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Farmacodinâmica- O que é? - RESUMO COMPLETO

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Farmacodinâmica 
o que é? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECEPTORES  
 
A farmacodinâmica refere-se aos efeitos de um fármaco no organismo. 
Já as influências corporais nas ações dos fármacos definem os processos 
farmacocinéticos​, que incluem absorção, distribuição, metabolismo e excreção. 
A maioria dos fármacos exerce seus efeitos, desejados ou indesejados, interagindo 
com receptores (macromoléculas-alvo especializadas) presentes na superfície ou no 
interior da célula. 
Os fármacos atuam como sinais, e seus receptores atuam como detectores de 
sinais. Os receptores traduzem o reconhecimento de um agonista ligado, 
iniciando uma série de reações que resultam em uma resposta intracelular 
específica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Obs: o termo “agonista” se refere a uma molécula endógena ou a um fármaco que 
se fixa a um local em uma proteína receptora, ativando-a. Segundos mensageiros ou 
moléculas efetoras são parte da cascata de eventos que traduz a ligação do 
agonista em uma resposta celular. 
 
 
BEATRIZ GURGEL - MEDICINA CPTL- UFMS 
Farmacodinâmica 
 
 
 
COMPLEXO FÁRMACO RECEPTOR 
 
As células têm muitos tipos de receptores diferentes, onde um agonista em particular 
produz uma resposta única. Ex: as células cardíacas contêm receptores β que se 
ligam e respondem à epinefrina ou norepinefrina, bem como receptores muscarínicos 
específicos para acetilcolina. A intensidade da resposta é proporcional ao número de 
complexos fármaco-receptores. Especificidade – parâmetro no qual uma substância é 
específica para um alvo que é o seu receptor e que independentemente da dose 
essa substância irá se ligar. Ou seja, é um tipo para o receptor independente da 
dose. Quando um fármaco é específico para um receptor, mesmo que haja aumento 
da dose, o fármaco continuará a se ligar ao mesmo receptor. Seletividade – afetam 
apenas um único órgão ou sistema. Perda de seletividade reduz a segurança de um 
terapêutico. 
Ex: adrenalina é usada 
como substância para 
choque anafilático e em 
baixas doses causa 
vasodilatação. 
 
 
PRINCIPAIS FAMÍLIAS DOS     
RECEPTORES 
 
O receptor é qualquer 
molécula biológica à qual um 
fármaco se fixa e produz 
uma resposta mensurável. Assim, enzimas, ácidos nucleicos e proteínas estruturais 
podem atuar como receptores de fármacos ou de agonistas endógenos. Contudo, 
proteínas que traduzem sinais extracelulares em respostas intracelulares são os 
principais receptores. Esses receptores podem ser divididos em quatro famílias: 
• Canais iônicos disparados por ligantes; 
• Receptores acoplados à proteína G; 
• Receptores ligados a enzimas; 
• Receptores intracelulares. 
 
 
 
BEATRIZ GURGEL - MEDICINA CPTL- UFMS 
Farmacodinâmica 
 
 
 
 
1. RECEPTOR IONOTRÓPICO 
 
Esses receptores são canais iônicos proteicos transmembranares que se abrem 
diretamente em resposta à ligação do ligante. A porção extracelular dos canais iônicos 
disparados por ligantes contém o local de ligação (receptor). 
Em geral, o canal está fechado até que o receptor seja ativado por um 
agonista que abre o canal brevemente, por poucos milissegundos. Quando o canal 
se abre, pela ligação de um neurotransmissor, o receptor sofre uma mudança 
conformacional que pode gerar um efeito ​excitatório ou inibitório, dependendo dos 
íons que possam passar pelos canais e suas concentrações dentro e fora da célula. 
Canal voltagem dependente – são canais iônicos transmembranares ativados por 
alterações de diferença de potencial elétrico. Os receptores ionotrópicos são 
dependentes de voltagem e precisam de uma diferença de voltagem para que ocorra a 
abertura do canal. 
Além do canal de sódio e potássio, o canal iônico de cálcio também é voltagem 
dependente e responde a essa mudança de voltagem. A entrada de cálcio para 
dentro da célula permite a contração muscular através do complexo miosina-actina. 
• Influxo de sódio e cálcio – despolarização celular e consequente ativação da 
resposta fisiológica; 
 
 
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Farmacodinâmica 
 
 
• Influxo de potássio e efluxo de cloreto – hiperpolarização celular e inativação do 
receptor. Ex: a estimulação do receptor nicotínico pela acetilcolina resulta em influxo 
de sódio e efluxo de potássio, gerando um potencial de ação no neurônio ou 
contração no músculo esquelético. Por outro lado, a estimulação do receptor ácido γ 
-aminobutírico (GABA) pelo agonista aumenta o influxo de cloretos e hiperpolariza os 
neurônios. 
 
Hiperpolarização da célula 
 
A hiperpolarização da membrana vai ser causada pelo GABA – 
neurotransmissor inibitório, que atua em um canal iônico de voltagem 
dependente. Quando se tem, ao invés de acetilcolina, o GABA ativando o receptor 
ocorre a entrada de íons cloreto, que faz com que a célula fique mais negativa e 
hiperpolarizada. 
A hiperpolarização é um fenômeno que inibe as funções celulares. A hiperpolarização 
ocorre tanto pela entrada de cloreto como pelo canal de potássio que se abre. 
 
2. RECEPTOR METABOTRÓPICO 
 
Esses receptores ​não são canais iônicos (receptores ionotrópicos) – para ser canal 
iônico tem que ser dependente de voltagem e precisar de um ligante. ​A ligação do 
neurotransmissor ativa uma via de sinalização, que pode indiretamente abrir ou 
fechar canais ou promover algum outro efeito. 
Sinalização por meio desses receptores metabotrópicos depende da ativação de 
diversas moléculas dentro da célula e frequentemente envolve uma via de 
segundos mensageiros. Por envolver mais passos, a sinalização por receptores 
metabotrópicos é muito mais lenta que aquela feita por canais iônicos ativados por 
ligantes. Alguns receptores metabotrópicos têm efeitos excitatórios quando eles são 
ativados ( por tornar a célula mais provável a disparar um potencial de ação), enquanto 
outros têm efeitos inibitórios. Muitas vezes, estes efeitos ocorrem porque o receptor 
metabotrópico dispara uma via de sinalização que abre ou fecha um canal iônico. 
 
RECEPTOR ACOPLADO À PROTEÍNA G- GPCR 
 
Todos os GPCRs têm uma estrutura em comum que inclui sete segmentos que 
cruzam a membrana e se movimentam em ondas para frente e para trás ao longo da 
membrana. 
Os receptores transmembranares acoplados à proteína G (GPCR) são os principais 
alvos de fármacos. O domínio extracelular deste receptor contém a área de ligação 
 
 
BEATRIZ GURGEL - MEDICINA CPTL- UFMS 
Farmacodinâmica 
 
 
do ligante e o domínio intracelular interage (quando ativado) com a proteína G ou com 
a molécula efetora. 
Há vários tipos de proteínas (Gs, G i e Gq )​, mas todas são compostas de três 
subunidades de proteínas. A subunidade α liga trifosfato de guanosina (GTP), e as 
subunidades β e γ ancoram a proteína G na membrana celular. A ligação de um 
agonista ao receptor aumenta a ligação de GTP na subunidade α, causando a 
dissociação do complexo α-GTP do complexo βγ. Então esses dois complexos 
podem interagir com outros efetores celulares, em geral enzima, proteína ou canal 
iônico, responsáveis por ações adicionais dentro da célula. Algumas vezes, os efetores 
ativados produzem segundos mensageiros que ativam outros efetores adicionaisna 
célula, causando um efeito cascata. 
 
 
TIPOS DE PROTEÍNA G  
 
 
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Farmacodinâmica 
 
 
 
GS- (ESTIMULANTE) 
Após a formação do complexo ligante/GPCR (pelo agonista que muda a conformação 
do receptor), a subunidade α da proteína Gs catalisa a troca de GDP por GTP, 
assumindo a forma ativa dessa proteína. A porção α da proteína desloca-se então 
do dímero βγ e ativa a adenilato ciclase, resultando no aumento da concentração de 
AMPc através da quebra de ATP em AMPc – retira duas moléculas de fosfato. O 
aumento da concentração de AMPc intracelular promove a ativação da proteína 
cinase dependente de AMPc (PKA). GDP → GTP não é uma reação de fosforilação, 
visto que ocorre saída do GDP e ligação com GTP, a subunidade α se desprende e 
a proteína G é ativada. Essa enzima é composta por duas subunidades: uma 
reguladora (R), com alta afinidade pelo AMPc, e uma catalítica (C). 
Na ausência de AMPc, a subunidade C torna-se inativa. A ligação do AMPc à 
subunidade R induz mudanças conformacionais que resultam na dissociação da 
enzima inibida e consequente ativação da PKA, que em seguida pode fosforilar 
diversas estruturas intracelulares, obtendo uma resposta específica ao estímulo agonista. 
Dessa forma, a proteína Gs, quando ativada, ativa a adenilato ciclase – enzima 
intracelular aderida à membrana plasmática que catalisa a formação de 3’-5’ 
adenosina monofosfato cíclico (AMPc) a partir do trifosfato de adenosina (ATP) – que 
aumenta a resposta celular. 
Ex: a ativação da PKA fosforila canais de cálcio no coração, que promove abertura dos 
canais de cálcio, aumentando a concentração do cálcio intracelular no coração, 
aumentando a freqüênci a cardíaca e força de contração; no músculo liso promove a 
fosforilação da miosina quinase, que causa inativação da miosina quinase causando um 
relaxamento do músculo liso. Os receptores do coração têm receptores β1 
adrenérgicos que estão acoplados a proteínas Gs, e no músculo liso temos 
receptores β2 adrenérgicos que também estão acoplados a proteínas Gs. Todos os 
receptores β estão acoplados à proteína Gs. 
GQ  
A proteína G q está envolvida na ativação da enzima fosfolipase C, que assim como 
a adenilato ciclase participa da formação de segundos mensageiros. Depois de ativada 
ela degrada o PIP2 em IP3 e DAG. Estes são os dois segundos mensageiros 
envolvidos nas respostas fisiológicas mediadas pela proteína Gq. O IP3 migra pelo 
citosol e se liga a receptores específicos de IP3 no retículo 
endoplasmático/sarcoplasmático e mitocôndrias, promovendo a liberação do cálcio no 
citosol e aumentando a concentração desse íon de forma exacerbada. O íon cálcio 
funciona como um terceiro mensageiro que desencadeia respostas intracelulares, 
como exocitose nos neurônios e nas células endócrinas e contração muscular. O DAG 
fica associado à membrana plasmática devido à sua estrutura hidrofóbica, tendo a 
função de ativar a proteína cinase C (PKC). Ex: Receptor M3 (presente em glândulas 
 
 
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Farmacodinâmica 
 
 
salivares promove aumento de secreção salivar; brônquio promove broncoconstrição; 
intestino promove aumento do peristaltismo; bexiga urinária aumenta o volume 
urinário. 
 
GI (INIBITÓRIA) 
 
A proteína Gi inibe a atividade da enzima Adenilato Ciclase. Essa isoforma da proteína G 
está relacionada com a diminuição da resposta celular e é responsável pela 
mediação dos efeitos inibitórios de receptores na via adenilato ciclase. 
Logo, não ocorre a conversão do ATP em AMPc, inibindo as PKA. No coração, 
então, não ocorrerá fosforilação dos canais de cálcio que diminui a frequência 
cardíaca e força de contração; e no músculo liso não ocorrerá fosforilação das 
proteínas quinases ativando a miosina quinase causando contração do músculo liso. 
O receptor M2 no coração está acoplado à proteína Gi. 
 
RECEPTORES LIGADOS À ENZIMAS  
 
São receptores formados por uma proteína que pode formar dímeros ou complexos 
de subunidades múltiplas. 
Quando ativados, esses receptores sofrem alterações conformacionais, 
resultando em aumento da atividade enzimática no citosol, dependendo de sua 
estrutura e função. Essa resposta dura de minutos a horas. 
Os receptores ligados a enzimas mais comuns (fator de crescimento epidermal, fator de 
crescimento derivado de plaqueta, peptídeo natriurético atrial, insulina e outros) 
possuem atividade tirosina quinase como parte da sua estrutura. 
O receptor ativado fosforila contém resíduos de tirosina nele próprio e em outras 
proteínas específicas. A fosforilação pode modificar de modo substancial a estrutura 
da proteína-alvo, atuando, assim, como um interruptor molecular. 
Por exemplo, quando o hormônio peptídico insulina se liga a duas de suas 
subunidades receptoras, a sua atividade tirosina quinase intrínseca causa fosforilação 
do domínio enzimático. Por sua vez, o receptor fosforilado fosforila outros peptídeos 
ou proteínas, que ativam na sequência outros sinais celulares importantes. 
Essa cascata de ativação resulta na multiplicação do sinal inicial, muito semelhante 
aos receptores acoplados à proteína G. 
 
• Com a ligação do ligante ocorre uma alteração conformacional e os 
monômeros se acoplam e formam o dímero. 
• As cinases promovem uma fosforilação cruzada, onde um monômero ativa 
outro monômero próximo, permitindo a ativação total do receptor e 
promovendo a fosforilação do domínio enzimático (não é uma auto 
-fosforilação). 
 
 
BEATRIZ GURGEL - MEDICINA CPTL- UFMS 
Farmacodinâmica 
 
 
​Ligação do ligante → Mudança conformacional → Formação do dímero → 
Fosforilação cruzada → Ativação total dos domínios enzimáticos. 
 
Fatores de crescimento – fator de crescimento vascular endotelial (VEGF) causa 
angiogênese (formação de novo casos sanguíneos), muito comum vascularização 
tumoral. Supondo que tenha ocorrido a ativação de um receptor pelo VEGF (proteína 
sinalizadora para angiogênese): 
Quando o dímero torna-se ativo, através de um fator de crescimento, a Fosfolipase 
C é ativada por receptores com enzimas no meio intracelular e forma IP3 e DAG 
(aumentam a concentração do cálcio citosólico). Quando ativado pelo VEGF aumenta 
a contração de cálcio apenas para ativar outras proteínas cinases. O próprio receptor 
é uma cinase que ativa outras cinases. Cinases promovem fosforilação através de 
uma cascata de reações cinases/fosforilação (cinase 1 → cinase 2 → cinase 3...). Até o 
momento em que a cinase vai para o núcleo e ativa o processo de transcrição gênica. 
Com um contínuo estímulo dos receptores agonistas endógenos, teremos a produção 
fisiológica e patológica de transcrição gênica, aumentando a angiogênese tumoral. 
Atualmente os antineoplásicos atuam como antagonistas e se o câncer estiver na 
forma inicial há certo sucesso por impedir a angiogênese através do bloqueio da via 
fisiológica. As células do câncer sintetizam em excesso as substâncias que 
promovem a angiogênese, assim como VEGF. 
Insulina – O receptor da insulina também precisa fazer dimerização e fosforilação 
cruzada, visto que seu domínio é cruzado. A proteína PI3Ké uma cinase promove a 
cascata de fosforilação. Nessa via, sempre que a cinase é fosforilada ela será ativada. 
Os substratos dos receptores de insulina são os principais ativadores da insulina, 
que fosforilam os receptores da insulina. 
A IP3K será ativada pelo receptor e, quando ativada pela via da insulina, ativa 
substratos que através da fosforilação do mesmo vão pegar a vesícula com GLUT4 
(transportadores de insulina) e haverá uma translocação das vesículas. Ao chegar à 
membrana se fundirá e será expresso na membrana. A glicose ingerida, então, será 
captada pela célula. Ela pode entrar ou na via glicolítica ou vai sofrer processos 
anabólicos, onde será armazenada (ex: hepatócitos e miócitos). 
Diabetes tipo I é diagnosticada ainda na infância e tipo II a longo prazo, 
desenvolvida através de uma vida sedentária, fumo, alcoolismo. A diabetes tipo II é 
caracterizada pela resistência à insulina, onde os adipócitos em excesso geram 
adipocitocinas – estresse oxidativo/ROS. A metformina aumenta a sensibilidade do 
GLUT4 pela insulina e, ao responder mais a insulina, haverá maior capacidade de 
captá-la. 
 
 
 
 
 
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Farmacodinâmica 
 
 
RECEPTORES INTRACELULARES 
 
Diferente dos outros receptores, o receptor é inteiramente intracelular, e, portanto, o 
ligante precisa difundir-se para dentro da célula para interagir com ele . Para 
mover-se através da membrana da célula-alvo, o ligante deve ser suficientemente 
lipossolúvel. O alvo primário desses complexos ligante-receptores são fatores de 
transcrição no núcleo da célula. A fixação do ligante com seu receptor geralmente 
ativa o receptor por meio de sua dissociação de uma variedade de proteínas. Então, 
o complexo ligante-receptor ativado se desloca até o núcleo, onde se dimeriza, em 
geral, antes de ligar-se aos fatores de transcrição que regulam a expressão gênica. A 
ativação ou inativação desses fatores causa a transcrição do DNA em RNA, na 
maior parte das vezes. A resposta desses receptores demora horas ou dias. Ex: os 
hormônios esteróides exercem suas ações em células-alvo por meio de receptores 
intracelulares. Receptores constitutivamente ou fisiologicamente ativos são receptores 
que, na ausência do agonista endógeno, apresentam uma atividade basal. São 
receptores altamente expressos em determinadas células, sem precisar de um ligante. 
 
 
TRANSDUÇÃO DE SINAIS  
 
A transdução é a maneira pela qual a célula recebe um determinado tipo de 
sinalização e o transmite para diversas células através da ligação de um ligante com um 
receptor, que gera uma resposta. A transdução de sinais tem duas características 
importantes: 
 ​• Amplificar sinais pequenos; 
• Proteger a célula contra estimulação 
excessiva. 
 
 
AMPLIFICAÇÃO DE SINAIS 
 
A característica dos receptores ligados à 
proteína G e a enzimas é sua propriedade de 
amplificar a intensidade e a duração do sinal. 
Ex: um único complexo agonista-receptor pode 
interagir com várias proteínas G, multiplicando, 
assim, várias vezes o sinal original. Além disso, 
a proteína G ativada persiste por mais tempo do que o complexo ligante-receptor 
original. Devido a essa amplificação, apenas uma fração do total de receptores para 
um ligante específico precisa ser ocupada para evocar a resposta máxima. 
 
 
BEATRIZ GURGEL - MEDICINA CPTL- UFMS 
Farmacodinâmica 
 
 
 
DESSENSIBILIZAÇÃO DOS RECEPTORES 
 
A administração repetida ou contínua de um agonista (ou um antagonista) pode 
causar alterações na resposta do receptor. Para evitar possíveis lesões às células, 
como em altas concentrações de cálcio iniciando morte celular, vários mecanismos s 
e desenvolvem , buscando proteger a célula da estimulação excessiva. Quando um 
receptor é exposto a administrações repetidas de um agonista, o receptor se torna 
desestabilizado, resultando em diminuição do efeito. Esse fenômeno é devido à fosforilação 
ou a um evento químico similar que torna o receptor da superfície celular não responsivo ao 
ligante. 
Além disso, os receptores podem ser dessensibilizados por internalização o u 
sequestro no interior da célula, ficando indisponíveis para novas interações com os 
agonistas. ​Esses receptores podem ser reciclados para a superfície celular, 
restabelecendo a sensibilidade; ou, de modo alternativo, podem ser processados e 
degradados, diminuindo o número total de receptores disponíveis. A exposição 
repetida do receptor a antagonistas pode resultar e m sensibilização, na qual receptores 
de reserva são inseridos na membrana, aumentando o número total de receptores 
disponíveis. A sensibilização de receptores torna a célula mais sensível aos agonistas 
e mais resistente ao efeito dos antagonistas. 
 ​• Inativação 
• Dessensibilização 
• Tolerância - ​Se a dessensibilização não é suficiente para inativar o receptor, há um 
processo de tolerância, recrutando, então, proteínas arrestinas. 
• Tolerância aguda –​ reversível 
• Tolerância crônica – irreversível, uma vez que causa neuroplasticidade dos 
neurônios e mudando sua atividade. Gera processo de dependência que pode ser: 
químico/físico, abstinência, psicológica ou aditiva/vício. 
 
INTERAÇÕES FÁRMACO- RECEPTOR 
As moléculas (fármacos, hormônios e neurotransmissores) que se ligam ao 
receptor são denominadas ligantes. Um ligante pode ativar ou inativar um receptor, 
podendo a ativação aumentar ou diminuir uma função celular particular. A capacidade 
do fármaco em afetar um determinado receptor relaciona-se à afinidade do fármaco 
(probabilidade de ocupar um receptor a qualquer instante) e à eficácia intrínseca 
(atividade intrínseca/resposta fisiológica). 
Conforme a concentração do fármaco aumenta, seu efeito farmacológico também 
aumenta gradualmente até que todos os receptores estejam ocupados (efeito máximo). 
A intensidade do efeito do fármaco depende da sua concentração no local receptor, o que, 
por sua vez, é determinado pela dose administrada e pelo perfil farmacocinético do 
fármaco, como velocidades de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação. 
 
 
BEATRIZ GURGEL - MEDICINA CPTL- UFMS 
Farmacodinâmica 
 
 
A maioria dos receptores farmacológicos têm uma constituição proteica e pode ser: 
Transmembranar – presentes na membrana celular, com domínio extracelular, onde 
o ligante se acopla ao receptor/alvo (domínio de ligação). No interior de uma célula 
com receptor transmembranar há um efetor que desencadeia a atividade, mecanismo de 
ação e a propagação da mensagem. 
Intracelular – ​são proteínas receptoras encontradas dentro da célula, normalmente no 
citoplasma ou no núcleo. Na maioria dos casos, os ligantes de receptores 
intracelulares são pequenas moléculas hidrofóbicas, pois elas precisam atravessar a 
membrana plasmática para alcançar seus receptores. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS LIGANTES  
 
 Há dois tipos principais de ligantes dos receptores: 
Agonistas – ​todo agonista tem característica principal de ligação sobre um receptor 
por ter afinidade. Ao ligar-se ao receptor, ele causa uma mudança conformacional no 
mesmo e gera ativação do receptor e consequente resposta fisiológica. Os fármacos 
agonistas mimetizam a ação de um liganteendógeno original no seu receptor. 
 Ex: o isoproterenol mimetiza a norepinefrina nos receptores β1 cardíacos. 
Antagonista – os antagonistas impedem a ativação do receptor. Antagonistas 
aumentam a função celular se bloquearem a ação de uma substância que 
normalmente diminui a função celular. Da mesma forma que diminuem a função 
celular se bloquearem a ação de uma substância que normalmente aumenta a função 
celular. 
 
AGONISTAS OU ANTAGONISTAS  
 
Sítio ortostérico –​ sítio de ligação de ligantes endógenos sobre receptores fisiológicos: 
• Agonista ortostérico/primário –​ ligante pode ser endógeno ou um fármaco; 
• Antagonista ortostérico – ligante fármaco que não gera uma resposta, ou seja, 
não gera mudança conformacional. 
O fármaco que se liga ao receptor ortostérico, seja ele agonista ou antagonista, 
consegue promover a ligação da molécula com o receptor sem a necessidade da 
presença do ligante endógeno. Se for agonista ele ativa o receptor e se for antagonista ele 
bloqueia o receptor. 
Sítio alostérico –​ sítio diferente do sítio em que o ligante endógeno se liga: 
• Agonista alostérico – ligante fármaco que liga-se a uma região diferente do agonista 
endógeno no receptor, conhecida como sítio alostérico, promovendo ativação da resposta 
bioquímica. 
• Antagonista alostérico ​– ligante fármaco Uma substância que atua como um 
agonista alostérico, consegue se ligar ao sítio alostérico (por afinidade), sem a 
 
 
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Farmacodinâmica 
 
 
necessidade da presença do ligante endógeno e, assim, gerar uma resposta 
fisiológica. 
Dessa forma, todo fármaco, seja ele agonista ou antagonista, alostérico ou 
ortostérico, não precisa do ligante endógeno para gerar um efeito. 
 
MODULADOR ALOSTÉRICO  
 
Moduladores alostéricos – é um ligante que modifica a ação de um agonista 
ortostérico, um ativador endógeno ou um antagonista, ao se ligar a um sítio alostérico no 
receptor. 
​Um modulador alostérico positivo aumenta a ação (afinidade e/ou eficácia) de um agonista, 
ativador ou antagonista ortostérico. 
Um modulador alostérico negativo diminui a ação (afinidade e/ou eficácia) de um agonista, 
ativador ou antagonista ortostérico. 
Os moduladores são, primeiramente, dependentes da ligação do endógeno com o 
receptor (potencializando a resposta positivamente). 
Não existe modulador ortostérico por ter a necessidade da ligação entre o ligante 
endógeno e o receptor, fazendo com que seja impossível o modulador ortostérico. 
 
MODELO CHAVE FECHADURA  
 
O modelo chave-fechadura refere-se ao complexo fármaco-receptor. Ocorre quando a 
substância se liga "perfeitamente" ao receptor por ter afinidade e gera uma mudança 
na sua conformação promovendo uma atividade intrínseca (capacidade de promover uma 
resposta biológica). 
Todo agonista tem tanto atividade intrínseca como afinidade. 
 
AGONISTA 
 
Agonista total – ​se um fármaco se liga a um receptor e produz a resposta biológica 
máxima que mimetiza a resposta do ligante endógeno, ele é um agonista total. 
Agonistas totais se ligam ao receptor e o estabilizam no seu estado ativo. Todos os 
agonistas totais de uma população de receptores devem produzir o mesmo Emáx. 
​Ex: a fenilefrina é um agonista total nos adrenoceptores α1 porque ela produz o 
mesmo Emáx produzido pelo ligante endógeno, norepinefrina. 
Após ligar-se ao adrenoceptor α1 no músculo liso vascular, a fenilefrina estabiliza o 
receptor em seu estado ativo. Isso mobiliza o Ca2+ intracelular, causando interações 
dos filamentos de actina e miosina e encurtando as células musculares. Para 
agonistas totais, a curva dose -resposta para a ligação com o receptor e cada um 
dos efeitos biológicos deve ser comparável. 
 
 
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Farmacodinâmica 
 
 
Agonista total é seletivo para receptor 
ativo e, por isso, promove ação alta. 
Agonista parcial – ​têm atividade 
intrínseca maior do que zero, mas 
menor do que um (conformação ativa 
e inativa). Os agonistas parciais não 
conseguem produzir o mesmo Emáx 
que o agonista total, mesmo 
ocupando todos os receptores. 
Entretanto, o agonista parcial pode ter 
uma afinidade que é maior ou menor que a do agonista total, ou equivalente a ela. 
Quando o receptor é exposto ao agonista parcial e ao total simultaneamente, o 
agonista parcial pode atuar como antagonista do agonista total. ​Antagonista não 
promove efeito no receptor, visto que tem afinidade pelas duas formas (ativa e inativa) e 
é incapaz de alterar a resposta. Não é seletivo para nenhuma das formas, ele não 
muda a conformação e não gera resposta biológica. 
 
Agonista inverso - ​Comumente, os receptores livres são inativos e precisam da 
interação com um agonista para assumir uma conformação ativa. Contudo, alguns 
receptores apresentam conversão espontânea de R para R* na ausência de agonista. 
Agonistas inversos, ao contrário de agonistas totais, estabilizam a forma R (inativa) e 
convertem R* em R. Isso diminui o número de receptores ativados para menos do 
que observado na ausência do fármaco. Assim, os agonistas inversos têm atividade 
intrínseca menor que zero, revertem a atividade de receptores e exercem efeito 
farmacológico oposto ao dos agonistas. 
R – inativo 
R* – ativo 
 
ANTAGONISTA 
 
Os antagonistas ligam-se ao receptor com alta afinidade, mas têm atividade 
intrínseca nula. Um antagonista não tem efeito na ausência de agonistas, mas pode 
diminuir o efeito do agonista quando estiver presente. 
Pode ocorrer antagonismo pelo bloqueio da ligação do fármaco ao receptor ou da 
capacidade de ativar o receptor. 
O antagonista é administrado para reduzir o efeito do agonista, em uma 
hiperatividade dos receptores pela hiperfunção dos receptores, por exemplo. 
Ex: hipertireoidismo, hipertensão, intoxicação. 
O antagonista só tem afinidade, não tem atividade intrínseca e, por isso, é capaz de 
bloquear resposta biológica. 
 
 
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Farmacodinâmica 
 
 
Antagonistas competitivos 
(antagonista ortostérico 
competitivo reversível): se 
ambos, antagonista e agonista, 
se ligam ao mesmo local 
receptor de modo reversível, 
eles são denominados 
“competitivos”. O antagonista 
competitivo impede que o 
agonista se ligue ao seu 
receptor e mantém esse receptor 
no estado inativo. 
Ex: o anti-hipertensivo 
terazosina compete com o 
ligante endógeno norepinefrina 
nos adrenoceptores α1, 
diminuindo, assim, o tônus do 
músculo liso vascular e 
reduzindo a pressão arterial. Contudo, essa inibição pode ser superada aumentando a 
concentração do agonista em relação ao antagonista. 
• Redução da potência e consequente aumento do CE50, não altera eficácia. 
Antagonistas irreversíveis (antagonista ortostérico não competitivo): 
antagonistas irreversíveis se fixam de modo covalente ao local ativo do receptor, 
reduzindo, assim, o número de receptores disponíveis para o agonista. O antagonista 
irreversível causa redução do Emáx sem alterar o valor de CE50. Em contraste com 
os antagonistas competitivos, o efeito dos antagonistas irreversíveis não consegue ser 
superado pela adição de mais agonista. 
Assim, antagonistas irreversíveis e antagonistas alostéricos são considerados 
antagonistasnão competitivos. Uma diferença fundamental entre antagonistas 
competitivos e não competitivos é que os competitivos diminuem a potência do 
agonista (aumentam a CE50), e os não competitivos diminuem a eficácia do agonista 
(diminuem o Emáx). 
 
​Antagonistas alostéricos: O antagonista alostérico também diminui o Emáx, sem 
alterar o valor de CE50 do agonista. Esse tipo de antagonista se fixa em um local (local 
alostérico) diferente do local de ligação do agonista e evita que o receptor seja 
ativado pelo agonista. O ácido gama amino butírico (GABA) é o principal 
neurotransmissor inibitório do SNC e tem três subtipos de receptores: 
• GABA a – ionotrópico; 
• GABA b – metabotrópico; 
• GABA c – ionotrópico. 
 
 
 
BEATRIZ GURGEL - MEDICINA CPTL- UFMS 
Farmacodinâmica 
 
 
O GABA a​, ao se ligar ao agonista endógeno, muda a conformação do receptor 
ao ponto de abrir os canais de cloreto, que entram na célula. A entrada de cargas 
negativas geram hiperpolarização neuronal e consequente inibição do neurônio. 
O GABA é um agonista endógeno. Entretanto, há situações clínicas em que a 
quantidade de GABA fisiológico não é suficiente para controle e gera ansiedade, estresse 
pós-traumático e depressão. 
Existe uma classe de fármacos classificados como barbitúricos (fenobarbital) usados 
para ajudar o GABA a promover suas ações. Sendo, então, moduladores do GABA 
(erradamente, isso é o que se pensava). 
O barbitúrico causa uma redução da ansiedade de forma potente e, devido a isso, 
é pouco utilizado. Causa sonolência, gerando até coma. Ao ligar aos sítios alostéricos, 
ele aumenta a permeabilidade do cloreto e abre o canal do GABA sem a necessidade 
do GABA. 
Sendo um exemplo clínico de agonistas alostéricos, onde se liga a receptores 
diferentes dos endógenos e não precisa da presença de GABA. Ele não é um modulador, 
pois o modulador precisa do agonista endógeno. 
Os benzodiazepínicos (clonazepam/rivotril) são fármacos utilizados para tratamento hoje. A 
diferença entre eles é na interação. Eles dependem do GABA para promover seus 
efeitos inibitórios no SNC, sendo classificados como moduladores alostéricos positivos. 
Aumenta a afinidade do receptor do GABA a. 
Flumazenil é um fármaco administrado em pacientes com superdosagem de 
benzodiazepínicos e tornou-se tóxico. Ele diminui a afinidade do receptor GABA a pelo 
GABA a. 
 A bicuculina é um antagonista ortostérico do GABAa sem muita utilidade clínica. 
Não existe antagonista alostérico, sendo necessário outras estratégias de 
desintoxicação como a mudança do pH da urina para ácida, por exemplo. 
 
DOSE- RESPOSTA (POTÊNCIA E EFICÁCIA) 
 
Conforme a concentração do fármaco aumenta, seu efeito farmacológico também 
aumenta gradualmente até que todos os receptores estejam ocupados (efeito 
máximo). 
Duas propriedades importantes dos fármacos, potência e eficácia, podem ser 
determinadas nas curvas dose-resposta graduais. Só existe para substâncias que 
ativam receptores, ou seja, somente para agonistas. Os antagonistas têm respostas 
igual a 0. 
Potência: mede a quantidade de fármaco necessária para produzir um efeito em 
determinada intensidade. A concentração de fármaco que produz 50% do efeito 
máximo (CE50) em geral é usada para determinar a potência. 
Eficácia: é o tamanho da resposta que o fármaco causa quando interage com um 
receptor. A eficácia depende do número de complexos fármacos -receptores formados 
 
 
BEATRIZ GURGEL - MEDICINA CPTL- UFMS 
Farmacodinâmica 
 
 
e da atividade intrínseca do fármaco (sua capacidade de ativar o receptor e causar 
a resposta celular). A eficácia máxima de um fármaco (Emáx) considera que todos 
os receptores estão ocupados pelo fármaco, e não se obterá aumento na resposta 
com maior concentração do fármaco. Por isso, a resposta máxima difere entre 
agonistas totais e parciais, mesmo que 100% dos receptores sejam ocupados pelos 
fármacos. De modo similar, mesmo 
que um antagonista ocupe 100% dos 
receptores, não ocorre ativação, e o 
Emáx é zero. A eficácia é uma 
característica clinicamente mais útil do 
que a potência, pois um fármaco com 
maior eficácia é mais benéfico 
terapêutica do que um que seja mais 
potente. Quanto menor a concentração 
de um fármaco para promover efeito 
terapêutico, mais seguro o fármaco vai 
ser. 
​Explicação da imagem: a CE50 
dos fármacos A e B indica que o fármaco 
A é mais potente do que o B porque 
menor quantidade de fármaco A é 
necessária para obter 50% do efeito, 
quando comparado com o fármaco B. 
As preparações terapêuticas dos 
fármacos refletem sua potência. Por 
exemplo, a candesartana e a irbesartana são bloqueadores do receptor de angiotensina 
usados no tratamento da hipertensão. A faixa de doses terapêuticas da candesartana 
é 4 -32 mg; a da irbesartana é de 75-300 mg. Por isso a candesartana é mais 
potente do que a irbesartana (ela tem um CE50 menor, similar ao do fármaco A). O 
valor Kd pode ser usado para determinar a afinidade do fármaco pelo seu receptor. 
A afinidade descreve a força da interação (ligação) entre o ligante e seu receptor. Quanto 
maior o valor de Kd, mais fraca é a interação e menor a afinidade, e vice-versa. 
• Eficácia –​ resposta máxima; 
•​ Potência –​ concentração para promover o efeito; 
• Eficiência ​– capacidade de reverter uma condição clínica. Nem sempre um fármaco eficaz 
e eficiente. 
 
 
 
BEATRIZ GURGEL - MEDICINA CPTL- UFMS 
Farmacodinâmica

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