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UTILIZAÇÃO DE IDEIAS DE OUTROS AUTORES Em um texto acadêmico utilizamos de ideias de outros autores para construir, fundamentar e dar credibilidade a nossa argumentação. É necessário citar a fonte das ideias que não são nossas. É crime grave, chamado PLÁGIO, apropriar-se de ideias de outras pessoas sem a devida referência. EXERCÍCIOS DE PARÁFRASE PREFIRO SER ESSA METAMORFOSE AMBULANTE DO QUE TER AQUELA VELHA OPINIÃO FORMADA SOBRE TUDO EXERCÍCIOS DE PARÁFRASE A TUA PRESENÇA ENTRA PELOS SETE BURACOS DA MINHA CABEÇA EXERCÍCIOS DE PARÁFRASE Os seres humanos fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não as fazem nas circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado (MARX, 2008, 19). EXERCÍCIOS DE PARÁFRASE Nas ditaduras, o chefe do aparato policial é avaliado principalmente pelo sucesso obtido na neutralização de inimigos reais ou imaginários do regime. Por isso, de um lado ele sempre se esforçará para provar, mediante análises de ameaças, a existência de tais inimigos, e de outro, documentará regularmente a desativação desses inimigos. O que configura certo dilema é o fato de que deve existir uma relação adequada entre ameaça e repressão: se o combate ao inimigo é excessivamente bem sucedido, o potencial de ameaça cai e o chefe da polícia corre o risco de perder a posição, no longo prazo; se ele descreve o potencial de ameaça de maneira funesta, provando que, apesar das medidas de perseguição, o perigo não diminui, ao contrário, só aumenta, mostra-se incompente. Por isso, é imprescindível conseguir sempre comprovar a medida certa de potencial de ameaça e êxito na repressão (LONGERICH, 2008, p. 269). EXERCÍCIOS DE PARÁFRASE O olhar do fotógrafo ou do cineasta através da câmera, o olhar do cientista através do microscópio, a observação do naturalista, o experimento do psicólogo, a descrição do geógrafo, a escuta do historiador, o debate do pesquisador participante, o traço, a palavra, a forma ou o som produzidos pelo artista, para citar apenas alguns exemplos, são sempre guiados por um desejo de conhecer que resulta na captura do objeto através da significação. Os objetos não existem, para nós, sem que antes tenham passado pela significação. A significação é um processo social de conhecimento. Quando indivíduos, grupos, tradições, descrevem ou explicam algo em uma narrativa ou discurso, temos a linguagem produzindo uma “realidade”, instituindo algo como existente de tal ou qual forma. Assim, quem tem o poder de narrar as pessoas, coisas ou processos, expondo como são constituídos, como funcionam, que atributos possuem, é quem dá as cartas da representação, ou seja, é quem estabelece o que tem ou não tem estatuto de “realidade”.Toda teorização corrente sobre a escola, a educação, o ensino, a pedagogia, a aprendizagem, o curriculo, constitui um conjunto de discursos, de saberes, que, ao explicar como estas coisas funcionam e o que são, fabrica suas identidades. De acordo com Foucault, estas narrativas formam um aparato de conhecimentos produzidos pela modernidade com o objetivo de tornar administráveis os objetos sobre os quais falam. Conhecer o que deve ser governado é parte da estratégia que permite a regulação e controle dos indivíduos, grupos, processos e práticas (COSTA, 2002, p. 104-105). EXERCÍCIOS DE PARÁFRASE Não é que na natureza humana estejam implicadas certas formas de experiência de si que se expressam historicamente mediante idéias distintas (cada vez mais verdadeiras ou, em todo caso, pensáveis desde os êxitos e dificuldades da verdade) e se manifestam historicamente em [p.43] distintas condutas (cada vez mais livres ou possíveis desde o difícil caminho até a liberdade), mas que a própria experiência de si não é senão o resultado de um complexo processo histórico de fabricação no qual se entrecruzam os discursos que definem a verdade do sujeito, as práticas que regulam seu comportamento e as formas de subjetividade nas quais se constitui sua própria interioridade. É a própria experiência de si que se constitui historicamente como aquilo que pode e deve ser pensado. A experiência de si, historicamente constituída, é aquilo a respeito do qual o sujeito se oferece seu próprio ser quando se observa, se decifra, se interpreta, se descreve, se julga, se narra, se domina, quando faz determinadas coisas consigo mesmo, etc. E esse ser próprio sempre se produz com relação a certas problematizações e no interior de certas práticas (LARROSA, 1994, p. 50). EXERCÍCIOS DE PARÁFRASE A era denominada Modernidade vai se caracterizar pela vigência de uma série de convicções cujas enunciações podem ser tributadas, sobretudo, à genial intuição do cogito formulada por René Descartes no século XVII e que “iluminará” todo o século 18 com suas luzes. Depois das supostas trevas que teriam obscurecido o pensamento humano na idade média, teria nascido um mundo novo com a pretensão de ser sempre novo sempre moderno, iluminado pelas luzes inequívocas da razão (COSTA, 2002, p 146). EXERCÍCIOS DE PARÁFRASE ANÁLISE Tão abstrata é a ideia do teu ser Que me vem de te olhar, que, ao entreter Os meus olhos nos teus , perco-os de vista, E nada fica em meu olhar, e dista Teu corpo do meu tão longemente E a ideia do teu ser fica tão rente Ao meu pensar olhar-te, q ao saber-me, Sabendo que tu és, que, só por ter-me Consciente de ti, nem a mim sinto. E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto A ilusão da sensação, e sonho, Não te vendo, nem vendo, nem sabendo Que te vejo, ou sequer que sou, risonho Do interior crepúsculo tristonho Em que sinto que sonho o que me sinto sendo. PESSOA (2002, p. 54) LVC, Os Lusíadas Canto I 106 No mar tanta tormenta e tanto dano, Tantas vezes a morte apercebida Na terra tanta guerra, tanto engano, Tanta necessidade avorrecida! Onde pode acolher-se um fraco humano, Onde terá segura a curta vida, Que não se arme e se indigne o Céu sereno Contra um bicho da terra tão pequeno? Como Uma Onda Nada do que foi será De novo do jeito que já foi um dia Tudo passa Tudo sempre passará A vida vem em ondas Como um mar Num indo e vindo infinito Como Uma Onda Tudo que se vê não é Igual ao que a gente Viu há um segundo Tudo muda o tempo todo No mundo Não adianta fugir Nem mentir Pra si mesmo agora Há tanta vida lá fora Aqui dentro sempre Como uma onda no mar ENTRADA Manoel de Barros Distâncias somavam a gente para menos. Nossa morada estava tão perto do abandono que dava até para a gente pegar nele. Eu conversava bobagens profundas com os sapos, com as águas e com as árvores. Meu avô abastecia a solidão. A natureza avançava nas minhas palavras tipo assim: O dia está frondoso em borboletas. No amanhecer o sol põe glórias no meu olho. O cinzento da tarde me empobrece. E o rio encosta as margens na minha voz. Essa fusão com a natureza tirava de mim a liberdade de pensar. Eu queria que as garças me sonhassem. Eu queria que as palavras me gorjeassem. Então comecei a fazer desenhos verbais de imagens. Me dei bem. Perdoem-me os leitores desta entrada mas vou copiar de mim alguns desenhos verbais que fiz para este livro. Acho-os como os impossíveis verossímeis de nosso mestre Aristóteles. Dou quatro exemplos: 1) É nos loucos que grassam luarais; 2) Eu queria crescer pra passarinho; 3) Sapo é um pedaço de chão que pula; 4) Poesia é a infância da língua. Sei que os meus desenhos verbais nada significam. Nada. Mas se o nada desaparecer a poesia acaba. Eu sei. Sobre o nada eu tenho profundidades". Se Djavan Você disse que não sabe se não Mas também não tem certeza que sim Quer saber? Quando é assim Deixa vir do coração Você sabe que eu só penso em você Você diz só que vive pensando em mim Pode ser Se é assim Você tem que largar a mão do não Soltar essa louca, arder de paixão Não há como doer pra decidir Só dizer sim ou não Mas você adora um se... Eu levo a sério mas você disfarça Você me diz à beça e eu nessa de horror E me remete ao frio que vem lá do sul Insiste em zero a zero eeu quero um a um Sei lá o que te dá, não quer meu calor São Jorge por favor me empresta o dragão Mais fácil aprender japonês em braile Do que você decidir se dá ou não O QUERERES CAETANO VELOSO Onde queres revólver, sou coqueiro Onde queres dinheiro, sou paixão Onde queres descanso, sou desejo E onde sou só desejo, queres não E onde não queres nada, nada falta E onde voas bem alta, eu sou o chão E onde pisas o chão, minha alma salta E ganha liberdade na amplidão O QUERERES CAETANO VELOSO Onde queres família, sou maluco E onde queres romântico, burguês Onde queres Leblon, sou Pernambuco E onde queres eunuco, garanhão Onde queres o sim e o não, talvez E onde vês, eu não vislumbro razão Onde o queres o lobo, eu sou o irmão E onde queres cowboy, eu sou chinês Ah! bruta flor do querer Ah! bruta flor, bruta flor O QUERERES CAETANO VELOSO Onde queres o ato, eu sou o espírito E onde queres ternura, eu sou tesão Onde queres o livre, decassílabo E onde buscas o anjo, sou mulher Onde queres prazer, sou o que dói E onde queres tortura, mansidão Onde queres um lar, revolução E onde queres bandido, sou herói O QUERERES CAETANO VELOSO Eu queria querer-te amar o amor Construir-nos dulcíssima prisão Encontrar a mais justa adequação Tudo métrica e rima e nunca dor Mas a vida é real e de viés E vê só que cilada o amor me armou Eu te quero (e não queres) como sou Não te quero (e não queres) como és Ah! bruta flor do querer Ah! bruta flor, bruta flor O QUERERES CAETANO VELOSO Onde queres comício, flipper-vídeo E onde queres romance, rock'n roll Onde queres a lua, eu sou o sol Onde a pura natura, o inseticídio Onde queres mistério, eu sou a luz E onde queres um canto, o mundo inteiro Onde queres quaresma, fevereiro E onde queres coqueiro, eu sou obus O QUERERES CAETANO VELOSO O quereres e o estares sempre a fim Do que em mim é de mim tão desigual Faz-me querer-te bem, querer-te mal Bem a ti, mal ao quereres assim Infinitivamente pessoal E querendo querer-te sem ter fim E, querendo-te, aprender o total Do querer que há e do que não há em mim O Pulso Arnaldo Antunes O pulso ainda pulsa O pulso ainda pulsa... Peste bubônica Câncer, pneumonia Raiva, rubéola Tuberculose e anemia Rancor, cisticircose Caxumba, difteria Encefalite, faringite Gripe e leucemia... E o pulso ainda pulsa E o pulso ainda pulsa O Pulso Arnaldo Antunes Hepatite, escarlatina Estupidez, paralisia Toxoplasmose, sarampo Esquizofrenia Úlcera, trombose Coqueluche, hipocondria Sífilis, ciúmes Asma, cleptomania... E o corpo ainda é pouco E o corpo ainda é pouco Assim... O Pulso Arnaldo Antunes Reumatismo, raquitismo Cistite, disritmia Hérnia, pediculose Tétano, hipocrisia Brucelose, febre tifóide Arteriosclerose, miopia Catapora, culpa, cárie Câimba, lepra, afasia... O pulso ainda pulsa E o corpo ainda é pouco Ainda pulsa Ainda é pouco Assim... RAÇA MILTON NASCIMENTO Lá vem a força, lá vem a magia Que me incendeia o corpo de alegria Lá vem a santa maldita euforia Que me alucina, me joga e me rodopia Lá vem o canto, o berro de fera Lá vem a voz de qualquer primavera Lá vem a unha rasgando a garganta A fome, a fúria, o sangue que já se levanta De onde vem essa coisa tão minha Que me aquece e me faz carinho? De onde vem essa coisa tão crua Que me acorda e me põe no meio da rua? RAÇA MILTON NASCIMENTO É um lamento, um canto mais puro Que me ilumina a casa escura É minha força, é nossa energia Que vem de longe prá nos fazer companhia É Clementina cantando bonito As aventuras do seu povo aflito É Seu Francisco, boné e cachimbo Me ensinando que a luta é mesmo comigo Todas Marias, Maria Dominga Atraca Vilma e Tia Hercília É Monsueto e é Grande Otelo Atraca, atraca que o Naná vem chegando L.V. DE CAMÕES SONETO N. 4 AMOR É UM FOGO QUE ARDE SEM SE VER É FERIDA QUE DÓI E NÃO SE SENTE É UM CONTENTAMENTO DESCONTENTE É DOR QUE DESATINA SEM DOER É UM NÃO QUERER MAIS QUE EM QUERER É UM ANDAR SOLITÁRIO POR ENTRE A GENTE É UM CUIDAR QUE GANHA EM SE PERDER É QUERER ESTAR PRESO POR VONTADE É SERVIR A QUEM VENCE, O VENCEDOR É TER COM QUEM NOS MATA LEALDADE MAS COMO CAUSAR PODE SER FAVOR NOS CORAÇÕES HUMANOS A AMIZADE SE TÃO CONTRÁRIO A SI É O MESMO AMOR? REFERÊNCIAS CAMÕES, Luís Vaz de. Obra completa. COSTA, Marisa Vorraber. Uma agenda para novos pesquisadores. In: ______(org.) Caminhos investigativos: outros modos de pensar e fazer pesquisa em educação. Rio de Janeiro: DP&A, p. 143-156, 2002. LARROSA, Jorge. Tecnologias do eu e educação. In: Silva, Tomaz Tadeu. O sujeito da educação. Petrópolis: Vozes, 1994, p.35-86. LONGERICH, Peter. Himmler uma biografia. Rio de Janeiro : Objetiva, 2008. PESSOA, Fernando. Mensagem. São Paulo : Companhia das Letras, 2002. MARX, Karl. O 18 brumário de Luís Bonaparte. São Paulo : Martin Claret, 2008.
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