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RELATÓRIO SOBRE: DETERMINAÇÃO DE FRESCOR EM PESCADOS TERESINA, PIAUÍ. NOVEMBRO DE 2018. INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO DO PIAUÍ – CAMPUS TERESINA CENTRAL CURSO: TECNOLOGIA EM ALIMENTOS DISCIPLINA: TECNOLOGIA DE PESCADOS PROFESSORA: REGIANE FEITOSA ALUNAS: CAMILA DE CARVALHO JAEL BARBOSA SCHIRLAYNE LIMA THAILA PIMENTEL 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 03 2. MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................................... 05 2.1 Materiais...................................................................................................................... 05 2.2 Metodologia............................................................................................................... 05 2.2.1 Análise sensorial do frescor do peixe.................................................................. 05 2.2.2 Determinação do pH........................................................................................... 05 2.2.3 Prova de Éber – prova para amônia.................................................................... 06 2.2.4 Prova de Nessler (para amônia).......................................................................... 06 2.2.5 Prova para H2S (gás sulfídrico).......................................................................... 06 2.2.6 Bases voláteis totais............................................................................................ 06 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................. 07 4. CONCLUSÃO............................................................................................................. 12 REFERÊNCIAS............................................................................................................... 13 1. INTRODUÇÃO De acordo com o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), entende-se por pescado todos os peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios, quelônios e mamíferos de água doce ou salgada, usados na alimentação humana (BRASIL, 2017). Além da importância como fonte de alimento, o setor pesqueiro é fonte de sustento e renda para milhões de pessoas uma vez que, de acordo com a FAO (2014), no panorama mundial o setor da pesca cresceu entre os anos de 2005 e 2010, 2,1% por ano, superando o crescimento de emprego na agricultura tradicional (0,5%) e o crescimento populacional (1,2%). No Brasil a principal fonte de produção de pescado está ligada à pesca extrativa marinha, a qual participa com, aproximadamente, 38,7% do total da produção brasileira de pescado (BRASIL, 2013). A espécie identificada como sardinha verdadeira é cientificamente denominada com a nomenclatura de Sardinella brasiliensis, que é qualificada como nomen protectum (nome protegido) de acordo com o Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, e a nomenclatura Sardinella janeiro, utilizada em algumas publicações, permanece como sinônimo. Sistematicamente a Sardinella brasiliensis pertence à Subordem Clupeoidei (Clupeoides) onde encontram-se duas importantes famílias: Clupeidae e Engraulidae (CERGOLE; DIAS NETO, 2011). A sardinha verdadeira é uma pequena espécie de peixe pelágico com hábitos costeiros, sendo a espécie mais abundante em águas brasileiras e constitui um importante recurso pesqueiro no país (DIAS et al., 2014). O peixe é muito suscetível à deterioração microbiana devido ter uma elevada atividade de água, com teor de gorduras facilmente oxidáveis e ter pH próximo à neutralidade (pH 6,6- 6,8), que são fatores que favorecem o desenvolvimento das bactérias no mesmo que podem causar doenças ao homem (SILVA et al., 2008). De uma forma mais abrangente, Nunes et al. (2007) defendem que a qualidade dos alimentos pode ser determinada por diversos aspectos dos quais se destacam: higiene, valor nutricional e dietético, frescor, facilidade de utilização pelo consumidor, suas propriedades intrínsecas (sensoriais) e disponibilidade. No caso do pescado, o frescor tem grande importância pelo fato de constituir o principal critério que determina a sua aceitação. O pescado é avaliado pelos consumidores com um rigor ainda maior do que muitos outros alimentos, por ser um alimento mais sensível e perecível, quando comparado com outros produtos de origem animal, seja por fatores inerentes ao pescado, seja por fatores extrínsecos, como relacionados ao transporte e armazenamento. Portanto, a fim de garantir ao consumidor um pescado fresco de 4 boa aparência, é fundamental manter qualidade do produto por toda a cadeia produtiva. De acordo com Bogdanovic et al. (2012), a avaliação sensorial é o método mais comumente utilizado para a avaliação da qualidade do peixe fresco e sempre foi considerado como a principal forma de avaliar o frescor do pescado. A análise química é de grande importância para a indústria de pescado, pois caracteriza a qualidade durante a sua estocagem, garante o estado higiênico sanitário, estende a vida de prateleira e contribui para a segurança alimentar. Os métodos físico-químicos são utilizados para detectar a formação de compostos que degradam o pescado. Vários são os métodos para avaliar o grau de conservação do pescado, como a medição do pH (potencial hidrogeniônico), medição de amônia e de gás sulfídrico (SOARES & GONÇALVES, 2012). O presente trabalho teve por objetivo determinar o frescor em pescados (sardinhas) por meio de análises físico-químicas e sensorial. 5 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Materiais 2.2 Metodologia 2.2.1 Análise sensorial do frescor do peixe Para essa análise, colocou-se o peixe 2 em cima de uma tábua e observou-se todas as suas características externas (cheiro, aparência geral, corpo, escamas, pele, olhos, brânquias, barriga e ânus) e logo em seguida com uma faca foi feito um corte para a realização da abertura do mesmo para observação de suas características internas (consistência dos músculos, carne, muco (secreção), vísceras, costela e coluna vertebral) e posteriormente fez-se a comparação com o quadro de referência. Anotou-se os resultados. 2.2.2 Determinação do ph Para a determinação do pH primeiro aferiu-se o pHmetro com solução tampão pH – 7 a 20ºC, logo em seguida em uma balança analítica, uma amostra do peixe 2 foi pesado em um béquer de 100 mL e foi realizada a leitura direta da amostra no pHmetro. Anotou-se o resultado. Aparelho para destilação por arraste a vapor; Arame de 20 cm de comprimento; Balança analítica; Banho-maria; Béquer de 50 mL, 100 mL e 250 mL; Bureta de 5 mL; Cadinho de porcelana; Erlemeyer de 125 mL; Facas; Funil; Indicador misto; Papel indicador de pH; Papel filtro qualitativo e quantitativo; Peixes; pHmetro Pipeta de 5 mL; Pipeta volumétrica de 10 mL; Pipetas graduadas de 1 e de 10 mL; Processador de alimentos; Provetas de 10 mL; Proveta de 500 mL; Solução acetato de chumbo a 5%; Solução de ácido bórico a 4%; Solução ácido tricloroacético a 5%; Tábuas; 6 2.2.3 Prova de éber – prova para amônia Em um tubo de ensaio de 25 mL foi feita a transferência de 5mL de reagente Éber (50 mL de ácido clorídrico + 150 mL de álcool + 50 mL de éster), com o auxílio de um arame de 20 cm de comprimento umaamostra do peixe 2 foi introduzida ao tubo de ensaio, de modo a não tocar nas paredes do mesmo e nem na superfície da reagente, observou-se o resultado e anotou-se. 2.2.4 Prova de nessler (para amônia) Em um cadinho de porcelana colocou-se um pouco da amostra do peixe 2 triturado e logo em seguida adicionou-se o reagente de Nessler de maneira a cobrir a amostra. Anotou-se o resultado. 2.2.5 Prova para h2s (gás sulfídrico) Em uma balança analítica pesou-se 10g do peixe 2 e transferiu-se a amostra homogeneizada com 10 mL de água destilada para um Erlenmeyer de 125 mL e com um papel filtro embebido na solução de acetato de chumbo o frasco foi fechado, e colocado em banho- maria, após 10 minutos de espera observou-se e anotou-se o resultado. 2.2.6 Bases voláteis totais Em uma balança analítica, pesou-se 50g de amostra do peixe 2, logo em seguida a mesma foi picada e triturada em um processador com 300 mL de solução de ácido tricloroacético a 5% durante 1 minuto até a obtenção de massa homogênea. Com um papel filtro essa massa foi filtrada e com uma pipeta volumétrica de 10 mL, o conteúdo obtido da etapa anterior foi transferido para um tubo de destilação por arraste de vapor, onde adicionou-se 1g de dióxido de magnésio e 20 mL de água, destilando-se por arraste de vapor durante 30 minutos, o destilado, foi recolhido com um Erlenmeyer de 125 mL contendo 20 mL de solução de ácido bórico a 4% e 5 gotas de indicador misto. Logo em seguida, foi realizada a titulação com amônia e aminas voláteis com solução de ácido sulfídrico 0,01 ou 0,1 N até que a reação apresentasse a outra coloração. Anotou-se o resultado. 7 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Para a análise sensorial do frescor de pescados, os resultados observados foram colocados no Quadro 1, com as letras C para conforme e Nc para não conforme. PEIXE 1 PEIXE 2 Cheiro Leve e agradável, cheiro de capim aquático ou às vezes de barro. Forte, desagradável, ácido amoniacal ou pútrido. Nc C Aparência geral Luzente metálica com reflexo e superfície lisa. Fosco, sem brilho e sem reflexo. Nc C Corpo Rígido, arqueado. Mole. Nc C Consistência Firme e elástica à pressão dos dedos, não deixa marcas. Mole à pressão dos dedos, deixa marcas. Nc C Carne Firme, branca ou cor-de-rosa com reflexo marcante. Friável, músculos bordados de azul ou de amarelo. Nc C Secreção Não há. Presente ou viscosa. Nc C Escamas Bem aderentes á pele, brilhante. Levantadas, afastando-se facilmente ao contacto. Nc C Pele Rosa, bem estendida, colorida. Com rugas, descolorável, rasgável. Nc C Olho Claro, brilhante, convexo, transparente, sem macha na íris ocupando completamente as órbitas. Vidroso, opaco, côncava, com manchas nas íris. Nc Nc Brânquias Róseas ou vermelhas, úmida e brilhante com odor suave. Cinzentas ou cor de chumbo, secas. Nc C Barriga Normal, sem manchas, com relativo brilho metálico. Mole ou deformado, ás vezes inchada. Nc C Ânus Hermeticamente fechado. Aberto e quase sempre proeminente. Nc C Visceras Rasa, limpas, luzentes, perfeitamente diferenciadas, peritônio aderente. Deprimidas ou inchadas, cor de vinho, peritónio frágil. Nc C Costela e Coluna vertebral Aderentes, não podem ser separadas da caixa toráxica, nem dos músculos. Levantadas, separam-se facilmente dos músculos. Nc C ITENS PEIXE FRESCO PEIXE AVARIADO AVALIAÇÃO Após a realização da análise sensorial nos peixe1 e 2, foi possível observar que o peixe 2 manteve suas características, com exceção do atributo “olho” apresentando não conformidade pois, estes encontravam-se côncavos, diferente do peixe 1 que apresentou características de avariado em todos os itens do Quadro 1. Fonte: OETTERER, 2002. *Legendas: C – Conforme / Nc – Não conforme. Quadro 1 – Características do pescado fresco em decomposição. 8 Segundo Oetterer (2002), o mesmo define como peixe “fresco” aquele que possui características sensoriais bem definidas, que proporcionam maior aceitação pelo consumidor. A deterioração do pescado pode causar várias alterações sensoriais (textura, odor, aparência e sabor) devido à processos bioquímicos, físicos e microbiológicos, tais fatores podem estar diretamente ligados ao tipo de pescado e como o mesmo é a armazenado. O odor é um dos mais importantes parâmetros percebidos na perda de frescor do pescado mas, outras alterações como como a textura do músculo e a perda de coloração são também muito importantes para a avaliação do grau de frescor. Segundo Gonçalves (2011), para realizar a avaliação sensorial de frescor em pescados foram desenvolvidos importantes esquemas como a escala de “Torry” (método que utiliza os quatro sentidos: tato, audição, visão e paladar para a avaliação de atributos de qualidade em pescados.), o esquema da União Européia – EU (elaboração de um Regulamento Comunitário 103/76 de Janeiro de 1976, estabeleceu-se critérios para a comercialização por níveis de qualidade A, B e E (extra), onde: E expressava a melhor qualidade enquanto B demonstrava que o peixe deveria ser descartado para o consumo humano.) e o Método do Indice de Qualidade – MQI (método que pontua a o frescor e a qualidade de um pescado). A percepção sensorial é o método mais antigo e confiável para a avaliação do frescor do pescado e ela é bastante empregada na rotina da indústria de pescado devido a necessidade por rapidez no julgamento de lotes de matéria-prima e do produto acabado, bem como pela facilidade de execução (GONÇALVES, 2011). Para a determinação do pH considerando os resultados obtidos, pode-se observar que o peixe 1 apresentou valor de pH 6,58 e o peixe 2 apresentou valor 6,44. Segundo Gonçalves (2011), a determinação do pH apresenta um dado importante na avaliação da qualidade do pescado. Por ser considerado um alimento de baixa acidez, os valores de pH normais são maiores que 4,5. Entretanto, a legislação vigente no território nacional – RIISPOA estabelece uma faixa de valores de pH, variando de 6,5 a 6,8 para a carne (músculo) dos peixes. Porém, a medida que a concentração dos íons de hidrogênio começa a alterar quando se processa a decomposição hidrolítica, oxidativa ou fermentativa de seu músculo, esse pH é ainda mais elevado e, quanto mais elevado o pH, maior é a atividade bacteriana. Apesar disso, os resultados observados tanto no peixe 1 quanto no peixe 2 enquadram-se na faixa de valores que a legislação preconiza, no entanto, o peixe 1 apresentou sinais visíveis de deterioração, o que 9 reforça a necessidade de realização de outros métodos de análise da qualidade do peixe, pois, muitas vezes somente a análise de pH não é conclusiva. Para os resultados obtidos através da análise de Éber para determinação da presença de amônia, estes apresentaram reações distintas. Onde o peixe 1 apresentou reação positiva para presença de amônia, caracterizada pela formação de uma fumaça branca no interior do tubo de ensaio, indicando que o peixe 1 apresentou estágio avançado de deterioração. Já o peixe 2 apresentou reação negativa, indicando que este pode ser considerado apto para consumo através do parâmetro avaliado, corroborando com o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), que determina ausência destes compostos no pescado fresco (LANZARINI et al., 2011). A prova de Nessler para amônia demonstrou resultados diferentes entre as amostras analisadas. Onde o peixe 1 apresentou ao fim do teste, uma coloração amareloavermelhado indicando resultado positivo e, o peixe 2 apresentou coloração amarelo esverdeado (Figura 1) indicando resultado negativo para a presença da amônia. A prova de Nessler é uma análise qualitativa e colorimétrica realizada para verificação do estado de conservação de carnes como a do peixe. Isso acontece porque a decomposição das proteínas presentes na carne libera o NH3 e, uma vez detectada essa substancia (amônia) na prova de Nessler, implica dizer que esta carne está imprópria para o consumo. Segundo Mársico e Mano (2008), o reagente de Nessler é uma solução alcalina de tetraiodomercurato de potássio, que por sua vez reage com o radical amônio, formando um complexo de coloração amarelo avermelhado indicando positividade para o parâmetro. As reações foram observadas no instante da adição do reagente de Nessler em ambas as amostras para correta caracterização dos resultados, já que com o passar do tempo, o radical amônio é produzido devido à degradação do pescado. Figura 1 (Fonte: autor) – Cadinho de porcelana com pescado apresentando coloração amarelo esverdeado. 10 Para a prova de gás sulfídrico (H2S), observou-se também um resultado positivo (peixe 1) e um negativo (peixe 2) como mostra a Figura 2 abaixo. A positividade do teste se dá pela presença de H2S resultante da decomposição de aminoácidos sulfurados que tem seu enxofre liberado por ação das bactérias durante a decomposição e, em meio ácido, resultando na produção de gás sulfídrico. Isso acontece normalmente nos estágios de decomposição mais avançados. Devido a volatilidade, e aquecimento durante o banho-maria, o gás sulfídrico presente na amostra foi liberado e, em seguida, reagiu com o acetato de chumbo presente na fita formando sulfeto de chumbo, caracterizado por uma leve coloração preta, atribuindo a amostra (peixe 1) o resultado positivo. Enquanto que no peixe 2, não houve reação, negativando o seu resultado estando de acordo com o que determina o RIISPOA, que exige reação de gás sulfídrico negativa para os peixes frescos (GONÇALVES, 2011). Para BVT (bases voláteis totais) a titulação realizada no peixe 1 teve volume gasto de ácido sulfúrico de 2,4 mL enquanto o peixe 2 teve o volume de 0,5 mL gastos para haver a mudança de coloração da reação. Logo após a obtenção dos dados, foi feito o seguinte cálculo: 𝐵𝑉𝑇 𝑒𝑚 𝑚𝑔 𝑁 100𝑔 = 14 𝑥 (300 + 𝐴) 𝑥 𝑉 𝑥 𝑓 𝑥 𝑁 𝑥 100 𝑉𝑎 𝑥 𝑝 Onde: N = normalidade da solução do ácido sulfídrico; V = mL de ácido sulfídrico gastos na titulação; f = fator de correção da solução de ácido sulfúrico 0,01 ou 0,1 N; Figura 2 (Fonte: autor) – Erlenmeyer 2 (peixe 2) não escureceu o filtro em banho-maria por não apresentar gás sulfídrico. Erlenmeyer 1 (peixe 1) apresenta uma coloração escura no filtro em banho-maria, indicando presença de gás sulfídrico. 11 Va = volume da alíquota em mL; p = massa da amostra em gramas; A = conteúdo de água na amostra expressa em mL/100g. Para o peixe 2: 𝐵𝑉𝑇 𝑒𝑚 𝑚𝑔 𝑁 100𝑔 = 14 𝑥 (300 + 65) 𝑥 2,4 𝑥 1,105 𝑥 0,1 𝑥 100 10 𝑥 50 𝐵𝑉𝑇 𝑒𝑚 𝑚𝑔 𝑁 100𝑔 = 27,10 𝑚𝑔/100𝑔 Para o peixe 1: 𝐵𝑉𝑇 𝑒𝑚 𝑚𝑔 𝑁 100𝑔 = 14 𝑥 (300 + 65) 𝑥 0,5 𝑥 1,105 𝑥 0,1 𝑥 100 10 𝑥 50 𝐵𝑉𝑇 𝑒𝑚 𝑚𝑔 𝑁 100𝑔 = 56,47 𝑚𝑔/100g O peixe 1 apresentou valor de BVT 56,47 mg/100g e o peixe 2 27,10 mg/100g, segundo a Portaria nº 185, de 13 de maio de 1997, as bases voláteis totais devem ter valores inferiores a 30mg de Nitrogênio/100g de carne, valores acima deste, indicam que o peixe está em estado de deteriorado. Os valores de BVT podem variar principalmente com o tempo de estocagem e a temperatura de armazenamento (MOURA et al., 2003). A BVT é um indicativo do grau de conservação especialmente em pescados pois é diretamente proporcional à deterioração do produto, já que durante nesse processo o peixe sofre ação enzimática e bacteriana causando a formação de vários compostos nitrogenados, onde a maior ocorrência é de dimetilamina, trimetilamina, amônia, putrescina, cadaverina e espermidina (GONÇALVES, 2011). 12 5. CONCLUSÃO A partir da análise dos resultados apresentados das sardinhas, verificou-se que apenas uma das amostras se mostrou satisfatória para o seu consumo, indicando assim que o pescado estava fresco. Desse modo, mostra-se necessário tomar um maior cuidado ao armazenar a carne de peixe por ser um alimento altamente perecível e durante a sua compra as análises visuais ajudam o consumidor a evitar levar um peixe de má qualidade. 13 REFERÊNCIAS BOGDANOVIC, T. et al. Development and Application of Quality Index Method Scheme in a Shelf-Life Study of Wild and Fish Farm Affected Bogue (Boops boops, L.). 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