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LOJAS AMERICANAS S.A. Análise das Demonstrações Contábeis Outubro/2020 3 Elaborado por: Emilly Pereira Martins Disciplina: Contabilidade Financeira Turma: 0920-0_4 4 1 Introdução Em 1929 a Lojas Americanas S.A. é inaugurada em Niterói, no Rio de Janeiro, por John Lee, Glen Matson, James Marshall e Batson Borger, norte-americanos de nascimento, sob o slogan “Nada além de dois mil réis". A empresa tem como Missão "realizar os sonhos e atender as necessidades de consumo das pessoas, poupando tempo e dinheiro e superando as suas expectativas" e como Visão “Ser a melhor empresa de varejo do Brasil.” A Americanas é uma Companhia que adota uma abordagem única na forma de melhor atender seus clientes, oferecendo uma plataforma física com diversos formatos de lojas, além de contar com uma plataforma digital, com variadas marcas, buscando “Realizar os sonhos e atender as necessidades de consumo das pessoas, poupando tempo e dinheiro e superando as suas expectativas”. Além disso, a Companhia conta com um motor de inovação, que busca acelerar as plataformas, construir negócios disruptivos e potencializar diversas iniciativas. Juntas, essas frentes constituem o Universo Americanas. No Universo Americanas, as plataformas física, digital e o motor de inovação são complementares entre si, todas as iniciativas são implementadas de forma a potencializar a sinergia entre as frentes de negócio e oferecer ao cliente o melhor serviço. Com a integração cada vez mais intensa entre as plataformas, maior capilaridade e inserção digital no País, a Companhia acredita que estará cada vez mais próxima do consumidor, oferecendo “Tudo. A toda hora. Em qualquer lugar.” A Lojas Americanas atualmente está presente em todas as regiões do Brasil, totalizando 1705 lojas espalhadas pelo país. A plataforma física conta com cinco formatos de lojas: Tradicionais, Express, Conveniência, Digital e Ame Go. A complementariedade no portfólio de lojas permite a Companhia endereçar as diferentes jornadas do consumidor e estar presente em múltiplas localidades, sendo cada vez mais relevante no dia a dia de nossos clientes. O objetivo deste trabalho é analisar o Balanço Patrimonial e da Demonstração de Resultados do Exercício das Lojas Americanas S.A., comparando os anos de 2016 e 2017, por meio da análise vertical, horizontal e da análise através dos índices. 5 2 Análise Vertical e Horizontal 6 A técnica de realizar a análise vertical e horizontal das demonstrações contábeis permite ter uma visão global da situação econômica e financeira da empresa e sua evolução. No Balanço Patrimonial identifica-se a participação e evolução das principais fontes de recursos, próprias e de terceiros, e suas aplicações no ativo. Na DRE explica-se como se formaram os lucros ou prejuízos, qual foi o comportamento dos custos, das despesas e das margens de lucro. A análise vertical avalia a participação de cada conta e seus respectivos grupos em relação aos totais do ativo e do passivo de um exercício social, enquanto a horizontal identifica a evolução de cada conta e seus respectivos grupos ao longo de mais de um exercício social, permitindo a análise de tendência. Neste trabalho, após a coleta de informações acerca da situação financeira e efetuados os cálculos necessários, passo a apresentar os resultados obtidos e elucidar sobre alguns pontos mais relevantes. Com base nas demonstrações contábeis das Lojas Americanas S.A, pode-se concluir através da análise vertical que: • As contas mais significativas do Ativo em 2016 foram o Estoque (16,81%) e Investimentos (20,87%) e em 2017 as contas de Aplicações Financeiras (17,33%) e Investimentos (18,33%). • As contas mais relevantes do Passivo e do Patrimônio Líquido são Fornecedores (19,08% em 2016 e 15,51% em 2017), Empréstimos e financiamentos (49,39% em 2016 e 40,24% em 2017) e Capital social realizado (11,29% em 2016 e 22,57% em 2017); • O custo das mercadorias vendidas representa 64,37% do faturamento (receita operacional líquida) da empresa em 2016 e 64,64% em 2017. • As despesas operacionais representam 22% e 22,39% do faturamento da empresa em 2016 e 2017, respectivamente. Por meio da análise horizontal, pode-se destacar que: • As contas do Ativo que tiveram maior evolução de 2016 para 2017 foram a conta Disponível (592%) e Realizável a longo prazo (26,18%). A conta Despesas antecipadas teve involução de -3,15%; 7 • As contas do Passivo e do Patrimônio Líquido que tiveram maior evolução de 2016 para 2017 foram Obrigações sociais e trabalhistas (69,58%), Passivo com partes relacionadas (155,71%) e Capital social realizado (172,36%). As contas Dividendos e JCP a pagar e Outros passivos operacionais tiveram involução de -11,54% e -16,37% respectivamente; • O faturamento líquido teve evolução de 6,05% e o custo das mercadorias vendidas, de 6,49%; • As despesas operacionais tiveram evolução de 7,93%. • O lucro líquido do exercício aumentou em 12,27%. Atentando para a participação do Passivo Circulante em relação ao Passivo Total, demonstra que a cada R$ 100,00 em origens de recursos, R$ 33,96 (em 2016) e R$ 31,72 (em 2017) são em dívidas de curto prazo e dentro dessas dívidas as que detêm maior participação são os fornecedores e os empréstimos e financiamentos, necessitando uma atenção maior do administrador quanto aos prazos para pagamento para que não sejam gerados encargos financeiros ou multas decorrentes de atrasos nos pagamentos. Constata-se também que há um aumento significativo no passivo não circulante, ou seja, a empresa adquiriu mais obrigações a longo prazo, entretanto, os valores absolutos são menores que o do ativo, sendo esta capaz de cumprir com suas obrigações. A receita ao longo dos anos vem crescendo e o lucro bruto termina 2017 com um acréscimo de 5,25% em relação ao ano de 2016. Contudo, as Despesas Gerais e Administrativas e as Despesas com Vendas, tiveram um aumento de 2016 para 2017: 23,99% (nas despesas gerais e administrativas) e 7,62% (nas vendas). Apesar disso, o resultado líquido teve um aumento de 12,27%. 3 Índices A análise através de índices trata-se da relação entre as contas e grupos de contas de uma ou mais demonstrações financeiras, buscando dar uma visão geral da situação econômica e financeira de uma empresa. Permitem a identificação de aspectos patrimoniais da empresa como sua liquidez, seu endividamento e seus resultados, podendo de forma precisa sinalizar situações positivas ou negativas. 3.1 Indicadores de Liquidez De acordo com Limeira (2015), os índices de Liquidez são medidas de avaliação da capacidade financeira da empresa em satisfazer os compromissos para com terceiros, ou seja, sua capacidade de pagamento. Evidenciam quanto a empresa dispõe de bens e direitos em relação às obrigações assumidas no mesmo período. Relacionam disponibilidades e ativos realizáveis com passivos exigíveis. Retratam a relação das disponibilidades e aplicações ativas conversíveis em relação às dívidas da empresa. Devemos ter em mente, no entanto, que um alto índice de liquidez não representa, necessariamente, boa saúde financeira. O cumprimento das obrigações nas datas previstas depende de uma adequada administração de prazos de recebimento e de pagamento. Assim, uma empresa que possui altos índices de liquidez, mas mantém mercadorias estocadas por períodos elevados, recebe com atraso suas vendas a prazo ou mantém duplicatas incobráveis na conta Clientes poderá ter problemas de liquidez, ou seja, poderá ter dificuldades para honrar seus compromissos nos vencimentos. 8 ÍNDICE FÓRMULA SIGNIFICADO INTERPRETAÇÃO Liquidez imediata Disponível/ PC Quanto à empresa possui de Disponível para cada R$1,00 de Passivo Circulante Quanto maior, melhor. Liquidez corrente AC / PC Quanto à empresa possui de Ativo Circulante para cada R$1,00 de Passivo Circulante. Quanto maior, melhor. Liquidez seca ( AC - Estoque) / PC Quanto à empresa possui de Ativo Líquido para cada R$1,00 de Passivo Circulante. Quanto maior, melhor. Liquidez geral (AC + RLP) / (PC + PNC) Quanto à empresa possui de Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para cada R$1,00 de dívida total. Quanto maior, melhor. 3.1.1 Liquidez imediata 31/12/2017 31/12/2016 Disponível R$ 2.029.213,00 R$ 293.239,00 Passivo Circulante R$ 5.519.766,00 R$ 4.336.474,00 Liquidez Imediata 0,37 0,07 O índice de liquidez imediata mensura a capacidade financeira da empresa para honrar seus compromissos de curto prazo contando apenas com suas disponibilidades (caixa e bancos). Apresenta um índice inferior à unidade, pois não é considerado normal a empresa manter um saldo de caixa e bancos em nível elevado visando garantir pagamentos que vencerão no curto prazo. A empresa aqui em análise apresentou uma liquidez imediata em 2016 de 0,07%, ou seja, para cada R$ 1,00 de dívidas de curto prazo (passivo circulante), a empresa poderá dispor de R$ 0,07 de recursos disponíveis (caixa e bancos). Em 2017, o índice aumentou para 0,37%. Podemos concluir que em 2016 havia mais eficiência na gestão de fluxo de caixa pelo fato de manter uma parcela reduzida de recursos em tesouraria para fazer frente ao seu endividamento circulante. 3.1.2 Liquidez corrente 31/12/2017 31/12/2016 Ativo Circulante R$ 10.022.613,00 R$ 6.596.830,00 Passivo Circulante R$ 5.519.766,00 R$ 4.336.474,00 Liquidez Corrente 1,82 1,52 A Liquidez Corrente é um dos índices mais conhecidos e utilizados na análise de balanços. Indica quanto a empresa poderá dispor em recursos de curto prazo (disponibilidades, clientes, estoques etc.) para honrar suas obrigações vencíveis em período semelhante (fornecedores, empréstimos e financiamentos de curto prazo, contas a pagar etc.). Nesse índice deve-se tomar cuidado em relação a prazos dos vencimentos das contas a receber e a pagar, pois se existem muitas dívidas a serem pagas em curto prazo, a empresa deve lucrar em curto prazo também, para que consiga cumprir com suas obrigações. 9 Na análise da Liquidez Corrente das Lojas Americanas observa-se que nos dois anos o quociente foi maior que 1,00 tendo o Ativo Circulante maior que o Passivo Circulante. Isso significa que os investimentos no Ativo Circulante são suficientes para cobrir as dívidas de curto prazo que ela possui. A empresa apresenta uma situação favorável, demonstrando um aumento em relação ao ano anterior, decorrente do aumento 51,66% para 57,60% a participação do ativo circulante em relação ao ativo total, de 2016 para 2017, com seu aumento mais relevante na conta “disponível (caixa e bancos)”, revelando-se com capacidade de solvência. A liquidez de curto prazo vem crescendo e sob o ponto de vista de credores, oferece maior segurança para receberem seus créditos. 3.1.3 Liquidez seca 31/12/2017 31/12/2016 Ativo Circulante R$ 10.022.613,00 R$ 6.596.830,00 Estoque R$ 2.400.868,00 R$ 2.146.536,00 Passivo Circulante R$ 5.519.766,00 R$ 4.336.474,00 Liquidez Seca 1,38 1,03 Este índice é uma medida mais rigorosa para avaliação da liquidez da empresa. Demonstra quanto à empresa poderá dispor de Ativo Líquido (recursos circulantes, sem vender seus estoques) para fazer frente a suas obrigações de curto prazo. Quanto maior for o índice de liquidez seca, melhor é para a empresa. Se a liquidez seca for igual ou maior que 1, pode-se dizer que a empresa não depende da venda de estoques para saldar seus compromissos de curto prazo. Por outro lado, quanto mais abaixo da unidade, maior será a dependência de vendas para honrar suas dívidas. Verifica-se que a empresa aqui analisada tem a capacidade de pagar suas dívidas sem necessidade de liquidação de seu estoque, apresentando também um aumento da sua capacidade de pagamento em 2017, fato que pode ser atribuído a redução do passivo circulante de 2016 que era de 33,96% em relação ao passivo total, ficando em 31,72% no ano de 2017, onde as contas “outros passivos operacionais” apresentaram redução mais significativa. 3.1.4 Liquidez geral 31/12/2017 31/12/2016 Ativo Circulante R$ 10.022.613,00 R$ 6.596.830,00 Realizável a Longo Prazo R$ 990.528,00 R$ 785.025,00 Passivo Circulante R$ 5.519.766,00 R$ 4.336.474,00 Passivo Não Circulante R$ 7.258.958,00 R$ 6.442.597,00 Liquidez Geral 0,86 0,68 A Liquidez Geral é uma medida da capacidade de pagamento de todo o passivo da empresa. O índice indica o quanto a empresa poderá dispor de recursos circulantes e de longo prazo para honrar todos os seus compromissos. Para Gitman (2010) a liquidez de uma empresa é analisada pela sua capacidade de saldar suas obrigações de curto prazo, ou seja, é a facilidade com que a empresa tem em pagar suas contas em dia. A empresa deve ficar em alerta caso possua uma liquidez baixa, pois futuramente pode apresentar problemas com o fluxo de caixa e insolvência iminente do negócio. 10 Observa-se que o Índice de Liquidez Geral das Lojas Americanas no ano de 2016 é de 0,68, indicando que para cada R$1,00 de dívida total a empresa tem R$0,68 de ativo total, ou seja, não consegue cumprir com seus compromissos financeiros. Isso ocorre em razão da soma entre o Passivo Circulante e o Exigível a Longo Prazo ser maior do que o Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo. Da mesma forma acontece no ano 2017, onde as Lojas Americanas não têm condições de assumir seus compromissos avaliando seu ativo circulante e o realizável a longo prazo. Contudo, é possível observar uma melhora no índice, de 0,68 para 0,86, indicando que para cada R$1,00 de dívida total a empresa tem R$0,86 de ativo total. Considerando o aumento em relação ao ano anterior, constata-se também, que a empresa aumentou sua capacidade para pagamento de suas obrigações, caracterizando com uma melhora na situação financeira. 3.2 Indicadores de Estrutura de Capital De acordo com Limeira (2015) Os índices de Estrutura Patrimonial avaliam a segurança que a empresa oferece aos capitais alheios e revelam sua política de obtenção de recursos e de alocação deles nos diversos itens do Ativo. O Ativo de uma empresa é financiado pelos capitais próprios (PL) e por capitais de terceiros (obrigações). Quanto maior for a participação de capitais de terceiros nos negócios de uma empresa, maior será o risco a que eles (terceiros) estão expostos. Esses índices apresentam as fontes de capitação de fundos, revela o grau de endividamento da empresa e procura retratar a posição do capital próprio, o PL. O endividamento está relacionado as decisões estratégicas da empresa, envolvido nas decisões financeiras de investimentos, financiamento e distribuição de dividendos. ÍNDICE FÓRMULA SIGNIFICADO INTERPRETAÇÃO Endividamento geral (PC + PNC) / Ativo total Quanto à empresa tomou de capitais de terceiros para cada R$100,00 de Ativo Total. Quanto menor, melhor. Composição da dívida PC / (PC + PNC) Qual o percentual de obrigações a Composição do Endividamento em relação às obrigações totais. Quanto menor, melhor. Grau de imobilização do capital próprio (ANC - RLP) / PL Quanto à empresa aplicou no Ativo Permanente para cada R$100,00 de Patrimônio Líquido. Quanto menor, melhor. Grau de imobilização de recursos não correntes (ANC - RLP) / (PL + PNC) Que percentual dos recursos nãocorrentes (Patrimônio Líquido e Exigível a Longo Prazo) foi destinado ao Ativo Permanente. Quanto menor, melhor.Passivo oneroso sobre ativo (PCF + PNC) / Ativo total Mostra a participação das fontes onerosas de capital no financiamento dos investimentos totais da empresa. Quanto menor, melhor. 11 3.2.1 Endividamento geral 31/12/2017 31/12/2016 Passivo Circulante R$ 5.519.766,00 R$ 4.336.474,00 Passivo Não Circulante R$ 7.258.958,00 R$ 6.442.597,00 Ativo total R$ 17.400.408,00 R$ 12.769.527,00 Endividamento Geral 73,44% 84,41% Esse índice demonstra a estrutura de capital da empresa apontando, assim, seu grau de endividamento. É por meio desse indicador que se identifica se a empresa tem maior dependência por capital próprio ou capital de terceiros no financiamento do ativo. As Lojas Americanas S.A. possuem um endividamento geral de 84,41% em 2016 e 73,44% em 2017, significando que há uma predominância de capital de terceiros no financiamento do ativo: em 2016 apenas 15,59% dos recursos investidos no ativo eram provenientes de capital próprio. Em 2017 a dependência de capital de terceiros diminuiu, aumentando a participação de capital próprio para 26,56%. Essa diminuição da dependência do capital de terceiros contribui para a redução do fator de risco da empresa. 3.2.2 Composição da dívida 31/12/2017 31/12/2016 Passivo Circulante R$ 5.519.766,00 R$ 4.336.474,00 Passivo Não Circulante R$ 7.258.958,00 R$ 6.442.597,00 Composição da dívida 43,19% 40,23% O índice de composição da dívida é uma medida de qualidade do passivo da empresa, em termos de prazos. Compara o montante de dívidas no curto prazo com o endividamento total. Admite-se que, quanto mais curto o vencimento das parcelas exigíveis, maior será o risco oferecido pela empresa. De outra forma, empresas com endividamento concentrado no longo prazo, principalmente decorrente de investimentos efetuados, oferecem uma situação mais tranquila no curto prazo. Este indicador mostra qual a proporção de passivo de curto prazo é utilizada no financiamento de terceiros. Nas demonstrações contábeis das Lojas Americanas percebe-se um aumento percentual no índice de composição da dívida: em 2016, 40,23% do endividamento da empresa concentrava-se no curto prazo e em 2017, 43,19%. Ou ainda, em termos absolutos, a cada R$100,00 de dívidas totais, R$ 40,23 estava concentrado no Passivo Circulante em 2016 e R$ 43,19 em 2017. Esse fato é resultante do aumento de 27,29% do passivo circulante e do aumento de 12,67% no passivo não circulante. Portanto, em 2017 há um maior endividamento da empresa comprometido com dívidas de curto prazo. 12 3.2.3 Grau de imobilização do capital próprio 31/12/2017 31/12/2016 Ativo Não Circulante R$ 7.377.795,00 R$ 6.172.697,00 Realizável a Longo Prazo R$ 990.528,00 R$ 785.025,00 Patrimônio Líquido R$ 4.621.684,00 R$ 1.990.456,00 Grau de imobilização do capital próprio 138,20% 270,68% Limeira (2015) afirma que o índice de Grau de Imobilização do Capital Próprio exprime o quanto do Ativo Permanente (Ativo Não Circulante menos o Realizável a Longo Prazo) da empresa é financiado pelo seu Patrimônio Líquido, evidenciando, dessa forma, a maior ou menor dependência de aporte de recursos de terceiros para manutenção de seus negócios. A correta administração dos recursos de uma empresa pressupõe um adequado “casamento” dos prazos das aplicações dos recursos com os prazos das fontes. Assim, convencionou-se dizer que o Ativo Permanente é financiado pelo Patrimônio Líquido (pois são recursos próprios que, também estão “permanentes” na empresa) ou por financiamento de Longo Prazo. Em princípio, o ideal é que as empresas imobilizem a menor parte possível de seus recursos próprios. Assim, não ficarão na dependência de capitais alheios para a movimentação normal de seus negócios. Hoji (2010) considera que esse índice indica a parcela dos recursos próprios investidos no Ativo Permanente. Analisando os índices das Lojas Americanas, nota-se que em 2016, para cada R$270,68 aplicados no Ativo Permanente, quer dizer que R$ 100,00 foi originado do Capital Próprio e R$ 170,68 originado do capital de terceiros, indicando que a empresa operava com capital de giro de terceiros. Em 2017 houve uma melhora significativa no índice, onde R$100,00 era originado do Capital próprio e R$ 38,20 do capital de terceiros. Apesar de a dependência por capital de terceiros ter diminuído, deve-se observar se os financiamentos de longo prazo estão financiando o permanente a um custo compatível com sua capacidade de gerar lucros. 3.2.4 Grau de imobilização de recursos não correntes 31/12/2017 31/12/2016 Ativo Não Circulante R$ 7.377.795,00 R$ 6.172.697,00 Realizável a Longo Prazo R$ 990.528,00 R$ 785.025,00 Patrimônio Líquido R$ 4.621.684,00 R$ 1.990.456,00 Passivo Não Circulante R$ 7.258.958,00 R$ 6.442.597,00 Grau de imobilização de recursos não correntes 53,76% 63,89% O resultado da Imobilização dos Recursos Não-Correntes (IRNC) demonstra o quanto as Lojas Americanas destinaram ao Ativo Permanente dos Recursos Exigíveis a Longo Prazo e Patrimônio Líquido, a fim de se verificar se os recursos de terceiros de longo prazo foram suficientes para complementar os investimentos efetuados nos ativos investimentos, imobilizado e intangível. A avaliação representa que a empresa está diminuindo consideravelmente a imobilização dos recursos de longo prazo que passou de 63,89% em 2016 para 53,76% em 2017. Nota-se que há uma redução do IRNC, que apesar do aumento do seu imobilizado, houve um aumento significativo do patrimônio líquido e do exigível a longo prazo, caracterizando uma situação favorável. Um índice superior a 13 100% identificaria a existência de fontes de curto prazo financiando as imobilizações e, por consequência, a empresa apresentaria problemas de liquidez. 3.2.5 Passivo oneroso sobre ativo 31/12/2017 31/12/2016 Passivo Circulante Financeiro R$ 2.271.581,00 R$ 1.348.664,00 Passivo Não Circulante R$ 7.258.958,00 R$ 6.442.597,00 Ativo total R$ 17.400.408,00 R$ 12.769.527,00 Passivo oneroso sobre ativo 54,77% 61,01% Esse índica mostra a participação das fontes onerosas de capital no financiamento dos investimentos totais da empresa, revelando sua dependência de instituições financeiras. Quanto maior for esse índice, maiores serão as despesas financeiras incorridas, impactando o resultado do exercício. As Lojas Americanas apresentaram um Passivo Oneroso Sobre Ativo (POSA) de 61,01% em 2016 e 54,77% em 2017, o que significa que nos dois anos, mais da metade das aplicações efetuadas no ativo estavam sendo financiados por recursos onerosos de terceiros. 3.3 Indicadores de Lucratividade Os índices de lucratividade demonstram as margens geradas sobre o faturamento líquido na avaliação do resultado. A necessidade de utilizar esses indicadores se dá no fato de que apenas analisar o lucro líquido de uma companhia pode não refletir o total potencial econômico e financeiro da empresa. ÍNDICE FÓRMULA SIGNIFICADO INTERPRETAÇÃO Margem bruta Lucro bruto / Vendas líquidas Quanto à empresa obtém de lucro bruto para cada R$100,00 vendidos. Quanto maior, melhor. Margem operacional Lucro antes dos tributos / Vendas líquidas Quanto à empresa obtém de lucro antes dos tributos para cada R$100,00 vendidos. Quanto maior, melhor. Margem líquida Lucro líquido / Vendas líquidas Quanto à empresa obtém de lucro para cada R$100,00 vendidos. Quanto maior, melhor. Giro do ativo Vendas líquidas / Ativo total Quanto à empresa vendeu para cada R$1,00 de investimento total. Quanto maior, melhor. 3.3.1 Margem bruta 31/12/2017 31/12/2016 Lucro bruto R$ 3.890.164,00 R$ 3.695.947,00 Vendas líquidas R$ 11.000.183,00 R$ 10.372.345,00Margem bruta 35,36% 35,63% 14 A margem bruta representa a lucratividade auferida sobre a mercadoria, produto ou serviço comercializado pela empresa. Revela o percentual remanescente do faturamento líquido após a redução do curso das mercadorias ou produtos vendidos ou dos serviços prestados para cobrir as despesas operacionais e ainda, se possível, gerar lucro. As Lojas Americanas S.A. apresentou em 2016 uma margem bruta de 35,63%, ou seja, há uma sobre de 35,63% do faturamento líquido para arcar com as despesas operacionais e ainda gerar, se possível, lucro. Em 2017 apresentou um leve acréscimo na margem bruta, passando a ter 35,36% de lucratividade sobre o produto comercializado. 3.3.2 Margem operacional 31/12/2017 31/12/2016 Lucro antes dos tributos R$ 393.005,00 R$ 295.153,00 Vendas líquidas R$ 11.000.183,00 R$ 10.372.345,00 Margem operacional 3,57% 2,85% A margem operacional avalia o ganho operacional da empresa em relação a seu faturamento líquido. Esse indicador mensura a eficiência operacional do negócio, medido exclusivamente em função das suas operações normais (comerciais, administrativas e financeiras) realizadas par manutenção da atividade fim. Em 2016 a Lojas Americanas S.A. apresentou uma margem operacional de 2,85%, ou seja, a empresa obteve 2,85% de retorno operacional sobre seu faturamento líquido. Em 2017 a margem operacional aumentou para 3,57%, representando um aumento de eficiência no negócio. 3.3.3 Margem líquida 31/12/2017 31/12/2016 Lucro líquido R$ 237.628,00 R$ 211.657,00 Vendas líquidas R$ 11.000.183,00 R$ 10.372.345,00 Margem líquida 2,16% 2,04% Margem Líquida mede a eficiência e a viabilidade da empresa expressando o percentual de Lucro Líquido em relação às vendas líquidas de um exercício social. Este quociente revela a capacidade da empresa gerar lucro em comparação a sua receita líquida de vendas. Quanto maior for o índice, melhor é para a empresa. Numa linguagem prática, entende-se que esta métrica indica ao investidor a porcentagem de cada R$1,00 que restou após todas as deduções de impostos, alíquotas e despesas provenientes da operação do empreendimento em questão. Ao longo dos anos estudados, a Lojas Americanas S.A. cresceu sua margem líquida de 2,04% para 2,16%, indicando a capacidade da empresa de gerar bons resultados operacionais. 3.3.4 Giro do ativo 31/12/2017 31/12/2016 Vendas líquidas R$ 11.000.183,00 R$ 10.372.345,00 Ativo total R$ 17.400.408,00 R$ 12.769.527,00 Giro do ativo 63,22% 81,23% 15 Embora não seja um índice essencialmente de lucratividade, o estudo da rotação ou “giro” do Ativo constitui-se num aspecto importante para o entendimento da rentabilidade do investimento. Esse indicador demonstra se o faturamento líquido gerado no período foi suficiente para cobrir o investimento total realizado na empresa. Este índice indica quantas vezes girou, durante o período, o Ativo Total da empresa. Em outras palavras, comparando o faturamento do período com o investimento total, indica quantas vezes a empresa conseguiu “vender o seu Ativo”. A linha geral de interpretação é que quanto maior for o índice, melhor é para a empresa. Significa que quanto maior o volume de receitas originadas pelas aplicações no ativo, melhor devem ser os resultados obtidos. No caso das Lojas Americanas, houve uma queda da relação de suas vendas líquidas com o volume de recursos aplicados. As vendas líquidas cresceram aproximadamente 6% e o Ativo um pouco mais que 36% ao longo dos exercícios examinados. 3.4 Rentabilidade Os índices de rentabilidade avaliam o desempenho final da empresa no que tange ao retorno gerado aos investidores, análise do custo de oportunidade do capital e determinação de payback. ÍNDICE FÓRMULA SIGNIFICADO INTERPRETAÇÃO Retorno do Patrimônio Líquido (ROE) Lucro líquido / Patrimônio líquido Quanto à empresa obtém de lucro para cada R$100,00 de capital próprio investido, em média, no exercício. Quanto maior, melhor. Retorno dos investimentos (ROI) Lucro líquido / Ativo total Quanto à empresa obtém de lucro para cada R$100,00 de investimento total. Quanto maior, melhor. 3.4.1 Retorno do Patrimônio Líquido (RPL) 31/12/2017 31/12/2016 Lucro líquido R$ 237.628,00 R$ 211.657,00 Patrimônio Líquido R$ 4.621.684,00 R$ 1.990.456,00 Retorno do Patrimônio Líquido (ROE) 5,14% 10,63% O RPL ou ROE (return on equity) mede a remuneração dos capitais próprios investidos na empresa, ou seja, quanto foi acrescentado em determinado período ao patrimônio dos sócios. Do ponto de vista de quem investe numa empresa, este deve ser o índice mais importante. Permite, além de avaliar a remuneração do capital próprio, analisar se esse rendimento é compatível com alternativas de aplicação. Um investidor, por exemplo, avaliando o ROE, poderá optar por uma aplicação no mercado financeiro em vez de aplicar numa empresa que está oferecendo baixa rentabilidade. Este indicador mede a capacidade de agregar valor a partir de seus próprios recursos e do capital dos investidores, além de medir a capacidade da empresa em agregar valor a si mesma com a utilização de seu próprio capital. 16 A Lojas Americanas S.A. apresentou em 2016 uma rentabilidade do patrimônio líquido de 10,63%, o que significa que os acionistas obtiveram uma remuneração de 10,63% sobre o capital investido na empresa. Em 2017 esta rentabilidade diminui para 5,14%. 3.4.2 Retorno dos Investimentos (ROI) 31/12/2017 31/12/2016 Lucro líquido R$ 237.628,00 R$ 211.657,00 Ativo total R$ 17.400.408,00 R$ 12.769.527,00 Retorno dos investimentos (ROI) 1,37% 1,66% A rentabilidade dos investimentos (ROI – return on investiments) reflete o quanto a empresa está obtendo de retorno em relação aos investimentos totais. Segundo Ribeiro (2019) este “quociente evidencia o potencial de geração de lucros por parte da empresa”. Por meio deste índice pode-se, também, determinar o payback do negócio, ou seja, em quanto tempo se recuperam os investimentos totais efetuados na entidade. A Lojas Americanas S.A. apresentou em 2016, um ROI de 1,66%, o que significa que o lucro líquido do exercício representa 1,66% do total investido na empresa. Em 2017 houve um decréscimo do índice para 1,37%. 17 Conclusão Pode-se verificar abaixo os principais índices referentes aos exercícios findos em 31/12/2016 e 31/12/2017 das Lojas Americanas S.A. Estes índices propiciam uma melhor compreensão das relações entre valores divulgados nas demonstrações contábeis viabilizando uma visão pormenorizada sobre a posição financeira e operacional da empresa no decorrer do tempo. ÍNDICE 31/12/2017 31/12/2016 Liquidez imediata 0,37 0,07 Liquidez corrente 1,82 1,52 Liquidez seca 1,38 1,03 Liquidez geral 0,86 0,68 Endividamento geral 73,44% 84,41% Composição da dívida 43,19% 40,23% Grau de imobilização do capital próprio 138,20% 270,68% Grau de imobilização de recursos não correntes 53,76% 63,89% Passivo oneroso sobre ativo 54,77% 61,01% Margem bruta 35,36% 35,63% Margem operacional 3,57% 2,85% Margem líquida 2,16% 2,04% Giro do ativo 63,22% 81,23% Retorno do Patrimônio Líquido (ROE) 5,14% 10,63% Retorno dos investimentos (ROI) 1,37% 1,66% Com a realização do presente estudo, foi possível constatar através da análise dos Índices de Liquidez que as Lojas Americanas S.A. apresentam uma situação positiva ao se avaliar sua capacidade de saldar suas obrigações de curto e longo prazo. Em linhas gerais observamos melhora nos índices de Liquidez ao comparar os dois exercícios, o que representa maior eficiência, melhor administração do fluxo de caixa e afasta a possibilidade de insolvência iminente do negócio.Em relação aos Índices de Estrutura de Capital dos exercícios de 2016 e 2017, os resultados têm caminhado com melhoria, com exceção do Índice de Composição da Dívida, que teve aumento de aproximadamente 3% em 2017, mostrando que há um maior endividamento da empresa comprometido com dívidas de curto prazo. No que se refere aos índices de lucratividade e rentabilidade, observa-se que os índices nos exercícios ficaram muito próximos, com exceção do Giro do ativo que teve uma involução elevada, assim como o ROE. A involução do ROI já foi mais discreta. Apesar disso, podemos reconhecer que a empresa obteve bons resultados ao compararmos com os índices de empresas do mesmo setor. 18 Referências bibliográficas GITMAN, L. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010. HOJI, M. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2010. LIMEIRA, André Luis Fernandes et al. Gestão contábil financeira. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2015. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. S.A., Lojas Americanas. A Empresa / Perfil. Disponível em: https://ri.lasa.com.br/a-empresa/perfil. Acesso em: 09 out. 2020.
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