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Farmacologia dos Diuréticos

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Farmacologia dos diuréticos 
 
Funções renais 
❖ Regulação do balanço de água e eletrólitos 
❖ Excreção de toxinas e substâncias estranhas 
❖ Regulação da pressão arterial 
❖ Regulação do equilíbrio ácido-base 
❖ Secreção de hormônios 
 
A unidade funcional do rim é o néfron, composto pela cápsula renal, glomérulo e os tubos. A arteríola 
aferente leva o sangue até o glomérulo e a eferente sai do glomérulo até os túbulos, na tentativa de 
reabsorver e secretar substâncias até a formação da urina. Praticamente todo o volume de sangue que entra 
pela arteríola aferente é filtrado, em torno de 180 L de plasma por dia. Células, lipídeos, proteínas, moléculas 
ligadas a proteínas, moléculas muito grandes e com carga negativa ficam retidas dentro do vaso. Cerca de 
178,5 L são reabsorvidos pelos túbulos. 
Para que o sangue extravase dos capilares, é necessário um mínimo de pressão arterial. 
 
 
Fatores que afetam o fluxo renal 
❖ Vasoconstritores 
➢ Catecolaminas 
➢ Angiotensina 2 
➢ Vasopressina (ADH) 
➢ Glicocorticoides 
➢ Endotelina 
➢ Leucotrieno 
➢ Tromboxano 
 
❖ Vasodilatadores 
➢ Dopamina 
➢ PGE 2 
➢ Acetilcolina 
➢ Óxido nítrico (NO) 
➢ Bradicinina 
➢ Prostaciclina (PGI2) 
 
Mecanismo de contracorrente 
 O glomérulo filtra o plasma, que cai no túbulo contorcido proximal. A primeira porção é muito 
permeável à água, de forma que a maior parte da reabsorção ocorre neste local, também ocorre reabsorção 
de NaCl e dos principais compostos orgânicos. Na porção descendente da alça de Henle, localizada na 
medula renal hipertônica, também ocorre reabsorção de água, devido sua permeabilidade. Já na porção 
ascendente da alça, que não é permeável, ocorre reabsorção de sódio e cloreto de sódio (NaCl), deixando 
o filtrado glomerular extremamente hipotônico, responsável pela manutenção do mecanismo contracorrente. 
O túbulo contorcido distal é permeável à água e permite a reabsorção de sódio e cloreto. Por fim, o filtrado 
segue para o túbulo coletor, onde a taxa de reabsorção ainda existe, mas é muito baixa e ocorre formação 
da urina. Esse túbulo sofre com ação de hormônios como ADH e aldosterona. 
 
Diuréticos 
 São fármacos que aumentam a formação da urina ou diurese. A maior parte dos efeitos é devido ao 
aumento na excreção renal de sódio ou natriurese. 
 
Classificação de acordo com local de ação 
❖ Túbulo proximal 
➢ Inibidores da anidrase carbônica 
➢ Diuréticos osmóticos 
 
❖ Porção ascendente da alça de Henle 
➢ Diuréticos de alça 
 
❖ Túbulo distal 
➢ Tiazídicos 
 
❖ Ducto coletor 
➢ Diuréticos poupadores de potássio 
 
Diuréticos e doenças 
❖ Síndromes edemigênicas 
❖ Controle de hipertensão arterial 
❖ Insuficiência cardíaca 
❖ Síndromes congestivas pulmonares 
❖ Hipertensão intracraniana 
❖ Glaucoma 
 
Inibidores da anidrase carbônica 
O principal fármaco é a acetazolamida. 
A anidrase carbônica é uma enzima expressa nas células do túbulo proximal, responsável pelo 
catabolismo de ácido carbônico em CO2 dentro do rim. O H+ liberado dessa conversão é utilizado no 
cotransporte de sódio, ou seja, o H+ sai da célula enquanto o sódio entra. Quando ocorre inibição da enzima, 
o sódio não consegue entrar na célula, uma vez que o íon não está mais presente para participar do 
transporte. Dessa forma, o paciente passa a perder na urina bicarbonato. A menor reabsorção de sódio 
infere na menor reabsorção de água, caracterizando a ação diurética. 
 
❖ Farmacocinética 
➢ Administração oral 
➢ Biodisponibilidade de 100% 
➢ Meia vida de 6 a 9 horas 
➢ Eliminação renal 
 
❖ Uso terapêutico 
➢ Edema leve 
➢ Alcalose metabólica 
➢ Alcalinização da urina 
➢ Glaucoma 
 
❖ Efeitos colaterais 
➢ Acidose metabólica 
➢ Hipopotassemia 
➢ Litíase renal 
➢ Encefalopatia 
 
Diuréticos osmóticos 
 O principal fármaco é o manitol, mas a ureia e a glicerina têm o mesmo efeito de grande carga 
osmótica. É filtrado junto com o plasma e não é reabsorvido nos túbulos. 
 
❖ Farmacocinética 
➢ Administração intravenosa, não é absorvido via oral 
➢ Meia vida de 1 hora 
➢ Eliminação renal 
 
❖ Usos terapêuticos 
➢ Prevenção da insuficiência renal aguda: isquêmica e nefrotóxica 
➢ Edema cerebral: procedimentos neurocirúrgicos e traumatismo craniano 
 
❖ Efeitos colaterais 
➢ Hipovolemia 
➢ Alterações no equilíbrio acidobásico 
➢ Hipopotassemia 
➢ Síndrome hiperoncótica 
 
Diuréticos de alça 
Os principais são bumetanida e furosemida e agem na porção ascendente da alça de Henle. Ocorre 
redução da reabsorção de íons a partir da inibição dos cotransportadores. Na urina são liberados mais íons, 
como sódio, potássio e cloreto e, consequentemente, mais água, uma vez que o efeito contracorrente é 
perdido. 
Esses fármacos também têm efeito vasodilatador de vênulas, o que é benéfico para pacientes com 
edema pulmonar e descompensação por insuficiência cardíaca. Ocorre redução do retorno venoso e 
diminuição da pressão de enchimento do ventrículo esquerdo, de forma a diminuir sua sobrecarga e volume 
sanguíneo no pulmão. 
 
❖ Farmacocinética 
➢ Via oral, com início de ação em 30 minutos, e intravenosa, com ação em 5 minutos 
➢ Biodisponibilidade de 50% para furosemida e 100% para bumetanida 
➢ Ligam-se a proteínas plasmáticas 
➢ Meia vida de 90 minutos 
➢ Eliminação renal 
 
❖ Uso terapêutico 
➢ Insuficiência cardíaca crônica com sinais 
de congestão, como vasoconstrição e 
retenção de água e sódio. 
➢ Edema agudo de pulmão 
➢ Ascite 
➢ Crise hipertensiva 
➢ Insuficiência renal aguda 
 
❖ Efeitos adversos 
➢ Hipovolemia 
➢ Hipopotassemia 
➢ Hiponatremia 
➢ Hipocalcemia 
➢ Hipomagnesemia 
➢ Ototoxicidade 
➢ Alcalose hiperclorêmica 
➢ Hiperlipidemia 
 
Tiazídicos 
 Os principais são hidroclorotiazida, indapamina e clortalidona, muito utilizados como anti-
hipertensivos, uma vez que diminui o volume sistólico. Agem no túbulo contorcido distal, bloqueando o 
cotransportador sódio-cloreto presente na luz tubular. Consequentemente ocorre perda de sódio e cloreto 
na urina, de maneira que também há perda de água. Esses fármacos também causam perda de cálcio e 
efeito vasodilatador. O efeito diurético pode ser perdido com o tempo, mas o efeito na diminuição da 
resistência permanece sustentado. 
 
❖ Farmacocinética 
➢ Via oral 
➢ Biodisponibilidade e meia vida 
▪ Hidroclorotiazida: 70% e 10 horas 
▪ Indapamina: 93% e 15 horas 
▪ Clortalidona: 65% e 40 horas 
➢ Ligam-se a albumina 
➢ Utilizados na menor dose possível 
➢ Eliminação renal 
 
❖ Uso terapêutico 
➢ Hipertensão arterial sistêmica 
 
❖ Efeitos colaterais 
➢ Hipovolemia 
➢ Hipopotassemia 
➢ Hiponatremia 
➢ Intolerância à glicose 
➢ Disfunção sexual 
➢ Hipertrigliceridemia 
➢ Gota 
 
Diuréticos poupadores de potássio 
 Podem ser antagonistas competitivos da aldosterona, como a espironolactona e epleronona, e 
inibidores dos canais de sódio, como amilorida e trianterno. Atuam no tubo coletor. 
 Os antagonistas atuam diretamente no receptor da aldosterona, causando a diminuição dos canais 
de sódio e potássio no túbulo coletor. Consequentemente, há menor perda de potássio para urina e maior 
eliminação de sódio, aumentando a carga diurética. A amilorida bloqueia esses canais, tendo o mesmo 
efeito. 
 
❖ Farmocinética da Espironolactona 
➢ Absorção via oral: biodisponibilidade de 65% 
➢ Sofre intenso metabolismo hepático, formando metabólitos ativos 
➢ Liga-se a proteínas plasmáticas 
➢ Tem início de ação entre horas e dias 
➢ Meia vida de 1,5 horas e metabólitos com 16 hrs 
 
❖ Uso terapêutico da Espironolactona 
➢ Insuficiência cardíaca: os níveis de aldosterona aumentam nessa doença, uma vez que ocorre 
estimulação da suprarrenal, menor degradação do hormonal e secreção pelo coração e por vasos. 
Diminui edema, arritmias e fibrose. 
➢ Hiperaldosteronismo primário 
➢ Ascite 
 
❖ Efeitos adversos da Espironolactona
➢ Hiperpotassemia 
➢ Ginecomastia 
➢ Hirsutismo➢ Sintomas gastrointestinais 
 
❖ Farmacocinética da Amilorida 
➢ Via oral 
➢ Biodisponibilidade, eliminação e meia vida 
▪ Triantereno: 50%, hepática e 2 – 4 horas 
▪ Amilorida: 15-25%, renal e 18 horas 
❖ Usos terapêuticos da Amilorida 
➢ Hipertensão ➢ Insuficiência cardíaca 
 
❖ Efeitos colaterais 
➢ Acidose metabólica 
➢ Hiperpotassemia 
➢ Intolerância a glicose 
➢ Sintomas gastrointestinais 
➢ Cefaleia 
 
Associação de diuréticos 
 Podem ser associados, apesar da ação ser evitada, uma vez que pode agravar os efeitos colaterais, 
e nunca feita com diuréticos da mesma classe. 
 
Resistência aos diuréticos 
 Pode ocorrer em pacientes com o fluxo renal diminuído ou com alterações estruturais da alça de 
Henle.

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