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Aula 07-carcere-e-marginalidade-social

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CRIMINOLOGIA
Cárcere e Marginalidade Social
Livro Eletrônico
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CRIMINOLOGIA
Cárcere e Marginalidade Social
Prof.ª Mariana Barreiras
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SUMÁRIO
Cárcere e Marginalidade Social .....................................................................3
Fins da Pena .............................................................................................3
Modelo Carcerário .......................................................................................5
Relação entre Preso e Sociedade ..................................................................8
O Pensamento de Rusche e Kirchheimer .......................................................9
O Pensamento de Foucault ..........................................................................9
Loïc Wacquant ..........................................................................................12
Enfoque Materialista X Enfoque Ideológico ...................................................13
Nota sobre a Política Criminal Brasileira .......................................................14
Resumo ...................................................................................................18
Questões de Concurso ...............................................................................23
Gabarito .................................................................................................35
Gabarito Comentado .................................................................................36
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Cárcere e Marginalidade Social
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CÁRCERE E MARGINALIDADE SOCIAL
Hoje, estudaremos assuntos que são fundamentais para a criminologia: as pri-
sões e a íntima conexão que guardam com o sistema capitalista. Para isso, vamos 
partir, mais uma vez, do livro Criminologia crítica e crítica do Direito Penal, do Ales-
sandro Baratta, que tem um capítulo exatamente com o mesmo nome desse item 
do edital. 
Para que você entenda melhor o que será visto nesta aula, vamos começar ana-
lisando as finalidades da pena. 
Fins da Pena 
Existe, no Direito Penal, na criminologia e na política criminal, intensa discussão 
sobre os fins da pena. Explicarei cada um dos principais posicionamentos sobre o 
assunto. É importante, para fins de prova, iniciar a aula dizendo que existem duas 
grandes linhas sobre o tema: 
• teorias absolutas: para tais, o fim da pena é a imposição de um castigo. 
São as chamadas teorias retributivas, para as quais a pena é uma forma de 
retribuição do mal causado;
• teorias relativas: também chamadas de teorias preventivas ou utilitárias, 
são as linhas que defendem que a pena deve ter um fim socialmente útil. As 
teorias relativas dividem a prevenção em geral e especial, e cada uma delas 
em positiva e negativa:
− prevenção geral: a pena se dirige à sociedade como um todo – é genérica, 
geral – e não apenas a um potencial delinquente;
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a) negativa: a pena é uma ameaça (caráter negativo) dirigida a todos os 
cidadãos (caráter geral) para que se abstenham de cometer crimes; 
b) positiva: a pena reforça (caráter positivo) a confiança da população no 
sistema jurídico como um todo, promovendo integração social (caráter ge-
ral). A prevenção geral positiva também é chamada de integradora, pois 
tem por objetivo a formação e o fortalecimento da consciência social, me-
diante o estímulo ao culto dos valores mais caros à comunidade;
− prevenção especial: dirige-se ao criminoso em particular:
a) negativa: a pena deve segregar (caráter negativo) a pessoa (caráter 
especial) que cometeu um delito para defender a sociedade;
b) positiva: a pena deve objetivar a ressocialização (caráter positivo) do 
condenado (caráter especial).
 Durante as últimas décadas, as filosofias relativas (de prevenção) têm ganha-
do indiscutível destaque, sobretudo diante da falência dos sistemas repressivos.
No Brasil, o art. 59 do Código Penal dispõe que, ao estabelecer a pena em um 
caso concreto, observará se é necessária e suficiente para reprovação e preven-
ção do crime. Trata-se de uma postura de tentar conciliar as teorias absolutas 
com as relativas. A isso se dá o nome de teoria unificadora, unitária, eclética ou 
mista1.
1 SALIM, Alexandre; AZEVEDO, Marcelo André. Direito penal: Parte Geral. 7ª ed. Salvador: Juspodivm, 2017, 
p. 394. 
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Essa divisão das espécies de fim preventivo da pena é apenas uma das possibi-
lidades de classificação. Lembre-se de que na aula passada vimos uma classificação 
das medidas práticas de prevenção do delito, que cataloga as ações do Poder Públi-
co como medidas de prevenção primária, secundária ou terciária. Diferentemente 
das discussões no plano das ideias sobre se as penas têm caráter preventivo ou 
repressivo, geral ou especial, positivo ou negativo, a classificação em prevenção 
primária, secundária ou terciária se aplica a ações concretas orientadas a diminuir 
a criminalidade. 
Prevenção primária, secundária e terciária:
• Primária: voltada para as causas do cometimento do crime;
• Secundária: voltada para as oportunidades de cometimento de um crime; 
• Terciária: voltada para evitar a reincidência.
Vou começar, agora, a aprofundar o assunto a partir desse conhecimento ini-
cial. Para tanto, vamos analisar o que é prevenção primária, secundária e terciária, 
compreendendo, desde logo, que essas modalidades não se excluem. Uma preven-
ção pode ser complementar à outra. 
Modelo Carcerário
Há muitas pesquisas que abordam empiricamente a realidade carcerária. Em 
sua grande maioria, demonstram que as penas privativas de liberdade não conse-
guem cumprir as tarefas de ressocialização e reeducação. 
A prisão é, para Baratta, o momento culminante e decisivo do mecanismo de 
marginalização que o sistema penal concretiza na sociedade. O sistema penal pro-
duz uma população criminosa e tem que administrá-la. 
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Nessa tarefa, os institutos de detenção produzem, em realidade, efeitos contrá-
rios à reeducação e à reinserção do condenado, e favoráveis à sua estável perma-
nência na população criminosa. Exames clínicos têm demonstrado os efeitos nega-
tivos que a prisão possui sob a psique dos condenados, especificamente revelando 
a correlação entre esses efeitos negativos e a longa duração da pena. Começa-sea demonstrar que a prevenção especial positiva é um mito. 
Se realmente pretendesse possuir tarefa educativa, o cárcere não poderia ser 
um modelo repressivo e uniformizante. O ideal educativo promove a individualida-
de, o autorrespeito, a liberdade, a espontaneidade. Mas assim que chega à prisão, 
têm início as cerimônias de degradação: o indivíduo é privado de seu nome, pas-
sando a ser identificado por um número; ele é privado de suas roupas pessoais e 
seus pertences, e passa a vestir um uniforme; tem seu cabelo cortado, em geral, 
raspado; e tudo isso vai contribuindo para que seja apenas mais um dentre outros 
tantos. E a partir de seu ingresso, passa a realizar as atividades determinadas em 
horários determinados, geralmente na presença de seus colegas detentos, e qua-
se sempre sob a observação dos agentes penitenciários. As privações da vida no 
cárcere especialmente quanto às relações heterossexuais têm profundos efeitos 
negativos sobre a personalidade.
Esse processo de socialização do preso contém uma faceta de desculturação e 
outra de prisionalização (ou prisionização), também chamada de aculturação. 
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A desculturação contempla o caráter uniformizante do cárcere e as consequ-
ências negativas da perda de contato com o mundo externo, tais como: 
• desadaptação às condições necessárias para a vida em liberdade;
• diminuição da força de vontade;
• perda de autorresponsabilidade do ponto de vista econômico e social;
• redução do senso de realidade do mundo externo;
• distanciamento progressivo dos valores e modelos da sociedade externa.
Já a aculturação, também chamada de prisionalização, é a assunção de 
atitudes, modelos e valores característicos da subcultura carcerária. Quanto 
mais interiorizados os valores dessa nova subcultura, menor são as chances de 
reinserção na sociedade posteriormente. Baratta explica que a aculturação ou 
prisionalização contempla dois processos: 
• educação para ser criminoso: os criminosos com forte orientação an-
tissocial são os líderes dentro da prisão e se tornam modelos a serem 
seguidos;
• educação para ser bom preso: os detentos devem aceitar as normas 
formais da instituição e as normas informais impostas pelos dirigentes. A 
função propriamente educativa é excluída do cárcere e substituída pela 
função de cumprimento de normas para manutenção da ordem do am-
biente carcerário. São favorecidas atitudes de conformismo passivo, opor-
tunismo, desconfiança, submissão sem consentimento. 
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Relação entre Preso e Sociedade
A ideologia penal da reinserção possui, para Baratta, natureza contraditória. 
A reinserção se choca com a exclusão. Não se pode, ao mesmo tempo, excluir 
e incluir. 
O cárcere reflete a sociedade, especialmente no que tem de negativo. As rela-
ções sociais da subcultura carcerária – assim como as relações do mundo exter-
no – se baseiam no egoísmo e na violência e fazem com que os indivíduos mais 
fracos sejam constrangidos a papéis de submissão e exploração. Para Baratta, 
antes de falar de educação e reinserção, é necessário fazer um exame do sistema 
de valores da sociedade em que se quer reinserir o preso, ou seja, a verdadeira 
reeducação deve começar pela sociedade: 
Antes de querer modificar os excluídos, é preciso modificar a sociedade excludente, 
atingindo, assim a raiz do mecanismo de exclusão. De outro modo permanecerá, em 
quem queira julgar realisticamente, a suspeita de que a verdadeira função desta modi-
ficação dos excluídos seja a de aperfeiçoar e de tornar pacífica a exclusão, integrando, 
mais que os excluídos na sociedade, a própria relação de exclusão na ideologia legiti-
mante do estado social.2
Após o fim do cumprimento da pena, a sociedade punitiva continua observan-
do e controlando os ex-detentos de variadas maneiras. É como se o panóptico se 
estendesse a toda a sociedade, sem a necessidade muros para o controle da socie-
dade marginalizada. 
2 BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica do direito penal. Rio de Janeiro: Revan. 6ª ed. 2011. P. 
186. 
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O Pensamento de Rusche e Kirchheimer 
Os alemães Georg Rusche e Otto Kirchheimer, em 1939, lançaram a obra Puni-
ção e estrutura social, em que tentaram estabelecer uma relação entre mercado de 
trabalho e cárcere. Eles defendem que todo sistema de produção tem uma tendên-
cia a descobrir e a utilizar sistemas punitivos que correspondem às próprias rela-
ções de produção. Na sociedade capitalista, a medida da população carcerária e o 
seu emprego como mão de obra dependem do aumento ou da diminuição da força 
de trabalho disponível no mercado. A pena de prisão, para eles, é relacionada ao 
surgimento do capitalismo mercantil, com a consequente necessidade de disciplina 
da mão de obra para beneficiar interesses econômicos.
Assim, o processo de exclusão do mercado de trabalho representa um terreno 
fértil para a marginalização criminal. A sociedade capitalista depende da existência 
de excluídos e, por isso, a ressocialização pelo trabalho não consegue ter suces-
so. São ideias conflitantes. Por isso, para enfrentar o problema da marginalização 
criminal, é necessário mexer com a própria estrutura da sociedade capitalista, que 
tem necessidade de desempregados, de excluídos, de marginalizados. 
O Pensamento de Foucault 
Na mesma linha, Foucault diz que o sistema punitivo tem uma função direta e 
uma indireta. A função direta é alimentar uma zona de marginalizados criminais. A 
função indireta é golpear uma ilegalidade visível para encobrir uma oculta. O cár-
cere é importante para construir um universo disciplinar. 
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Vou falar um pouco mais de Foucault porque suas ideias são bastante cobradas 
em prova. 
Em 1975, o filósofo francês Michel Foucault lançou o livro Vigiar e punir. Fou-
cault retoma a ideia do panóptico, que já havia sido empregada pelo inglês Jeremy 
Bentham na virada do século XVIII para o século XIX. O panóptico é um sistema 
arquitetônico para presídios: de uma torre central, todos os corredores radiais se-
riam observados. Os presos poderiam ser monitorados facilmente, com um simples 
virar de cabeça dos guardas alocados na torre. Ademais, a construção arquitetônica 
ideal de panóptico não permitiria a definição, pelosdetentos, do ponto a partir do 
qual se realiza a vigilância, e tampouco a identificação de quem os vigia. A ideia era 
utilitarista: ter a maior vigilância dos detentos com o menor emprego de recursos. 
Atualmente, na era da informação em que vivemos, esse sistema de panóptico 
pode e é transportado para aplicações tecnológicas que monitoram os indivíduos a 
todo tempo. 
Para Foucault, o sistema permanente de controle tem por objetivo: 
[...] induzir no detento um estado consciente e permanente de visibilidade que assegu-
ra o funcionamento automático do poder. Fazer com que a vigilância seja permanente 
em seus efeitos, mesmo se descontínua em sua ação; que a perfeição do poder tenda 
a tornar inútil a atualidade de seu exercício; que esse aparelho arquitetural seja uma 
máquina de criar e sustentar uma relação de poder independente daquele que o exerce; 
enfim, que os detentos se encontrem presos numa situação de poder de que eles mes-
mos são os portadores3.
Quem quer que passe pelo cárcere leva consigo as marcas dessa coerção má-
xima estatal consubstanciada na pena privativa de liberdade. Afinal, a prisão deixa 
traços no corpo, impõe hábitos, determina comportamentos, envolve disciplina. 
3 Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Trad. Ligia Pondé Vassalo. 3ª ed. Petrópolis: Vozes, 1984. 
P. 116. 
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A disciplina é feita com o adestramento dos corpos, por meio de: 
• vigilância hierárquica: redes verticais de relações de controle, em que os 
controladores operam vendo tudo o que acontece;
• sanção normalizadora: sistema de recompensa e de punição instituído 
para corrigir desvios, especialmente mediante micropenalidades baseadas no 
tempo (atrasos, ausências), na atividade (desatenção, negligência), e em 
maneiras de ser (grosseria, desobediência);
• exame: conjugação da vigilância com a respectiva sanção. 
Foucault relembra que, em um primeiro momento, as penas eram verdadeiro 
suplício: esquartejamento, exposição do condenado em praças públicas, torturas, 
marcas no rosto, amputação. Eram penas desproporcionais e bárbaras. Posterior-
mente, no século XVIII, surge a ideia de que as penas devem ser proporcionais. 
Como exemplo pode ser citada a Lei de Talião, resumida na máxima olho por olho, 
dente por dente. 
A reforma penal do século XVIII, que é uma reforma humanista e visa conferir 
mais dignidade ao cumprimento de penas, é um protesto contra o suplício, o sofri-
mento presente nas torturas e castigos públicos. Percebe-se que é preciso punir de 
outro modo, para que se elimine a confrontação física entre soberano e condenado, 
e para que se atente ao princípio de individualização das penas de acordo com as 
características de cada criminoso. Ou seja, não basta prever crimes e penas em 
códigos. É necessário que os crimes e castigos sejam classificados e que a punição 
se ajuste a cada caso concreto. O suplício revela tirania, excesso, vingança, cruel 
prazer de punir. O povo acaba se acostumando com essa tirania e aprende que só 
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se pode vingar um delito dessa maneira, o que é extremamente perigoso. As ra-
zões dessa reforma humanista seriam as de constituir uma nova economia e nova 
tecnologia do poder de punir. A reforma humanista não pretende punir menos, mas 
sim punir melhor.
No século XIX, consolidam-se as penas privativas de liberdade, com intensa 
vigilância estatal e todas as características de disciplina que mencionamos acima. 
Loïc Wacquant
Outro teórico bastante citado ao estudar o cárcere é o sociólogo francês radica-
do nos Estados Unidos Loïc Wacquant. Ele pretendia estudar os guetos e, para isso, 
se inscreveu em um ginásio de boxe para conviver com as pessoas e o cotidiano 
da periferia. Desse contato, se interessou por estudar o cárcere, já que muitos dos 
seus colegas de boxe haviam passado pela prisão. Sua obra Punir os pobres revelou 
como nas três últimas décadas do século XX, o processo de políticas públicas nos 
Estados Unidos, pelo menos nos guetos, passou de Estado-providência para Estado 
penal e policial. O sistema penal funciona seletivamente criminalizando os pobres 
ou os excluídos por algum tipo de estereótipo social, criando mais problemas do 
que aqueles que se propõe a resolver, “sendo produtor de sofrimentos desnecessá-
rios (estéreis) que são distribuídos socialmente de modo injusto”, com o agravante 
dos seus altos custos sociais e do autêntico mercado do controle do crime que, em 
torno de si, se estrutura4.
4 WACQUANT, Loïc. Punir os pobres: a nova gestão da miséria nos Estados Unidos. 2ª ed. Rio de Janeiro: 
Revan, 2003.
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Crítico do estilo de policiamento chamado tolerância zero, Wacquant o considera 
um instrumento de legitimação da gestão policial e judiciária dos pobres, sem-teto, 
mendigos, estrangeiros e outros indivíduos marginalizados que incomodam. 
Enfoque Materialista X Enfoque Ideológico
De fato, quando aparece na sociedade, o cárcere tinha a função disciplinar de 
transformar as massas de camponeses que, expulsos do campo, deviam ser educa-
dos para a dura disciplina da fábrica. Atualmente, a função educativa e disciplinar 
é pura ideologia. 
Os pensamentos de Rusche e Kirchheimer e de Foucault produziram resulta-
dos irreversíveis do ponto de vista epistemológico. Em primeiro lugar, passou-se 
a perceber que, para estudar o cárcere, é necessário levar em conta a função que 
desempenha na sociedade. Em segundo lugar, é necessário levar em conta o tipo 
de sociedade em que o cárcere surgiu e se desenvolveu. De acordo com Baratta, 
quando o estudioso do cárcere parte dessas duas premissas, está se valendo de um 
enfoque materialista ou político-econômico. 
Esse enfoque materialista se opõe ao enfoque idealista ou ideológico, que tra-
balha com as teorias dos fins da pena. Você se lembra de quando, no começo da 
aula, falei da finalidade geral, especial, positiva e negativa? Pois bem, pensar na 
pena e no cárcere desse modo é, para Baratta, se encaixar no enfoque idealista. 
Dá-se o nome de idealista porque não parte de estudos empíricos e concretos so-
bre a realidade do cárcere e porque se trata de um debate que não conduz a um 
conhecimento científico sobre a prisão. 
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Nota sobre a Política Criminal BrasileiraO Brasil é um país muito violento. Em 2016, foram 61 mil pessoas assassinadas, 
o que equivale a uma taxa de 29,7 mortes por 100 mil habitantes, um aumento de 
4% em relação a 2015. Um total de 453 policiais civis e militares foram mortos em 
2016, um aumento de 23% em relação a 2015. Um total de 4.222 pessoas foram 
mortas em 2016 em decorrência de intervenções policiais civis e militares, um au-
mento de 25% em relação a 2015. 
Essa escalada da criminalidade dá força a argumentos punitivistas, de lei e 
ordem (law and order), de criminalização de condutas, de redução de garantias 
penais e processuais. 
O movimento de lei e ordem, que inspira essa onda punitivista, tem origem nos Es-
tados Unidos e Inglaterra, na década de 1980. Seu nome original é Law and Order 
Movement. Trata-se de movimento conservador que recomendava: penas mais lon-
gas e mais duras, ou até mesmo a pena de morte; diminuição da discricionariedade 
do juiz; excessivo rigor no cumprimento da pena privativa de liberdade. 
Por um lado, verifica-se uma expansão da tutela penal para a proteção de bens 
jurídicos coletivos, vagos, imprecisos. Denomina-se desmaterialização do bem jurí-
dico essa criação de tipos penais para tutela, por exemplo, do mercado econômico, 
da saúde pública, do mercado financeiro etc.
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Como esses novos tipos penais tutelam bens jurídicos de grandes dimensões, é 
difícil que a conduta isolada de uma pessoa possa realmente lesionar ou colocar em 
perigo o objeto de tutela. Seriam necessárias que várias condutas fossem pratica-
das por várias pessoas para que se pudesse falar em lesão ao bem jurídico. Esses 
são os chamados delitos de acumulação. Por exemplo, se uma pessoa destrói uma 
planta numa área em que a prática é vedada, não há que imaginar que ela lesionou 
o meio ambiente como um todo. Em teoria, somente a soma da conduta de várias 
pessoas danificando muitas plantas teria o potencial de danificar o meio ambiente. 
No entanto, a pessoa pode, sim, ser condenada pela prática isolada nessa nova 
tendência de tipificação de condutas lesivas a bens jurídicos coletivos. Como essa 
conduta ainda não é, efetivamente lesiva ao bem jurídico, defende-se que a condu-
ta não deveria ser tutelada pelo Direito Penal, que deve ser subsidiário. O Direito 
Administrativo, por exemplo, poderia se encarregar do caso, aplicando uma sanção 
como multa. Quando o Direito Penal pune uma conduta não por lesionar o bem ju-
rídico, mas simplesmente por defender uma norma, verifica-se o que se chama de 
administrativização do Direito Penal. 
Além disso, crescem no ordenamento os crimes de perigo abstrato, que são ti-
pos penais que dispensam a comprovação de ter sido o bem jurídico colocado em 
perigo. Por exemplo, para configurar o crime de porte de arma de fogo, é irrelevan-
te o fato de a munição apreendida estar desacompanhada da arma. 
Outro desdobramento do eficientismo penal no Brasil pode ser visto na seara 
de nossa política criminal penitenciária. Em 2014, revelou-se que o número de en-
carcerados no Brasil aumentou mais de 400% em 20 anos. O Brasil é o país com a 
terceira maior população carcerária do mundo: 711.463. E ainda há um deficit de 
354 mil vagas. Enquanto a média de encarceramento mundial é de 144 presos para 
cada 100 mil habitantes, no Brasil essa taxa é de 300, significativamente mais alta5. 
5 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Cidadania nos presídios. Dados disponíveis em http://www.cnj.jus.br/
sistema-carcerario-e-execucao-penal/cidadania-nos-presidios. Acesso em 12 mar. 2018. 
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Os ambientes carcerários no Brasil descumprem rotineiramente os direitos mí-
nimos previstos na Lei de Execução Penal. As condições precárias e sub-humanas 
revelam falta de espaço, de higiene, doenças em série, profissionais mal treinados, 
corrupção e violência como traços perenes no sistema prisional brasileiro. Ainda 
assim, mais e mais pessoas são destinadas ao sistema diariamente, agravando o 
cenário. A construção de novos estabelecimentos penitenciários não chega nem 
perto de resolver o problema da superlotação e da melhoria de condições de vida. 
Criminólogos defendem que iniciativas de descarcerização adotadas pelo Brasil 
são tímidas e, por isso, pouco alteraram o cenário. Seria necessária uma mudança 
de paradigma para que as penas privativas de liberdade em regime fechado fossem 
reservadas somente aos casos mais graves, e para que os instrumentos penais e 
processuais de concessão de liberdade, progressão de regime ou de comutação da 
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos tivessem sua aplicação amplia-
da, desafogando o sistema criminal que é, em si, gerador de mais violência. 
O modelo político-criminal brasileiro vem sendo chamado por Luiz Flávio Gomes 
e Antonio García-Pablos de Molina de paleorepressivo. É um sistema que, desde 
1990, convive com endurecimento de penas, redução de direitos e garantias funda-
mentais, tipificações novas e agravamento das regras de execução penal. Exemplo 
disso são a Lei dos Crimes Hediondos e a Lei de Combate ao Crime Organizado. 
No entanto, como veremos na próxima aula, a Lei n. 9.099/1995, Lei dos 
Juizados Especiais Criminais, representou importante quebra na tendência pale-
orepressiva. 
Também na contramão dessas posturas eficientistas, adotando uma linha de 
tentar solucionar os conflitos humanos que estão por trás do processo criminal, 
há cerca de 15 anos vem sendo aplicada no Brasil a justiça restaurativa. Trata-se 
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de uma técnica de solução de conflitos que prima pela escuta das vítimas e dos 
ofensores. Mais do que punir, na justiça restaurativa busca-se solucionar o conflito 
que subjaz ao crime. A justiça restaurativa, surgida no Canadá e na Nova Zelândia, 
é incentivada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por meio do Protocolo de 
Cooperação para a difusão da Justiça Restaurativa, firmado com a Associação dos 
Magistrados Brasileiros (AMB). Feita por um mediador, a “mediação vítima-ofensor 
consiste basicamente em colocá-los em um mesmo ambiente guardado de segu-
rança jurídica e física, com o objetivo de que se busque ali acordo que implique a 
resolução de outras dimensões do problema que não apenas a punição, como, por 
exemplo, a reparação de danos emocionais”. O cumprimento da pena tradicional 
continua podendo acontecer. O mediador não estabelece redução da pena, ele faz o 
acordo de reparação de danos. A vítima tem espaço para sugerir o tipo de repara-
ção. O crime gera uma assimetriade poderes: o infrator tem um poder maior sobre 
a vítima, e a mediação busca reequilibrar esses poderes, mas não os inverter. 
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RESUMO
Prevenção geral e especial – finalidades da pena:
• Teoria absoluta: pena é castigo, retribuição;
• Teoria relativa: pena como meio de prevenir crimes;
• Prevenção geral: dirigida a toda a sociedade;
• Prevenção especial: dirigida ao criminoso em particular.
Prevenção geral e especial, positiva e negativa:
• Prevenção geral: dirigida a toda a sociedade;
− Negativa: ameaça para que não cometam crimes; 
− Positiva: enfatiza a atitude de respeito à norma;
• Prevenção especial: dirigida ao criminoso em particular; 
− Negativa: segregação do indivíduo para que não volte a delinquir;
− Positiva: ressocialização. 
Prevenção primária, secundária e terciária:
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Modelo carcerário: para Baratta, a prisão é o momento culminante e de-
cisivo do mecanismo de marginalização que o sistema penal concretiza na so-
ciedade. Institutos de detenção produzem efeitos contrários à reeducação e à 
reinserção do condenado, e favoráveis à sua estável permanência na população 
criminosa. O processo de socialização do preso contém uma faceta de des-
culturação e outra de prisionalização (ou prisionização), também chamada de 
aculturação. 
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Rusche e Kirchheimer (Punição e Estrutura Social, de 1939): estabelecem 
relação entre mercado de trabalho e cárcere. A pena de prisão é relacionada ao 
surgimento do capitalismo mercantil, com a consequente necessidade de disciplina 
da mão de obra para beneficiar interesses econômicos.
Foucault (Vigiar e punir, de 1975): panóptico como arquitetura prisional faz 
com que haja vigilância constante e que não se saiba onde está a vigilância e quem 
a exerce. Estabelece-se um sistema permanente de controle. A disciplina é muito 
importante no cárcere. 
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Loïc Wacquant (final do século XX): políticas públicas nos Estados Unidos. Pas-
sagem de Estado-providência para Estado penal e policial. Sistema penal cria mais 
problemas do que aqueles que se propõe a resolver 
Enfoque materialista x enfoque ideológico sobre o cárcere:
• Enfoque materialista: leva em conta, ao estudar o cárcere, a função que 
ele desempenha na sociedade e o tipo de sociedade em que o cárcere surgiu 
e se desenvolveu;
• Enfoque ideológico: trabalha com as teorias dos fins da pena.
Política criminal brasileira: escalada da criminalidade dá força a argumentos 
punitivistas, de lei e ordem, de criminalização de condutas, de redução de garantias 
penais e processuais. 
Desmaterialização do bem jurídico: expansão da tutela penal para a prote-
ção de bens jurídicos coletivos, vagos, imprecisos  delitos de acumulação  ad-
ministrativização do Direito Penal  aumento dos crimes de perigo abstrato  au-
mento nas taxas de encarceramento  cárceres em que se descumprem os direitos 
mínimos previstos no ordenamento  iniciativas tímidas de descarcerização.
Aplicação da justiça restaurativa: a mediação vítima-ofensor consiste basi-
camente em colocá-los em um mesmo ambiente guardado de segurança jurídica 
e física, com o objetivo de que se busque ali acordo que implique a resolução de 
outras dimensões do problema que não apenas a punição, como, por exemplo, a 
reparação de danos emocionais. 
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QUESTÕES DE CONCURSO
1. (FCC/2013/TRT-15ª/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Na moderna concepção de preven-
ção das infrações penais e o Estado Democrático de Direito, a efetiva materializa-
ção de políticas públicas faz parte da prevenção primária do crime.
2. (FCC/2017/DPE-PR/DEFENSOR PÚBLICO) Com fundamento no ensinamento de 
Michel Foucault sobre panoptismo, é correto afirmar:
a) A localização GPS inserida em fotos de pessoas tiradas de celulares juntamen-
te ao reconhecimento facial automatizado permite um controle de deslocamento 
constante e invisível dessas pessoas, porém não é um exemplo de panóptico por 
não se poder visualizar quem o exerce.
b) A indefinição do ponto de vigilância, de quem vigia e de quem aplicará eventual 
sanção normalizadora é considerada uma falha no sistema panóptico e exige corre-
ção, por via de procedimento de exame. 
c) Há distinção entre panoptismo e sistema panóptico, sendo que este último ape-
nas pode ser operado via instâncias disciplinadoras oficiais do Estado, como as 
escolas e prisões. 
d) O monitoramento eletrônico de presos, via colocação de tornozeleiras eletrôni-
cas com SIM Cards, é exemplo de panoptismo, cuja função de vigilância é exercida 
com auxílio de um software de georrastreamento. 
e) A arquitetura panóptica refere-se unicamente a estruturas físicas de edifícios 
(prisões, escolas, hospitais etc.), não se cogitando que sistemas de informação 
sejam arquitetados para operar em panoptismo.
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3. (FCC/2018/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO) Trata-se da assunção das atitudes, 
dos modelos de comportamento, dos valores característicos da subcultura carce-
rária. Estesaspectos da subcultura carcerária, cuja interiorização é inversamente 
proporcional às chances de reinserção na sociedade livre, têm sido examinados sob 
o aspecto das relações sociais e de poder, das normas, dos valores, das atitudes 
que presidem estas relações, como também sob o ponto de vista das relações entre 
os detidos e o staff da instituição penal.
(BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal. 3. ed. Rio de Janeiro: 
Revan, 2002, p. 184-185)
O fenômeno retratado pelo trecho acima é chamado de 
a) criminalização da pobreza. 
b) prisionização. 
c) direito penal do inimigo. 
d) criminologia crítica. 
e) encarceramento em massa.
4. (FCC/2016/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO) Na história da administração penal, 
várias épocas podem ser destacadas, durante as quais vigoraram sistemas de pu-
nição completamente diferentes. Indenização (penance) e fiança foram os métodos 
de punição preferidos na Idade Média. Eles foram sendo gradativamente substi-
tuídos por um duro sistema de punição corporal e capital que, por sua vez, abriu 
caminho para o aprisionamento, em torno do século XVII.
(RUSCHE, Georg; KIRCHHEIMER, Otto. Punição e estrutura social. 2.ed. Rio de Janeiro: Revan, 
2004, p. 23)
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De acordo com o clássico trabalho de Rusche e de Kirchheimer de 1939, é correto 
afirmar:
a) A pena de prisão foi tida pelos autores como uma forma positiva de adaptação 
dos trabalhadores ao sistema produtivo, trazendo a ressocialização ao centro do 
sistema punitivo.
b) O surgimento da prisão como forma hegemônica de punição da modernidade 
foi uma conquista iluminista de humanização das penas frente a barbárie da Idade 
Média.
c) Os autores podem ser classificados como membros da Escola de Chicago, domi-
nante no período de publicação da obra.
d) As relações entre mercado de trabalho, sistema punitivo e cárcere são próprios 
da criminologia crítica, que surgiu na década de 1960 e foi a principal escola de 
oposição a Rusche e Kirchheimer.
e) A pena de prisão é relacionada ao surgimento do capitalismo mercantil, com a 
consequente necessidade de disciplina da mão de obra para beneficiar interesses 
econômicos.
5. (VUNESP/2013/PC/AGENTE POLICIAL) Entende(m)-se por prevenção primária
a) as ações policiais dirigidas aos indivíduos vulneráveis.
b) as políticas públicas dirigidas aos grupos de risco.
c) aquela dirigida exclusivamente ao preso, em busca de sua reinserção familiar 
e/ou social.
d) o trabalho de conscientização social, o qual atua no fenômeno criminal, em sua 
etiologia.
e) aquela que age em momento posterior ao crime ou na iminência de seu acon-
tecimento.
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6. (FCC/2012/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) Um dos instrumentos do poder dis-
ciplinar, caracterizado por Michel Foucault em seu livro Vigiar e Punir, consiste em 
uma forma de punição que é, ao mesmo tempo, um exercício das condutas dos 
indivíduos. Este instrumento da disciplina é denominado, pelo autor, 
a) pena capital.
b) sanção normalizadora.
c) execução normativa.
d) sanção repressora.
e) poder soberano.
7. (VUNESP/2013/PC/ATENDENTE DE NECROTÉRIO) Para a Criminologia, a pre-
venção geral positiva, como uma finalidade da pena, é
a) uma espécie de neutralização do autor do delito, por meio de sua segregação 
carcerária.
b) também chamada de integradora, pois tem por objetivo a formação e o for-
talecimento da consciência social, mediante o estímulo ao culto dos valores mais 
caros à comunidade.
c) uma espécie de neutralização do autor do delito, por meio de medidas que o 
desestimulem a novas práticas delitivas.
d) também chamada de prevenção por intimidação, pois tem por objetivo deses-
timular o cidadão da prática de delitos, por meio de aplicação de pena ao infrator 
da lei.
e) uma espécie de consequência jurídica pelo comportamento inclinado às infra-
ções penais.
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8. (VUNESP/2014/PC-SP/MÉDICO LEGISTA) Aqueles que atribuem à pena privativa 
de liberdade função de prevenir a infração penal unicamente através da segregação 
do delinquente são adeptos da teoria que defende a função ________ da pena. 
Completa corretamente a lacuna:
a) retributiva
b) preventiva especial positiva
c) preventiva geral negativa
d) preventiva geral positiva
e) preventiva especial negativa
9. (FCC/2013/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) “(...) instrumento de legitimação da 
gestão policial e judiciária da pobreza que incomoda – a que se vê, a que causa 
incidentes e desordens no espaço público, alimentando, por conseguinte, uma 
difusa sensação de insegurança, ou simplesmente de incômodo tenaz e de incon-
veniência –, propagou-se através do globo a uma velocidade alucinante. E com 
ela a retórica militar da “guerra” ao crime e da “reconquista” do espaço público, 
que assimila os delinquentes (reais ou imaginários), sem-teto, mendigos e outros 
marginais a invasores estrangeiros – o que facilita o amálgama com a imigração, 
sempre rendoso eleitoralmente.” (WACQUANT, Loïc. As Prisões da Miséria.)
A escola/doutrina descrita pelo autor é:
a) funcionalismo penal. 
b) abolicionismo penal. 
c) “tolerância zero”.
d) Escola de Chicago. 
e) associação diferencial.
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10. (VUNESP/2013/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) O legislador brasileiro, ao 
dispor sobre as funções da reprimenda pela prática de infração penal no artigo 
59 do Código Penal – O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à per-
sonalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, 
bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e 
suficiente para reprovação e prevenção do crime... –, adotou a teoria da
a) função reeducativa da pena.
b) função de prevenção especial da pena.
c) função de prevenção geral da pena.
d) função retributiva da pena.
e) função mista ou unificadora da pena.
11. (VUNESP/2013/PC/ATENDENTE DE NECROTÉRIO) Entende-se que a preven-
ção criminal terciária
a) é o trabalho de conscientização social, que ataca a inclinação à prática crimi-
nosa em sua origem.
b) é a modalidade exclusivamente voltada à figura do encarcerado, pois visa sua 
reintegração familiar e social.
c) constitui uma das formas de participação popular na gestão pública.
d) representa os métodos e mecanismos profiláticosde combate às causas da 
criminalidade.
e) é o aparato de repressão criminal, de modo a desestimular futuras práticas 
delitivas.
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12. (FCC/2015/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) Segundo as análises de Michel Fou-
cault em seu livro Vigiar e punir, a necessidade de uma classificação paralela dos 
crimes e dos castigos, assim como a necessidade de uma individualização das 
penas em conformidade com as características singulares de cada criminoso são 
elementos que se referem
a) à reforma do modelo prisional, no século XIX.
b) ao suplício corporal, do século XVIII.
c) à reforma humanista do Direito penal, no século XVIII.
d) à reforma judiciária do Direito, no século XX.
e) às penas físicas, no século XVII. 
13. (MP-GO/2005/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Entre as principais teorias relativas 
ou preventivas ou utilitárias sobre a pena, a teoria da prevenção especial positiva 
sustenta que a pena tem por finalidade reintegrar o condenado no meio social. 
14. (VUNESP/2013/PC/AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA POLICIAL) Compreende-se 
por “prevenção delitiva” o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência do de-
lito. Assim sendo, a prevenção terciária está focada
a) na migração, com o objetivo de evitar grande concentração populacional numa 
determinada região, favorecendo o desemprego, moradias irregulares e conflito 
étnico.
b) no recluso, o que permite identificar o destinatário; visa a sua recuperação, 
evitando a reincidência, é realizada por meio de medidas socioeducativas e resso-
cializadoras.
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c) na raiz do conflito criminal, para neutralizá-lo antes que o problema se mani-
feste, como educação, emprego, moradia e segurança; é, sem dúvida nenhuma, a 
mais eficaz.
d) nos setores da sociedade que podem, a médio e longo prazos, desencadear 
problemas criminais; apresenta-se por meio de ações policiais e controle dos meios 
de comunicação.
e) no controle de natalidade, por meio de ações educativas de planejamento e con-
trole familiar, estruturado nos programas sociais do governo com apoio financeiro.
15. (FCC /2013/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) Para Michel Foucault, em Vigiar e 
punir, as razões de ser essenciais da reforma penal no século XVIII, também deno-
minada Reforma Humanista do Direito penal, são constituir uma nova economia e 
uma nova tecnologia do poder de:
a) recuperar.
b) ressocializar. 
c) humanizar.
d) punir. 
e) descriminalizar.
16. (VUNESP/2013/PC/AUXILIAR DE NECROPSIA) Na __________________, os 
membros de determinada comunidade são intimidados pela aplicação de penas às 
práticas criminosas, o que pode fazê-los reconsiderar eventuais planos delitivos.
a) prevenção geral positiva
b) prevenção especial positiva
c) prevenção especial negativa
d) prevenção geral negativa
e) repressão especial
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17. (FCC/2018/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO) Michel Foucault, na obra Vigiar e pu-
nir, discute três formas punitivas históricas e relaciona, cada uma dessas formas 
punitivas, a uma determinada “economia de poder”. As formas punitivas estudadas 
pelo filósofo, segundo a ordem cronológica de sua efetivação na história do direito 
penal ocidental, a partir do século XVII até o século XX, são, respectivamente, 
a) penas físicas – penas proporcionais aos crimes – prisão. 
b) multa – penas pecuniárias – açoite. 
c) prisão – multa – prestação de serviços comunitários. 
d) penas proporcionais aos crimes – multa – prisão. 
e) prisão – prestação de serviços comunitários – suplícios.
18. (FCC/2013/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) “Levado pela onipresença dos dis-
positivos de disciplina, apoiando-se em todas as aparelhagens carcerárias, este 
poder se tornou uma das funções mais importantes de nossa sociedade. Nela há 
juízes da normalidade em toda parte. Estamos na sociedade do professor-juiz, do 
médico-juiz, do educador-juiz, do ‘assistente social’-juiz; todos fazem reinar a uni-
versalidade do normativo; e cada um no ponto em que se encontra, aí submete o 
corpo, os gestos, os comportamentos, as condutas, as aptidões, os desempenhos”. 
No trecho acima, extraído da obra Vigiar e punir, Michel Foucault refere-se ao tipo 
de poder cujo grande apoio, na sociedade moderna, foi a rede carcerária, em suas 
formas concentradas ou disseminadas, com seus sistemas de inserção, distribui-
ção, vigilância, observação. Este poder é denominado pelo filósofo de poder;
a) totalitário
b) total.
c) judiciário.
d) massificador. 
e) normalizador.
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19. (VUNESP/2013/PC/PAPILOSCOPISTA POLICIAL) A prevenção criminal secun-
dária é aquela que atua:
a) na recuperação do recluso, visando a sua socialização por meio do trabalho e 
estudo, evitando sua reincidência.
b) em setores específicos ou de maior vulnerabilidade da sociedade, por meio de 
ação policial, programas de apoio e controle das comunicações.
c) na qualidade de vida de um povo, na proteção aos bens patrimoniais e nos di-
reitos individuais e sociais.
d) nos direitos sociais universalmente conhecidos, como educação, moradia e se-
gurança.
e) na reparação do dano causado em razão da delinquência, assistindo o recluso 
com programas psicológicos e de assistência social.
20. (VUNESP/2013/PC/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) As políticas públicas de prevenção 
criminal terciária têm por público-alvo
a) a vítima de violência doméstica.
b) o adolescente.
c) o preso.
d) o idoso.
e) o usuário de drogas ilícitas.
21. (VUNESP/2013/PC/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) A atuação das polícias, do ministé-
rio público e da justiça criminal, quando focada em determinados grupos ou setores 
da sociedade, por possuírem maior risco de praticar o crime ou de ser vitimados por 
este, constitui programa de prevenção
a) secundária.
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b) quaternária.
c) primária.
d) quinária.
e) terciária.
22. (VUNESP/2013/PC/AUXILIAR DE NECROPSIA) A atuação do sistema carcerário 
é consideradafator de ___________ de cometimento de crimes na sociedade.
a) repressão primária
b) prevenção terciária
c) repressão secundária
d) prevenção primária
e) prevenção secundária
23. (QUESTÃO INÉDITA) Em relação às finalidades da pena, o Código Penal bra-
sileiro adota a teoria unificadora, que considera que a sanção é retribuição e, ao 
mesmo tempo, prevenção. 
24. (QUESTÃO INÉDITA) Baratta defende que para a reeducação do detento é fun-
damental a utilização de técnicas pedagógicas consolidadas no âmbito acadêmico. 
25. (QUESTÃO INÉDITA) O enfoque materialista da criminologia crítica sobre o cár-
cere considera que, independente da função que desempenha na sociedade, a pena 
privativa de liberdade tem caráter repressivo. 
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26. (QUESTÃO INÉDITA) É típico do enfoque idealista sobre o cárcere conjecturar 
acerca dos fins da pena.
27. (INÉDITA) A criminologia crítica defende a própria alteração da estrutura capi-
talista da sociedade como meio de equacionar a questão criminal. 
28. (INÉDITA) Baratta defende que o cárcere não pode levar à reinserção e resso-
cialização. No entanto, acredita que o detento possa ter ganho do ponto de vista da 
autorresponsabilidade econômica e social. 
29. (QUESTÃO INÉDITA) Reconhecendo que o sistema penal gera mais violência do 
que a que pretende reduzir, o Brasil tem adotado amplas medidas de descarceriza-
ção, de que são exemplo as penas restritivas de direitos. 
30. (QUESTÃO INÉDITA) Na justiça restaurativa brasileira, o mediador não tem o 
poder de diminuir uma pena privativa de liberdade. 
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GABARITO 
1. C
2. d 
3. b
4. e 
5. b 
6. b 
7. b 
8. e
9. c 
10. e
11. b
12. c
13. C
14. b 
15. d
16. d
17. a
18. e
19. b
20. c
21. a
22. b
23. C
24. E
25. E
26. C
27. C
28. E
29. E
30. C
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GABARITO COMENTADO
1. (FCC/2013/TRT-15ª/TÉCNICO JUDICIÁRIO) Na moderna concepção de preven-
ção das infrações penais e o Estado Democrático de Direito, a efetiva materializa-
ção de políticas públicas faz parte da prevenção primária do crime.
Certo. 
A prevenção primária busca diminuir os conflitos sociais que estão na base da ra-
zão para o cometimento do crime. A implementação de políticas públicas se insere 
nesse tipo de prevenção: devem ser resolvidas as situações de carência, as desi-
gualdades, os conflitos da sociedade, para que desapareçam as causas que levam 
à criminalidade. 
2. (FCC/2017/DPE-PR/DEFENSOR PÚBLICO) Com fundamento no ensinamento de 
Michel Foucault sobre panoptismo, é correto afirmar:
a) A localização GPS inserida em fotos de pessoas tiradas de celulares juntamen-
te ao reconhecimento facial automatizado permite um controle de deslocamento 
constante e invisível dessas pessoas, porém não é um exemplo de panóptico por 
não se poder visualizar quem o exerce.
b) A indefinição do ponto de vigilância, de quem vigia e de quem aplicará eventual 
sanção normalizadora é considerada uma falha no sistema panóptico e exige corre-
ção, por via de procedimento de exame. 
c) Há distinção entre panoptismo e sistema panóptico, sendo que este último ape-
nas pode ser operado via instâncias disciplinadoras oficiais do Estado, como as 
escolas e prisões. 
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d) O monitoramento eletrônico de presos, via colocação de tornozeleiras eletrôni-
cas com SIM Cards, é exemplo de panoptismo, cuja função de vigilância é exercida 
com auxílio de um software de georrastreamento. 
e) A arquitetura panóptica refere-se unicamente a estruturas físicas de edifícios 
(prisões, escolas, hospitais etc.), não se cogitando que sistemas de informação 
sejam arquitetados para operar em panoptismo.
Letra d. 
Nas letras “a” e “b” há erro, pois faz parte do conceito de panoptismo não saber 
quem exerce o controle. Na letra “c” há erro, pois, essa distinção não se encontra 
na literatura. Na letra “e” há erro, pois, os sistemas de informação operam em 
panoptismo na atualidade, como bem o demonstra o próprio exemplo da letra “d”, 
alternativa correta. 
3. (FCC/2018/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO) Trata-se da assunção das atitudes, 
dos modelos de comportamento, dos valores característicos da subcultura carce-
rária. Estes aspectos da subcultura carcerária, cuja interiorização é inversamente 
proporcional às chances de reinserção na sociedade livre, têm sido examinados sob 
o aspecto das relações sociais e de poder, das normas, dos valores, das atitudes 
que presidem estas relações, como também sob o ponto de vista das relações entre 
os detidos e o staff da instituição penal.
(BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal. 3. ed. Rio de Janeiro: 
Revan, 2002, p. 184-185)
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O fenômeno retratado pelo trecho acima é chamado de 
a) criminalização da pobreza. 
b) prisionização. 
c) direito penal do inimigo. 
d) criminologia crítica. 
e) encarceramento em massa.
Letra b.
O fenômeno de socialização do preso contém uma faceta de desculturação e outra 
de prisionalização (ou prisionização), também chamada de aculturação. A prisio-
nização é a assunção de atitudes, modelos e valores característicos da subcultura 
carcerária. Quanto mais interiorizados os valores dessa nova subcultura, menor são 
as chances de reinserção na sociedade posteriormente.
4. (FCC/2016/DPE-ES/DEFENSOR PÚBLICO) Na história da administração penal, 
várias épocas podem ser destacadas, durante as quais vigoraram sistemas de pu-
nição completamente diferentes. Indenização (penance) e fiança foram os métodos 
de punição preferidos na Idade Média. Eles foram sendo gradativamente substi-
tuídos por um duro sistema de punição corporal e capital que, por sua vez, abriu 
caminho para o aprisionamento, em torno do século XVII.
(RUSCHE, Georg; KIRCHHEIMER, Otto. Punição e estrutura social. 2.ed. Rio de Janeiro: Revan, 
2004, p. 23)
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De acordo com o clássico trabalho de Rusche e de Kirchheimer de 1939, é correto 
afirmar:
a) A pena de prisão foi tida pelos autores como uma forma positiva de adaptação 
dos trabalhadores ao sistema produtivo, trazendo a ressocialização ao centro do 
sistema punitivo.
b) O surgimento da prisão como forma hegemônica de punição da modernidade foi 
uma conquista iluminista de humanização das penas frente a barbárie da Idade Média.
c) Os autores podem ser classificados como membros da Escola de Chicago, domi-
nante no período de publicação da obra.
d) As relações entre mercado de trabalho, sistema punitivo e cárcere são próprios 
da criminologia crítica, que surgiu na década de 1960 e foi a principal escola de 
oposição a Rusche e Kirchheimer.
e) A pena de prisão é relacionada ao surgimento do capitalismo mercantil, com a 
consequente necessidade de disciplina da mão de obra para beneficiar interesses 
econômicos.
Letra e. 
Os alemães Georg Rusche e Otto Kirchheimer, em 1939, na obra Punição e estru-
tura social, estabelecem uma relação entre mercado de trabalho e cárcere. Nela, 
defendem exatamente que a pena de prisão é relacionada ao surgimento do capita-
lismo mercantil, com a consequente necessidade de disciplina da mão de obra para 
beneficiar interesses econômicos. 
a) Errada. Contém erro ao afirmar que a ressocialização é trazida para o centro do 
sistema punitivo: para Rusche e Kirchheimer, a sociedade capitalista depende da 
existência de excluídos e, por isso, a ressocialização pelo trabalho não consegue ter 
sucesso. São ideias conflitantes. 
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b) Errada. O erro existe porque o nascimento da prisão não foi uma conquista 
humanista. Se deu porque era necessário encontrar mão de obra para o sistema 
capitalista, ou seja, não em função da necessidade de humanizar as penas, mas 
por uma razão econômica. 
c) Errada. O erro está em enquadrá-los como pertencentes à Escola de Chicago. 
d) Errada. O erro está em colocá-los como opositores da criminologia crítica, quan-
do em realidade são precursores dela. 
5. (VUNESP/2013/PC/AGENTE POLICIAL) Entende(m)-se por prevenção primária
a) as ações policiais dirigidas aos indivíduos vulneráveis.
b) as políticas públicas dirigidas aos grupos de risco.
c) aquela dirigida exclusivamente ao preso, em busca de sua reinserção familiar 
e/ou social.
d) o trabalho de conscientização social, o qual atua no fenômeno criminal, em sua 
etiologia.
e) aquela que age em momento posterior ao crime ou na iminência de seu acon-
tecimento.
Letra b. 
A prevenção primária busca diminuir os conflitos sociais que estão na base da ra-
zão para o cometimento do crime. A implementação de políticas públicas se insere 
nesse tipo de prevenção.
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6. (FCC/2012/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) Um dos instrumentos do poder disci-
plinar, caracterizado por Michel Foucault em seu livro Vigiar e Punir, consiste em 
uma forma de punição que é, ao mesmo tempo, um exercício das condutas dos 
indivíduos. Este instrumento da disciplina é denominado, pelo autor, 
a) pena capital.
b) sanção normalizadora.
c) execução normativa.
d) sanção repressora.
e) poder soberano.
Letra b.
A sanção normalizadora é um dos pilares da disciplina para Foucault e consiste em 
um sistema instituído para corrigir e reduzir desvios. 
7. (VUNESP/2013/PC/ATENDENTE DE NECROTÉRIO) Para a Criminologia, a pre-
venção geral positiva, como uma finalidade da pena, é
a) uma espécie de neutralização do autor do delito, por meio de sua segregação 
carcerária.
b) também chamada de integradora, pois tem por objetivo a formação e o fortale-
cimento da consciência social, mediante o estímulo ao culto dos valores mais caros 
à comunidade.
c) uma espécie de neutralização do autor do delito, por meio de medidas que o 
desestimulem a novas práticas delitivas.
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d) também chamada de prevenção por intimidação, pois tem por objetivo deses-
timular o cidadão da prática de delitos, por meio de aplicação de pena ao infrator 
da lei.
e) uma espécie de consequência jurídica pelo comportamento inclinado às infra-
ções penais.
Letra b. 
A prevenção geral se destina à comunidade. Na prevenção geral positiva, a pena 
reforça (caráter positivo) a confiança da população no sistema jurídico como um 
todo, promovendo integração social (caráter geral). A prevenção geral positiva 
também é chamada de integradora, pois tem por objetivo a formação e o fortaleci-
mento da consciência social, mediante o estímulo ao culto dos valores mais caros 
à comunidade.
8. (VUNESP/2014/PC-SP/MÉDICO LEGISTA) Aqueles que atribuem à pena privativa 
de liberdade função de prevenir a infração penal unicamente através da segregação 
do delinquente são adeptos da teoria que defende a função ________ da pena. 
Completa corretamente a lacuna:
a) retributiva
b) preventiva especial positiva
c) preventiva geral negativa
d) preventiva geral positiva
e) preventiva especial negativa
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Letra e.
A prevenção especial dirige-se ao criminoso em particular. Mais especificamente, a 
prevenção especial negativa entende que a pena deve segregar (caráter negativo) 
a pessoa (caráter especial) que cometeu um delito para defender a sociedade. 
9. (FCC/2013/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) “(...) instrumento de legitimação da 
gestão policial e judiciária da pobreza que incomoda – a que se vê, a que causa in-
cidentes e desordens no espaço público, alimentando, por conseguinte, uma difusa 
sensação de insegurança, ou simplesmente de incômodo tenaz e de inconveniência 
–, propagou-se através do globo a uma velocidade alucinante. E com ela a retórica 
militar da “guerra” ao crime e da “reconquista” do espaço público, que assimila os 
delinquentes (reais ou imaginários), sem-teto, mendigos e outros marginais a in-
vasores estrangeiros – o que facilita o amálgama com a imigração, semprerendoso 
eleitoralmente.” (WACQUANT, Loïc. As Prisões da Miséria.)
A escola/doutrina descrita pelo autor é:
a) funcionalismo penal. 
b) abolicionismo penal. 
c) “tolerância zero”.
d) Escola de Chicago. 
e) associação diferencial.
Letra c. 
Loïc Wacquant é crítico da tolerância zero como estilo de policiamento. 
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10. (VUNESP/2013/PC-SP/INVESTIGADOR DE POLÍCIA) O legislador brasileiro, ao 
dispor sobre as funções da reprimenda pela prática de infração penal no artigo 59 
do Código Penal – O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à persona-
lidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem 
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e sufi-
ciente para reprovação e prevenção do crime... –, adotou a teoria da
a) função reeducativa da pena.
b) função de prevenção especial da pena.
c) função de prevenção geral da pena.
d) função retributiva da pena.
e) função mista ou unificadora da pena.
Letra e.
De acordo com o art. 59 do Código Penal, o juiz, ao estabelecer a pena em um 
caso concreto, observará se é necessária e suficiente para reprovação e prevenção 
do crime. Trata-se de uma postura de tentar conciliar as teorias absolutas com as 
relativas. A isso se dá o nome de teoria unificadora, unitária, eclética ou mista.
11. (VUNESP/2013/PC/ATENDENTE DE NECROTÉRIO) Entende-se que a prevenção 
criminal terciária
a) é o trabalho de conscientização social, que ataca a inclinação à prática criminosa 
em sua origem.
b) é a modalidade exclusivamente voltada à figura do encarcerado, pois visa sua 
reintegração familiar e social.
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c) constitui uma das formas de participação popular na gestão pública.
d) representa os métodos e mecanismos profiláticos de combate às causas da cri-
minalidade.
e) é o aparato de repressão criminal, de modo a desestimular futuras práticas de-
litivas.
Letra b. 
A prevenção terciária é voltada para o preso, com o fim de evitar que volte a de-
linquir. 
12. (FCC/2015/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) Segundo as análises de Michel Fou-
cault em seu livro Vigiar e punir, a necessidade de uma classificação paralela dos 
crimes e dos castigos, assim como a necessidade de uma individualização das 
penas em conformidade com as características singulares de cada criminoso são 
elementos que se referem
a) à reforma do modelo prisional, no século XIX.
b) ao suplício corporal, do século XVIII.
c) à reforma humanista do Direito penal, no século XVIII.
d) à reforma judiciária do Direito, no século XX.
e) às penas físicas, no século XVII. 
Letra c. 
Para Foucault, a necessidade de classificar crimes e castigos e de individualizar as 
penas é decorrência da reforma penal humanista do século XVIII. 
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13. (MP-GO/2005/PROMOTOR DE JUSTIÇA) Entre as principais teorias relativas 
ou preventivas ou utilitárias sobre a pena, a teoria da prevenção especial positiva 
sustenta que a pena tem por finalidade reintegrar o condenado no meio social. 
Certo.
As teorias relativas são as que atribuem peso à prevenção. A prevenção especial 
é dirigida ao condenado. A prevenção especial positiva busca a reinserção do 
apenado.
14. (VUNESP/2013/PC/AUXILIAR DE PAPILOSCOPISTA POLICIAL) Compreende-
-se por “prevenção delitiva” o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência 
do delito. Assim sendo, a prevenção terciária está focada
a) na migração, com o objetivo de evitar grande concentração populacional numa 
determinada região, favorecendo o desemprego, moradias irregulares e conflito 
étnico.
b) no recluso, o que permite identificar o destinatário; visa a sua recuperação, 
evitando a reincidência, é realizada por meio de medidas socioeducativas e res-
socializadoras.
c) na raiz do conflito criminal, para neutralizá-lo antes que o problema se mani-
feste, como educação, emprego, moradia e segurança; é, sem dúvida nenhuma, 
a mais eficaz.
d) nos setores da sociedade que podem, a médio e longo prazos, desencadear 
problemas criminais; apresenta-se por meio de ações policiais e controle dos 
meios de comunicação.
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e) no controle de natalidade, por meio de ações educativas de planejamento e con-
trole familiar, estruturado nos programas sociais do governo com apoio financeiro.
Letra b. 
A prevenção terciária é voltada para o preso, com o fim de evitar que volte a de-
linquir. 
15. (FCC /2013/DPE-SP/DEFENSOR PÚBLICO) Para Michel Foucault, em Vigiar e 
punir, as razões de ser essenciais da reforma penal no século XVIII, também deno-
minada Reforma Humanista do Direito penal, são constituir uma nova economia e 
uma nova tecnologia do poder de:
a) recuperar.
b) ressocializar. 
c) humanizar.
d) punir. 
e) descriminalizar.
Letra d. 
A reforma humanista do Direito Penal busca mudar o poder de punir. A humaniza-
ção das penas não é um objetivo em si, mas uma consequência, já que na socieda-
de industrial o corpo passa a ter utilidade (é necessário para a produção de bens), 
ou seja, as razões na humanização são, por exemplo, econômicas, mas não estão 
no cerne da reforma humanista. A reforma humanista não pretende punir menos, 
mas sim punir melhor. 
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16. (VUNESP/2013/PC/AUXILIAR DE NECROPSIA) Na __________________, os 
membros de determinada comunidade são intimidados pela aplicação de penas às 
práticas criminosas, o que pode fazê-los reconsiderar eventuais planos delitivos.
a) prevenção geral positiva
b) prevenção especial positiva
c) prevenção especial negativa
d) prevenção geral negativa
e) repressão especial
Letra d.
A prevenção descrita é geral porque é destinada genericamente aos membros da 
comunidade. E é negativa porque intimida. 
17. (FCC/2018/DPE-AM/DEFENSOR PÚBLICO) Michel Foucault, na obra Vigiar e pu-
nir, discute três formas punitivas históricas e relaciona, cada uma dessas formas

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