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Doenças Neuromusculares = são um conjunto de doenças que atingem a unidade motora (neurônio motor e todas as fibras musculares que ele inerva) - Estruturas comprometidas: neurônio do corno anterior da medula (neurônio motor) raiz nervosa e nervos periféricos junção neuromuscular (sinapse) músculo → É um grupo de doenças com perda exclusivamente motora, que acomete o nervo e o músculo → Causas: genéticas ou adquiridas ● Comprometimento no corno anterior da medula: esclerose lateral amiotrófica, amiotrofia espinhal ● Comprometimento do nervo periférico: síndrome de guillain-barré ● Comprometimento da junção neuromuscular (sinapse): miastenia gravis ● Comprometimento do músculo (miopatias): distrofias musculares Classificação segundo o neurônio motor envolvido: 1) Envolvimento somente do neurônio motor inferior: atrofia muscular progressiva, atrofia bulbar progressiva = sinais diminuídos (hipotonia, hiporreflexia) 2) Envolvimento somente do neurônio motor superior: esclerose lateral primária = sinais aumentados 3) Envolvimento do dois neurônios motores - superior e inferior: esclerose lateral amiotrófica Esclerose lateral amiotrófica (ELA): ● Definição: é uma doença onde ocorre a degeneração progressiva dos neurônios motores (superior e inferior) ● Tipos: - ELA familiar (+ rara, hereditária, atinge 10% das pessoas) aparece mais cedo (cerca de 30 anos de idade) - ELA esporádica (idiopática = fator genético + fator ambiental) atinge 90% das pessoas e aparece mais tarde ● Formas da doença: ● início medular (+ comum e + lenta) - comprometimentos se iniciam nos membros, principalmente nos MMSS - início assimétrico (não acontece ao mesmo tempo nos dois hemicorpos) - síndrome piramidal (alteração no movimento por comprometimento do trato piramidal) ● início bulbar (evolução + rápida e pior prognóstico) - pior prognóstico, pois a falência respiratória é + rápida por iniciar no bulbo PRIMEIROS sintomas: - disartria (dificuldade para falar) - disfagia (dificuldade para deglutir) - sialorréia (aumento de saliva, pois não conseguem engolir por fraqueza muscular) - anartria (perda da articulação das palavras) atrofia e fasciculação da língua ● Quadro clínico: MMSS alteração da motricidade fina e preensão / perda da destreza manual MMII déficit de dorsiflexão e marcha / fadiga ao esforço e evolui p/ astenia Fraqueza Axial presença de hipercifose, perda de equilíbrio Esfíncter e funções sensoriais preservados (controlado pelo neurônio do SN autônomo) Movimentos oculares preservados até estágios avançados ● Características: - os acometimentos são de distal para proximal (neurônio motor inferior → neurônio motor superior) - é uma doença degenerativa, progressiva e irreversível ● Sinais clínicos: - Comprometimento do neurônio motor inferior: atrofia muscular, fraqueza e fasciculações - Comprometimento do neurônio motor superior: hiperreflexia, sinal de babinski e clônus - Câimbras - Fadiga muscular (porque o neurônio não consegue mais inervar o músculo) - Hipotonia/hipertonia - Hiporreflexia/hiperreflexia - Síndrome pseudo-bulbar → os pacientes geralmente iniciam com sinais diminuídos porque a lesão inicialmente acomete o neurônio motor inferior e posteriormente pode aparecer sinais aumentados pois também ocorre degeneração do neurônio motor superior ● Causas: idiopática - ainda em estudo *teorias: - pacientes com ELA apresentam excesso de glutamato (neurotransmissor que em excesso causa toxicidade, matando as células nervosas com o efeito cascata) - há presença de fator genético que associada a algum agente gatilho pode desencadear a doença. (agentes gatilhos: exposição a agentes tóxicos, processo inflamatório, traumas físicos/mecânicos/elétricos no neurônio, atividade física em excesso) ● Tratamento: *medicamento Riluzol (diminui a quantidade de glutamato) *suporte respiratório *nutrição *sintomático (tratar os sintomas): depressão, síndrome pseudo-bulbar, sialorréia etc…) *cuidados paliativos *fisioterapia (respiratória e motora) - exercícios sem resistência - apenas resistência funcional = exercícios sem peso, apenas contra a gravidade (Ex: levantar o braço) - mobilização e alongamento - máximo de 15/30 minutos por sessão → atividades excessivas ou prolongadas pode levar a fadiga e maior degeneração do neurônio motor Amiotrofia espinhal (AME): ● Definição: síndrome hereditária progressiva e simétrica, causada pela degeneração do neurônio motor inferior do corno anterior da medula espinhal e/ou dos nervos cranianos ● Causa: alteração genética no gene SMN1 do cromossomo 5Q13 ● Sinais clínicos: atrofia e fraqueza muscular simétrica (músculos proximais são mais afetados que os distais ● Tratamento: medicamento Zolgensma e Spinraza ● Tipos: é dividida em 4 tipos e sua gravidade depende da idade em que se iniciou a doença (quanto mais cedo desenvolve pior são as consequências) e da função motora máxima alcançada (quais marcos motores foram atingidos antes de desenvolver a doença) Tipo 0 Tipo I: doença de Werdnig-Hoffmann Tipo II: Intermediária Tipo III: doença de Kugelberg-Welander Tipo IV: Adulta Tipo 0: - recém nascidos com fraqueza grave, hipotonia e história de diminuição dos movimentos fetais - insuficiência respiratória é a maior preocupação - expectativa de vida reduzida (6 meses) Tipo 1: - a criança começa a se desenvolver mas apresenta hipotonia, dificuldade de controle cervical, hiporreflexia/arreflexia antes dos 6 meses - não atingem a postura sentada sem auxílio - desenvolvem fraqueza de língua e deglutição - evolução para fraqueza facial e insuficiência respiratória - expectativa de vida de 2 anos Tipo 2: - sentam sem auxílio mas não apresentam a marcha - fraqueza muscular progressiva dos MMII maior que MMSS - hipotonia e arreflexia - escoliose progressiva, contraturas articulares Tipo 3: - desenvolvem a marcha independente - fraqueza muscular progressiva dos MMII maior que MMSS, levando a cadeira de rodas pela progressãoda doença Tipo 4: - forma mais leve da doença - mais rara - início na vida adulta Miastenia Gravis: ● Definição: doença autoimune que causa a destruição da enzima acetilcolinesterase, não ocorrendo a captação do neurotransmissor acetilcolina e consequentemente não gerando contração ● Sinais clínicos: - fraqueza flutuante ou fadiga miastênica - queda da pálpebra (ptose palpebral) diplopia (visão dupla) - dificuldade para mastigar, deglutir ou falar - alterações respiratórias OBS: O neurotransmissor acetilcolina precisa entrar no neurônio pós sináptico para gerar contração A acetilcolina é uma molécula grande e por isso precisa ser fragmentada pela enzima acetilcolinesterase Miopatias inflamatórias: - polimiosite (inflamação do músculo e morte das células musculares) - dermatomiosite (inflamação do músculo e erupções cutâneas) Miopatias congênitas: - distrofia muscular de duchenne - distrofia muscular de becker … → Distrofias musculares são doenças hereditárias, que causam degeneração da musculatura esquelética por destruição da proteína distrofina ● Distrofina é uma proteína que está na fibra muscular e sustenta o sarcômero/fibra muscular Tipos de distrofias: - Distrofia muscular congênita - Distrofia muscular progressiva *de duchenne *de becker *de emery-dreyfuss *de cinturas *fascio-escapulo-umeral *LGMD 1 e LGMD 2 - Distrofia miotônicas - Miopatias congênitas - Miopatias metabólicas Distrofia Muscular de Duchenne: ● Definição: é um distúrbio hereditário de fraqueza muscular progressiva. ● Causa: distúrbio no cromossomo X ● Características: se apresenta entre os 3 e 5 anos ● Sinais clínicos: - atraso motor grosseiro (correr, pular…) - fraqueza muscular progressiva - alteração na marcha - dificuldade de levantar do chão → Sinal de Gowers : se levanta apoiando - quedas frequentes nos joelhos - aumento da panturrilha (pseudo hipertrofia) → as fibras musculares são substituídas por tec. conjuntivo, e isso causa uma impressão de hipertrofia muscular - alterações cardíacas: cardiomiopatia dilatada e arritmias (as fibras musculares do miocárdio vão morrendo) - escoliose e contraturas articulares ● Diagnóstico: - teste genético molecular - dosagem laboratorial de enzimas musculares (níveis de CK aumentados) - biópsia molecular ● Prognóstico: expectativa de vida entre 20 e 30 anos ● Tratamento: - corticosteróides (para diminuir a inflamação muscular e os níveis de CK) - reabilitação
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