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1 AULA 28 – CM Semiologia médica – Exame físico 4 HABILIDADES Utilizamos os sentidos – visão, olfato, tato e audição 1. Inspeção 2. Palpação 3. Percussão 4. Ausculta No exame digestivo, temos que passar a ausculta para antes da palpação, para escutar o som fisiológico, se realizar a palpação antes pode alterar esse som que seria usado para diagnosticar o problema. INSPEÇÃO É a exploração feita a partir do sentido da visão. Investigam-se a superfície corporal e as partes mais acessíveis das cavidades em contato com o exterior. PELE E MUCOSAS → Exoftalmia: protusão ocular → Enoftalmia: retrasão ocular → Bócio tireoidiano → simetria do corpo → deformidades do esqueleto → Baqueteamento digital → Úlcera (pé diabético) → Onicomicose → Pé de Charcot (diabetes) → Ginecomastia → Circulação colateral FÁCIES → ATÍPICA: não sugere distúrbios → HIPOCRÁTICA: estágio final de diversas de doenças (sofrimentos), lábios delgados entreabertos, olhar estático e inexpressivo, olhos fundos. → RENAL: rosto pálido e edemaciado (pálpebras), hipoalbuminemia. → LEONINA: lábios e nariz grossos, ausência ou redução dos supercílios. HANSENÍASE principalmente. → HIPERTIREOIDEA: olhos brilhantes e protuosos, expressão de espanto, pesquisar bócio tireoidiano. DOENÇA DE GRAVES (bócio tóxico difuso) → MIXEDEMATOSA: nariz e lábios volumosos, rosto arredondado, palidez, olhos profundos, expressão apática. Ex: HIPOTIREOIDISMO. → ACROMEGÁLICA: mandíbula volumosa, prognatismo, extremidades aumentadas, lábios, orelha e língua aumentadas. Sugere ADENOMA HIPOFISÁRIO. → CUSHINGÓIDE: rosto em “lua cheia”, congesto e levemente cianótico. Obesidade no tronco, pescoço e abdômen com estrias atróficas. HIPERCORTISOLISMO. → PARALISIA FACIAL → PARKINSONIANA: rigidez da musculatura facial. POSTURA (atitude) • ATIVA: aquela posição que o paciente busca, por mais conforto etc. • PASSIVA: não consegue alterar aquela posição, está por conta da enfermidade. • Decúbito dorsal, ventral e lateral BIOTIPO BREVILÍNEO NORMOLÍNEO LONGILÍNEO DESCRIÇÃO Membros curtos, tórax alargado, estatura baixa, maior adiposidade Desenvolvime nto harmônico Oposto do Brevilíneo ÂNGULO INFRA- ESTERNAL >90º Cerca de 90º <90º PESO E ALTURA IMC CLASSIFICAÇÃO ABAIXO DE 18,5 BAIXO PESO ENTRE 18,6 E 24,9 NORMAL ENTRE 25 E 29,9 SOBREPESO ENTRE 30 E 34,9 OBESIDADE GRAU 1 ENTRE 35 E 39,9 OBESIDADE GRAU 2 ACIMA DE 40 OBESIDADE GRAU 3 • MARCHA • ESTADO NUTRICIONAL • EDEMA • LINFONODOS SUPERFICIAIS • CUIDADOS PESSOAIS 2 SEMIOTÉCNICA: exige boa iluminação, exposição adequada da região e uso ocasional de determinados instrumentos. PALPAÇÃO ✓ Extensões ✓ Temperatura ✓ Expansões ✓ Movimentações ✓ Vibrações ✓ Texturas ✓ Sensibilidades Superficial: alterações mais sutis Profunda: detectar uma massa mais profunda, por exemplo. SEMIOTÉCNICA: ✓ Palpação com a mão espalmada ✓ Palpação com uma das mãos superpondo- se à outra. ✓ Palpação com a mão espalmada, que se usa as polpas digitais e a parte ventral dos dedos; ✓ Palpação com a borda da mão ✓ Palpação com o dorso dos dedos ou das mãos. ✓ Digitopressão: com a polpa do polegar ou do indicador; ✓ Puntipressão: comprimir com um objeto pontiagudo um ponto do corpo; ✓ Vitropressão: realizada com o auxílio de uma lâmina de vidro que é comprimida contra a pele. ✓ Fricção com algodão PERCUSSÃO A percussão baseia-se no princípio de: ao se golpear um ponto qualquer do corpo, originam-se vibrações que tem características próprias quanto à intensidade, ao timbre e à tonalidade, dependendo da estrutura anatômica percutida. PERCUSSÃO DIRETA Realizada golpeando-se diretamente, com as pontas dos dedos a região-alvo. PERCUSSÃO DIGITODIGITAL Um dedo médio fica apoiado na superfície corporal do paciente, enquanto os outros estão levemente afastados do corpo. E o dedo médio da outra mão percute o dedo médio da outro mão apoiada. Ao dedo que golpeia: plexor. O que recebe o golpe: plexímetro PUNHO-PERCUSSÃO Mantendo-se a mão fechada, golpeia-se com a borda cubital a região em estudo e averígua-se se a manobra desperta sensação dolorosa. PERCUSSÃO COM A BORDA DA MÃO Os dedos ficam estendidos e unidos, golpeando-se a região desejada com a borda ulnar, procurando se a manobra provoca alguma sensação dolorosa. TIPOS DE SONS MACICEZ Órgãos maciços, desprovidos de ar (coxa, coração, baço e fígado) ou processos patológicos de alta densidade (ex: derrames). SUBMACICEZ Limites entre órgãos maciços e aerados (ex: transição do fígado para o pulmão). TIMPANISMO Percussão sobre os intestinos ou no espaço de Traube (fundo do estômago) ou qualquer área que contenha ar, recoberta por uma membrana flexível. 3 SOM CLARO PULMONAR Percussão da periferia pulmonar, quando se golpeia o tórax normal. Depende da presença de ar dentro dos alvéolos e demais estruturas pulmonares. AUSCULTA DIRETA Posicionando o ouvido no paciente INDIRETA Por meio de algum instrumento, exemplo estetoscópio OLFATO ✓ Hálito ✓ Fezes ✓ Secreções ✓ Vômitos ✓ Escarros ✓ Outros materiais biológicos (macroscopicamente) Diafragma: sons de alta frequência (ruídos respiratórios, intestinais, sopros e bulhas cardíacas) Campânula: sons de baixa frequência (sopros, bulhas cardíacas anormais e acessórias). 4 CAPÍTULO 21 Semiologia médica – Sinais vitais RITMO E FREQUENCIA DO PULSO Pulso regular: ocorrem em intervalos iguais; Pulso irregular: os intervalos entre as pulsações são mais curtos ora mais longos Frequência normal em adultos: 60 – 100 ppm. × Taquicardia: acima de 100 ppm • Possíveis causas: exercício físico, emoções, gravidez, estados febris, hipertireoidismo, hipovolemia, miocardites, colapso periférico. × Bradicardia: abaixo de 60 ppm • Causas: bradicardia sinusal, bloqueio atrioventricular, hipertensão intracraniana, icterícia, infecções virais. PRESSÃO ARTERIAL Em indivíduos adultos: máximo 140 x 90 mmHg e mínimo 80 x 50 mmHg. Arteríolas são melhores para tomar pressão. 2 métodos: palpatório e auscultatório. 1. Garantir que o paciente esteja em um ambiente tranquilo por ao menos 5 minutos. 2. Certificar-se de que o paciente não se exercitou nos últimos 60 minutos, não fumou nos últimos 30, não esteja de bexiga cheia e não consumiu café ou bebidas alcoólicas. 3. O paciente deve estar relaxado e com o braço da aferição ao nível do coração. A palma da mão deve estar voltada para frente. 4. Posicionar o manguito do esfigmomanômetro a cerca de 2 centímetros acima da fossa cubital do paciente, utilizando aquele de tamanho ideal para a circunferência do braço. 5. Inflar o esfigmomanômetro até o pulso radial do paciente desaparecer. O valor em que isso ocorrer corresponde à pressão arterial sistólica estimada. 6. Palpar a artéria braquial na fossa cubital e posicionar o estetoscópio sobre ela. 7. Inflar o manguito em 20 mmHg além do valor obtido no método palpatório. 8. Realizar a deflação lentamente. 9. O valor do primeiro som auscultado (fase I de Korotkoff) corresponde à pressão arterial sistólica. 10. O valor de desaparecimento dos sons (faseV de Korotkoff) corresponde à pressão arterial diastólica., 11. Continuar auscultando por mais 20 mmHg para garantir que os sons cessaram. 12. Se os sons continuarem até o zero, a pressão diastólica é determinada no ponto de abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff). Anota-se os valores das pressões sistólica/diastólica/zero. 13. Desinflar o manguito e retirar o aparelho do braço do paciente. FATORES QUE ALTERAM ✓ Exercício ✓ Café ✓ Cigarro ✓ Bexiga cheia ✓ Dor ✓ Estresse (hipertensão do jaleco branco) PSEUDO-HIPERTENSÃO Indivíduos mais velhos, possuem as artérias mais rígidas, por conta de calcificação, mais difícil de ocluir a artéria, tem que inflar muito mais, pensa que a pessoa está hipertensa. Como evitar? MANOBRA DE OSLER: para detectar essa condição, a Arteriosclerose. Insuflar o esfigmo até parar de sentir o pulso e a artéria, se palpando ainda sente a artéria, a manobra é positiva. Medições com o esfigmo não são confiáveis. HIPERTENSÃO ARTERIAL Considera-se em indivíduos maiores de 18 anos, com PA maior ou igual a 140 x 90 mmHg. Classificada em primária (não se consegue caracterizar sua etiologia, porém temos fatores como genética, alcoolismo, estresse, consumo de sal) e secundária (doenças renais, endócrinas, vasculares e neurológicas, medicamentos) Causa de hipertensão secundária: × Estenose de artéria renal × Feocromocitoma (tumor da adrenal): produz muita adrenalina > aumenta pressão. × Coarctação de aorta × Apneia do sono 5 HIPOTENSÃO ARTERIAL E CHOQUE Redução dos níveis da pressão arterial, que pode ocorrer em situações como hemorragias, desidratação, infarto agudo do miocárdio. CHOQUE: além da redução pode-se observar pele fria, pálida e sudoreica, cianose das extremidades, taquipneia, taquicardia, pulso filiforme, oligúria, apatia, confusão mental. Coloca a vida do paciente em risco, em virtude de alteração na relação oferta-demanda de oxigênio aos tecidos, a qual resultará em isquemia tissular e, posteriormente, morte celular, se não houver Pode classificar-se em: ✓ Choque hipovolêmico: hemorragias, diarreia, vômitos, queimaduras, cetoacidose diabética, íleo paralítico, pancreatite aguda, IAM, miocardite, arritmias, tamponamento cardíaco, insolação. ✓ Choque séptico: infecções em qualquer região, principalmente por gram-negativos, tratamento com imunossupressores, quimioterápicos, pulsoterapia. ✓ Choque anafilático: picada de insetos, medicamentos, alimentos. ✓ Choque neurogênico: lesões do SNC, trauma raquimedular, bloqueio anestésico. HIPOTENSÃO POSTURAL OU ORTOSTÁTICA Situação clínica frequente, principalmente em idosos e em pacientes em uso de medicamentos hipotensores. O que mais desperta a suspeita desta condição é o aparecimento de tontura ou lipotimia quando o paciente passa da posição deitada para a de pé. Ao suspeitar, deve-se proceder assim: → Determinar a pressão arterial do paciente em decúbito dorsal, após 5 minutos de repouso; → Em seguida, determinar a pressão arterial com o paciente sentado e na posição de pé. O teste é positivo quando ocorre a redução de 10 a 20 mmHg da pressão sistólica na posição de pé, sem aumento da pressão diastólica. RITMO E FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIOS EUPNEIA: amplitude de profundidade mais ou menos igual, em uma frequência de 16 a 20 respirações por minuto, em pessoas adultas. APNEIA: parada da respiração; DISPNEIA: sucessão de movimentos respiratórios amplos e quase sempre desconfortáveis para o paciente. ORTOPNEIA: dificuldade para respirar na posição deitada, o que obriga o paciente a ficar sentado ou semissentado. DISPNEIA PERIÓDICA OU RESPIRAÇÃO DE CHEYNE- STOKES: incursões respiratórias que vão ficando cada vez mais profundas até atingirem amplitude máxima, seguindo-se movimentos respiratórios de amplitude progressivamente menor, podendo chegar à apneia. RESPIRAÇÃO DE KUSSMAUL: amplas e rápidas inspirações interrompidas por curtos períodos de apneia. Comparada à “respiração de peixe fora d’agua” RESPIRAÇÃO DE BIOT: movimentos respiratórios de diferentes amplitudes e com intervalos variáveis. TAQUIPNEIA: em adultos, FR acima de 20 respirações por minuto. BRADIPNEIA: em adultos, FR abaixo de 16 respirações por minuto. TEMPERATURA CORPORAL ✓ Eleva-se ao longo do dia. ✓ Os termômetros de vidro, que utilizam mercúrio, devem permanecer de 3 a 5 minutos na mensuração oral (sob a língua), de 5 a 10 minutos na axilar e 3 na retal. Temperatura axilar: 35,5 a 37ºC, média de 36 a 36,5ºC Temperatura bucal: 36 a 37,4ºC Temperatura retal: 36 a 37,5ºC Alterações: × Hipotermia: valores abaixo dos normais × Febre: valores acima dos normais × Hipertermia: valores acima dos normais com presença de fatores ambientais (insolação, vestimentas inadequadas). FEBRE Leve ou febrícula: até 37,5ºC Moderada: 37,6 a 38,5ºC Alta ou elevada: acima de 38,6ºC TIPOS DE FEBRE CONTÍNUA: temperatura permanece sempre acima do normal com variações de até 1ºC • Causas: pneumonia, endocardite infecciosa, hepatite infecciosa, tuberculose, Salmonelose, lúpus eritematoso sistêmico. 6 IRREGULAR OU SÉPTICA: registram-se picos muito altos intercalados por temperaturas baixas ou períodos de apirexia (ausência de febre) • Causas: septicemia, abscesso pulmonar, empiema vesicular, tuberculose, infecções urinárias, lesões cerebrais, neoplasias malignas. REMITENTE: há hipertermia diária com variações de mais de 1ºC, porém sem períodos de apirexia. • causas: septicemia, pneumonia, tuberculose, abscesso pulmonar, abscesso hepático INTERMITENTE: intercalam-se períodos de temperatura elevada com períodos de apirexia. • Causas: malária, infecções urinárias, linfomas RECORRENTE OU ONDULANTE: temperatura elevada durante alguns dias interrompida por período de apirexia que dura dias ou semanas. • Causas: linfomas, brucelose. NÍVEL DE CONSCIÊNCIA É feita pela observação geral do paciente e suas reações às solicitações habituais. NORMAL: paciente está alerta, atento ao que acontece ao seu redor, responde de modo coerente, reage aos estímulos de maneira apropriada. CONSCIÊNCIA ALTERADA: pode ser de grau leve ou intenso (torpor, indiferença ao ambiente, ou só responde quando solicitado, confusão mental). INCONSCIENTE: não toma conhecimento do que acontece ao seu redor, não responde às perguntas, não reage aos estímulos, mesmo os dolorosos. Corresponde ao estado de coma. PULSOS ARTERIAIS Principais pulsos Aspectos a serem avaliados: ✓ Parede arterial: se é rígida ✓ Frequência: 60 – 100 ppm, 15 segundos *4 ✓ Ritmo ✓ Amplitude PRESSÃO E PULSOS VENOSOS PRESSÃO VENOSA Vemos a pressão pela veia jugular interna, pois tem contato direto com átrio direito. As veias têm uma mecanismo de válvula, mas a jugular interna não tem válvula, pois é superior. Quando é visível: ingurgitamento jugular: ✓ Insuficiência cardíaca direita ✓ Hipertensão pulmonar ✓ Estenose tricúspide ✓ Tamponamento cardíaco PRESSÃO VENOSA JUGULAR Ela é avaliada com o paciente em decúbito, com a cabeceira do leito inicial a 30-45 graus, elevando-a progressivamente caso seja necessário. O valor medido, adicionado de 5cm corresponde à pressão venosa central. Deve ser menor 3 cm. PVC no máximo 8 cm. REFLUXO HEPATO-JUGULAR: Comprimir a região do fígado, para observar a veia jugular. PULSOS VENOSOS PULSO JUGULAR Ondas positivas: a,c,v Ondas negativas: x, y 7 A > contração atrial C > pulso carotídeo X > contração ventricular V > retorno venoso Y > enchimento ventricular ALTERAÇÕES Onda A elevada: estenose tricúspide, hipertensão pulmonar. Onda “CV” sem deflexão “X”:regurgitação tricúspide Deflexão “y” profunda: pericardite constritiva. Onda “A” ausente: fibrilação atrial Onda “A” em canhão: bloqueio atrioventricular total.
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