura 3.15). Os linfonodos pélvicos agrupam-se principalmente ao redor das veias pélvicas, e a drenagem linfática costuma ser paralela ao fluxo venoso. Na dissecção da cavidade pélvica em direção às paredes da pelve, primeiro encontram-se as artérias pélvicas, seguidas pelas veias pélvicas associadas e, a seguir, os nervos somáticos da pelve.
ARTÉRIAS PÉLVICAS 
A pelve é ricamente irrigada por artérias, entre as quais ocorrem múltiplas anastomoses, o que proporciona significativa circulação colateral. Seis artérias principais entram na pelve menor das mulheres: duas artérias ilíacas internas, duas artérias ováricas, uma artéria sacral mediana e uma artéria retal superior. Como as artérias testiculares não entram na pelve menor, apenas quatro artérias principais entram na pelve menor dos homens.
ARTÉRIA ILÍACA INTERNA 
A artéria ilíaca interna é a mais importante da pelve, principal responsável pela vascularização das vísceras pélvicas e por parte da vascularização da porção musculoesquelética da pelve; entretanto, também envia ramos para a região glútea, regiões mediais da coxa e períneo. Cada artéria ilíaca interna, com cerca de 4 cm de comprimento, começa como a artéria ilíaca comum e bifurca-se nas artérias ilíacas interna e externa no nível do disco entre as vértebras L V e S I. O ureter cruza a artéria ilíaca comum ou seus ramos terminais na bifurcação ou imediatamente distal a ela. A artéria ilíaca interna é separada da articulação sacroilíaca pela veia ilíaca interna e pelo tronco lombossacral. Desce posteromedialmente até a pelve menor, medialmente à veia ilíaca externa e ao nervo obturatório, e lateralmente ao peritônio.
DIVISÃO ANTERIOR DA ARTÉRIA ILÍACA INTERNA
Embora as variações sejam comuns, a artéria ilíaca interna geralmente termina na margem superior do forame isquiático maior, dando origem às divisões (troncos) anterior e posterior. Os ramos da divisão anterior da artéria ilíacainterna são principalmente viscerais (isto é, irrigam a bexiga urinária, o reto e os órgãos genitais), mas também incluem ramos parietais que seguem até a coxa e a nádega. A disposição dos ramos viscerais é variável. 
ARTÉRIA UMBILICAL
Antes do nascimento, as artérias umbilicais são a principal continuação das artérias ilíacas internas. Elas seguem ao longo da parede lateral da pelve, ascendem pela parede anterior da pelve, chegam ao anel umbilical e atravessam-no até o cordão umbilical. No período pré-natal, as artérias umbilicais levam o sangue pobre em oxigênio e nutrientes até a placenta, onde é feita a reposição. Quando o cordão umbilical é seccionado, as partes distais desses vasos não funcionam mais e são ocluídas distalmente aos ramos que seguem até a bexiga urinária. As partes ocluídas formam cordões fibrosos chamados ligamentos umbilicais medianos. Os ligamentos elevam pregas de peritônio (as pregas umbilicais medianas) na face profunda da parede anterior do abdome. No período pós-natal, as partes pérvias das artérias umbilicais seguem anteroinferiormente entre a bexiga urinária e a parede lateral da pelve. 
ARTÉRIA OBTURATÓRIA
A origem da artéria obturatória é variável; em geral surge perto da origem da artéria umbilical, onde é cruzada pelo ureter. Segue anteroinferiormente sobre a fáscia obturatória na parede lateral da pelve e passa entre o nervo e a veia obturatória. Na pelve, a artéria obturatória emite ramos musculares, uma artéria nutrícia para o ílio e um ramo púbico. O ramo púbico origina-se logo antes da artéria obturatória deixar a pelve. Ascende na face pélvica do púbis para se anastomosar com seu companheiro do lado oposto e o ramo púbico da artéria epigástrica inferior, um ramo da artéria ilíaca externa. Em uma variação comum (20%), uma artéria obturatória aberrante ou acessória origina-se da artéria epigástrica inferior e desce até a pelve ao longo da via habitual do ramo púbico. Os cirurgiões que realizam reparos de hérnias não devem se esquecer dessa variação comum. A distribuição extrapélvica da artéria obturatória é descrita junto com o membro inferior. 
ARTÉRIA PUDENDA INTERNA. 
A artéria pudenda interna, maior nos homens do que nas mulheres, segue inferolateralmente, anterior ao músculo piriforme e ao plexo sacral. Deixa a pelve entre os músculos piriforme e isquioccoccígeo, atravessando a parte inferior do forame isquiático maior. A artéria pudenda interna então passa ao redor da face posterior da espinha isquiática ou do ligamento sacroespinal e entra na fossa isquioanal através do forame isquiático menor. A artéria pudenda interna, junto com as veias pudendas internas e ramos do nervo pudendo, atravessa o canal pudendo na parede lateral da fossa isquioanal. Quando sai do canal do pudendo, medialmente ao túber isquiático, a artéria pudenda interna divide-se em seus ramos terminais, as artérias profunda e dorsal do pênis ou clitóris. Artéria glútea inferior. A artéria glútea inferior é o maior ramo terminal da divisão anterior da artéria ilíaca interna, mas pode originar-se da divisão posterior. Segue posteriormente entre os nervos sacrais (geralmente S2 e S3) e deixa a pelve através da parte inferior do forame isquiático maior, inferiormente ao músculo piriforme. Irriga os músculos e a pele das nádegas e a face posterior da coxa. Divisão posterior da artéria ilíaca interna. Quando a artéria ilíaca interna dá origem às divisões anterior e posterior, a divisão posterior normalmente dá origem às três artérias parietais a seguir:
Artéria iliolombar: Essa artéria segue superolateralmente de forma recorrente (voltando-se para trás bruscamente em direção à sua origem) até a fossa ilíaca. Na fossa, a artéria divide-se em um ramo ilíaco, que supre o músculo ilíaco e o ílio, e um ramo lombar, que supre os músculos psoas maior e quadrado do lombo Artérias sacrais laterais: as artérias sacrais laterais superior e inferior podem originar-se como ramos independentes ou através de um tronco comum. As artérias sacrais laterais seguem medialmente e descem anteriormente aos ramos sacrais anteriores, emitindo ramos espinais, que atravessam os forames sacrais anteriores e irrigam as meninges vertebrais que envolvem as raízes dos nervos sacrais. Alguns ramos dessas artérias seguem do canal sacral através dos forames sacrais posteriores e irrigam os músculos eretores da espinha no dorso e a pele sobre o sacro 
Artéria glútea superior: Essa artéria, o maior ramo da divisão posterior, irriga os músculos glúteos nas nádegas.
ARTÉRIA SACRAL MEDIANA 
A artéria sacral mediana é uma pequena artéria ímpar que geralmente se origina na face posterior da parte abdominal da aorta, imediatamente superior à sua bifurcação, mas pode originar-se na face anterior. Esse vaso segue anteriormente aos corpos da última ou duas últimas vértebras lombares, do sacro e do cóccix e termina em uma série de alças anastomóticas. Às vezes a artéria sacral mediana, antes de entrar na pelve menor, dá origem a um par de artérias L5. Quando desce sobre o sacro, a artéria sacral mediana emite pequenos ramos parietais (sacrais laterais) que se anastomosam com as artérias sacrais laterais. Também dá origem a pequenos ramos viscerais para a parte posterior do reto, que se anastomosam com as artérias retais superior e média. A artéria sacral mediana representa a extremidade caudal da aorta dorsal embrionária, que diminui de tamanho quando a eminência caudal do embrião desaparece.
VEIAS PÉLVICAS 
Os plexos venosos pélvicos são formados pelas veias que se anastomosam circundando as vísceras pélvicas. Essas redes venosas intercomunicantes são importantes do ponto de vista clínico. Os vários plexos na pelve menor (retal, vesical, prostático, uterino e vaginal) se unem e são drenados principalmente por tributárias das veias ilíacas internas, mas alguns deles drenam através da veia retal superior para a veia mesentérica inferior do sistema porta do fígado ou através das veias sacrais laterais para o plexo venoso vertebral interno. Outras vias relativamente pequenas de drenagem venosa da pelve menor são a veia sacral mediana parietal e, nas mulheres, as veias ováricas. 
As veias ilíacas internas formam-se superiormente ao forame isquiático maior e situam-se posteroinferiormente às artérias ilíacas internas. As tributárias das veias ilíacas internas são mais variáveis do que os ramos da artéria ilíaca interna com as quais compartilham os nomes, mas acompanham-nas aproximadamente, drenando os mesmos territórios que as artérias irrigam. No entanto, não há veias acompanhando as artérias umbilicais entre a pelve e o umbigo, e as veias iliolombares das fossas ilíacas da pelve maior geralmente drenam para as veias ilíacas comuns. 
As veias ilíacas internas unem-se às veias ilíacas externas para formar as veias ilíacas comuns, que se unem no nível da vértebra L IV ou L V para formar a veia cava inferior. As veias glúteas superiores, as veias acompanhantes das artérias glúteas superiores da região glútea, são as maiores tributárias das veias ilíacas internas, exceto durante a gravidez, quando as veias uterinas tornam-se maiores. As veias testiculares atravessam a pelve maior enquanto seguem do anel inguinal profundo em direção a suas terminações abdominais posteriores, mas geralmente não drenam estruturas pélvicas. As veias sacrais laterais costumam parecer desproporcionalmente grandes em angiografias. Elas anastomosam-se com o plexo venoso vertebral interno, estabelecendo uma via colateral alternativa para chegar à veia cava inferior ou superior. Essa via também pode servir para metástase de câncer da próstata ou do ovário para áreas vertebrais ou cranianas.
NERVOS PÉLVICOS 
A pelve é inervada principalmente pelos nervos espinais sacrais e coccígeos e pela parte pélvica da divisão autônoma do sistema nervoso. Os músculos piriforme e isquiococcígeo formam um leito para os plexos nervosos sacral e coccígeo. Os ramos anteriores dos nervos S2 e S3 emergem entre as digitações desses músculos.
NERVO OBTURATÓRIO 
O nervo obturatório origina-senos ramos anteriores dos nervos espinais L2–L4 do plexo lombar no abdome (pelve maior) e entra na pelve menor. Segue no tecido adiposo extraperitoneal ao longo da parede lateral da pelve até o canal obturatório, uma abertura na membrana obturadora que preenche o forame obturado. Aí, ele se divide nas partes anterior e posterior, que deixam a pelve através desse canal e suprem os músculos mediais da coxa. Nenhuma estrutura pélvica é suprida pelo nervo obturatório.
TRONCO LOMBOSSACRAL 
Na margem da pelve, ou imediatamente superior a ela, a parte descendente do nervo L4 une-se ao ramo anterior do nervo L5 para formar o tronco lombossacral espesso, semelhante a um cordão. O tronco segue inferiormente, na face anterior da asa do sacro, e se une ao plexo sacral.
Este plexo está situado na parte posterior do músculo psoas maior, anteriormente aos processos transversos das vértebras lombares. É formado pelos ramos ventrais dos três primeiros nervos lombares e pela maior parte do quarto nervo lombar (L1, L2, L3 e L4) e um ramo anastomótico de T12, dando um ramo ao plexo sacral. L1 recebe o ramo anastomótico de T12 e depois fornece três ramos que são o Nervo Ílio-hipogástrico, o Nervo Ílio-inguinal e a Raiz Superior do Nervo Genitofemoral. L2 se trifurca dando a raiz inferior do Nervo Genitofemoral, a Raiz Superior do Nervo Cutâneo Lateral da Coxa e a Raiz Superior do Nervo FemoraL. L3 concede a Raiz Inferior do Nervo Cutâneo Lateral da Coxa, a Raiz Média do Nervo Femoral e a Raiz Superior do Nervo Obturatório. L4 fornece o ramo anastomótico a L5 e em seguida se bifurca dando a Raiz Inferior do Nervo Femoral e a Raiz Inferior do Nervo Obturatório.
PLEXO SACRAL 
O plexo sacral está situado na parede posterolateral da pelve menor. Os dois principais nervos originados no plexo sacral, os nervos isquiático e pudendo, situam-se externamente à fáscia parietal da pelve. A maioria dos ramos do plexo sacral sai da pelve através do forame isquiático maior. 
O nervo isquiático é o maior nervo do corpo. É formado quando os grandes ramos anteriores dos nervos espinais L4–S3 convergem na face anterior do músculo piriforme. Quando se forma, o nervo isquiático atravessa o forame isquiático maior, geralmente inferior ao músculo piriforme, para entrar na região glútea. A seguir, desce ao longo da face posterior da coxa para suprir a face posterior da coxa e toda a perna e o pé.
O nervo pudendo é o principal nervo do períneo e o principal nervo sensitivo dos órgãos genitais externos. Acompanhado pela artéria pudenda interna, sai da pelve através do forame isquiático maior entre os músculos piriforme e isquiococcígeo. A seguir, curva-se ao redor da espinha isquiática e do ligamento sacroespinal e entra no períneo através do forame isquiático menor. O nervo glúteo superior deixa a pelve através do forame isquiático maior, superiormente ao músculo piriforme para suprir músculos na região glútea. O nervo glúteo inferior sai da pelve através do forame isquiático maior, inferiormente ao músculo piriforme e superficialmente ao nervo isquiático, acompanhando a artéria glútea inferior. Ambos dividem-se em vários ramos que entram na face profunda do músculo glúteo máximo sobrejacente.
PLEXO COCCÍGEO 
O plexo coccígeo é uma pequena rede de fibras nervosas formadas pelos ramos anteriores de S4 e S5 e os nervos coccígeos. Situa-se na face pélvica do músculo isquiococcígeo e supre este músculo, parte do músculo levantador do ânus e a articulação sacrococcígea. Os nervos anococcígeos originados nesse plexo perfuram o músculo isquiococcígeo e o corpo anococcígeo para suprir uma pequena área de pele entre a extremidade do cóccix e o ânus.
MOVIMENTOS DO QUADRIL 
Embora os movimentos do fêmur sejam devidos principalmente à rotação que ocorre na articulação do quadril, a cintura pélvica (cíngulo do membro inferior) tem uma função semelhante à da cintura escapular no posicionamento da articulação do quadril para o movimento eficiente dos membros. Ao contrário da cintura escapular, a pelve é uma estrutura única não articulada, mas ela pode girar em todos os três planos de movimento. A pelve facilita o movimento do fêmur girando de modo que o acetábulo fique posicionado na direção do movimento femoral a ser realizado. Por exemplo, a inclinação pélvica posterior, com a espinha ilíaca anterossuperior inclinada para trás em relação ao acetábulo, posiciona a cabeça do fêmur na frente do osso do quadril para facilitar a flexão. Do mesmo modo, a inclinação pélvica anterior facilita a extensão femoral e a inclinação pélvica lateral na direção do lado oposto facilita os movimentos laterais do fêmur. O movimento da cintura pélvica também é coordenado com certos movimentos da coluna vertebral 
FLEXÃO 
Os seis músculos principais responsáveis pela flexão do quadril são aqueles que cruzam anteriormente a articulação: Mm. ilíaco, psoas maior, pectíneo, reto femoral, sartório e tensor da fáscia lata. Desses, o grande M. ilíaco e o M. psoas maior – também chamados conjuntamente de iliopsoas devido à sua inserção comum no fêmur – são os principais flexores do quadril. O M. iliopsoas sofre hipertrofia tanto no lado dominante quanto no lado não dominante em tenistas e jogadores de futebol profissionais, com hipertrofia maior no lado não dominante em tenistas e hipertrofia igual nos dois lados em jogadores de futebol. Como o M. reto femoral é um músculo biarticular ativo tanto durante a flexão do quadril quanto durante a extensão do joelho, ele funciona mais efetivamente como flexor do quadril quando o joelho está em flexão, como quando uma pessoa chuta uma bola. O músculo sartório delgado com formato de fita, também chamado de músculo do costureiro, é também um músculo biarticular. Estendendo-­se desde a espinha ilíaca anterossuperior até a parte medial da tíbia logo abaixo da tuberosidade, o sartório é o músculo mais longo do corpo.
EXTENSÃO 
Os extensores do quadril são o M. glúteo máximo e os três isquiotibiais – o M. bíceps femoral, o M. semitendíneo e o M. semimembranáceo. O M. glúteo máximo é um músculo carnoso, potente, que em geral está ativo apenas quando o quadril está em flexão, como durante a subida em uma escada ou na pedalagem, ou na extensão do quadril contra uma resistência. Os isquiotibiais apresentam tendões proeminentes, que podem ser palpados facilmente na face posterior do joelho. Esses músculos biarticulares contribuem tanto para a extensão do quadril quanto para a flexão do joelho e estão ativos na posição em pé, na caminhada e na corrida.
ABDUÇÃO
O M. glúteo médio é o principal abdutor do quadril, com a ajuda do M. glúteo mínimo. Esses músculos estabilizam a pelve durante a fase de apoio da marcha e da corrida e quando um indivíduo se apoia sobre uma perna. Por exemplo, quando o peso corporal é sustentado pelo pé direito durante uma caminhada, os abdutores do quadril direito contraem isométrica e excentricamente para evitar que o lado esquerdo da pelve seja puxado para baixo pelo peso do membro inferior esquerdo, que balança. Isso permite que o membro esquerdo se mova livremente durante a fase de balanço. Se os bdutores do quadril forem muito fracos para realizar essa função, ocorre inclinação lateral da pelve e o pé arrasta durante o balanço em cada passo durante a marcha. Os abdutores do quadril também estão ativos durante a realização de movimentos de balé clássico a partir da abdução do quadril. 
ADUÇÃO 
Adutores do quadril são os músculos que cruzam a articulação medialmente e incluem os Mm. adutor longo, adutor curto, adutor magno e grácil. Os adutores do quadril estão ativos durante a fase de balanço do ciclo da marcha para trazer o pé abaixo do centro de gravidade do corpo para o posicionamento durante a fase de apoio. Durante a subida de escadas e ladeiras, os adutores estão ainda mais ativos. O M. grácil é uma fita muscular longa, relativamente delgada, que também contribui para a flexão da perna no joelho. Os outros três músculos adutores também contribuem para a flexão e a rotação lateral do quadril, particularmente quandoo fêmur está girado medialmente. 
ROTAÇÃO MEDIAL E LATERAL DO FÊMUR
Embora vários músculos contribuam para a rotação lateral do fêmur, seis músculos funcionam exclusivamente como rotadores laterais. Eles são o Mm. piriforme, gêmeo superior, gêmeo inferior, obturador interno, obturador externo e quadrado femoral. Conquanto tendamos a considerar que a marcha e a corrida ocorrem estritamente no plano sagital nas articulações do membro inferior, também ocorre a rotação lateral do fêmur a cada passo para acomodar a rotação da pelve. O principal rotador medial do fêmur é o M. glúteo mínimo, com ajuda dos Mm. tensor da fáscia lata, semitendíneo, semimembranáceo e glúteo médio. A rotação medial do fêmur em geral não é um movimento resistido que requeira uma quantidade substancial de força muscular. Tanto os rotadores mediais quanto os laterais exercem mais tensão quando o quadril está em flexão de 90° do que quando o quadril está total Durante a fase de apoio da marcha,a força de compressão no quadril alcança magnitude de três a quatro vezes o peso corporal. ou parcialmente estendido. Entretanto, em qualquer posição os rotadores mediais são fracos em comparação com os rotadores laterais.
ABDUÇÃO E ADUÇÃO HORIZONTAIS 
A abdução e a adução horizontais do fêmur ocorrem quando o quadril está em flexão de 90°, com o fêmur em abdução ou em adução. Esses movimentos requerem as ações simultâneas e coordenadas de vários músculos. É preciso tensão nos flexores do quadril para a elevação do fêmur. Os abdutores do quadril, então, podem produzir a abdução horizontal e, a partir de uma posição abduzida horizontalmente, os adutores do quadril podem produzir a adução horizontal. Os músculos localizados na face posterior do quadril são mais eficientes como adutores e abdutores horizontais do que os músculos da face anterior porque se alongam quando o fêmur está em flexão de 90°, enquanto a tensão nos músculos anteriores normalmente está reduzida com o fêmur nessa posição. 
CARGAS SOBRE O QUADRIL 
O quadril é uma importante articulação de sustentação de carga que nunca está completamente sem carga durante as atividades diárias. Quando o peso corporal é distribuído igualmente sobre ambos os membros inferiores durante a posição em pé, o peso sustentado por cada quadril corresponde à metade do peso dos segmentos corporais acima do quadril, ou a cerca de um terço do peso corporal total. Entretanto, a carga total em cada quadril nessa situação é maior do que o peso sustentado porque a tensão nos músculos grandes e fortes do quadril adiciona ainda mais compressão sobre a articulação. Por causa da tensão muscular, a compressão no quadril é aproximadamente a mesma do peso corporal durante a fase de balanço da marcha. Resultados de implantes femorais mostram que a carga na articulação do quadril varia em torno de 238% do peso corporal (PC) durante a fase de apoio da marcha, com valores de aproximadamente 251% e 260% do PC ao subir e descer escadas, respectivamente. Quando o goleiro se joga para o lado no futebol, as forças que atuam sobre o quadril variam entre 4,2 e 8,6 vezes o peso corporal. Conforme a velocidade da marcha aumenta, a carga no quadril aumenta durante ambas as fases de balanço e de apoio. Em resumo, o peso corporal, as forças de impacto transmitidas para cima para o esqueleto a partir do pé e a tensão muscular contribuem para essa grande força compressiva sobre o quadril. Felizmente, a articulação do quadril é bem desenhada para suportar as grandes cargas que sustenta habitualmente. Como o diâmetro da cabeça do fêmur é um tanto maior do que a superfície articular do acetábulo, o contato entre os dois ossos durante o início da sustentação de carga começa pela periferia. Conforme a carga aumenta, a área de contato da articulação também aumenta, de modo que os níveis de estresse permanecem praticamente constantes. O uso de uma muleta ou de uma bengala no lado oposto a um quadril lesionado ou com dor é benéfico, já que esses dispositivos servem para distribuir mais igualmente a carga sobre os membros durante todo o ciclo da marcha. Na posição em pé, o apoio sobre o lado oposto ao quadril dolorido reduz a quantidade de tensão necessária aos poderosos músculos abdutores, reduzindo assim a carga sobre o quadril dolorido. Entretanto, essa redução na carga sobre o quadril dolorido aumenta o estresse sobre o quadril oposto.
· Explicar as causas de dor no quadril
A dor no quadril na criança é um motivo comum de consultas médicas e, muitas vezes, representa um desafio diagnóstico. Isso porque pode estar relacionada a inúmeras causas que variam da relativamente inócua sinovite transitória do quadril até artrite séptica, epifisiólise e doença de Perthes, que podem levar a seqüelas com danos estruturais e funcionais.
Sinovite Transitória Do Quadril
A sinovite transitória do quadril é uma afecção benigna, autolimitada, de origem desconhecida e representa cerca de 90% dos casos de dor no quadril na criança. Mais da metade dos casos apresenta antecedente de infecção do trato respiratório superior (cerca de duas a três semanas antes do início dos sintomas) ou trauma leve. A idade de acometimento varia de 18 meses a 13 anos, mas concentra-se principalmente na faixa de 3 a 8 anos.
Artrite Séptica
A artrite séptica do quadril representa urgência médica com necessidade de diagnóstico e início da terapêutica de forma rápida, para evitar destruição da cabeça femoral. A instituição do tratamento dentro de quatro dias do início dos sintomas está associada a bons resultados, enquanto um retardo de cinco ou mais dias está associado a mau resultado funcional. As manifestações clínicas podem ser semelhantes à sinovite transitória, porém a dor e a febre são mais acentuadas na maioria. Cerca de 70% das crianças têm 4 anos ou menos. A temperatura, VHS, proteína C reativa e contagem de leucócitos geralmente estão elevadas.
Doença De Perthes
A doença de Perthes é uma osteonecrose da epífise proximal do fêmur. Ocorre predominantemente em meninos (4:1), com idade variando de 2 a 13 anos, com pico de apresentação na faixa de 4 a 9 anos. Em cerca de 15% dos casos, o acometimento é bilateral. O quadro laboratorial é normal.
Epifisiólise
A epifisiólise é caracterizada pelo deslizamento da epífise femoral. O pico de incidência é de 11,5 anos para meninas e 13 anos para meninos, sendo cerca de duas vezes mais comum no sexo masculino. Ao exame clínico, o paciente apresenta dor na região do quadril ou joelho, com limitação da rotação interna e da abdução. Durante a marcha, o paciente claudica com o membro comprometido em atitude de rotação externa. 
Artrite Idiopática Juvenil
O acometimento isolado do quadril é uma forma ocasional de apresentação da artrite idiopática juvenil, geralmente ocorrendo em meninos acima de 8 anos. Na maioria dos casos, há progressão para artrite pauciarticular através do comprometimento de outras articulações dos membros inferiores
Fraturas-avulsões
São fraturas através da cartilagem das epífises ou apófises após lesão direta nos locais de inserção dos tendões, ocorrendo especialmente em crianças e adolescentes praticantes de esporte. Os principais músculos comprometidos são reto femoral, iliopsoas, adutor magno e sartório.
Conrólise Idiopática
Ocorre tipicamente em adolescentes do sexo feminino. Sintomas sistêmicos e alterações laboratoriais estão ausentes. As anormalidades radiológicas mais precoces são osteoporose, perda da cartilagem e borramento do osso subcondral. Posteriormente, há fechamento prematuro da epífise, protusão acetabular, osteoartrose e finalmente anquilose. A VHS é normal.
Protusão Acetabular Idiopática Do Quadril
Meninas atletas na fase pré-pubere são as mais comumente afetadas. A radiografia inicial mostra protusão acetabular unilateral bem estabelecida. A progressão do quadro ocorre rapidamente com acometimento bilateral em cerca de 18 meses. A acentuação da concavidade da linha iliopúbica no nível da cartilagem triangular é considerada fenômeno normal visto em crianças entre 4 e 12 anos de idade.
OsteoporoseTransitória Do Quadril
Todos os casos descritos foram em crianças acima de 10 anos, apresentando osteoporose à radiografia e aumento da captação com cintilografia óssea. Alguns autores consideram esta entidade como manifestação regional de algoneurodistrofia ou distrofia simpático reflexa ou dor complexa regional.
Osteoma Osteóide
O osteoma osteóide tem predileção pela porção proximal do fêmur, apresentando-se como dor subaguda ou recorrente, tipicamente noturna e caracteristicamente aliviada por salicilatos em adolescentes.
· Discutir os aspectos psicossociais referentes ao tema
As dores causam tristeza e desânimo as crianças, assim como, se a dor for muito intensa pode fazer com que a criança não se mova muito, ou seja, ela vai ser mais quieta, calma, mas não por que quer e sim por razão da dor. Isso pode gerar osteoporose no futuro se a criança realmente não se movimentar muito.
Muitas vezes, a criança quer correr e brincar mais as dores e desconfortos falam mais alto e ela prefere ficar sentada a sentir dor. Em razão de estar mancando, isso pode afetar a criança também, por se sentir mal ou envergonhado com a situação.
· Referências:
ZONER, Cristiane Soares et al . Quadril doloroso na criança. Rev. Bras. Reumatol., 2005 
HOUGLUM; BERTOTI. Cinesiologia Clínica de Brunnstrom. 6 ed, 2014
HALL, Susan. Biomecânica Básica, 7 ed, 2016
MOORE, Keith; DALLEY, Arthur et al. Moore Anatomia Orientada para Clínica. 7 ed, 2014

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