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Curso Uniasselvi - Noções Básicas de Cartografia, Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento (etapa 2)

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NOÇÕES BÁSICAS DE 
CARTOGRAFIA, SENSORIAMENTO 
REMOTO E GEOPROCESSAMENTO
TIPOS DE MAPAS – 
LEITURA E INTERPRETAÇÃO
APRESENTAÇÃO
OS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
A partir desta unidade você será capaz de:
• Distinguir cartografia de base da cartografia temática (mapas especializados) 
e conhecer os principais tipos de mapas;
• Apresentar os principais constituintes de um mapa temático e como 
interpretar as representações cartográficas por meio: da semiologia gráfica e 
as suas variáveis visuais; dos três métodos fundamentais de representação – 
qualitativa, ordenadas, quantitativas – e das formas de manifestação (pontual, 
linear e zonal);
• Compreender a generalização cartográfica.
Organização
Kátia Spinelli
Manoel Ricardo 
Dourado Correia
Reitor da 
UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano 
Torres
Edição Gráfica 
e Revisão
UNIASSELVI
 CURSO LIVRE - NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA, SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO
.02
1 INTRODUÇÃO
Os mapas cumprem duas funções muito úteis, agindo tanto como 
mecanismos de armazenamento quanto de comunicação da informação 
geográfica. O velho ditado “uma imagem vale mais que mil palavras” expressa 
uma das inúmeras utilidades dos mapas como um meio de propagação 
e difusão da informação a ser expressa. Nesta etapa, apresentar-se-á a 
distinção entre a cartografia de base da cartografia temática e os principais 
tipos de mapas. Além disso serão apresentados os principais constituintes 
de um mapa temático e como interpretar as representações cartográficas 
por meio da semiologia gráfica e as suas variáveis visuais; dos três métodos 
fundamentais de representação – qualitativa, ordenadas, quantitativas – e das 
formas de manifestação (pontual, linear e zonal). Por fim, compreender-se-á 
a generalização cartográfica e sua relação com a escala.
2 TIPOS DE MAPAS 
Os fenômenos geográficos podem ser representados pela cartografia de 
base e pela cartografia temática (mapas especializados). 
Os mapas topográficos têm suas convenções cartográficas padronizadas, 
geralmente com simbologia normalizada, que uma vez compreendida, torna 
fácil fazer a representação ou interpretação dos dados da superfície.
Os mapas temáticos não trazem obrigatoriamente convenções fixas 
em suas origens porque sempre há uma mudança de tema com diferentes 
aspectos da realidade a serem visualizados. Justamente por representarem 
CARTOGRAFIA DE BASE, 
CARTOGRAFIA TEMÁTICA 
E OS PRINCIPAIS TIPOS 
DE MAPAS
 CURSO LIVRE - NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA, SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO
uma enorme variação temática, fazem-se necessárias adaptações para cada 
situação. Eles não são governados por convenções pré-definidas, como nos 
mapas topográficos. 
Independentemente da obrigatoriedade das convenções, a representação 
cartográfica constitui o primor de muitos projetos obtidos pelas geotecnologias. 
Ainda que os mapas apresentem características básicas e sejam eficazes 
em resumir e comunicar um determinado resultado, eles podem variar 
drasticamente em aparência. Pelo seu aspecto, sugere-se sua presunção de 
uso. Existem mapas especializados para muitos propósitos, conforme Nogueira 
(2009): uma das funções mais importantes dos mapas é servir a necessidade 
de orientação ou mobilidade, incluindo a navegação como nos mapas 
rodoviários e topográficos. Foram essas necessidades que fizeram surgir este 
modo de representação gráfica. A evolução das atividades humanas permitiu 
diminuir o aparecimento de outros tipos de mapas, os quais são construídos 
para atender propósitos analíticos envolvendo medidas e cálculos.
Mapas formais, criados de acordo com convenções cartográficas bem 
estabelecidas, utilizados como produto de referência ou de comunicação. 
Por exemplo, os mapas da Diretoria de Serviço Geográfico (DSG) do Exército 
Brasileiro e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os que são usados para planejamento do meio físico servem para 
inventariar uma determinada situação presente, definem o processo de 
desenvolvimento e apresentam as propostas para uma circunstância futura. 
Como exemplo, podem-se citar mapas de suscetibilidade a deslizamentos e 
os utilizados nos planos diretores municipais. 
FIGURA 1 – MAPA DE SUSCETIBILIDADE A DESLIZAMENTOS DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA
FONTE: O autor
 CURSO LIVRE - NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA, SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO
Outros são usados para reduzir volumosos dados estatísticos, ou 
então, visualizar o que de outra forma não pode ser visível; um exemplo é a 
distribuição da temperatura e da precipitação de uma determinada localidade.
FIGURA 2 – PRECIPITAÇÃO MÉDIA ANUAL DA BACIA DO ITAJAÍ
FONTE: Correia (2015)
Quando os objetivos são educacionais e voltados para aplicações diárias, 
produzem-se mapas geográficos de parede e mapas em livros e, atualmente, 
os mapas em mídia eletrônica.
Existem também os mapas transitórios ou visualizações similares a mapas, 
usados simplesmente para olhar, analisar, editar e consultar informações 
geográficas. Tem-se, como exemplo, informações de rotas exibidas num 
celular ou disponível na internet, como o Google maps.
Os mapas podem ser classificados a partir da sua função principal, ou 
então, pela semelhança no método específico utilizado para sua representação, 
tais como: o método coroplético (estabelece que a ordem crescente dos 
valores relativos agrupados em classes significativas seja transcrita por uma 
ordem visual também crescente, tendo como finalidade traduzir valores para 
as áreas); e o método isoplético ou isarítmico (ideal para representação de 
fenômenos contínuos, como a temperatura, a pressão, a partir de observações 
pontuais ou medidas obtidas em descontinuidades). Podem também ser 
subdivididos de acordo com os temas que tratam; por exemplo, mapas 
urbanos, de climas, mapas de população, mapas geológicos etc.
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FIGURA 3 - UNIDADES GEOLÓGICAS DO BAIXO VALE DA BACIA DO ITAJAÍ
FONTE: Correia (2015)
Os mapas mentais, elaborados pela mente humana, ajudam a resolver 
alguns problemas como, encontrar um caminho ou localizar algum alvo e, 
por isso, envolvem muito mais que apenas estoques de informações gráficas 
(como os mapas em papel ou em celulares e monitores). 
Mapas tangíveis referem-se aos que podem ser tocados, e mapa virtual 
refere-se àquele que apenas se torna real quando algum dispositivo possibilita 
sua visualização momentânea (pelo tempo desejado), no mais ele está 
estocado em arquivos impossível de ser observado pelos olhos humanos. 
Os mapas de referência, mapas de base ou de propósitos gerais, 
costumeiramente, mostram objetos naturais ou artificiais do meio ambiente, 
dando ênfase à localização e mostrando uma variedade de feições do 
mundo ou parte dele (vias de comunicação, corpos d'água, linhas costeiras, 
limites político-administrativos etc.). Exemplos: mapas topográficos e atlas 
geográficos.
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FIGURA 4 - PAÍSES DA AMÉRICA DO SUL E PARTE DA AMÉRICA CENTRAL E CARIBE
FONTE: Correia (2015)
Os mapas temáticos são separados em duas categorias: os qualitativos e 
os quantitativos. Os primeiros têm por objetivo principal mostrar a distribuição 
espacial ou localização de algum fenômeno geográfico. Por exemplo, uso do 
solo mostrado na figura que segue.
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FIGURA 5 – USO DO SOLO DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA DO MUNICÍPIO DE BLUMENAU
FONTE: O autor
Os mapas quantitativos, por outro lado, mostram os aspectos espaciais 
de dados numéricos, ou seja, ilustram "quanto" de alguma coisa está presente 
na área mapeada. Para tanto, é preciso transformar dados tabulares em um 
formato especial de mapa e se obterá uma generalização dos dados originais. 
Por isso, quando o usuário requer quantidades exatas, o melhor caminhoé 
o uso de tabelas ou digramas, pois o mapa temático lhe dará apenas uma 
ideia da distribuição espacial das quantidades. Por exemplo, a hipsometria é 
uma técnica de representação quantitativa da elevação de um terreno por 
meio das cores. As cores utilizadas possuem uma equivalência com a cota 
do terreno e, geralmente, se utiliza um sistema de graduação de cores.
FIGURA 6 – MAPA HIPSOMÉTRICO COM UMA REPRESENTAÇÃO QUANTITATIVA DA ELEVAÇÃO 
DE UM TERRENO POR MEIO DAS CORES DO MUNDO
FONTE: O autor
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Do ponto de vista do usuário, não é importante discutir a categoria 
dos mapas separadamente, pois para mapas temáticos diferentes podem 
ocorrer métodos idênticos, representações semelhantes ou ainda, os mesmos 
problemas de interpretação.
3 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO 
CARTOGRÁFICA
Os métodos de representação da cartografia temática, mundialmente 
empregados, consolidaram-se a partir de uma transformação na percepção 
de mundo operada no fim do século XVII e início do século XVIII. Deixava-se 
de lado a preocupação com o inventário e a descrição exaustiva de todos 
os objetos que podiam ser inventariados para ressaltar apenas um desses 
elementos, com objetivo a uma maior compreensão e controle do espaço. 
A partir da década de 1950, não só a cartografia como um todo, mas 
também a cartografia especializada (temática) em especial tiveram grandes 
avanços propiciados pelo progresso tecnológico e pelas pesquisas teóricas 
e experimentais.
Conforme Martinelli (2003), os mapas temáticos podem ser construídos 
levando-se em conta vár ios métodos; cada um mais apropr iado às 
características e à forma de manifestação (em pontos, em linhas, em áreas) 
dos fenômenos considerados em cada tema, seja na abordagem qualitativa, 
ordenada ou quantitativa. 
Deve-se destacar que a representação gráfica dos mapas deve ser 
monossênica, sem ambiguidade na sua apresentação, por exemplo, na figura 
a seguir, há somente uma maneira de se dizer visualmente que o hospital “A” 
atende a seis vezes mais pacientes que o hospital “B”.
FIGURA 7 – HÁ SOMENTE UMA MANEIRA DE SE DIZER VISUALMENTE QUE O 
HOSPITAL “A” ATENDE SEIS VEZES MAIS PACIENTES QUE O HOSPITAL “B”
FONTE: O autor
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Antes de abordar sobre semiologia gráfica e as suas variáveis visuais 
empregadas nos mapas; falar-se-á dos principais constituintes de um mapa 
temático, dos três métodos fundamentais de representação (qualitativa, 
ordenadas e quantitativas) e da forma de manifestação (pontual, linear e 
zonal), conforme apresentado por Martinelli (2003) e Nogueira (2009). 
O mapa temático exporá, assim, um tema, que deverá ser declarado no 
título, portanto, este, além de dizer do que se trata, deve especificar onde se 
dá o acontecimento e em que data. Deve expor, nesse sentido, o "o quê", o 
"onde?" e o "quando?".
Todo o raciocínio, reflexão e organização mental que o autor empreenderá 
acerca do tema por ele estudado serão expostos através da estruturação da 
legenda. Essa estruturação não está na realidade, mas sim no espírito do 
pesquisador, que por sua vez também tomou certa posição no modo de 
encarar tal realidade. 
Toda atenção deve ser dada a ela, pois constitui a porta de entrada para 
que o leitor ingresse no âmago do conteúdo do mapa de forma completa. 
É guia de leitura do mapa. Num primeiro contato, a legenda tem o papel 
de relacionar todos os signos empregados no mapa, indicando o que eles 
significam. 
É evidente que também a escala e a generalização não poderão faltar 
no mapa temático. Elas darão a noção clara de quantas vezes a realidade foi 
reduzida para caber no papel, exigindo, para tanto, decisões em termos de 
escolha do que incluir ou não na representação. Quanto à generalização, ela 
será abordada no final desta etapa.
Deve-se declarar também a fonte dos dados utilizados na elaboração do 
mapa temático. Por fim, as duas dimensões (X,Y) do plano identificam a posição 
do lugar. Constituem a referência. Respondem ao "onde?". Caracterizam a 
ordem geográfica: a localização de Itajaí não pode ser permutada com a de 
Florianópolis. É o domínio da cartografia topográfica. É a base cartográfica.
A fim de representar o tema, de forma pontual, linear ou zonal, seja no 
aspecto qualitativo (#), ordenado (O) ou quantitativo (Q), deve-se também 
explorar a terceira dimensão visual (Z) mediante variações visuais sensíveis 
com propriedades perceptivas compatíveis.
O aspecto qualitativo (#) responde à questão "o quê?", caracterizando 
relações de diversidade entre os conteúdos dos lugares ou conjuntos espaciais. 
O aspecto ordenado (O) responde à questão "em que ordem?", caracterizando 
relações de ordem entre os conteúdos dos lugares ou conjuntos espaciais. O 
aspecto quantitativo (Q) responde à questão "quanto?", caracterizando relações 
de proporcionalidade entre os conteúdos dos lugares ou os conjuntos espaciais.
 CURSO LIVRE - NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA, SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO
FIGURA 8 – ASPECTOS QUALITATIVOS, ORDENADOS E QUANTITATIVO DOS TEMAS
FONTE: Martinelli (2003)
O ponto, a linha e a área constituem os elementos gráficos básicos 
para uma representação cartográfica, e são dependentes da escala do mapa. 
Parece óbvio que os pontos representam dados pontuais, e linhas representam 
dados lineares. Entretanto, o alfabeto cartográfico permite a construção de 
uma gama de simbologia e constituem a gramática cartográfica, conforme 
descrito por Nogueira (2009): 
a) Ponto – é a mais fundamental das representações; convencionalmente 
marca a posição. Por exemplo, os pontos com tamanhos iguais denotam 
mesmo valor (por exemplo: 1000 habitantes) Figura 9a. Pontos que variam 
no tamanho representam diferentes valores para localização específica; 
pontos que variam no tamanho, considerando limites e proporcionalidade 
de pontos, podem estar representando valores de distintas áreas, como 
demonstrado na Figura 9b. Por outro lado, o valor de uma área pode ser 
decifrado pela soma dos valores dos pontos impostos numa grade regular 
sobre a área. 
FIGURA 9 – REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS UTILIZANDO PONTOS
FONTE: Nogueira (2009)
 CURSO LIVRE - NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA, SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO
b) Linha – exibe a direção e a posição ; pode ser pensada como uma 
sucessão de pontos e expressam dados que podem ser interpretados como 
ocorrência linear no espaço. Por exemplo, limites, rodovias, fluxo de carros 
em determinadas rodovias (Figura 10); e também podem ser combinadas 
para representar áreas, desde que sejam arranjadas e percebidas como 
um padrão. Podem ainda representar volume, ou seja, curvas de nível ou 
hachuras do relevo.
FIGURA 10 – REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS UTILIZANDO LINHAS
FONTE: Nogueira (2009)
c) Área – exibe extensão, direção e posição; pode ser pensada como fila de 
pontos em duas dimensões. As áreas ou zonas de interesse são simbolizadas 
com a repetição de pontos e linhas. O arranjo repetido de linhas ou pontos 
conduz à percepção de diferenças qualitativas ou quantitativas (8b) entre 
as várias áreas contíguas, desde que sejam distribuídas adequadamente. 
As variações gráficas utilizadas na cartografia temática foram identificadas 
pelo francês Jaques Bertin, ainda nos anos 1960 e denominadas por ele 
variáveis visuais as quais determinam a representação gráfica compondo uma 
linguagem bidimensional e atemporal destinada à visão humana (MARTINELLI, 
2003).
Segundo Bertin (1986) apud Nogueira (2009), existem duas abordagens 
para se estudar a representação gráfica. Uma denominada de neográfica de 
tratamento, a qual procura descobrir relações existentes entre os dados de 
uma tabela e como agrupá-los de forma a obter respostas satisfatórias às 
questões que precisam ser reformuladas. A segunda refere-se à neográfica de 
comunicação, que se preocupa com a maneira de fixare transmitir às pessoas 
o que foi descoberto nos dados considerando as duas dimensões do plano 
(da folha de papel, ou da tela de um computador) e variando visualmente 
manchas que devem atrair a atenção do leitor. 
 CURSO LIVRE - NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA, SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO
Suas variações ou modulações visuais, conforme dito anteriormente, 
são denominadas variáveis visuais ou variáveis gráficas . Esta abordagem 
denominada semiologia gráfica é o tripé teórico utilizado na construção de 
mapas temáticos.
Quanto à representação cartográfica, os resultados das pesquisas da 
década de 1980, ainda são pertinentes, independentemente dos usos dos 
computadores. Em suma, as regras editadas pela semiologia para confeccionar 
mapas temáticos continuam válidas, na sua prevalência, agora condicionadas 
ao novo instrumental utilizado para tal trabalho, as geotecnologias.
O principal guia do profissional é a semiologia (variáveis visuais ou 
variáveis gráficas) associado ao bom senso para se alcançar uma boa 
representação temática, conforme Nogueira (2009):
a) Um fenômeno se traduz por um só sinal e um só.
 argila grafite areia cobre
b) Um valor forte ou fraco se traduz por um sinal forte ou fraco, respectivamente.
 0-9 10-19 
c) As variações qualitativas se traduzem pela variação da forma dos sinais.
d) As variações quantitativas se traduzem pela variação do tamanho dos sinais.
Conhecer e distinguir as características de cada variável visual – tamanho, 
valor (cinza), cor (matiz), granulação, orientação, forma e as duas dimensões 
do plano (x e y) – é importante, pois ajuda o profissional a construir mapas 
temáticos que atendem aos objetivos de comunicação (Figura 11). Apresentar-
se-á, a seguir, uma breve apresentação das principais variáveis visuais baseado 
em Bertin (1986) apud Nogueira (2009), Robinson et al. (1995), Martinelli (2003) 
e Nogueira (2009).
 CURSO LIVRE - NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA, SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO
FIGURA 10 – REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS UTILIZANDO LINHAS
FONTE: Nogueira (2009)
A granulação, a cor, a orientação e a forma são ditas Variáveis de
separação , pois separam apenas os elementos da imagem. Enquanto, as 
dimensões do plano, o tamanho e o valor são chamados Variáveis de imagem, 
pois constroem imagem.
A forma é uma variável ideal para diferenciar múltiplos caracteres, como 
os dados qualitativos, quando aplicada pontual ou linearmente (Figura 12). 
Ela pode ser geométrica – círculo, quadrado ou triângulo, ou ainda irregular, 
no caso de utilizar símbolos pictóricos – árvores, avião, torre, farol etc., no 
entanto, cuidados devem ser tomados na escolha dos tamanhos, se a forma 
for geométrica, para que a seletividade seja aplicada. Nesse caso, além de 
diferenças na forma, são necessárias pequenas variações nos tamanhos 
dos sinais. Por outro lado, são poucas as formas que podem ser facilmente 
diferenciadas, limitando o emprego dessa variável. 
 CURSO LIVRE - NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA, SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO
FIGURA 12 –DIFERENCIAÇÃO ENTRE MÚLTIPLOS CARACTERES (CADERNO, LÁPIS E 
BORRACHA) POR MEIO DA VARIÁVEL VISUAL FORMA. NOTA-SE QUE OS SÍMBOLOS 
APRESENTAM A MESMA COR E TAMANHO, DIFERENCIANDO-OS SOMENTE NA FORMA
FONTE: Martinelli (2003)
Diz-se que sinais ou marcas variam no tamanho se eles tiverem 
diferentes dimensões no tamanho (altura, largura) ou volume (altura, largura, 
profundidade). A variável visual tamanho é indicada para representar dados 
quantitativos, no modo de implantação pontual e linear, porque permite uma 
aproximação correta dos dados. Vide exemplo da Figura 13.
Uma diferença de tamanho pode exprimir uma proporção entre duas 
grandezas e esta é uma responsabilidade do autor do mapa. Ele deve definir 
a ordem visual de acordo com a ordem fornecida pelos dados. A legenda vai 
apenas servir para definir "verbalmente" os limites dos patamares (BERTIN, 
1986 apud NOGUEIRA, 2009).
FIGURA 13 – A DIFERENÇA DE TAMANHO ENTRE OS CÍRCULOS EXPRESSA A 
PROPORÇÃO ABSOLUTA ENTRE AS ÁREAS DOS PAÍSES
FONTE: O autor
 CURSO LIVRE - NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA, SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO
A variável visual valor refere-se à claridade ou escuridão de um sinal, ou 
seja, às variações de cinza considerando desde o preto ao branco. No caso 
da luz refletida por um objeto, a escala de valor é percebida como muita luz 
para altos valores e menos luz ou sombra para baixos valores. 
Assim como a variável tamanho, a variável valor é dissociativa, ou seja, 
dissocia qualquer outra variável com a qual ela pode combinar. O valor pode 
ser usado para medidas de fenômenos geográficos ordinais. Na Figura 14, o 
cinza escuro mostra quantidades maiores e enquanto mais claro, descreve 
menores quantidades, isto é, a medida hierárquica dos dados (alto, médio e 
baixo). 
FIGURA 14 – O CINZA ESCURO MOSTRA QUANTIDADES MAIORES DE RISCO DE ATINGIMENTO A 
DESLIZAMENTO E ENQUANTO MAIS CLARO, DESCREVE MENORES QUANTIDADES DE RISCO DE 
ATINGIMENTO A DESLIZAMENTO
FONTE: O autor
A variável visual valor não possibilita construir uma idéia de proporção. 
Contudo, a literatura tem mostrado que esta variável também tem sido 
empregada para descrever fenômenos geográficos na escala intervalar e 
proporcional, isto é com valores expressos na legenda.
Croma ou saturação é uma variável gráfica que se refere à quantidade 
de cor pura existente em uma cor, considerada a partir do cinza; ou seja, o 
croma de qualquer cor pode se estender do cinza, sem cor aparente, para 
a cor pura, sem cinza aparente. Assim como o valor, o croma é ordenado e 
usado da mesma forma.
 CURSO LIVRE - NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA, SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO
Para Bertin (1986) apud Nogueira (2009), a variável visual orientação seria 
aplicada para linhas e formas alongadas, considerando diferentes direções, 
as quais não podem passar de quatro: horizontal e vertical e inclinada em 
45º (Figura 15). No modo de implantação pontual, ela também é seletiva. 
As variações de orientação combinam bem com a variação visual tamanho, 
podendo auxiliar na ordenação dos dados.
A orientação pode substituir a variação da cor, mas exige cuidado na sua 
aplicação. Por exemplo, pode ser utilizada para construir mapas corocromáticos 
(Figura 15), ou seja, aqueles que mostram dados qualitativos. Neste caso, a 
variação na direção das linhas que preenchem as áreas é obrigatória, mas a 
distância entre elas deve ser a mesma. 
FIGURA 15 – MAPA COROCROMÁTICO COM A VARIÁVEL VISUAL ORIENTAÇÃO, 
DIFERENCIANDO OS PRINCIPAIS BIOMAS
FONTE: O autor
A variável granulação é considerada por Robinson et al. (1995) como uma 
variável visual secundária. Ela é vista como uma textura padronizada obtida a 
partir do tamanho e espaçamento das primitivas gráficas ponto e linha, para 
produzir linhas, pontos ou uma área gráfica.
A granulação (Figura 16) é seletiva porque permite separar os dados num 
mesmo plano de visibilidade. Neste caso, ela independe da forma utilizada, 
a correta granulação deve ser feita de maneira que todas tenham a mesma 
visibilidade. Entretanto, ela também pode ser ordenada ou associativa, desde 
que se escolham tramas adequadas.
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FIGURA 16 – MAPA COROPLÉTICO ONDE FORAM UTILIZADAS LINHAS PARA 
PREENCHER ÁREAS
FONTE: Nogueira (2009)
A variável visual arranjo (Figura 7), introduzida por Robinson et al. (1995), 
refere-se às diferentes formas e configurações de linhas e pontos, símbolos 
subsidiários, para a constituição de áreas. O padrão de pontos e linhas tanto 
pode ser randômico como sistemático. Da mesma maneira que a variável 
granulação, a padrão também é seletiva e, portanto, usada para mapas 
corocromáticos. No entanto, esta pode também ser ordenada quando se trata 
da construção de mapas coropléticos.
FIGURA17 – EXEMPLO DE EMPREGO DA VARIÁVEL VISUAL-PADRÃO
FONTE: Nogueira (2009)
A cor é uma variável seletiva e fornece uma melhor seleção depois do 
tamanho e do valor, desde que se utilize a iluminação adequada. Bertin (1986) 
apud Nogueira (2009) afirmava ser contra a cor sempre que ela fosse usada 
para escamotear a incompetência ou superpor caracteres em um mapa até 
o limite do absurdo. Ele defendia a cor quando o objetivo desta era seleção 
 CURSO LIVRE - NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA, SENSORIAMENTO REMOTO E GEOPROCESSAMENTO
ou separação de variáveis, o que, segundo ele, poderia ser melhor alcançada 
quando o uso de cores puras. A preocupação de Bertin procede e merece a 
devida atenção, pois os computadores e impressoras deram fácil acesso ao 
usuário de mapas para que ele faça os "seus mapas", os quais depois se tornam 
mapas de uso público. É neste caso que o problema do uso incorreto da cor 
em vez de ajudar, prejudica o ponto de tornar-se um mapa inútil.
Uma abordagem mais apropriada foi feita por Brewer (1994) apud 
Nogueira (2009), discutindo diferentes esquemas de cores a serem utilizadas 
em mapas temáticos que fazem a representação de feições zonais tais como: 
coropléticos, corocromáticos e isolinhas. A autora considera que os esquemas 
coloridos também podem ser utilizados para mapas temáticos que trazem 
símbolos pontuais ou lineares. 
As características da Radiação Eletromagnética (REM) e formação da cor 
serão discutidas na etapa sobre sensoriamento remoto.
3 GENERALIZAÇÃO CARTOGRÁFICA
Em termos geográficos, o mundo é extremamente complexo, revelando 
mais detalhes à medida que se olha de mais perto, tendendo ao infinito. Para 
construir uma representação de qualquer uma das suas partes, é necessário 
fazer escolhas sobre o que representar, em que nível de detalhe e em que 
período de tempo. Nessa perspectiva, algum grau de generalização e/ou 
simplificação nos dados geográficos é praticamente inevitável, já que a 
superfície da Terra é inimaginavelmente complexa e sua perfeita descrição 
é impossível.
A cartografia utiliza diversos elementos para contornar e minimizar tal 
problemática: as projeções cartográficas e a transformação de informações 
de uma superfície curva planetária em mapas planos; os modelos conceituais, 
campos contínuos e objetos discretos, que definem as duas visões conceituais 
dos fenômenos geográficos, mas não resolvem o problema da representação 
digital; a escala cartográfica e o modo de implementação pontual, linear 
e poligonal; a incerteza e os erros de medição e; por fim, os princípios de 
seleção e generalização propriamente ditos, objeto de análise deste tópico.
Sendo a seleção e a generalização duas importantes atitudes necessárias 
para confecções de mapas temáticos ou com propósitos gerais. A primeira 
é entendida como um processo decisório referente ao que mapear ou não 
mapear, por exemplo: a decisão de incluir ou não vias de acesso de menor 
importância num mapa de suscetibilidade a deslizamentos; ou a decisão de 
considerar a população total por estados ou por municípios, ou ainda; colocar 
o nome (toponímia) apenas nas cidades com mais de 300.000 habitantes ou 
de todas elas.
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Com avanço da informática, especificamente no avanço da cartografia 
digital, é mais fácil fazer a seleção daquilo que deve ou não ser representado 
do que na cartografia analógica, por que é mais simples fazer experimentações, 
colocar e retirar feições. Deve-se destacar que a seleção deve atender aos 
objetivos para o qual o mapa está sendo construído, além da importância 
das feições mapeadas serem visualizadas com clareza. Desta forma, após a 
seleção de feições, as operações de generalização – suavização, simplificação, 
refinamento, fusão etc. – devem ser consideradas com cuidado, tendo em 
vista a legibilidade das informações espaciais a serem representadas.
No caso da generalização cartográfica, ela pode ser realizada de forma 
geométrica ou temática, manual ou automática, em dados matriciais (raster) 
ou vetoriais. Antes de detalhar estas etapas, apresentar-se-ão os conceitos, 
os fatores necessários e os cuidados a serem observados na generalização 
cartográfica. 
A generalização cartográfica pode ser vista de dois modos: a) como 
um processo de interpretação que conduz a diferentes visões de um mesmo 
fenômeno, considerando a escala de representação, ou, b) como uma série 
de transformações que devem ser aplicadas a algum tipo de representação 
cuja intenção é melhorar a legibilidade e o entendimento na apresentação 
do produto final. Em outras palavras, quanto maior a redução da escala, mais 
radicalmente a generalização afetará os dados originais, sendo necessária 
cada vez que a escala de um mapa for reduzida. 
Quanto aos fatores e aos cuidados necessários para generalização, 
podem-se citar: 
a) Propósito para que os mapas serão usados e para quais usuários: dependendo 
do público usuário os resultados podem ser diferentes.
b) A área geográfica que necessita ser mapeada.
c) Reconhecer que a generalização implica em perda de informação, mas é 
preciso preservar a essência do conteúdo do mapa original;
d) Manter a exatidão geométrica e dos atributos, bem como a qualidade 
estética do mapa.
e) Se atentar com a escala original e final do mapa.
f) Distinguir os fatores humanos – a natureza dos conteúdos dos mapas 
qualitativos ou quantitativos, considerar o limite da acuidade visual humana 
de 0,2 mm ou capacidade de discriminação dos objetos mapeados – e 
técnicos – tamanho e resolução da tela do monitor e a escolha do algoritmo 
mais eficiente – que influenciam o processo de generalização. 
g) Saber que um mapa temático requer mais conhecimento das feições 
mapeadas quando comparado a um mapa de base ou topográfico, por 
exemplo;
h) E o entendimento individual de cada cartógrafo no processo de generalização. 
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O nível de detalhe de uma base de dados em SIG é uma das suas 
propriedades mais importantes, já que determina tanto o grau de aproximação 
desta base com o mundo real quanto a sua complexidade. Para compactar 
os dados, é geralmente necessário remover detalhes, adequando-os a um 
dispositivo de capacidade limitada, processando-os mais rapidamente ou 
criando visualizações menos confusas que enfatizem tendências gerais. 
Consequentemente, muitos métodos têm sido desenvolvidos para a 
generalização. Eles podem ser encontrados tanto no aspecto geométrico 
ou gráfico quanto no conceitual ou temático (MÜLLER, 1995): o primeiro é 
mais ligado a componente geométrica do objeto geográfico e não altera a 
concepção, a definição conceitual e os atributos deste objeto, tais como: 
simplificação ou suavização, fusão ou união, colapso, exagero e deslocamento, 
além disso, nenhum destes procedimentos afeta a simbologia. No caso da 
generalização conceitual, as transformações são semânticas e estão associadas 
à criação ou modificação do atributo, bem como, altera-se a simbologia em 
decorrência desta nova atribuição conceitual. Seus principais componentes 
são: classificação, simbolização, realce e seleção.
Conforme Müller (1995), a generalização conceito-geométrica possui 
transformações temáticas e gráficas, como: fusão, seleção, segmentação 
e união. No entanto, por vezes, torna-se difícil distinguir os operadores 
entre temáticos ou geométricos, pois esses tipos de generalizações não 
são completamente independentes, já que determinadas operações sobre o 
modelo temático acarretam em alterações geométricas, assim como algumas 
operações geométricas alteram os atributos do banco de dados. 
Como os mapas são reduções e expressões do mundo real e o objetivo 
do cartógrafo é fazê-los, buscar-se-á relacionar os métodos de generalização 
tanto geométricos como temáticos com exemplos ou aplicações práticas.
Uma das formas mais comuns de generalização é o processo conhecidocomo supressão ou simplificação que é utilizada para alterar ou ajustar a 
geometria dos elementos do mapa ou melhorar a sua visualização em relação 
à realidade. O algoritmo de Douglas-Poiker (1973), por exemplo, foi concebido 
para simplificar objetos complexos como uma margem de rio ou linha de 
costa, reduzindo o número de pontos em sua representação por polilinhas. 
 
A seleção é utilizada quando se devem definir quais feições ou elementos 
apresentam área (tamanho) capaz de ser visualizada no mapa derivado. Por 
exemplo, as regras podem estabelecer que em um mapa de cobertura vegetal 
com escala 1:100.000 não devem aparecer áreas cuja extensão seja inferior 
a 1 hectare. 
O exagero é usado para ressaltar a feição ou o elemento que se deseja 
evidenciar, aumentando o tamanho deste no mapa final. Num mapa de risco 
a deslizamento na escala 1:20.000, uma determinada edificação residencial 
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deve ser ampliada para ter representatividade no mapa, já que o objetivo 
principal é identificá-la, mas não calcular sua dimensão (área). 
 
O deslocamento permite ajustar os elementos do mapa de acordo com 
certo limiar de separação com o intuito de torná-lo visível e sem implicar 
mudança significativa de localização. Dependendo da escala de um mapa 
rodoviário, as vias marginais podem ficar próximas das principais, neste caso, 
torna-se necessário deslocá-las para que não haja sobreposição. 
A fusão ou união é utilizada para completar a seleção, ou seja, é 
possível unir dois elementos de forma a construir um novo elemento, se eles 
estiverem próximos o suficiente que pareça apenas um, no mapa derivado. A 
representação de uma região acidentada num mapa de escala 1:50.000 com 
curvas de nível com equidistância submétrica, por exemplo, seria ininteligível, 
uma vez que a proximidade das curvas na referida escala impossibilitaria a 
distinção entre elas ou teria linhas de elevada espessura. Poder-se-á, como 
solução, unir estas isolinhas ou representá-las mais espaçadas, favorecendo 
a visualização de outras feições mapeadas no fundo.
No caso da generalização conceitual ou temática, a fusão é, na verdade, 
a união de classes em uma mais abrangente, generalizando a informação 
geográfica. Por exemplo, em um mapa pedológico, as classes LATOSSOLOS 
BRUNOS e LATOSSOLOS AMARELOS são unidas para formar somente a 
classe LATOSSOLO. Outro exemplo seria um mapa de vegetação, as áreas 
de reflorestamento de pinus e de eucaliptos podem ser unidas para formar a 
classe reflorestamento no mapa generalizado.
A seleção e simbolização são uti l izadas para agregar objetos ou 
elementos geográficos que partilham de atributos semelhantes, dando origem 
a um novo objeto mais generalista e representado por um novo símbolo. Já 
o realce/exagero permite manter um elemento que desapareceria do mapa. 
Por exemplo, a representação de um pequeno país no mapa-múndi político. 
Após a apresentação dos operadores de generalização temático e 
geométrico, qual método deve ser utilizado e em qual estrutura de dados? 
Conforme João (1998), a generalização manual é feita usando técnicas 
básicas de cartografia que necessita, portanto, da habilidade do cartógrafo em 
ver o mapa como um todo, o que ele representa e quem será o usuário desse 
documento. Um sistema automatizado, baseado em computação, tal como o 
SIGs ou programas de classificação, pode oferecer soluções para o problema da 
generalização. Entretanto, devido a sua complexidade, diversidade e natureza 
não determinística, o processo de generalização encontra dificuldades para 
ser implementado em meio digital por processos automáticos. 
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A generalização automática pode ser vetorial e matricial. A generalização 
automática vetorial é mais orientada para objetos, principalmente as feições 
lineares, enquanto o modelo matricial (raster) considera uma generalização 
de atributos nos quais a célula (pixels) é a unidade lógica dos dados e está 
associada a um conjunto de propriedades. Embora sejam bastante diferentes, 
no campo operacional, a generalização tanto dos objetos como a dos seus 
atributos estão bastante interligadas. A primeira dá maior importância à 
representação dos dados, enquanto a segunda se prende mais à classificação. 
A generalização dos atributos leva a generalização dos objetos e vice-versa.
Segundo Caetano et al. (2001), a maioria das técnicas utilizadas para a 
generalização raster foi desenvolvida no campo de processamento digital de 
imagens (classificação de imagens de sensoriamento remoto) e modelagem 
do terreno, hoje bastante difundidas.
Por fim, uma base de dados geográfica ou mapas não são capazes de 
conter uma descrição perfeita do mundo real; ao invés disso, seu conteúdo 
deve ser cuidadosamente selecionado para ajustar-se aos limites da capacidade 
dos dispositivos de armazenamento dos computadores, bem como facilitar o 
processo de interpretação por parte do usuário final. Desta forma, métodos de 
generalização cartográfica são usados para remover detalhes desnecessários 
de uma aplicação, com o objetivo de reduzir o volume de dados e agilizar 
as operações. 
FIGURA 18 – A FEIÇÃO ORIGINAL É MOSTRADA NO SEU NÍVEL DE DETALHE ORIGINAL E, ABAIXO DELA, EM UMA 
ESCALA DE 50% MAIS GROSSEIRA
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FONTE: Longley et al. (2013).

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