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Antígenos e Patogenicidade das Enterobactérias

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Enterobactéria
Os antígenos dos micro-organismos vão desencadear uma resposta imune. O antígeno H das enterobactérias é o flagelo, formados por proteínas chamadas de flagelinas. O antígeno K é a cápsula que fica ao redor da bactéria, a capsulas pode ser de proteínas, açucares polissacarídeos, nem todas as enterobactérias possuem cápsula, a cápsula é um mecanismo de patogenicidade das bactérias, porque ela encobre todos os antígenos da estrutura celular da bactéria, dificultando o sistema imunológico de reconhecer aquele corpo estranho. A cápsula da Salmonella typhi é chamada de antígeno vi, de virulência. 
As estruturas antigênicas, aquelas que desencadeiam as respostas imunológicas são: flagelo, cápsula, e o antígeno O
A estrutura de membrana da enterobactéria é composta por lipopolissacarídeos, esse é o seu principal antígeno somático, formado por três partes, um delas é o antígeno O formado por açúcares (ex: glicose, sacarose, monose, lactose) a sequência de açúcares vai caracterizar uma espécie como Enterobacter aerogenes glicose e sacarose, Enterobacter cloaca sacarose e lactose, ou seja essa sequência de açucares vai caracterizar as espécies das bactérias, esse é o antígeno somático, antígeno O. Também há a porção lipídica. 
Em volta do lipopolissacarídeos pode estar a cápsula, muitas vezes o sistema imune não consegue detectar como estrutura estranha, as bactérias capsuladas são mais perigosas justamente por driblar o nosso sistema imunológico. Se for uma bactéria que possui flagelo e este se projete para fora da cápsula, pode-se formar um anticorpo por reconhecê-lo pelo SI, mas se não houver ou o flagelo for pequeno, todos os mecanismos antigênicos dessa bactéria estarão encobertos pela cápsula. Então, as estruturas que podem desencadear uma resposta imunológica são: Flagelos, a cápsula, mas vai deperder do seu tipo se for formada por proteínas é mais fácil ser reconhecida pelo sistema imune, mas quando ela é formada de açúcares é mais difícil ser detectada e o antígeno que é o corpo da bactéria, são propriamente os lipopolissacarídeos. 
A variedade do antígeno O é imensa, por exemplo em uma Salmonella podemos ter 1.500 tipos de combinações de antígeno O, havendo vários sorotipos de bactérias, diferentes espécies, a E.coli tem 150 tipos de antígeno O.~=Exemplo: Quando há uma paciente com uma infecção, com a administração do antibiótico e quebra da membrana celular da bactéria, o antí+geno O pode ser liberado na corrente sanguínea e funciona como uma toxina, uma endotoxina que pode gerar várias complicações. Os Lipopolissacarídeos quando são liberados são endotoxinas que são liberadas com a lise da bactéria e vão produzir no hospedeiro: Febre, hipotensão, principalmente coagulação intravascular disseminada. 
E. coli
Meio de cultura ágar EMB, a E. coli tem um brilho verde metálico, cerca de 98% das vezes que essa característica ocorre é relacionada a E. coli.
Patogenicidade pode haver vários tipos, as não enteropatogênica, que a que habita nosso intestino, em nossa microbiota e as enteropatogênica que causam infecções graves, as enterohemorrágica (EHEC), E.coli enteroinvasora (EIEC), E.coli enterotoxigênica, (ETEX), E.coli enteropatogênica clássica (EPEC). 
E.coli não enteropatogênica : Faz parte na nossa microbiota intestinal, mas se ela for para outro órgão, localizações extraintestinais, pode desencadear uma infecção. Ex: cistite, pielonefrite etc. 
E.coli enterotoxígênica (ETEX):, Quando elas contaminam nosso intestino não são flora normal, produz das enterotóxinas, a LT que é termolábil, essa toxina ativa uma enzima chamada de Adenil ciclase e vai provocar um desequilíbrio hidrossalino na mucosa intestinal, ou seja a mucosa intestinal erá reabsorver sódio e vai liberar água e cloreto, então a célula intestinal vai perder água e cloreto, começa aí a desidratação, a luz intestinal fica estendida e o paciente tem diarreia, isso por causa da endotoxina produzida pela bactéria, a bactéria se fixa nos gangliosídeos, nos receptores da mucosa do íleo, penetra na célula, desorganiza a Adenil ciclase, a célula começa a perder água e cloreto levando a desidratação. A outra toxina que é a termoestável age quase da mesma forma, a diferença é que ela vai ativar o Gmp cíclico. Essas cepas não causam inflamação intestinal nenhuma, elas desencadeiam diarreia aquosa, não é hemorrágica, não há dano aos tecidos não vai ter resposta leucocitária nas fezes, essa diarreia pode durar até 3 dias. A Etec que causa a diarreia do viajante. 
E. coli enteropatogênica clássica (EPEC): Elas não formam toxinas, mas elas invadem o intestino, casam dano celular, levando ao quadro de diarreia com sangue e muco, a disenteria, onde será encontrado leucócitos nas fezes, dor, contração abdominal, febre. Diferentemente da Epec ela desencadeia uma resposta inflamatória.
E. coli enterohemorrágica (EHEC): Causa diarreia hemorrágica, inflamação, não vai encontrar leucócitos nas fezes, mas causa hemorragia por causa de uma toxina chamada verotoxina, que age no intestino semelhante a toxina da Shigella. Estão associadas as epidemias de hamburgueres mal cozidos de lanchonetes. Alguns sorotipos, como a 0157 podem causar a síndrome hemolítica urênica, foram identificados receptores dessa toxina no epitélio dos rins, que pode explicar o envolvimento renal, essa cepa não se restringe somente a uma infecção intestinal, alguma pessoas possuem receptores para essa toxina nos rins, e se a pessoa tomar antibiótico é que vai ativar mais ainda a possibilidade de desenvolver esse problema, por isso que não é recomendado por essa infecção por E.coli tomar antibiótico nos três primeiros dias. 
E. coli enteroinvasora (EIEC): Invade a mucosa do intestino, no interior das células as bactérias podem lisar o vacúolo endocítico, multiplicando-se e invadindo as células adjacentes, causando destruição e invasão. A enteroinvasora desencadeia uma resposta inflamatória. 
Há mais de 50 antígenos O, 50 antígenos H os flagelares, 90 antígenos capsulares e as várias combinações entre esses antígenos resultam em mais de mil tipos antigênicos de E. coli. 
O tratamento para E. coli é através de antibióticos não é indicada nas diarreias, entretanto a administração das sulfas, como a sulfametoxazol pode diminuir a duração dos sintomas, porque são diarreias autolimitadas, no intestino, dificilmente elas são extraintestinais. 
Salmonella é uma bactéria mais perigosa, o meio de cultura é transparente por ter lactose, ela é lactose negativa, mas produz o gás sulfídrico H2S que reage com o ferro dando um pigmento preto, a Salmonella pode aparecer transparente ou pode aparecer preta produzindo H2S. Então, ela é uma bactéria que não fermenta lactose, produz H2S, tem flagelos peritríquios, sobrevivem a congelação em água por períodos prolongados e é resistente a substância químicas, que geralmente inibe o crescimento dos coliformes fecais, por exemplo esses desinfetantes que utilizamos não matam a Salmonella. 
A patogenia e patologia: A forma de contaminação é por via oral através da ingestão de bebidas e bebidas contaminadas, ovos, no caso dos ovos que são porosos as bactérias podem facilmente contaminar, por fezes de animais, há vários animais que liberam Salmonella por fazer parte de sua flora normal. A dose infectante é importante porque se entrar em contato com pequena quantidade o sistema imune é capaz de inibir, mas se entrou em quantidade o sistema imune não consegue inibir esses micro-organismos. 
Os sintomas são febre entérica ou as enterocolites que são as dores de barriga que são as infecções intestinais infecções intestinais. A febre tifoide é cauda por Salmonella typhi, que ocorre quando o micro-organismo é ingerido, ao chegar no intestino, ela consegue sobreviver do ácido do estômago, vai para o intestino e é absorvida para vários órgão, como vesícula biliar, fígado, baço, ou seja ela causa uma bacteremia ela cai na corrente circulatória, causando outros sintomas como febre, a pessoa pode se tornar um hospedeiro, eliminando pelas fezes sem necessariamentedesenvolver a doença, a febre tifoide. Geralmente se contrai pela ingestão de água contaminada, ela requer o uso de antimicrobianos (febre tifoide). 
A infecção intestinal causada por outras espécies de Salmonella, ela surge de 8 a 48 horas após a ingestão, diferente da Staphylococcus aureus que desencadeia a infecção de 1 a 8 horas depois da ingestão de algo contaminado. Os sintomas da infecção intestinal é náuseas, vômito, febre, fezes com poucos leucócitos, sem muco, sem sangue, não requer antibiótico, exceto em crianças e idosos. 
 O diagnostico laboratorial: Da febre tifoide pode ser feito através da cultura do sangue, uma hemocultura, principalmente na primeira semana que ela está mais presente na corrente circulatória, a medida que passa o tempo ela se instala nos órgãos, as hemoculturas precisam ficar 7 dias encubadas e a leitura deve ser feita todo dia. A reação de Widal, é um teste que se faz para pesquisar anticorpos contra os antígenos O e H da Salmonella (typhi e paratyphi), o kite vem o antígeno da Salmonella o O e H aí é pego o soro do paciente e mistura pra ver se tem os anticorpos. Para as enterocolites é feito a cultura de fezes, semeando em ágar EMB, no ágar SS (Salmonela, Shigella) e a bactéria que crescer, vai verificar se ela é lactose negativas e produtora de H2S, já E.coli é lactose positiva, as Shigellas também são lactoses negativas mas elas não produzem gás sulfídrico e outra diferença é que a Salmonella possui bastante flagelos, altamente móveis.
 As Shigellas são imóveis, elas podem ficar no intestino grosso do homem e vão provocar disenteria bacilar Mas todas as enterobactérias fermentam glicose todas o tubo embaixo ficará amarelo, a dose infectante é de 200 micro-organismos, já são suficientes para causar uma infecção, produz exotoxina, que provoca um abscesso por danificar a mucosa do intestino, necrosa a mucosa, causando dor abdominal, fezes com muco e sangue. Se for branda não precisa tomar antibiótico, mas depende da gravidade. 
Fibrocólera, a cólera é causada por ingestão de alimentos contaminados, principalmente frutos do mar, com ostras. Para que ocorra a infecção deve ter a ingestão de cerca de 1 bilhão de micro-organismos. Não é todo Fibrocólera que vai causar a cólera, só vai causar a cólera o micro-organismo que tiver sido contaminado por um vírus chamado bacteriófago, e ele vai injetar o material genético da doença dentro da bactéria e essa bactéria que for lisogenisada por bacteriófago é que vai ter a capacidade de transmitir a cólera. Onde o micro-organismo se multiplica secreta uma toxina, as fezes com característica de “água de arroz”, a disenteria é muito forte, há muitas perda de eletrólitos, dores abdominais não vão ocorrer tanto, o sintomas estão mais associados a desidratação e a perda de eletrólitos, podendo desenvolver até problemas cardíacos, renais, a taxa de mortalidade é de 40% sem antibiótico, o meio de cultura é o ágar TCBS. 
Campylobacter cresce na temperatura de 42° C é difícil de se encontrar no laboratório porque a estufa sempre fica a 35, 37°C. É uma bactéria presente nas fezes dos animais domésticos, cabra galinha, cachorro. Causa uma infecção intestinal, com diarreia aquosa, sangue e dores abdominais fortes, o maior problema da campylobacter é a infecção chamada de síndrome de guillain-barré, que causa paralisia neuromuscular, afeta o cérebro, ao ser contaminado por a bactéria e seu organismo vai formar anticorpos para essa bactérias mas tem algumas estruturas do nossos cérebro, alguns neurônios que tem uma estrutura semelhante a Campylobacter, que podem atacar as estruturas cerebrais, destruindo esses neurônios, que leva a síndrome de guillain-barré, uma doença autoimune atribuídas aos anticorpos formados para Campylobacter, por reação cruzadas com os antígenos dos neurônios

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