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A INCLUSÃO DE CRIANÇAS AUTISTAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL E FATORES PRIMORDIAIS PARA SEU PLENO DESENVOLVIMENTO
cURSO: PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL
uNIDADE: UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA (UNIVERSO)
RESUMO 
Os professores e instituições escolares enfrentam um desafio de atender as crianças na educação infantil que foram diagnosticadas com transtorno global do desenvolvimento, também conhecido como transtorno do espectro autista. Os diagnósticos de autismo estão cada vez mais presentes em nossa sociedade. Com objetivo de refletir e ampliar as discussões que corresponde ao tema do autismo foi utilizado como procedimento de investigação uma pesquisa de campo, qualitativa, na qual foi realizada uma entrevista como coleta de dados. Nesse artigo reflexivo e investigativo, o problema para obter o resultado é: qual a importância da atuação docente nas instituições escolares que visam a inclusão de alunos autista? O objetivo geral consiste em compreender a importância da atuação dos professores para transformar uma escola inclusiva. Os objetivos específicos visam entender o conceito de autismo e seu contexto histórico, como as crianças autistas são recebidas na educação infantil e como é a preparação dos docentes e da escola para a inclusão desses alunos com necessidades especiais. Conclui-se que o autismo é um transtorno neurológico que causam prejuízos na comunicação, interação e aprendizagem. O professor possui um papel importante para incluir esses alunos, e é preciso enfatizar assuntos sobre o autismo, possibilitar práticas pedagógicas que adote a inclusão, para que esses alunos consigam desenvolver sua aprendizagem e viver coletivamente com os outros. 
Palavras-chave: Autismo; Inclusão; Educação Infantil. 
Introdução
O presente artigo visa buscar e apontar por meio de referenciais teóricos, reflexões e estudos que se refere ao autismo. Houve muitas mudanças ao decorrer desses anos e os professores e as instituições escolares enfrentam um desafio para atender as crianças na educação infantil que foram diagnosticadas com Transtorno Global do Desenvolvimento, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA). 
Os diagnósticos de autismo estão mais presentes em nossa sociedade, e especialistas apontam que 70 milhões de pessoas apresentam sinais e sintomas de autismo no mundo, na qual corresponde a 1% da população. Nesse sentido, faz necessária atenção especial e discussões que visam refletir os direitos dos autistas. Além disso, também é necessário apontar os fatores primordiais para seu pleno desenvolvimento. 
Historicamente aqueles com necessidades especiais eram excluídos em atividades escolares, apenas com uma educação assistencialista, na qual passou por muitas lutas e movimentos. Nesse sentido, vale ressaltar que recentemente o autismo conquistou seu reconhecimento diante a Lei nº 13.861, de 18 de julho de 2019, sancionada pelo presidente Jair Messias Bolsonaro, na qual: “Altera a Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, para incluir as especificidades inerentes ao transtorno do espectro autista nos censos demográficos” (BRASIL, 2019). Pois, os autistas possuem os mesmos direitos que qualquer deficiente, e que a expectativa são as políticas públicas possibilitem recursos que auxiliem os autistas.
Dessa forma, como procedimento de investigação, o trabalho constitui em uma pesquisa de campo, qualitativo, na qual foi utilizado entrevista como coleta de dados. A partir da fundamentação teórica, foram analisadas e interpretadas as informações para obter uma resposta eficiente. A pesquisa foi realizada em uma escola pública que atende o ensino em Educação Infantil, situada no município de Macaé no Rio de Janeiro. As professoras participantes são atuantes no Maternal I e Pré I da Educação Infantil.
Nesse artigo reflexivo e investigativo, o questionamento para obter resultado foi: qual a importância da atuação docente nas instituições escolares que visam a inclusão de alunos autista? Para o desenvolvimento, foram elencados os objetivos, na qual o objetivo geral consiste em compreender a importância da atuação dos professores para transformar uma escola inclusiva.
 Os objetivos específicos visam entender o conceito de autismo e seu contexto histórico, como as crianças autistas são recebidas na educação infantil e como é a preparação dos docentes e da escola para a inclusão desses alunos com necessidades especiais. Desse modo, é crucial a escola propor pedagogicamente um ensino inclusivo para os autistas. Além disso, é importante que os profissionais troquem experiências, informação e preparação para atendê-los e reconhecê-lo como um cidadão de direito. 
o autismo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), mais conhecido como autismo, agrupa desordens do desenvolvimento neurológico, sendo suas causas desconhecidas. Essas desordens podem apresentar antes dos três anos de idade, entre o nascimento ou o início da infância. Existem estudos que definem o autismo como uma doença, na qual é “caracterizado por um desenvolvimento intelectual alterado que afeta também a capacidade de socialização” (GENTIL e NAMIUTI, 2015, p.179).
Sendo assim, os autores Gentil e Namiuti (2015), enfatizam que o autismo é uma anomalia, problemas neurológicos que prejudica na comunicação, comportamento e o relacionamento com outras pessoas. Diante disso, Pereira et. al. (2015), critica os estudos que apontam TEA como doença, pois, é fundamental que paradigmas se quebrem e trate como um transtorno que se manifesta na infância e percorre até sua vida adulta. 
	Nesse sentido, Bastos (2019, p.16), explica que o autismo é “considerado como um transtorno do neurodesenvolvimento com repercussões neuropsiquiátricas, implicando em prejuízos na comunicação e interação social e padrões restritivos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades”. Esse termo, segundo a autora é a partir da publicação do Manual Diagnóstico e Estatísticos dos Transtornos Mentais, na qual o autismo passou a integrar junto com a síndrome de Asperger e Transtorno Invasivo do Desenvolvimento não especificado, denominado como Transtorno do Espectro Autista (TEA). 
	Para caracterizar o TEA, Wellichan e Faleiro (2017), apontam que é classificado em três graus: leve, moderado e severo. Os autores já conceituaram o autismo de acordo com a etimologia dele:
[...] autismo vem da palavra de origem grega “autos” cujo significado é “próprio ou de si mesmo”, sendo caracterizado como um distúrbio neurológico que surge ainda na infância, causando atrasos no desenvolvimento (na aprendizagem e na interação social) da criança. (WELLICHAN e FALEIRO, 2017, p.75)
	Desse modo, ao tratar sobre origem, vale ressaltar que o autismo teve uma história, permeado de lutas e movimentos que buscavam garantir os direitos. Essas lutas visavam compreender as causas e discutir como minimizar os prejuízos que apresentam. Pois, historicamente os autistas só contavam com uma educação assistencialista ou por meio de caridade e hoje é preciso enaltecer que o autista tem o mesmo direito de todos e todas, bem como aqueles com necessidades especiais.
1.1 Contexto histórico 
	Historicamente a humanidade carregou teorias e práticas nas quais foram de cunho excludentes em que afetou a educação das pessoas com necessidades especiais. Após lutas e movimentos que defendem uma educação para todos e todas, a educação especial é foco de muitas discussões de pesquisadores e profissionais para garantir esse direito. 
	Gentil e Namiuti (2015, p.179 apud Lampreia, 2004), apresentam que o autismo discorre em três etapas:
Na primeira o autismo é visto como um distúrbio de contato afetivo que se dá pelo desligamento de relações humanas, na segunda etapa o autismo passa a ser visto nas décadas de 1970 e 80 como um distúrbio de ordem cognitiva, deixa de ser considerado como uma condição basicamente de retraimento social e emocional e passa a ser concebido como um transtorno do desenvolvimento envolvendo déficits de cognição, a observação de déficits de cognitivos leva a considerar o processos deatenção, memoria, sensibilidade a estímulos e linguagem. 
	
	Nesse sentido, essas etapas demonstram como o autismo era visto, e após a década de 80, autores buscaram e pesquisaram detalhes desse prejuízo social, que visa explicar a incapacidade dos autistas se relacionarem e comunicarem com outras pessoas.
	Os autores Wellicham e Faleiro (2017), citam que os primeiros registros são do ano de 1911 pelo pesquisador Eugen Bleuler, referente aos indivíduos que apresentou perda de contato com a realidade. E, os estudos iniciaram na década de 40, pelo psiquiatra Léo Kanner, na qual percebeu que existiam crianças que apresentavam comportamentos diferentes, de estabelecer relações com outras pessoas, a dificuldade de aquisição de linguagem e atividades ritualizadas. Após um ano, Hans Asperger descreveu semelhanças dos relatos de Kanner, porém os indivíduos apresentavam mais inteligência, e classificou como Síndrome de Asperger. 
	Desse modo, Gentil e Namiuti (2015, p.76), citam o surgimento de outras síndromes que tiveram como dominação: Transtornos Globais ou Invasivos do Desenvolvimento (TGD) na qual inclui o Autismo, Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett e o Transtorno Global do Desenvolvimento sem Outra Especificação (TGDSOE). Esses transtornos foram classificados no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), na qual considera o autismo como um espectro, ao invés de um grupo de doenças distintas, o que outras edições do manual colocavam. Assim, compreende-se que o termo Transtorno Espectro Autista (TEA) é a denominação diferente de Asperger. 
	Referente a estimativa de pessoas com TEA, de acordo com Bastos (2019), especialistas das Nações Unidas apontam que 70 milhões de pessoas apresentam os sintomas do autismo. Esse número corresponde 1% da população mundial e que em muitos países são precários os serviços que favoreçam aos indivíduos com TEA de forma igualitária. 
	Dessa forma, segundo a autora, casos são crescentes de pessoas diagnosticadas com TEA e aponta a necessidade de um consenso para evitar os diagnósticos precoces e consciência nas informações transmitidas sobre o transtorno. Diante disso, vale ressaltar a preocupação da autora referente às pesquisas e a sistematização da incidência do transtorno diante a população responsabilizando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
	Felizmente, foi sancionado pelo presidente Jair Messias Bolsonaro, a Lei 13.861 de 18 de julho de 2019, na qual altera a Lei 7.853 de 24 de outubro de 1989 para incluir as especificidades inerentes ao Transtorno do Espectro Autista nos censos demográficos. Por meio desse grande avanço, a expectativa é a movimentação das políticas públicas, os recursos e subsídios que auxiliarão todos e todas com TEA, com finalidade de atender as necessidades dos sujeitos afetados com esse transtorno.
	Contudo, percebe-se que houve avanços, ao tratar de direito dos autistas e ainda há uma expectativa de avanços maiores, que atenda a minoria de forma de justa. Dessa forma, é sugerido melhorias na formação do professor que visa atender as crianças. Como foi dito, o autismo muitas vezes é diagnosticado desde cedo. A modalidade da Educação Infantil, a primeira e importante etapa da educação, na qual possui uma responsabilidade maior em adaptar e preparar o indivíduo para sociedade. 
Autismo na educação infantiL
	No que se refere compreender como as crianças com autismo são recebidas nas escolas, é necessário entender como é apresentado o diagnóstico referido a elas. Para caracterizar, cita-se o Manual Diagnóstico dos Transtornos Mentais V, na qual apontam que “esses sintomas devem estar presentes desde o início da infância”. (BASTOS, 2019, p.16). A autora refere que esses sintomas apresentam no momento que se percebe que o funcionamento do aluno está limitado, não se relaciona com outros e faz ações repetitivas. 
Para compreender melhor, Gentil e Namiuti (2015), caracteriza que um aluno autista pode apresentar dificuldades na sua comunicação, interpretação de linguagem, a falta de compreensão da entonação de voz, e o mais conhecido como isolamento social e sua repetição de atividades.
	Os autores, Wellichan e Faleiro (2017), afirmam por meio de seus estudos que o autismo pode ser detectado logo nos primeiros meses de vida. Nesse sentido, é importante destacar que os pais ou familiares observem o comportamento e o desenvolvimento das crianças. Existem hipóteses de estudiosos, de acordo com Gentil e Namiuti (2015), que o autismo está presente na gravidez, no momento em que a mãe se desconecta com feto, no sentimento de angústia, dúvida, rejeição e situações dramáticas. 
	Contudo, compreende-se que a criança que possui o TEA, tem seu comportamento prejudicado e os sinais podem ser notados em bebê com poucos meses de vida. Não existe um diagnóstico preciso, pois as características se apresentam em formas diferentes. Assim, é caracterizado de forma leve, moderada ou severa. As crianças que possuem um nível leve de transtorno conseguem estudar e se relacionar com outras pessoas. As moderadas, já são dependentes para desenvolver suas funções e ações. O autismo grave é necessário o acompanhamento especializado contínuo, por toda a vida. 
	Para as crianças autistas fazer parte da escola e ter uma vida escolar, não é fácil, devido suas dificuldades de comunicação e interação com outras pessoas e crianças. Os autores Wellichan e Faleiro (2017) diante essa afirmação, especifica que para a escola é um desafio, pois é preciso de regularizações necessárias ao cumprimento do direito da criança autista. E, “em termos de formação profissional, há uma questão da convivência com os colegas que precisa ser trabalhada de forma esclarecedora, para que episódios de exclusão possam ser evitados”. 
	Diante disso, a Educação Infantil é a primeira etapa escolar da criança, que possui suas necessidades de preparação para receber alunos diversos. É nessa fase escolar que começa o processo de inclusão ou exclusão. Para evitar a exclusão, é necessária a organização da escola e preparação dos professores para receber os alunos. 
Para que a escola possa ser considerada inclusiva de fato, é preciso que receba e acolha os alunos independentemente de suas condições de qualquer ordem que sejam, tendo como objetivo básico desenvolver uma pedagogia que seja capaz de educar e incluir todos aqueles que apresentem dificuldades, sejam elas educacionais, temporárias ou permanentes. (WELLICHAN; FALEIRO, 2017, p.78).
	
Tendo em vista as afirmações dos autores, vale ressaltar que como direito instituída na Constituição de 1988, fica esclarecido que a educação é considerada para todos e todas. E também a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) que apontam a primeira etapa da educação básica no Art. 29 e Art. 30, em destaque referente a inserção de crianças diagnosticada com autismo ou demais transtornos em creches e pré-escola. E, em 2012, na Lei 12.764 aprovado para os casos comprovados de autismo, possuem o direito de um acompanhante especializado. Além disso, enfatiza-se que escola ao se recusar de matricular esses alunos, será multada.
	Diante disso, a escola deve receber os alunos de acordo com a legislação, garantindo o ambiente e preparando para tais atividades pedagógicas que visam o desenvolvimento dos alunos autistas bem como outros alunos matriculados no ensino regular. Além disso, não deve apenas cumprir as leis apenas por cumprimentos de mera regra, e sim, pela humanidade, refletindo no bem de todos e todas. Assim, é essencial a discussão da preparação dos docentes e da escola para atender e refletir as prioridades para ação pedagógica para os autistas. 
preparação dos docentes e da escola
	Entende-se que o papel do professor não é apenas transmitir conhecimento e sim, além de ensinar é preciso refletir as prioridades em sua atuação e obter habilidades que colaboram para o progresso dos alunos. Desse modo, diante os alunos com TEA, é preciso rever as prioridades, informar e refletir maneiras que irão colaborar com o progressodos mesmos. Os atores Gentil e Numiata (2015) citam que as prioridades são: diálogo, estimulação para o aluno obter interesse em aprender, cuidado com o desenvolvimento afetivo e moral, e atenção a diversidade dos alunos, e o trabalho em equipe. 
	É um desafio para o professor atualmente diante as diversidades que serão encontradas em salas de aulas. Pois, o desafio maior é a para aqueles que formam os professores para atender as necessidades educacionais, na qual serão apresentados alunos com deficiência. No entanto, os autores apontam que no contexto escolar o professor deve reconhecer o processo de aprendizagem de uma criança autista, e para isso, deve observar as dificuldades que serão apresentadas e obter uma atenção maior no aluno. 
	Dessa forma os autores apontam o programa TEACCH (Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Doenças Relacionadas à Comunicação), na qual é um método mais utilizado dentre outros para atender alunos autistas. Wellichon e Faleiro (2017), tratam o método como uma avaliação contínua, compreensão de significados, diversidades de materiais, que desenvolvem habilidades, independência e criatividade nas crianças autistas. Pereira et al. (2015) também apontam como um dos métodos utilizados para atender os alunos autismo, na qual define a maneira que deve ser trabalhada, utilização de materiais visuais com atenção na aprendizagem e ações do indivíduo, auxiliar e cultivar a independência daqueles diagnosticados com TEA. 
	Prosseguindo com a preparação do professor, o profissional deve considerar que o aluno autista possui dificuldades de atenção e interação. Desse modo, é preciso uma atenção especial do professor no aluno. Além disso, é necessário obter suas estratégias e o elemento mais importante para a vida de uma criança: a afetividade. Referente essas estratégias Vilela (2010, apud GENTIL e NAMIUTI, 2017, p.182):
Algumas estratégias podem auxiliar o professor a estreitar ou mesmo criar vínculo afetivo, é importante estabelecer rotina para os alunos em especial para aqueles que tenham autismo, criar espaço para que expressem suas emoções e inserir a família no contexto de aprendizagem.
	Assim, os autores abordam que a afetividade é importante para o desenvolvimento das crianças e o vínculo que os professores criam com os alunos influencia no progresso do desenvolvimento. E, o professor deve ser visto como um facilitador que observa com atenção a cognição e o emocional da criança. Nesse sentido, afirma-se que a afetividade e a cognição não se separam e que assim o indivíduo consegue raciocinar e se desenvolver. 
	Dessa forma, Wellichan e Faleiro (2017), enfatiza a atuação do profissional que o autismo exige. Isto é, o professor deve compreender do que precisa e o que pode ser trabalhado em suas aulas. As atividades devem possibilitar que as crianças se interajam e desenvolvam a criatividade. Além disso, o reforço positivo também pode possibilitar o desenvolvimento da criança autista, por meio de brincadeiras, na qual desenvolve a cognição física e motor, auxiliando no processo escolar. 
	Outro ponto importante é a participação das famílias no meio escolar do filho, principalmente quando se trata de uma criança diagnosticada com autismo. Os pais devem compreender que além dos professores, eles também possuem um papel importante. De acordo com Wellichan e Faleiro (2017):
Considerá-la como criança que está em processo de descoberta, entender que suas percepções podem parecer desorganizadas, além de sua audição que pode ser hipersensível e seu olfato aguçado, é preciso também entender e distinguir o “não quero” de “não consigo”. (p.79)
	Assim, entende-se que a criança com o diagnóstico deve ter cuidado com sua comunicação, pois eles pensam bem concretos, interpretam literalmente o que diz. Isto é, palavras com duplo sentido, gírias, ironia, sacarmos, entre outros. De acordo com os autores, a linguagem corporal também é fonte de informação, se comunicam por meio de agitação ou isolamento, e, nesse momento apresentam que alguma coisa está incomodando. 
	Dessa forma, os cuidados e preparação para lidar e moldar as crianças são estudadas e refletidas. A educação infantil como primeira modalidade, precisa sempre refletir e discutir métodos e estratégias para incluir as crianças autistas diagnosticadas e também contribuir para um diagnóstico. Pois, muitas vezes os pais não percebem, e por meio do comportamento da criança no ambiente escolar, passa apresentar a necessidade de uma atenção maior para o desenvolvimento das mesmas. Por meio disso, vale ressaltar que a informação é importante para os pais, definindo os desafios e as barreiras para enfrentar. Por conta disso, a responsabilidade é do professor para atender e auxiliar o aluno e as famílias. 
MÉTODO
O presente estudo bibliográfico é pautado por meio de artigos científicos de autores que discutem e estudam o assunto abordado. O objetivo é aprofundar sobre a temática, com revisões de produções científicas que estão presentes nos bancos de dados no Google Acadêmico, Portal Periódico da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD). 
Em respostas dessas pesquisas, foi selecionado autores que trataram sobre o tema recentemente. Assim, embasa as ideias de Gentil e Namiuti (2015), Pereira et al. (2015), Wellichan e Faleiro (2017) e Bastos (2019). Os autores contribuíram para definição de conceitos e ideias relevantes para a compreensão da atuação atual do professor diante os alunos com diagnóstico do Transtorno Espectro Autista (TEA).
A pesquisa de campo foi utilizada na abordagem qualitativa, na escola pública de Educação Infantil do município de Macaé/RJ. Quanto aos instrumentos de coleta de dados, foi realizada a entrevista com 2 (dois) professores com seis (6) questões abertas, visando compreender como desenvolvem seus trabalhos com as crianças autistas e todo o restante da turma, para tornarem a sala de aula um ambiente agradável, saudável e respeitoso. 
Pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por um conjunto de questão que são submetidas as pessoas com propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado, etc. (GIL, 2008, p.121)
Antes de ser entregue os questionários para as professoras, foi agendado um horário com a diretora e solicitado uma autorização para aplicar os questionários. Após o apoio da mesma, foram entregues 2 (dois) questionários para as professoras participante da pesquisa, na qual se encontra com aluno autista na sala de aula do Maternal I e Pré I. 
Foi definido limite de uma semana para entrega das questões respondias, na qual as professoras entregaram dentro de três (3) dias. Para preservação de suas identidades, na qual Gil (2010) cita que é obrigação moral de pesquisadores, foi empregado como P1 (Professora 1) e P2 (Professora 2).
Foram utilizados os métodos científicos, sistematizado e planejado, com objetivo de tornar essa investigação válida. O objeto de pesquisa auxiliou para responder a problemática, e, para tal resultado, foi analisado as respostas das professoras juntamente com os referenciais teóricos citados. Isto é, foram confrontados os dados obtidos da fundamentação teórica com o resultado da entrevista. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com base dos objetivos e problema definido, os sujeitos para investigação foram 2 (dois) professores da rede de educação infantil. No que se referem aos dados pessoais, as professoras se declaram do gênero feminino e foi possível observar a diferença de 10 (dez) anos na atuação na Educação Infantil. 
A P1 é professora do maternal I, licenciada em Pedagogia e especializada em Psicopedagogia e Educação Inclusiva, com 16 (dezesseis) anos atuando na rede de Educação Infantil. A P2 é professora do Pré I, declarada 6 (seis) anos de atuação, com Licenciatura Plena em Pedagogia e atualmente encontra-se cursando a Especializaçãoem Alfabetização e Letramento. 
Em busca de alcançar os objetivos e consideração a fundamentação teórica, na primeira questão da entrevista, foi questionado as professoras a sua compreensão sobre o que é o autismo. No entanto, de acordo com a P1 e P2:
É uma síndrome, com vários graus intensidade [sic] (P1);
O autista apresenta dificuldade na adaptação, na seleção social ou afetiva e na comunidade, desta forma o autismo prejudica a socialização da criança, fazendo com que ela tenha um comportamento restritivo e repetitivo, não estabelecem contato visual e geralmente usam a fala como meio de se comunicar (P2).
	Percebe-se que houve diferença entre uma e outra resposta, na qual a P1 respondeu diretamente o conceito de autismo e a P2 caracterizou como age um autista e o que o comportamento traz para o meio social. Dessa forma, afirma-se em Bastos (2019), que o autismo é um “transtorno do neurodesenvolvimento”, na qual consequentemente o indivíduo com autismo, apresenta dificuldade na comunicação e na inserção social. 
	A segunda questão abordada na entrevista, é referente a estratégia que a escola utiliza para atender e incluir os alunos autista. Em resposta:
Inclusão do aluno na rotina escolar e ao mesmo tempo realizando atividades para incentivar as crianças da turma a conviver com o colega diferente, isto é visível pelo cuidado com que a turma tem com o aluno (P1);
A estratégia utilizada para atender e incluir os alunos autistas é a partir do suporte visual, do interesse deles para usar como reforço positivo, oferecendo um ambiente acolhedor com as mesmas oportunidades que os demais alunos, mas respeitando o tempo deles, por perder a atenção rapidamente e apresentar dificuldade para realizar atividades direcionadas e coletivas (P2). 
	Dessa forma, Wellichan e Faleiro (2017) discutem que a escola tende a cumprir as regularizações do direito do autista. Isto é, propor uma educação que evite conflitos e ações de exclusões do aluno. Esse direito está presente na Lei 12.754 de 27 de dezembro de 2012 que institui a Política Nacional dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo e estabelece diretrizes para sua consecução (BRASIL, 2012). Nesse sentido visa o direito o reconhecimento da deficiência e o direito ao acesso à educação. De acordo com Bastos (2019), a escola deve propor um trabalho pedagógico na qual seja compartilhado com a equipe, sendo ele ensino regular e multifuncional, além disso, também compartilhar com a família. 
	Na terceira pergunta da entrevista, questiona-se qual a posição das professoras diante o aluno autista. Assim, responderam:
Trato o aluno como um aluno normal, buscando sempre de a participar das atividades oferecidas (P1);
Minha posição é de respeitar o aluno autista e suas limitações buscando recursos e estratégias para o desenvolvimento nos diversos aspectos e assim incluí-los (P2).
	
Em relação ao respeito, é necessário reconhecer as dificuldades do aluno, e Gentil e Numiata (2015) apontam as prioridades do professor deve ser: o diálogo, estimulação para obter o interesse do aluno, cuidado com o desenvolvimento afetivo e moral, atenção a diversidade do aluno e o trabalho em equipe. Outro ponto crucial no referencial teórico é a afetividade, em que Bastos (2019) enfatiza:
A afetividade surge nas relações, em especial, entre os docentes e os educandos como fator facilitador das práticas pedagógicas e educativas, tendo como característica principal o fortalecimento dos vínculos entre docentes e educandos, nas quais estes por sentirem-se mais acolhidos em suas singularidades e especificidades, como no caso do TEA, podem evoluir em sua aprendizagem e também sociabilidade de forma plena e autônoma. Ou seja, sinaliza acessibilidade atitudinal por parte das docentes e, por isso, tem potencial inclusivo (p.121).
	
	Sendo assim, entende-se que o profissional além de cumprir com a obrigatoriedade de tratar o aluno autista como qualquer outro aluno da sala de aula, é necessário manter um vínculo afetivo para que ele se sinta seguro de expor suas dúvidas e possibilitar o desenvolvimento da aprendizagem. Dessa forma, considero a afetividade de extrema importante, pois facilita as ações pedagógicas realizar de forma efetiva e obter um resultado preciso.
Na quarta pergunta, questiona-se a relação com os pais dos alunos e quais as expectativas que eles apresentam diante delas:
É muito boa, a mãe da criança é presente na escola e na vida de seu filho, tanto na escola como nas atividades extras (P1);
Os pais dos autistas são ótimos, temos uma boa parceira sobre o desenvolvimento e acompanhamento com a equipe multidisciplinar fora da escola como fonoaudióloga, psicóloga e terapia ocupacional. Os pais buscam ajudar seus filhos (P2).
	
A respeito da P1 e P2, os pais se encontram ativos no acompanhamento na vida escolar de seus filhos. Em geral, vale ressaltar que a participação da família é crucial para o desenvolvimento dos alunos, seja qual for sua situação. A atenção é maior, quando se trata de uma criança diagnosticada com autismo, pois, muitas vezes o diagnóstico não surge por meio da observação dos familiares, sim no ambiente escolar. 
Pois, é indispensável a parceira da escola juntos com os pais para o desenvolvimento das crianças, e de acordo com os autores Pereira et. al. (2015), ressalta que, “há necessidade da existência de uma parceria entre o AEE, escola e família, pois é por meio dessa união que os alunos com TEA poderão construir aprendizados que possibilitem a independência na vida” (p.209).
Posteriormente foi questionado para as professoras, a importância da inclusão na escola, e dada a resposta:
Adaptação [sic] dessa criança ao convívio social, estimulando seu desenvolvimento e limite (P1);
Primeiramente é fundamental enfatizar que a inclusão é direito de qualquer indivíduo. Envolver este aluno é fundamental para seu desenvolvimento socioemocionais e psicológico, porque através da troca de convivência e socialização com os colegas irão desenvolver suas capacidades pessoais e aprimorar sua inteligência emocional (P2). 
	
Nesse sentido, ambas relataram a importância para as crianças a inserção na sociedade, e também a estimulação de seu desenvolvimento. Sendo assim, Bastos (2019) cita-se do paradigma da inclusão no contexto escolar, na qual se exige que a escola seja adaptada para atender a demanda de alunos com necessidades especiais, garantindo sua permanência, seu desenvolvimento e aprendizagem. 
No pensamento de que a escola que precisa se ajustar ao educando, Pereira et.al. (2015), enfatiza que o espaço escolar deve ser pensado de maneira flexível que atenda os alunos com necessidades educacionais. Além disso, vale ressaltar que esse processo de inclusão responsabiliza todos os sujeitos da escola e que a união de professores, coordenadores, funcionários e pais de alunos que transformará a escola inclusiva. 
Na última questão da entrevista, foi questionada a convivência entre o autista com outros alunos e com os pais:
Para os alunos a convivência é normal, mas realmente eu não sei o que os pais pensam quando seu filho leva um tapa de um aluno autista (pois o preconceituoso é o adulto) (P1);
Partindo da nossa prática de incluir, tanto os alunos quanto os pais dos alunos não autistas também exercem a inclusão, respeitando, mas no início a adaptação na sala foi difícil, mas com calma, compromisso e tolerância foi possível obter um bom resultado na inclusão dos alunos, pois as crianças aprenderam a lidar com eles, sempre o auxiliando e educando. (P2).
A P1 relatou que a convivência é normal, e que a dificuldade vem dos pais desses alunos, que muitas vezes eles demonstram seus preconceitos diante um conflito entre o aluno autista e seu filho. A P2 aponta que não é tarefa fácil promover uma convivência de inclusão, porém, com compromisso e calma, busca demonstrar aos pais de alunos o exercício da inclusão e ampliando o respeito entre eles. Desse modo, Wellichan e Faleiro (2017), responsabiliza o professor para a melhor convivência entre os pares e a permanênciadessas crianças nas escolas. 
	Diante do exposto, percebe-se que as professoras buscam sempre meios de compreender e inserir o aluno autista na vida escolar, tornando-se em um ambiente familiar, respeitoso na qual possibilita que o aluno desenvolva as aprendizagens. Dessa forma, cabe o professor se preparar e refletir os recursos, trabalhar em equipe para propor uma escola inclusiva e não exclusiva para os alunos com necessidades educacionais. 
Considerações Finais
Em geral, o autismo não pode ser apontado como uma doença e sim como um transtorno neurológico que causam prejuízos na comunicação, interação e aprendizagem. Nesse sentido, houve avanços em todas as áreas, seja no científico, na pedagogia, psicologia e no legislativo. Os profissionais ainda buscam melhorias nas condições e na educação de qualidade para todos com necessidades educacionais. A pesquisa contribui integralmente para formação, e percebe-se que os desafios ainda são presentes, e, existe uma expectativa diante o progresso que houve recentemente com a Lei sancionada pelo presidente atual. 
Os professores devem se preparar e especializar para buscar meios e subsídios que visam atender e receber o aluno com TEA na instituição escolar. Dessa forma, para garantir a permanência desses alunos é necessário propor um ambiente escolar receptivo e preparado para atividades pedagógicas que compreendem o andamento do desenvolvimento dos alunos autistas. Ao mesmo tempo, é necessário propor atividades que contribuem para a interação e inserção do mesmo na sociedade como qualquer cidadão. 
	Sendo assim, vale ressaltar que a preparação docente é imprescindível nos cursos de formação e especialização. Além disso, os professores e toda equipe deverão ser unidos para lidar e moldar as crianças juntamente com seus familiares. Contudo, essa união é crucial para refletir, discutir métodos e estratégias para inclusão de todas e todos os alunos, pois juntos possibilita o desenvolvimento pleno dos autistas.
Referências 
BASTOS. Rosangela Porfírio. Ações, relações e sentidos produzidos pela comunidade escolar sobre o processo de inclusão da criança com TEA. Dissertação. Universidade Federal do Amazonas, no Programa de Pós-Graduação em Psicologia. Manaus/AM. 2019. 154f
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PEREIRA, Amanda C.dos S; BARBOSA, Marily O.; SILVA, Glorismar G. da S.;ORLANDO, Rosimeire M. Transtorno do Espectro Autista (TEA): definição, características e atendimento educacional. Educação, Batatais, v. 5, n. 2, p. 191-212, 2015
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