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Prática Jurídica IV @piluladc Recursos no Juizado Especial Cível Recursos cabíveis dentro do âmbito dos JECs. Nem tudo está previsto na Lei 9099/95. Onde ela é omissa, usa-se o CPC. Espécies recursais previstas: • Opor Embargo de Declaração • Interpor Recurso Inominado • Interpor Recurso Extraordinário • Interpor Recurso de Agravo Embargos de Declaração - Art 48 ao 50 Tem a finalidade de corrigir equívocos presentes na decisão recorrida. Proble- mas na decisão originária que decorrem da forma de redação que o juiz trouxe pra decisão, que pode levar a obscuri- dade, uma contradição ou a uma omis- são. Não se prestam para atacar o conteúdo da decisão judicial, e sim para verificar que há um problema que pode prejudi- car inclusive o seu cumprimento, algum direito da parte de maneira reflexa, pela ausência de clareza ou certeza do que foi dito. Seção XIII Dos Embargos de Declaração “Art. 48. Caberão embargos de declaração contra sentença ou acórdão nos casos previstos no Código de Pro- cesso Civil. Parágrafo único. Os erros mate- riais podem ser corrigidos de ofício. Obscuridade, contradição ou omissão. A dúvida foi retirada, porque é um pro- blema intrínseco daquele que está lendo.” Obscuridade: não dá pra saber exata- mente o que o juiz quis dizer com a sua decisão. Redação confusa. Se concor- dou ou não, se julgou procedente ou improcedente. Contradição: ideias opostas na deci- são, fala que está convencido pelo au- tor e depois decide em favor do réu, ou mesmo sobre provas admitidas e de- pois não admitidas. Omissão: o juiz não considerou um ar- gumento ou uma prova, que seja es- sencial para o caso, e então pode pedir que ele se manifeste sobre esse funda- mento. Ele não é obrigado a se mani- festar sobre tudo, às vezes um argu- mento central que é derrubado, derruba todos os outros. Isso é jurisprudência sedimentada por vários tribunais, mas desde que seja um reforço ao argu- mento central. Erros materiais: erros simples, você pode só avisar o juiz por uma petição simples ou mesmo o juiz percebendo o erro, ele já corrige. Por exemplo, um erro de nome, que pode prejudicar uma futura execução, então preciso pedir a correção se estiver errado. Se errou uma vírgula no valor, mesma situação. Prática Jurídica IV @piluladc “Art. 49. Os embargos de decla- ração serão interpostos por escrito ou oralmente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.” Na audiência de instrução e julgamento, posso já embargar oralmente, ou fazer por escrito em até 5 dias. “Art. 50. Os embargos de decla- ração interrompem o prazo para a in- terposição de recurso.” Na lei original suspendia, agora inter- rompe, foi alterado esse artigo. De uma sentença, cabe recurso. No processo civil comum, é a apelação, aqui é o recurso inominado. Um problema na sentença pode preju- dicar o recurso inominado, então por causa disso interrompe o prazo, com a interposição do embargo. Art 41 a 46 Recurso inominado: porque a lei não deu nome pra ele. Equivalente à apela- ção. “Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado. § 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes to- gados, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Jui- zado. § 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado.” Apenas contra sentença. Não é toda e qualquer sentença, conciliação não porque as partes quiseram aquela decisão, e laudo arbitral já é previsto que não é recorrível. Não vai para o tri- bunal de justiça, é julgado pelos juízes do juizado especial, que são 3 juízes togados. No recurso é obrigatória a re- presentação. “Art. 42. O recurso será inter- posto no prazo de dez dias, contados da ciência da sentença, por petição es- crita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente. § 1º O preparo será feito, inde- pendentemente de intimação, nas qua- renta e oito horas seguintes à interpo- sição, sob pena de deserção. § 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer res- posta escrita no prazo de dez dias.” Aqui não há incidência do princípio da oralidade, precisa ser por escrito. Preparo é recolher as custas, é obriga- tório para realizar o recurso. A forma é diferente das varas comuns. Na comum, no momento em que você interpõe o recurso você já tem que ter recolhido, no Juizado não, você tem 48h depois da interposição pra recolher as custas. O prazo é contado em HORAS, você não tem dois dias. Se você não recolhe, é deserto, então não terá seguimento, não será analisado. Prazo de 10 dias pras contrarrazões. “Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar- lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.” Três espécies de efeitos: devolutivo, suspensivo e ativo. Prática Jurídica IV @piluladc Devolutivo é que a matéria é devolvida para o judiciário para que ele reaprecie a matéria. Esse é comum a todos os re- cursos. Suspensivo é quando ele não produzirá efeitos enquanto não for julgado. Se não for concedido esse efeito, a parte que exige já pode dar andamento à execução. Se for, tem que esperar. A regra é não ter esse efeito, por causa do princípio de celeridade. Para ter, precisa ser o dano irreparável, se for por exemplo um produto que já foi teria sido consumido caso o resultado se in- verta e a outra parte não consiga de volta. “Art. 44. As partes poderão re- querer a transcrição da gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 13 desta Lei, correndo por conta do re- querente as despesas respectivas.” CPC permite que as partes gravem as audiências independente da autoriza- ção. “Art. 45. As partes serão intima- das da data da sessão de julgamento.” “Art. 46. O julgamento em se- gunda instância constará apenas da ata, com a indicação suficiente do pro- cesso, fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença for confir- mada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acór- dão.” Dispositivo: se foi provido ou não pro- vido. Pelo princípio da celeridade, se mantido, pode colocar apenas confir- mada pelos próprios fundamentos. Recurso Extraordinário Quando a causa decidida em única ou última instância violar a constituição, declarar inconstitucional tratado ou lei federal, julgar válido lei ou ato de go- verno local contestado em face da constituição ou julgar válido lei local contestado em face da lei federal. Art 102 inciso 3o. da CRFB “III - julgar, mediante recurso ex- traordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a de- cisão recorrida: a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionali- dade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de go- verno local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contes- tada em face de lei federal.” Art 105. Inciso 3o. da CRFB “III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou úl- tima instância, pelos Tribunais Regio- nais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territó- rios, quando a decisão recorrida:” Não é possível recurso especial, pela redação da CRFB. Turma recursal não é tribunal, por isso é incabível. Agravo Agravo de instrumento previsto no Art 1015 do CPC não é cabível no JEC, porque não há como recorrer de deci- sões interlocutórias no JEC. No má- ximo, se violar o direito líquido e certo de alguém, você pode impetrar man- dado de segurança. Prática Jurídica IV @piluladc Hipótese de agravo que é cabívelno JEC: Enunciado do fonaje. “ENUNCIADO 15 – Nos Juizados Especiais não é cabível o recurso de agravo, exceto nas hipóteses dos arti- gos 544 e 557 do CPC. (nova redação – XXI Encontro – Vitória/ ES).” Esse CPC é o de 1973, é o ANTIGO. No CPC novo, é o Art 1030, inciso I “Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão con- clusos ao presidente ou ao vice-presi- dente do tribunal recorrido, que deverá: I – negar seguimento: a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal não tenha re- conhecido a existência de repercussão geral ou a recurso extraordinário inter- posto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal exarado no regime de repercussão geral; b) a recurso extraordinário ou a recurso especial interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Jus- tiça, respectivamente, exarado no re- gime de julgamento de recursos repeti- tivos;” Para o recurso extraordinário subir para o supremo, precisa passar por uma ad- missibilidade. A turma pode negar o se- guimento desse recurso, e sobre essa negativa é que eu posso entrar com o agravo. “§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos termos do art. 1.021.” Agravo de instrumento, incabível. Agravo interno, cabe, nesses termos. Seção XV Da Execução “Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no próprio Juizado, aplicando-se, no que couber, o dis- posto no Código de Processo Civil, com as seguintes alterações: (...) IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da execução, versando sobre: a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele correu à revelia; b) manifesto excesso de execu- ção; c) erro de cálculo; d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, superveni- ente à sentença.”
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