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CANA-DE-AÇÚCAR (Saccharum spp.) http://www.sistemafaep.org.br/wp-content/uploads/2014/10/22222.jpg Pragas ✓ É atacada por mais de 80 espécies de insetos, mas poucos causam prejuízos; ✓Mundialmente o ataque de pragas contabiliza perdas de aproximadamente 20% ao ano. PAES et al. (2007) e EMBRAPA (2015) BROCA-DA-CANA-DA-AÇÚCAR (Diatrea saccharalis) • É a principal praga da cana; • O adulto da broca-da-cana é uma mariposa com asas anteriores amarelo-palha com desenhos pardacentos e posteriores esbranquiçadas. ForestryImages.http://www.resumosetrabalhos.com.br/entomologia_1.html ✓Postura ocorre nas folhas da cana, na face dorsal; EMBRAPA ✓As lagartas recém-nascidas alimentam-se, no inicio, do parênquima das folhas, convergindo, a seguir, para a bainha; ✓Depois da primeira ecdise, penetram pela parte mais mole do colmo e, perfurando–o, abrem galerias de baixo para cima. http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfJK0AH/apresentacao-cana PREJUÍZOS Para uma produtividade de 80 toneladas por hectare, as perdas ocasionadas pela broca para cada 1% de intensidade de infestação são de: ❖616 quilos de cana (0,77%), ❖28 quilos de açúcar (0,25%) e ❖16 litros de álcool (0,20%), aproximadamente. EMBRAPA (2015) PREJUÍZOS Prejuízo direto causados pela abertura de galerias: ➢ Perda de peso e morte das gemas, causando falhas na germinação. Nas canas novas, a broca produz o secamento dos ponteiros, conhecido como “coração morto”. Enraizamento aéreo e brotações laterais podem também ocorrer. Foto: Heraldo Negri. Foto: Heraldo Negri. PREJUÍZOS Prejuízo indireto: ➢Através do orifício e galerias penetram fungos (Colletrotrichum falcatum, Fusarium moniliforme) que causam a podridão vermelha do colmo, que invertem a sacarose, diminuindo a pureza do caldo e dando menor rendimento em açúcar e álcool. Fonte: APLACANA. INFESTAÇÃO E AMOSTRAGEM Coleta-se em cada talhão 100 colmos de cana, ao acaso, e contando-se o número de colmos broqueados. Intensidade de infestação (I)=100 X (n° de internódios broqueados) ---------------------------------------- n° total de internódios NC: 3% GALLO et al. (2002) e EMBRAPA(2015) Para controle químico, a amostragem é feita observando a região da primeira folha junto ao “palmito” da cana, a presença de lagartinhas, antes de penetrarem no colmo. INFESTAÇÃO E AMOSTRAGEM ❖Pode ser feito com o uso de armadilhas, com duas fêmeas virgens com 48 horas de idade; ❖Ou com feromônios. MONITORAMENTO Foto: Paulo Botelho. EMBRAPA (2015) CONTROLE Cultural ➢Plantio de variedades resistentes ou tolerantes; ➢Corte de cana sem desponte; ➢Fazer a moagem rápida; ➢Eliminação das plantas hospedeiras das proximidades do canavial, principalmente o milho e milheto. GALLO et al. (2002) e EMBRAPA(2015) Biológico Parasitóide de ovos: Trichogramma galloi. ➢ Evita o ataque da broca nos colmos. ➢ A forma adulta da vespa deve ser liberada em 25 pontos por hectare. ➢ 200 mil/ha em três liberações sucessivas, feitas à tarde, semanalmente. CONTROLE EMBRAPA (2015) José F. Garcia Biológico CONTROLE Feromônio: fêmeas virgens. Parasitóide de lagartas: Cotesia flavipes ➢ Deve ser liberada seis mil adultos por hectare. ➢ Quando associada com T. galloi, reduz até 60% a infestação. Foto: Heraldo Negri. EMBRAPA (2015) Químico Aplicação em pulverização, visando a região do “palmito” de um dos produtos: ◦ Triflumuron( Alsystin 250 PM) ◦ Lufenuron (Match 50 CE) ◦ Fipronil (Regent 800 GrD) Quando houver 3% de canas com lagartas recem-eclodidas CONTROLE GALLO et al. (2002) 50 Produtos registrados. Broca-gigante (Castnia licus) ➢ O adulto é uma borboleta com uma faixa branca transversal nas asas anteriores; ➢ E as posteriores apresentam uma faixa branca curva e sete manchas vermelhas na margem externa; Foto: Heraldo Negri. ➢As lagartas são grandes - 80 mm de comprimento - brancas, com algumas pintas pardas na parte dorsal. ➢ A pupa se transforma dentro de um casulo feito de fibras de cana e dá origem a um adulto que viverá até 15 dias. Foto: Heraldo Negri. Bouveriz Biocontrol® OCORRENCIA ➢ Ela ocorre, sobretudo, na região Nordeste. ➢ Os adultos aparecem no período de verão com um vôo diurno e rápido efetuando postura em touceiras velhas, no meio de detritos e de caules cortados. Foto: Heraldo Negri. http://interna.coceducacao.com.br/eboo k/content/pictures/2002-11-172-07- i005.jpg PREJUÍZOS ➢Pode causar prejuízos de 20 a 60% ➢ Reduz também o poder vegetativo “coração morto” e cria condições para aparecimento de podridões. ➢ O principal prejuízo é resultante da ação das lagartas que fazem galerias verticais no colmo. Joelmir Silva Joelmir Silva CONTROLE Não existe um método de controle eficiente da praga. O método utilizado consiste na catação manual de larvas e pupas no meio do “enxadeco” e captura de adultos com rede entomológica. CONTROLE Químico ➢ Clorantraniliprole (antranilamida) – Altacor e Altacor BR. 2 Produtos registrados. Agrofit (MAPA) Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) ➢A lagarta é muito ativa, de coloração verde-azulado; ➢ Com a cabeça pardo-escura ou quase preto; Foto: Paulo viana. ➢ Mariposas de coloração pardo- amarelada a cinza-escuro Danos Inicialmente alimentam-se das folhas, para em seguida localizar-se na parte inferior do colmo rente ao solo, nas canas novas. Constroem galerias mistas de terra e teia, que se comunicam com o exterior, abaixo da superfície do solo, com seus excrementos. SINTOMAS ➢Amarelecimento, e ➢Coração morto. ➢Ocorre com maior intensidade em solos arenosos e durante períodos secos. CONTROLE Não existe controle eficiente para a praga. Por se tratar de um inseto que se desenvolve em um ambiente seco, a manutenção de solo umedecido com vinhaça, contribui para diminuir prejuízos. GALLO et al. (2002) e EMBRAPA(2015) CONTROLE Porém há inseticidas registrados no MAPA para as seguintes culturas: ✓Algodão ✓Amendoim ✓Arroz ✓Feijão ✓Milho ✓Soja ✓Sorgo ✓Trigo Cigarrinhas (Mahanarva fimbriolata, Mahanarva posticata) ➢Adultos vivem na parte aérea da planta; ➢Machos de coloração marrom-avermelhada (até 12 mm), com duas manchas avermelhadas no terço apical das asas anterior; ➢ Fêmeas mais escuras (até 14 mm) e sem manchas. GALLO et al. (2002) A postura é realizada em bainhas secas ou sobre o solo, nas proximidades do colmo da planta. As jovens (ninfas) dirigem-se as raízes, onde se fixam para sugar a seiva. Reconhece a infestação devido a exsudação de espuma esbranquiçada semelhante a espuma de sabão, que envolve a touceira e que serve para sua proteção. O ciclo evolutivo médio é de 79 dias. (ovos: 15-20 dias; ninfas: 35-40 dias; adultos: 15- 20 dias) Metarriz Biocontrol® DANOS PREJUIZOS ➢ 11% na produtividade agrícola e ➢1,5% na produção de açúcar. EMBRAPA (2015) ✓ Podem chegar a 60% da produção agrícola e indústria. Metarriz Biocontrol® CONTROLE Biológico ➢Salpingogaster nigra (Diptera – Syrphidae), mosca predadora de ninfas. ➢Suas larvas predam de 30 a 40 ninfas por ciclo e ocorrem de 2 a 3 gerações por geração da cigarrinha. Metarriz Biocontrol® CONTROLE Biológico ➢Metarhizium anisopliae, chamado fungo verde, aplicado na dose mínima de 500 g/esporos viáveis por ha. Esse fungo tem capacidade de infectar ninfas e adultos. Fonte: Itaforte Bioprodutos ✓ deve ser aplicado quando se encontram de 5 a 7 espumas/m², 5 a 10 ninfas/m² ou 3 a 5 adultos/m². CONTROLE Químico Para ninfas ➢Thiamethoxam ➢Terbufós ou Carbofuran granulados Aplicados de um lado da touceira. GALLO et al. (2002) 18 Produtos registrados sendo que 7 é controle biológico. Besouros (Sphenophorus levis, Metamasius hemipterus) Pertencem a família Curculionidae; Apresentam 10 a 15 mm de comprimento; B. Larson, Metamasius hemipterus ✓Os ovos são colocados na base dos colmos (Sphenophorus levis); ✓ e em orifícios ou rachaduras no entrnó (Metamasius hemipterus). As larvas abrem galerias nas plantasCiclo médio: 2 a 3 meses e os adultos aparecem nas épocas mais quentes do ano. Larva de Sphenophorus levis. Foto: Paulo Botelho Revista A Granja 12/2010 Bouveriz Biocontrol® PREJUÍZOS As larvas danificam os toletes da cana, perfurando em todos os sentidos. Os adultos também podem fazer orifícios nos toletes. CONTROLE Cultural Rotação de culturas; Eliminação de soqueiras atacadas; CONTROLE Biológico Nematóides do gênero Neoapletana. CONTROLE Biológico Beauveria bassiana Bouveriz Biocontrol® CONTROLE Químico Fipronil (500 g/ha) Endosulfan (6 a 12 L/ha) ➢No sulco de plantio visando as larvas. GALLO et al. (2002) Químico Adultos podem ser controlados com iscas tóxicas. ➢Essas iscas são confeccionadas com canas cortadas ao meio e previamente tratadas com inseticidas (mistura de 25 g de carbaril 850 PM com 1 L de água e 1 L de melaço) e distribuídas na base de 200 iscas/ha. GALLO et al. (2002) Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea, Atarsocoris brachiariae) Jovens e adultos tem habito subterrâneo. Tem 2 gerações anuais. Predominância de adultos quando existe excedente hídrico. Ovos e ninfas em período de deficiência hídrica. Longevidade: 180 dias. Esses percevejos são facilmente reconhecidos no momento da abertura dos sulcos pelo cheiro desagradável que exalam. PREJUÍZOS Quando a infestação é intensa, os prejuízos são consideráveis. As plantas atacadas perdem grande quantidade de seiva, provocando murchamento, amarelecimento e secamento das canas. CONTROLE Cupim (Heterotermes tenuis, Procornitermes sp., Neocapritermes sp., Syntermes sp., Cornitermes sp.) ✓Insetos sociais; ✓Operárias ápteras e estéreis; ✓Coloração branco ou amarelo-pálido; ✓Soldados estéreis com cabeça volumosa, de coloração marrom-amarelada, com mandíbula bem desenvolvida. Não leva terra para o interior das galerias. Constroem os ninhos subterrâneos, enterrados. PAES et al. (2007) DANOS ➢ Nos toletes: ➢ Danificando as gemas e prejudicando a germinação. ➢Nas plantas adultas: ➢Abrem galerias nos entrenós basais e destroem os tecidos, ocasionando a secagem dos colmos. PREJUÍZOS Os danos chegam a 10 ton/ha/ano. O ataque é maior em terrenos arenosos. MONITORAMENTO ➢Em áreas de reforma: ➢examinar 10 touceiras/ha e ➢30 touceiras em 20 ha ou mais, avaliando a presença de cupins. Iscas do tipo Termitrap, usando 30 iscas/ha Controlar quando existir 25% de infestação CONTROLE Controle Químico ➢Fipronil 800 WG (250 g/há) ➢Endosulfan 350 CE (6-8 L/há) ou ➢Terbufós granulado (20 kg/há) GALLO et al. (2002) 10 Produtos registrados Broca-do-rizoma ou migdolus (Migdolus fryanus) ➢ Machos pretos com asas posteriores desenvolvidas; ➢ Fêmeas marrons, com asas posteriores atrofiadas, e não voam; ➢ De 18 a 25 mm de comprimento. DANOS ➢As larvas se alimentam de toletes e de rizomas; ➢ Rizomas atacados emitem poucas raízes, o que provoca o secamento de touceiras nas reboleiras infestadas. CONTROLE Formiga saúva (Atta bisphaerica, A. capiguara) ➢Insetos sociais; ➢Uma única rainha; ➢Demais formigas divididas em castas (soldados, cortadeira e jardineiras). Revista A GranjaRevista A Granja DANOS ➢ Ocorre durante todo o ano; ➢Reduzem a área foliar das plantas por longos períodos, causando atraso e definhamento. Imagem: revoluçaoserviços CONTROLE Químico ➢ Fipronil (pirazol) – Salasat, Salasat 800, Regent 800 WG e Rhyme 4 Produtos registrados Agrofit (MAPA) PREJUÍZOS ➢Perda de 3 a 5 ton de cana por sauveiro ao ano; ➢Redução de 30% no teor de sacarose. Luiz Carlos de Almeida (Revista Coplana - Setembro / Outubro 2006) REFERÊNCIAS GALLO, D.; NAKANO, O.; SILVEIRA NETO, S.; CARVALHO, R. P. L.; BATISTA, G. C. DE; BERTI FILHO, E.; PARRA, J. R. P.; ZUCCHI, R. A.; ALVES, S. B.; VENDRAMIM, J. D.; MARCHINI, L. C.; LOPES, J. R. S.; OMOTO, C. Entomologia agrícola. Piracicaba: FEALQ, 2002. 920p. EMBRAPA. árvore do conhecimento: Cana-de-Açúcar. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de- acucar/arvore/CONTAG01_131_272200817517.html>. Acesso em: 26 nov. 2015. PAES, J. M. V. et al. Cana-de-açúcar (Saccharum spp.). In: PAULA JÚNIOR, T. J. de; VENZON, M. (Coord.). 101 Culturas: Manual de tecnologias agrícolas. Belo Horizonte: EPAMIG, 2007. Cap. 24. p. 209- 220.
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