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Apostila Endo 1

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO 
 
 
 
 
 
 
 
GUIA DA DISCIPLINA DE ENDODONTIA I 
Profa. RENATA PEREIRA GEORJUTTI 
Prof. RODRIGO ANTÔNIO DE FARIA 
COLABORADORA: FERNADA LADICO MIURA 
 
UBERLÂNDIA-2016
ENDODONTIA – 
 
 
2 
1 OBJETIVO GERAL 
• Planejar, realizar e avaliar tratamento endodôntico com padrões técnicos e biológicos 
adequados. Treinamento laboratorial pré-clínico em dentes extraídos de origem humana 
e/ou de resina 
 
2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
1. Conhecer e utilizar instrumentos, técnicas e materiais de uso endodôntico. 
2. Realizar tratamento endodônticos radicais em dentes extraídos e montados em manequim, 
dentro das técnicas preconizadas. 
- Introdução ao estudo da endodontia (fases). 
- Anatomia dental de interesse endodôntico (morfologia da cavidade pulpar). 
- Biossegurança em endodontia. 
- Isolamento do campo operatório. 
- Abertura Coronária de dentes anteriores e posteriores. 
- Instrumental endodôntico. 
- Neutralização progressiva (Irrigação). 
- Odontometria. 
- Técnica clássica e escalonada. 
 -Medicação Intracanal e selamento provisório. 
- Obturação dos canais radiculares. 
- Instrumetação rotatória- limas Prodesign S. 
 
3 CRONOGRAMA 
• O cronograma das atividades teóricas e práticas, bem como das provas, será dado a 
conhecer na primeira aula de cada semestre letivo. 
 
 4 ORGANIZAÇÃO E NORMAS 
4.1 As aulas teóricas servirão como introdução e/ou complementação das aulas práticas. 
4.2 O horário inicial das aulas deve serrespeitado (Atrasos e interrupções perturbam as aulas). 
4.3 A chamada das aulas teóricas será realizada no ínicio das aulas. O aluno que não a 
responder, ou chegar após a chama de seu nome terá falta registrada. 
4.4 Durante as aulas teóricas é proibido fumar. 
4.5 Durante as aulas teóricas é proibido o uso de telefone celular. 
4.6 As aulas práticas no laboratório pré clínico têm por objetivo a retenção de dados, 
informações, hábitos e habilidades. Não é suficiente aprender. É necessário “TRABALHAR” o 
ENDODONTIA – 
 
 
3 
aprendizado, de modo a não esquec ê-lo. Por este motivo é indispensável preparar a aula prática, 
com estudos e esquemas. 
4.7 As aulas práticas iniciam no horário que está no cronograma de cada turma. O aluno que 
chegar após este horário, e depois da chamada, poderá trabalhar, sem, no entanto, ter sua 
frequência registrada, nesta aula do dia. 
4.8 As aulas práticas terão a duração necessária à conclusão da tarefa determinada para aquele 
dia. 
4.9 O uniforme mínimo exigido para as aulas práticas de laboratório é jaleco branco, roupa 
branca e sapato branco. 
4.10 Será obrigatório o uso de luvas descartáveis, máscaras, óculos para proteção e gorro (EPI). 
4.11 O aluno que não dispuser do uniforme ou de todo o material e/ou instrumental solicitado 
pela disciplina, organizado de acordo com a s orientações da mesma, poderá ser solicitado a se 
retirar de aula e terá registrado falta, e poderá ter nota 0 (zero) na atividade do dia. 
4.12 As tarefas desenvolvidas no laboratório devem ser feitas individualmente. 
 
5 MANUAL DE AULAS PRÁTICAS 
5.1 O manual prático de endodontia foi elaborado pelos professores da disciplina com o objetivo 
de auxiliar os alunos na execução das atividades práticas de laboratório. 
5.2 Sua utilização é obrigatória em todas as aulas práticas. 
5.3 Com a devida antecedência, leia o assunto da aula prática seguinte, consultando, para tanto, 
o cronograma do período. Isso o ajudará no aprendizado. 
 
6 AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA 
6.1 A media final da Disciplina de ENDODONTIA do 5° período (PRÉ-CLÍNICA) será atribuída 
levando-se em consideração: 
• Avaliações prévias. 
• Apreciação qualitativa dos trabalhos práticos. 
• Provas escritas. 
• Provas práticas. 
• Questionamentos durante as aulas. 
• Índice de responsabilidade. 
• Material, organização e conduta do aluno. 
• Guia da Disciplina de Endodontia com as fichas devidamente preenchidas. 
6.2 Provas escritas e práticas 
6.2.1 As provas serão realizadas para toda a turma, em datas antecipadamente determinadas. 
ENDODONTIA – 
 
 
4 
6.2.2 As provas escritas serão sempre referentes à matéria ministrada até aquela data e deverão 
ser respondidas à CANETA (respostas à lápis serão desconsideradas). 
6.2.3 As provas teóricas poderão incluir, além da matéria lecionada na Disciplina de Endodontia 
Pré-Clínica, os assuntos ministrados em Patologia, Radiologia e demais disciplinas que estão 
relacionados com a disciplina endodôntica. 
6.2.4 Não poderá prestar prova prática o aluno que não possuir todo o material e instrumental 
solicitados pela disciplina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
5 
SUMÁRIO 
 
 
FASES DO TRATAMENTO ENDODÔNTICO...............................................................................6 
MORFOLOGIA DAS CAVIDADES PULPARES E CANAL RADICULAR......................................8 
INSTRUMENTAL ENDODÔNTICO.............................................................................................25 
BIOSSEGURANÇA EM ENDODONTIA......................................................................................33 
ABERTURA CORONÁRIA DENTES ANTERIORES E POSTERIORES....................................35 
NEUTRALIZAÇÃO PROGRESSIVA...........................................................................................52 
ODONTOMETRIA.......................................................................................................................55 
TÉCNICA CLÁSSICA E ESCALONADA.....................................................................................58 
MEDICAÇÃO INTRACANAL.......................................................................................................61 
TÉCNICA DE OBTURAÇÃO – CONDENSAÇÃO LATERAL......................................................65 
INSTRUMENTAÇÃO ROTATÓRIA.............................................................................................71 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................................73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
6 
FASES DO TRATAMENTO ENDODÔNTICO 
 
Endodontia é a especialidade da odontologia responsável pelo estudo da polpa dentária, 
de todo o sistema de canais radiculares e dos tecidos periapicais, bem como das doenças que 
os afligem. Em casos de alterações por cárie, fraturas dentárias, trauma dentário, trauma 
ortodôntico, lesões endo-periodontais, necessidades protéticas e outras 
patologias endodônticas, o tratamento endodôntico (ou o tratamento de canal) está indicado, 
visando a manutenção do dente na cavidade bucal, e a saúde dos tecidos periapicais. 
O tratamento endodôntico consiste em variadas manobras técnicas que visam 
restabelecer a normalidade dos tecidos dentais, ou pelo menos manter a estrutura dura em seu 
alvéolo sem presença de inflamação ou infecção. Por isso, o tratamento de Canal é apenas uma 
parte deste, em que se baseia em remover todo o tecido, vivo ou não, da câmara pulpar e do 
sistema de canais radiculares presente nas raízes selando-os em seguida. 
 
• SEQUÊNCIA CLÍNICA DO TRATAMENTO ENDODÔNTICO: 
� Diagnóstico clínico-radiográfico 
� Abertura coronária 
� Desinfecção inicial 
� Odontometria 
� Preparo do canal radicular 
� Medicação intracanal 
� Obturação endodôntica 
Antes de iniciar a fase da Endodontia conhecida como biomecânica, instrumentação, 
limpeza e forma, ou ainda, preparo dos canais radiculares, o profissional deve planejar 
cuidadosamente o caso para não ser surpreendido durante a execução desta fase, que nada 
mais é que uma microcirurgia no interior dacâmara pulpar. 
As radiografias de diagnóstico, tomadas em várias angulações, permitem um estudo 
detalhado do dente que vai ser submetido ao tratamento endodôntico. O profissional atento deve 
observar muitas coisas, tais como: 
1- Diâmetro interno do canal: canal muito amplo, canal medianamente amplo, canal delgado, 
canal muito delgado. 
2- Direção do canal: reto, curvatura suave, curvatura acentuada, dilacerado, curva em "S". 
3- Acesso ao forame apical: livre, interrompido, presença de nódulos, reabsorções. 
4- Aspecto do ápice: completamente formado, incompleto, reabsorvido, afilado, indefinido. 
ENDODONTIA – 
 
 
7 
5- Região periapical: normal, espessamento da membrana periodontal, rarefação difusa, 
rarefação circunscrita. 
6- Corpo da raiz: presença de canais laterais, presença de lesões periodontais laterais, 
fraturas, trincos. 
Após essas observações, há condições de se classificar se o canal (ais) que vai (ão) ser(em) 
submetido(s) ao tramento endodôntico em: 
• I Canal Fácil de preparar: diâmetro observável, livre, com ápice formado, reto ou com 
curvatura suave. 
• II Canal relativamente fácil/difícil: diâmetro delgado, curvatura suave (de 25 a 40o), acesso 
difícil à região apical. 
• III Canal difícil de preparar: diâmetro delgado, angulação maior que 40o, dilacerados ou 
em forma de "S". 
• IV Canais que exigem cuidados especiais, por necessitarem, em seu preparo e obturação, 
o emprego de associações de técnicas, ou técnicas especiais: 
a) ápice incompleto, 
b) canais com perfurações, 
c) canais com reabsorções, 
d) canais de dentes que apresentam anomalias de desenvolvimento 
(Talon Cusps, Peg-Shaped, Dens Evaginatus e Dens invaginatus, raízes extras) 
f) Re-tratamento endodôntico, 
g) Instrumentos fraturados no interior do canal radicular. 
• Para melhor compreenção, a cavidade endodôntica pode ser preparada em duas 
fases: 
I- Abertura Coronária (cirurgia de acesso à câmara pulpar). 
II- Preparo Radicular (acesso ao canal radicular e sua instrumentação). 
 
ENDODONTIA – 
 
 
8 
MORFOLOGIA DAS CAVIDADES PULPARES E CANAL RADICULAR 
 
CAVIDADE PULPAR 
A polpa dentária, o único tecido mole do dente, está protegida no interior das estruturas 
calcificadas numa cavidade denominada cavidade pulpar. Esta é limitada pela dentina coronária 
e pela dentina radicular, reproduzindo a morfologia externa do dente. A cavidade pulpar está 
dividida em duas partes: câmara pulpar e canal radicular. 
Câmara pulpar: O número de faces que compõe a câmara pulpar depende do número de 
canais que o dente contém e do grupo dental a que pertence. Assim, a câmara pulpar dos 
incisivos e caninos portadores de apenas um canal tem 5 paredes: mesial, distal, vestibular, 
lingual ou palatina e incisal (teto da câmara pulpar). 
O teto da câmara pulpar dos pré-molares e molares é a sua face oclusal, enquanto que o teto 
da câmara pulpar dos dentes anteriores corresponde à sua face incisal. 
De modo geral, a câmara pulpar dos incisivos, caninos e pré-molares superiores localiza-se 
no centro do dente; já a dos pré-molares e molares inferiores, situa-se do centro para mesial. 
Com relação ao canal radicular, seu início confunde-se com o término da câmara pulpar nos 
dentes portadores de um canal (a nível do colo anatômico do dente) e nos dentes com mais de 
um canal começa no assoalho da câmara pulpar. 
 
CANAL RADICULAR 
A entrada dos canais radiculares são orifícios no assoalho da câmara pulpar que levam 
aos canais. O canal radicular acompanha mais ou menos a forma da raíz, afilando-se 
progressivamente a partir da câmara pulpar até o ápice radicular, onde se abre suavemente. 
O canal radicular é dividido, didaticamente, em três porções ou terços: cervical, médio e 
apical. O orifício de abertura do canal radicular no ápice ou próximo ao ápice radicular chama-se 
forame apical. Nessa região, o cemento ultrapassa a dentina de maneira que aí as paredes do 
forame são formadas por ele. A cavidade pulpar, na sua porção radicular (canal), pode 
apresentar, com frequência, ramificações ou fusões. 
 
ENDODONTIA – 
 
 
9 
PUCCI & REIG (1944) esquematizaram as ramificações e fusões dos canais radiculares 
e deram as seguintes designações: 1- CANAL PRINCIPAL- É o mais importante, esse canal 
passa normalmente pelo eixo dental e pode alcançar sem interrupção o ápice radicular. 
2- CANAL COLATERAL- Esse canal segue um percurso paralelo ao canal principal, 
podendo alcançar independentemente o ápice. Normalmente é menos calibroso que o canal 
principal. 
3- CANAL LATERAL- Esse canal liga o canal principal à superfície externa do dente. 
4- CANAL SECUNDÁRIO- Esse canal sai do canal principal na sua porção apical e termina 
na região peri-apical do dente. 
5- CANAL ACESSÓRIO- É o canal que deriva de um canal secundário e vai até à 
superfície externa do dente. 
6- INTERCONDUTO OU INTERCANAL- É um canal que coloca em comunicação os 
canais principais. Esse canal fica localizado em dentina, não atinge a região de cemento. 
7- CANAL RECORRENTE- é aquele que sai do canal principal e a ele volta, o trajeto é 
feito só em dentina. 
8- CANAIS RETICULARES- É o resultado do entrelaçamento de três ou mais canais que 
correm quase paralelamente, por meio de ramificações do intercanal, apresentando um aspecto 
reticulado. 
9- DELTAS- São múltiplas derivações que se encontram próximas do mesmo ápice e que 
saem do canal principal para terminar na zona apical. O canal principal, próximo ao ápice 
radicular, pode dar múltiplas derivações e terminar em forma de delta. 
 
a) Canal Principial; 
b) Canal Bifurcado/Colateral 
c) Canal Adventício/ Lateral (10,4%) 
d) Canal Secundario (16,4%) 
e) Canal Acessório (0,6%) 
f) Intercanal/ Interconduto (2,2%) 
g) Canal Recorrente (2,8%) 
h) Canais Reticulares 
i) Deltas Apicais (37,2%) 
j) Canal Cavo-Inter-radicular 
 
Referência: Manual de Endodontia Pré Clínica – UNESP – 2014 
ENDODONTIA – 
 
 
10 
Nos dentes molares, tanto inferiores quanto superiores, também pode ser observada uma 
série de canais que põe em contato a câmara pulpar com o ligamento periodontal, nas regiões 
de bifurcação e trifurcação. Esses canais recebem o nome de canais Cavo-interradiculares. 
Na verdade, conforme acabamos de analisar, o tratamento endodôntico é complexo, pois os 
dentes não apresentam um único canal, mas sim um SISTEMA DE CANAIS RADICULARES 
• Classificação dos canais radiculares (DE DEUS, 1992) 
Classe I: amplo, mediano ou ligeiramente constrito reto ou com curvatura gradual discreta (< 25º) 
acessível à região apical com a lima #15. 
 (Lopes e Siqueira Júnior, 2010) 
Classe II: constrito curvatura gradual acentuada (26 a 40º) acesso à região apical dificultado, 
penetração da lima #10 com dificuldade. 
(Lopes e Siqueira Júnior, 2010) 
Classe III: mediano ou constrito curvatura acentuada (41 a 70/90º) acesso difícil com a lima #08 
e às vezes com #06. 
(Lopes e Siqueira Júnior, 2010) 
 
ENDODONTIA – 
 
 
11 
Anatomia Interna Central Superior 
 
 Aspecto anatômico do ICS – 21 Anatomia radiográfica 
 
 
 Situação do ICS no arco dentário Inclinação em ângulos 
 
 
 
ICS nas vistas vestibular e proximal 
 
 
� Terço apical: forma circular 
� Terço médio: forma ovalada, com o lado 
maior para o vestibular 
� Terço cervical: forma cônica triangular, 
com base para o vestibular 
� Número e forma radicular: raiz única, 
forma triangular com ápice rombo 
ENDODONTIA – 
 
 
12 
Anatomia Interna Lateral Superior 
 
 Aspecto anatômico do ILS – 22 Anatomia radiográfica 
 
 
Situação do ILS no arco dentário Inclinação em ângulos 
 
 
ILS nas vistas vestibulare proximal 
 
� Terço apical: forma circular 
� Terço médio: forma ovalada, com discreto 
achatamento proximal 
� Terço cervical: forma cônica triangular, 
com base para o vestibular 
� Raiz única, forma cônica triangular com 
base voltada para vestibular e com ligeiro 
achatamento proximal 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
13 
Anatomia Interna Canino Superior 
 
 Aspecto anatômico do CS – 23 Anatomia radiográfica 
 
 
Situação do CS no arco dentário Inclinação em ângulos 
 
 
CS nas vistas vestibular e proximal 
 
 
� Terço apical: forma circular 
� Terço médio: forma ovalada, com discreto 
achatamento proximal 
� Terço cervical: forma cônica triangular, com 
base para o vestibular 
� Raiz única, forma cônica triangular de base 
para vestibular e achatamento mésiodistal 
 
ENDODONTIA – 
 
 
14 
Anatomia Interna Primeiro Pré Molar Superior 
 
 Aspecto anatômico do 1º PMS– 24 Anatomia radiográfica 
 
 
 Situação do 1º PMS no arco dentário Inclinação em ângulos 
 
 
1º PMS nas vistas vestibular e proximal 
 
 
� Terço apical: Condutos em forma circular 
totalmente separados 
� Terço médio: Condutos em forma circular 
separados por uma ponte de dentina 
� Terço cervical: Dois condutos de forma 
elíptica, unidos por um pequeno istmo 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
15 
Anatomia Interna SegundoPré Molar Superior 
 
Aspecto anatômico do 2º PMS– 25 Anatomia radiográfica Inclinação em ângulos 
 
 
2º PMS com 1 Canal, nas vistas vestibular e proximal 
 
 
� Terço apical: Forma elíptica ou circular 
� Terço médio: Forma elíptica, alongada de 
vestibular para palatino 
� Terço cervical: Conduto de forma elíptica 
alongada de vestibular para palatino, com 
achatamento proximal 
 
 
 
2º PMS com 2 Canais, nas vistas vestibular e proximal 
 
� Terço apical: Condutos em forma circular 
totalmente separados 
� Terço médio: Condutos em forma circular 
separados por uma ponte de dentina 
� Terço cervical: Dois condutos de forma 
elíptica, unidos por um pequeno istmo 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
16 
Anatomia Interna Primeiro Molar Superior 
 
 Aspecto anatômico do 1º MS– 26 Anatomia radiográfica 
 
 
 Situação do 1º MS no arco dentário Inclinação em ângulos 
 
 
1º. MS, nas vistas vestibular e proximal (mesial) e transversais 
� Terço apical: Forma elíptica ou 
circular para todos canais 
� Terço médio: Forma elíptica, 
alongada de vestibular para palatino 
e Ovalar ou circular para o DV e 
Palatino 
� Terço cervical: 
o MV - Forma de vírgula para 1 
canal e "oitoide" para 2 canais 
o DV - Ovalar ou circular 
o P - Ovalar ou circular 
ENDODONTIA – 
 
 
17 
Anatomia Interna Segundo Molar Superior 
 
 Aspecto anatômico do 2º MS– 27 Anatomia radiográfica 
 
 
 Situação do 2º MS no arco dentário Inclinação em ângulos 
 
 
2º. MS, nas vistas vestibular e proximal (mesial) e transversais 
 
� Terço apical: Forma elíptica ou 
circular para todos canais 
� Terço médio: Forma elíptica, 
alongada de vestibular para 
palatino e Ovalar ou circular para o 
DV e Palatino 
� Terço cervical: 
o MV - Forma de vírgula para 1 
canal e "oitoide" para 2 canais 
o DV - Ovalar ou circular 
o P - Ovalar ou circular 
ENDODONTIA – 
 
 
18 
Anatomia Interna Incisivo Central Inferior 
 
 Aspecto anatômico do ICI– 31 Anatomia radiográfica 
 
 
 Situação do ICI no arco dentário Inclinação em ângulos 
 
 
ICI nas vistas vestibular e proximal 
 
 
� Terço cervical, médio e apical: forma 
elipsóide com achatamento proximal 
� Número e forma radicular: raiz única, forma 
elipsóide com achatamento proximal, 
podendo determinar a presença de dois 
canais: vestibular e lingual 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
19 
Anatomia Interna Incisivo Lateral Inferior 
 
 Aspecto anatômico do ILI– 32 Anatomia radiográfica 
 
 
Situação do ILI no arco dentário Inclinação em ângulos 
 
 
ILI nas vistas vestibular e proximal 
 
 
� Terço cervical, médio e apical: forma 
elipsóide com achatamento proximal 
� Número e forma radicular: raiz única, 
forma elipsóide com achatamento 
proximal, podendo determinar a presença 
de dois canais: vestibular e lingual 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
20 
Anatomia Interna Canino Inferior 
 
 Aspecto anatômico do CI– 33 Anatomia radiográfica 
 
 
Situação do CI no arco dentário Inclinação em ângulos 
 
 
CI nas vistas vestibular e proximal 
 
 
� Terço cervical: Forma ovalada com base 
para vestibular e achatamento proximal 
� Terço médio: Forma ovalada com base 
para vestibular e achatamento proximal, 
porém de menor calibre que o cervical 
� Terço apical: Forma circular 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
21 
Anatomia 1º Pré Molar Inferior 
 
 Aspecto anatômico do 1º PMI– 34 Anatomia radiográfica 
 
 
Situação do 1º PMI no arco dentário Inclinação em ângulos 
 
 
1º PMI nas vistas vestibular e proximal 
 
� Terço cervical: forma ovalada com 
base para vestibular (ou elíptica, 
devido achatamento proximal, 
podendo determinar a bifurcação do 
conduto e mesmo da raiz) 
� Terço médio: forma ovalada, porém 
de menor calibre que o cervical 
� Terço apical: forma circular 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
22 
Anatomia 2º Pré Molar Inferior 
 
 Aspecto anatômico do 2º PMI– 35 Anatomia radiográfica 
 
 
Situação do 2º PMI no arco dentário Inclinação em ângulos 
 
 
2º PMI nas vistas vestibular e proximal 
 
� Terço cervical: forma ovalada com 
base para vestibular (ou elíptica, 
devido achatamento proximal, 
podendo determinar a bifurcação do 
conduto e mesmo da raiz) 
� Terço médio: forma ovalada, porém 
de menor calibre que o cervical 
� Terço apical: forma circular 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
23 
Anatomia 1º Molar Inferior 
 
 Aspecto anatômico do 1º MI– 36 Anatomia radiográfica 
 
 
Situação do 1º MI no arco dentário Inclinação em ângulos 
 
 
1º MI nas vistas vestibular e proximal 
 
� Terço Cervical: Condutos com 
forma elíptica e achatamento 
proximal 
� Terço médio: Condutos com forma 
discretamente elíptica 
� Terço apical: Condutos em forma 
circular 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
24 
Anatomia 2º Molar Inferior 
 
 Aspecto anatômico do 2º MI– 37 Anatomia radiográfica 
 
 
Situação do 2º MI no arco dentário Inclinação em ângulos 
 
 
2º MI nas vistas vestibular e proximal 
 
� Terço Cervical: Condutos com 
forma elíptica e achatamento 
proximal 
� Terço médio: Condutos com forma 
discretamente elíptica 
� Terço apical: Condutos em forma 
circular 
 
 
 
ENDODONTIA –25 
INSTRUMENTAL ENDODÔNTICO 
 
 
 INSTRUMENTAL ENDODÔNTICO 
• Padronização dos instrumentais endodônticos 
 
ENDODONTIA – 
 
 
26 
 
Os instrumentos endodônticos são confeccionados seguindo medidas padronizadas em 
relação à cor do cabo, numeração, diâmetro e comprimento da parte ativa. As principais 
características dos instrumentos são: 
1. A parte ativa do instrumento apresenta o diâmetro D0 e o diâmetro D16, 
correspondendo à ponta e ao fim da parte ativa, respectivamente. 
2. O número do instrumento corresponde ao diâmetro da ponta da parte ativa (D0), 
expressa em centésimos de milímetro. 
3. São construídos em aço inoxidável. 
4. Apresentam cabo plástico colorido. 
5. O comprimento da parte ativa é sempre 16 mm, independente do comprimento do 
instrumento. 
6. Há um aumento de 0,32 mm no diâmetro de D0 para o diâmetro de D16. 
7. São fabricados nos comprimentos: 21, 25 e 31mm. 
8. Há um aumento no diâmetro D0 de 0,5mm até o instrumento número 60. Depois, o 
aumento do D0 é de 0,10mm, até o número 140. 
9. Os instrumentos são divididos em séries: Especiais, 1ª Série, 2ª Série e 3ª Série. 
 
ESQUEMA DE MEDIDA DE INSTRUMENTOS 
 
ESPECIAL 
 DIÂMETRO (mm) COR 
 D0 D16 
06 0,06 0,38 Rosa 
08 0,08 0,40 Cinza 
10 0,10 0,42 Roxo 
 
1ª SÉRIE 
 DIÂMETRO (mm) COR 
 D0 D16 
15 0,15 0,47 Branco 
20 0,20 0,52 Amarela 
25 0,25 0,57 Vermelho 
30 0,30 0,62 Azul 
ENDODONTIA – 
 
 
27 
35 0,35 0,67 Verde 
40 0,40 0,72 Preto 
 
2ª SÉRIE 
 DIÂMETRO (mm) COR 
 D0 D16 
45 0,45 0,77 Branco 
50 0,50 0,82 Amarela 
55 0,55 0,87 Vermelho 
60 0,60 0,92 Azul 
70 0,70 1,02 Verde 
80 0,80 1,12 Preto 
 
3ª SÉRIE 
 DIÂMETRO (mm) COR 
 D0 D16 
90 0,90 1,22 Branco 
100 1,00 1,32 Amarela 
110 1,10 1,42 Vermelho 
120 1,20 1,52 Azul 
130 1,30 1,62 Verde 
140 1,40 1,72 Preto 
 
 
O aumento de calibre na sequência dos instrumentos é de 0,05 mm do instrumento 
no 10 até o 60 e de 0,1 mm deste até o 140. 
 
 
 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
28 
Comprimentos: 
 
 
Instrumento Endodôntico Manuais de Aço Inox Secção Transversal: 
Limas tipo K (Ker) Limas tipo H (Hedströen) Limas tipo K flexíveis 
 
 
 
 
Broca Gates-Glidden: Haste fina com a parte ativa terminando em forma de chama ou 
pêra. Apresenta-se com comprimentos de 28 mm ou 32 mm e com diâmetro variando de 1 a 6. 
Utilizada para o desgaste compensatório e preparo dos canais. 
 
ENDODONTIA – 
 
 
29 
 
Broca 4083 e Endo Z Tronco-cônicas, diamantadas e pontas inativas. Utilizadas para o 
desgaste compensatório. 
 
 
Broca 4083 Broca Endo Z 
 
 Broca Esférica de Alta Rotação: Broca esférica, com a ponta ativa. Utilizada para a 
trepanação, e no desgaste compensatório da abertura coronária. Apresenta-se com 
comprimento de 19 mm e 25 mm e com diâmetro variando de 1/4 a 8. 
 
Broca Esférica de Baixa Rotação: Broca esférica, com a ponta ativa. Utilizada para a 
trepanação, e no desgaste compensatório da abertura coronária. Apresenta-se com 
comprimento de 22,5 mm e 28 mm e com diâmetro variando de 0 a 17. 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
30 
Espaçadores Digitais: São hastes lisas de forma cilíndrica cônica, utilizadas para a 
condensação lateral, durante a fase da obturação dos canais radiculares. 
 
 
 Limas Tipo Kerr: Parte ativa em forma de espiral de passos curtos. Cinemática de 
movimento: Introdução (A), rotação de ¼ a ½ volta (B) e tração com pressão lateral (C). 
 
 
Limas Tipo Hedströen: Parte ativa em forma de cones superpostos. Cinemática de 
movimento: Introdução e tração com pressão lateral. Muito útil em retratamento endodôntico. 
 
 
Limas Flexofile: Apresentam as mesmas características das limas tipo Kerr. Cinemática 
de movimento: Introdução (A), rotação de ¼ a ½ volta (B) e tração com pressão lateral (C). São 
ultraflexíveis. Muito utilizadas em canais curvos. 
 
 
Cones de Papel e Secagem dos Canais Radiculares 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
31 
Cones de Guta Percha – Obturação 
 
Cones de Guta Percha Principais – 1ª e 2ª série 
 
 
Cones de Guta Percha Secundários (MF, F, FM, M) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
32 
DISPOSIÇÃO DA MESA CLÍNICA PARA ATIVIDADES PRÁTICAS EM 
ENDODONTIA 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
33 
BIOSSEGURANÇA EM ENDODONTIA 
 
A Biossegurança por ser um conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias, 
equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes às atividades de 
pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem 
comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos 
desenvolvidos, é de fundamental importância em laboratórios de ensino e pesquisa. 
É obrigatório o uso de equipamento de proteção individual, por toda equipe de saúde 
bucal, para todos os procedimentos que envolvam manipulação de sangue, secreção 
corpórea, mucosa e pele de pacientes e qualquer superfície ou material contaminado. 
Gorro ou Touca: Cobrir totalmente orelhas e cabelos. Descartar ao final do turno ou em 
qualquer momento se estiverem sujos ou molhados por fluidos corpóreos. 
Avental descartável: Mangas compridas, punhos com elástico e abertura dorsal. Devem 
apresentar gramatura de no mínimo 20g. Descartar ao final do turno ou a qualquer momento na 
presença de sujidades ou umidades visíveis ou se sujos ou molhados por fluídos corpóreos ou 
aerossóis oriundos de procedimentos odontológicos. 
Máscara descartável: Usar as máscaras triplas, cobrindo a área da boca e nariz. Trocar 
a cada paciente e nunca deixar pendurada no pescoço. 
Protetores oculares: Usar durante a execução de qualquer tipo de atividade clínica. 
Desinfetar entre um atendimento e outro. Devem possuir vedamento periférico e boa adaptação 
ao rosto. 
Luvas descartáveis: Devem ser usadas durante a manipulação de sangue, mucosa, 
saliva ou pele de todos os pacientes, devendo ser trocadas e descartadas após o atendimento 
de cada paciente. Não encostar em superfícies não-desinfetadas. Para atendimento clínico 
devem ser de látex e descontaminadas. Para procedimentos cirúrgicos devem ser de látex 
resistente e esterilizadas, dentro do prazo de validade. 
Sobre-luvas plásticas: Utilizar sobre as luvas de procedimentos no ambiente clínico, 
apenas quando o auxiliar não estiver presente. 
Luvas de borracha resistentes: Utilizar para única finalidade de lavagem do instrumental 
e desinfecção de equipamentos. Desinfectar com álcool após uso e armazená-la em um 
recipiente próprio e separado para a mesma. 
 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
34 
CONSIDERAÇÕES GERAIS 
• Lavagem das mãos: Obrigatória para todos, alunos e professores. Utilizar sabonete 
líquido ao adentrar a clínica e entre um atendimento e outro. Secar as mãos com 
papéis descartáveis ou compressas estéreis. 
• Vacinação: Conforme preconizado pelo Programa Nacional de Imunização dos 
funcionários da área de saúde pela Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, 
apoiado pelo CRO/CFO. 
 
 
O aluno deverá trajar roupa e calçados brancos. No laboratório ou clínica é obrigatório o uso de 
avental manga longa descartável (1) ou TNT (2), óculos de proteção (3) máscara (4), luvas (5), 
sobre luvas (6) e gorro. 
ENDODONTIA – 
 
 
35 
ABERTURA CORONÁRIA DENTES ANTERIORES E POSTERIORES 
 
Normalmente, o dente submetido ao tratamento endodôntico está com um processo 
patológico e, portanto, causando um certo grau de desconforto. Entende-se por abertura 
coronária o ato de se estabelecer uma comunicação da cavidade pulpar com o meio externo, 
para possibilitaro tratamento endodôntico O uso de brocas acionadas por um motor de baixa 
rotação pode provocar vibrações que consistem em mais uma agressão aos ligamentos 
sensíveis. Isto não quer dizer que elas não são usadas, mas sim, chamar atenção para os casos 
de sensibilidade acentuada. Ao preparar uma cavidade endodôntica coronária, deve-se ter em 
mente os seguintes princípios: 
I – Ponto de eleição 
II – Direção de trepanação 
III - Forma de contorno 
IV - Forma de conveniência 
 
I-PONTO DE ELEIÇÃO – é o ponto de partida para o início do desgaste da estrutura dentária. 
Sendo determinado por um ponto localizado na superfície lingual dos dentes anteriores ou 
oclusal no caso de dentes posteriores. 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
36 
II- DIREÇÃO DE TREPANAÇÃO- é a angulagem que se deve dar à broca para que esta atinja 
a câmara pulpar, devendo-se respeitar a angulagem dos dentes na arcada. 
O acesso pode ser obtido com instrumentos de alta rotação. A broca ideal para a abertura 
coronária é a broca esférica (#2 ou #3 dependendo do tamanho do dente e das dimensões da 
câmara pulpar). Há os que preferem utilizar brocas tronco-cônicas para esta tarefa. Tudo vai 
depender da experiência do operador. 
A medida que o corte progride em direcão à câmara pulpar, é preciso ter em mente o eixo 
longitudinal da raiz. Ao ser atingida a câmara pulpar, usualmente, tem-se a sensação de cair no 
vazio. 
O operador deve raciocinar que as câmaras pulpares calcificadas não provocam a 
sensação de queda no vazio, portanto, chamamos atenção para um apurado exame da 
radiografia de diagnóstico, evitando assim surpresas desagradáveis. 
Quando a radiografia evidenciar um dente com câmara pulpar atresiada, o operador deve 
ficar atento e atuar com muito cuidado durante a cirurgia de acesso para verificar se está 
caminhando na direção correta.Uma vez atingida a câmara coronária, o passo seguinte consiste 
na remoção de todo o teto da mesma. 
A remoção do teto da câmara pulpar deve ser realizada com movimentos de varredura 
(de dentro para fora). A remoção do teto deve ser realizada com brocas sem corte na ponta Endo 
Z ou Diamendo acionadas por motor de alta rotação. 
O resultado deve ser uma câmara pulpar totalmente visível, com os pequenos orificios dos 
canais bem nítidos. Essas pequenas aberturas dos canais radiculares são os únicos caminhos 
para os forames apicais, distantes e existentes nas extremidades dos canais radiculares. 
III- FORMA DE CONTORNO- é realizada com a remoção do teto da câmara pulpar. O formato da 
cavidade corresponde à forma da câmara pulpar de cada elemento dental. Utiliza-se para tanto, uma 
broca com ponta inativa para se evitar desgaste indesejado. 
A forma de contorno da cavidade endodôntica deve ser corretamente configurada e 
posicionada de maneira a possibilitar acesso direto para a instrumentação, da margem da 
cavidade ao forame apical. A forma de contorno da cavidade endodôntica está intimamente 
relacionada com a anatomia interna do dente. Em virtude dessa relação interna-externa, o 
preparo endodôntico deve ser realizado de maneira inversa, ou seja, de dentro para fora do 
dente. Para se obter o preparo ideal, três fatores da anatomia interna devem ser considerados: 
a) Tamanho da câmara pulpar, 
ENDODONTIA – 
 
 
37 
b) Forma da câmara pulpar 
c) Número de canais e suas curvaturas 
 
Forma de contorno: nos incisivos, forma triangular com base voltada para a borda incisal. 
Caninos losangulares. Pré- molares superiores elípticos com eixo vestibulo palatino maior. Pré- 
molares inferiores elípticos. Molares superiores forma triangular com base para 
vestibular.Molares inferiores triangular, com base para mesial. 
 
IV- FORMA DE CONVENIÊNCIA- é o desgaste adicional que se realiza para que se consiga um 
acesso direto aos canais radiculares, sem interferência de projeções dentinárias. 
ENDODONTIA – 
 
 
38 
 
A forma de conveniência da cavidade endodôntica é realizada com os seguintes objetivos: 
a- Favorecer acesso livre ao orifício do canal 
b- Favorecer acesso direto ao forame apical 
c- Favorecer as técnicas de obturação 
d- Controle completo sobre os instrumentos endodônticos 
A forma de conveniência deve ser lembrada ao atuarmos nos incisivos inferiores, que 
podem apresentar dois canais e, um deles está situado na porção lingual. 
Nos molares superiores, a forma de conveniência deve ser executada, pois esses dentes 
podem apresentar dois canais na raiz mesiovestibular. Assim, a forma clássica triangular deve 
dar lugar a uma forma modificada. 
Os pré-molares, tanto superiores como inferiores, também podem apresentar canais 
extras, e, nesses casos, também se lança mão da forma de conveniência. 
Caninos inferiores com dois canais ou com duas raizes devem apresentar uma cirurgia de 
acesso com forma de conviniência aumentada no sentido vestíbulo-lingual, uma vez que o canal 
lingual está bem abaixo do cíngulo deste dente. Sharma (1994) preconiza a seguinte forma de 
conviniência para os caninos inferiores. 
Basicamente, a forma de conveniência é uma alteração da forma de contorno, com 
desgastes muito bem definidos, visando alcançar os objetivos citados acima. 
ENDODONTIA – 
 
 
39 
 
Forma de conveniência segue os mesmos padrões da forma de contorno, porém alguns 
desgastes nas paredes laterais da camâra pulpar deixam todos os canais visíveis. 
- REMOÇÃO DA DENTINA CARIADA 
O tecido cariado e as restaurações defeituosas remanescentes na cavidade endodôntica 
devem ser removidos por três razões básicas: 
1 - Eliminar mecânicamente, ao máximo possível, os microrganismos do 
interor do dente. 
2 - Evitar alteração de côr das estruturas dentinárias. 
3. - Impedir a penetração de saliva na cavidade (especialmente em cáries 
que se estendam da face externa para o interior da cavidade). 
• ABERTURA CORONÁRIA DE DENTES ANTERIORES SUPERIORES: 
Para realizar a cirurgia de acesso à câmara pulpar de dentes anteriores superiores, 
devemos seguir os seguintes passos: 
ENDODONTIA – 
 
 
40 
1- O acesso é sempre feito pela superfície lingual ou palatina dos dentes. A penetração inicial 
é feita exatamente no centro da face lingual, com a broca posicionada ligeiramente para 
incisal do cíngulo. 
2- O acesso inicial é feito com broca esférica (2 ou 3) em alta rotação, trabalhando em ângulo 
reto ao longo eixo do dente. 
3- Após atingir a câmara pulpar (queda no vazio), remover o teto da câmara dando forma à 
cavidade, que é ditada pela anatomia interna da câmara pulpar. A forma final da cavidade, 
nos incisivos superiores é triangular com base voltada para incisal e a do canino é oval 
com o longo eixo no sentido inciso-cervical. 
4- Após toda remoção do teto, alisar as paredes laterais da cavidade com brocas tronco-
cônicas diamantadas ou de aço sem ponta ativa. 
5- Uma vez concluída a abertura da cavidade, irrigar abundantemente com solução de 
hipoclorito de sódio na concentração escolhida. 
6- Visualizar o orifício do canal radicular. 
Ao realizar a cirurgia de acesso à câmara pulpar e ao canal radicular dos dentes anteriores 
superiores, o operador deve ter em mente as seguintes informações: 
1 - O incisivos centrais superiores tem alta incidência de raiz com curvatura para a vestibular. 
Como a radiografia projeta uma imagem bidimensional, os canais com curvaturas para a 
vestibular forneceram, sempre, uma imagem de canal reto. 
2- O incisivo lateral superior tem tendência para curvatura distal do terço apical de sua raiz. Esse 
dado deve estar previsto e analisado no exame radiográfico inicial. Uma vez constatada a 
curvatura apical, o ato de penetração ao canal radicular deve ser realizado com cuidado e com 
limas pré-curvadas. O incisivo lateral superior é o dente de maior incidência de Dens invaginatus 
e, portanto, o operadordeve estar sempre atento. 
3- O canino superior, devido ao seu grande comprimento, requer a utilização de instrumentos 
mais longos, do que os normalmente utilizados. Na maioria das vezes a porção apical apresenta-
se muito alongada e fina, exigindo redobrada atenção no preparo do canal, inclusive com cuidado 
especial na hora de se realizar a endodontometria. 
ENDODONTIA – 
 
 
41 
 
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• Preparo Endodôntico de Pré-Molares Superiores 
1- O acesso é sempre realizado através da face oclusal, em todos os dentes posteriores. O 
preparo inicial é feito com a broca paralela ao longo eixo do dente, no centro exato do sulco 
principal dos pré-molares superiores. A broca esférica (#2) acionada por meio de alta rotação é 
excelente para realizar este procedimento. 
2- Após atingir a câmara pulpar (queda no vázio), com movimentos de dentro para fora, ainda 
com broca esférica, remove-se o teto da câmara pulpar. Devido à forma da câmara pulpar e à 
localização da entrada dos canais radiculares, essa etapa deve visar principalmente a porção 
vetibular e palatina, evitando-se desta forma desgastes desnecessários nas porções proximais, 
ou seja, nas paredes mesial e distal. 
3- Após a remoção do teto, as paredes laterais da cavidade endodôntica devem ser alizadas com 
brocas tronco-cônicas sem ponta ativa, dando uma ligeira divergência para oclusal. 
4- A forma de contorno deve ser ovóide com maior diâmetro no sentido vestibulo-lingual. 
5- Toalete da cavidade com irrigação abundante. 
6- Localização dos orificios de entrada dos canais radiculares. 
ENDODONTIA – 
 
 
42 
Quanto ao número de raiz(es) o primeiro pré-molar pode apresentar alterações. DE DEUS 
(1986) observou, em sua pesquisa, a existência de 35,5 % de casos com uma só raiz e, PUCCI 
& REIG (1944) observaram 43,0%. No caso de existência de duas raízes, DE DEUS (1986) notou 
que 42% apresentavam raízes diferenciadas e 19% com raízes fusionadas. PUCCI & REIG 
(1944) observaram a presença de 21,9% de casos com duas raízes diferenciadas e 32,7% com 
raízes fusionadas. Ainda quanto ao número de raízes DE DEUS (1986) observou a presença de 
três raízes em 3,5% dos casos e PUCCI & REIG (1944) constataram a presença de três 
raízes em 2,4% dos casos. 
Quanto à cavidade pulpar, o primeiro pré-molar superior apresenta a câmara com formato 
ovóide, tendo o seu longo eixo no sentido vestíbulo-palatino. O diâmetro mésio-distal 
normalmente é bastante estreito devido principalmente à localização dos canais radiculares. O 
primeiro pré-molar superior possue, quase sempre, um canal vestibular e um canal palatino (ou 
lingual), mesmo quando a raiz é única. O canal vestibular é normalmente mais acessível. Quanto 
ao número de canais, é unanime em todos os trabalhos de pesquisa encontrados, que a maioria 
dos primeiros pré-molares superiores apresentem dois canais, independente do número de 
raízes. O dente pode apresentar uma única raíz e, no entanto, possuir dois ou mais canais. 
Quanto ao número de raízes, DE DEUS (1986) observou que 94,6% dos segundos pré-
molares analisados apresentavam uma só raiz. Já, quanto ao número de canais foi observado o 
seguinte: 53,7% com um canal 46,3% com dois canais. O profissional deve ficar atento, pois os 
segundos pré-molares superiores também podem apresentar-se com três raízes e três canais. 
 
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ENDODONTIA – 
 
 
43 
• Preparo Endodôntico de Molares Superiores 
Para a abertura coronária dos molares superiores deve-se observar os seguintes passos: 
1- O acesso é sempre feito através da superfície oclusal de todos os dentes posteriores. A 
penetração inicial é feito no centro exato da fossa principal mesial, com broca dirigida para o lado 
palatino (ou lingual), orientada buscando a entrada do canal palatino. 
2- De acordo com o tamanho da câmara, a broca esférica de comprimento normal e tamanho #2, 
3 é usada para a remoção do teto. 
3- Uma vez removido o teto da câmara pulpar, com explorador endodôntico, localiza-se os 
orifícios de entrada dos canais mesio-vestibular e disto-vestibular. 
4- O acabamento final e a divergência das paredes da cavidade é completado com brocas tronco-
cônicas sem ponta ativa. A forma final da cavidade, nos molares superiores é triangular de base 
voltada para vestibular. 
5- O preparo final possibilita acesso direto aos orifícios dos canais radiculares e deve permitir 
completa passagem dos instrumentos endodônticos. 
• Primeiro molar superior 
O primeiro molar superior é o mais volumoso dos molares superiores ele é tetracuspídico e 
triradicular. Normalmente ele apresenta três raízes diferenciadas, é raríssimo apresentá-las 
fusionadas. DE DEUS (1986), em sua pesquisa observou que 95% dos primeiros molares 
superiores apresentavam três raízes bem diferenciadas e 5% com raízes parcialmente 
fusionadas ou não bem diferenciadas. Há sempre duas raízes vestibulares (mesiovestibular e 
distovestibular) e uma raiz palatina. A raiz mesiovestibular é de maior diâmetro no sentido V-L 
do que a raiz distovestibular, e achatada no sentido M-D. Na maioria das vezes essa raíz 
apresenta uma curvatura voltada para distal. 
Segundo PECORA et al (1991) essa curvatura ocorre em 89,5% dos primeiros molares 
infeiores. A raíz distovestibular tem a forma cônico piramidal, podendo, algumas vezes, 
apresentar curvatura voltada para mesial, que segundo PECORA et al (1991), ocorre em 54,6% 
dos casos. Nesse mesmo trabalho PECORA et al encontraram as raízes dos primeiros molares 
posicionadas de forma diferente. 
ENDODONTIA – 
 
 
44 
A câmara pulpar é ampla, acompanha a forma externa da coroa do dente. A câmara prolonga-
se mais no sentido V-L e é mais estreita e mais curta no sentido M-D. Devemos ter em mente 
que com o processo evolutivo, com a idade, e com a presença de cáries ou restaurações, a 
câmara pulpar desse dente também sofre grandes variações de forma e volume. Quanto ao 
número de canais, a raiz mesiovestibular, na maioria das vezes, apresenta dois canais estreitos 
e por vezes pouco acessíveis. Geralmente, esses dois canais fundem-se na proximidade do 
ápice. 
DE DEUS (1986) observou, quanto ao número de canais, que o primeiro molar superior 
apresenta a seguinte situação: 30% dos casos com três canais e 70% dos casos com quatro 
canais. Esse quarto canal pode ser bem diferenciado e terminar com forame independente em 
32,8% dos casos e 37,2% dos casos apresentar dois canais que se unem, terminando em um 
único forame. As raízes distovestibular e palatina apresentam, cada uma, um único canal. O 
canal distovestibular é estreito e o canal palatino é amplo. A não localização e, portanto, o não 
tratamento do quarto canal pode conduzir ao insucesso do tratamento endodôntico. 
Quanto ao número de raizes, DE DEUS (1986) observou que os segundos molares superiores 
se apresentavam da seguinte forma: 55% com três raízes separadas 10% com três raízes 
parcialmente fusionadas 10% com três raízes totalmente fusionadas 25% com fusionamento 
entre duas raízes, diferenciadas ou não. Para ver os achados de PECORA et al (1991) com 
relação às raízes dos segundos e terceiros molares superiores. De modo geral, o segundo molar 
superior é menor do que o primeiro molar superior em todas as suas dimensões. Quanto ao 
número de canais, eles são semelhantes aos primeiros molares superiores, podendo ter três ou 
quatro canais. Quando o quarto canal está presente, ele está situado na raiz mesiovestibular. 
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ENDODONTIA – 
 
 
45 
 
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• Abertura coronária dos dentes anteriores inferiores: 
Para a cirurgia de acesso à câmara pulpar dos dentes anteriores inferiores e para o preparo da 
cavidade endodôntica, devem-se observar os seguintes passos: 
1- O acesso é sempre feito através da superfície lingual de todos os dentes anteriores.A 
penetração inicial é feita no centro exato da face lingual. 
2- A entrada inicial é preparada com broca esférica de alta rotação, em contra-ângulo refrigerado, 
operando em ângulo reto com o longo eixo do dente. 
3- Manter a ponta da broca na cavidade central e dirigir a peça de mão na direção incisal, de 
modo que a broca fique paralela ao longo eixo do dente. O esmalte e a dentina são biselados no 
sentido incisal. 
4- Uma vez atingido a câmara pulpar (queda no vazio), remover o teto da cavidade com broca 
esférica, com movimentos de varredura de dentro para fora. 
• Incisivo inferior 
O incisivo central inferior apresenta uma só raiz, mas quanto ao número de canais a situação 
é diferente. O achatamento no sentido mesio-distal da raiz pode ser tão pronunciado que o canal 
pode ficar bifurcado parcial ou totalmente. Ocorrendo essa bifurcação quase sempre na parte 
mais larga, o canal se divide em um ramo vestibular e outro lingual, que normalmente se unem 
novamente, formando um único forame. DE DEUS (1986) analisando os incisivos centrais 
ENDODONTIA – 
 
 
46 
inferiores obteve os seguintes dados: 73,4% com canal único, com um forame. 23,4% com dois 
canais e um único forame. 3,2% com dois canais e dois forames. 
A incidência de dois canais nos incisivos centrais inferiores chama atenção, pois o não 
tratamento de um deles pode acarretar, indubitavelmente, o insucesso da terapia endodôntica. 
Para evitar o dissabor do insucesso, sugerimos que, diante desses dentes, se dê mais atenção 
à radiografia de diagnóstico. A radiografia de diagnóstico, nestes casos, não deve ser tomada de 
modo ortoradial mas sim, com modifiacação de angulação horinzontal, Técnica de Clark. Pode-
se ainda, como PECORA et al (1984), utilizar a técnica de ALMEIDA (1953), ou seja, a 
dicotomografia. 
O incisivo lateral inferior apresenta uma só raiz mas, quanto ao número de canais DE 
DEUS(1986) observou que 34,6% apresentavam um único canal e um único forame e, 15,4% 
apresentavam dois canais e um único forame. Como a anatomia do Incisivo lateral inferior é 
semelhante à do incisivo central inferior, os cuidados para o tratamento endodôntico são os 
mesmos. 
PECORA et al (1989) estudaram a anatomia interna de 634 incisivos inferiores, sendo 300 
incisivos centrais e 334 incisivos laterais, por meio de diafanização e constataram o seguinte: 
68% dos incisivos centrais inferiores apresentavam um canal e um forame; 29,7% apresentavam 
dois canais e um único forame e, 2,3% por cento apresentavam dois canais e dois forames. 
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ENDODONTIA – 
 
 
47 
• Canino Inferior 
O canino inferior apresenta quase sempre uma raiz mas, não raro apresenta uma divisão de 
forma bífida. DE DEUS (1986) encontrou 94% dos caninos com uma raiz e 6% com duas raízes. 
O canal radicular dos caninos apresenta maior diâmetro no sentido vestíbulo-lingual. 
Segundo De DEUS (1986), 88,2% dos caninos apresentam um só canal e, 2,3% apresentam 
com dois canais e um único forame e, 9,5% apresentam com dois canais e dois forames. 
• Preparo Endodôntico dos Pré-molares inferiores 
Para preparar a cavidade endodôntica dos pré-molares inferiores, devemos observar os 
seguintes passos: 
1- O acesso é sempre feito através da superfície oclusal. A abordagem inicial é feita no centro 
exato do sulco central, e a broca dirigida paralelamente ao longo eixo do dente. 
2- A broca esférica (#1 ou 2) de comprimento normal é usada verticalmente, para entrar na 
câmara pulpar (queda no vazio), e a seguir, para remover o teto da cavidade. 
3- Um explorador endodôntico é usado para localizar o canal. 
4- As paredes da cavidade devem ser alisadas e a divergência para oclusal deve ser observada. 
A divergência das paredes é dada com brocas ou pontas diamantadas tronco-cônicas, sem ponta 
ativa . 
Quanto ao número de raízes, DE DEUS (1986) observou que 82% dos primeiros pré-
molares inferiores apresentavam uma única raiz e 18%, apresentavam duas raízes. Os dados 
encontrados por PUCCI & REIG (1944) são os seguintes: 84,4% com uma única raiz, 5% com 
duas raizes 10,6% com três raízes não diferenciadas. 
Quando o primeiro pré-molar inferior apresenta um único canal, o tratamento do mesmo é 
facilmente realizado mas, nos casos de bifurcações, as dificuldades aumentam. O importante é 
diagnosticar o problema pela radiografia inicial e, desde o preparo da cavidade, tomar os 
cuidados necessários para facilitar o tratamento. Um dos cuidados consiste em dar à cavidade 
uma boa forma de conveniência para facilitar a instrumentação dos canais. 
• Segundo Pre-molar inferior 
ENDODONTIA – 
 
 
48 
Quanto ao número de raízes: 92% com uma raiz 4% com duas raízes unidas até o terço 
médio 4% com duas raízes totalmente fusionadas. Quanto ao número de canais, o segundo pré-
molar inferior tem a seguinte distribuição. 
PECORA et al (1989) estudaram a anatomia interna e o comprimento dos pré-molares 
inferiores humanos. Para esse estudo os autores investigaram a anatomia interna de 215 
primeiros pré-molares inferiores e 207 segundos pré-molares inferiores, por meio da 
diafanização. Concluiram que a incidência de dois canais nos primeiros pré-molares inferiores é 
muito alta, ou seja, 27,45% (22,33% com dois canais e dois forames e 5,12 com dois canais e 
um forame) e 0,46% apresentaram-se com três canais e três forames. A incidência de dois canais 
no segundo pré-molar inferior é de 9,67% (5,32% com dois canais e dois forames, 4,35% com 
dois canais e um forame e 0,46% com três canais e três forames. 
• Preparo Endodôntico dos Molares Inferiores 
1- O acesso é sempre feito através da superfície oclusal em todos os dentes posteriores. A 
penetração é feita no centro exato do sulco principal, com a broca voltada para a direção distal, 
buscando a embocadura do canal distal. 
2- De acordo com o tamanho da câmara, a broca esférica (# 3,4 ou 5) é usada para atingir o 
interior da câmara pulpar. A broca deve ser dirigida para o orifício do canal distal. Onde existe 
maior espaço na câmara. Quando a câmara é alcançado, tem-se a sensação de uma ‘queda no 
vazio’. Caso a câmara esteja bem calcificada, a penetração deve ser realizada com muito 
cuidado para evitar perfuração do assoalho da câmara pulpar Uma vez atingida a câmara pulpar, 
o trabalho com a broca é no sentido de dentro para fora, com o objetivo de remover o teto da 
cavidade. 
3- A sonda exploradora é usada para localizar os orifícios dos canais distal, mésio vestibular e 
mésio lingual. 
4- Com broca tronco-cônica sem ponta ativa, é realizado o alisamento das paredes, dando ligeira 
divergência às mesmas, em direção oclusal. 
5- Preparo final possibilita livre acesso aos orifícios do canal, facilitando a completa passagem 
dos instrumentos dilatadores. 
6- Forma de contorno trapezoidal. 
ENDODONTIA – 
 
 
49 
Quanto ao número de raízes, o primeiro molar inferior apresenta 94,7% dos casos com 
duas raízes diferenciadas e, 5,3% com três raízes, de acordo com PUCCI & REIG (1944). Esse 
dente é o maior dos molares inferiores e, em geral, o mais volumoso dos dentes humanos. Ele é 
pentacuspidado e biradicular, na maioria dos casos. 
As raízes, com base comum, são na maioria das vezes uma distal e outra mesial. Ambas 
as raízes possuem sulcos longitudinais, sendo os mais profundo os da raiz mesial. A raiz distal, 
muitas vezes, é ligeiramente mais curta e mais reta em comparação com a raiz mesial. Quando 
o primeiro molar inferior apresenta uma terceira raíz, esta é a disto lingual. Quando o primeiro 
molar inferior possui dois canais (8%), um é mesial e outro distal. Quando apresenta três canais 
(56%), há dois canais na raiz mesial e um na raiz raiz distal. Os dois canais da raiz mesial 
apresentam as seguintes variações: 33,3% com dois canais diferenciados e com dois forames 
20,0% com dois canais unindo-seao nível do terço apical, com um forame 2,7% com dois canais 
unindo-se ao nível do terço médio da raiz, com um forame. 
Quando o primeiro molar inferior apresenta quatro canais, dois estão na mesial e dois na 
raiz distal. O segundo molar inferior apresentam, na maioria das vezes os mesmos problemas 
do primeiro molar inferior, tanto quanto ao número de raizes como de canais. 
Rocha et al (1996) estudaram a anatomia externa e interna de 628 molares inferiores, 
primeiros e segundos e observaram: 1- Os primeiros molares inferiores com duas raízesestavam 
presentes em 93,1% dos casos; 1,7% apresentavam raízes fusionadas e 5,2% apresentavam 
com três raízes. No que diz respeito aos segundos molares inferiores a incidência foi de 84,1% 
com duas raízes, 15,9% com raízes fusionadas e 1,5% com três raízes. 2- Quanto ao número de 
canais, os primeiros molares inferiores apresentavam do seguinte modo: 6,5% com dois canais; 
32,4% com três canais e 21,1% com quatro canais. Os sengundos molares inferiores 
apresentavam-se com dois canais em 23,0% dos casos, 66,5% com três canais e 10,5% com 
quatro canais. 
 
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ENDODONTIA – 
 
 
50 
ABERTURA CORONÁRIA 
1. Radiografia inicial 
2. Isolamento do campo operatório 
Abertura coronária 
ISOLAMENTO: Grampos 
 209 e 00 – raiz; 
 P1 e P2 – molar fraturado; 
 W8A – molar coroa fraturada; 
 
26-200-205-14 – molar; 
206-209 – pré molares; 
 210-212 – incisivos e caninos 
 
ANATOMIA BÁSICA DA COROA PARA ABERTURA CORONÁRIA 
 
DENTES ANTERIORES SUPERIORES DENTES ANTERIORES INFERIORES 
 
 
 
DENTES PRÉ MOLARES SUPERIORES DENTES PRÉ MOLARES INFERIORES 
 
 
 
DENTES MOLARES SUPERIORES 
 
 
 
DENTES MOLARES INFERIORES 
ENDODONTIA – 
 
 
51 
INFORMAÇÕES ANATOMIA DENTÁRIA 
 
Incisivo central superior 
1 conduto = 100% 
Comprimento médio = 22,60 
Incisivo central inferior 
1 conduto = 73,4% 
2 condutos = 26,6% (V e um L) 
Limar conduto para V e para L não tentar unir 
Incisivo lateral superior 
1 conduto = 97% 
2 condutos = 3% 
Curvatura para distal no terço apical da 
raiz 
Incisivo lateral inferior 
1 conduto = 84,6% 
2 condutos = 15,4% 
 
Canino superior 
1 conduto = 100% 
Comprimento médio = 27,20 
Canino inferior 
1 raiz e 1 conduto = 88,2% 
1 raiz e 2 condutos = 2,3% 
2 raízes e 2 condutos = 9,5% 
Câmara pulpar acompanha o achatamento M-D e 
alargamento V-L (barriga) 
1º Pré molar superior 
1 conduto = 8,3% 
2 condutos = 84,2% 
3 condutos = 7,5% (anatomia do molar) 
1º Pré molar inferior 
1 conduto = 66,6% 
2 condutos = 31,3% 
3 condutos = 2,1% 
Radiografia quando é 2 ou 3 condutos fica 
embaçada na apical 
2º Pré molar superior 
1 conduto = 53,7% 
2 condutos = 46,3% 
2º Pré molar inferior 
1 conduto = 89,3% 
2 condutos = 10,7% 
1º Molar superior 
4 condutos = 70% 
3 condutos = 30% 
Não há canal da ponta de esmalte para 
distal 
1º Molar inferior (5 cúspides) 
2 condutos = 8% 
3 condutos = 56% 
4 condutos = 36% 
Canal distal quando só tem 1 mais amplo se tiver 2 
menos amplo 
2º Molar superior 
3 condutos = 50% (VD, MV e P) 
4 condutos = 50% (VD; MV, MP e P) 
2º Molar inferior 
2 condutos = 16,2% 
3 condutos = 72,5% (MV, ML e D) 
4 condutos = 11,3% (MV, ML, DV e DL) 
3º Molar superior 
1 conduto = 10,5% 
2 condutos = 11,9% 
3 condutos = 57,5% 
4 condutos = 19,0% 
5 condutos 1,1% 
3º Molar inferior 
1 conduto = 5% 
2 condutos = 63,3% 
3 condutos = 27,8% 
4 condutos = 3,9% 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
52 
NEUTRALIZAÇÃO PROGRESSIVA/ PENETRAÇÃO DESINFETANTE 
 
• Limpeza: Consiste na eliminação de irritantes como os subprodutos de microrganismos 
e tecido pulpar vivo ou mortificado e outro qualquer componente orgânico ou inorgânico, 
presente no interior do canal. 
 
• Desinfecção: Consiste na eliminação de agentes patogênicos. 
 
As substâncias químicas são consideradas auxiliares, justamente por colaborarem para o 
processo de limpeza do sistema de canais. Elas são empregadas no interior do canal, e 
desempenham papel fundamental no preparo químico cirúrgico. A ação das substâncias 
químicas associada à dos instrumentos endodônticos favorece a sanificação do sistema de 
canais radiculares por apresentar determinadas propriedades como: facilitar a ação dos 
instrumentos; auxiliar na remoção das raspas de dentina e restos orgânicos e inorgânicos e 
também apresentar propriedades bactericidas. 
A necrose pulpar é o resultado final das alterações inflamatórias da polpa dental. O tipo 
mais comum de necrose pulpar é a gangrena. A decomposição proteica da polpa pode resultar 
nos seguintes tóxicos: gas sulfídrico, amônio, ptomainas, CO2 e H2O. Os produtos intermediários 
dessa decomposição protêica são: indol, escatol, putrecina e cadaverina. O odor desagradável 
característico dos canais necrosados advem desses produtos. 
Os microrganismos predominantes na necrose pulpar e nas alterações periapicais são as 
bactérias anaeróbias (Bacteróides e os Fusobacterium). As bactérias anaeróbias mais 
comumente encontradas são: Bacteroides gengivalis, Bacteroides intermedium e Bacteroides 
endodontalis. 
Ao penetrar em um canal radicular contaminado, você deve tomar todo cuidado para não 
levar, por meio dos instrumentos, os produtos tóxicos para a região periapical (extrusão via 
ápice). 
Um dente com polpa necrosada pode ou não apresentar manifestações periapicais e, 
estas, podem ser do tipo agudo ou crônico. Você estudará isto com mais detalhe no capítulo do 
Diagnóstico das periapicopatias. 
Então, para realizar o tratamento endodôntico de um dente que apresente canais 
contaminados, o cuidado deve ser grande para evitar complicações pós-operatórias, que 
consiste na agudização de situações crônicas ou produzir lesões agudas onde não existia nada. 
Os americanos usam o termo Flare up para designar a agudização que surge, 
principalmente, entre as sessões de tratamento de canais radiculares. 
ENDODONTIA – 
 
 
53 
Apesar de todo cuidado, o Flare up pode ocorrer pela simples mudança de pressão 
durante a abertura de uma câmara pulpar de um dente contaminado. 
Tenha em mente que a área que você vai atuar está contaminada e qualquer descuido 
pode provocar extrusão de produtos tóxicos e bactérias para a região periapical. Esse ato 
operatório é delicado e exige atenção e muita concentração. Procuraremos, aqui, relatar modos 
de realizar a penetração desinfetante: 
 
PPaassssooss:: 
• Abertura coronária correta. Caso a câmara já esteja aberta ou exposta, corrige os erros 
de abertura. 
• Isolamento absoluto e desinfecção do campo. 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
54 
• Irrigação abundante com hipoclorito de sódio. 
• Após a irrigação abundante, localize a entrada do canal radicular com lima #10 e avançe 
terço a terço em direção apical, irrigando sempr. 
• Recue aproximadamente 2 mm do CDR (comprimento do dente na radiografia) como 
medida de segurança. 
 
• A radiografia de diagnóstico dará a você uma idéia do comprimento aparente do dente. 
Esse comprimento não é o real, mas serve para iniciar o tratamento. Desse modo você 
reduzirá a possibilidade de erro. Essa medida será seu comprimento provisório de 
trabalho. 
 
 CDR -2mm= comprimento aparente. -
ENDODONTIA – 
 
 
55 
ODONTOMETRIA 
 
 Realizado o preparo radicular, obteve-se um acesso direto ao canal radicular, permitindo 
um posicionamento adequado das limas, possibilitando atingir a região apical do canal de forma 
direta e sem interferências. 
Com o alargamento prévio de entrada do canal, torna-se possível introduzir e posicionar 
a agulha para propiciar uma irrigação do canal de forma efetiva e odontometria. 
Entende-se por odontometria como sendo o procedimento que visa determinar o 
comprimento do dente para se estabelecera extensão da instrumentação. 
 
I. Odontometria em dentes unirradiculares 
1) Na radiografia de diagnóstico, meça o comprimento do dente (com régua milimetrada) 
desde a borda incisal ou ponta de cúspide até o ápice radicular. 
2) Dessa medida, diminua dois milímetros. 
3) Demarque essa medida numa lima tipo Kerr nº 08, 10 ou 15. Para isso, coloque o 
limitador de penetração, deslizando-o pelo instrumento, até obter a medida desejada. Cuide para 
que o limitador fique perpendicular à lâmina do instrumento. 
4) Introduza o instrumento 08, 10 ou 15 no canal até que o limitador encoste suavemente 
na borda incisal ou ponta da cúspide.Fixe o instrumento nessa posição, se necessário, colocando 
algodão na câmara pulpar e radiografe. 
5) De posse da radiografia, estime o comprimento do dente. Para tanto, observe a 
distância entre a ponta do instrumento e o ápice radicular. No caso de o instrumento não ter 
alcançado o ápice, a medida do dente será a do instrumento mais a distância que falta para ele 
ficar a 1,0mm do ápice, no caso de ele aparecer a 1,0mm do ápice, a medida da odontometria 
será a mesma de no caso de ultrapassar o ápice, a medida do dente será a do instrumento, 
menos o que ultrapassou. 
 
II. Odontometria em dentes multirradiculares 
Para medir o comprimento na radiografia inicial dos pré–molares, tome como ponto de 
referência a cúspide mais saliente que é a vestibular e a raiz mais curta que é a palatina. No 
caso de molares superiores, tome como base a raiz mésio-vestibular, pois a palatina se 
apresenta com distorção. No molar inferior tome como base a raiz mesial. 
Se o dente apresentar raiz curva, considerar uma linha reta que vai da cúspide de 
referência até a ponta da raiz em questão. 
Utilize, preferencialmente, como ponto de referência, a cúspide V para os pré–molares e 
ENDODONTIA – 
 
 
56 
a MV para os molares superiores ou inferiores. Proceda como foi descrito nos itens 1 a 4 e 
coloque o instrumento, de preferência o número 15, no canal MV (molares) ou V (pré–molares). 
Escolha mais dois instrumentos de número 15 com mesmo comprimento, do cabo à 
extremidade ativa daquele anteriormente colocado no canal. 
Introduza esses instrumentos nos demais canais, fazendo com que seus cabos fiquem no 
mesmo nível. 
Radiografe, cuidando para que os raios X incidam com um ângulo horizontal para mesial 
nos pré–molares superiores, para distal nos molares inferiores e ortorradialmente nos molares 
superiores. 
Somente remova os instrumentos depois de verificar se a radiografia está correta. Remova 
o instrumento que tem o limitador de penetração com cuidado para não deslocar os demais. 
Confira a medida, inclusive as referências dos limitadores. A remoção deverá ser feita puxando–
o pelo cabo. Anote as medidas na ficha!!!! 
 
• Interpretação da radiografia 
Quando os raios-X incidem pelo lado mesial, o canal ou instrumento que está no lado palatino 
ou lingual, dirige–se para mesial. Quando os raios-X incidem do lado distal, o canal ou 
instrumento que está no lado palatino ou lingual dirige–se para a distal. Se mesializar a tomada 
radiográfica, a raiz palatina se desloca para mesial, se distalizar a tomada radiográfica, a raiz 
palatina se desloca para distal. 
ENDODONTIA – 
 
 
57 
Para saber se a radiografia foi mesializada ou distalizada, podemos verificar alguns itens, 
como por exemplo: Tome como ponto de orientação a asa do grampo. Aquela que está mais 
próxima do ápice é a asa colocada no lado palatino e a que está mais próxima da coroa é a asa 
vestibular. Verifique para que lado se dirigiu a asa palatina. Se ela dirigiu para distal, significa 
que a radiografia foi distalizada e, se ela está para mesial, significa que a radiografia foi 
mesializada. Outra referência importante a considerar está relacionada com a nitidez da imagem. 
Se a radiografia é obtida com ângulo normal, o osso medular e os contornos radiculares são 
nítidos em ambos os lados do dente interessado; se a radiografia é mesializada, o osso medular 
e contornos radiculares são nítidos no lado mesial, porém distorcidos e com pouca nitidez no 
lado distal; se a radiografia é distalizada, o osso medular e os contornos radiculares serão nítidos 
no lado distal, mas distorcidos e com pouca nitidez no lado mesial. 
No arco superior: incisivo central (23,7mm); incisivo lateral (23,1mm); canino (27,3mm); 
primeiro pre-molar (22,3mm); segundo pre-molar (22,3mm); Primeiro molar (22,3mm); segundo 
molar (22,2mm). 
No arco inferior: incisivo central (21,8mm); incisivo lateral (23,3mm); canino (26,0mm); 
primeiro pre-molar (22,9mm); segundo pre-molar (22,3mm); Primeiro molar (22,0mm); segundo 
molar (21,7mm). 
 
Podem ocorrer 3 situações: 
 
a) Instrumento aquém do vértice apical (O instrumento ficou 2mm aquém do vértice) 
b) Instrumento no vértice apical (O intrumento ficou no vértice apical) 
c) Instrumento além do vértice apical (O instrumento ultrapassou 1mm o vértice apical) 
 
Obs: Se a distância da ponta do instrumento até o ápice for maior que 3 mm, ajustar o instrumento 
em mais 2mm e repetir a radiografia. 
 
ENDODONTIA – 
 
 
58 
PREPARO APICAL – TÉCNICA CLÁSSICA E ESCALONADA 
 
Após o estabelecimento da odontometria, inicia-se o preparo do terço apical. 
 
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Para um melhor entendimento desta fase do tratamento, alguns termos devem ser 
assimilados: 
• Diâmetro Anatômico do Canal 
• Diâmetro Cirúrgico do Canal 
• Lima Inicial 
• Lima Final 
• Lima memória 
• Batente Apical 
• Técnica clássica de instrumentação 
• Técnica escalonada de instrumentação 
 
Lima Final: é a última lima utilizada no preparo do canal, quando a técnica de instrumentação é 
a técnica clássica ou convencional de instrumentação. Esta lima também é considerada como 
lima memória na técnica escalonada. Para a determinação da lima final, realiza-se a progressão 
da instrumentação de maneira gradativa e será finalizada após a utilização de pelo menos três 
instrumentos além do inicial. 
 
Batente Apical: A progressão na instrumentação entre a lima inicial e a lima memória resulta na 
formação do batente apical, que representa um degrau apical, limitando a porção instrumentada 
do canal e o seu extremo apical. 
 
ENDODONTIA – 
 
 
59 
BATENTE APICAL 
 
Técnica clássica de instrumentação: Na técnica clássica, todas as limas utilizadas, ou seja, 
da inicial até a final deverão trabalhar na extensão toda do canal, obedecendo ao comprimento 
de trabalho determinado na odontometria. Atualmente ela não deve ser utilizada na sua 
plenitude. Essa técnica, na verdade, representa o segmento inicial da técnica escalonada que 
vai da lima inicial até a lima memória. 
 
Técnica escalonada de instrumentação: 
• Após a neutralização progressiva, fase III e determinação da odontometria, escolher o 
instrumento inicial, que deverá ser aquele que se adaptar melhor ao diâmetro anatômico 
do canal, no limite apical de instrumentação. 
• Progredir na instrumentação até determinar o batente apical. A progressão em canais 
curvos deve se restringir às limas de menor calibre (25 ou 30, sendo esta lima considerada 
o instrumento memória). 
O ideal é que a limagem ocorra somente até que seja possível acomodar a lima de tamanho 
imediatamente superior ou no caso de ser a última lima, até que esta possa ser retirada com 
folga. 
• O preparo é feito recuando-se 1,0 mm do comprimento de trabalho ao substituir a lima por 
outra de calibre imediatamente superior. Se a lima chega ao seu correto comprimento sem 
se prender à dentina, é o momento de substituí-la. Dessa maneira a partir da lima memória 
se inicia o escalonamento das limas com recuo progressivo programado. 
Após o uso de cada lima é de suma importância a recapitulação com o instrumento memória em 
toda a extensão do comprimento de trabalho,juntamente com uma irrigação abundante, para 
assegurar e manter o canal desimpedido. 
• As numerações das limas inicial e memória dependerão da anatomia do dente, podendo 
variar entre diferentes dentes ou para um mesmo dente, dependendo da raiz. Durante a 
instrumentação, é importante manter a irrigação do canal. No preparo do terço apical, é 
bom lembrar que a agulha de irrigação deverá estar posicionada no interior do canal, 
próxima do terço apical. Durante a irrigação a agulha deverá ficar solta na luz do canal 
para propiciar o refluxo da solução irrigante que será aspirada. 
 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
60 
 
 
EXEMPLO 
 
 
Cuidados necessários para se evitar acidentes durante a instrumentação manual: 
 
1. As limas são instrumentos descartáveis, portanto devem ser renovados constantemente. 
Principalmente as de número 08 – 10 e 15. 
2. As limas do tipo K pode ser intercalada em algum momento da instrumentação com as do tipo 
Hedströen. Por exemplo: lima 25 do tipo K > lima 25 do tipo H > lima 30 K. 
3. Obter acesso direto das limas aos canais. As limas devem penetrar nos canais em linha reta. 
4. Desde o início da instrumentação, ao se detectar curvatura no canal, deve-se encurvar o 
instrumento, dirigindo sua ponta no sentido da mesma. 
5. Evitar ao máximo o desgaste excessivo nas paredes do canal voltada para a região de furca 
nos dentes multirradiculares. Essa área é considerada como zona de risco na instrumentação. 
6. Em caso de encontrar resistência, os instrumentos não devem ser forçados. 
7. A dilatação do canal deve ser realizada de tal modo que todas as paredes circundantes sofram 
desgaste. 
8. Os tecidos periapicais não devem ser traumatizados. 
ENDODONTIA – 
 
 
61 
9. Os restos teciduais ou de qualquer outra natureza, não devem ser forçados através do forame 
apical. 
10. Instrumentos finos devem preceder os mais grossos, em ordem de sequência. 
MEDICAÇÃO INTRACANAL/ CURATIVO DE DEMORA 
 
A infecção do sistema de canais radiculares só é controlada de forma eficaz após o 
completo preparo químico-mecânico, a aplicação de uma medicação intracanal adequada e a 
realização da obturação tridimensional. 
O uso da medicação intracanal não substitui a fase de limpeza química (soluções 
irrigantes) e mecânica (limas) do canal radicular, mas serve como um auxílio no tratamento 
endodôntico, potencializando o processo de limpeza e favorecendo a reparação tecidual. 
Uma das principais propriedades que um medicamento endodôntico deve possuir é ação 
antimicrobiana, tendo potencial de destruir microrganismos. Por permanecer por tempo mais 
prolongado no interior do canal radicular, o medicamento tem maiores chances de atingir áreas 
não afetadas pela instrumentação. Além disso, por preencher totalmente o canal, o medicamento 
impede o suprimento de substratos, na forma de fluidos teciduais, para as bactérias que 
sobreviveram após a instrumentação. 
Além da ação antibacteriana eficaz, o medicamento dever ter ação prolongada, sem ser 
citotóxico e agir pelo contato, permitindo um controle adequado da profundidade de atuação. 
 
Razões para o emprego da medicação intracanal: 
1. Promover a eliminação de bactérias que sobreviveram ao preparo químicomecânico; 
2. Impedir a proliferação de bactérias que sobreviveram ao preparo químico-mecânico; 
3. Atuar com barreira físico-química contra reinfecção entre as sessões do tratamento; 
4. Reduzir a inflamação nos tecidos ao redor da raiz (reduzindo com isso a dor, um dos sinais da 
inflamação); 
5. Neutralizar produtos tóxicos; 
6. Controlar a exsudação persistente (o que pode ser feito pela medicação de três maneiras: 
inibindo a resposta inflamatória, absorvendo o exsudato pela ação higroscópica ou eliminando a 
causa, as bactérias). 
 
 
Várias substâncias têm sido recomendadas para utilização no interior do sistema de 
canais radiculares entre sessões de tratamento, dentre elas podemos citar: 
ENDODONTIA – 
 
 
62 
� Paramonoclorofenol canforado (PMCC); 
� Formocresol ou Tricresol Formalina; 
� Antibióticos e suas combinações; 
� Hidróxido de cálcio; 
� Clorexidina 
 
Os dois primeiros medicamentos, PMCC e o Formocresol, são voláteis e agem por liberação 
de vapores. O grande inconveniente disso é o difícil controle da área de atuação da droga, 
podendo ocorrer resposta inflamatória nos tecidos ao redor da raiz, devido à sua citotoxicidade. 
Por causa da liberação desses vapores, pode haver distribuição sistêmica dessas drogas, cujos 
efeitos são ainda desconhecidos. 
Além disso, podem ter efeitos cumulativos sobre o profissional, devido à inalação. Não parece 
ser uma conduta admissível, nos dias de atuais, utilizar medicamentos de elevada citotoxicidade, 
que não permitem um controle eficaz da concentração liberada e da profundidade de ação. O 
uso de antibióticos, mesmo em associações, tem sido abandonado como medicação intracanal, 
pois sua ação limitasse à presença de certo grupo específico de micro-organismos, podendo ser 
ineficiente contra muitos outros. Além disso, podem sensibilizar o paciente, produzir reações em 
pacientes já sensibilizados à penicilina ou a outros antibióticos e ainda selecionar e produzir 
bactérias resistentes. 
 
 
 PMCC FORMOCRESOL 
 
O hidróxido de cálcio é a medicação mais empregada atualmente, devido à sua ação 
antimicrobiana e mineralizadora. A pasta de hidróxido de cálcio tem sido preparada com vários 
veículos, a saber: água destilada, soro fisiológico (solução salina), solução anestésica, polietileno 
ENDODONTIA – 
 
 
63 
glicol, propilenolgicol, PMCC, glicerina e muitos outros. Outras vantagens do hidróxido de cálcio, 
além das ações citadas acima, são que as pastas desse medicamento: 
� Funcionam como uma obturação provisória do canal, limitando o espaço físico para a 
multiplicação bacteriana; 
� Retardam significativamente a recontaminação do canal, pois funcionam como barreira 
físicoquímica; 
� Controlam a exsudação persistente, por ação higroscópica e por inibição do crescimento 
bacteriano. 
HIDRÓXIDO DE CÁLCIO (PA) 
 
 
A clorexidina também tem sido proposta como medicação intracanal, com base em sua 
atividade antibacteriana de amplo espectro. Além disso, tem substantividade, ou seja, atua por 
muito tempo, pois adere às estruturas do dente. Contudo, de uma forma geral, ela não é mais 
eficaz do que o hidróxido de cálcio e não possui outras propriedades que ele apresenta como 
estimulação de reparo cálcico, neutralização de endotoxinas e solvente de matéria orgânica. 
ENDODONTIA – 
 
 
64 
 
CLOREXIDINA 2% 
Material necessário para colocação e remoção da medicação intracanal: 
� Medicação intracanal (hidróxido de cálcio PA); 
� Soro fisiológico; 
� Placa de vidro; 
� Espátula nº 24; 
� Lima Kerr; 
� Algodão; 
� Cimento provisório- IRM. 
� Seringa de irrigação; 
� Cone de papel absorvente. 
 - Hidróxido de cálcio + PMCC = 21 dias 
 - Hidróxido de cálcio + CHX = 14 dias 
 - Hidróxido de cálcio + soro = 7 dias 
 - PMCC puro = 2 a 3 dias 
 - Pasta HPG (Hidróxido de cálcio + Pmcc + Glicerina) = 30 dias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENDODONTIA – 
 
 
65 
TÉCNICAS DE OBTURAÇÃO - CONDENSAÇÃO LATERAL 
 
OBTURAÇÃO ENDODÔNTICA 
 
 
 
 
 
 ““PPrreeeenncchhiimmeennttoo ttrriiddiimmeennssiioonnaall ddee ttooddoo oo ssiisstteemmaa ddee ccaannaaiiss rraaddiiccuullaarreess oo mmaaiiss pprróóxxiimmoo 
ppoossssíívveell ddaa jjuunnççããoo cceemmeennttoo--ddeennttiinnáárriiaa..”” 
(American Association of Endodontists, 1994) 
 
Condições essenciais: 
� ausência de dor, inchaço e fístula; 
� qualidade do selamento provisório; 
� ausência de exsudato via canal; 
� é normal ligeira dor a palpação. 
 
Objetivos da Obturação Endodôntica

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