Buscar

Introdução à Gravura: História e Conceitos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 196 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 196 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 196 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

2009
Gravura
Profª. Sandra Maria Correia Favero
Copyright © UNIASSELVI 2009
Elaboração:
Profª. Sandra Maria Correia Favero
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
760
S5861g Favero, Sandra Maria Correia.
 Caderno de Estudos: Gravura / Sandra Maria Correia 
 Favero. Centro Universitário Leonardo da Vinci. –
 :Indaial, Grupo UNIASSELVI, 2009.x ; 186 p.: il.
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830- 167-5
 1. Arte Gráfica - Gravura I. Centro Universitário
 Leonardo da Vinci. II. Núcleo de Ensino a Distância
 III. Título
III
apresentação
Caro Acadêmico!
A disciplina que estudaremos a partir de agora é a Gravura. Confesso 
a você que estou bastante apreensiva quanto aos resultados que obteremos 
com as unidades que deveremos seguir.
Você deve estar se perguntando: por que uma disciplina sobre 
Gravura, certo? Eu vou tentar justificar esta escolha do curso, expondo-a da 
maneira como se apresentam os fatos. Tomara que eu consiga!
Faremos então uma breve viagem pela História da Gravura, as 
suas relações com a comunicação e os desdobramentos contínuos de 
acontecimentos da nossa civilização, até nos depararmos com a gravura 
artística como meio de expressão. Abordaremos também conceitos e 
definições relacionados às características de cada uma das gravuras: a 
xilogravura, a gravura em metal, a litografia e a serigrafia. Faremos também 
uma introdução aos meios contemporâneos, para que possamos pensar na 
gravura como espaço experimental de atividade artística que contribui para 
um diálogo produtivo entre as categorias artísticas e as novas tecnologias.
Conto com a sua disposição para um ‘mergulho’ na Gravura! Quem 
sabe, daqui para frente possamos nos dar momentos de experiências teóricas 
e práticas bem significativas que venham a estimular o processo criativo de 
cada um de nós!
Bons estudos!!
Prof.ª Sandra Maria Correia Favero
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos 
materiais ofertados a você e dinamizar ainda 
mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza 
materiais que possuem o código QR Code, que 
é um código que permite que você acesse um 
conteúdo interativo relacionado ao tema que 
você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, 
acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor 
de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa 
facilidade para aprimorar seus estudos!
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – A GRAVURA E SUA HISTÓRIA .............................................................................. 1
TÓPICO 1 – A TRAJETÓRIA DA GRAVURA ................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 PRINCÍPIOS QUE DEFINEM A GRAVURA .................................................................................. 3
3 A ESCRITA E A GRAVURA ............................................................................................................... 6
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 17
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 18
TÓPICO 2 – A GRAVURA COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO ................................................. 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19
2 A MATRIZ DA DISSEMINAÇÃO COMUNICANTE .................................................................. 19
3 A XILOGRAVURA ORIENTAL ......................................................................................................... 21
4 O MOMENTO HISTÓRICO E SOCIAL FAVORÁVEL À DIFUSÃO 
 DA XILOGRAVURA ............................................................................................................................ 24
5 A ESTÉTICA DA GRAVURA - ALBERT DÜRER .......................................................................... 27
6 A GRAVURA EM METAL OU CALCOGRAFIA ........................................................................... 29
7 A LITOGRAFIA ................................................................................................................................... 32
8 A SERIGRAFIA OU SILK SCREEN ................................................................................................... 34
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 36
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 37
TÓPICO 3 – A GRAVURA COMO MEIO DE EXPRESSÃO ARTÍSTICA ................................... 39
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 39
2 A IMPORTÂNCIA DA GRAVURA DO SÉCULO XX ................................................................... 45
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 50
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 52
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 53
TÓPICO 4 – A GRAVURA NO BRASIL .............................................................................................. 55
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 55
2 O BRASIL COLONIAL ........................................................................................................................ 56
3 A IMPLANTAÇÃO DA GRAVURA NO BRASIL .......................................................................... 57
4 A FERTILIDADE DOS ANOS 50/60 .................................................................................................61
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 65
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 66
UNIDADE 2 – PROCESSOS E TÉCNICAS DE GRAVURA ........................................................... 67
TÓPICO 1 – A MONOTIPIA VISTA COMO POSSIBILIDADE GRÁFICA: 
 PROCESSO, TÉCNICAS, MATERIAIS, IMPRESSÃO ............................................. 69
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 69
2 PROCESSO ............................................................................................................................................ 70
3 TÉCNICA ................................................................................................................................................ 71
sumário
VIII
3.1 MONOTIPIA – DESENHO POR ADIÇÃO E POR SUBTRAÇÃO – IMPRESSÃO ..............71
3.2 MONOTIPIA – COM TINTA ‘CHAPADA’, COM TINTA POR ADIÇÃO E POR 
SUBTRAÇÃO ..................................................................................................................................73
3.3 MONOTIPIA COM MATERIAIS ALTERNATIVOS COMO FROTTAGE .............................75
3.4 MONOTIPIA COM MÁSCARA .................................................................................................75
3.5 MONOTIPIA COM TRANSFERÊNCIA DE FOTOCÓPIA .....................................................75
4 MATERIAIS .........................................................................................................................................76
4.1 SUPORTES ......................................................................................................................................76
4.2 TINTAS DE CORES VARIADAS .................................................................................................76
4.3 PINCÉIS E INSTRUMENTOS VARIADOS ................................................................................76
4.4 PAPÉIS VARIADOS .......................................................................................................................77
4.5 MATERIAIS ALTERNATIVOS PARA EXPERIMENTAÇÕES ................................................77
4.6 PRODUTOS PARA LIMPEZA .....................................................................................................77
5 IMPRESSÃO ........................................................................................................................................78
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................79
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................80
TÓPICO 2 – A XILOGRAVURA E O LINÓLEO . ............................................................................81
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................81
2 A MADEIRA ........................................................................................................................................81
3 O LINÓLEO .........................................................................................................................................82
4 PROCESSO ..........................................................................................................................................82
5 TÉCNICA ..............................................................................................................................................83
5.1 XILOGRAVURA .............................................................................................................................84
5.1.1 Xilogravura a cores ...............................................................................................................86
5.1.2 Xilogravura e linóleo com matriz perdida ........................................................................87
6 MATERIAIS .........................................................................................................................................88
6.1 FERRAMENTAS ............................................................................................................................89
6.2 PAPÉIS PARA A IMPRESSÃO .....................................................................................................90
6.3 MATERIAL DE LIMPEZA ............................................................................................................91
6.4 MATERIAIS DIVERSOS ................................................................................................................91
6.5 TINTA DE IMPRESSÃO ...............................................................................................................91
6.6 UTENSÍLIOS PARA A IMPRESSÃO ..........................................................................................91
7 O PREPARO DA TINTA....................................................................................................................92
8 OS CUIDADOS PARA A IMPRESSÃO .........................................................................................92
8.1 A LIMPEZA DA MATRIZ E DOS UTENSÍLIOS .......................................................................93
9 AS CÓPIAS IMPRESSAS ..................................................................................................................93
10 A ASSINATURA ...............................................................................................................................93
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................95
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................96
TÓPICO 3 – A GRAVURA EM METAL ............................................................................................97
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................97
2 PROCESSO ..........................................................................................................................................98
2.1 O PROCESSO DIRETO .................................................................................................................99
2.2 O PROCESSO INDIRETO .............................................................................................................99
2.3 A IMPRESSÃO ...............................................................................................................................100
3 TÉCNICA ..............................................................................................................................................100
3.1 DIRETA ............................................................................................................................................100
3.1.1 A ponta-seca ..........................................................................................................................100
3.1.2 Buril ........................................................................................................................................101
3.1.3 Maneira negra ou mezzotinto ..............................................................................................102
IX
3.2 INDIRETA .......................................................................................................................................102
3.2.1 Água-forte ..............................................................................................................................1033.2.2 Água-tinta ..............................................................................................................................104
4 MATERIAIS .........................................................................................................................................105
4.1 FERRAMENTAS ............................................................................................................................105
4.2 PAPÉIS PARA A IMPRESSÃO .....................................................................................................105
4.3 MATERIAL DE LIMPEZA ............................................................................................................106
4.4 MATERIAIS DIVERSOS ................................................................................................................106
4.5 TINTA DE IMPRESSÃO ...............................................................................................................106
4.6 UTENSÍLIOS PARA A IMPRESSÃO ..........................................................................................106
5 O PREPARO DA TINTA....................................................................................................................107
5.1 OS CUIDADOS PARA A IMPRESSÃO ......................................................................................107
5.2 A LIMPEZA DA MATRIZ E DOS UTENSÍLIOS .......................................................................108
5.3 AS CÓPIAS IMPRESSAS ..............................................................................................................108
5.4 A ASSINATURA ............................................................................................................................108
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................109
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................110
TÓPICO 4 – A SERIGRAFIA ...............................................................................................................111
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................111
2 PROCESSO ..........................................................................................................................................112
2.1 A MONTAGEM DA MATRIZ ......................................................................................................114
3 OS PROCESSOS E AS TÉCNICAS .................................................................................................115
3.1 O PROCESSO DIRETO .................................................................................................................116
3.1.1 Aplicação da emulsão ..........................................................................................................117
3.1.2 Para secar a tela com a emulsão ..........................................................................................118
3.1.3 Gravando a tela .....................................................................................................................118
3.1.4 Como revelar a tela gravada e fazer pequenos retoques ................................................120
3.2 PROCESSOS INDIRETOS .............................................................................................................123
4 MATERIAIS .........................................................................................................................................124
5 A IMPRESSÃO ....................................................................................................................................125
6 ASSINATURA .....................................................................................................................................126
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................127
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................128
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................129
UNIDADE 3 – A GRAVURA NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO .......................................131
TÓPICO 1 – A GRAVURA E O ESPAÇO HÍBRIDO DA ARTE CONTEMPORÂNEA ...........133
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................133
2 A GRAVURA NA SUA NOVA CONDIÇÃO ................................................................................134
2.1 A INSERÇÃO DOS CONCEITOS DA GRAVURA ...................................................................135
2.1.1 O múltiplo ..............................................................................................................................139
2.1.2 A matriz de reprodução e a matriz evolutiva ...................................................................141
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................142
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................143
TÓPICO 2 – O DIÁLOGO DA GRAVURA ......................................................................................145
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................145
2 A GRAVURA COM OUTRAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS ..................................................145
3 A GRAVURA E OS RECURSOS DIGITAIS ..................................................................................148
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................150
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................151
X
TÓPICO 3 – A GRAVURA NO COTIDIANO .................................................................................153
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................153
2 ARTE POSTAL ....................................................................................................................................153
3 FANZINE OU ZINE ............................................................................................................................154
4 FOTOCÓPIA ........................................................................................................................................155
5 STICKER ART ......................................................................................................................................155
6 LAMBE-LAMBE ..................................................................................................................................156
7 ESTÊNCIL ............................................................................................................................................157
8 LIVROS DE ARTISTA .......................................................................................................................157
9 OUTROS MEIOS ................................................................................................................................158
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................159
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................160TÓPICO 4 – O GRAVADOR ESSENCIAL E O ARTISTA MULTIMÍDIA .................................161
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................161
2 O GRAVADOR ESSENCIAL ............................................................................................................162
3 O ARTISTA MULTIMÍDIA ..............................................................................................................164
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................167
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................168
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................169
TÓPICO 5 – ALTERNATIVAS PARA SALA DE AULA .................................................................171
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................171
2 MONOTIPIA .......................................................................................................................................171
2.1 MONOTIPIA COM UMA IMPRESSÃO ....................................................................................172
2.2 MONOTIPIA COM SOBREPOSIÇÃO DE IMPRESSÕES ........................................................172
3 FROTTAGE ..........................................................................................................................................173
4 MATRIZ DE ARGILA ........................................................................................................................173
5 ESTÊNCIL ............................................................................................................................................174
6 JOGOS ...................................................................................................................................................175
7 LAMBE-LAMBE ..................................................................................................................................175
8 ADESIVO .............................................................................................................................................176
9 POSTAL ................................................................................................................................................176
10 MATERIAIS ALTERNATIVOS ......................................................................................................177
10.1 CAIXA DE LEITE .........................................................................................................................178
10.2 BANDEJA DE ISOPOR ...............................................................................................................178
10.3 CARIMBOS ...................................................................................................................................179
10.4 LIVROS DE ARTISTA .................................................................................................................179
10.5 GARRAFA PET ............................................................................................................................180
10.6 FILTRO DE PAPEL USADO ......................................................................................................180
11 FANZINE OU ZINE ..........................................................................................................................180
12 TRANSFERÊNCIA DE IMAGEM OU TRANSFER ....................................................................181
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................182
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................183
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................185
1
UNIDADE 1
A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, o acadêmico estará apto a:
• expor os princípios que definem a Gravura;
• contextualizar a História da Gravura, procurando fazer um paralelo com 
o surgimento da escrita em determinadas regiões do mundo antigo até o 
surgimento da imprensa; 
• relacionar a Gravura à necessidade de comunicação do ser humano; 
• apresentar a Gravura como meio de expressão artística.
Esta primeira unidade será dividida em quatro tópicos. No final de cada 
tópico, você encontrará atividades que contribuirão para sua reflexão e 
análise dos estudos já realizados.
TÓPICO 1 – A TRAJETÓRIA DA GRAVURA
TÓPICO 2 – A GRAVURA COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO
TÓPICO 3 – A GRAVURA COMO MEIO DE EXPRESSÃO ARTÍSTICA
TÓPICO 4 – A GRAVURA NO BRASIL
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A TRAJETÓRIA DA GRAVURA
1 INTRODUÇÃO
A importância da gravura está relacionada aos caminhos que podemos 
encontrar na trajetória da sua história: a necessidade humana de se comunicar 
e a necessidade de se expressar artisticamente. Podemos dizer que estes dois 
caminhos foram se alimentando das situações que surgiam e principalmente das 
necessidades humanas que se apresentavam.
 
Vejamos a seguir alguns passos oportunos que a humanidade foi seguindo 
e imprimindo para que a gravura passasse a fazer parte da História. Mas antes 
disso precisamos saber qual é o princípio da gravura.
2 PRINCÍPIOS QUE DEFINEM A GRAVURA
Gravar é surpreender com marcas o suporte que você escolhe para ser 
a matriz da sua ideia. É invadir enérgica ou suavemente o espaço da matéria, 
forçando-o a aceitar o seu suposto domínio sobre as ações que seguirão. Mas 
o controle é limitado pelas circunstâncias que passam a dividir com o artista a 
feitura da imagem. O artista não detém o poder exclusivo, o tempo pode ou não 
ser seu aliado, como também a escolha instrumental feita.
Desde sempre, o homem procura deixar registrada a sua presença fixando 
marcas em lugares. Se nos tempos pré-históricos os nossos ancestrais imprimiam 
suas mãos sobre pedras de cavernas, quem de nós já não riscou o tampo da 
carteira do colégio, ou registrou suas iniciais no tronco de uma árvore ou numa 
parede? Gravou seu amor num coração? Ou, num exemplo bem atual, a ação dos 
grafiteiros pelos concretos das nossas cidades.
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
4
FONTE: Disponível em: <http://moraisfabio.blogspot.com/2007/08/arqueologia-de-recados-
anotaes-e.html>. Acesso em: 14 mar. 2009.
FIGURA 1 – AÇÃO DOS GRAFITEIROS
FONTE: Disponível em: <http://www.revistarafe.com.br/wp-content/themes/rafe/images/
graffiti_big.jpg>. Acesso em: 10 abr. 2009.
FIGURA 2 – AÇÃO DOS GRAFITEIROS
Mas, é na gravura que as marcas são traduzidas em imagem, se emancipam!
Se na intenção banal da ranhura produzida nos mais diversos suportes, 
como as que vemos nas figuras anteriores, nada além acontece, o ser humano, 
com intenções mais profundas voltadas para a investigação e reflexão sobre si 
mesmo e sobre ‘as coisas’ do mundo visando como finalidade o conhecimento, 
avança no desejo de expressar-se artisticamente, buscando a multiplicação da 
imagem que gravou em um suporte. Surge então a gravura.
TÓPICO 1 | A TRAJETÓRIA DA GRAVURA
5
Veja a seguir o significado etimológico das palavras: GRAVAR e 
GRAVURA.
	Gravar = graver – francês (fazer risca nos cabelos, fazer entalhes em superfície dura).
A palavra gravar, como está escrito no dicionário Houaiss, quer dizer: 
1 traçar (figuras, caracteres) em metal, madeira, pedra etc., com instrumento 
cortante ou reagente químico, criando matriz para cópias; 2. fig. conservar na 
mente, memorizar 3. transferir (dados) paraum meio de armazenamento, para 
recuperá-los; salvar; 4. registrar (sons, imagens) em disco, vídeo etc.; 5. tornar-
(se) perpétuo; conservar(se). 
	Gravura = graphein – grego (escrever e desenhar).
 = cavare – latim (abrir, cavar, aprofundar).
 Encontramos no mesmo dicionário da língua portuguesa Houaiss 
a seguinte definição da palavra gravura: 1. impressão feita a partir de matriz de 
madeira, metal ou pedra; 2. estampa assim obtida.
Portanto, gravura é tanto um processo de reprodução de uma imagem, quanto 
o resultado obtido pelo processo de reprodução dessa imagem. Implica gravar um suporte, 
madeira, metal, pedra, poliéster ou outro qualquer que seja plano e que suporte gravações; 
este suporte, ao receber as gravações, passa a chamar-se matriz. Esta contém a imagem 
gravada; essa imagem gravada é transferida para outro suporte, tradicionalmente o papel 
(mas pode ser outro, como tecido, por exemplo) e recebe o nome de estampa. A vantagem, 
se é que se pode chamar assim, é que essa matriz permite a reprodução, ou seja, pode-se 
obter mais que uma imagem da mesma matriz. A essa série de cópias, chamadas impressões, 
denominamos tiragem ou obra gráfica.
Suporte > Matriz > Imagem > Estampa
IMPORTANT
E
ATENCAO
Acho que assim fica claro que o referencial comum do público sobre o que é 
gravura não coincide com a definição de gravura como meio de expressão artística.
Observe: Gravura não é a reprodução de uma pintura famosa emoldurada de dourado e 
pendurada na sala de visitas, muito embora já tenha feito este papel no decorrer da história, 
quando ainda não tínhamos a fotografia.
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
6
3 A ESCRITA E A GRAVURA
A leitura feita de um pequeno texto, prefácio do livro de Roland Barthes, 
leva-me a abordar a escrita para introduzir o histórico da gravura.
[...] sinto minha mão movimentando-se, girando, ligando, 
mergulhando, levantando e, frequentemente, devido ao jogo das 
correções, riscando ou fazendo surgir a linha, ampliando o espaço 
até a margem, construindo, assim, a partir de traços pequenos e 
aparentemente funcionais (as letras), um espaço que é simplesmente 
o espaço da arte: sou um artista, não que eu represente um objeto, 
porém, mais fundamentalmente, porque, durante o ato de escrever, 
meu corpo frui do prazer de traçar, de talhar ritmicamente uma 
superfície virgem (virgem infinitamente possível).
Este prazer deve ser muito antigo: séries de incisões regularmente 
espaçadas foram encontradas nas paredes de algumas cavernas pré-
históricas. Já seria escrita? De forma alguma. Tais traços, sem dúvidas, 
nada queriam dizer; mas ao próprio ritmo denotava uma atividade 
consciente, provavelmente mágica ou, mais amplamente simbólica: 
o traço dominado, organizado, sublimado (pouco importa) de uma 
pulsão. O desejo humano de fazer uma incisão – com o buril, o 
cálamo, o estilete, a pena – ou de acariciar – com o pincel ou a caneta 
de feltro – passou, sem dúvida, por muitos fantasmas que ocultaram 
a origem propriamente corporal da escrita. Contudo, é preciso que, de 
tempos em tempos, um pintor (tal como, hoje, Masson ou Twombly) 
incorpore formas gráficas à sua pintura para que sejamos conduzidos 
a essa evidência: escrever não é somente uma atividade técnica, mas 
é também uma prática corporal de prazer (BARTHES, 2002, prefácil).
Esta abordagem de Barthes vem justificar-se à outra que também está 
relacionada à necessidade de cunho sociocultural do surgimento da gravura. Se a 
escrita e o escriba surgem com a necessidade de resolver impasses comerciais no 
desenvolvimento primário dos procedimentos agrícolas etc., para troca ou venda 
de grãos, receitas, vocabulários, normas e leis, cânticos religiosos, magia e textos 
registrando descobrimentos científicos: matemática, astronomia e medicina; a 
gravura também tem esta aproximação sociocultural no decorrer de sua história 
como meio utilizado para reproduzir, através de imagens, mensagens que não 
chegavam ao homem comum, pois este não sabia ler. A leitura restringia-se a 
poucos: escribas religiosos, clero, castas superiores, da aristocracia. 
Levantamentos históricos nos mostram que é na Suméria que encontramos 
o sistema de escrita mais antiga, antes dos hieróglifos egípcios. As ideias 
eram apresentadas através do desenho simplificado dos objetos num sistema 
denominado pictográfico. Com a utilização de placas de argila, os desenhos 
passaram a ser feitos com um caniço em forma de cunha, por isso passou a ser 
denominada “escrita cuneiforme”. A aproximação dos povos incentivou a sua 
comunicação, fazendo com que toda a região próxima, Mesopotâmia e vizinhos, 
adotasse o sistema dos sumérios. 
TÓPICO 1 | A TRAJETÓRIA DA GRAVURA
7
FONTE: Disponível em: <http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.algosobre.
com.br/images/stories/historia/sumerios_01.jpg>. Acesso em: 15 mar. 2009.
FIGURA 3 – LISTA DE DEUSES FEITA PELOS SUMÉRIOS NO SÉCULO 24 A.C.
Para promover a comunicação, foi necessário pintar e gravar inscrições 
de caráter religioso ou relacionadas com heróis e governantes, registrar 
negociações, gerando o uso desses signos (ou representações) sobre pedras. Para 
difundir essa comunicação, foi preciso adaptar suportes menores, mais práticos, 
fáceis de transportar – as tabuletas, os óstracos, os papiros e os pergaminhos, 
que veremos a seguir:
Veja a seguir na figura 4: Cálamo em bambu ou madeira – três tipos: triangular 
para formar os “cantos”; ponta côncava para formar as cunhas; e ponta arredondada para 
os algarismos. Plaqueta quadrada com ângulos arredondados datada de 2360 a.C. Formato 
característico da época da renascença sumeriana do império de UR III. Documento de 
economia representando uma leva de jumentos para diversas pessoas.
UNI
FONTE: Jean (2002, p. 15)
FIGURA 4 – CÁLAMO – EM BAMBU OU MADEIRA – 3 TIPOS 
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
8
FONTE: Disponível em: <http://lh5.ggpht.com/biohoffmann/SIILR6t7LtI/AAAAAAAAAPA/hWbLJh-
-efo/Escrita%20Cuneiforme%5B6%5D.gif>. Acesso em: 15 mar. 2009.
FIGURA 5 – PICTOGRAMAS
A esses desenhos simplificados que representavam um objeto ou um ser 
específico, deu-se o nome de Pictogramas = do latim pictu = pintado + grego γ 
ράμμα = caracter, letra.
A combinação de vários pictogramas expressava uma ideia, surgindo 
então a palavra ideograma.
Se na região da Suméria eles se comunicavam através da escrita cuneiforme, 
egípcios, maias e hititas comunicavam-se através da escrita hieroglífica.
FONTE: Disponível em: <http://www.amorc.org.br/Imagens_CCA/destaque/escrita-hieroglifica.
jpg>. Acesso em: 15 mar. 2009.
FIGURA 6 – ESCRITA HIEROGLÍFICA
TÓPICO 1 | A TRAJETÓRIA DA GRAVURA
9
Hoje, como herança da escrita cuneiforme e da escrita hieroglífica, temos 
a Pictografia = forma de escrita pela qual ideias são transmitidas através de 
desenhos, ou seja, foi criado um sistema de representação pictórica internacional, 
desenvolvido em Viena pelo movimento ISOTYPE. 
FIGURA 7 – PICTOGRAMA 
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Poptogramas>. Acesso em: 07 mar. 2009.
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Poptogramas>. Acesso em: 07 mar. 2009.
O nome de um dos criadores do sistema de linguagem visual OSOTYPE é 
o gravurista e designer gráfico modernista Gerd Arntz. Ele é autor de xilogravuras 
compostas por desenhos bastante sintetizados, como podemos observar a seguir. 
 
Fiz este caminho da escrita cuneiforme até aqui para evidenciar a 
importância da gravura nesta relação com a comunicação, o que não pára por aí, 
segue na lenta, porém, constante evolução do conhecimento.
FIGURA 8 – GERD ARNTZ, BARRACK OCCUPATION. XILOGRAVURA, 1931.
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
10
FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/Modules/Articles/Images/full-1-
f28c4b5c44.jpg>. Acesso em: 15 mar. 2009.
FIGURA 9 – TABULETAS
As tabuletas eram constituídas a partir de uma base de madeira recoberta 
de material maleável. As mais antigas eram feitas debarro, facilmente encontrado 
nas regiões fluviais, podendo ser cozidas no forno e preservadas. As de cera eram 
fáceis de gravar e apagar, podendo ser reutilizadas.
Veja na Figura 10, a seguir, Óstracos, na qual encontra-se gravado o nome de 
Címon, estadista ateniense.
UNI
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93straco>. Acesso em: 7 mar. 2009.
FIGURA 10 – ÓSTRACO 
TÓPICO 1 | A TRAJETÓRIA DA GRAVURA
11
Óstraco ou óstracon do grego = όστρακον ostrakon = concha ou fragmento 
de cerâmica
UNI
Em pedaços de vasos quebrados, estudos arqueológicos levantam formas 
e palavras escritas indicando uma determinada época. Era utilizado para eleições 
(Na Grécia Antiga, o público eleitor escrevia ou gravava o nome de uma pessoa 
num fragmento de cerâmica para decidir se ela deveria ser banida, de onde 
vem o termo “ostracismo”). A facilidade de gravar, oferecia a possibilidade de 
ser apagado e reutilizado, como um palimpsesto, cujo significado veremos um 
pouco adiante.
Papiro é uma planta encontrada em abundância no delta do Rio Nilo.
 O uso do seu caule fibroso cortado em tiras finas, que são tramadas e 
coladas com seu próprio sumo e alisadas, permitiu a criação de um suporte 
revolucionário para a escrita - a folha de papiro, leve, fina e manuseável. Segundo 
Jean (2002), “[...] o papiro era exportado desde o terceiro milênio antes da 
nossa era, para toda a bacia do Mediterrâneo, representando, para o Egito, uma 
apreciável fonte de renda”.
FIGURA 11 – PERGAMINHO
FONTE: Jean (2002, p. 39)
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
12
Pergaminho do grego pergamênê = pele de Pérgamo e do latim pergamina 
ou pergamena.
Instrumentos dos quais se serviam os escribas: estojo contendo cálamos pontiagudos, placa 
sobre a qual o escriba “alisava” o papiro e se apoiava para escrever, copinhos para tinta preta 
e vermelha e corta papiro.
UNI
O couro de carneiro, cabra, cordeiro ou ovelha era preparado para que 
nele pudesse ser escrito. A maleabilidade do pergaminho permitiu que os textos 
escritos fossem enrolados. Posteriormente, o pergaminho passou do formato de 
rolo ao códex, ou códice (o livro na forma como o conhecemos hoje). Para escrever, 
utilizavam-se cálamos e tinta de cobre. Por volta do século IV, os cálamos foram 
substituídos por penas de aves. 
Quando a pele era de bezerro ou de cordeiro, mais delicada, dava-se 
o nome de velino = do francês arcaico veel (vitelo), na qual era utilizada uma 
escrita mais delicada e clara para fins documentais e de obras relevantes, pois 
sua principal qualidade era não absorver a tinta e melhor conservar o colorido 
original. Segundo Jean (2002), essas são as razões pelas quais as mais belas 
iluminuras foram realizadas sobre velino.
É importante salientar que o pergaminho, em muitas situações, passou a 
substituir o papiro pela sua resistência e durabilidade, usado não só no oriente 
como também no ocidente, especialmente na Idade Média, antes da chegada e 
difusão do papel, uma invenção do povo chinês.
Hoje, o pergaminho, por ser considerado um material difícil de ser 
falsificado e pela sua durabilidade, é utilizado para a confecção de diplomas, letras 
e títulos do Tesouro Nacional. O Brasil mesmo se tornou um grande fornecedor 
de matéria-prima para o pergaminho.
Palimpsesto, do grego antigo παλίμψηστος = riscar de novo
É o nome dado para uma página de pergaminho ou velino cujo conteúdo 
foi apagado (por lavagem ou raspagem) e escrito novamente, ou nas linhas 
intermediárias ao primeiro texto ou transversalmente ao sentido do texto.
TÓPICO 1 | A TRAJETÓRIA DA GRAVURA
13
FONTE: Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cc/Codex_
ephremi.jpg>. Acesso em: 7 mar. 2009.
FIGURA 12 – CODEX EPHRAEMI RESCRIPTUS. BIBLIOTECA NACIONAL DA FRANÇA
O Codex Ephraemi Rescriptus, também conhecido como Manuscrito C ou 04 
(Gregory-Aland), pertence ao século V. Possui quase todo o Novo Testamento, com exceção 
de II Tessalonicenses e II João. Trata-se de um palimpsesto, ou seja, um pergaminho que foi 
raspado para apagar-se o conteúdo original e possibilitar uma nova escrita. No século XII, 
Efraim Siro apagou o texto do Novo Testamento originalmente escrito no pergaminho para 
escrever os seus sermões, acabando por inutilizar algumas folhas e por jogar fora outras 
folhas deste precioso texto.
UNI
Códex = do latim codex = códice = livro
O códice é um avanço no uso do pergaminho, e surge no século I da 
era cristã. As folhas podiam ser dobradas e costuradas umas sobre as outras, 
formando um conjunto que deu origem ao nosso conhecido livro impresso.
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/C%B3dice>. Acesso em: 7 mar. 2009.
FIGURA 13 – FÓLIO 292R DO BOOK OF KELLS
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
14
Folio 292r do Book of Kells, que contém o texto que abre o Evangelho 
segundo João.
UNI
Iluminura como vocês podem ver na imagem anterior, era uma 
verdadeira produção formada por letras e imagens decoradas cuidadosamente 
que ilustravam o texto manuscrito. A cada início de capítulo, ou parágrafo, a 
primeira letra recebia adornos em folhas de ouro, desenhos de flores, figuras 
com cores vibrantes. O desenho era estruturado com um buril e em seguida 
as linhas eram formadas com penas de ganso e as partes internas cobertas 
com cores a pincel. Esse trabalho era executado por copistas que viviam em 
monastérios e abadias. 
Incunábulos são livros que foram impressos entre os anos de 1445 e 
1500, período em que surgem os tipos móveis criados por Gutemberg. No início 
do século XV, imprimiam-se letras e imagens de cenas bíblicas gravadas sobre 
madeira. As impressões eram feitas manualmente, pressionando o papel sobre 
a madeira (matriz). Gutemberg mecaniza esse processo de impressão passa a 
utilizar o prelo = prensa. 
O que Gutenberg fez provocou a transformação da produção de livros, 
consequentemente, houve um intenso desenvolvimento dos livros e, a partir daí, 
uma acelerada transformação na comunicação humana.
A produção de um livro passou a contar com a composição do texto 
por meio de cubos nos quais as letras apareciam em relevo. Essas letras eram 
alinhadas sobre uma espécie de régua, organizando as palavras, formando uma 
linha que era colocada dentro de uma forma que estabelecia o tamanho do texto 
dentro do espaço de uma folha.
Ao final da montagem da forma, as letras recebiam tinta, sobre a tinta 
era colocada uma folha de papel e a prensa fazia a impressão. A quantidade de 
cópias era estipulada e o processo seguia a mesma ordem da primeira impressão. 
As imagens recebiam o mesmo tratamento dos textos.
A maioria dos incunábulos conhecidos e identificáveis é de origem alemã, 
francesa ou italiana. A partir de 1457, encontram-se exemplares contendo no final 
da obra um colophon’ = indicação de autor, local e ano de impressão, assim como 
do editor. Páginas de título aparecem pela primeira vez em 1465. 
É necessário destacar que, antes de Gutemberg, os chineses já detinham 
todo este conhecimento: caracteres móveis e prelo. Ou melhor, antes de 
Gutemberg, os chineses já produziam livros, imprimindo sobre papel, que eles 
também inventaram.
TÓPICO 1 | A TRAJETÓRIA DA GRAVURA
15
FONTE: Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c1/Inkunabel.
ValMax.001.jpg>. Acesso em: 7 mar. 2009.
FIGURA 14 – INCUNÁBULO, LIVRO DE 1471
Papel: Historiadores concordam em atribuir à China o feitio dos 
primeiros papéis por volta de 105 d.C. O inventor seria um oficial de nome 
Cai Lun. Primeiramente, trapos e redes de pesca foram utilizados e mais 
tarde fibras vegetais, mais precisamente a fibra do linho, processadas num 
forte cozimento e, em seguida, essas fibras eram batidas e esmagadas para 
a obtenção de uma pasta. Sobre uma peneira de juncos unidos por fios de 
seda ou crina, a pasta era espalhada e depurada. A compressão dessa pasta 
sobre a trama da peneira daria a forma às folhas que, em seguida, passavam 
por um processo de secagem. Os chineses mantiveramo domínio sobre o 
conhecimento da fabricação do papel por cerca de quinhentos anos. 
 
Os japoneses vieram a começar a produzir o papel no século VII. A Europa 
passou a conhecer os segredos de fabricação do papel através dos mouros, quando 
estes invadiram a Península Ibérica no século IX. Dali a receita tecnológica se 
disseminou, seguindo para a Itália, França e Alemanha.
FONTE: Disponível em: <http://www.aracruz.com.br/img/conteudo/curios_histpap_ilustra.gif>. 
Acesso em: 18 mar. 2009.
FIGURA 15 – ILUSTRAÇÃO SOBRE A FABRICAÇÃO ARTESANAL DO PAPEL O ORIENTE
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
16
NOTA
No site que aparece abaixo você poderá obter preciosas informações sobre a 
origem do livro do ponto de vista dos chineses. Não deixe de acessar!
FONTE: Disponível em: <http://institutomandarim.net/blog3/2008/09/06/curso-chines-
origem-livros-chineses-tipografia>. Acesso em: 18 mar. 2009.
FIGURA 16 – ORIGEM DOS LIVROS CHINESES E TIPOGRAFIA
Ao chegar até aqui, você percorreu um caminho de milênios que as 
civilizações fizeram na busca de uma melhor forma de se expressar, todos eles 
somando significados preciosos para os domínios que temos hoje. Nada deve ser 
eliminado, porque, em arte, tudo pode ser somado, renovado, revisitado.
17
Percorremos um caminho indicando a origem da gravura, a sua 
estreita relação com a necessidade do homem de se comunicar e registrar suas 
necessidades, crenças e conquistas. Tivemos a oportunidade de fazer alguns 
apontamentos, como:
	A introdução fala da necessidade humana de se comunicar e a necessidade de 
se expressar artisticamente.
	Princípios que definem a gravura: o que é gravar; o significado etimológico das 
palavras GRAVAR e GRAVURA; a extensão da palavra GRAVURA: Suporte > 
Matriz > Imagem > Estampa e tiragem ou Obra Gráfica.
	A escrita e a gravura: citação de Roland Barthes sobre o ato de escrever, o autor 
o aproxima do ato de gravar. Alguns apontamentos indicam a relação da escrita 
e a gravura, buscando a escrita cuneiforme, a escrita hieroglífica, os suportes 
utilizados para a escrita, o papiro, o pergaminho, o palimpsesto, o códex, o livro, 
a iluminura, o incunábulo, a imprensa, o papel.
RESUMO DO TÓPICO 1
18
Caro acadêmico, para melhor fixar o conteúdo apresentado neste 
tópico, sugerimos que você resolva a seguinte atividade: 
Elabore um pequeno texto dando destaque aos 
princípios que caracterizam a gravura e a sua relação com as 
contribuições para o conhecimento através da escrita.
AUTOATIVIDADE
19
TÓPICO 2
A GRAVURA COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A gravura foi utilizada, desde o seu surgimento, como veículo de 
multiplicação e reprodução de imagens, de ideias e de conhecimento. Uma 
arte de cunho artesanal, produzida em equipe, destinada ao coletivo, feita para 
proporcionar satisfações e informações às camadas mais baixas da população, 
foi testemunha das transformações ocorridas nos procedimentos criados para a 
reprodução de imagens. Tais transformações antes aconteciam muito lentamente, 
o tempo todo, a favor de séculos de história. 
É necessário firmarmos um pouco os conhecimentos sobre cada uma das 
técnicas da gravura para adentrarmos no Tópico 2.
2 A MATRIZ DA DISSEMINAÇÃO COMUNICANTE
Começaremos pela xilogravura = xylon = palavra grega que significa 
“madeira”, técnica que acompanhou o homem no desenrolar do surgimento da 
imprensa.
O que é então que caracteriza uma xilogravura? É o corte de uma imagem 
sobre uma prancha de madeira. Esse corte retira matéria da superfície provocando 
um baixo relevo. A imagem que se forma sobre a superfície de madeira se chama 
matriz, que, recebendo tinta ou não, possibilita a impressão de inúmeras cópias 
“idênticas” (coloquei entre aspas porque dentro de um sistema artesanal de 
produção, é praticamente impossível conseguir cópias idênticas). Cada cópia 
impressa é denominada estampa, e o total de cópias forma o conjunto gráfico ao 
qual nós já nos referimos no Tópico I. A matriz assume o papel de um carimbo 
que pode ter tamanhos muito variados, à escolha de quem o produz.
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
20
FONTE: Belluzzo (2000)
FIGURA 17 – CARMELA GROSS, CARIMBOS-LINHA, CARIMBOS-RABISCO E CARIMBOS-
PINCELADA, 1977-8
Os cortes feitos sobre a superfície da madeira alteram a imagem. Cada 
linha formada pela extração de matéria torna-se uma linha branca sobre o papel. 
Quando a matriz recebe a tinta para a impressão, as linhas que formaram sulcos 
(pequenas valetas sobre a madeira) não são atingidas, ficando em branco.
Portanto: o que se grava é o que fica em branco.
IMPORTANT
E
Veja o exemplo:
FONTE: Disponível em: <http://www.gravurabrasileira.com/CreateThumbnail.
aspx?NomeImagem=customImages/obra/thumb.jpg&largura=190&altura=190>. Acesso em: 10 abr. 2009.
FIGURA 18 – ERNESTO BONATO, SEM TÍTULO, XILOGRAVURA, PA, 2006, 59,5X59,5CM
TÓPICO 2 | A GRAVURA COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO
21
A imensa possibilidade de multiplicação da imagem levou esta técnica a 
se tornar um veículo da comunicação, difusão de informações entre as pessoas 
numa época em que a escrita e, consequentemente, a leitura eram dominadas por 
pouquíssimas pessoas.
Ou seja, a Gravura nasce sob o signo do múltiplo e não propriamente como 
arte, estreitamente ligada à sua utilidade: a multiplicação da escrita e da imagem.
Não sei se todos compreendem o que eu quero dizer, mas antes do 
surgimento da possibilidade de multiplicar uma mesma imagem, seja ela uma 
escrita ou uma figura, todos os registros feitos pelo ser humano eram fixos em um 
determinado lugar, numa rocha, por exemplo, e só podiam ser vistos ali, naquela 
rocha; com a multiplicação através do caminho que pudemos observar no tópico 
anterior, mais pessoas passaram a dividir a visualização de uma mesma imagem. 
Começa então a disseminação da informação. 
Conforme Catafal e Oliva (2003, p. 14):
[...] a gravura encontra-se entre as manifestações artísticas mais antigas 
da humanidade. Com efeito, entendemos por gravura o resultado 
de pressionar um objeto duro sobre um outro mais brando, com a 
finalidade de obter uma marca ou encaixe, e se entendermos por arte 
toda realização humana a que se acrescentou um elemento estético 
à função prática. Contudo, a gravura é uma manifestação artística 
peculiar, por um lado muito ligada ao mundo da indústria e da técnica 
e, portanto, ao mundo da produção em série e, por outro, ao mundo 
da criatividade e da arte. 
No Tópico I nós passamos por uma série de procedimentos adotados 
por alguns povos para podermos entender a relação entre o desenvolvimento 
do conhecimento através da escrita e as relações muito próximas com as 
características da Gravura.
3 A XILOGRAVURA ORIENTAL
Até agora, tomamos conhecimento sobre a xilogravura como o primeiro 
meio empregado para proporcionar a disseminação da comunicação. Voltemo-
nos agora para as questões históricas nas quais ela está inserida.
O desenvolvimento da gravura ocidental está como já visto, ligado à 
imprensa e seu desenvolvimento. Mas, antes da chegada da imprensa no mundo 
ocidental, sabe-se que séculos anteciparam o desenvolvimento desse domínio. 
Os chineses utilizavam a gravação sobre pedra ou madeira como matriz 
para a impressão desde o século II. Nos séculos V e VI, eles costumavam utilizar a 
estampa de selos com carimbos sobre papel ou seda. Daí a impressão tabular ou 
tabulária = aquela em que o texto era inscrito em tábua de madeira.
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
22
Embora os chineses tenham usado a impressão tabulária antes de qualquer 
povo, o primeiro registro encontrado de uma impressão em massa através desse 
sistema ocorreu no Japão, em 770.
 
Segundo Catafal e Oliva (2003, p. 14): 
[...] as primeiras estampas japonesas consistiam em simples gravuras, 
que se difundiram rapidamente por toda a zona influenciada pelo 
budismo e por todo o Extremo Oriente, incluindo o Japão. De fato, será 
dali, que, a partir do século XVI, se desenvolverão estampas populares, 
impressase inspiradas na pintura popular chamada Ukiyo-e. A ideia 
original consistia em produzir pinturas populares a preços acessíveis, 
que, a longo prazo, conduziu ao aparecimento de uma estética 
profundamente japonesa que chegou até hoje através do manga. 
FONTE: Jean (2002)
FIGURA 19 – SELO CHINÊS TALHADO NO JADE. ANCESTRAL DOS CARACTERES DA IMPRENSA
FONTE: Jean (2002)
FIGURA 20 – SINAIS IMPRESSOS SOBRE PINTURA EM SEDA QUE CARACTERIZAM O AUTOR
TÓPICO 2 | A GRAVURA COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO
23
Veja na Figura 21 a seguir: TOYOKUNI II (1845). Da série Episódios da vida de 
Lorde Minamoto. A gravura mostra uma cena palaciana em que duas nobres damas assistem 
a um menino que acaba de libertar dois pássaros. A composição é riquíssima em elementos 
arquiteturais e em detalhamento e cores dos quimonos.
UNI
FONTE: Disponível em: <http://www.touchofclass.com.br/ed_09/conteudo/cultura.
htm#gravuras>. Acesso em: 23 mar. 2009.
FIGURA 21 – TOYOKUNI II (1845)
Veja a seguir, na Figura 22, de Kitagawa Utamaro (1805). Título da série: 5 
mulheres. A gravura mostra uma “Bijin” (mulher bonita) lendo uma carta de seu amante.
UNI
FONTE: Disponível em: <http://www.touchofclass.com.br/ed_09/conteudo/cultura.
htm#gravuras>. Acesso em: 23 mar. 2009. 
FIGURA 22 – KITAGAWA UTAMARO (1805)
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
24
Todo o conhecimento chinês nesse campo chegou à Europa através dos 
árabes; com eles, veio o papel, algumas tintas e, talvez, também, pequenas placas 
de madeira gravadas.
4 O MOMENTO HISTÓRICO E SOCIAL FAVORÁVEL À 
DIFUSÃO DA XILOGRAVURA
Ao final do século XV, no fim da Idade Média, surgem as primeiras 
manifestações da gravura na Europa, sendo a xilogravura a mais conhecida 
e utilizada na época, apesar de que, no norte da Europa, a gravura em metal 
também já era conhecida. 
Para que a imagem gravada e a imprensa se difundissem, foi necessário 
não só que o momento histórico e social fosse propício, mas também que houvesse 
uma conjugação de fatores materiais que o permitissem:
1 O prelo ou prensa já era usado anteriormente para esmagar uva, lustrar papel 
e estampar tecidos.
2 O papel já era fabricado na Europa. Os italianos descobriram uma forma de 
impermeabilizar o papel, por meio de banhos com gordura animal, o que 
possibilitou a produção em série. 
3 A execução das imagens em xilogravura era feita por artífices de imagens. 
Eram executadas com certa simplicidade, linhas de contorno ficavam na 
superfície, o resto era todo escavado, para que a imagem surgisse em preto. 
Após a impressão de muitas cópias dessas imagens, elas eram coloridas a 
mão. A xilogravura era usada para o texto e a imagem.
4 A Europa já utilizava amplamente o processo de impressão tabular, que 
auxiliou na modificação da transmissão de conhecimentos da época. Antes, 
como já foi visto, tudo era copiado à mão; não havia a produção em série. 
5 O analfabetismo era a regra. Os mosteiros e conventos armazenavam as obras 
que continham o conhecimento da época. O clero dominava as funções de 
preservação e disseminação desse conhecimento e a reprodução manual de 
simples passou a procedimentos complexos e luxuosos enriquecidos por 
miniaturas e iluminuras. As ilustrações tornaram-se uma necessidade para 
manter viva a memória sobre as passagens e histórias bíblicas.
6 As cidades iam se tornando maiores e mais abastadas ,requisitavam escolas 
e universidades, era necessário o aumento da produção de livros. Foram 
se formando corporações fortes, constituindo novas profissões, livreiros, 
escritores profissionais. As coroas patrocinavam.
TÓPICO 2 | A GRAVURA COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO
25
7 Nesse mesmo período, tecidos e toalhas de altar com motivos religiosos 
eram impressos como também cartas de baralho. Com origem no Oriente, as 
cartas passaram a ser produzidas pela Europa, sendo controladas pela Igreja. 
É possível que os mesmos artífices que produziam os santos executavam 
também as cartas de baralho. Não há muitos exemplares desse período, e 
os valores estéticos não eram considerados. As imagens religiosas recebiam 
pequenas inscrições de textos, nome do santo, oração, tudo era gravado na 
mesma matriz. Ao contrário do que ocorreu no Oriente, a imagem xilográfica 
nasceu ligada ao texto, representando papel fundamental para o entendimento 
e disseminação do texto escrito. 
8 Até início do século XV, textos e imagens de santos ou cenas bíblicas gravadas 
sobre madeira eram impressas manualmente, mantendo as características dos 
livros manuscritos, ou seja, fortemente ilustrados. Gutenberg foi o primeiro a 
utilizar o prelo para a impressão desses textos e imagens fixos.
9 Assim, a Gravura se impõe e passa a ser usada para outras utilidades, 
tornando-se um meio de divulgação. Começaram, então, a ser produzidos 
em xilogravura, rótulos de produtos e até anúncios impressos.
10 A necessidade de facilitar a impressão de textos levou um amigo de Gutenberg, 
Schoeffer, a descobrir uma forma de fundir caracteres. Aí surgiram os tipos 
móveis, formados por uma liga de chumbo e antimônio, ou seja, nasceu a 
tipografia. As imagens eram gravadas em madeira e impressas junto com os 
tipos móveis ou fixos. 
Em sua oficina, na Mogúncia, Alemanha, Gutenberg publica um Psalterium, 
com tipos móveis e as primeiras letras iniciais xilografadas.
FONTE: Disponível em: <http://www.gutenberg-museum.de/uploads/Mainzer_Psalter.jpg>. 
Acesso em: 23 mar. 2009.
FIGURA 23 – PSALTERIUM
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
26
A partir de ano de1462, a imprensa difundiu-se rapidamente pelo 
mundo. A aceleração da produção de livros impressos resultou muito mais do 
que a disseminação de ideias e conhecimentos, promoveu a fixação das línguas e 
literaturas nacionais. 
A xilogravura, que até então era colorida manualmente com pincel, 
passa a preocupar-se com a criação de volumes e dos meios-tons, e é inserida na 
impressão dos livros porque a altura dos tacos de madeira era a mesma dos tipos 
móveis, permitindo a impressão simultânea das letras e da imagem. Toma então, 
dois rumos diferentes: a ilustração de livros por um lado, e pelo outro passa 
a atender necessidades populares em imagens soltas, panfletos, calendários, 
livretos, como o cordel, por exemplo.
FONTE: Novaes (1997)
FIGURA 24 – LITERATURA DE CORDEL. REPENTE
DICAS
Saiba muito mais sobre a literatura de cordel no site: 
<http://www.ablc.com.br/gravuristas/gravuristas.html>.
TÓPICO 2 | A GRAVURA COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO
27
FONTE: Disponível em: <www.melkzda.blogspot.com/2008/12/xilogravura.html>. 
Acesso em: 25 mar. 2009.
5 A ESTÉTICA DA GRAVURA - ALBERT DÜRER
Albert Dürer, um artista que não pode deixar de ser mencionado, foi 
quem promoveu genialmente o desenvolvimento estético da xilogravura. Viveu 
no período entre 1471 e 1528, em Nuremberg, Alemanha, em pleno Renascimento. 
Filho de um ourives, foi pintor, filósofo, teórico, cientista e gravador. Iniciou 
trabalhando com um pintor famoso da cidade, que também gravava placas de 
madeira para um dos maiores impressores da época na Europa. Adquiriu o domínio 
dos instrumentos de gravar, especialmente o buril, tanto sobre a madeira, quanto 
sobre o cobre. O seu trabalho tinha um grau elevado de precisão, a qualidade das 
imagens com nuances do Renascimento, tinham profundidade, desenho rigoroso 
expressando dramaticidade e misticismo, próprios da Alemanha, que vivia no 
período antecedente à reforma religiosa.
FIGURA 25 – ALBRECHT DÜRER, CAVALEIROS DO APOCALIPSE, XILOGRAVURA
Dürer adapta a xilogravura à maneira de seu desenho, ou seja, deixa as 
linhas cruzadas receberem a tinta, eliminando todo o restante da superfície. Por 
ter se tornado muito famoso na época, chegou a ser falsificado. Passou então a ter 
o direito de assinar suas gravuras, gravando um monograma em suas matrizes.
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
28
FONTE: Disponível em: <http://www.miniweb.com.br/Literatura/artigos/escrita/mono.jpg>. 
Acesso em: 23 mar. 2009.
FIGURA 26 – ESCRITA MONO
Dürer consagrouas imagens avulsas em folhas soltas. Ele desenhava e 
gravava os seus desenhos contrariando o costume da época, que era de distribuição 
das funções, ou seja, o artista desenhava uma imagem, um artífice gravava sobre 
a madeira ou metal e um outro fazia a impressão. Essa distribuição de funções é 
utilizada, em muitos casos, ainda hoje, em grandes circuitos de gravura.
Outro artista do período que deixou contribuições foi Lucas Cranach. 
Vivendo entre os anos de 1472 e 1553, foi amigo de Lutero e, através de suas 
gravuras, contribuiu com a difusão do conteúdo ideológico religioso, dando às 
suas gravuras essa função.
DICAS
Para que vocês possam apreciar e aprofundar a pesquisa de imagens dos 
artistas, indico o site: www.spencerart.ku.edu/collection/print/.
FONTE: Disponível em: <http://tenthmedieval.files.wordpress.com/2008/03/lucas_cranach_-_
antichrist.pn>. Acesso em: 23 mar. 2009.
FIGURA 27 – ANTICRISTO, LUCAS CRANACH
TÓPICO 2 | A GRAVURA COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO
29
FONTE: Disponível em: <www.spencerart.ku.edu>. Acesso em: 27 mar. 2009.
FIGURA 28 – GERMAN,1472-1553 THE TEMPTATION OF SAINT ANTHONY, LUCAS CRANACH, 
1506 WOODCUT 406 MM X 279 MM MUSEUM PURCHASE, 1969.74
Na Alemanha, a gravura foi de grande importância. Entretanto, na Itália, 
em Florença e Veneza, floresceu com intenso vigor a serviço da reprodução e 
ilustração, alcançando durante o século XVI um nível elevadíssimo de qualidade 
e refinamento produtivo na editoração com imagens xilográficas.
6 A GRAVURA EM METAL OU CALCOGRAFIA
Do grego khalkos = cobre e graphein = desenhar, escrever etc. Tem como 
suporte matrizes metálicas, geralmente de cobre, latão, alumínio ou zinco, que 
são trabalhadas com intervenção direta de ferramentas variadas ou com processos 
indiretos que, além dos instrumentos, recebem a ação de agentes intermediários, 
tais como mordentes mais o tempo de atuação destes (ceras, vernizes etc.).
Mordente: solução preparada de água mais ácido nítrico ou cloreto de ferro ou 
holandês que provocam a corrosão do metal.
UNI
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
30
Ao contrário do que acontece na xilogravura, na gravura em metal, tudo o 
que é marcado direta ou indiretamente é que aparecerá como resultado impresso. 
Ou seja, o inverso da xilogravura na qual temos o branco, o vazio retirado.
Após a gravação da imagem formando a matriz, esta recebe a tinta que 
deverá preencher os sulcos e marcas provocadas pelas interferências na superfície; 
em seguida, inicia o processo de retirada do excesso de tinta, para tornar a 
aparecer a imagem. É um momento bastante delicado que requer atenção para 
não exceder na limpeza e acabar retirando tinta demais, ou deixando muita tinta. 
Os sulcos, rasgos ou corrosões retêm parte da tinta que é transferida para o papel, 
levando a imagem gravada. É o processo de impressão que acontece através da 
pressão oferecida pela prensa calcográfica utilizada. A imagem gravada nessa 
matriz pode também ser transferida sem tinta para o papel.
FONTE: Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_R7NarXrdx7U/Rz9RSU1vT5I/AAAAAAAAACc/
LTiUE9x gAv4/s1600-h/Calcografia.bmp>. Acesso em: 22 mar. 2009.
FIGURA 29 – MATRIZ
A
B
Un torchio calcografico. A) manubrio; B) regolatori 
per l'altezza del cilindro; C) rullo cilindrico; D) 
lastra inchiostrato posta sul foglio, a faccia in giú; 
E) foglio; F) piano scorrevole.
F
E
D
C
TÓPICO 2 | A GRAVURA COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO
31
FONTE: Disponível em: <http://artemagiatecnologia.blogspot.com/2007/11/histria-das-tcnicas-
de-reproduo.html>. Acesso em: 22 mar. 2009.
FIGURA 30 – DESENHO IMPRESSO EM PAPEL
No século XV, ateliês de ourivesaria e de armaduras tinham como hábito 
imprimir manualmente os desenhos das jóias e brasões em papel para melhor 
visualização das imagens (veja imagem anterior). Desse hábito surgiu a gravura 
em metal, também conhecida por calcografia. 
Possivelmente, os primeiros artífices gravadores foram os ourives, cujos 
projetos não eram necessariamente artísticos, mas voltados à ornamentação. Na Itália 
e na Alemanha, Vasari e Finiguerra (1426-1464), detentores de uma tradição artesanal 
familiar, foram os descobridores da impressão extraída de uma placa de metal.
A gravura em metal surgiu no mesmo período histórico que a xilogravura, 
popularizando-se no norte da Europa durante o século XV. O desenvolvimento 
dos processos gráficos levou a uma busca por imagens de maior qualidade e 
resistência às grandes tiragens e edições.
 Entretanto, perdia para a xilogravura em termos de popularidade. Dürer 
foi um artista do Renascimento que desenvolveu tanto a xilogravura quanto a 
gravura em metal, obtendo de ambas as técnicas resultados muito aproximados.
Por possibilitar maiores recursos técnicos, tornou-se a preferida de 
desenhistas e pintores que podiam ser mais fiéis às pinturas nas reproduções que 
executavam. A gravura em metal tornou-se assim um veículo para a divulgação 
das pinturas dos grandes mestres. Rubens (1577-1640) foi um dos grandes pintores 
que utilizou a gravura para difundir as suas pinturas, exigindo o máximo da 
perfeição na reprodução dos seus trabalhos. Cerca de 779 placas de cobre foram 
gravadas e impressas, inclusive com cores.
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
32
Nos Países Baixos, diferente do que acontecia em outras regiões européias, 
a gravura viveu momentos bastante diferenciados no século XVII, tendo em 
Rembrandt um gravador excepcional, de quem falaremos mais adiante. A 
distinção a ser feita é nos modos como a gravura passou a se apresentar naquela 
região: com uma estética burguesa e protestante; com a técnica da água-forte; e 
com uma função social que estava desligada do livro.
Na Itália, mais precisamente no século XVIII, em Veneza, com a 
prosperidade econômica ali vivenciada, a gravura evolui muito direcionada para 
reproduções de luxo, ilustrando livros na prosperidade das atividades editoriais.
7 A LITOGRAFIA
Do grego lithos = pedra e graphein = escrita, tem como característica a sua 
superfície planográfica baseada no princípio da repulsão da água pela gordura 
e da gordura pela água, envolvendo a gravação de uma imagem através de 
material gorduroso. A superfície da matriz é, então, uma pedra calcária que não 
recebe interferências de sulcos ou marcas que são extraídas da superfície, como 
na xilogravura ou na gravura em metal, mas absorve em sua superfície material 
gorduroso com o qual o gravador produz a imagem.
FONTE: Disponível em: <http://tipografos.net/tecnologias/litografia.jpg>. Acesso em: 15 abr. 2009.
FIGURA 31 – PEDRA LITOGRÁFICA
O processo foi inventado por Alois Senefelder e recebeu como primeiro 
nome poliautografia significando a produção de múltiplas cópias de manuscritos 
e desenhos originais.
TÓPICO 2 | A GRAVURA COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO
33
Por volta de 1796, Senefelder estava pesquisando um meio de impressão 
para seus textos para teatro e partituras e acabou dando um salto nos processos 
de impressão. A descoberta favoreceu economicamente e agilizou a produção, 
difundindo-se rapidamente. A ação de desenhar/escrever sobre pedra já era 
conhecida em Nuremberg, Alemanha. A Senefelder coube a formulação dos 
princípios básicos da impressão a partir de textos encontrados de um sacerdote 
e professor bávaro que já pensava nessa pedra calcária como matriz para 
reprodução.
No início do século XIX, a litografia foi amplamente utilizada na imprensa 
para a confecção de rótulos, documentos, cartazes, mapas, jornais. Torna-se um 
produto de consumo. Com ela, polularizou-se a coleção de estampas. 
Entre tantos artistas, Honnoré Daumier foi um litógrafo dos mais 
especializados. Produziu cerca de quatro mil litografias para jornais e revistas, 
abordando situações de forma crítica, muitas vezes irônica, contra a tirania e a 
hipocrisia nos acontecimentos da época. 
Paralelamente ao desenvolvimento e à aplicabilidade da litografia, ressurge 
a xilogravura em revistas de grande difusão e a gravura satírica, apresentando-se 
como formamais barata de reprodução, contrapondo-se à litografia e à gravura 
em metal, ambas de maior qualidade. Mas toda essa produção gráfica industrial 
passa a sofrer uma crise com o descobrimento e a difusão da fotografia e as 
técnicas que com ela surgiram. 
Os sistemas de reprodução fotomecânicos reproduzem com maior 
fidelidade as imagens sobre finas placas de zinco ou alumínio. As pedras 
litográficas tornam-se atrativas para os artistas.
FONTE: Disponível em: <www.artic.edu/.../toulouse_lautrec/lagoulue.html>. Acesso em: 11 abr. 2009.
FIGURA 32 – MOULIN ROUGE: LA GOULUE, 1891. TOULOUSE LAUTREC, LITOGRAFIA
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
34
FONTE: Disponível em: <http://www.assemblee-nationale.fr/histoire/suffrage_universel/suffrage-
referendum.asp#Daumier>. Acesso em: 11 abr. 2009.
FIGURA 33 – AVIS AUX AMATEURS. HONORÉ DAUMIER. PARU DANS LE CHARIVARI DU 22 
NOVEMBRE 1871
A litografia é planográfica: o desenho é feito através da gordura aplicada sobre 
a superfície da matriz, e não através de fendas e sulcos na matriz, como na xilogravura e na 
gravura em metal formando a imagem.
IMPORTANT
E
8 A SERIGRAFIA OU SILK SCREEN
Segundo Catafal e Oliva (2003, p. 14), a serigrafia é “[...] uma modalidade 
de reprodução da obra artística que supõe o culminar da evolução da gravura”. 
Do grego sericos = seda e graphos = escrever, ou do inglês silk = seda, 
torna-se peça de impressão = screen. Recebeu este nome do inglês Anthony 
Velonis, caracteriza-se como um dos processos da gravura, determinado pela 
permeabilidade. Ou seja, serigrafia ou silk-screen é um processo de impressão no 
qual a tinta é vazada – pela pressão de um rodo ou puxador – através de uma tela 
preparada. A tela, normalmente de seda, náilon ou poliéster, é esticada em um 
bastidor de madeira, alumínio ou aço. 
TÓPICO 2 | A GRAVURA COMO MEIO DE COMUNICAÇÃO
35
A “gravação” da tela se dá pelo processo de fotossensibilidade, cuja 
matriz é preparada com uma emulsão fotossensível, colocada sobre um fotolito, 
sendo este conjunto (matriz + fotolito) colocado, por sua vez, sobre uma mesa de 
luz. Os pontos escuros do fotolito correspondem aos locais que ficarão vazados 
na tela, permitindo a passagem da tinta pela trama do tecido, e os pontos claros 
(em que a luz passará pelo fotolito, atingindo a emulsão) são impermeabilizados 
pelo endurecimento da emulsão fotossensível que foi exposta à luz.
Seu princípio está relacionado ao estêncil já utilizado em tempos remotos, 
no oriente, para a aplicação e padronagens em tecidos, móveis e paredes.
Por estar muito próxima do mundo do consumo e da propaganda, a 
serigrafia foi até muito poco tempo considerada uma categoria menor entre as 
gravuras, na verdade, nem sequer era considerada como gravura, pois assim 
como a litografia ela não é atacada por incisões.
O artista Andy Warhol, nos anos sessenta, passou a se valer do meio 
serigráfico para destacar sua produção motivada por conceitos da publicidade, 
reproduzindo, com visão crítica, temas encontrados no cotidiano: garrafas de 
coca-cola, nomes de destaque na imprensa da época etc.
Essa abordagem artística de Warhol reforça, de certa maneira, a relação da 
gravura com a comunicação.
FONTE: Disponível em: <http://gatosembotas.blogs.sapo.pt/13878.html>. 
Acesso em: 23 mar. 2009.
FIGURA 34 – LATA SE SOPA CAMPBELL’S. ANDY WARHOL
36
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu:
	A gravura como meio de comunicação.
	A gravura como veículo de multiplicação e reprodução de imagens, de ideias e 
de conhecimento.
	As características da xilogravura; como signo do múltiplo e do utilitário.
	A xilogravura oriental.
	Os fatores que apontam o momento histórico favorável à difusão da xilogravura.
	Dürer e sua importância.
	A gravura em metal; suas características; os ateliês de ourivesaria.
	A litografia: suas características e sua rápida disseminação; o sistema de 
reprodução foto-mecânica.
	A serigrafia e suas características; Andy Warhol.
37
Caro acadêmico, para melhor fixar o conteúdo apresentado neste 
tópico, sugerimos que você resolva a seguinte atividade:
Vimos que algumas características da xilogravura, da 
gravura em metal, da litografia e da serigrafia foram sendo 
introduzidas na comunicação humana. Com poucas palavras, 
destaque o que diferencia cada uma delas.
AUTOATIVIDADE
38
39
TÓPICO 3
A GRAVURA COMO MEIO DE 
EXPRESSÃO ARTÍSTICA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Para dar início a este Tópico quero me reportar a um texto que encontrei 
na internet, e que considero bastante relevante para entendermos a independência 
adotada pelos artistas que passaram a desenvolver sua arte através dos meios que 
a linguagem da Gravura oferece.
Paiva Raposo escreve que:
Vivemos num mundo de múltiplos, de que o objeto gravado ocupa 
um dos últimos lugares, pela sua insignificância. Os múltiplos, ao nível de 
outras formas de expressão, nomeadamente a literária, musical, fílmica, 
ultrapassam, em muito, qualquer tipo de eventual relevância que se quisesse 
atribuir ao múltiplo gravado. Aliás, o primeiro corte nesse cordão umbilical 
que historicamente ligou e liga a obra gravada ao múltiplo, verifica-se com 
o aparecimento e desenvolvimento técnico dos primeiros processos de 
reprodução fotográfica, nomeadamente de reprodução de obras plásticas 
originais. Progressivamente, ao longo do século XIX e XX, as novas tecnologias 
de reprodução de imagens foram retirando sentido à gravura de reprodução 
e progressivamente à própria razão de ser do múltiplo enquanto processo de 
multiplicação de imagens gravadas. Esse sem sentido da multiplicação da 
imagem gravada, que já não se justifica pela sua divulgação e, muito menos, 
por razões comerciais de redução de custos, tem como consequência criar um 
espaço de autonomia e de emancipação da imagem gravada, espaço em que, 
atualmente, se geram todo um conjunto de reflexões sobre o estatuto da gravura 
enquanto linguagem autônoma, portadora de uma identidade específica e 
suportada historicamente.
FONTE: RAPOSO, Paiva. Ainda a Gravura: novas reflexões. In: Cadernos de Gravura - notas 
para um entendimento teórico da gravura. Disponível em: <http://cadernosdegravura.blogspot.
com/>. Acesso em: 15 mar. 2005.
40
UNIDADE 1 | A GRAVURA E SUA HISTÓRIA
Inúmeros são os artistas que depositaram energias na gravura e passaram 
a utilizá-la não apenas como uma possibilidade de divulgação de seu trabalho, 
mas como parte do processo criativo, como meio expressivo autônomo.
Como é impossível abordarmos todos os artistas que se envolveram com a 
gravura, passaremos a citar e comentar alguns que têm importância fundamental. Já 
falamos de Dürer, indiscutivelmente excepcional em sua trajetória como gravador, 
levando a xilogravura e a gravura em metal a um nível de excelência, dominando 
como ninguém o buril, nas temáticas religiosas, figuras femininas e masculinas.
Nos Países Baixos, durante o século XVII, período e região em que a 
gravura passa a ter uma função social, distanciada do livro, com uma estética 
burguesa e religiosa (Lutero e o Protestantismo), destacamos Rembrandt (1609-
1669) que tratou a sua gravura com muita pessoalidade e desenvoltura, adotando 
procedimentos com maior liberdade do que até então encontrada nos artistas. 
Podemos dizer que a gravava para si mesmo, permitia-se estudos de paisagens, 
retratos, cenas envolvidas em misteriosos claros e escuros com marcas de traços 
espontâneos em água-forte.
Goya, no século XVIII, destaca-se como um dos maiores gravadores, 
e “[...] desenvolveu um estilo absolutamente próprio, que ao mesmo tempo 
refletia a alma apaixonada e a cultura de seu país”. Tinha como característica em 
suas gravuras a dramaticidade e o exagero, valendo-se dos valores tonais para 
expressar criticamente a situação política/religiosa vivida no período em que a 
Espanha estava mergulhada na Inquisição. (SENAC, 1999, p. 20).
FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Mestres_da_Gravura>. Acesso em: 16 abr. 2009.
FIGURA 35

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes