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Neoplasia trofoblástica gestacional (NTG) Conceito Qualquer blastoma que se origina do tecido de revestimento das vilosidades coriais Classificação Mola hidatiforme (completa ou parcial) Mola invasora (corioadenoma destruens) Coriocarcinoma Tumor trofoblástico do sítio placentário Mola hidatiforme Conceito Degeneração hidrópica das vilosidades coriônicas, acompanhadas de hiperplasia dos elementos trofoblásticos Degeneração hidrópica em consequência do processo neoplásico do trofoblasto, caracterizada pela hiperplasia, anaplasia e poder invasor Incidência Grandes variações de país a país Rara no Oriente 1:80 a 1:2000 gestações > em população pobre (má nutrição) 2/3 dos abortamentos espontâneos Recidiva é incomum Patologia Macroscopicamente Pequenas vesículas translúcidas, cheias de líquido claro, semelhantes à “cachos de uva” ou hidátides Microscopicamente Proliferação trofoblástica (da hiperplasia a anaplasia) Degeneração hidrópica do estroma Vascularização ausente ou deficiente Existem 2 tipos de mola MACROSCOPICAMENTE MICROSCOPICAMENTE EXISTEM 2 TIPOS DE MOLA Pietra Rosa TXIX Completa Parcial Mola completa Mais frequente Grandes vesículas Ausência de feto e de âmnio Em 90% tem cariótipo 46XX, edema generalizado das vilosidades, hiperplasia trofoblástica grosseira, níveis elevados de hCG-beta e maior probabilidade de transformação em coriocarcinoma (2,5%) Em 10% é decorrente da dispermia Mola parcial Pequenas vesículas hidrópicas (até 5 mm), entremeadas por tecido trofoblástico normal Existência de feto e/ou âmnio Raramente evolui para as formas malígnas Cariótipo geralmente triplóide (69XXX e 69XXY) 2 n de origem paterna 1 n de origem materna Etiologias da mola completa e parcial Quadro clínico Hemorragia Comum desde o 2º mês Indolor Sem causa aparente De repetição Intensidade progressiva (aumentando a cada novo surto) Corrimento No entremeio das hemorragias Amarelado, mesclado a sangue Emissão de vesículas Assinatura da mola HEMORRAGIA CORRIMENTO EMISSÃO DE VESÍCULAS Surge no começo do trabalho de abortamento Anemia Em consequência das perdas sanguíneas Determina palidez Descoramento das mucosas Astenia Taquicardia Baixa da hematimetria e do hematócrito Sinais tóxicos Náuseas e vômitos repetidos, incessantes > 20 semanas > incidência de toxemia gravídica Palpação Aumento uterino desproporcional à IG Entre a 8ª e a 12ª semanas, o FU ultrapassa a CU Entre 18 e 20 semanas, enche o epigástrio Aumento diário de 1 cm (retenção de coágulos) Se a hemorragia aumenta, o útero diminui e, começa novamente a crescer, lentamente (útero em sanfona) Útero mole, pastoso e depressível Ausculta Rara as molas embrionadas Em geral, negativa Toque Moleza extrema do colo Não há rechaço fetal Evolução para o abortamento, com hemorragias profusas, emissão de vesículas e expulsão completa ou parcial da massa ovular degenerada Exames complementares Ultra-som Pequenas áreas sonolucentes, que correspondem as vesículas Na MC há ausência de SG e do embrião, o Doppler-colorido não mostra fluxo intratumoral, apenas peritrofoblástico Cistos tecaluteínicos > 5 cm em mais de 40% dos casos Dosagem de hCG-beta Valor complementar ao US Normalmente níveis > 100.000 mUI/ml Prognóstico 80% tem evolução benigna Contracepção pelo período de 1 ano 20% se malignizam: 18% transformam-se em corioadenoma destruens 2% sofrem degeneração coriocarcinomatosa ANEMIA SINAIS TÓXICOS PALPAÇÃ O AUSCULTA TOQUE ULTRA-SOM DOSAGEM DE Hcg-BETA Fatores de risco para a NTG persistente N=214 mulheres com Mola Hidatiforme Completa Esvaziamento uterino de 1980 a 2001 Seguidas semanalmente com avaliação clínica e hCG Estudou-se Parâmetros epidemiológicos (idade, antecedentes obstétricos, raça e tipagem sanguínea) Indicadores de volume e agressividade da doença (volume uterino, presença de cistos tecaluteínicos e dosagem sérica de hCG-beta) Resultados Ausência do fator Rh (OR de 2,3) Todos os indicadores de volume e agressividade da doença estiveram associados ao risco de DTGP: A presença de pelo menos um destes achados mostrou S=82% e VPP de 35,1% (OR de 4,8) A regressão logística identificou AU > IG e os níveis de hCG como fator de risco para NTGP (OR de 4,1 e 5,5) Conclusão Os sinais de Hiperplasia do trofoblasto apresentam boa sensibilidade na predição de DTGP, no entanto o baixo VPP impede que se empreguem estes fatores para selecionar pacientes que não necessitariam de seguimento na forma realizada atualmente e impede também a seleção com precisão de casos com indicação de QTX profilática Mola invasora Mola invasora ou corioadenoma destruens Conceito NTG que invade a parede uterina e produz metástases em órgãos distantes Difere dos coriocarcinomas pela regressão que pode experimentar, e das molas, pelo caráter invasor exaltado e metastatizante Forma intermediária do blastoma Incidência Rara 1:12.500 gestações A maioria dos casos têm antecedentes de mola hidatiforme Quadro clínico/ diagnóstico Evolução tumultuada Metrorragias, subinvolução uterina e infecções Frequentemente, curetagens repetidas não coíbem o sangramento e não negativam os teores de hCG O US com Doppler proporcionam imagens sugestivas de MI O diagnóstico de MI é feito no seguimento pós-molar: Exame clínico Exame hormonal ESTUDOU-SE RESULTADOS CONCLUSÃO O DIAGNÓSTICO DE MI É FEITO NO SEGUIMENTO PÓS-MOLAR Anátomo-patológico US com Doppler colorido caracteriza a DTG persistente localizada, após o esvaziamento molar (IR< 0,40) Prognóstico Pode transformar-se em coriocarcinoma A ocorrência de morte se deve por complicações abdominais, perfurações, traumatismos operatórios e pelas metástases, onde a gravidade provém da obstrução vascular de certos órgãos, como o SNC Coriocarcinoma É a forma maligna da NTG, que pode surgir após qualquer tipo de gestação; excepcionalmente, origina-se de teratomas Incidência 1:14.000 a 1:160.000 gestações normais 1:15.000 abortamentos 1:5.000 prenhezes ectópicas 1:40 molas hidatiformes 50% da mola hidatiforme 25% do abortamento 22,5% da gestação normal 2,5% da prenhez ectópica Patologia Em geral, enche a cavidade uterina, podendo irromper ou não, no peritônio Às vezes, está circunscrito ao miométrio, sem atingir a mucosa, sendo impossível o DX através da curetagem O exame histológico não revela vilosidades e o trofoblasto é bem anaplásico Na maioria das vezes explodem metástases que se processam, via sanguínea, para os pulmões, vagina, cérebro e fígado Quadro clínico/ diagnóstico História de gravidez recente, especialmente molar Útero permanece aumentado e com sangramento persistente Os valores de hCG não se negativam Quando o coriocarcinoma não foi precedido de MH, o diagnóstico fica mais difícil, pois a sintomatologia pode ocorrer muito tempo após a gestação normal Sinais provenientes das metástases: Hematêmese Lesões pulmonares aos Raios-X Sinais de dano cerebral Hemorragia intra-abdominal Lesões vaginais Tumor trofoblástico do sítio placentário É constituído de trofoblasto intermediário Pode ser benigno ou exibir alta malignidade SINAIS PROVENIENTES DE METÁSTASES Diagnosticado longo tempo após a última prenhez conhecida Níveis de hCG baixos Responde melhor à cirurgia que à QTX Estadiamento da NTG Estadiamento clínico-patológico da FIGO Sistema de contagem da FIGO Baixo risco: = ou < 6 Alto risco: = ou > 7 Tratamento da NTG Tratamento da mola hidatiforme Dilatação e esvaziamento Aspiração a vácuo Os cistos tecaluteínicos têm tratamento expectante Histerectomia Eventual Aconselhada em pacientes que não queremmais conceber Quando presente grande tumor uterino Sepse Intensa hemorragia Segmento pós-molar Indispensável o seguimento da MH após o seu esvaziamento, em face da possibilidade de malignização ESTADIAMENTO CLÍNICO-PATOLÓGICO DA FIGO SISTEMA DE CONTAGEM DA FIGO DILATAÇÃO E ESVAZIAMENTO HISTERECTOMIA Clínica, US, radiológica e hormonal Exame clínico Semanalmente Volume uterino e dos anexos Surpreender possíveis metástases vaginais Involução completa em 5 semanas Sinal favorável: retorno da menstruação Sinais de malignização: Útero aumentado Metrorragia persistente Ovários policísticos Ultra-sonografia Praticada semanalmente: Involução uterina Involução dos cistos tecaluteínicos Exames radiológicos Raio-X do tórax mensal: Surpreender metástases assintomáticas Exame hormonal É o mais importante: O título do hCG dá idéia exata da quantidade e da vitabilidade do trofoblasto remanescente O protocolo não utiliza a QTX enquanto a taxa de hCG-beta está decrescendo, em exames seriados semanais Protocolo Diagnóstico da NTG persistente Após MH Aumento do hCG ou estabilização (platô) por 3 semanas US pode mostrar tumor uterino disseminado pelo miométrio Mola invasora TTSP Coriocarcinoma Após abortamento não molar, gravidez ectópica ou de termo O coriocarcinoma deve ser sempre considerado em pacientes com sangramento anormal Níveis elevados de hCG US pode mostrar tumor no miométrio Raio-X: meta pulmonar EXAME CLÍNICO ULTRASONOGRAFIA EXAMES RADIOLÓGICOS EXAME HORMONAL PROTOCOLO APÓS MH APÓS ABORTAMENTO NÃO MOLAR, GRAVIDEZ ECTÓPICA OU DE TERMO Diagnóstico das metástases Fundamental estabelecer sua presença Locais mais comuns: Pulmões Vagina Em casos de Raio-X negativo, a TC revela meta em 40% US para avaliar tumor uterino Exames de imagem do cérebro e do fígado Cirurgia adjuvante Cirurgias de metástases para melhorar o quadro clínico Pulmonar: toracotomia Cerebral: craniotomia Gastrintestinal: obstrução ou perfuração Hepática: hemorragia Vaginal: exérese Radioterapia Pouco utilizada Quando há meta cerebral Quimioterapia QTX simples na NTG não-metastática e na metastática de baixo risco Metotrexato com resgate de ácido folínico (MTX-FC), por 5 dias com intervalo de 7 a 14 dias entre as séries As séries serão repetidas até a negativação do hCG-beta Se ao fim de 4 séries não houver remissão: QTX combinada NTG metastática de alto risco Poliquimioterapia: EMA-CO Resumo do tratamento LOCAIS MAIS COMUNS CIRURGIAS DE METÁSTASES PARA MELHORAR O QUADRO CLÍNICO QTX SIMPLES NA NTG NÃO-METASTÁTICA E NA METASTÉTICA DE BAIXO RISCO NTG METÁSTÁTICA DE ALTO RISCO Prognóstico da NTG 80% das MH apresentam remissão espontânea após o esvaziamento 20% malignizam-se O tratamento adequado consegue colocar em remissão completa 100% das formas não-metastáticas 90 a 100% das metastáticas de baixo-risco 45 a 65% das metastáticas de alto-risco Aconselhamento após o parto Mínimo de 6 meses para a mola Mínimo de 1 ano para a NTG persistente 2 anos para as formas metastáticas outras que não as do pulmão Gestações subsequentes Gravidez normal é a regra Mulheres com NTG persistente tem risco acrescido de gestação molar subsequente de 1 a 4% A QTX não eleva o risco de anomalia fetal
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