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Resumo Saúde Ambiental

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Saúde Ambiental 
 
Natalia Petry 
 
O que é saúde ambiental? 
 Alguns aspectos do meio ambiente podem alterar a saúde humana, como por exemplo, o 
saneamento e poluição. A saúde ambiental estuda esses fatores e formas de controla-los. 
 A ação humana no ambiente foi predatória e acabou destruindo o ecossistema e colocando em risco 
a nossa própria sobrevivência. No ultimo século com o desenvolvimento industrial e econômico, a 
globalização intensa, e o consumismo sobrecarregam o planeta, que não é capaz de repor os recursos com a 
mesma velocidade. 
 
 Desenvolvimento sustentável - Desenvolvimento capaz de suprir as necessidades sem esgotar os 
recursos para as próximas gerações 
 Carta de Ottawa - Primeira conferência internacional sobre a promoção da saúde e ressaltou a 
necessidade de cuidar do meio ambiente para promover a saúde. 
 Riscos - Se refere a probabilidade de ocorrer acidentes e doenças. Acidentes podem ser desastres 
naturais e desastres antropogênicos (causados pelo homem). 
 
O meio ambiente na história 
 1909 – I congresso Internacional para a proteção da natureza 
 1934 – Primeira Conferência Brasileira de Proteção à Natureza 
 1949 – Conferência Internacional para Conservação dos Recursos Naturais: definição da conservação 
do meio ambiente como condição pra paz 
 1968 – Conferência da biosfera: primeira vez que falou-se sobre desenvolvimento sustentável 
 1972 – Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano: preocupação coletiva de todos 
os países para minimizar consequências das ações no meio ambiente. 
 1981 – Lei 6938 Política Nacional do Meio Ambiente: criação do CONAMA (deliberação sobre temas 
ligados ao meio ambiente no Brasil) 
 1992 – Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento: reafirma os 
compromissos firmados em 1972 e reforça a necessidade do desenvolvimento sustentável, foco na 
erradicação da pobreza (ECO 92) 
 1997 – Protocolo de Kyoto: redução da emissão de gases estufa e consequentemente do 
aquecimento global. 
 2012 – RIO+20: enfoque nas questões ambientais e sociais. No Brasil o órgão que cuida do meio 
ambiente no nível Federal é o Ibama. 
 
A carta da terra (1997) - São princípios apresentados na carta: respeitar e cuidar da comunidade da vida; 
Integridade ecológica (desenvolvimento e consumo sustentável); Justiça social e econômica (erradicação da 
pobreza para garantir dignidade à polução); democracia, não violência e paz. Discussão ECO92. 
Agenda 21 Brasileira (2003) - A agenda não é um documento obrigatório, e sim uma espécie de manual 
para guiar os países ao desenvolvimento de um novo tipo de sociedade em busca do equilíbrio nas relações 
homem-natureza. Possui 21 objetivos divididos entre os seguintes temas: Economia da poupança na 
sociedade do conhecimento; Inclusão social para uma sociedade solidária; Estratégia para a sustentabilidade 
urbana e rural; Recursos naturais e estratégicos (água, biodiversidade e florestas). 
 
 
Natalia Petry 
 
Cidadania Ecológica ou Ambiental 
 Prevê uma participação ativa nas questões ambientais, que variam das pequenas ações cotidianas, 
como o consumo responsável, até a participação na gestão ambiental, sendo membro ativo das associações 
de defesa da natureza e conselhos governamentais (discurso ecocentrico). 
Ecologia urbana 
 Trata do ecossistema urbano, que é o resultado das interações entre todos os seres vivos, o meio 
construído pelo homem e áreas naturais que persistem nas cidades como as florestas urbanas, lagos e 
outros. Um exemplo de ação dentro da ecologia urbana é o movimento dos 5Rs (Reduzir, Reutilizar, Recusar, 
Repensar, Reciclar). 
Educação ambiental 
 É uma ferramenta para mudança de comportamento dos indivíduos e população frente às questões 
ambientais. A EA pretende estimular essa mudança por meio de um processo reflexivo sobre o ambiente e 
as interações do homem com ele. A educação ambiental é transversal (presente em todos os momentos, 
desde as propagandas até as disciplinas em todos os níveis de educação) e interdisciplinar (várias áreas de 
conhecimento). 
 1992 – Carta Brasileira para Educação Ambiental: PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
(ProNEA) 
 
O Farmacêutico na Saúde Ambiental 
 
Saúde Pública 
 Aplicação de conhecimentos com o objetivo de organizar os sistemas e serviços de saúde e atuar nos 
fatores condicionantes e determinantes do processo saúde-doença, de modo a controlar a incidência de 
doenças nas populações através de vigilância e intervenções governamentais. 
 O farmacêutico é fundamental na organização dos serviços públicos de saúde, atuando nas seguintes 
áreas ligadas diretamente a saúde ambiental (compartilhadas com outros profissionais, não privativas ou 
exclusivas): 
 Controle de qualidade e tratamento da água 
 Controle de vetores e pragas urbanas 
 Gerenciamento de resíduos em serviços de saúde 
 Gestão ambiental 
 Saúde ocupacional 
 Segurança do trabalho 
 Vigilância ambiental 
 
 
Controle de vetores e pragas urbanas 
a) Aquisição dos produtos; 
b) Preparo das soluções concentradas e diluídas ou outras manipulações; 
c) Armazenamento de soluções; 
d) Gerenciar o transporte, aplicação dos produtos e manutenção de equipamentos; 
 
Natalia Petry 
 
e) Vistoria, perícia e emissão de pareceres técnicos; 
f) Controle de qualidade; 
 
Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde 
a) Elaboração, implementação e execução de planos de gerenciamento dos resíduos. 
b) Tarefa pode ser realizada no estabelecimento onde o farmacêutico é RT ou como prestação de 
serviço. 
 
Controle de qualidade da água 
a) Padrão de potabilidade e controle ambiental 
b) Controle da operação das estações de tratamento de água e esgotos domésticos e industriais; 
c) Controle da qualidade de água com reagente e para fins terapêuticos (ex: hemodiálise, 
manipulação). 
d) Coleta de amostras; 
e) Análises físico-químicas e microbiológicas através de metodologia específica (pH, turbidez, cor 
aparente, cloro residual livre, sólidos totais dissolvidos, contagem total de bactérias, coliformes 
totais, presença de E coli, coliformes termorresistentes) 
f) Emissão e assinatura de laudos e pareceres técnicos 
 
Segurança no trabalho 
a) Elaborar e atuar nas políticas do meio ambiente 
b) Identificar processos, elaborar tratamentos de aspectos e impactos referentes a atividades do meio 
ambiente, realizar avaliações de riscos. 
c) Identificar e manter procedimentos para viabilizar operações. 
d) Gerenciar projetos, coordenar equipes e participar de auditorias. 
e) Realizar análises críticas para assegurar adequação das ações de meio ambiente. 
f) Promover programas destinados à capacitação da comunidade e dos trabalhadores 
 
Especialidades farmacêuticas na área de saúde ambiental 
 Especialidades diretamente ligadas: educação, gestão, saúde publica e toxicologia. 
Saneamento Ambiental 
 “Saúde pública é a arte de evitar doenças, prolongando a vida e promovendo a saúde e eficiência 
através de esforços promovidos pela comunidade (OMS)” 
 A prática da Saúde Pública e do Saneamento Ambiental deve envolver grande número de 
profissionais de diferentes áreas de conhecimento atuando de forma coletiva e individual. Na década de 30 
foi elaborado no Brasil o código de águas e na década de 90 deu-se início as propostas de desenvolvimento 
sustentável. 
 O saneamento ambiental é o conjunto de ações que garante a qualidade da água e dos rios, 
lançamento de esgotos em rede pública coleta de lixo e disposição em aterros, garantia de água em 
quantidade adequada, além do controle ou erradicação de doenças. O ato de sanear e trabalhar na aplicação 
de medidas que melhorarão as condições higiênicas de algum local. A OMS define saneamento como 
controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre 
o bem estar físico da população. 
 
Natalia PetrySituação do saneamento básico no mundo (ONU, 2015) 
 População mundial > 7,6BI 
 Não tem saneamento: 4,5BI (59,2%) 
 2.30BI (30%) tem saneamento: 600 milhões tem que compartilhar um banheiro com moradores de 
outros lares, 892 milhões defecam a céu aberto. 
Saneamento básico no Brasil 2018 
 Água tratada: 83.62% 
 Coleta de esgoto: 53% 
 Esgoto tratado: 46% 
 
Politica Nacional de Saneamento Básico (Brasil 2007) 
 Abastecimento de água 
 Esgotamento 
 Limpeza urbana 
 Drenagem e manejo de águas pluviais 
 
Marco Legal do Saneamento (2020 – metas até 2033) 
 Meta de 99% da população com água potável 
 Meta de 90% com coleta e tratamento de esgoto 
 Dimunuição do desperdício de água e aproveitamento da água da chuva 
 Estímulo de investimento privado 
 Fim do direito de preferência a empresas estaduais 
 
Doenças relacionadas ao saneamento básico inadequado 
 Estima-se que cerca de 10% da carga global de doenças seja devido a má qualidade da água e 
deficiências na disposição de excretas. 
 Cerca de 90% dos episódios anuais de diarreia são atribuídos a deficiências no esgotamento sanitário 
 
Doenças relacionadas com a água 
1) Doenças transmitidas via feco-oral: organismo patogênico é ingerido com a água. 
Ex: Diarreia, giardíase, amebíase, coléra, hepatite A, Febre Tifóide, Ascarídiase. * 
Prevenção: proteger mananciais e tratar as águas de abastecimento para consumo humano; evitar o 
uso de fontes de agua contaminadas como água de poços e nascentes; fornecer água em quantidade 
adequada; promover a higiene pessoal e doméstica e dos alimentos. 
 
2) Doenças controladas pela limpeza com a água: associadas á falta de água e higiene pessoal 
insuficiente que criam condições favoráveis para disseminação de doenças. 
Ex: Infecção na pele e olhos, tifo relacionado a piolhos, tracoma, escabiose. 
Prevenção: Fornecer água em quantidade adequada, educação sanitária. 
 
3) Doenças associadas à água: Parte do ciclo do agente infeccioso ocorre em um animal aquático 
podendo ser ingerido ou penetrando pela pele do hospedeiro. 
Ex: Esquistossomose. 
 
Natalia Petry 
 
Prevenção: evitar contato de pessoas com águas infectadas, proteger os mananciais de água para 
consumo, medidas adequadas para a disposição de esgotos, combate de hospedeiros 
intermediários. 
 
4) Doenças transmitidas por vetores que se desenvolvem na água: propagadas por insetos que 
nascem na água e picam perto dela 
Ex: dengue, febre amarela, malária, filariose. 
Prevenção: combater insetos, eliminar condições que possam favorecer criadouros, meios de 
proteção individual. 
 
5) Doenças em que a água é veículo de substâncias químicas: ingestão de componentes tóxicos como 
arsênio, chumbo, nitratos, benzeno, etc. 
 
Doenças relacionadas com o Esgoto 
1) Doenças transmitidas pela via feco-oral não bacterianas: contato de pessoa para pessoa, quando 
não se tem higiene pessoal e doméstica adequada 
Ex: Poliomelite, hepatite tipo A, Giardíase, diarreia por vírus. 
Prevenção: implantar sistemas de abastecimento de água e de esgotamento, melhorar moradias e 
instalações sanitárias, promover a educação sanitária. 
 
2) Doenças transmitidas pela via feco-oral bacterianas: contato de pessoa para pessoa, ingestão de 
alimentos contaminados, e contato com fontes de água contaminadas. 
Ex: febre tifoide, febre paratifoide, diarreias e disenterias bacterianas, coléra. 
Prevenção: sistema de abastecimento de água, melhorar moradias e instalações sanitárias, educação 
sanitária, sistemas adequados de disposição de esgotos. 
 
3) Helmintos transmitidos pelo solo: ingestão de alimentos contaminados e contato da pele com o 
solo. 
Ex: ascaridíase, tricuríase, ancilostomíase. 
Prevenção: construir e limpar instalações sanitárias, tratar esgotos, usar calçado. 
 
4) Doenças transmitidas por tênias na carne do boi e do porco: ingestão de carne mal cozida. 
Ex: teníase e cisticercose 
Prevenção: instalações sanitárias domiciliares adequadas, tratar esgoto, inspepcionar a carne e ter 
cuidados na preparação. 
 
5) Doenças transmitidas por helmintos na água: contato da pele com água contaminada por vermes 
oriundos de fezes 
Ex: esquistossomose 
Prevenção: instalações sanitárias, tratar esgotos, controlar caramujos, evitar contato. 
 
6) Doenças transmitidas por insetos vetores relacionadas com as fezes: procriação de insetos em 
locais contaminados por fezes 
Ex: filariose 
 
Natalia Petry 
 
Prevenção: combater insetos transmissores, eliminar esgoto a céu aberto, EPIs. 
 
Doenças relacionadas com lixo 
 Contato direto, contato indireto (solo, água), vetor mecânico (barata, mosca, roedor, suíno 
contaminando alimentos), vetor biológico (mosquito, roedor, suíno) 
Ex: salmonelose, malária, febre tifoide, leptospirose, teníase. 
Prevenção: eliminar lixões a céu aberto, melhorar condições de segurança e saúde para garis e 
catadores de materiais recicláveis, limpeza urbana, eliminar possíveis abrigos e alimentos de 
vetores, educação sanitária. 
 
Doenças relacionadas com a drenagem inadequada de águas de chuva 
1) Relacionadas com empoçamentos: transmitidas por vetores alados que podem se proliferar em 
empoçamentos. 
Ex: dengue, febre amarela, filariose e malária. 
Prevenção: eliminação de empoçamento de água, aplicação de inseticidas nos criadouros, 
manutenção de limpeza nas moradias 
 
2) Doenças relacionadas com alagadiços: o agente etiológico utiliza um hospedeiro aquático que 
pode proliferar em alagadiços 
Ex: esquistossomose 
Prevenção: evitar contato com águas infectadas, proteger os mananciais, adotar medidas para 
drenagem, combater hospedeiros intermediários. 
 
3) Doenças favorecidas por inundações: transmitida pelo contato direto com água ou solo cuja 
contaminação é favorecida por inundações. 
Ex: Leptospirose 
Prevenção: Evitar contato com águas de inundação, higiene pessoal e doméstica, jogar fora 
alimentos afetados por inundação, projetos de drenagem. 
 
Lista nacional de notificação compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde 
pública 
 Cólera 
 Dengue – Casos, vírus Zika, Febre de Chikungunya 
 Febre Amarela 
 Esquistossomose 
 Febre Tifoide 
 Hantavírose 
 Hepatites virais 
 Leptospirose 
Sinan (Sistema Nacional de Agravos de Notificação) - É alimentado por notificações de casos de doenças e 
agravos que constam na lista nacional de doenças de notificação compulsória. 
 
 
Natalia Petry 
 
Água 
 A água é o maior constituinte dos fluídos dos seres vivos (aproximadamente 60% em massa de água 
nos humanos), as crianças possuem maior porcentagem de água, e devido a este fato uma diarreia pode ser 
fatal caso os fluídos não sejam repostos. 
 Recurso hídrico refere-se à parcela de água doce disponível para diversos usos, incluindo o 
abastecimento público, uso industrial, agrícola e pecuário, geração de energia, e no saneamento. No Brasil 
os recursos hídricos correspondem a 12% do total mundial, e estão localizados os dois maiores aquíferos do 
mundo (Alter do chão e Guarani). 
 
 
Figura 1 Ciclo da água 
 
Qualidade da água 
 Para cada finalidade de uso, existem exigências diferentes para a qualidade de água. A composição 
da água nos rios pode modificar de acordo com a sua localização, essas alterações podem ser naturais ou 
causadas pela interferência humana, estas podem alterar a composição com substâncias cujo grau de 
remoção é superior ao de decomposição de substâncias naturais do meio ambiente. 
 Um exemplo dessa alteração na composição dos rios é a poluição, uma a alteração indesejável ao 
meio ambiente que pode levar a danos à saúde. O que mais causa poluição dos rios são os resíduos sólidos 
(lixo) e a emissão de líquidos residuais (esgotos provenientes de residências, indústrias e água da chuva). 
 
Sistemas de tratamento de água 
 Implantar e melhorar os serviços de abastecimento traz como resultado uma melhoria nas condiçõesde vida de uma comunidade e na saúde pública. Essa melhoria pode ser vista através de vários fatores, tais 
como: aumento da expectativa de vida, redução da mortalidade, redução de horas improdutivas por 
afastamento, controle e prevenção de doenças, promoção da higiene pessoal, e na melhora da limpeza 
 
Natalia Petry 
 
pública. Do ponto de vista econômico a água se reflete diretamente no desenvolvimento industrial visto que 
durante vários processos é necessário utilizar água. 
 Levar água potável a uma comunidade deve ser a primeira ação sanitária e social que um programa 
de saneamento deve implementar. A água utilizada pela população pode prover de vários locais: 
 
 Água de superfície: rios, riachos, represas e lagoas. 
 Água de poços: artesianos, semi-artesianos. 
 Águas meteóricas: cisternas que aproveitam águas de chuva. 
 
 O abastecimento de água pode ser classificado como: 
 
 Sistema de abastecimento de água (recomendável pela OMS), que consiste na implantação de 
estação de tratamento. 
 Solução alternativa que pode ser individual (domicílios residenciais com uma única família utilizando 
poços e cisternas) ou coletiva (disponível para vários domicílios). 
 
Sistema de abastecimento de água para consumo humano (SAA) 
 É definido como conjunto de infraestruturas, obras, materiais e equipamentos, desde a zona de 
captação até as ligações prediais, destinado à produção e fornecimento de água potável, por meio de rede 
de distribuição. 
No geral o SAA é composto de várias unidades: captação. Adução, tratamento, reservação, distribuição. 
1) Captação: limitado a água superficial, conjunto de dispositivos construídos no manancial para fazer a 
retirada da água. 
2) Adução: transporte da água retirada através de conjunto de tubulações (adutoras) até a estação de 
tratamento. 
3) Tratamento: melhora as características organolépticas, físicas, químicas e microbiológicas da água 
afim de torna-la própria para consumo humano. 
4) Reservação: reservatórios com a finalidade de garantir o abastecimento de água tratada para a 
população. 
5) Distribuição: condução para todas as residências. 
. 
Figura 2 Sistema de abastecimento de água 
 
 
Natalia Petry 
 
 O SAA é recomendado para centros urbanizados, e é a opção mais econômica e a melhor sob o 
ponto de vista sanitário (empresa controla a qualidade de água). Em algumas áreas periféricas as soluções 
alternativas individuais podem ser consideradas. 
 Toda água para abastecimento da população deve ser tratada para transformar a água bruta 
(consumo impróprio) em água potável. As características necessárias para a água ser considerada potável é 
normalizada na Portaria nº5/2017. 
 Do ponto de vista tecnológico a água de qualquer qualidade, em princípio, pode ser transformada 
em água potável, porém os custos envolvidos em alguns casos podem inviabilizar o uso. A qualidade físico-
química e microbiológica da água obtida no manancial que define o método de tratamento. 
 
Tratamento simplificado 
 Normalmente é utilizado para águas subterrêneas que possuem um nível de pureza maior. Também é 
recomendável para pequenos municípios onde o nível de poluição é baixo. Emprega filtros, processo de 
desinfecção, fluoretação e correção de pH. 
 
Tratamento convencional 
 É o tratamento adotado na maior parte das estações, neste processo a água passa pela etapa de 
captação, tratamento e distribuição. 
 
Figura 3 Tratamento convencional 
 O tratamento convencional é divido nas seguintes etapas: coagulação, floculação, decantação, 
filtração, desinfecção, correção do pH, e fluoretação. Nessas etapas o tratamento é baseado na adição de 
produtos químicos; 
1) Coagulação: As águas de superfícies geralmente possuem cor e turbidez, e a adição de agentes 
coagulantes removem as partículas de suspensão e materiais coloidais para remover essas partículas 
responsáveis pela coloração e turbidez da água. Junto com o agente coagulante podem ser 
adicionados cloro agentes alcalinizantes para ajustar o pH da água. O principal agente coagulante é o 
sulfato de alumínio devido ao menor custo, quando ele é adicionado a água é agitada para 
desestabilizar eletricamente as partículas de sujeira e junta-las formando um precipitado gelatinoso 
(coágulo, ou floco). 
2) Floculação: diminuição da velocidade do agitador para formar coágulos maiores. Assim tem-se a 
remoção de cor, carga orgânica, organismos patogênicos passíveis de coagulação, eliminação de 
substância que conferem sabor e odor, entre outros. 
3) Decantação: processo de separação física das partículas em suspensão, clarificando a água e 
reduzindo grande porcentagem das impurezas. A água fica parada no tanque de decantação de 3 a 
 
Natalia Petry 
 
4h, este tanque possui formato afunilado e permite que os flocos formados se deposite no fundo do 
tanque de decantação. 
4) Filtração: a água passa por filtros de cascalho, areia e/ou carvão ativado para que o material que 
não foi eliminado nos processos anteriores seja retido no meio poroso. O carvão ativado permite 
também a remoção de sabor desagradável e odores. 
5) Desinfecção: eliminação de todos os micro-organismos. Essa fase pode ser realizada por métodos 
físicos (calor e radiação solar) e químicos (produtos químicos mineirais, sintéticos ou naturais). 
 
Radiação ultravioleta: método físico que atinge os ácidos nucleicos para inativar vírus e bactérias. O 
método utiliza lâmpadas especiais e a desvantagem do método é o alto custo da manutenção. 
Cloro: método de desinfecção química, age sobre a maioria dos micro-organismos e não é nocivo na 
dosagem para desinfecção. É o método mais utilizado por ser o mais econômico. 
Ozônio: desinfetante poderoso, deixa um sabor diferenciado, operação difícil e não tem ação 
residual como o cloro. 
Iodo e prata: desinfeta a água rapidamente, porém é um produto caro. 
 
Cloro 
 O cloro é o mais importante dentre todos os elementos utilizados na desinfecção, também é 
utilizado em outras etapas para eliminar odores e sabores, diminuir a intensidade da cor, auxiliar no 
combate à proliferação de algas, colabora na coagulação e eliminação de matérias orgânicas. Ele também 
não altera outras qualidades da água, não requer operação complexa, e ainda mantém um residual ativo na 
água (ação contínua mesmo depois da aplicação), o que é extremamente importante para passar por 
tubulações não estéreis. 
 
6) Correção do pH: feito com hidróxido de cálcio para alcalinizar a água, evitando que a água corroa a 
tubulação. 
7) Fluoretação: não é considerado como tratamento de água, e sim um aditivo. Passou a ser 
obrigatória a partir de 1974, é uma medida preventiva que reduz a prevalência de cárie na 
população sob exposição continua a esta agua. Presente em concentrações de 0,7 a 1,2mg/L 
dependendo da temperatura de cada localidade, pois a ingestão de água está relacionada a 
temperatura de água, isto é, em regiões mais quente a tendência de que as pessoas tomem mais 
água e a quantidade do flúor na água pode ser menor para evitar a toxicidade. Existe o controle dos 
níveis de flúor no manancial e dentro da estação de tratamento, também existe a vigilância nos 
domicílios (heterocontrole) feita por instituições do estado para fiscalização. 
 
 
Natalia Petry 
 
 
Figura 4 Estação de tratamento de água 
Monitoramento da qualidade da água 
 O controle da qualidade é feito pela empresa responsável pela produção e distribuição da água 
potável, analisando a agua in natura, decantada, filtratada, tratada e em pontos de rede vulneráveis. 
 
Riscos associados a um tratamento/ armazenamento ineficiente 
 Uma água sem qualidade pode comprometer diversas operações em laboratórios, clínicas ou 
indústrias, podendo contaminar vidrarias, meios de cultura, soluções, medicamentos, equipamentos, etc. 
 
 
Água para consumo humano 
 A água que abastece a cidade é proveniente de mananciais(fonte hidríca de água superficial ou 
subterrânea) , as represas utilizadas tem a finalidade de acumular água, portanto toda água utilizada é 
proveniente do meio ambiente, devido a isso a saúde da população está intimamente ligada à saúde 
ambiental. Uma das atividades das empresas de tratamento é a proteção do manancial. 
 Garantir à população em quantidade e qualidade o suficiente é uma atribuição do Sistema Único de 
Saúde, o qual estruturou uma área chamada Vigilância em Saúde para atender as demandas, essa vigilância 
é um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, detecção ou prevenção de qualquer mudança nos 
fatores condicionantes e determinantes de saúde, com a finalidade de recomendar e adotar medidas de 
prevenção e controle das doenças ou agravos. É subcategorizada em varias áreas, como por exemplo, 
vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental, esta tendo sendo criada nos anos 2000 (lei 8080) e 
operacionada em 2005. 
 O subsistema Nacional de Vigilãncia Ambiental (SINVISA) definido conjunto de ações e serviços 
prestados por órgãos públicos e privados, relativos a vigilância em saúde ambiental. Ele coordena as ações 
no âmbito nacional e é divididos em três áreas que são coordenadas pela CGVAM. 
 
Natalia Petry 
 
 VIGIPEQ: contaminantes químicos no solo e no ar. 
 VIGIAGUA: qualidade da água 
 VIGIDESASTRES: desastres naturais associados a mudanças climáticas, fatores físicos e produtos 
perigosos. 
 Nos municípios a vigilância ambiental pode ser bastante diferenciada, podendo ser realizada pela 
vigilância sanitária. 
 
VIGIAGUA 
 O Programa de Vigilância da Qualidade da água para consumo humano tem como objetivo realizar a 
vigilância nas formas de abastecimento (sistema, solução individual e solução coletiva). Manter um alto nível 
de qualidade é essencial para saúde humana, no Brasil a normativa que define os parâmetros de 
potabilidade é a Portaria de Consolidação nº5. (CAP V., sessão II). 
 A avaliação do padrão de qualidade parte da determinação da quantidade de certas substâncias na 
água. No brasil há três padrões de potabilidade: 
 Microbiológico: presença de microrganismos na água, tais como bactérias, enterovírus, 
protozoários, giárdia, cianobactérias e cianotoxinas. 
 Físico-químico: características físicas e químicas da água, como por exemplo, turbidez e a presença 
de substâncias orgânicas ou inorgânicas, agrotóxicos, desinfetantes e radioatividade. 
 Organoléptico: referente à cor, odor e sabor, que podem ser alterados em casos de contaminação. 
 Apesar de a portaria estabelecer que o controle fosse feito pela empresa que faz o tratamento, cabe 
também às autoridades de saúde pública a missão de fiscalizar a qualidade ofertada por essas empresas. 
 
Definições importantes da portaria 
 Água para consumo humano: água potável destinada a ingestão, preparo de alimentos e higiene 
pessoal, independente de sua origem. 
 Água potável: atende o padrão de potabilidade e não oferece risco a saúde. 
 Padrão de potabilidade: conjunto de valores permitidos como parâmetro da qualidade da água para 
consumo. 
 
Parâmetro microbiológico 
 A água potável não deve conter microrganismos patogênicos e deve estar livre de bactérias (vírus, 
protozoários, bactérias, protozoários e helmintos) indicadoras de contaminação fecal. 
 Como indicadoras de contaminação fecal são eleitas como bactérias de referência as do grupo 
coliforme, cujo principal representante é a Escherichia coli, essa bactéria é facilmente encontrada nas fezes 
de animais de sague quente, facilmente detectáveis e quantificáveis por técnicas simples e de baixo custo, a 
sua concentração na água possui relação direta com o grau de contaminação fecal, tem maior tempo de 
sobrevivência na água e maior resistência aos agentes tensoativos e desinfetantes (caso ela tenha sido 
destruída podemos supor que as de menor resistência também foram). Quando forem detectados indícios 
de contaminação fecal, devem ser adotadas ações corretivas e novas amostras devem ser coletadas até o 
resultado ser negativo. 
 A portaria de consolidação estabelece que deve haver ausência de Coliformes totais associadas a 
decomposição de matéria orgânica (Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter), ausência de 
Coliformes termotolerantes indicadores de contaminação fecal (Escherichia coli), e contagem de bactérias 
heterotróficas que servem como parâmetro para avaliar a integridade do sistema de distribuição. 
 
Natalia Petry 
 
 
Padrão orgaléptico de potabilidade 
 Avaliação de parâmetros que são capazes de promover estímulos sensoriais que afetam a aceitação 
para consumo humano, mas que não necessariamente implicam risco à saúde. A portaria estabelece alguns 
parâmetros para serem investigados, tais como: concentração de alumínio, concentração de amônia, cor 
aparente, presença de cloreto, turbidez, presença de ferro, etc. A padronização é realizada pelo VMP (valor 
máximo permitido). 
 
Padrão físico químico de potabilidade 
 A portaria estabelece um limite na concentação de substâncias orgânicas e inorgânicas, agrotóxicos 
e desinfetantes (como por exemplo, o cloro adicionado durante o tratamento e os produtos secundários 
originados na desinfecção como o trialometano), , e radioatividade (Radio 226 e radio 228 – associados com 
a captação da água do subsolo em locais onde existem depósito de elementos radioativos). As análises 
muitas vezes são realizadas com menor periodicidade dependendo do item estabelecido. Existem mais de 
500 substâncias tóxicas que não são pesquisadas porque a legislação não exige. 
 O objetivo do tratamento da água é remover microrganismos e impurezas, o tratamento clássico 
com adição de químicos não conseguem eliminar esses elementos , seria necessário tecnologias mais 
avançadas com filtros específicos para reduzir a presença . Existem mais de 500 substâncias tóxicas que não 
são pesquisadas porque a legislação não exige. 
 
SISAGUA 
 Banco de dados do VIGIÁGUA que armazena informações cadastrais provenientes dos prestadores 
de serviços e da vigilância. Existem 3 tipos de perfil que possuem acesso ao sistema: Perfil Vigiagua 
(profissionais que atuam no programa nacional de vigilância), Perfil Empresa (profissionais das empresas 
prestadoras de serviço) e Perfil Consulta (profissionais que atuam em áreas afins da vigilância). 
 
 
Coleta de amostras de água para análise de parâmetros de potabilidade 
A coleta da amostra é um dos passos mais importantes para a avaliação da qualidade da água, por 
isso, é essencial que a amostragem seja realizada com precaução e técnica para evitar as fontes de 
contaminação. 
 Existem alguns critérios para definir locais de coleta, como por exemplo, a distribuição geográfica 
(ex: coleta de amostras próximas ao final e ao início de uma rede de distribuição) e locais estratégicos (Ex: 
coleta em áreas povoadas por pessoas em situações precárias, áreas próximas a pontos de poluição, 
hospitais). 
 A forma de atuação da vigilância apresenta duas abordagens: 
 Caráter preventivo e rotineiro – avaliação contínua afim de detectar risco, é realizada de forma 
sistemática e permanente. 
 Caráter investigativo – buscar informações sobre a qualidade da água em casos de eventos 
comprometedores, como por exemplo, acidentes e surtos associados a doenças de transmissão 
hidríca. 
 
 
 
 
Natalia Petry 
 
Etapas de organização das atividades para a coleta 
1. Planejamento: Etapa onde se realiza o planejamento de todas as atividades. Esta etapa segue os 
seguintes passos: 
 Identificar laboratório de referência 
 Definir o roteiro para coleta 
 Selecionar pontos de amostragem 
 Definir análises que serão realizadas em campo e posteriormente. 
 Como será feito o deslocamento até o local 
 
2. Infraestrutura: separar o material que será utilizado para coleta das amostras. 
 Equipamentos de proteção individual (dependemdo local onde vai coletar) 
 Fracos de coleta 
 Material para fazer anotações 
 Ficha de coleta 
 Álcool 
 Swab 
 Algodão 
 Etiquetas 
 Rótulos 
 Termômetro 
 Equipamento de campo calibrado (dosagem de cloro, phmetro) 
 Papel 
 Local para descartar resíduo 
 Caixa térmica, gelo e suporte para armazenara amostras 
 
3- Operacional: coletar as amostras. Se identificar e pedir autorização para o morador antes de realizar as 
coletas. 
 Primeiro ponto de água: normalmente em frente as residências. 
 É necessário levar rótulos para identificar frascos e bolsas: município, endereço, número de 
amostras, local da coleta, data, hora, sistema de abastecimento ou solução alternativa, responsável 
pela coleta e telefone de contato. Isso permite a rastreabilidade da amostra. 
 Ficha de coleta com registro de todas as amostras coletadas no período, e resultado de análises de 
campo (cloro e pH). 
 Higienizar a torneira: álcool 70 ou hipoclorito 2,5%, swab (interior da torneira) e algodão (exterior). 
 Abertura da torneira em jato forte, deixar a água escorrer por um período de 2 a 3 minutos para 
eliminar possíveis resíduos do agente desinfetante utilizado. 
 Coleta para análise microbiológica – normalmente é a primeira coleta para evitar risco de 
contaminação com frascos ou amostradores não estéreis. 
 Coleta para análise físico-química. 
 Medições de campo (pH, cloro resitual total e livre). 
 Se houver medida de temperatura utilizar o termômetro que foi levado a campo. 
 Acondicionar as amostras em caixa térmica com gelo, de modo a evitar que o rótulo seja molhado. 
 
 
 
Natalia Petry 
 
Aspectos gerais das técnicas de coleta 
 Independente de a água ser proveniente do Sistema ou Solução Alternativa a técnica a ser adotada 
depende do tipo de análise a ser solicitada. Para a análise microbiológica utilizar frascos estéreis com 2 gotas 
de tiossulfato de sódio (normalmente na forma de pastilha) para que o cloro seja neutralizado, de modo a 
não matar os microrganismos de interesse. Toda a amostra encaminhada para a análise microbiológica deve 
chegar no laboratório em menos de 6h, visto que o período máximo para as análises é de 24h. 
 
 
 
 Para a análise físico-química o procedimento é o mesmo e podemos utilizar bolsas plásticas e frascos 
de vidro, porém não adicionamos o tiossulfato. Na análise do flúor não podemos utilizar frasco de vidro, pois 
este inferfere na análise do íon fluoreto, e normalmente são utilizados os frascos de polipropileno. Após a 
coleta as amostras devem ser mantidas sob condições similares, e é sempre necessário verificar como 
preservar as amostras diferencialmente para cada amostra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 Coleta e preservação para análises físico-químicas 
 
Natalia Petry 
 
 A conservação das amostras por refrigeração tem como objetivo retardar a ação biológica e hidrólise 
dos compostos químicos; preservar organismos minimizando alterações morfológicas ou fisiológicas; reduzir 
a volatilidade dos constituintes; e reduzir efeitos de absorção. Todos os resultados das análises devem ser 
registrados no SISAGUA. 
 
Potabilidade da água 
 Toda água destinada ao consumo, distribuída coletivamente por meio do sistema ou solução 
alternativa coletiva, deve ser objeto de controle e vigilância. A água de solução alternativa individual está 
também sujeita à vigilância. A Portaria de Consolidação nº 5/ 2017 estabelece normas internacionais e 
nacionais de metodologias de análise. 
 
 Análises imediatas (no momento da coleta): Cloro residual, pH e temperatura, 
 
Determinação do pH da água tratada 
 O termo pH representa a concentração de íons hidrogênio em uma solução, havendo predominância 
de H+ na água ela apresenta caráter ácido. A portaria recomenda que para a água ser considerada potável 
ela deve estar com o pH dentro de uma faixa de 6 a 9,5. Em alguma localidades é possível que a presença de 
carbonatos deixe a água mais alcalina, sendo necessário ajustes no pH, e dentro da ETA o pH é modificado 
para melhorar o processo de coagulação e controlar a desinfecção (Cloro precisa de um pH ótimo para 
funcionar). O pH muito ácido pode corroer as instalações hidráulicas e do sistema de distribuição, e o pH 
muito básico pode provocar incrustações nas tubulações e equipamentos.. 
 Para a determinação do pH utilizamos dois métodos: o método potenciométrico (com pHmetros 
portáteis) e o método colorimétrico (tiras de papel absorvente com tiras de indicador de pH). O pHmetro é 
mais indicado porque ele elimina qualquer tipo de interferente da amostra, como a cor e turbidez. 
 
Determinação do Cloro residual livre (CLR) 
 Conhecer o teor de cloro permite a garantia da qualidade microbiológica da água e a segurança do 
uso pro consumidor. O cloro residual seria o que mantém a atividade durante todo o percurso, desde a 
instalação de tratamento até a residência. A portaria estabelece uma faixa de Cloro Residual Livre de 
0,2mg/L a 2mg/L, porém em algumas situações existe uma maior necessidade de cloro, nessas situações o 
cloro deve ter até 5mg/L. 
 O uso do cloro na desinfecção da água teve ínicio com a aplicação na forma de hipoclorito de sódio 
(líquido) e hipoclorito de cálcio (sólido), porém o que é mais utilizado hoje é o cloro gasoso, devido ao fato 
deste não sofrer influência de fatores como pH, temperatura, luz e alguns contaminantes como o hipoclorito 
sofre, além disso o cloro gasoso precisa de menor espaço de armazenamento e ocorre menor perda de 
princípio ativo. 
 O cloro gasoso é fornecido na forma de gás comprimido, e é utilizado em estações de grande e 
médio porte devido a necessidade de mão-de-obra especializada e alta reatividade, e o hipoclorito de sódio 
em soluções alternativas e estações de pequeno porte. 
 
 
Natalia Petry 
 
 
 
 O pH pode influenciar a concentração de cloro residual livre. É ideal que exista na solução tanto 
HOCL quanto OCL- para que exista o cloro residual livre e ação sinérgica (faixa de pH 6,5 a 8,5). 
 A principal hipótese sobre o mecanismo germicida do cloro é a reação química entre o ácido 
hipocloroso e a enzima triose fosfato dihidrogenase, essencial na oxidação da glicose e no metabolismo das 
bactérias. O ácido hipocloroso tem maior facilidade de penetração na parede celular, e e um forte 
capacidade oxidante, porém o íon hipoclorito também tem ação na morte das células bacterianas. 
 O cloro livre pode ter sua concentração reduzida conforme a água passa pela tubulação, devido a 
reação com grande número de substâncias orgânicas e inorgânicas que podem estar presente no sistema. 
Por muitas vezes a concentração de cloro nas residências são significativamente menores do que na estação 
de tratamento. Por isso é necessário medir ao longo da rede, de forma a garantir que exista a concentração 
mínima ao longo da rede. 
 O aumento das dosagens de cloro nas estações de tratamento pode trazer sabor e odor 
desagradável, elevar o custo, e formar subprodutos tóxicos que comprometem a segurança do consumo da 
água. O principal subproduto da desinfeccão por cloro são os trihalometanos (THM), estes são formados 
pela reação com ácidos fúlvicos e húmicos (compostos orgânicos resultantes das folhas da vegetação), um 
exemplo de trihalometano é o clorofórmio, e existe uma concentração máxima para essas substâncias. 
Acredita-se que os trihalometanos são carcinogênicos, porém ainda não houveram estudos conclusivos. 
 
 Método iodométrico – adequada para medições em que a concentração do cloro seja superior a 
1,0mg/L. 
 Método amperométrico – método preciso e pouco afetável por fatores externos, porém não é 
simples como o método colorimétrico e requer maior habilidade do operador. 
 Método Colorimétrico (N,N-dietil-p-fenilendiamina – DPD): Método padronizado, é feito com 
indicador DPD, este indicador é oxidado pelo cloro livre formando um complexo de cor rósea,e a 
intensidade da cor é proporcional a concentração de cloro. Para verificar os resultados obtidos por 
essa técnica devemos utilizar discos colorimétricos (comparação visual) e clorímetros digitais 
(absorção da solução é medida por fotometria – maior precisão). Quando a concentração do cloro é 
muito alta o DPD é degradado, não sendo possível ver a coloração, por isso o limite de leitura a 
concentração de 8mg/L. As desvantagens do DPD incluem a influência de fatores externos na 
 
Natalia Petry 
 
medida, como por exemplo, a cor e a turbidez, para compensar isso é recomendado um tubo 
branco. 
 
Análise Titulométrica 
 A análise de alguns parâmetros emprega a titulometria, o principio dessa análise é utilizar uma 
solução de concentração conhecida (titulante) e um indicador para descobrir a concentração do titulado. A 
titulação é utilizada para determinação da alcalinidade total, gás carbônico, dureza total e cloretos. 
 
Dureza total da água 
 Propriedade relacionada com a concentração de íons de minerais dissolvidos, especialmente o cálcio 
e o magnésio. A principal fonte de dureza esta relacionada com a passagem da água de chuva no solo e 
rochas, causando dissolução destas pelo gás carbônico presente na água. A água dura pode ser utilizada 
sem inconvenientes em certas atividades, como por exemplo, no combate a incêndio e higienização de ruas, 
porém seu uso doméstico e industrial é desaconselhável. 
 A principal inconveniência ocorre porque íons cálcios, quando entram em contato com o sabão, 
criam sais insolúveis na água, e como consequência o sabão perde parte do seu poder de limpeza, e os sais 
aderem a lavatórios, banheiras, equipamento industrial, etc., criando inscrutações, de modo a comprometer 
a estética e funcionamento destes. As incrustações podem ser um campo fértil para proliferação de 
bactérias, possivelmente por dificultar o contato entre o cloro e microrganismos. 
 Não existem estudos científicos conclusivos relacionando a dureza da água com problemas de saúde 
humana, porém existem indícios de que o consumo de água dura possa causar uma maior incidência de 
casos de cálculo renal. 
 Existem formas de reduzir os danos causados pela dureza da água, uma das técnicas mais utilizadas é 
o abrandamento (descalcificação), esta técnica consiste na passagem da água por resinas trocadoras de íons 
(permutadoras) que capturam os cátions de cálcio e magnésio. Os principais descalcificantes são o ácido 
citríco e ácido lático. 
 A dureza total é a soma da dureza temporária (carbonatos e bicarbonatos, pode ser eliminada pela 
fervura) com a dureza permanente (magnésio e cálcio, se mantém após fervura e está associada a anions 
sulfato, cloreto e nitrato). Para determinar a dureza utilizamos a concentração em ppm ou mg/L de 
carbonato de cálcio. Os níveis de dureza para uma determinada comunidade são varáveis, e a aceitação do 
nível é baseada na preferência do consumidor. Dentro da portaria o valor máximo permitido é 500mg/L, o 
que é classificado como alta dureza. 
 Para detecção da dureza é utilizada a volumetria de complexação: como titulante utilizamos solução 
de agente complexante (normalmente EDTA), e como indicador utilizamos indicadores complexométricos – 
metalacrômicos, como por exemplo, murexida, negro de eriocromo (NET), preto de eriocromo Y, preto 
sulfon rápido e vermelho de eriocromo B. Para a reação ocorrer é necessário que o pH esteja em torno de 
10. 
 O método mais utilizado em laboratórios é com o indicador negro de eriocromo t (NET), que passa 
da cor rosa para cor azul (nenhum íon cálcio ligado ao NET) em soluções com alta concentração de cátions 
metálicos bivalentes (cálcio e magnésio). Quando adicionamos o NET em soluções com baixa quantidade de 
cálcio e magnésio, e antes do ponto final da titulação a amostra fica arroxeada. 
Dureza Total em mg/L CaCO2 = mL de EDTA x 1000 x Fc 
 mL de amostra 
 
Natalia Petry 
 
 
Figura 6 Fluoxograma análise da dureza total da água 
 Para determinar só a presença de cálcio utilizamos o indicador murexida, o qual se liga somente aos 
íons cálcio. O ponto final da reação é na cor violeta, e o pH deve estar entre 12-13 para a análise. Para obter 
a concentração em mg/L do magnésio é só subtrair do valor da dureza total a dureza do cálcio. Inicialmente 
quando temos cálcio na solução o indicador murexida deixa a solução rosada, e ponto final (quando não há 
mais cálcio ligado ao indicador) a solução fica violeta. 
 
Cloretos (Cl-) 
 Cloreto é um mineral essencial para seres humanos, sendo parte do fluídos corporais. Em média, um 
corpo contém aproximadamente 0,15% do peso corporal em cloretos, além disso. os cloretos auxiliam na 
condução de impulsos elétricos e na formação do HCl estomacal. 
 Os cloretos estão presentes em águas brutas e tratadas em concentrações que podem variar de 
pequenos traços até centenas de mg/L, estando presente na forma de cloreto de cálcio, cloreto de cálcio e 
cloreto de magnésio. No caso da água tratada, as principais fontes deste elemento é o lixiviado de rochas, 
despejo de esgoto sanitário, infiltração da água marinha e da própria adição do cloro puro na desinfecção. 
 A determinação do cloreto é importante para detectar a presença de contaminação, e evitar a 
alteração de parâmetros organolépticos da água (sabor salino detectável), quando presente na forma de 
NaCl águas contendo 250mg/L já possuem este sabor, mas se o cátion predominante for o cálcio ou 
magnésio, o gosto salino pode ser perceptível somente em concentrações acima de 1000mg/L. Além do 
gosto salino, altos níveis de cloretos na água podem ter efeito laxativo. A água do mar possui concentração 
de aproximadamente 26000mg/L de cloreto. Os métodos convencionais de tratamento não removem 
cloreto, e a remoção deve ser feita por desmineralização ou evaporação. 
 Para determinação do cloreto na água é utilizada a volumetria de precipitação, uma visualização da 
formação de precipitados com a utilização de nitrato de prata AgNO3 (titulante), e uma série de indicadores 
argentimétricos, sendo que os indicadores químicos possuem baixo custo e fácil visualização. Na análise da 
água é mais utilizado o Método de MOHR, que consiste em uma análise direta utilizando o indicador 
cromato de potássio (K2CrO4) com o pH entre 7 e 10. Quando o titulante (AgNO3) entra em contato com 
íons Cl-, forma-se um precipitado de coloração branca (AgCl), e quando o cloreto se esgotar, o cromato de 
 
Natalia Petry 
 
potássio vai se ligar a prata formando o precipitado vermelho tijolo (Ag2CrO4) indicando o ponto final da 
titulação. 
 
Cl- mg/L = (mL gasto na amostra – mL gasto no branco) x Normalidade do titulante x 35,45 x fc) 
mL da amostra 
 
 
. 
 
 
Esgoto Sanitário 
 Esgotos sanitários é a dominação genérica para despejos líquidos provenientes de residências, 
comércios e águas de infiltração na rede coletora, os quais podem conter parcela de efluentes industriais e 
não-domésticos. O esgoto é composto de água (aproximadamente 99%), nutrientes, sólidos, 
microrganismos, matéria orgânica, e resíduos. 
 Devido ao potencial poluidor é imprescindível que o esgoto seja coletado e tratado antes de ser 
lançado no meio ambiente. O sistema de esgoto é constituído por instalações operacionais que vão fazer a 
coleta, transporte, tratamento e disposição final adequada do esgoto sanitário. A ausência de um sistema de 
coleta e tratamento de esgoto obriga a convivência com seus próprios dejetos, facilitando a transmissão de 
várias doenças. 
 As etapas do tratamento do esgoto nas ETEs podem ser classificadas de acordo com o poluente 
removido: 
 Tratamento preliminar – remoção de sólidos grosseiros (sistemas de grades) e sólidos grosseiros 
sedimentáveis (caixa de areia). O material removido pelo sistema de grade é enviado ao aterro 
sanitário ou incineração. 
 Tratamentoprimário – Remoção de sólidos sedimentáveis e parte da matéria orgânica. Essa etapa só 
é realizada se a ETE utilizar produtos químicos. O processo tem como principal objetivo a redução do 
consumo de energia utilizada na areação na fase do tratamento secundário. São adicionados 
agentes coagulantes para promover o processo de floculação, formando a parte sólida (lodo 
primário bruto) e a parte líquida (efluente bruto), para separa-los na decantação. 
 Tratamento secundário – Remoção de matéria orgânica por ação bacteriana, normalmente essas 
bactérias fazem parte da constituição do esgoto e se agrupam formando flocos biológicos para se 
alimentar de impurezas. 
 
Natalia Petry 
 
 Tratamento terciário – Remoção de nutrientes, principalmente o fósforo. Feita por métodos físico-
químicos (adição de sais metálicos para precipitar o fósforo presente) e biológicos (estresse 
anaeróbico). A remoção do fósforo controla o crescimento excessivo de plantas aquáticas 
(eutrofização). 
 
Tratamento contínuo 
 É adotado quando existe disponibilidade de espaço para tratamento de volumes expressivos, deve 
ser implantada em local afastado da cidade. Uma das tecnologias empregadas são as lagoas facultativas, 
onde o tratamento é feito a partir da potencialização dos processos de auto depuração natural. Elas 
possuem até 3M de profundidade, e possuem condições para desenvolvimento de bactérias anaeróbias e 
aeróbicas, pra elas atuarem simultaneamente na decomposição da matéria orgânica, porém não ocorre uma 
remoção significativa dos resíduos, e pode ser necessário outros tipos de tratamento. 
 Outra forma de tratar esgotos são as chamadas lagoas areadas, parte de tratamento secundários 
que contam com suprimento artificial de oxigênio, para que as bactérias se reproduzam mais rapidamente e 
se alimentem da matéria orgânica. É apropriado para comunidades de pequeno e médio porte, pois o 
sistema é custoso. As lagoas anaeróbias produzem alta quantidade de gás metano, liberando um odor 
desagradável. É muito utilizado em países tropicais pela temperatura favorecer o desenvolvimento das 
bactérias, além de ser um processo de baixo custo. 
 O sistema australiano associa três tipos de lagoas: anaeróbia, facultativa e de polimento de esgoto, 
onde a luz solar faz o papel de agente desinfetante. Também podemos empregar os chamados lodos 
ativados convencionais, este tratamento ocupa menos espaço e possui etapas de gradeamento, tratamento 
primário e tratamento secundário, ele é chamado de lodo ativado porque todo o material depositado no 
fundo do decantador pode voltar pro tanque de aeração, de modo a potencializar a ação dos 
microrganismos. Em pequenos espaço podemos utilizar o reator anaeróbio de fluxo ascendente (RAFA), uma 
forma de tratamento para recuperar o gás metano e empregar em outras atividades como recurso 
energético. Biodiscos são compactos e são mergulhados no esgoto para formar biofilmes que digerem a 
carga orgânica. A utilização de plantas também podem ser empregadas no tratamento contínuo, um 
exemplo disso é o Sistema Wetlands (plantas que fazem a purificação naturalmente). A escolha do melhor 
sistema de tratamento de esgoto deve levar em conta a minimização do consumo de energia, espaço, 
aceitação da população, custos, e etc. 
Efluentes Industriais 
 É obrigatório que as indústrias monitorem seus efluentes, não sendo permitido lançar substâncias 
tóxicas que não podem ser removidas pelo tratamento oferecido pela ETE pública, sendo exigido em alguns 
casos que o esgoto passe por um processo antes de ser encaminhado para a estação de tratamento de 
esgoto. 
 
Água de reuso 
 Águas retiradas da ETE podem ser empregadas para algumas atividades (uso não potável), como por 
exemplo, lavagem de automóveis, lavagem de ruas, combate ao fogo, uso industrial, construções, controle 
da poeira, descarga de vaso sanitário, etc. 
 
 
 
 
 
 
Natalia Petry 
 
Micropoluentes Ambientais 
 
 Micropoluentes são substâncias presentes em baixa quantidade nas matrizes ambientais. A 
preocupação com os micropoluentes aumentou em 1970, quando realizaram estudos sobre fármacos no 
meio ambiente, encontrando-os em efluentes de estações de tratamento de esgoto. Podem ser classificados 
em poluentes orgânicos persistentes (POPs), que podem permanecer por muito tempo no meio ambiente e 
bioacumular-se em tecidos gordurosos de organismos vivos, e micropoluentes orgânicos emergentes, 
contaminantes que só puderam ser identificados recentemente com o avanço das técnicas analíticas. 
 Os micropoluentes emergentes incluem: fármacos, esteroides, drogas ilícitas, produtos de beleza, 
surfactantes, compostos perfluorados, retardadores de chama, aditivos industrais, aditivos de gasolina, 
agrotóxicos, nanopartículas e produtos oriundos da transformação desses micropoluentes. 
 A principal forma de contaminação do meio ambiente por fármacos ocorre do uso intencional, sendo 
eliminados por excreção após consumo. Remoção de medicação de uso tópico durante o banho, e descarte 
de medicamentos vencidos no esgoto ou no lixo. O hábito incorreto da população de jogar medicamentos 
em qualquer lugar acaba contaminando as águas e o solo, de modo a aumentar os riscos e efeitos 
indesejados para saúde humana, de animais e de organismos aquáticos. 
 Em 2012 o ministério do meio ambiente criou a moção n°61, recomendando promoção de ações no 
setor da ciência e tecnologia, para tentar estimular o desenvolvimento de técnicas para monitoramento da 
água visando os micropoluentes emergentes (compostos que apresentam risco potencial para saúde e meio 
ambiente). 
 
Perturbadores endócrinos 
 Perturbadores endócrinos são agentes exógenos capazes de interferir na síntese, secreção, 
transporte, ligação, ação ou eliminação de hormônios naturais. Um dos casos mais famosos é do pesticida 
DDT que apresenta atividade estrogênica, podendo afetar sistema reprodutivo de mamíferos e pássaros, e é 
persistente no meio ambiente. Em seres humanos perturbadores endócrinos podem reduzir quantidade de 
espermatozoides, causar deformações em órgãos reprodutivos, reduzir a fertilidade, causar SOP e 
endometriose, aumentar a incidência de cânceres, e levar a alterações hormonais na tireoide. 
 Alguns pesquisadores discordam com o efeito alarmante dos medicamentos endócrinos no ser 
humano, pois boa parte das pesquisas neste assunto vem de alterações reprodutivas em animais de 
laboratório ou animais selvagens provenientes de sistemas poluídos. De acordo com esses autores, 
informações consistentes apontando ação em humanos são raras e quase sempre em consequência de 
exposições acidentais. 
 Atualmente as maiores preocupações em relação aos desreguladores endócrinos são responder se 
essas substâncias podem produzir efeitos tóxicos em baixas concentrações, quais substâncias estão 
associadas aos efeitos tóxicos, se essas substâncias presentes em concentrações ambientalmente relevantes 
podem ser ameaça a saúde, qual seria a concentração abaixo da qual podem ser consideradas seguras, se 
novos tipos de ensaios podem ser usados para entender o mecanismo de ação e se podem ser utilizados em 
larga escala para monitorar os efeitos. 
 
Métodos analíticos utilizados na determinação de fármacos e estrogênios em matrizes ambientaiss: 
 Extração por fase sólida (EFS) 
 Deritivação e detecção por CG/EM, CG/EM/EM ou CLAE/EM 
 Ensaios de imunoadsorção enzimática (ELISA) 
 
Natalia Petry 
 
 Radioimunoensaio. 
 
Tratamentos para remoção de desreguladores endócrinos 
 Os tratamentos convencionais nas estações de tratamento de água e de esgoto não removem 
totalmente os micropoluentes. Existem alguns processos que vem sendo utilizados em alguns estudos na 
tentativa de melhorar a qualidade da água e esgoto: 
 Ozonização 
 Filtração com carvão ativado 
 Processos com membranas de nanofiltração 
 Osmose reversa 
 Cloração 
 Fotocatálise Fotólise 
 Enzima ligninolíticas

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