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Estética Facial Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Esp. Paula França Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro Discromias Faciais • Discromias Faciais; • Epiderme; • Classificação das Discromias; • Melasma; • Efélides; • Radicais Livres (RL); • Antioxidantes; • Clareadores. • Avaliar e classifi car hipercromias; • Selecionar recursos de tratamento adequados seguros e efi cazes de modo individual e personalizado; • Tratar de modo seguro e efi caz as discromias faciais; • Indicar cosméticos para home care; • Orientar sobre práticas de vida diária que contribuem para o sucesso do tratamento. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Discromias Faciais Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Discromias Faciais Discromias Faciais As discromias são desordens da pigmentação da pele, causadas por insuficiência na produção ou na distribuição de melanina na pele. Podem ser desencadeadas por excitação intensa do melanócito, através, por exemplo, dos raios UV. A longa exposi- ção aos raios UV resultam em danos no DNA das células e podem, ainda, provocar queimaduras. As peles mais claras são as que mais sofrem fotodanos. As discromias faciais podem ser classificadas como melasma (Figura 1), efélides (Figura 2 – sardas), melanose solar (Figura 3), hipocromia e acromia. As hiperpigmen- tações faciais são grandes queixas às esteticistas e podem ser tratadas com peelings, despigmentantes, clareadores e auxiliadas com a combinação com LED e laser. Figura 1 – Melasma Fonte: Getty Images Figura 2 – Efélides Fonte: Getty Images Figura 3 – Melanose solar Fonte: Getty Images 8 9 Epiderme A epiderme é a camada mais superficial da pele, expressando seu contato com o meio externo através da camada córnea, camada mais superficial. Na epiderme, estão localizados os melanócitos, os quertainócitos, as células de defesa (células de Langerhans), entre outras. Os queratinócitos são as células que têm maior predominância na epiderme e, além de fornecerem barreira do meio externo para com o meio interno, fixam a melanina. A camada basal ou germinativa é responsável pela renovação celular (através da mitose), que ocorre a cada 21 a 40 dias, dependendo idade. Seguem-se, então, cama- da espinhosa, camada granulosa, na qual a membrana celular torna-se mais espessa, e é nela que surgem os grãos de queratina. A camada lúcida será encontrada na planta dos pés e na palma das mãos em abundância. Já a camada córnea é a mais superficial e agrega grande quantidade de querati- nócitos e melanina (Figura 4 – Epiderme). Melanina Ceratinócitos mortos Camada córnea Camada granulosa Camada espinhosa Camada Basal Grânulos de queratina Célula de Langerhans Ceratinócitos Prolongamentos do melanócito Célula de Merkel Lâmina Basal Figura 4 – Epiderme Fonte: Adaptado de Getty Images Melanócitos Os melanócitos são as estruturas responsáveis pela síntese de melanina. Eles se encontram na camada basal. Seus dentritos estão direcionados para os queratinócitos e temos, em média, 1 melanócito para cerca de 36 queratinócitos. Os queratinócitos é que fixam o pigmento da pele, que chamamos de melanina (Figura 5 – melanócito). 9 UNIDADE Discromias Faciais São células responsáveis por produzir pigmentos, as melaninas, que vão dar cor à pele. O que difere a cor da pele (fototipo) é o tipo de melanina formado (eumelanina – pigmento marrom, preto ou, feomelanina – pigmento bege, vermelho), a atividade dos melanócitos em fototipos mais altos também é maior. Figura 5 – Melanócito Fonte: Adaptado de Getty Images Síntese da Melanina ou Melanogênese A melanogênese acontece dentro do melanócito através de uma reação bioquími- ca entre uma enzima (tirosinase e um aminoácido) – tirosina Figura 6 – expressão química de tirosina. Figura 6 – Expressão química de tirosina Fonte: Adaptado de Getty Images 10 11 Logo após a reação bioquímica entre tirosina e tirosinase, ocorre a formação da melanina, que receberá o nome de grão de melanina, através do melanossoma, que perde a atividade da tirosina. Importante! Quanto mais estímulo ao melanócito, maior quantidade de pigmento ele sintetiza e en- via para os queratinócitos. Isso ocorre por um processo de defesa. Importante! Os queratinócitos, então, ficarão repletos de melanina, através da fagocitose dos grãos de melanina. Os indivíduos possuem uma quantidade de melanina que faz parte de sua constituição, mas, com a exposição frequente aos raios UV e com as influências hormonais dos hormônios adrenocorticotróficos (ACTH) e hormônios estimuladores dos melanócitos (MSH), tornam-se ainda mais ativos, sintetizando desta forma, mais pigmento. Os melanócitos, então, são os responsáveis pela síntese de melanina, induzida por uma reação bioquímia que matura os melanossomas, que deposita os grãos de melanina através dos dentritos dos melanócitos, nos queratinócitos que os fagocitam. A estimulação do melanócito também sofre influências hormonais. Classificação de Fitzpatrick A classificação de Fitzpatrick é a mais utilizada para o estabelecimento do fototi- po cutâneo. O fototipo de cada indivíduo é determinado pela reatividade da pele à luz solar. Essa classificação é baseada na resposta da pele com formação de eritema decorrente da radiação ultravioleta. Os primeiros tipos referem-se aos indivíduos caucasianos, enquanto os ti- pos V e VI são mestiços ou negroides. Os fototipos albinos e negroides são os dois extremos dessa classificação, visto que os primeiros não sintetizam nenhum pigmento e não têm outra proteção além da hiperqueratose induzi- da pelo sol, e os segundos têm proteção solar maior que o bloqueio completo de radiações incidentes. • Fototipo I: Muito branca. Sempre queima e nunca bronzeia (Figura 7); • Fototipo II: Branca sempre. Queima e bronzeia pouco (Figura 8); • Fototipo III: Morena clara. Queima e bronzeia pouco (Figura 9); • Fototipo IV: Morena moderada. Raramente queima e bronzeia com facilidade (Figura 10); 11 UNIDADE Discromias Faciais • Fototipo V: Morena escura. Queima muito raramente e bronzeia facilmente (Figura 11); • Fototipo VI: Negra. Não queima e bronzeia facilmente (Figura 12). Figura7 – Fototipo I Fonte: Getty Images Figura 8 – Fototipo II Fonte: Getty Images Figura 9 – Fototipo III Fonte: Getty Images Figura 10 – Fototipo IV Fonte: GettyI mages Figura 11 – Fototipo V Fonte: Getty Images Figura 12 – Fototipo VI Fonte: Getty Images 12 13 Classificação das Discromias As discromias podem ser divididas em: • Acromia: quando não há presença de pigmentação em um ou mais locais da pele (Figura 13 – Acromia). Pode ocorrer por traumas, patologias dermatológicas ou exposição solar excessiva; • Hipocromia: coloração da pele mais clara em um ou mais locais do corpo (Figura 14 – Hipocromia). Ocorrem por diminuição na síntese de melanina, podendo ser adquirias ou congênitas. As hipopigmentações desencadeadas por excesso de radiação solar são chamadas de leucodermia solar; • Hipercromia: áreas de pigmentação mais escurecida. Ocorre por aumento da síntese de melanina e consequente, maior depósito de melanina na pele. (Figura 15- hipercromia). Elas podem ser congênitas ou adquiridas; As hiperpigmentações se apresentam em forma de manchas acastanhadas ou enegrecidas. Essas manchas, muitas vezes, tornam-se inestéticas. Figura 13 – Acromia Fonte: Getty Image Figura 14 – Hipocromia Fonte: Getty Images Figura 15 – Hipercromia facial Fonte: Getty Images A melhor estratégia para combater o surgimento das hiperpigmentações, é o uso de FPS, exposição solar por 15 minutos ao dia, em horários específicos, pouca exposição à luz azul e à luz branca. A exposição solar excessiva pode provocar as melanoses solares, que são man- chas pequenas e castanhas que surgem em áreas que sofreram com fotoexposição. Essas lesões podem se tornar pré-malignas e, inclusive, malignas. Geralmente sur- gem após os 40 anos. Melasma O melasma é definido como a hiperpigmentação adquirida que ocorre com ex- clusividade em áreas fotoexpostas, em especial na face e, ocasionalmente, no pes- coço e nos antebraços. 13 UNIDADE Discromias Faciais Ocasiona uma deformidade facial significativa, promovendo hiperpigmentação. Afeta mais comumente mulheres e pode ser particularmente desfigurante e psico- logicamente angustiante, afetando sobremaneira a qualidade de vida dos pacientes. É uma hipermelanose adquirida comum, crônica, de etiologia não bem definida. Acomete áreas expostas da pele, principalmente as regiões frontal e malar, sendo nove vezes mais frequente em mulheres do que em homens. É ainda caracterizada pela presença de máculas acastanhadas simétricas em todas as raças, particular- mente em indivíduos com fototipos altos. Exposição solar, gravidez e uso de anti- concepcionais orais têm sido relacionados de forma relevante à sua etiopatogenia. A etiopatogenia ainda não está completamente elucidada, mas, do mesmo modo, acredita-se que diversos fatores estejam relacionados a uma possível exacerbação ou mesmo no desenvolvimento da doença. Além disso, destacaram também que são observados períodos de remissão parcial durante o inverno e períodos de exacerba- ção durante o verão, sendo que as lesões podem surgir abruptamente em decorrên- cia da exposição solar intensa, ou de forma gradual pela exposição constante. Dos fatores ambientais, o que tem maior importância é a exposição aos raios ultravioleta tipo A e B, tanto no lazer como na vida diária. No passado, outras causas foram associadas ao melasma, como a ocorrência de distúrbios tireoidianos, cosméticos, drogas fototóxicas e medicamentos anticonvulsivantes, mas ainda há controvérsias em relação à influência desses fatores. Fisiopatologia do Melasma A pigmentação da pele ocorre pela ação da melanina. Ela é produzida pelos melanócitos a partir da tirosina (formando eumelanina) ou da tirosina e cisteína (formando feomelanina) pela ação da tirosinase. É a ativação do receptor de mela- cortina 1 (MCR1) que promove essa diferenciada transformação. A transferência da melanina para os queratinócitos é feita pelo melanócito ou unidade epidérmica de melanização. A ação do hormônio melanoestimulante (MSH) promove aumento dos melanócitos e entra nas células pela ação de receptores. A exposição aos raios ultravioletas (RUV) promove um aumento do número de melanócitos. São 4 a 6 genes que determinam a cor da pele e isso justifica os diferentes tipos de coloração. Avaliação do Melasma O número de manchas hiperpigmentadas pode variar de uma única lesão de várias manchas localizadas geralmente simetricamente na face e, ocasionalmente, no nariz, testa, queixo e pescoço, iminências malares, lábio superior. As manchas são serrilhadas, bordas irregulares e geográficas. De acordo com a distribuição das manchas, são reconhecidos três padrões clínicos de melasma: 14 15 • Padrão centrofacial: é o padrão mais comum. Envolve a área da testa, boche- chas, lábio superior e queixo; • Padrão malar: acomete as regiões malares das bochechas e do nariz; • Padrão mandibular: envolve o ramo mandibular e afeta de 9% a 16% dos casos. A lâmpada de Wood pode ser utilizada como método de diagnóstico nas de- sordens de pigmentação. O exame pela lâmpada de Wood pode ser empregado para determinar a profundidade da pigmentação melânica da pele. Ele nos permi- te uma visão instantânea das anomalias da pele, inclusive de manchas que ainda não são vistas a olho nu. E, dependendo da profundidade dessas manchas, será escolhido o tratamento mais eficaz para cada caso. O exame deve ser realizado em local totalmente escuro, com a lâmpada de Wood a aproximadamente 15cm da área a ser avaliada. Assim, tem-se que o melasma pode ser classificado em tipos 4 histológicos, utilizando-se a lâmpada de Wood, que faz uso da radiação ultravioleta A (R-UVA): • No tipo epidérmico, a pigmentação é intensificada diante da lâmpada de Woods. Há um aumento do contraste da cor e caracteriza-se histologicamente pelo aumento do número de melanócitos e aumento do depósito de melanina nas camadas basais dos queratinócitos. Apenas alguns melanófagos dispersos podem ser observados na derme papilar; • No tipo dérmico: a pigmentação não é aumentada em análise com a lâmpa- da de Woods. Muitos melanófagos estão em toda a derme; Macrófagos com melanina em uma localização perivascular encontrados na derme superficial e, este tipo não é acentuado em contato com a luz de Wood e não responde bem ao tratamento; • No tipo misto, sob a lâmpada de Wood, a pigmentação fica mais evidente apenas em algumas áreas, enquanto em outras não há nenhuma mudança. A melanina é aumentada na epiderme, e existem muitos melanófagos dérmicos; • Tipo indeterminado. Aqui há deposição de melanina encontrada na derme. A lâmpada de Wood não traz nenhum benefício em indivíduos com pele fototipo VI. Melanose Solar Melanose solar é a hiperpigmentação mais comumente observada em decorrên- cia da exposição à radiação ultravioleta, acarretada pelo aumento de número e ati- vidade dos melanócitos (células produtoras de melanina). Os melanócitos agredidos passam a distribuir a melanina irregularmente ao longo da pele. 15 UNIDADE Discromias Faciais São lesões com formato arredondado, de coloração acastanhada clara, escura ou negra, que surgem nas áreas de maior exposição à radiação solar (como mãos, braços e rosto), principalmente em indivíduos de pele clara após a terceira década de vida. Apesar de se tratarem de lesões benignas, essas manchas causam descon- forto e afetam a autoestima do indivíduo por questões estéticas. Efélides As efélides, popularmente chamadas de sardas, são manchas causadas pelo au- mento da melanina na pele. A melanina é o pigmento que dá cor à pele. É produ- zida pelos melanócitos, células presentes na epiderme. Existe uma tendência familiar e surgem principalmente nas pessoas de pele clara (fototipo I e II) e ruivas. São causadas pela exposição continuada da pele ao sol ao longo da vida e tendem a escurecer mais durante o verão. As sardas se localizam principalmente nos locais da pele mais atingidos por queimaduras solares, como a face, ombros e colo. Sãomanchas arredondadas ou geométricas de cor castanho ou marrom. Radicais Livres (RL) De maneira simples, o termo radical livre refere-se a átomo ou molécula altamente reativo, que contém número ímpar (ou desemparelhado) de elétrons em sua última camada eletrônica. É esse não emparelhamento de elétrons da última camada que confere alta reatividade a esses átomos ou moléculas. Essa instabilidade estrutural faz com que as moléculas tenham, desesperadamente, tendência a roubar um elétron de qualquer outra substância a fim de se estabilizarem. Radicais livres são produzidos continuadamente nas células, tanto através de processos patológicos como através de mecanismos fisiológicos. Pode ser por fonte: Endógena e Exógena. Principais fontes endógenas (internas): • Respiração Celular: processo que ocorre nas mitocôndrias, 4% do oxigênio consumido durante a respiração celular, transforma-se em radical livre; • Reações de Defesa: atuação dos neutrófilos e macrófagos (fagocitose) contra bactérias e micro-organismos. Principais radicais livres produzidos em processos metabólicos também cha- mados de Espécies Reativas do Metabolismo do Oxigênio (ERMO ou ERO), eles promovem stress oxidativo celular (Figura 16): 16 17 • Ânion superóxido (O2– ); • Peróxido de hidrogênio (H2O2 – água oxigenada); • Radical hidróxila (OH– ); Principais enzimas que participam da defesa celular das fontes endógenas (internas): • Catalase – proteína que degrada o peróxido de hidrogênio (H2O2) em água; • Superóxido dismutase (SOD) – que transforma o ânion superóxido (O2– ) em peróxido de hidrogênio; • A dupla glutationa-peroxidase e glutationa-redutase que atua na remoção de hidroperóxidos (OH– ) orgânicos durante a peroxidação dos lipídios. Principais fontes exógenas (externas): • Excesso de bebida alcoólica; • Antibióticos, quimioterápicos; • Tabaco (vasoconstrição diminuindo a oxigenação); • Agressões ambientais (frio, vento, poluição); • Fatores nutritivos (falta de vitamina A, C e E); • Fatores nutritivos (falta de oligoelementos: cobre, zinco etc.); • Radiação ultravioleta – luz solar abundante nos horários em que os UV são mais agressivos. Radicais livres Célula Elétron Antioxidante Figura 16 – Radicais livres de oxigênio x stress oxidativo celular Fonte: Adaptado de Getty Images 17 UNIDADE Discromias Faciais Antioxidantes É um conjunto heterogênio de substâncias formadas por vitaminas, minerais, pigmentos naturais e outros compostos e enzimas, que bloqueiam o efeito danoso dos radicais livres, provindos da alimentação, suplementação alimentar, cosméticos e também fármacos, sendo que, muitas vezes, os próprios medicamentos aumen- tam a geração intracelular desses radicais. Os antioxidantes possuem funções muito benéficas ao organismo para proteção contra os radicais livres, sendo sua função primária o fornecimento de elétrons no intuito de reduzir a velocidade de iniciação e/ou propagação dos processos oxidati- vos, minimizando esse dano às moléculas e às estruturas celulares (Figura 17). A utilização de compostos antioxidantes encontrados na dieta ou mesmo sinté- ticos é um dos mecanismos exógenos de defesa que podem evitar os danos oxida- tivos gerados pelo estresse oxidativo. O desbalanço entre a produção de EROs e a remoção pelo sistema de defesa antioxidante (endógeno, fisiológico) é denominado estresse oxidativo. Ativos Antioxidantes • Vitamina C (ácido ascórbico): poderoso antioxidante, age na síntese do colá- geno, renovação celular e, ainda, na uniformização do tom da pele; • Vitamina E: antioxidante com efeito anti-inflamatório e emoliente. Estudos apon- tam que a combinação da vitamina C com a E numa mesma fórmula aumenta a eficácia consideravelmente; • Retinol: derivado da vitamina A, age na formação do colágeno e renovação celular; • Ácido Elágico: extraído da romã, é uma das últimas descobertas e aposta da ciência no combate aos radicais livres; • Ácido Ferúlico: além da poderosa ação antioxidante, ela aumenta a produção de enzimas protetoras das células; • Ácido Alfalipóico: antioxidante universal. Melhora a aparência, promove diminuição dos poros dilatados, das linhas de expressão e das olheiras; • Coenzima Q10: ação antioxidante e estabilizadora de membrana celular; • Drieline: estimulante da síntese de colágeno, antirradicais livres, cicatrizante, anti-irritativo, anti-inflamatório e regenerador celular; • Extrato de Artemísia: extrato das flores de artemísia rico em flavonoides, taninos, lactonas, ácido clorogênico e óleos essenciais, que apresenta proprie- dades antioxidante, antirradicais livres, anti-inflamatória e antimicrobiana; 18 19 • Matrixyl: estimula a formação de colágeno na derme. Possui propriedades de renovação celular mais efetiva que a vitamina C. Célula normal Radicais livres atacam a célula Célula com stress oxidativo Figura 17 – Ação antioxidante Fonte: Adaptado de Getty Images Clareadores Os clareadores são princípios ativos que previnem o aparecimento dos melas- mas, cloasma ou hiperpigmentações (manchas) e suavizam as já existentes, inibindo a atividade da tirosinase, diminuindo a produção de melanina. • Ácido kójico: obtido da biofermentação do arroz, quelante do metal cobre (elemento de que a enzima tirosina depende para a formação de melanina); • Alpha-arbutin: inibe a atividade da tirosinase, diminuindo a produção de melanina; • Biowhite: composto de extratos vegetais que atuam inibindo a tirosinase; • Hidroquinona: inibe a atividade da tirosinase; apresenta citotoxicidade aos melanócitos; • Melawhite: inibe a tirosinase no estágio inicial da melanogênese; • Melaslow: atua pela inibição da tirosinase e diminui a quantidade de melanina; • Melfade: complexo clareador da pele, extraído da uva-ursi. Inibe a tirosinase. Despigmentantes Os despigmentantes, reduzem a hiperpigmentação da pele. As substâncias despig- mentantes, inibem a reação bioquímica entre tirosina e tirosinase, inibiando desta for- ma, a melanogênese. Os ativos despigmentantes inibem a biossíntese da tirosinase, dispersam a mela- nina formada, inibem a síntese de melanina, e retardam o transporte dos grânulos de melanina. Preparo da pele para receber o peeling químico: 19 UNIDADE Discromias Faciais O preparo da pele para receber o peeling superficial é uma das etapas principais para o sucesso do tratamento químico, poderá ocorrer entre 7, 15 ou até 30 dias antes do peeling com procedimentos estéticos de hidratação, nutrição e antioxidante. Fototerapia A fototerapia pode usar lasers ou LEDs para estratégias de tratamentos. Combate a inflamação que pode estar presente nos casos de melasma e hidratar e inibir a dupla ligação de melanina. O laser vermelho tem uma propriedade antioxidante quando ofertado pela técnica ILIB – aplicação de laser na artéria radial. Essa aplicação combate as espécies reati- vas de oxigênio de modo sistêmico. • Laser Vermelho (606 nm) » Absorvido por substâncias presentes na mitocôndria de células superficiais (teci- do epitelial e tecido conjuntivo subjacente); » Aumento na síntese de ATP; » ILIB: efeito antioxidante • Laser Terapêutico Infravermelho (808 nm) » Absorvido por substâncias presentes na membrana plasmática de células mais profundas; » Alteração na permeabilidade da membrana com aumento na absorção de nutrientes, água e dermocosméticos; » Ativação do metabolismo celular; » Utilizar 2 J/cm2, aplicação pontual em toda região que se deseja tratar. • LED Azul (+/- 470 nm) » Hidratação imediata; » Otimização de decapagens superficiais (peelings físicos ou químicos); » Formação de espécies reativas que atuam na melanina, fracionando essa molécula, tornando-a menos absorvedora de luz (efeito clareamento em man- chas melânicas). Aplicar em varredura lenta por 5 minutos na região a ser tratada. Esse tempo corresponde a uma área de 10 cm2 x 10 cm2. 20 21 Microdermoabrasão O peeling de diamante é realizado com uma ponteira de caneta e uma lixadia- mantada, aspirando impurezas da pele, atingindo somente a epiderme. O método é mais indicado para peles mais novas e sensíveis, que não necessitam de uma esfolia- ção. Em relação à dor, o peeling de diamante é mais leve e retira somente uma parte da epiderme, não causando dor nem vermelhidões. Já o peeling de cristal é feito através de uma ponteira que aplicada sobre a pele, libera e aspira os cristais (óxido de alumínio) pelo próprio equipamento a vácuo. Ele é recomendado para peles fotoenvelhecidas e que precisam de uma esfoliação mais profunda. O peeling de cristal é mais dolorido, trazendo uma leve queimação, provocando vermelhidões na pele. Por mais que a microdermoabrasão seja um procedimento seguro que não ofe- rece riscos, pode não ser indicado para quem sofre das seguintes disfunções: cica- trizes, queloides, diabetes, herpes, verrugas, feridas abertas, entre outras. • Protocolo ILIB – Antioxidante » 60 minutos a cada dois dias, durante 05 dias; » Descanso de 20 dias, repete protocolo; » Descanso de 20 dias, repete protocolo; » Manutenção a cada 4 meses – 60 minutos a cada dois dias durante 05 dias apenas. • Protocolo Cosmético » Higienização com sabonete neutro; » Aplicar loção pré-peeling (desengordurante); » Aplicar blend de ácido mandélico, ácido kójico e ácido elágico, e aguardar 10 minutos. Retirar; » Aplicar máscara clareadora. Deixar 20 minutos e retirar; » Aplicar sérum vit C; » Finalizar com FPS. • Protocolo Cosmético com Microdermoabrasão » Higienização com sabonete neutro; » Realizar microdermoabrasão com peeling de cristal ou peeling de diamante; » Aplicar ácido mandélico a 10% e aguardar 10 minutos. Retirar; » Aplicar máscara clareadora. Deixar 20 minutos e retirar; » Aplicar sérum resveratrol; » Finalizar com FPS. 21 UNIDADE Discromias Faciais • Protocolo Cosmético com Laser Vermelho e LED Azul » Higienizar a pele; » Aplicar LED azul – 5 minutos por hemiface; » Aplicar sabonete glicoativo, deixar agir por 5 minutos e retirar; » Aplicar laser vermelho – 2 J/cm² de forma pontual por toda hiperpigmentação; » Aplicar máscara clareadora. Deixar agir por 20 minutos e retirar; » Aplicar sérum clareador e antioxidante com vitamina c e melawhite; » Finalizar com FPS. • Orientações para Home Care » Proibida exposição solar; » Usar FPS diariamente, reaplicando a cada 3 horas; » Manter a pele bem hidratada e antioxidante pela manhã e à noite; » Ativos clareadores devem ser usados somente à noite. 22 23 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Fisiopatologia do Melasma MIOT, L. D. B.; MIOT, H. A.; SILVA, M. G.; MARQUES, M. E. A. Fisiopatologia do melasma. An Bras Dermatol. 2009;84(6):623-35. Surgical & Cosmetic Dermatology STEINER, D.; FEOLA, C.; BIALESKI, N.; SILVA, F. A. M. Treatment of Melasma: Systematic Review. Surgical & Cosmetic Dermatology. 2009;1(2):87-94. Microdermoabrasão: Peeling de Cristal e Diamante-revisão de Literatura SILVA, L. P. I. ; SILVA, K. A.; SOUZA, M. A. V. P.; TAVARES, N. C.; SILVA, N. F.; PEREIRA, L. P.; BACELAR, I. Microdermoabrasão: Peeling de Cristal e Diamante-revisão de Literatura. Skin Therapy Lett BOGDANN, A. I.; BAUMANN, L. Antioxidants used in skin care formulations. Skin Therapy Lett. v.13, n.7, p. 5-9, 2008. Revista Contexto & Saúde FRIES, A. T.; FRASSON, A. P. Z. Avaliação da Atividade Antioxidante de Cosméticos Anti-idade. Revista Contexto & Saúde. Ijuí. v. 10. n. 19. 2010. Vídeos A Formação do Melasma https://youtu.be/gYKA_-dGn1Y Leitura Revista Saúde em Foco Edição nº 10 – Ano: 2018. 23 UNIDADE Discromias Faciais Referências ANTUNES JUNIOR, D.; SOUZA, V. M. Ativos Dermatológicos Dermocosméticos e Nutracêuticos. 9 volumes. Editor: Daniel Antunes Júnior e Valéria Antunes, 2016. BORGES, F. S. Dermato Funcional – Modalidades Terapêuticas nas Disfunções Estéticas. São Paulo: Phorte, 2010. CAMPBELL, MONHEIT, R. M, G. D. Peeling Químico. In: GOLDBERG, David J – Rejuvenescimento Facial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. CUCÉ, L. C.; FESTA NETO, C. Manual de Dermatologia. São Paulo: Atheneu, 2001. FONSECA, A.; PRISTA, L. V. N. Manual de Terapêutica Dermatológica e Cosmetológica. São Paulo: Roca; 2000. HARRIS, M. I. Pele: do Nascimento a Maturidade. São Paulo: Senac, 2018. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. YAMAGUCHI, C. Procedimentos Estéticos Minimamente Invasivos – Conduta Baseada em Exp. Clínica e Visão Estética Atual. São Paulo: Santos Grupo GEN, 2010. 24
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