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APOSTILA DE INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO 
DIREITO 
 
 
 
 
 
 
Professora: Cláudia Mara de Almeida Rabelo Viegas1 
 
1
 Pós-doutoranda pela Universidade Federal da Bahia – UFBA. Doutora em Direito Privado pela PUC Minas. Mestre em 
Direito Privado pela PUC Minas. Professora de Direito Civil do Instituto J Andrade e da Faculdade Del Rey. Tutora de 
Direito do Consumidor e de Temas de Propriedade Intelectual e Industrial na Pontifícia Universidade Católica de Minas 
Gerais. Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade Gama Filho. Especialista em Educação à distância 
pela PUC Minas. Especialista em Direito Público – Ciências Criminais pelo Complexo Educacional Damásio de Jesus. 
Bacharel em Administração de Empresas e Direito pela Universidade FUMEC. Assistente de Desembargador do TRT da 
3ª Região. E-mail: claudiamaraviegas@yahoo.com.br. 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO: 
Disciplina que fornece ao estudante as noções fundamentais para a compreensão do fenômeno 
jurídico. Estuda conceitos gerais úteis a todos os ramos do direito. 
1) O Mundo da Natureza e o Mundo da Cultura: 
 
Podemos considerar a realidade sob duas formas distintas, quais sejam: o Mundo da Natureza e 
o Mundo da Cultura. 
Mundo da Natureza - É tudo aquilo que nos foi dado. Existe independente da atividade humana. 
Trata-se de realidade natural. Aqui existem as leis físico-matemáticas que são regidas pelo 
princípio da causalidade, ou seja, são leis cegas aos valores. São meramente indicativas. Ex: a 
Terra é um planeta. Princípio da causalidade: na natureza nada ocorre por acaso. Cada fenômeno 
tem sua explicação em uma causa determinante. Esse princípio corresponde ao nexo existente 
entre a causa e o efeito de um fenômeno. A gravidade nos explica que se a caneta cair da mesa 
será atraída para o chão 
Mundo da Cultura - É tudo aquilo que vem sendo construído pelo homem ao longo da história. 
Trata-se de realidade humano-cultural-histórica. É aqui que se situa o DIREITO. 
O homem produz as leis culturais, que são normas imperativas – “dever ser”. Ex: O homem deve 
ser honesto. O pai e a mãe devem alimentar seus filhos. O devedor deve pagar o credor. Não se 
deve matar ninguém. O homem planeja e constrói seu mundo de acordo com seus ideais. Tem 
liberdade criadora. Humaniza a natureza. 
2) O que é Direito: 
 
Conceito 01: “Conjunto de normas/leis estabelecidas por um poder soberano, que disciplinam a 
vida social de um povo” (Dicionário Aurélio) 
Kelsen – pensador brilhante - autor da Teoria Pura do Direito – considerava que direito seria um 
conjunto de normas – era chamado de positivista porque acreditava que direito era posto – 
positivado – transcrito em normas escritas. 
Conceito 02: “O Direito é processo de adaptação social, que consiste em se estabelecerem regras 
de conduta, cuja incidência é independente da adesão daqueles a que a incidência da regra 
jurídica possa interessar”. (Pontes de Miranda) 
O Direito está em função da vida social. 
“Onde há homem, há sociedade; onde há sociedade, há direito; Logo, onde há homem, há direito”. 
Os cenários de lutas, as alegrias, os sofrimentos do homem ao longo da história nos mostram que 
o direito é necessário, pois onde há aglomeração de pessoas, há relacionamento humano, que 
automaticamente, gera amizade, amor, colaboração, mas, por outro lado, traz a discórdia, 
intolerância e inimizade, o natural aparecimento de conflitos sociais vão demandar soluções que o 
direito irá cuidar. 
Mútua Dependência entre o Direito e a Sociedade 
Fato Social e Direito - Direito e sociedade são entidades congênitas e que se pressupõem. O 
Direito não tem existência em si próprio. Ele existe na sociedade. 
3) Qual é a finalidade do Direito? 
 
“O Direito está em função da vida social. A sua finalidade é a de favorecer o amplo 
relacionamento entre as pessoas e os grupos sociais, que é uma das bases do progresso da 
sociedade” (Paulo Nader)“O Direito propõe-se a promover os alicerces da convivência pacífica e 
promissora. Essa é a finalidade do conjunto de normas jurídicas impostas pela sociedade a si 
mesma, através do Estado, para manter a ordem e coordenar os interesses individuais e 
coletivos” (João Batista Nunes Coelho) 
Finalidade básica – COEXISTÊNCIA PACÍFICA 
Enfim, o direito é um instrumento de pacificação social, que visa favorecer o amplo 
relacionamento entre as pessoas e os grupos sociais, a fim de manter a ordem e coordenar os 
interesses individuais e coletivos 
4) Acepções da palavra direito: 
 
a) Direito como justo: designa o que é certo e errado. 
 
b) Ciência do Direito: também chamada de dogmática jurídica estuda o Direito Positivo de 
determinado país. Interpreta e sistematiza as normas jurídicas. 
 
c) Direito positivo/natural: 
 
CONCEITOS: 
DIREITO NATURAL: ou jusnaturalismo é uma teoria que postula a existência de um direito cujo 
conteúdo é estabelecido pela natureza e, portanto, é válido em qualquer lugar. 
 
O Direito Natural não é escrito, não é criado pela sociedade e nem é formulado pelo Estado. É 
um Direito espontâneo que se origina da própria natureza social do homem, revelado pela 
conjugação da experiência e razão. Princípios de caráter universal e imutáveis. Ex: direito à vida e 
à liberdade. 
 
São diversas as origens do direito natural: 
 Para os helenistas, o direito natural corresponderia à natureza cósmica. Ex: perfeição, 
ordem e equilíbrio do universo; 
 Para os Teólogos medievais, vinha de Deus; 
 Para os racionalistas, o Direito Natural é produto da razão humana; 
 Atualmente, a corrente majoritária afirma ser o direito natural baseado na natureza 
humana. Todo ser é dotado de uma natureza e um fim, ou seja, a natureza do ser (suas 
propriedades) define o fim a que este tende. Para se chagar a esse fim devemos respeitar 
algumas normas, que compõe o Direito Natural. 
 
Direito natural é aquele que se compõe de princípios inerentes à própria essência humanas, 
servem de fundamento ao Direito Positivo: "o bem deve ser feito", "não lesar a outrem", "dar a 
cada um o que é seu", "respeitar a personalidade do próximo", "as leis da natureza", etc.. 
 
Portanto, revela ao legislador os princípios fundamentais de proteção ao homem. É constituído 
por um conjunto de princípios, com caráter universal, eterno e imutável e pertencem a todos os 
tempos, não são elaborados pelos homens e emanam de uma vontade superior porque 
pertencem à própria natureza humana: "o direito de reproduzir" "o direito de constituir família" 
"direito à vida e à liberdade"... Direito Natural é o direito legítimo, que tem raízes, que brota da 
própria vida, no seio do povo. 
 O adjetivo natural, aplicado a um conjunto de normas, já evidencia o sentido da expressão, qual 
seja, o de preceitos de convivência criados pela própria Natureza e que, portanto, precederiam a 
lei escrita ou direito positivo, normas postas, impostas pelo Estado (jus positum). 
 
O direito natural é a ideia abstrata do Direito; o ordenamento ideal, correspondente a uma justiça 
superior e anterior – trata-se de um sistema de normas que independe do direito positivo, ou seja, 
independe das variações do ordenamento da vida social que se originam no Estado. O direito 
natural deriva da natureza de algo, de sua essência. Sua fonte pode ser a natureza, a vontade de 
Deus ou a racionalidade dos seres humanos. 
 
O direito natural é o pressuposto do que é correto, do que é justo, e parte do princípio de que 
existe um direito comum a todos os homens e que o mesmo é universal. Suas principais 
características, além da universalidade, são imutabilidade e o seu conhecimento através da 
própriarazão do homem. Anteriormente, o direito natural tinha o papel de regular o convívio 
social dos homens, que não necessitavam de leis escritas. Era uma visão objetiva. 
 
Com o surgimento do direito positivo, através do Estado, sua função passa a ser uma espécie de 
contrapeso às atividades legitiferante do Estado, fornecendo subsídios para a reivindicação de 
direitos pelos cidadãos, passando a ter um caráter subjetivo. 
 
DIREITO POSITIVO: conjunto de normas jurídicas escritas e não escritas, vigentes em um 
determinado território e, também internacionalmente, na relação entre os Estados. Não obstante 
tenha surgido nos primórdios da civilização ocidental, o direito positivo se consolida como 
esquema de segurança jurídica a partir do século XIX. 
 
O direito positivo é conjunto de princípios e regras que regem a vida social do povo. É 
institucionalizado pelo Estado, são normas jurídicas de determinado país. Ex: Código Penal, Código 
Civil, etc. 
 
O Positivismo Jurídico: 
 
Na transição da idade média para a moderna, de meados do século XVIII ao início do século XIX, a 
sociedade reclamava limites ao poder concentrado e ilimitado do soberano. Buscavam-se 
barreiras aos arbítrios dos reis absolutistas. 
 
Em resposta, os movimentos constitucionalistas modernos, sobretudo, por meio da Constituição 
francesa de 1791 e da Constituição dos Estados Unidos de 1787, trouxeram consigo um mito no 
sistema jurídico: a lei. Esse instrumento conformador da liberdade dos cidadãos passa a ser 
considerado o único a legitimar a limitação dos seus direitos. Somente a lei válida poderia impor 
obrigações aos cidadãos. 
 
No positivismo, a lei tem destaque total. A sociedade necessitava afastar a abertura do sistema 
jurídico aos valores jusnaturais, vez que muitas atrocidades eram legitimadas em nome do Direito 
Natural. Buscava-se segurança jurídica e objetividade do sistema, e o Direito positivo cumpriu bem 
esse papel. 
 
Essa mudança, decorrente também da estruturação do Estado moderno, ocorreu sobre três 
pilares. O primeiro refere-se à posição da norma positiva no sistema. Como dito, a lei passa a 
ganhar mais relevância jurídica que os postulados principiológicos, a ponto de afastar os princípios 
não positivados do ordenamento, ou no mínimo retirar-lhes a força normativa. As normas de 
conduta passam a ser adstritas à lei e, com isso, os códigos são transportados para o centro do 
direito. 
 
O segundo pilar se relaciona com a abstratividade da norma, desconhecida em épocas pretéritas, 
que se baseavam nos casos concretos. 
 
O terceiro é quanto à forma de aplicação das leis, não se permitia soluções criadas a posteriori da 
conduta, ou seja, os efeitos decorrentes da aplicação da norma são conhecidos anteriormente a 
sua concreção, o que atendia a uma necessidade de proteção dos indivíduos em face dos 
desmandos dos soberanos absolutistas. 
 
É nesse contexto que surge o positivismo jurídico contrapondo-se ao jusnaturalismo, no final do 
século XIX. O Direito passa a ser produção da vontade humana a partir de sua criação pelo Estado 
através da lei. 
 
O direito pós Revolução Francesa é um direito criado por força de decisões estatais (a lei e a 
sentença de modo direto; o contrato de modo indireto). Ele torna-se positivo, portanto. 
 
A principal característica do direito positivado é que ele se liberta de parâmetros imutáveis ou 
Iongamente duradouros, de premissas materialmente invariáveis e, por assim dizer, 
institucionaliza a mudança e a adaptação mediante procedimentos complexos e altamente 
móveis. 
 
Hans Kelsen (1994) coroa o positivismo iniciado por Comte com sua Teoria Pura, estabelecendo o 
positivismo jurídico ou juspositivismo (LACERDA, 2009). Para ele, o direito deveria ser considerado 
como tal, independente de outras ciências ou da moral. As fontes do Direito “têm que ser 
buscadas apenas no próprio Direito, excluindo-se as fontes extrajurídicas”. O estudo do Direito 
deveria ser desprovido de valores, já que a moral seria extrínseca ao direito. 
 
Kelsen considerava que direito seria um conjunto de normas – acreditava que direito era posto – 
positivado – transcrito em normas escritas. 
 
Argumenta Kelsen que, se se está diante de um determinado Direito Positivo, sendo moral ou 
imoral deve ser cumprido. É certo que se prefere o Direito moral ao imoral, porém, há de se 
reconhecer que ambos são vinculativos da conduta. 
 
O fundamento de validade de todo o sistema se baseia na norma fundamental, que se mostra 
como o fato produtor de normas, não se confundindo com a Constituição, que é o conteúdo 
estático desta norma. Afere-se a validade apenas formal da norma. 
No positivismo, os princípios tem aspecto interpretativo supletivo, apresentando caráter 
integrador. 
 
Então, o direito positivo é o direito posto pelo Estado, dotado de validade, apenas por obedecer 
a condições formais de sua formação. Frise-se que este direito não necessita respeitar um mínimo 
moral para ser definido e aceito como tal, pois a natureza do direito, para ser garantida em sua 
construção, não requer nada além do valor jurídico. 
 
Para Kelsen, então, o direito e a moral se separam. Assim, é válida a ordem jurídica ainda que 
contrarie os alicerces morais. Validade e justiça de uma norma jurídica são juízos de valor 
diversos, portanto (uma norma pode ser válida e justa; válida e injusta; inválida e justa; inválida e 
injusta). 
 
d) Direito objetivo/subjetivo: 
 Direito Objetivo: é o direito norma de organização social – conjunto de normas jurídicas de 
determinado país. A partir do conhecimento do direito objetivo que se deduz o direito 
subjetivo. 
 
 Direito Subjetivo: é aquele que a pessoa possui em razão do direito objetivo. É a 
possibilidade de agir e exigir algo, previsto no direito objetivo. 
Classificação de direitos subjetivos: 
1 – Espécies: 
Direito subjetivo propriamente dito: direito a uma prestação. 
Direito Potestativo: aquele exercido pelo titular per si, não depende da aceitação da outra parte. 
Na lição de Chiovenda, o direito potestativo é aquele ao qual não corresponde nenhuma 
obrigação, na medida em que os efeitos que produz não dependem de qualquer ato do seu 
destinatário, que fica apenas sujeito ao efeito jurídico produzido (estado de sujeição). 
O Dever Jurídico Subjetivo: dever e obrigação – corresponde ao sentido oposto de direito 
subjetivo. É a situação onde a pessoa é obrigada a dar fazer ou não fazer algo em benefício de 
outrem por determinação do direito objetivo. 
 
OBS: a partir do conhecimento do direito objetivo que se deduz o direito subjetivo. 
O direito objetivo garante o exercício do direito subjetivo, que gera o dever jurídico. 
 
ONDE HÁ DIREITO, FATALMENTE, HÁ DEVER. 
 
e) Instrumentos de controle social: buscam o bem comum e a paz social. 
A Moral, a Religião, as Regras de Etiqueta e o Direito são processos normativos que visam 
controlar a sociedade. Contudo, o último é o que melhor cumpre esse papel em razão de sua força 
coercitiva. 
 Direito – normas jurídicas - tem sanção – coação – força – Ex: prisão 
 Moral – normas morais – sugerem condutas. 
 Religião – normas religiosas - preceitos religiosos– sugerem condutas. 
 Regras de Etiqueta – normas de trato social - moda, convenções, etiqueta– sugerem 
condutas. 
f) Direito Comparado: consiste no estudo do Direito positivo de outros países para estudo de 
comparação. 
 
FONTES DO DIREITO 
 
A expressão “Fontes do Direito” possui sentido de: origem, nascente, motivação, causa das várias 
manifestações do Direito. 
Segundo Miguel Reale “por fonte do direito designamos os processos ou meios em virtudedos 
quais as regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória, isto é, com vigência e eficácia 
no contexto de uma estrutura normativa”. (p. 140) 
A doutrina jurídica não se apresenta uniforme quanto ao estudo das fontes do Direito. 
Fonte = origem Fontes do Direito = de onde provém o direito. 
 
Principais sistemas jurídicos vigentes no mundo: 
Pertencem à família romano-germânica os direitos de toda a América Latina, de toda a Europa 
continental, de quase toda a Ásia (exceto partes do Oriente Médio) e de cerca de metade da 
África. 
 Civil Law é a estrutura jurídica oficialmente adotada no Brasil. O que basicamente significa 
que a principal fonte do Direito adotada aqui é a Lei. A lei seria a mais importante fonte 
formal. Em diversos países de tradição romano-germânica, o direito é organizado em 
códigos, cujos exemplos principais são os códigos civis francês e alemão (Code Civil e 
Bürgerliches Gesetzbuch, respectivamente). É portanto típico deste sistema o caráter 
escrito do direito. Outra característica dos direitos de tradição romano-germânica é a 
generalidade das normas jurídicas, que são aplicadas pelos juízes aos casos concretos. 
 
 Common Law - No sistema do Common Law, adotado pela Inglaterra e Estados Unidos, a 
forma mais comum de expressão do direito é a dos precedentes judiciais. Direito se 
baseia mais na Jurisprudência que no texto da lei. Infere-se normas gerais a partir de 
decisões judiciais proferidas a respeito de casos individuais 
Uma simples diferença é que lá o Direito se baseia mais na Jurisprudência que no texto da lei. 
Jurisprudência, caso esteja em dúvida, trata-se do conjunto de interpretações das normas do 
direito proferidas pelo Poder Judiciário. 
Exemplo: Se lá nos EUA dois homens desejam realizar uma adoção, eles procuram outros casos em 
que outros homossexuais tenham conseguido adoções e defendem suas ideias em cima disso. Mas 
a parte contrária pode alegar exatamente casos opostos, o que gera todo um trabalho de 
interpretação, argumentação e a palavra final fica com o Juiz. 
É bom lembrar que nos países de Common Law também existe a lei, mas o caso é analisado 
principalmente de acordo com outros semelhantes. 
Civil Law Common Law 
Brasil e toda a América Latina, quase toda 
a Ásia (exceto partes do Oriente Médio) e 
de cerca de metade da África 
Inglaterra e Estados Unidos, etc 
Sistema jurídico romano-germânica sistema jurídico anglo-saxão 
A principal fonte do Direito é a Lei A principal fonte do Direito são os 
precedentes judiciais – jurisprudência 
Impera o caráter escrito e 
institucionalizado do direito 
Impera o resultado da análise dos fatos 
sociais no caso concreto 
 
1) FONTES MATERIAIS OU SUBSTANCIAIS: são constituídas pelos fatores determinantes do 
surgimento da norma jurídica, tais como: o clima, a religião, a economia, a política, os avanços 
tecnológicos e científicos, etc. 
É o estudo filosófico ou sociológico dos motivos éticos ou dos fatos econômicos que condicionam 
o aparecimento e as transformações das regras de direito. São dados, elementos, biológicos, 
psicológicos, racionais, ideais e históricos, que contribuem para a formação do direito. São FATOS 
SOCIAIS. 
O direito provém de fatos sociais, de problemas que emergem na sociedade e que são 
condicionados pelos chamados fatores do Direito. Ex: o Estatuto do Idoso foi uma norma que 
teve como base a valorização do idoso, pois a população está cada vez mais idosa e necessita de 
cuidados especiais. 
2) FONTES FORMAIS: os meios de expressão do Direito, são as formas pelas quais as 
normas jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas. 
Criam o Direito, isto é, introduzem no ordenamento novas normas jurídicas. Dividem-se 
em: 
2.1) estatais: são produzidas pelo poder público e correspondem à lei e à jurisprudência. 
2.2) não estatais: decorrem diretamente da sociedade ou de seus grupos e segmentos, 
sendo representadas pelo costume, doutrina e os negócios jurídicos. 
Para que um processo jurídico constitua fonte formal é necessário que tenha o poder de criar o 
Direito. Esse poder de criar é chamado de competência. 
Em que consiste o ato de criação do Direito? Criar o Direito significa introduzir no ordenamento 
jurídico novas normas jurídicas. 
O elenco das fontes formais varia de acordo com os sistemas jurídicos e também em razão das 
diferentes fases históricas. 
2.1) FONTES FORMAIS ESTATAIS: 
a) Leis: normas jurídicas escritas provenientes do Estado. O Brasil faz parte dos sistemas romano-
germânico, que adota a estrutura jurídica Civil Law. 
Lei – sistema Civil Law – fonte direta e mais importante – sistema romano-germânico 
Lei – sistema Common Law – fonte indireta – sistema anglo-saxão 
b) Tratados internacionais: são acordos resultantes da convergência das vontades de dois ou mais 
sujeitos de direito internacional, formalizada num texto escrito, com o objetivo de produzir efeitos 
jurídicos no plano internacional. 
Os tratados internacionais, em regra, tem status de lei ordinária, contudo, com o advento da EC 
45/04, o tratado internacional que trata de direitos humanos, “que forem aprovados, em cada 
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, 
serão equivalentes às emendas constitucionais” (Art. 5º CR/88 - 3º da CR/88). 
Em outras palavras, o tratado é um meio pelo qual sujeitos de direito internacional – 
principalmente os Estados nacionais e as organizações internacionais – estipulam direitos e 
obrigações entre si. 
c) jurisprudência: é o conjunto de decisões proferidas pelo Poder Judiciário sobre determinada 
matéria jurídica. 
Obs: O substantivo jurisprudência é um coletivo. Desse modo, não há que se entender que um 
acórdão ou uma sentença seja jurisprudência; fazem parte da jurisprudência. 
 
Cuida-se do direito vivo; fenômeno absolutamente dinâmico, assim como a sociedade, em que os 
vários institutos jurídicos trazem respostas diversas nos vários períodos da história. Assim, por 
exemplo, a jurisprudência sobre matéria de posse ou propriedade do início do século XX é 
totalmente diversa dos julgados do início do século XX. 
 
No sistema do Common Law, os precedentes, o case study, têm função primária como fonte do 
Direito. Ali, portanto, os exemplos dos julgados exercem função muito mais relevante. 
 
Outro aspecto importante a ser considerado é o fato de a jurisprudência exercer enorme 
influência sobre o legislador. Sendo um retrato vivo das necessidades sociais, o legislador absorve 
as decisões para converter em lei a orientação jurisprudencial. Muito das inovações constantes do 
Código Civil de 2002 representa consolidação legal daquilo que a jurisprudência decidira no século 
passado. "Em muitas matérias, portanto, a jurisprudência antecipa-se ao legislador, chegando 
mesmo a abalar conceitos tradicionais". 
 
A repetição contínua e constante de julgados em determinada direção é fonte importante do 
Direito. Ex: união e casamento homoafetivo 
 
A Jurisprudência Vincula os Tribunais? 
Nos Estados de Direito codificado, a jurisprudência apenas informa, possui autoridade científica. 
Os juízes de instância superior não têm o dever de acompanhar a orientação hermenêutica dos 
Tribunais superiores. A interpretação do Direito há de ser um procedimento intelectual do próprio 
julgador. Ao decidir, o juiz deve aplicar forma de acordo com a sua convicção. 
No Brasil, a jurisprudência se resume em fonte informativa e ilustrativa. A lei e as condições sociais 
de sua promulgação envelhecem, perdem a atualidade, distanciam-se dos fatos originários; cabe 
aos tribunais dar novos matizes, novos caminhos na aplicaçãoda lei. 
 
É papel da jurisprudência atualizar o entendimento da lei, abrir horizontes, dando-lhe uma 
interpretação atual que atenda às necessidades do momento dos fatos. A feição da 
jurisprudência é dinâmica. 
Sendo assim, os julgados não exercem força vinculativa, exceto a situação das súmulas 
vinculantes. 
Embora não caiba aos tribunais ditar normas, operou-se paulatinamente no país um deslocamento 
da visão judicial, com a expedição de súmulas de jurisprudência dos tribunais, em especial do 
precursor que foi o Supremo Tribunal Federal. 
 
SÚMULA: é um enunciado que resume uma tendência de julgamento sobre determinada 
matéria, decidida contínua e reiteradamente pelo tribunal. Essas súmulas, mormente as dos 
tribunais federais superiores, convertem-se em verdadeiras fontes formais de Direito. 
 
Contudo, não se trata de norma impositiva e não deve o operador do Direito curvar-se à súmula, 
se entender que é hora de mudar. Nem mesmo os membros do tribunal que expediu a súmula 
estão a ela vinculados, embora seja ampla a importância desse instituto. 
 
As súmulas vinculantes têm por principal escopo efetivamente diminuir os acúmulos de 
processos nos tribunais, permitindo que questões idênticas sigam a mesma orientação judicial, 
dada por referida vinculação, por todos os juízes e tribunais. 
 
Súmula Vinculante: é o enunciado da decisão reiterada do Supremo Tribunal Federal , que 
possui efeito de vincular todos os órgãos do Poder Judiciário e da Administração Publica direta e 
indireta federal, estadual e municipal. A súmula vinculante está prevista no artigo 103-A da 
Constituição Federal deve ser aprovada por 2/3 dos membros do STF. 
 
Muito se critica a súmula vinculante, pois é entendida como um engessamento do Judiciário, além 
do que, nem sempre estarão no mesmo sentido todos os julgados que se entendem idênticos e 
repetitivos. 
 
Se, por um lado, a súmula vinculante permite o julgamento rápido e simultâneo de centenas de 
processos, por outro, corre-se o risco de se petrificar o poder interpretativo da jurisprudência, 
principalmente dos juízes de primeiro grau, primeiros receptores das modificações sociais. 
 
A função do juiz não é dar o Direito, não é criar o Direito, mas sim interpretá-lo. Essas 
interpretações podem trazer benefícios para a compreensão do ordenamento jurídico, sendo, 
portanto, fonte do Direito. 
 
Obs: Jurisprudência: sistema civil Law - Fonte indireta e intelectual – Brasil 
 sistema common law - Fonte direta e principal 
 
2.2) FONTES FORMAIS NÃO ESTATAIS: 
a) Costume jurídico: é a prática social reiterada e uniforme com a convicção de 
obrigatoriedade jurídica. 
Fonte subsidiária (secundária), pois visa suprir as lacunas da lei. 
Para que o costume se converta em fonte do Direito, dois requisitos são enunciados como 
imprescindíveis: 
 objetivo ou material: o corpus: prática constante e reiterada. 
 subjetivo ou imaterial: o animus, a consciência coletiva de obrigatoriedade da prática. 
O costume obriga quando há um sentimento geral de obrigatoriedade. Uma das principais 
barreiras ao costume é justamente a dificuldade de se identificar a prática reiterada, dependendo 
do caso concreto, o que traria incerteza e insegurança. 
Em que pese a prevalência da lei no nosso sistema, o costume continua desempenhando papel 
importante, principalmente porque a lei não tem condições de predeterminar todas as condutas e 
todos os fenômenos. 
Não se pode negar que o costume possui a grande vantagem de assimilar perfeitamente as 
necessidades sociais, algo que nem sempre o legislador logra conseguir. O costume tem sua razão 
de ser justamente em sua espontaneidade brotada da sociedade, o que não ocorre comumente na 
lei. 
Para ser aceito exige-se que o costume tenha amplitude, isto é, que seja geral e largamente 
disseminado no meio social. Não é necessário, porém, que a sociedade como um todo tenha dele 
consciência. O costume pode ser setorizado. Seu maior campo de atuação é, sem dúvida, o direito 
comercial (empresarial), com suas práticas, quase todas elas de origem costumeira. 
Enfim, para ser considerado costume é fundamental que ocorra uma prática constante e 
repetitiva, durante prazo longo de tempo. O costume leva tempo e instala-se quase 
imperceptivelmente no seio da sociedade. 
ESPÉCIES DE COSTUMES: 
Os costumes podem ser: 
 secundum legem: O costume segundo a lei, já foi transformado em lei e, portanto, deixou 
de ser costume propriamente dito. Para alguns, não existe essa categoria, pois se lei existe, 
costume não há. Segundo outros essa modalidade se caracterizaria pelo fato de a própria 
lei remeter sua interpretação ou compreensão aos costumes. Ex: art 13 do C/C – Salvo por 
exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar 
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
 praeter legem: além da lei. É exatamente aquele descrito no art. 4a da LINDB, que serve 
para preencher as lacunas da lei: "Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo 
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito." Trata-se de um dos recursos 
de que se serve o juiz quando a lei for omissa. A maioria dos sistemas de direito escrito tem 
nos costumes sua principal fonte subsidiária. Ex: cachorro 
 contra legem: contra a lei, se opõe à lei. Denomina-se costume ab-rogatório, pois coloca a 
lei à margem. Ex: a prática do adultério 
O art. 337 do Código de Processo Civil determina que a parte que alegar direito costumeiro deverá 
provar o teor e a vigência, se assim for determinado pelo juiz. Essa instabilidade é, de fato, como 
vimos, o maior obstáculo para o costume imperar em nosso sistema. 
b) Doutrina: é o estudo realizado pelos cientistas do direito. Chamada de fonte intelectual 
ou indireta, pois suas orientações hermenêuticas não são obrigatórias. 
 
DIVISÃO GERAL DO DIREITO POSITIVO 
Direito Positivo: é o conjunto de normas jurídicas vigentes em determinado lugar, em 
determinada época. 
Divisão do direito positivo: 
a) Direito Público e Direito Privado: é a divisão mais importante. Se a norma tutelar o 
interesse do Estado e de seu funcionamento, o Direito é público; Contudo, se a norma regular as 
relações jurídicas entre os particulares, o direito é privado. 
 
Ramos do Direito Público Ramos do Direito Privado 
Constitucional 
Administrativo 
Tributário 
Econômico Interno 
Previdenciário 
Processual 
Penal 
Eleitoral 
Militar 
 
Internacional Público Externo 
 
 
 
Civil Comum 
 
 
Comercial/Empresarial 
Trabalhista Especial 
Internacional Privado 
1) VERTENTES DO DIREITO PÚBLICO 
 
1.1) DIREITO PÚBLICO INTERNO 
1.1.1) Direito Constitucional 
Engloba as normas jurídicas pertinentes à organização política do Estado nos seus elementos 
fundamentais, definindo o regime político e a forma de Estado, colocando cada órgão substancial, 
para fazer o que lhe é devido em relação ao cidadão, mediante o reconhecimento e garantia de 
direitos fundamentais dos indivíduos. 
O conjunto dessas normas está presente na Carta Magna do Estado, a constituição. Nesta, 
apresentam-se dois tipos de normas: as que determinam como outras serão feitas, indicando os 
limites e os processos de sua elaboração, e as que repercutem imediatamente sobre o 
comportamento; estas últimas são constitucionais, não por sua matéria (que é dizer como devem 
ser feitas as normas gerais), mas pela sua forma, porque estão submetidas a certas formalidades 
de elaboração e de alteração. 
O direito constitucional éa esfera da ordenação estatal que está intimamente relacionada com 
todas as demais, por coordená-las, traçando-lhes o contorno periférico. 
1.1.2 - Direito Administrativo 
É o ramo do direito público interno que se concentra no estudo da Administração Pública e da 
atividade de seus integrantes. Sistematiza os interesses do Estado, ou seja, tudo o que se relaciona 
à Administração Púbica e à relação entre ela e os administrados e seus servidores é regrado e 
estudado pelo Direito Administrativo. 
1.1.3 - Direito tributário 
Disciplina a receita e a despesa pública. Para realizar os serviços públicos, o Estado necessita de 
recursos financeiros, que são obtidos mediante cobrança de impostos, contribuições, taxas, bem 
como por sua atividade empresarial. O movimento de arrecadação do dinheiro público e seu 
emprego em obras e despesas gerais constituem o objeto do Direito Tributário. 
1.1.4 - Direito Penal 
É o ramo do Direito que disciplina as condutas humanas que podem por em risco a coexistência 
dos indivíduos na sociedade. O Direito Penal vai regular essas condutas com base na proteção dos 
princípios relacionados à vida, intimidade, propriedade, liberdade, enfim, princípios que devem 
ser respeitados no convívio social. 
Dessa forma, o Direito Penal vai descrever as condutas consideradas crimes (condutas mais 
graves) e contravenções (condutas menos grave) e as respectivas penas cominadas. Vale dizer que 
o Estado é o responsável pelo direito de punir, e o faz mediante critérios pré-estabelecidos, com o 
intuito de desestimular os indivíduos a transgredirem as normas, e, também, de readaptar o 
indivíduo ao convívio social. 
1.1.5 Direito processual 
Para definir o objeto de estudo desse ramo do Direito, primeiramente, é importante dizer que é o 
Estado que detém o poder de aplicar o Direito, estabelecendo a ordem, aplicando as penalidades, 
e solucionando os conflitos entre as partes, por meio de um processo judicial. Dessa forma, o 
ramo em questão visa disciplinar de que forma isso vai se dar, estabelecendo princípios e regras a 
serem previamente obedecidas, tanto pelo Estado, quanto pelas partes na disputa judicial. Assim a 
função do Direito processual é organizar a forma de como o Estado vai prestar esse poder/dever 
de julgar, e como as partes devem agir no enlace judicial. 
Há subdivisões de Direito Processual: Civil, Penal, Trabalho, Tributário, etc. 
1.1.6. Direito Eleitoral 
É o ramo autônomo do Direito Público encarregado de regulamentar os direitos políticos dos 
cidadãos e o processo eleitoral. Conjunto sistematizado de normas destina-se a assegurar a 
organização e o exercício de direitos políticos, principalmente os que envolvem votar e ser votado 
(Art. 1º do Código Eleitoral - Lei nº 4.737/65). Em outras palavras, o Direito Eleitoral dedica-se ao 
estudo das normas e procedimentos que organizam e disciplinam o funcionamento do poder de 
sufrágio popular, de modo a que se estabeleça a precisa equação entre a vontade do povo e a 
atividade governamental. 
1.1.7. Direito Militar 
É o conjunto de normas jurídicas destinadas a assegurar a realização dos fins das instituições 
militares, cujo principal é a defesa armada da Pátria. As penais surgem com o Direito Penal Militar. 
O direito militar, portanto, é bastante abrangente em suas ramificações, sendo possível distinguir 
o direito penal militar, o direito processual penal militar, o direito administrativo militar, o direito 
disciplinar militar, o direito previdenciário militar, além de outros que guardam pertinência com o 
emprego de Forças Armadas na solução de conflitos armados, destacando-se, nesse ponto, o 
direito internacional dos conflitos armados, também conhecido como direito internacional 
humanitário. 
 
 
1.2. DIREITO PÚBLICO EXTERNO 
1.2.1. Direito Internacional Público 
É o ramo do Direito voltado a disciplinar as relações entre os vários Estados, possuindo princípios e 
diretrizes, que visam uma interação pacífica entre os Estados, tanto na esfera política, econômica, 
social e cultural. Vale dizer que são criados organismos internacionais, tais como a ONU 
(Organização das Nações Unidas) e a OMC (Organização Mundial do Comércio), para auxiliar na 
descoberta de interesses comuns, e de que forma interação dos Estados vai se dar. Os 
instrumentos dos acordos entre os Estados são denominados tratados. 
 
2. RAMOS DO DIREITO PRIVADO: 
2.1. Direito civil 
Pertence ao Direito Privado por excelência, pois visa regular as relações dos indivíduos, 
estabelecendo direitos e impondo obrigações. O Direito Civil atua em toda a vida do indivíduo, 
pois disciplina todos os campos de interesses individuais. O Código Civil, ou seja, reunião de todas 
as leis de Direito Civil, é estruturado em duas grandes partes: geral, que contém normas de caráter 
abrangente, que servem a qualquer área do Direito Civil e parte especial, que trata dos assuntos 
específicos. Na parte Geral encontram-se os livros que contém os temas relativos às pessoas, aos 
bens e aos fatos jurídicos. Já a parte especial os livros são: obrigações, Direito de Empresa, Direito 
das Coisas, Direito de Família, Direito das Sucessões e um livro complementar das disposições 
finais e transitórias. Assim verifica-se que o Direito Civil abrange todas as área do relacionamento 
humano, que serão objeto de estudo durante todo o Curso de Direito. 
2.2. Direito do trabalho 
É um ramo que se destina a disciplinar as relações de trabalho, estabelecendo princípios e regras, 
de forma a evitar a exploração pelo do trabalho, e conceder direitos e obrigações recíprocos tanto 
aos que prestam os serviços, quanto para àqueles cujo o serviço se destina. 
Há discussão entre os juristas se o Direito do Trabalho seria um ramo do Direito Público ou 
Privado. Por muito tempo, vários autores entenderam se tratar de um ramo do Direito Público, 
pois apesar de suas normas disciplinarem relações privadas, a vontade das partes ficaria limitada 
às regras pré- estabelecidas pelo Estado. Contudo com o passar do tempo entenderam se tratar de 
ramo do Direito Privado, pois predomina o interesse particular, em detrimento da natureza das 
regras públicas. Há autores que atentam, ainda, para uma classificação mista, pois o Direito do 
Trabalho teria uma esfera pública, e outra privada. 
 
2.3. Direito empresarial ou comercial 
O direito comercial origina-se de um direito estatutário particular e consuetudinário, visto que não 
veio de uma obra dos jurisconsultos nem dos legisladores, mas do trabalho dos comerciantes, que 
o criaram com seus usos, estabelecendo seus estatutos ou regulamentos, pelos quais 
disciplinavam a concorrência, asseguravam mercados aos comerciantes para as suas ofertas, 
evitavam fraudes e garantiam a boa qualidade das mercadorias. O direito comercial constitui-se de 
normas que gerem a atividade empresarial. 
 
2.4. Direito Internacional Privado 
Destina-se à regular a situação do estrangeiro no território nacional, pois como o estrangeiro está 
em local diferente do seu país de origem, haveria um conflito de leis a serem aplicadas no caso 
concreto: usa-se a lei estrangeira, ou do local onde o indivíduo se encontra? Assim, a base do 
Direito Internacional Privado seria regular essas relações e estabelecer diretrizes e normas, 
dirigidas às autoridades para a resolução inerente a esses conflitos. 
 
DIREITOS COLETIVOS 
 
Direitos coletivos “lato sensu” têm como espécies: 
 
 Direitos difusos; 
 Direitos coletivos “strictu sensu”; 
 Direitos individuais homogêneos. 
 
CONCEITOS LEGAIS 
(Art. 81, parágrafo único da Lei nº. 8078/90): 
I - Direitos difusos são os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoasindeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato. 
 
II - Direitos coletivos são os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo, 
categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica 
base. 
 
III - Direitos individuais homogêneos são aqueles interesses ou direitos individuais que têm 
origem comum 
 
Os Direitos difusos são todos aqueles direitos que não podem ser atribuídos a um grupo 
específico de pessoas, pois dizem respeito a toda a sociedade. 
Traduzindo em miúdos, a transindividualidade significa se tratar de um direito que ultrapassa a 
individualidade, indo além de cada indivíduo singularmente considerado. A natureza indivisível 
significa que não pode ser dividido. Esse direito tem titulares, mas indeterminados, ou seja, não 
podem ser individualizados, no caso concreto. 
Por fim, essas pessoas devem estar ligadas por circunstâncias de fato (situação de fato); Ex: 
pessoas que residem numa área que será inundada por uma hidrelétrica; habitar nas margens de 
um rio onde são lançados produtos poluentes; os direitos ligados à área do meio ambiente têm 
reflexo sobre toda a população, pois se ocorrer qualquer dano ou mesmo um benefício ao meio 
ambiente, este afetará, direta ou indiretamente, a qualidade de vida de toda a população. 
Outro exemplo de direito difuso: veiculação, num canal de televisão de grande alcance, de uma 
publicidade enganosa. Todos aquelas pessoas indeterminadas que viram a publicidade foram 
atingidos por ela. É um interesse indivisível, cujos titulares são ligados por uma circunstância 
fática. 
 
São difusos os direitos à segurança, ao consumidor, direitos ligados à preservação do patrimônio 
sócio cultural, artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, por infração à ordem econômica 
etc. 
 
Sendo assim, pode-se afirmar que a titularidade dos direitos difusos é indeterminável. Não podem 
eles ser identificados, sequer, a um grupo, categoria ou classe de pessoas, pertencem a todos os 
indivíduos, indistintamente. 
 
Frise-se que a segurança é o direito fundamental, predominantemente difuso, que os cidadãos e a 
sociedade possuem de sentir-se aceitavelmente protegidos, em decorrência das políticas públicas 
de segurança pública operadas pelo Estado. Importante destacar que não se está a falar em 
segurança individual de cada cidadão (uti singuli), mas sim em segurança pública (uti universi). 
 
A teor do art. 144, I a V, da Constituição, a segurança pública é dever do Estado, e direito e 
responsabilidade de todos, sendo exercida para a preservação da ordem pública e da 
incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos órgãos nele referidos, cabendo destacar a 
polícia federal, estruturada pela União, e as polícias militares, estruturadas pelos Estados-
membros (inclusive o Distrito Federal). A polícia federal destina-se, dentre outras atribuições, a 
prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho 
(art. 144, § 1º, inciso II) e exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras 
(art. 144, § 1º, inciso III), por onde passa igualmente o tráfico de drogas, e, junto com ele, a 
violência. Às polícias militares, cabe a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública. 
 
Como o direito difuso à segurança goza de proteção legal (arts. 129, III, CF e 81, I, CDC), é patente 
que podem ser objeto de ação civil pública, nos termos do art. 1º, IV, da Lei 7.347/85. Esta rege as 
ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados "a qualquer outro interesse 
difuso ou coletivo". 
 
Desse modo, se o Estado não adotar medidas concretas para assegurar a inviolabilidade do direito 
à segurança da sociedade poderá ser demandado para esse fim, sendo "admissíveis todas as 
espécies de ações capazes de proporcionar sua adequada e efetiva tutela" (art. 83 CDC). 
 
Já os direitos coletivos também têm titularidade indeterminável, todavia, os titulares são 
identificáveis, pois tais direitos estão identificados a um grupo, categoria ou classe de pessoas. 
Só serão beneficiados os indivíduos pertencentes ao grupo, categoria ou classe, sendo que o 
resultado da demanda atinge a todos de modo uniforme. Eventual benefício ao patrimônio do 
indivíduo será reflexo. 
 
Ex: direito dos advogados de não recolher o COFINS; STJ decidiu pela proibição de cobrança 
unilateral do serviço de “proteção adicional” aos proprietários de cartão de crédito. Neste caso, os 
liames entre as pessoas são jurídicos. 
 
O direito individual homogêneo é individualizado na sua essência, porque será incorporado 
diretamente ao patrimônio do indivíduo, sendo coletivo apenas quanto à forma de tutela. Por 
economia processual é utilizada uma única demanda para beneficiar inúmeras pessoas. Cada 
indivíduo será beneficiado pela sentença de uma forma específica, incorporando ao seu 
patrimônio um determinado valor, pois é conveniente para sociedade que a defesa deles se 
processe nos moldes coletivos. 
 
Ex: São direitos individuais que, no caso do sindicato, são defendidos de forma coletiva, conforme 
autorizado pelo dispositivo constitucional (artigo 8, III, da CF/88). Admite-se, portanto, a 
substituição processual de forma ampla, limitada a direitos homogêneos. 
 
Outro exemplo é dos compradores de veículos produzidos com o mesmo defeito de série. Sem 
dúvida, há uma relação jurídica comum subjacente entre os consumidores, mas o que os liga no 
prejuízo sofrido não é a relação jurídica em si (como ocorre quando se trata de interesses 
coletivos), mas sim é antes o fato de que compraram carros do mesmo lote produzido com o 
defeito em série (interesses individuais homogêneos)". 
 
 
 
 
DIREITOS 
 
 
TITULARIDADE 
 
RELAÇÃO - LIAME 
DIFUSOS 
 
Indeterminável Circunstância de fato 
COLETIVOS Indeterminável, mas 
podem ser identificados. 
Relação jurídica base 
 
INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS 
 
Determinável 
 
Origem comum 
 
LEGITIMIDADE PARA A DEFESA DE DIREITOS E INTERESSES COLETIVOS 
 
a) Legitimados para propor Ação Civil Pública – é a principal ação coletiva 
Pelo art. 5 da Lei da Ação Civil Pública 7.347/85: 
 MP; 
 Defensoria Pública 
 Administração Pública direta e indireta – pessoas de direito público e privado; 
 Associações, com pelo menos 01 ano de existência e possuem finalidade institucional para 
defender interesse coletivo “lato sensu”. O requisito da pré-constituição da associação de 
01 ano poderá ser dispensado pelo juiz, quando houver interesse social relevante. (art. 5º, 
§4º da Lei 7347/85) 
 
PRINCÍPIOS JURÍDICOS 
 Atualmente, vive-se no chamado Estado Principiológico. Trata-se da efetividade de 
elementos chamados fundamentais, os princípios jurídicos. 
 A pós-modernidade concretiza a era da normatização dos princípios, isto é, princípios e 
regras são normas jurídicas. De fato, os princípios são as fontes basilares para qualquer ramo do 
direito. Leciona o eminente Celso Antônio a definição de princípios: 
[...] mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, 
disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-
lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e 
inteligência exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema 
normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentido harmônico. 
(Bandeira de Melo, 2005, p.902) 
 
 Os princípios e as regras são normas porque ambos dizem o que deve ser. Contudo, há 
alguns critérios utilizados pelos estudiosos, a fim de distingui-los. Um desses critérios é o da 
generalidade: os princípios são normas de um grau de generalidadealto e as regras, de nível 
relativamente baixo de generalidade. 
 Canotilho sugere os seguintes critérios para diferenciar princípios e regras: 
a) O grau de abstração: os princípios são normas com um grau de 
abstração relativamente elevado; de modo diverso, as regras possuem uma 
abstração relativamente reduzida. 
b) Grau de determinabilidade na aplicação do caso concreto: os princípios, 
por serem vagos e indeterminados, carecem de mediações concretizadoras 
(do legislador? do juiz?), enquanto as regras são susceptíveis de aplicação 
direta. 
c) Caráter de fundamentalidade no sistema de fontes de direito: os 
princípios são normas de natureza ou com um papel fundamental no 
ordenamento jurídico devido à sua posição hierárquica no sistema das 
fontes (ex: princípios constitucionais) ou à sua importância estruturante 
dentro do sistema jurídico (ex: princípio do Estado de Direito). 
d) Proximidade da ideia de direito` : os princípios são ´Standards` 
juridicamente vinculantes radicados nas exigências de ´justiça` (DWORKIN) 
ou na ideia de direito` (LARENZ); as regras podem ser normas vinculantes 
com um conteúdo meramente formal. 
e) Natureza normogenética: os princípios são fundamento de regras, isto é, 
são normas que estão na base ou constituem a ratio de regras jurídicas, 
desempenhando, por isso, uma função normogenética fundamentante 
(Apud ESPÍNDOLA, 1999, p. 65). 
 
 Como se observa, os princípios são normas que ordenam que algo seja realizado na maior 
medida possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais existentes. Enquanto que as regras 
jurídicas são normas jurídicas que só podem ser cumpridas ou não. São determinações. 
 Pode-se afirmar que os princípios assumem o papel de condutor dos valores a serem 
concretizados e estes valores expressam conceitos abstratos, gerais, transsubjetivos e comuns a 
todos os homens. A transposição dos valores para o mundo do dever ser (direito) se dá por meio 
dos princípios, normas igualmente abstratas, que respeitam a dimensão axiológica do 
ordenamento jurídico, vinculada ao ideal de justiça aspirado por determinada sociedade. 
 Os princípios são normas jurídicas tradutoras dos valores abstratos que qualificam 
juridicamente a própria realidade, indicando qual o caminho os operadores do direito devem 
seguir em busca de otimização e concretização os valores de todo o ordenamento jurídico. 
Os princípios, em suma, assumem a roupagem de diretrizes gerais de um ordenamento 
jurídico (ou de parte dele). Seu espectro de incidência é muito mais amplo que o das regras. 
Entre eles pode haver colisão, não conflito. Quando colidem, não se excluem. Como mandados 
de otimização que são (Alexy), sempre podem ter incidência em casos concretos (às vezes, 
concomitantemente dois ou mais deles). 
De qualquer modo, parece certo que cada um deles possui sua força, seu peso e sua 
relevância. Há hierarquia axiológica entre eles, que deve ser apurada e valorada concretamente. 
Os princípios da privacidade e da intimidade, da preservação da integridade física etc. são 
relevantes, mas em algumas situações probatórias eles sucumbem diante do princípio da 
segurança ou da persecução penal (possibilitando ao juiz determinar a realização de uma prova, 
mesmo contra a vontade do réu. Por exemplo, quando o agente está portando droga no 
estômago). 
COLISÃO DE PRINCÍPIOS: as regras (normalmente) disciplinam uma situação determinada; 
quando ocorre essa situação, a norma tem incidência; quando não ocorre, não tem incidência. 
Para as regras vale a lógica do tudo ou nada (Dworkin). Quando duas regras colidem, fala-se em 
conflito; ao caso concreto uma só será aplicável (uma afasta a aplicação da outra). O conflito entre 
regras deve ser resolvido pelos meios clássicos de interpretação: a lei especial derroga a lei geral 
(princípio da especialidade), a lei posterior afasta a anterior (princípio da posterioridade), a norma 
superior prepondera sobre a norma inferior (princípio da hierarquia). 
Muitas vezes, é um princípio que entra em ação para resolver o conflito entre duas regras. 
Por exemplo: o art. 2º, 2º da Lei 9.613/1998 (lei de lavagem de capitais), que dispensa a aplicação 
do art. 366 do CPP (que manda suspender o processo quando o réu é citado por edital), conflita 
com o art. 4º, 3º, da mesma lei, que manda aplicar o referido art. 366. Esse conflito se resolve (em 
favor do art. 4º, 3º) pela aplicação do princípio da ampla defesa (aplica-se a norma mais favorável 
à defesa). 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS: 
 
A Constituição é a lei fundamental e suprema do Brasil. E os princípios constitucionais são o 
que protegem os atributos fundamentais da ordem jurídica. 
São estes os principais princípios constitucionais: 
a) Princípio da Supremacia da Constituição: por este princípio, nenhum ato jurídico pode 
permanecer valendo em ação contrária à Constituição Federal. 
b) Princípio da legalidade: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, 
senão em virtude de lei”. Diz respeito à obediência às leis. Divide-se em duas vertentes: no 
âmbito publico: seria fazer apenas aquilo que a lei permite. Já no âmbito privado, todo 
particular pode fazer tudo aquilo que não é proibido. 
c) Princípio da igualdade ou isonomia: Trata-se de um princípio jurídico disposto 
nas Constituições de vários países que afirma que "todos são iguais perante a lei", 
independentemente da riqueza ou prestígio destes. O princípio informa a todos os ramos 
do direito. Seria tratar desigualmente os desiguais, na medida da sua desigualdade. 
d) Princípio da ampla defesa: É o princípio que garante a defesa no âmbito mais 
abrangente possível. É a garantia de que a defesa é o mais legítimo dos direitos do homem. 
Contém duas regras básicas: a possibilidade de se defender e a de recorrer. A ampla defesa 
abrange a autodefesa ou a defesa técnica (o defensor deve estar devidamente habilitado); 
e a defesa efetiva (a garantia e a efetividade de participação da defesa em todos os 
momentos do processo). É princípio básico da ampla defesa que não pode haver 
cerceamento infundado, ou seja, se houver falta de defesa ou se a ação do defensor se 
mostrar ineficiente, o processo poderá ser anulado. Caso o juiz perceba que a defesa vem 
sendo deficiente, ele deve intimar o réu a constituir outro defensor ou nomear um, se o 
acusado não puder constituí-lo. 
e) Princípio do contraditório: O princípio do contraditório e ampla defesa esta expresso na 
Constituição Federal, no artigo 5º inciso LV. Vejamos: art. 5º, CR/88: 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. 
 
Esse é o princípio que garante a justiça o contraste entre as partes, a chance de provar a 
verdade e praticar o real exercício do direito. O juiz deve dispor esses meios às partes e 
participar da preparação do julgamento a ser feito, exercendo ele próprio o contraditório. 
Ex: o contraditório pode ser obstado quando o réu não é citado ou intimado de algum ato 
processual praticado pela outra parte. 
f) Principio da Dignidade da Pessoa Humana: A dignidade da pessoa humana é um valor 
supremo que atrai o conteúdo de todos os direitos fundamentais do homem, desde o 
direito à vida. 
g) Princípio da Proporcionalidade: tem a ver com a adequação, exigibilidade e 
proporcionalidade. A proporcionalidade serve como parâmetro de controle da 
constitucionalidade das regras restritivas de direitos fundamentais. Também atua na 
solução dos conflitos entre os princípios da constituição. A adequação exige medidas 
interventivas. O meio escolhido se presta para alcançar o fim estabelecido, assim, 
mostrando-se adequado. 
 
PRINCÍPIOSÉTICOS E MORAIS: Os princípios morais como a honestidade, a bondade, o 
respeito, a virtude, fazer o bem, etc., determinam o sentido moral de cada indivíduo. São valores 
universais que regem a conduta humana e as relações saudáveis e harmoniosas. 
A moral orienta o comportamento do homem diante das normas instituídas pela sociedade ou por 
determinado grupo social. Diferencia-se da ética no sentido de que esta tende a julgar o 
comportamento moral de cada indivíduo no seu meio. No entanto, ambas buscam o bem-estar 
social. 
DEONTOLOGIA: é uma filosofia que faz parte da filosofia moral contemporânea e sua origem 
significa, em grego, ciência do dever e da obrigação. É uma teoria sobre as escolhas dos 
indivíduos, quais são moralmente necessárias e serve para nortear o que realmente deve ser feito. 
O termo foi criado pelo filósofo inglês Jeremy Bentham, no ano de 1834, para falar sobre o ramo 
da ética em que o objeto de estudo são os fundamentos do dever e das normas, deontologia é 
também conhecida como "Teoria do Dever". 
Immanuel Kant também deu sua contribuição para a deontologia, uma vez que a dividiu em dois 
conceitos: razão prática e liberdade. Para Kant, agir por dever é a maneira de dar à ação o seu 
valor moral; e por sua vez, a perfeição moral só pode ser atingida por uma livre vontade. 
A deontologia também pode ser o conjunto de princípios e regras de conduta ou deveres de uma 
determinada profissão, ou seja, cada profissional deve ter a sua deontologia própria para regular o 
exercício da profissão, de acordo com o Código de Ética de sua categoria. Para os profissionais, são 
normas estabelecidas não pela moral e sim para a correção de suas intenções, ações, direitos, 
deveres e princípios. O primeiro Código de Deontologia foi feito na área da medicina, nos Estados 
Unidos. 
A deontologia da Policial Militar é constituída pelos valores e deveres éticos, traduzidos em 
normas de conduta, que se impõem para que o exercício da profissão policial-militar atinja 
plenamente os ideais de realização do bem comum, mediante a preservação da ordem pública. 
 
NORMA JURÍDICA: 
 
 Conceito de Norma Jurídica: fórmulas de agir, determinações que fixam as pautas do 
comportamento interindividual. Padrões de conduta social impostos pelo Estado. Refere-se à 
substância própria do Direito objetivo. 
 
Norma é comando ou regra de conduta. Expressa a vontade do Estado por intermédio do 
legislador. Esta vontade é materializada na lei. 
 
 Principais Características da norma: bilateralidade, abstração, generalidade, 
imperatividade, heteronomia. 
 
a) generalidade: obriga a todos em igual situação jurídica; 
b) abstratividade: abarca situações abstratas; 
c) bilateralidade: onde há dever, há direito; 
d) imperatividade: obrigatória; 
e) coercibilidade: uso da força do Estado sobre aqueles que descumprem a norma jurídica. 
É indispensável ainda que o conteúdo de lei expresse o bem comum. 
f) heteronomia: imposta pelo Estado. 
 
 
 Classificação das Normas Jurídicas: 
a) Quanto à esfera do Poder Público: 
As normas jurídicas podem ser federais, estaduais e municipais. 
 
b) Quanto à hierarquia: 
Sob este aspecto dividem-se em: constitucionais, complementares, ordinárias, regulamentares e 
individualizadas. As normas guardam entre si uma hierarquia, uma ordem de subordinação entre 
as diversas categorias. 
No primeiro plano alinham-se as normas constitucionais, provenientes da Constituição e as 
emendas constitucionais, que condicionam a validade de todas as outras normas e têm o poder 
de revogá-las. 
Assim, qualquer norma jurídica de categoria diversa, anterior ou posterior à constitucional, não 
terá validade caso contrarie as disposições desta. 
Em segundo plano estão as – normas complementares: na ordem jurídica brasileira há normas 
que se localizam em leis complementares à Constituição e se situam hierarquicamente entre as 
constitucionais e as ordinárias. A aprovação de normas complementares se dá de acordo com o 
art.69 da CF, por maioria absoluta. 
Em terceiro plano: as normas ordinárias, que se localizam nas leis, medidas provisórias, leis 
delegadas. 
Seguem-se as normas regulamentares, contidas nos decretos. 
Normas individualizadas, denominação e espécie sugeridas por Merkel para a grande variedade 
dos atos jurídicos: testamentos, sentenças judiciais; contratos etc. 
ESPÉCIES NORMATIVAS (art. 59 da CF) 
 Espécies normativas: 
 Emendas à Constituição (art. 59, I da CF): 
 Leis complementares (art. 59, II da CF). 
 Leis ordinárias (art. 59, III da CF). 
 Leis delegadas (art. 59, IV da CF). 
 Medidas Provisórias (art. 59, V da CF). 
 Decretos legislativos (art. 59, VI da CF). 
 Resoluções (art. 59, VII da CF). 
 
LEI COMPLEMENTAR 
1. Conceito: É a espécie normativa utilizada nas matérias expressamente previstas na 
Constituição Federal. As hipóteses de regulamentação da Constituição por meio de lei 
complementar foram taxativamente previstas na Constituição Federal. 
Quando o constituinte quer se referir a uma lei complementar, traz no texto a expressão “lei 
complementar”. Ex: Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e 
consolidação das leis (art. 59, parágrafo único da CF). 
2. Procedimento: é o mesmo da lei ordinária, diferenciando-se apenas quanto ao quórum para 
aprovação. 
3. Quórum: As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta de seus membros 
(art. 69 da CF). Maioria absoluta refere-se aos membros integrantes da casa. 
Se lei ordinária tratar de matéria reservada a lei complementar, haverá uma inconstitucionalidade 
formal. Entretanto, se uma lei complementar tratar de matéria reservada a lei ordinária não 
haverá invalidade, sendo apenas considerada como lei ordinária. 
 
LEI ORDINÁRIA 
1. Conceito: É a espécie normativa utilizada nas matérias em que não cabe lei complementar, 
decreto legislativo e resolução. Assim, o campo material das leis ordinárias é residual. 
O texto constitucional se refere à lei ordinária apenas como lei, sem a utilização do adjetivo 
“ordinária”, visto que este está implícito. Mas quando quer diferenciá-la de outra espécie 
normativa, normalmente traz a expressão “lei ordinária”. Ex: “A iniciativa de leis complementares 
e ordinárias ...” (art. 61 da CF). Pode ainda utilizar a expressão “lei especial”. Ex: “esses crimes 
serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento” (art. 85, 
parágrafo único da CF). 
Embora o constituinte apenas a mencione como lei, não podemos nos esquecer de que o nome 
dessa espécie normativa no próprio texto constitucional é lei ordinária (art. 59 da CF). 
2. Procedimento: sistema bicameral. 
3. Quórum: As leis ordinárias serão aprovadas por maioria simples (relativa) de seus membros. 
Maioria relativa refere-se ao número de presentes na sessão ou reunião. 
LEI DELEGADA 
1. Conceito: É a espécie normativa utilizada nas hipóteses de transferência da competência do 
Poder Legislativo para o Poder Executivo. Trata-se de uma exceção ao princípio da 
indelegabilidade das atribuições. Delegação “externa corporis”. 
2. Procedimento: 
 Iniciativa solicitadora: O Presidente da República solicita a delegação ao Congresso 
Nacional (iniciativa solicitadora), delimitando o assunto sobre o qual pretende legislar. 
 Se o Congresso Nacional aprovar (por maioria simples) a solicitação delegará por meio de 
resolução (art. 68, §2º da CF). 
 A delegação tem prazo certo, isto é, termina com o encerramento de uma legislatura. 
Entretanto, nada impede que antes de encerrado o prazo fixado na resolução, o Poder 
Legislativo desfaça a delegação. O Congresso Nacional pode apreciar a mesma matéria objeto de delegação, pois quem 
delega não abdica, reserva poderes para si. Como a lei ordinária e a lei delegada têm o 
mesmo nível de eficácia, prevalecerá a que for promulgada por último, revogando a 
anterior (princípio da continuidade das leis). 
 O Presidente promulgará e publicará a lei delegada. 
3. Matérias vedadas à delegação (art. 68, §1º da CF): 
 
 Atos de competência exclusiva do Congresso Nacional. 
 Atos de competência privativa da Câmara dos deputados. 
 Atos de competência privativa do Senado Federal. 
 Matéria reservada à lei complementar. 
 A legislação sobre: 
o Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e garantia de seus 
membros (art. 68, §1º, I da CF). 
o Nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais (art. 68, §1º, II da CF). 
o Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos (art. 68, §1º, III da CF). 
 
4. Sustação: Se o Presidente da República exorbitar os limites da delegação legislativa, o 
Congresso Nacional poderá sustar o ato normativo por meio de decreto legislativo. Trata-se de um 
controle repressivo de constitucionalidade realizado pelo Poder Legislativo (art. 49, V da CF). 
É importante ressaltar que também pode ocorrer um controle repressivo de constitucionalidade 
pelo Poder Judiciário e esse, diferentemente da sustação, produz efeitos “ex tunc”. 
 
MEDIDA PROVISÓRIA 
1. Conceito: não possui natureza jurídica de lei, sendo apenas dotada de força de lei. Embora 
seja um ato sob condição (condição de ser um dia aprovado pelo Congresso Nacional), é vigente e 
eficaz. 
2. Pressupostos de admissibilidade: 
A medida provisória tem como pressupostos de admissibilidade a relevância e a urgência. “Em 
caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com 
força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional” (art. 62 da CF). 
Tendo em vista que toda matéria que deva ser tratada por meio de lei é matéria relevante, na 
medida provisória a matéria deve ser extraordinariamente relevante. Além de ser relevante, tem 
que ser também urgente mais urgente que o procedimento abreviado. 
Em regra, os requisitos de relevância e urgência devem ser analisados primeiramente pelo 
Presidente da República (juízo discricionário) e posteriormente pelo Congresso Nacional. 
Excepcionalmente, o Poder Judiciário poderá fazer um controle de constitucionalidade dos 
pressupostos, quando houver desvio de finalidade ou abuso do poder de legislar (violação do 
princípio da razoabilidade). 
3. Prazo de vigência: A MP vigorará por um prazo de 60 dias contados da publicação. 
 Prorrogação: Se a medida provisória não for apreciada em 60 dias, haverá uma 
prorrogação automática do prazo, totalizando prazo máximo de 120 dias. Se após esse 
prazo, não for convertida em lei, perderá a eficácia desde a sua edição (efeitos retroativos). 
 Regime de urgência: Se a medida provisória não for apreciada em até 45 dias da sua 
publicação, entrará em regime de urgência, fazendo com que todas as demais deliberações 
da casa legislativa fiquem sobrestadas, até que seja concluída a votação da medida 
provisória. Ela bloqueia a pauta diária da casa em que esteja (art. 62, §6º da CF). 
Edição de Medida Provisória pelos Estados e Municípios: 
Segundo o Supremo Tribunal Federal, pode ser editada medida provisória pelo Governador do 
Estado desde que exista previsão na Constituição Estadual. Os únicos Estados que colocaram essa 
previsão foram: Tocantins, Santa Catarina e Acre. 
Pelo principio da simetria, é possível a edição de medida provisória municipal naqueles três 
Estados. Alguns autores sustentam que ainda só seria possível se a Lei orgânica dos Municípios 
daquele estado trouxesse a previsão. Outros dizem que não pode em nenhuma circunstância, pois 
os conceitos de relevância e urgência seriam incompatíveis com a limitação territorial de eficácia 
de uma lei municipal. 
 DECRETO LEGISLATIVO 
1. Conceito: Espécie normativa utilizada nas hipóteses de competência exclusiva do Congresso 
Nacional (art. 49 da CF). 
As regras sobre seu procedimento não estão previstas na Constituição Federal, mas sim no 
regimento interno. 
RESOLUÇÃO 
1. Conceito: Espécie normativa utilizada nas hipóteses de competência privativa da Câmara, do 
Senado ou do Congresso Nacional. (art. 51 e 52 da CF). As regras sobre seu procedimento estão 
previstas no regimento interno. 
 
VALIDADE E VIGÊNCIA DAS NORMAS JURÍDICAS 
 
 Formação da Lei: 
 
Regime bicameral: é indispensável a aprovação do projeto pelas duas Casas. 
 
Processo Legislativo: 
 
1. Conceito: 
Processo legislativo é o conjunto de disposições que disciplinam o procedimento a ser 
observado pelos órgãos competentes na elaboração das espécies normativas (art. 59 da CF). 
 
A não obediência às disposições sobre o processo legislativo constitucionalmente previsto 
acarretará inconstitucionalidade. 
 
O processo legislativo é estabelecido pela Constituição Federal e se desdobra nas seguintes 
etapas: apresentação de projeto, exame das comissões, discussão e aprovação, revisão, sanção, 
promulgação e publicação. 
 
- apresentação de projeto: o art. 61 da Constituição Federal de 1988; 
 
- exame das comissões discussão e aprovação; Plenário. 
 
- revisão: O projeto pode ser apresentado na Câmara ou no Senado Federal. Iniciado na 
Câmara, o Senado funcionará como Casa revisora e vice-versa, com a circunstância de que os 
projetos encaminhados pelo Presidente da República, Supremo Tribunal Federal e Tribunais 
Federais serão apreciados primeiramente pela Câmara dos Deputados. Se a Casa revisora aprová-
lo, deverá ser encaminhado à Presidência da República para sanção, promulgação e publicação; se 
o rejeitar, será arquivado; se apresentar emenda devolverá à Casa de origem para novo estudo. 
Não admitida a emenda, o projeto será arquivado. 
 
- Sanção: aquiescência, ou concordância do Chefe do Executivo a um projeto de lei aprovado 
pelo Legislativo. É ato da alçada exclusiva do Poder Executivo: do Presidente da República, 
Governadores Estaduais e Prefeitos Municipais. 
 
Na esfera federal, dispõe o Presidente do prazo de quinze dias para sancionar ou vetar o 
projeto. 
 
A sanção pode ser tácita ou expressa. 
Sanção expressa: quando declara a concordância em tempo oportuno 
Sanção tácita: ocorre quando o Chefe do Poder Executivo ( Presidente Rep., Governador e 
Prefeito) não se manifesta no prazo de 15 dias úteis. 
 
Veto: é a rejeição pelo Chefe do Poder Executivo a um projeto de lei. 
Veto jurídico: inconstitucionalidade 
Veto político: contrário ao interesse público 
 
Na hipótese de veto, o Congresso Nacional - as duas Casas reunidas - disporá de trinta dias 
para a sua apreciação. Para que o veto seja rejeitado é necessário o voto da maioria absoluta dos 
deputados e senadores, em escrutínio secreto. 
 
Maioria absoluta: é a metade seguida de + 1 dos membros de cada Casa do Poder 
Legislativo. 
 
Maioria simples ou relativa: é a metade seguida de + 1 dos membros dos parlamentares 
presentes na votação. 
 
- Promulgação: declaração formal da existência da lei pelo Chefe do Executivo. 
 
Prazo: 48 horas – Caso o Presidente não promulgue o Presidente do Senado Federal o fará 
no mesmo prazo, depois o Vice-presidente do SF 
 
- Publicação: A publicação é indispensável para que a lei entre em vigor e deverá ser feita 
por órgão oficial. O início de vigência pode dar-se com a publicação ou decorrida a vacatio legis, 
que é o tempo que medeia entre a publicação e o início de vigência. 
 
- Vacatio legis: que é o tempo quemedeia entre a publicação e o início de vigência. 
 
 
VIGÊNCIA DA NORMA 
 
Art. 1º da LINDB: Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta 
e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
 
IMPORTANTE: 
Vacatio legis: tempo (interstício temporal) que intermedeia a publicação e a vigência, ou seja, 
intervalo entre a publicação e a vigência de uma lei. 
Lei Brasileira: 45 dias 
Lei Estrangeira: 3 meses 
 
Para que a norma possa ter vigência de fato se faz necessário passar por seis etapas: 
iniciativa, discussão, deliberação, sanção, promulgação e publicação. 
 
A publicação é indispensável para que a lei entre em vigor e deverá ser feita por órgão 
oficial. O início de vigência pode dar-se com a publicação ou decorrida a vacatio legis, que é o 
tempo que medeia entre a publicação e o início de vigência. 
 
Portanto, com a promulgação (declaração de existência da Lei), a lei passa a existir, mas o 
início de sua vigência é condicionado pela chamada vacatio legis. Pelo sistema brasileiro, a lei 
entra em vigor em todo o País quarenta e cinco dias após a sua publicação. Esse prazo é apenas 
uma regra geral, aplicada quando a lei é silente. 
 
Contudo, conforme a natureza da lei, o legislador pode optar por um interregno diferente ou 
até suprimi-lo. Quando a aplicação da lei brasileira for admitida no estrangeiro, a vacatio legis será 
de três meses. 
 
IMPORTANTE: 
Vigência: a norma começa a existir com obrigatoriedade. A vigência é o tempo em que a lei 
existe, é válida e produz efeitos. O Código Civil de 1916 não é mais vigente, mas está em vigor. 
Trata-se do instituto da ultratividade normativa. 
 
Vigor: consiste na força vinculante da norma jurídica – a norma gera direitos e deveres. Vigor é a 
qualidade da lei em produzir efeitos jurídicos, ainda que a lei tenha sido revogada. 
 
 
Art. 2o DA LINDB: Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a 
modifique ou revogue. 
 
IMPORTANTE: As leis podem ser: 
Lei Temporária: existem por prazo pré-estabelecido 
Lei de vigência indeterminada: não possuem prazo pré-estabelecido de vigência. Vigerão até que 
outra lei a revogue 
 
 
 
 
 
 
TÉRMINO DA VIGÊNCIA DA NORMA JURIDICA: 
 
A perda de vigência pode ocorrer nas seguintes hipóteses: 
a) revogação por outra lei; 
b) decurso do tempo; 
c) desuso 
 
IMPORTANTE: 
Revogação Total: Ab-rogação 
Revogação Parcial: Derrogação 
 
 
A revogação da lei pode ser expressa ou tácita. 
 
 Revogação expressa: ocorre quando a lei nova determina especificamente a revogação da lei 
anterior. 
 
 Já a revogação tácita se opera sob duas formas: 
 
a) quando a lei nova dispõe de maneira diferente sobre assunto contido em lei anterior, 
estabelecendo-se assim um conflito entre as duas ordenações. Este critério de revogação 
decorre do axioma lex posterior derogat priorem (a lei posterior revoga a anterior); 
 
b) quando a lei nova disciplina inteiramente os assuntos abordados em lei anterior. É 
princípio de hermenêutica, porém, que a lei geral não revoga a de caráter especial. Quando 
uma lei revogadora perde a sua vigência, a lei anterior, por ela revogada, não recupera a 
sua validade. Esse fenômeno de retorno à vigência, tecnicamente designado por 
repristinação, é condenado do ponto de vista teórico e por nosso sistema. 
 
IMPORTANTE: 
Repristinação: Restauração de uma norma revogada pela revogação da norma revogadora. 
Quando uma lei revogadora perde a sua vigência, a lei anterior, por ela revogada recupera a sua 
validade. 
A lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência, salvo se a lei nova 
revogadora assim dispuser expressamente. 
 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare (Revogação 
expressa), quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que 
tratava a lei anterior (revogações tácitas – Incompatibilidade e nova lei que trata por completo 
do assunto da anterior). 
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não 
revoga nem modifica a lei anterior. 
IMPORTANTE: 
Lei geral não revoga lei especial 
 
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora 
perdido a vigência. 
IMPORTANTE: 
Repristinação Só ocorre no Direito Brasileiro, se a lei revogadora expressamente assim 
dispuser. 
Portanto, em regra no Direito Brasileiro não há respristinação, salvo quando expresso em lei. 
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
 Princípio da Publicidade 
A vigência da norma surge com a sua publicação no Diário Oficial, em tese, todos tomariam 
conhecimento neste momento. 
O texto estabelece um princípio segundo o qual as pessoas têm a obrigação de conhecer as 
leis, pois ninguém poderá usar o desconhecimento da lei como desculpa. Por sinal, é um princípio 
geral do Direito, ou seja, seria aplicado mesmo que não fosse explícito. Para o art. 21 do Código 
Penal, o desconhecimento da lei é inescusável. 
 
Esse princípio é necessário para proibir que uma pessoa apresente a própria ignorância 
como razão de não cumprir a norma jurídica, o que retiraria a força de eficácia da lei e 
comprometeria o ordenamento jurídico. 
 
Irretroatividade da Lei - No momento em que a lei penetra no mundo jurídico, para reger a 
vida social, deve atingir apenas os atos praticados na constância de sua vigência. O princípio da 
irretroatividade da lei consiste na impossibilidade de um novo Direito atuar sobre fatos passados e 
julgar velhos acontecimentos. 
 
Só há retroatividade benéfica em caso de lei penal. 
 
 
INTERPRETAÇÃO DAS LEIS: 
Interpretar é fixar o verdadeiro sentido e o alcance de uma norma jurídica. 
Interpretar a lei é atribuir-lhe um significado, determinar o seu sentido a fim de se entender 
a sua correta aplicação a um caso concreto. 
A interpretação jurídica, que ocorre sempre que a norma jurídica objeto do estudo não for 
suficientemente clara, deve buscar sempre o sentido pretendido pela própria lei (mens legis) e não 
o sentido pretendido pelo legislador (mens legislatoris). É que, após editada uma lei, a opinião do 
legislador já não tem importância, pois a norma ganha vida própria, submetendo o próprio 
legislador, que também estará obrigado a cumpri-la. 
Destarte, quando a norma jurídica é clara na sua essência, de fácil compreensão e 
entendimento, não há necessidade de interpretação: in claris cessat interpretatio. 
 
Temos três elementos que integram o conceito de interpretação: 
a) Revelar o seu sentido: isso não significa somente conhecer o significado das palavras, 
mas, sobretudo descobrir a finalidade da norma jurídica. 
Com outras palavras, interpretar é compreender. As normas jurídicas são parte do universo 
cultural e a cultura, como vimos, não se explica, se compreende em função do sentido que os 
objetos culturais encerram. E compreender é justamente conhecer o sentido, entender os 
fenômenos em razão dos fins para os quais foram produzidos. 
Por exemplo, a lei que concede férias anuais ao trabalhador tem o significado de proteger e 
de beneficiar sua saúde física e mental. 
 
b) Fixar o seu alcance: significa delimitar o seu campo de incidência, é conhecer sobre que 
fatos sociais e em que circunstâncias a norma jurídica tem aplicação. 
Por exemplo, as normas trabalhistas contidas na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) se 
aplicam apenas aos trabalhadores assalariados, isto é, que participam em uma relação de 
emprego; e as normas contidas no Estatuto dos Funcionários Públicos da União têm o seu campo 
de incidência limitado a estes funcionários. 
 
c) Norma jurídica: falamos em norma jurídica como gênero, uma vez que não

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