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Humor: sentimento predominante e, mais constante, que pode influenciar a percepção de si mesmo e do mundo ao seu redor Afeto: experiência de emoção subjetiva e imediata, ligada a ideias ou representações mentais e, que pode ser observada pelas suas manifestações objetivas. Afeto é flutuante Quais são os principais transtornos de humor? Depressão, transtorno afetivo bipolar, transtorno depressivo persistente (distimia) e ciclotimia DEPRESSÃO MAIOR UNIPOLAR Não deve haver mania ou hipomania, pois quando há uma dessas alterações do afeto se trata de um caso de depressão bipolar. Duração mínima dos sintomas: 2 semanas (DSM-5 reduziu o tempo para iniciar tratamento precoce) Sintomas: Humor deprimido (depressão melancólica) ou anedonia (depressão anedônica) Alterações no apetite ou peso Alterações no sono (a mais comum é insônia para manter o sono) Falta de energia Sentimento de culpa Problemas para pensar e tomar decisões Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio Existem alguns pacientes com sintomas ansiosos, tratando-se de casos de depressão ansiosa Na depressão atípica, é comum ocorrer hipersonia Epidemiologia: Sexo: 2mulheres X 1homem Prevalência: 5-17% ao longo da vida Média 30 anos 50% iniciaram os sintomas entre 20 e 50 anos Estado civil: divorciados e separados Comorbidades: Dependência química de álcool Transtorno de pânico TOC TAS (transtorno de ansiedade social) Etiologia – Teoria das Monoaminas Essas monoaminas são interligadas, disfunção em uma afeta as outras Fatores genéticos: Familiar de primeiro grau risco de 10 a 25% Dois familiares de primeiro grau 50% Fatores psicossociais: Eventos de vida estressantes, precedem os primeiros episódios de transtornos do humor. Para episódios posteriores, eventos estressantes podem não apresentar correlação Fatores de personalidade: TOC Transtorno de personalidade histriônica Transtorno de personalidade borderline Teoria cognitiva da depressão 1. Visão sobre si próprio: autopercepção negativa 2. Visão sobre o mundo: tendência a experimentar o mundo como hostil e exigente 3. Visão sobre o futuro: expectativa de sofrimento e fracasso DIAGNÓSTICO DSM V Deve ter 5 ou mais dos seguintes sintomas, durante o mesmo período de duas semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior. Pelo menos um dos sintomas deve ser ou humor deprimido ou perda de interesse ou prazer (anedonia) Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias Perda/ ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta, ou redução/ aumento do apetite quase todos os dias Insônia/ hipersonia quase todos os dias Agitação/ retardo psicomotor quase todos os dias Fadiga ou perda de energia quase todos os dias Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (podem ser delirantes – delírio de ruína ou depressão psicótica) Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar ou indecisão, quase todos os dias Pensamentos recorrentes de morte (não sente medo de morrer), ideação suicida recorrente sem um plano específico, uma tentativa de suicídio ou plano específico para cometer o suicídio Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância ou a outra condição médica A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem explicada por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno esquizofreniforme, transtorno delirante, outro transtorno do espector esquizofrênico, outro transtorno psicótico especificado ou não Nunca houve um episódio maníaco ou hipomaníaco (depressão bipolar) Especificadores (CID-10): Leve (F32.0): 2-3 sintomas Moderada (F32.1): 4-5 sintomas Grave (F32.2): > 6 sintomas Com características psicóticas (F32.3) Em remissão parcial (F32.4) Não especificado (F32.9) Sintomas ansiosos (depressão ansiosa) Características mistas Características atípicas Características psicóticas congruentes com o humor Características psicóticas incongruentes com o humor Com catatonia (episódio de não movimentação em que o indivíduo não consegue realizar os movimentos voluntários) Com início periparto Com padrão sazonal (comum no inverno) TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO TCC Psicodinâmica Interpessoal Mudança no estilo de vida e iniciar atividade física TRATAMENTO MEDICAMENTOSO 1. Ensaio clínico com antidepressivo de primeira escolha (ISRS) 2. Aumento da dose 3. Troca para um antidepressivo de outra classe 4. Potencialização do antidepressivo ou combinações de antidepressivos (ISRS+ IRSN) (ISRS+ ADT) 5. Uso de IMAOs 6. Eletroconvulsoterapia (ECT) (em casos graves de depressão refratária, como na gestação) ESCOLHA DO MEDICAMENTO Individual para cada paciente Idade Uso prévio e doses atingidas Efeitos colaterais Tolerância Custo Gravidez e aleitamento Classes de medicamentos: ISRS: fluoxetina, sertralina, escitalopram, fluvoxamina e vortioxetina Duais (ISRN): venfalaxina, desvenfalaxina, mirtazapina e duloxetina Atípicos: trazodona (tetracíclico) e bupropiona (inibidor seletivo de noradrenalina e dopamina) Tricíclicos e tetracíclicos: imipramina, nortriptilina, clomipramina e amitriptilina IMAO: tranilcipromina (PARNATE) (paciente tem que zerar o consumo de bebida alcóolica e o de derivados de leite) Quando o paciente tem mais de um episódio depressivo que já foi tratado, se trata de um transtorno depressivo recorrente TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR Muito parecida com a depressão bipolar, o que difere é a presença de mania e hipomania Mania: período distinto de humor anormal e persistente elevado, expansivo ou irritável que dura pelo menos uma semana ou menos se o paciente tiver de ser hospitalizado Hipomania: um episódio hipomaníaco dura pelo menos quatro dias e é muito semelhante a um episódio maníaco. Não é grave o suficiente para causar comprometimento no funcionamento social ou ocupacional (não precisa de internação) e não há sintomas psicóticos (quando há, é mania) Epidemiologia: Prevalência de 1% da população Idade de início: infância – 50 anos Alto nível socioeconômico Estado civil: solteiros e divorciados Comorbidade: Transtorno de uso de substâncias Transtornos de ansiedade Genética: Familiar de primeiro grau risco 10-25% Dois familiares de primeiro grau 50% Fatores psicossociais: Eventos de vida estressantes mais frequentemente precedem os primeiros episódios de transtornos do humor, mas não os subsequentes (essa associação tem sido relatada tanto em pacientes com transtorno depressivo maior quanto naqueles com transtorno bipolar tipo 1 Critérios DSM 5 Para diagnosticar o transtorno bipolar tipo 1, é necessário o preenchimento dos critérios a seguir para um episódio maníaco. O episódio maníaco pode ter sido antecedido ou seguido por episódios hipomaníacos ou depressivos maiores EPISÓDIO MANÍACO Um período de humor anormal e persistente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida a objetos ou da energia, com duração mínima de 1 semana e, presente na maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração se a hospitalização se fizer necessária) Durante o período de perturbação do humor e aumento da energia ou atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) estão presentes em grau significativo e representam uma mudança notável do comportamento habitual: 1. Autoestima inflada ou grandiosidade 2. Redução da necessidade de sono (p. ex: sente-se descansado comapenas três horas de sono) 3. Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando 4. Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados 5. Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes), conforme relatado ou observado 6. Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora (i.e., atividade sem propósito não dirigida a objetivos) 7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas (p. ex: envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos) A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização a fim de prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou existem características psicóticas O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (droga de abuso, medicamento, outro tratamento) ou outra condição médica Transtorno afetivo bipolar tipo1 mania Transtorno afetivo bipolar tipo2 hipomania HIPOMANIA Um período distinto de humor anormal e persistente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade ou energia, com duração mínima de 4 dias consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os dias Durante o período de perturbação do humor e aumento de energia e atividade, 3 ou mais dos seguintes sintomas (4 se o humor é apenas irritável) persistem, representam uma mudança notável em relação ao comportamento habitual e estão presentes em grau significativo: 1. Autoestima inflada ou grandiosidade 2. Redução da necessidade de sono 3. Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando 4. Fuga de ideias ou experiências subjetivas de que os pensamentos estão acelerados 5. Distratibilidade 6. Aumento da atividade dirigida a objetivos ou agitação psicomotora 7. Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas O episódio está associado a uma mudança clara no funcionamento que não é característica do indivíduo quando assintomático A perturbação do humor e a mudança no funcionamento são observáveis por outras pessoas O episódio não é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização. Existindo características psicóticas, por definição, o episódio é maníaco O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (drogas de abuso, medicamento, outro tratamento) Se um paciente tiver somente os episódios de mania ou hipomania, é possível realizar o diagnóstico mesmo sem depressão Outros marcadores: TAB tipo1 mania+ depressão maior TAB tipo2 hipomania+ depressão maior Terapias não farmacológicas: Psicoeducação (1ª linha), TCC (2ª linha), terapia familiar (2ª linha), terapia interpessoal (3ª linha), terapia de suporte (3ª linha) Tratamento farmacológico: Lítio, quetiapina, divalproato, asenapina, aripripazol, risperidona, olarzapina, ... DISTMIA Transtorno depressivo persistente. Dois anos de humor deprimido não grave o suficiente para receber o diagnóstico de episódio depressivo maior Muito vista como “mau humor” Este transtorno representa uma consolidação do transtorno depressivo maior crônico e do transtorno distímico definidos no DSM -5 (Critério A) Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado por relato subjetivo ou por observação feita por outras pessoas, pelo período mínimo de 2 anos (em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável com duração mínima de um ano) (Critério B) Presença, enquanto deprimido, de duas ou mais das seguintes características: Apetite diminuído ou alimentação em excesso Insônia ou hipersônia Baixa energia ou fadiga Baixa autoestima Concentração pobre ou dificuldade em tomar decisões Sentimentos de desesperança Durante o período de 2 anos (um ano para crianças ou adolescentes) de perturbação, o indivíduo jamais esteve sem os sintomas dos critérios A e B por mais de dois meses Os critérios para um transtorno depressivo maior podem estar continuamente presentes por 2 anos Jamais houve um episódio maníaco ou um episódio hipomaníaco e jamais foram satisfeitos os critérios para transtorno ciclotímico A perturbação não é mais bem explicada por um transtorno esquizoafetivo persistente, esquizofrenia, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (droga de abuso, medicamento) outra condição médica (hipotireoidismo) Diagnóstico diferencial: Transtorno depressivo menor os pacientes com transtorno depressivo menor têm estado de humor eutímico, enquanto aqueles com distmia quase não tem períodos eutímicos Depressão dupla: 40% dos pacientes com transtorno depressivo maior também satisfazem os critérios para distimia, uma combinação muitas vezes referida como depressão dupla Prognóstico: pior do que aqueles com somente transtorno depressivo maior O tratamento deve ser direcionado para ambas as condições Tratamento: Terapia cognitiva pacientes aprendem novas formas de pensar e de se comportar para substituir atitudes negativas defeituosas em relação a si próprios, ao mundo e ao futuro. É um programa de terapia de curto prazo orientada aos problemas atuais e a sua resolução (1ª escolha) Terapia comportamental depressão é causada pela perda de reforços positivos como resultado de separação, morte ou mudanças súbitas no ambiente. Os métodos de tratamento focalizam objetivos para aumentar a atividade, proporcionar experiências agradáveis e ensinar os pacientes a relaxar Alterar o comportamento pessoal em indivíduos deprimidos parece ser a maneira mais eficiente de mudar os pensamentos e sentimentos depressivos associados Tratamento medicamentoso: ISRS Venfalaxina Bupropiona IMAOs Derivados anfetamínicos (uso criterioso) CICLOTMIA Presença de pelo menos dois anos de ocorrência frequente de sintomas hipomaníacos que não podem ser diagnosticados como um episódio maníaco e de sintomas depressivos que não podem ser diagnosticados como um episódio depressivo maior (Critério A) Por pelo menos 2 anos (1 ano em crianças e adolescentes), presença de vários períodos com sintomas hipomaníacos que não satisfazem os critérios para episódio hipomaníaco e vários períodos com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para episódio depressivo maior Durante o período antes citado de 2 anos (um em crianças e adolescentes), os períodos hipomaníacos e depressivos estiveram presentes por pelo menos metade do tempo e o indivíduo não permaneceu sem os sintomas por mais que dois meses consecutivos Os critérios para um episódio depressivo maior, maníaco ou hipomaníaco nunca foram satisfeitos Os sintomas do critério A não são mais bem explicados por transtorno esquizoafetivo, esquizofrenia, transtorno delirante, outro transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico especificado ou transtorno do espectro da esquizofrenia e outro transtorno psicótico não especificado Os sintomas não são atribuíveis aos efeitos fisiológicos de uma substância (droga de abuso, medicamento) ou a outra condição médica (hipertireoidismo) Os sintomas causam sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo Diagnóstico diferencial: Transtorno do uso de substâncias (cocaína, anfetaminae esteroides) Transtornos da personalidade (borderline, antissocial, histriônica e narcisista) Tratamento medicamentoso: Estabilizadores de humor e os antimaníacos são a primeira linha de tratamento Lítio, outros agentes antimaníacos (carbamazepina e valproato) O tratamento com antidepressivos para pacientes deprimidos com transtorno ciclotímico deve ser feito com cautela, pois estes tem mais susceptibilidade a episódios hipomaníacos ou maníacos induzidos por antidepressivos
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