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Além de seu valor anatômico e clinico, os aspectos sexuais, etários e antropométricos do crânio prestam-se valendo como recurso na identificação de cadáveres e estimativa da idade de pessoas. No adulto, pode-se dizer que as diferenças sexuais do crânio se referem, principalmente, à fragilidade da musculatura feminina. Todas as protuberâncias, cristas e processos são menores e mais lisos. É o caso do processo mastoide, linhas nucais, linha temporal, protuberância occipital externa, borda inferior do osso zigomático e ângulo da mandíbula. As margens supra orbitais e os seios frontais são, respectivamente, mais cortantes e menos volumosos no crânio feminino. O ramo da mandíbula é menos largo e a glabela e os arcos superciliares são menos desenvolvidos na mulher. No homem, o contorno, partindo da raiz para cima e para trás e em seguida para baixo, em direção à protuberância occipital externa, forma uma curva bastante suave e regular. O contorno do crânio feminino é mais angular. A fonte eleva-se em aclive mais pronunciado e a linha do perfil do crânio feminino, em decorrência da fraqueza das superestruturas cranianas, é muito mais semelhante ao crânio infantil do que do crânio masculino. O aspecto do processo mastoide pode ser considerado na determinação do sexo nos crânios humanos. Quando os crânios são colocados sobre uma superfície plana, o masculino apoia-se sobre os processos mastoides e o feminino, sobre os côndilos occipitais ou em outras porções do crânio. Outra característica mais confiável é a orientação do seu ápice. Se ele é orientado ligeiramente para lateral, pertence ao sexo masculino; se é voltado medialmente, pertence ao sexo feminino. Porém, quando a orientação é vertical, a diferenciação do crânio pelo processo mastoide deve ser abandonada. O crânio feminino caracteriza-se pela fragilidade dos relevos ósseos, os processos são mais tênues e mais lisos. O contorno do crânio desde a raiz do nariz até o occipital é mais regular, os relevos no frontal e occipital são suaves, o que leva o crânio feminino a assemelhar-se ao crânio infantil. O peso e o volume médios do cérebro feminino são um pouco menores, o que diminui também a capacidade do crânio feminino, nada tendo a ver, porém, com o quociente de inteligência. O crânio masculino já se caracteriza pelo desenvolvimento das superestruturas: ele é mais áspero, mais rugoso na superfície dos ossos frontal e occipital. A aspereza e a rugosidade do arco zigomático, na origem do musculo masseter, são bem características do crânio masculino. O caráter distintivo mais surpreendente seja a forma e a situação da escama frontal e de toda a convexidade sagital do crânio. A escama frontal, na mulher, é mais vertical e forma, ao contrário, no homem, uma inclinação mais suave. Na mulher, a glabela e os arcos superciliares são pouco desenvolvidos, sendo, ao contrário, mais acusadas as tuberosidades frontais. A região pariental, na mulher, é menos desenvolvida em relação à frontal e à occipital. Ademais, observa-se que a região do vértice craniana é menos convexa que o homem, sendo que se manifesta sobretudo no índice comprimento-altura, claramente menor na mulher do que no homem. Outro caráter diferencial consiste no menor tamanho da base craniana na mulher. Assim, na mulher, o arco sagital mediano da convexidade do crânio ultrapassa o comprimento da base em grau mais acentuado do que no homem. A altura da face alcança no homem um crescimento maior, de modo que, em geral, a face feminina parece mais curta e mais ampla ou larga, que representa uma aproximação ao tipo infantil. Com o pequeno desenvolvimento dos músculos mastigadores está relacionado o menor tamanho que mostra a mandíbula e, sobretudo, do ramo mandibular, assim como o menor volume do arco superciliar e da glabela, que quase nunca formam um toro no sexo feminino. Crânio masculino Crânio feminino Um dos principais fatores é a verificação da dentição, porque existe uma cronologia na calcificação dos dentes. A erupção também é um critério que pode ser usado, mas, visto que há apreciável variabilidade tanto na ordem como no tempo de erupção, este critério deve ser utilizado, mas, visto que há apreciável variabilidade tanto na ordem como no tempo de erupção, este critério, deve ser utilizado com cautela na determinação da idade do crânio. Até os 14 anos, a posição, o grau de desenvolvimento, a erupção e atrição dos dentes erupcionados são fatores somados fornecem informações que possibilitam calcular a idade, o estágio da abertura do forame apical, a erupção e as relações oclusais dos terceiros molares (se presentes), em associação com o estado de desenvolvimento da tuberosidade da maxila e a evidencia de uso dos dentes remanescentes quando tomados juntos, usualmente, fornecem a idade para ser estimada com margem de erro um pouco maior. Após os 25 anos a idade pode ser estimada com menor precisão pelo grau de atrição dos dentes. Outro fato importante de verificação da idade está relacionado com as suturas do crânio. Na idade adulta, o fechamento (sinostose – a fusão de dois ossos originalmente separados por sutura, como se fosse uma anquilose), das suturas do neurocrânio constitui ótimo fator para a estimativa da idade pelo crânio. No individuo idoso, o crânio apresenta modificações apreciáveis, sobretudo na mandíbula. Mostra sinais de osteoporose da fossa temporal. As principais alterações estão localizadas na mandíbula e na maxila. A queda dos dentes determina a reabsorção do processo alveolar e, como o arco mandibular é maior do que o maxilar, sucede uma situação inversa aquela existente no individuo dentado e assim a mandíbula passa a ultrapassar o maxilar em todos os sentidos.
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