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Doenças ocupacionais do Cirurgiao Dentista

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São doenças produzidas ou desencadeadas pelos exercícios 
profissionais de determinada atividade, ou seja, são doenças que 
decorrem necessariamente do exercício de uma profissão. 
O consultório odontológico é espaço por onde circulam várias 
pessoas diferentes, que entram e saem, levando e trazendo 
consigo agentes contaminantes. Além disso, este espaço físico 
deve ser planejado adequadamente para que durante a rotina, o 
cirurgião dentista possa executar seus procedimentos com o 
mínimo de riscos à saúde. 
 
Doença ocupacional ou profissional: Resultante do efeito contínuo 
de um agente prejudicial. Logo tempo para se manifestar.
 
Doença do trabalho: É uma enfermidade adquirida ou 
desencadeada em função de condições especiais em que o 
trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente a doença 
profissional ou ocupacional. A doença do trabalho não está 
atrelada à função desempenhada pelo trabalhador, mas ao local 
onde o indivíduo é obrigado a trabalhar. 
 
Perigo: É a situação em potencial que indica a iminência à 
probabilidade de ocorrência indesejável de consequências graves 
aos trabalhadores ao patrimônio. 
 
Risco: É a situação que indica a iminência à probabilidade de 
ocorrência indesejáveis que causem danos aos trabalhadores, ao 
patrimônio da empresa ou ao meio ambiente. 
 
Risco ocupacional: É a possibilidade de ocorrência de dano ou 
perda, implicando a presença de evento adverso. Ou ainda, 
condição ou conjunto de circunstâncias que têm o potencial de 
causar efeito danoso que pode ser morte, lesões, doenças ou 
agravos à saúde. 
 
 
Cifoescoliose, lesões por esforços repetitivos/distúrbios 
osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT), perda 
auditiva induzida por ruído (PAIR), contaminação por mercúrio, por 
 
 
 
 
radiações ionizantes e não ionizantes, alergias, dermatites e 
eczemas de contato. 
 
A rotina e a exposição a fatores de risco durante o exercício 
profissional são aspectos importantes que devem ser 
considerados e evitados. Além do ambiente de trabalho ser 
propício à contaminação por mercúrio, vírus e bactérias, os 
detalhes do ato clínico do cirurgião dentista exige atenção 
permanente e alerta constante, fazendo com que esse 
profissional trabalhe frequentemente sobtensão emocional e 
estresse aumentado. 
 
ESTRESSE 
Normalmente se traduz em manifestações somáticas como 
dores no corpo principalmente nas mãos e braços e ainda, 
cansaço físico geral. Além das tensões do ambiente clínico, 
dentro dos consultórios, fatores de estresse da vida moderna 
contribuem como sobrecarga emocional. 
 
RISCOS BIOLÓGICOS 
É o risco de transmitir doenças transmissíveis e um risco 
altíssimo na odontologia. 
 
O consultório é um local propício à propagação de agentes 
biológicos patogênicos causadores de infeção. Consideram-se 
agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, 
protozoários, vírus. O risco biológico é um dos mais frequentes e 
a infeção cruzada o risco mais negligenciado na prática 
odontológica. 
 
Acidentes podem ocorrer provocando a transmissão destes 
agentes através de contato direto com a lesão, secreções ou 
sangue, ou aerossóis, agulhas e bisturis e ainda instrumentos 
inadequadamente esterilizados. Muitas vezes, falta atenção ou 
mesmo despreparo dos profissionais. Os pacientes não sabem da 
sua condição positiva para doença ou não contam, portanto é 
fundamental tratar fluidos corporais como saliva, exsudato e 
sangue como potencialmente contaminados pelo HBV (vírus da 
hepatite B), HIV (vírus da imunodeficiência humana). A hepatite B 
e a AIDS são as doenças mais preocupantes para o dentista, mas 
há outras doenças como tuberculose e pneumonia que também 
podem ser transmitidas durante o atendimento. 
 
RISCOS FÍSICOS 
É a exposição a agentes físicos como ruído, vibração, radiação 
ionizante e não ionizantes temperaturas extremas, iluminação 
deficiente ou excessiva e umidade. São causadores desses riscos 
equipamentos como a caneta de alta rotação, compressor de ar, 
equipamento de raios X, equipamento de laser, foto-ativador, 
autoclave, condicionador de ar. 
 
Os riscos físicos representam intercâmbio de energia entre o 
trabalhador e o ambiente do trabalho, em quantidade ou 
frequência superior àquela que o organismo é capaz de suportar, 
podendo acarretar doença ocupacional ou relacionada ao 
trabalho. 
 
O ruído é classificado como qualquer sensação sonora indesejada 
para o organismo humano. Existem diferentes tipos e níveis de 
ruídos advindos dos equipamentos de consultório e do meio 
ambiente externo que podem afetá-lo física ou psicologicamente, 
resultando em diminuição do seu rendimento profissional e 
desgaste da saúde. O ruído pelo ambiente odontológico deve ser 
controlado e diminuído ao máximo para evitar danos. 
 
O alto nível de ruído é devido principalmente aos sugadores de 
saliva, compressores de ar, motores das turbinas de alta e baixa 
rotação, sendo a caneta de alta rotação o instrumento mais 
utilizado e, portanto, que mais provoca ruído no consultório. Em 
condições normais os níveis de ruído devem ficar entre 60 e 70 
DB. 
 
Os ruídos podem provocar dificuldade de concentração 
propiciando erros e reduzindo a produtividade em até 60%. O uso 
de tampões auriculares é um recurso disponível para a redução 
do ruído. 
 
Os efeitos nocivos podem acarretar comprometimentos diversos 
nas esferas física, mental e social, podendo levar a Perda 
Auditiva Induzida por Ruído (PAIR). 
 
Sintomas 
- Auditivo: Zumbido, dificuldade de entendimento da fala, 
dificuldade na localização da fonte sonora, sensação de audição 
“abafada” perda auditiva. 
- Não auditivo: Repercussões sobre o sistema nervoso, estresse 
e ansiedade, neurose da exaustão e irritabilidade, insônia, aumento 
da frequência respiratória, contração dos vasos periféricos 
importantes. 
 
Prevenção 
- Exame audiômetro: 
↪ Início das atividades 
↪ Estabelecer perfil 
↪ Reavaliação completa e periódica. 
 
 
 
ILUMINAÇÃO 
Deve ser adequada à zona de trabalho e ao ambiente em geral, a 
fim de evitar fadiga visual que pode levar a cefaleias, 
desconcentração e possibilidade de problemas crônicos nos 
órgãos da visão O consultório deve ter iluminação natural e 
artificial para facilitar a utilização adequada dos instrumentos e 
da seleção de cores. 
 
A presbiopia é uma deficiência visual (dificuldade de focar objetos 
a curta distância). Além disso, pode apresentar queda no 
rendimento e falta de atenção. 
 
RADIAÇÃO 
Provoca efeitos deletérios ao organismo, independentemente da 
quantidade de exposição. Uma pequena quantidade não será 
suficiente para provocar manifestação clínica ou genética em 
dose única, ou imediatamente, mas certamente provocará reação 
celular com quebra e desorganização de moléculas. 
 
- Formas de radiação 
- Grande capacidade de penetração (podendo atravessar o corpo 
humano) 
- Podem produzir imagens das estruturas internas do corpo. 
- Aparelho raio-x: painel de controle, gerador de alta tensão, tubo 
de raio-x. 
 
 
RISCOS QUÍMICOS 
Poeiras, fumo, névoa, gases, vapores, substâncias, compostos ou 
produtos químicos em geral. 
 
Os principais causadores desse risco são amalgamadores, 
desinfetantes químicos (álcool, glutaraldeído, hipoclorito de sódio, 
clorexidina) e os gases medicinais (óxido nitroso e outros). O 
contato direto ou indireto pode ocasionar problemas locais ou 
sistêmicos como as dermatites de contato. 
 
Os seguintes procedimentos são indicados para minimizar os 
riscos químicos: utilizar pano umedecido para limpar a sujeira do 
chão, evitar poeiras, uso de equipamentos de proteção individual. 
 
MERCÚRIO 
É “perigo silencioso”, pois é absorvido e acumulado no organismo 
durante toda a vida do profissional. Seu uso é ligado basicamente 
às restaurações de amálgama de prata e a contaminação pode 
Hellen Martins 
ocorrer no momento da manipulação da substância, ou na 
eliminação de resíduos de amálgama no meioambiente. 
 
É absorvida por via respiratória quando se vaporiza, provocando 
problemas renais, nervosos e do sistema respiratório. 
 
O amálgama é muito utilizado em órgãos públicos que usam 
materiais com menos custos, portanto os profissionais que 
trabalham nestes órgãos devem redobrar seus cuidados 
prevenindo a contaminação. Uma vez diagnosticada a intoxicação, 
esta deve ser considerada como doença ocupacional. Cada 
restauração sobra cerca de 30%. 
 
RISCO ERGONÔMICO 
Está relacionada a agentes como postura incorreta, ausência do 
profissional auxiliar, ou falta de capacitação dessas, ausência de 
planejamento, ritmo de trabalho excessivo, atos repetitivos. 
 
O desgaste mecânico provocado por movimentos repetitivos é 
peculiar da profissão odontológica e o seu ambiente de trabalho 
merece atenção especial devendo seguir regras de ergonomia 
com a disposição adequada de equipamentos e mobiliário, definição 
de zona de trabalho do cirurgião dentista e auxiliares para 
permitir maior produtividade com menor desgaste. 
 
DISTÚRBIOS OSTEOMUSCULARES 
As desordens musculoesqueléticas estão cada vez mais 
presentes nos profissionais devido ao desgaste físico no 
exercício. A degeneração dos discos intervertebrais da região 
cervical da coluna dos discos intervertebrais da região cervical da 
coluna, bursite, inflamação das bainhas tendinosas e artrite das 
mãos são patologias comumente encontradas entre os cirurgiões 
dentistas. 
 
Lesões por esforço repetitivos/distúrbios osteomusculares 
relacionados ao trabalho - LER/DORT, afetam várias partes do 
corpo, como punho, mãos, extremidades inferiores, coluna 
lombar, pescoço, coluna cervical, ombros e braços. A região 
lombar é uma das mais atingidas, devido ao fato dos discos do 
segmento lombar ser muito solicitados na função, e ao centro de 
gravidade do corpo concentrar-se nessa região. 
 
O trabalho leva-o a inclinações laterais, flexões e extensões da 
coluna e muitas vezes, o modo de realizar tais posições pode 
ocasionar alterações de origem postural, como: escoliose, cifoses 
e lordoses, tanto que a diferença de altura entre os ombros está 
presente em vários dentistas, assim como, bursite nos ombros, 
dos cotovelos, a inflamação das bainhas tendinosas e artrite das 
mãos. 
RISCO MECÂNICO 
Constitui-se como a exposição da equipe a agentes mecânicos ou 
que propiciem acidentes. Os mais frequentes, pode-se citar: 
espaço físico subdimensionado e arranjo físico inadequado, 
instrumental com defeito ou impróprio para o procedimento, 
perigo de incêndio ou explosão. 
 
É bom sempre ter instrumental de qualidade e em condições de 
trabalho, instalar extintores de incêndio. 
 
As lesões perfuro cortantes resultantes de riscos mecânicos, 
principalmente devido ao hábito de reencapar agulhas e do 
descarte de agulhas e bisturis e outros materiais potencialmente 
lesivos. O uso de óculos de proteção pode prevenir a penetração 
de corpos estranhos nos olhos que pode estar relacionada a 
agentes mecânicos, biológica e química.

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