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1 AULA: NUCLEO INTERFÁSICO Só é possível observar o núcleo com todas as suas características e estruturas no período interfases, ou seja, entre o período de divisões celulares. O núcleo apresenta como função: Separação do processo de transcrição e tradução Organização espacial do material genético Determinação da forma e proteção mecânica nuclear 1. CARACTERÍSTICAS DO NUCLEO: POSIÇÃO NUCLEAR: a posição nuclear é definida conforme a interação entre o núcleo e o citoesqueleto. O núcleo não necessariamente se localiza no centro da célula, como exemplo, o núcleo das células musculares esqueléticas localizam- se nas extremidades celulares FORMATO DO NUCLEO: o formato do núcleo depende do formato celular em que esta inserido, por exemplo, células fusiformes possuem núcleos mais alongados, enquanto células cilíndricas do epitélio possuem núcleos mais arredondados que células pavimentosas. TAMANHO DO NUCLEO: o tamanho do núcleo esta intrinsecamente ligado ao metabolismo e a quantidade de DNA presente naquela célula, células com maiores quantidades de DNA possuem, necessariamente núcleos maiores. 2. COMPONENTES DO NUCLEO: A. ENVOLTORIO NUCLEAR B. CROMATINA C. NUCLEOLOS D. NUCLEOPLASMA 3. ENVOLTORIO NUCLEAR: A. FUNÇÕES: Separa o núcleo do citoplasma Realiza manutenção do núcleo como um compartimento distinto Permite controle ao acesso do material genético B. CARACTERISTICAS: O envoltório nuclear possui uma bicamada lipoproteica, formada por duas membranas concêntricas com 30% de lipídios e 70% de proteínas em sua composição celular. Subdivide-se essa estrutura em 3 compartimentos: I. I. Membrana Nuclear Interna: camada interna voltada para o interior do núcleo 2 em interação com a cromatina, mais especificamente, com a heterocromatina. Forma a Lamina Nuclear. II. Espaço Perinuclear: literalmente um espaço entre as duas membranas, onde se encontra uma elevada quantidade de proteínas solúveis III. Memb. Nuclear Externa: voltada para o citoplasma celular e em contato com o RER com muitos ribossomos. Dai a maior porcentagem de proteínas na composição do envoltório nuclear. OBS: Uma célula extremamente cheia de ribossomos aderidos ao RER ou um próprio RER extenso evidencia que essa unidade celular tem como principal função a síntese proteica. IV. COMPLEXO DE PORO NUCLEAR: É uma associação de aproximadamente 30 proteínas que permitem e regulam o transito de macromoléculas entre o núcleo e o citoplasma. Quanto maior for a síntese proteica, maior terá de ser a quantidade de poros ou complexo de poros para permitir a passagem de material genético que ira realizar a tradução no citosol para a síntese proteica. Ex: ovócitos exercem uma elevada síntese proteica em seu metabolismo, logo, possuem maior quantidade de complexos de poros, diferentemente do espermatozoides, que não possuem praticamente metabolismo proteico e, portanto, poucos complexos de poro. O complexo de poro é formado por dois anéis proteicos que estabelecem o perímetro do poro: Anel Citoplasmático e Anel Nuclear, além de possuir um Canal Central composto por filamentos proteicos na parte superior (citoplasma) e uma estrutura análoga a uma cesta de basquete na parte voltada ao núcleo. O complexo de poros é formado por mais de 100 moléculas proteicas denominadas NUCLEOPORINAS 3 O fluxo de moléculas é intenso entre o núcleo e o citoplasma, podendo passar pequenas moléculas como agua e íons por difusão, como também RNA e proteínas por transporte ativo entre esses dois compartimentos. Para que ocorra o transporte de proteínas de maneira adequada, é necessário a presença de SINAIS DE LOCALIZAÇÃO NUCLEAR (NLS) que irão endereçar as proteínas para o núcleo de maneira adequada. Vale ressaltar que esses sinais não são perdidos pela proteínas quando já se encontram no núcleo, visto que em casos de divisão celular, o núcleo é degenerado, e após o termino da divisão essas proteínas devem retornar ao núcleo. Além dos NLS, é necessário a presença de outras proteínas receptoras que irão se ligar as proteínas alvos para facilitar o transporte. Caso a proteína esteja indo em direção ao núcleo, o receptor é denominado IMPORTINA, caso esteja indo em direção ao citoplasma, o receptor recebe o nome de EXPORTINA. Todo esse processo ocorre em interação com as NUCLEOPORINAS. 1. TIPOS DE TRANSPORTES: A. DIFUSÃO SIMPLES: por ser uma difusão, esse transporte busca sempre o equilíbrio entre o citosol e o núcleo, transporta moléculas menores que 50kDa e não apresenta gasto de energia. B. DIFUSÃO FACILITADA: muito semelhante a difusão simples, não apresenta gasto de energia e busca sempre o equilíbrio entre o núcleo e o citoplasma. No entanto, transporta moléculas maiores que 50 kDa e necessitam da interação com o complexo de poro, em especial com as nucleoporinas. C. IMPORTAÇÃO MEDIADA POR SINAL: é um tipo de transporte de macromoléculas que requer NLS associados a receptores importinas para enfim transportar proteínas para o interior do núcleo, ocorre gasto de ATP. Algumas moléculas como histonas, DNA polimerase e fatores de transcrição sofrem esse transporte. D. EXPORTAÇÃO MEDIADA POR SINAL: muito semelhante a importação mediada por sinal, a única diferença é o destino das moléculas, ao invés de irem para o núcleo, vão para o citoplasma, o NES associa-se a receptores exportinas e promovem o transporte de RNA, proteínas citoplasmáticas e subunidades ribossomais por exemplo. 2. MECANISMO DE TRANSPORTE: A proteína alvo já com o Sinal de Localização Nuclear liga-se ao receptor IMPORTINA. O complexo agora é levado para o interior do núcleo, onde a IMPORTINA liga-se a uma molécula de GTP e consequentemente solta-se da proteína alvo. Agora o complexo GTP – IMPORTINA sai do núcleo, a GTP agora no citoplasma sofre hidrolise com gasto de energia, formando um complexo GDP- 4 IMPORTINA que é finalmente separado, e a IMPORTINA fica livre para ser usada em outro ciclo de importação. No caso da exportação de proteínas, a proteína alvo liga-se ao complexo EXPORTINA-GTP e sai do núcleo. Agora no citoplasma, o GTP é hidrolisado em GDP e todo o complexo se rompe. Por fim, a EXPORTINA retorna ao núcleo e torna-se disponível para mais um ciclo de exportação. OBS: COMO A GTP NÃO SE ESGOTA NO NUCLEO??? A GTP não se esgota no meio intranuclear devido a presença de GEF – fator de troca de guanina que mantem as concentrações elevadas OBS2: QUEM REALIZA A HIDROLISE DE GTP NO CITOPLASMA??? A GTP é hidrolisada no citoplasma devido a presença de GAP- proteína ativadora de GTPase que quebra essas moléculas nessa região consumindo energia. Estima-se que algumas doenças como o HIV, o as Triplo A (acalasia, doença de Addison e Alacrimia), Parkinson, Alzheimer e o Câncer estão associados a complicações nos complexos de poros. V. V. LÂMINA NUCLEAR: Associada a superfície interna do envoltório nuclear. Composto por inúmeros tipos de filamentos de laminas, sofre fosforilação durante o processo de divisão celular com o desaparecimento do núcleo como um todo. Manutenção da forma e suporte estrutural nuclear Associação de fibras cromatinicas ao envoltório Participação no controle da expressão genica, na manutenção do citoesqueleto e sobrevivência da célula. O filamento citoplasmático apresenta como diferença do filamento nuclear, a presença de NLS na sua composição, já que laminas são também proteínas nucleares. Observar que nunca perdem o NLS vistoque necessitam retornar ao núcleo após a divisão celular. https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjj1OrUsdbjAhW5K7kGHX6zDaIQjRx6BAgBEAU&url=https://quizlet.com/333822891/nuclear-import-l4-flash-cards/&psig=AOvVaw0Ge3-h31KeDQnQ9BfsPqbK&ust=1564361174258728 https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&ved=2ahUKEwiLwMrKtNbjAhVzGLkGHXVmDfgQjRx6BAgBEAU&url=https://www.ebah.com.br/content/ABAAAhAjsAG/nucleo-interfasico&psig=AOvVaw3CXz5q8MzZpAUQc_zfoHdH&ust=1564361951203782 5 4. CROMATINA Cromatina não é a mesma coisa que DNA, cromatina constitui o DNA complexado a proteínas especificas denominadas HISTONAS. A cromatina pode se subdividir em HETEROCROMATINA (compactada) e EUCROMATINA (descompactada). A heterocromatina, por ser mais compactada, apresenta-se de maneira mais escura no núcleo, e principalmente associadas a lamina nuclear, já as eucromatinas são aquelas que passam pelo processo de síntese proteica e outras atividades metabólicas. NUCLEOSSOMO = É a unidade estrutural da cromatina, formada por um filamento de DNA e um octamero de histonas. Um conjunto de nucleossomos, forma uma cromatina. EUCROMATINA ATIVA = ‘’ colar de contas’’, cerca de 10 NM, nível máximo de descondensaçao. EUCROMATINA INATIVA = segundo nível de compactação. Existem alguns processos que podem ou não silenciar a transcrição genica. Por exemplo, processos de metilaçao e desacetilaçao silenciam a transcrição. Enquanto processos de demetilaçao, acetilaçao e ubiquitinaçao aumentam a transcrição genica. 5. NUCLÉOLO É uma estrutura esférica não envolvida por membranas, presente em todas as células nucleadas. O tamanho varia conforme a necessidade proteica da celula. Geralmente é único e desorganiza-se durante a divisão celular, assim como o núcleo. Composto por RNAr, DNAr, proteínas estruturais, RNA polimerase, Topoisomerase I e II, entre outras. NOR = regiões organizadoras do nucléolo. Subdivide-se em 3 partes: 1. CENTRO FIBRILAR – CF : onde ocorre transcrição do rRNA, rDNA, RNA pol I, DNA topoisomerase I e II e fatores de transcrição do rRNA 2. COMPONENTE FIBRILAR DENSO – CFD: processamento de rRNA, moleculas de rRNA recém-transcristos e processamento pos traducional do rRNA. 3. COMPONENTE GRANULAR – CG: montagem de subunidades ribossômicas, https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&ved=2ahUKEwiote-st9bjAhXmILkGHX9vD2gQjRx6BAgBEAU&url=https://www.infoescola.com/citologia/nucleossomo/&psig=AOvVaw0YQhEGA5XXEcbLVRRcK0J-&ust=1564362696222533 6 processamento final do rRNA e grânulos de rRNA + proteínas. 6. NUCLEOPLASMA: Análogo o citoplasma da célula, o nucleoplasma é uma solução aquosa de proteínas, RNA, nucleosidios, nucleotidios e íons onde estão mergulhados o nucléolo e a cromatina Formado pela MATRIZ NUCLEAR composta pelo citoesqueleto nuclear responsável pela organização da cromatina e por PROTEOSSOMOS. 7. LAMINOPATIAS: Laminopatias são doenças provocadas em decorrência de alguma alteração na síntese das laminas nas células, provocando inúmeras complicações em vários órgãos e tecidos como músculos esqueléticos variados, coração, tecido adiposo, nervos periféricos e causando ate doenças sistêmicas como alopecia, osteoporose, doenças coronárias e descamação da pele. Algumas doenças merecem destaques como a Distrofia de Emery-Dreyfuss, Lipodistrofia familiar do tipo Dunnigan e Sindrome de Hutchinson- Gilford ou Progeria. EMERY-DREIFUSS LIPODISTROFIA FAMILIAR T. DUNNIGAN PROGÉRIA https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjzs-L9vdbjAhVYGrkGHUjxAd8QjRx6BAgBEAU&url=https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/B9780444595652000071&psig=AOvVaw3DHLakHNEHlGNbxRLUF4N0&ust=1564364475096979 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&ved=2ahUKEwiFmq6dvtbjAhVwJrkGHawVD8IQjRx6BAgBEAU&url=http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032011000200008&psig=AOvVaw0rxNluOLeqHxL2gBXmzheF&ust=1564364545390901 https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&ved=2ahUKEwjTg_nCvtbjAhV0EbkGHacEAv0QjRx6BAgBEAU&url=https://pt.wikipedia.org/wiki/Prog%C3%A9ria&psig=AOvVaw0POnCqLXP77hjMm2QdFIvd&ust=1564364628877651
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