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ARTIGO DE OPINIÃO - UNIPAM

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REDAÇÃO – ARTIGO DE OPINIÃO
PROFESSORA: Renilda Farias de Assis Resende
1. TIPOLOGIA TEXTUAL DISSERTATIVA-ARGUMENTATIVA
	A produção de um texto requer um modo de organização discursiva, que deve apresentar características próprias de um determinado gênero e tipo textual. 
	No caso da tipologia dissertativa, verifica-se que é caracterizada pela exposição, análise ou explicação de ideias, dados e conceitos, de forma intencionalmente objetiva. 
	Já no que se refere à argumentação, constata-se uma análise, explicação, avaliação ou interpretação de ideias, porém com o objetivo de utilizá-las como argumentos para defender o ponto de vista do autor e dessa forma influenciar a maneira de pensar do leitor. 
Por que eles bebem e dirigem?
	A adoção de uma lei seca mais rigorosa no Estado de São Paulo não bastou. Os dados da Secretaria de Segurança Pública revelam uma redução de quase 20% de acidentes com mortes no trânsito nos primeiros meses de 2012 para 2013 no Estado depois da lei, mas, no mesmo período dois acidentes impressionaram. Um deles amputou o braço de um jovem ciclista em plena Avenida Paulista, uma das principais artérias de São Paulo. O outro matou um garoto de 15 anos que andava de skate numa rua de Guarulhos, na grande São Paulo. Ambos foram vítimas de motoristas alcoolizados. O convívio de motoristas com ciclistas, motoqueiros, skatistas e pedestres nas ruas, cada vez mais estranguladas pelo trânsito nas médias e grandes cidades do país, se tornou insano. Quando a bebida entra nessa relação tensa, os efeitos são ainda mais catastróficos.
	Várias propostas têm sido discutidas no mundo para reduzir a violência no trânsito. Em muitos países, ela é a principal causa de mortes entre os jovens. Entre as medidas, aumentar a carga tributária (e, por tabela, o preço das bebidas), diminuir os pontos de venda de álcool à noite, regulamentar a publicidade, fiscalizar com mais rigor e impor penas mais duras. Tudo isso parece causar um impacto inicial nos números. O grande desafio é aprimorar os resultados e torná-los permanentes.
	Há questões estruturais importantes que devem, também, ser destacadas. Nas grandes cidades, transporte público de qualidade e barato, estendido madrugada adentro, que garanta um meio tranquilo de o jovem chegar em casa, é um deles. Criar áreas seguras nas ruas (com ciclovias protegidas) também pode ser uma medida importante. Alguns países estudam a instalação de detectores de álcool (uma espécie de bafômetro pessoal) acoplados a caminhões, ônibus e até carros particulares. Para ligar o motor, o próprio carro exige um controle do consumo de bebida.
	Além desses fatores, não se pode esquecer do comportamento. Mais que ensinar a guiar e a respeitar quem está nas ruas, a educação pelo trânsito deveria passar pela percepção do risco envolvido no ato de guiar embriagado ou sob efeitos de outras drogas. É aí que se esbarra numa das questões mais difíceis. Como sensibilizar o condutor do veículo, principalmente o jovem motorista, do risco que ele corre e, pior, que ele pode oferecer aos outros? Sem mexer nesse componente humano, de noção de responsabilidade e limite, será difícil solidificar as conquistas deste início de ano.
BOUER, Jairo. Época, p.81, 1º abr.2013.
Ponto de vista exposto: 
A necessidade de promover outras medidas contra a violência no trânsito, já que a adoção da lei seca não foi suficiente para reduzir os acidentes que envolvem, quase sempre, motoristas alcoolizados. 
Desenvolvimento: 
No segundo parágrafo, o autor menciona, primeiro, as propostas já apresentadas em outros países, visando a redução do problema, que também é preocupante lá fora. As medidas consistem no aumento da carga tributária e do preço das bebidas, na redução dos pontos de venda à noite, no controle da publicidade e na maior fiscalização. Além disso, segundo o autor, é preciso aprimorar os resultados e torna-los permanentes. 
No terceiro parágrafo, o autor propões medidas estruturais nos grandes centros urbanos, uma vez que o transporte público é precário, caro e deficiente, não atendendo de forma adequada a população. Se houvesse suporte permanente, 24 horas por dia, os jovens que permanecem na rua até mais tarde e acabam bebendo poderiam voltar para casa sem maiores riscos e gastos. A falta de ciclovias e de áreas seguras para o trânsito de pedestres também contribui para a ocorrência de acidentes. 
Conclusão: 
No quarto parágrafo, o autor apresenta outros mecanismos argumentativos, expondo opiniões ainda mais convincentes. Segundo ele, quem dirige sob o efeito de álcool e de outras drogas deve ter consciência do risco que impõe a si próprio e, em especial, aos outros. Portanto, é preciso exigir do motorista não só direção segura e respeito às pessoas nas ruas, mas sobretudo, senso de humanidade. 
2. GÊNERO TEXTUAL ARTIGO DE OPINIÃO
	O artigo de opinião é um gênero textual predominantemente argumentativo que busca influenciar o interlocutor por meio de argumentos que justificam a posição assumida. A argumentação é o resultado textual de uma combinação entre diferentes componentes, que exige do sujeito que argumenta a construção de uma explicação com finalidade persuasiva (CHARAUDEAU, 2016). A prática da argumentação envolve um confronto de posicionamentos individuais e exige que reajamos com nossas opiniões diante das opiniões dos outros. Dessa forma, cada situação de interação impõe ao escritor um planejamento sobre as melhores estratégias para causar os efeitos pretendidos. Tais estratégias possuem como finalidade o aumento da eficácia da argumentação, uma vez que visam interferir na opinião de seus interlocutores. Assim, para que a defesa do ponto de vista seja eficiente, é necessário que o autor mobilize estratégias argumentativas para contrapor ideias controversas a sua tese e selecione vozes que corroborem seu posicionamento.
Leitura 
“Favela não é problema, é solução”
JAIME LERNER, urbanista e ex-prefeito de curitiba
	
Favela integrada com a cidade. Essa é a solução. Claro, isso não soluciona tudo, até porque há novos desafios, como o tráfico de drogas. Mas alguns dos grandes problemas que temos nas favelas - lixo, infraestrutura, empregos e segurança - nós podemos resolver.
O primeiro é o lixo. Quantas pessoas têm morrido soterradas nos morros e em inúmeras favelas no mundo inteiro? Por que as pessoas são obrigadas a jogar tanto lixo perto das próprias casas? Porque o acesso dos caminhões que fazem a coleta não é fácil, já que as favelas estão geralmente em morros ou em fundos de vale. Em 1989, na Prefeitura de Curitiba, criamos um programa que comprava o lixo da favela. O que aconteceu? Em vez de jogar fora, os moradores coletavam o lixo, que era trocado por vale-transporte. Não se tratava de um ato paternalista, já que, se não fizéssemos isso, teríamos de pagar pela coleta de qualquer maneira. Em poucos meses, todas as favelas estavam limpas, e as famílias tinham uma renda a mais. Problema resolvido.
A segunda questão é a infraestrutura: levar água, esgoto e energia. Pelo menos em se tratando de energia e água, a tendência é mexer no terreno. Sempre fui contrário a essa solução porque pode haver deslizamento. Defendo a ideia de levar água e energia através do corrimão das escadarias. Dessa maneira, é possível realizar o abastecimento de água da maneira mais prática para cada casa: pela janela, pelo teto, por onde for mais fácil. Idem em relação à energia elétrica: leva-se a estrutura básica pelo corrimão. E o esgoto nós podemos coletar da mesma maneira, pelo canto das escadarias.
	
Terceiro problema: como gerar empregos? Zonas francas. Ou seja, quem montasse uma pequena fábrica ou serviço e contratasse moradores locais não pagaria impostos. Assim faríamos com que o tráfico deixasse de ser a única alternativa de boa parte das pessoas. Com isso, aumentam as chances de, pouco a pouco, levar escolas e creches de qualidade até lá. Motivados pelas melhorias em volta, os moradores acabam investindo em reformas nas próprias casas. E aí entra a necessidade de outras soluções:financiar material de construção e dar suporte legal para que as pessoas regularizem a área em que vivem.
A melhora das condições diminui a sensação de "gueto", que torna a coexistência muito difícil porque o seu vizinho acaba virando inimigo. E a atual tendência é justamente criar "guetos" - tanto de gente muito rica quanto de gente muito pobre - cada vez mais afastados da malha urbana. E há vazios urbanos que podem ser perfeitamente ocupados por uma vizinhança diversificada. Uma das coisas de que eu mais gosto na minha cidade, Curitiba, é que 80% da população vive em vizinhanças diversificadas, gente de toda faixa de renda. Não no mesmo prédio, mas próximas. Isso é uma coisa sadia, que acontece nas boas cidades do mundo. Prefiro a favela mais integrada à cidade que o conjunto habitacional muito afastado. O custo de melhorar a qualidade de vida passa a ser menor do que levar a 40 km, 50 km de distância a infraestrutura para que um conjunto habitacional enorme se estabeleça em uma determinada região metropolitana.
Por outro lado, é preciso conter o avanço das favelas. Para isso devemos oferecer alternativas mais rápidas. Terra acessível, financiamento para construção, autoconstrução. A favela é inevitável no momento em que não há alternativa. O governo tem de oferecer transporte público, saúde e educação de qualidade. Atendidas essas demandas, a tendência é melhorar.
A criatividade começa quando se corta um zero do orçamento. A sustentabilidade, quando se cortam dois zeros. E a qualidade de vida começa quando você é rápido em achar soluções.
2.1. ELEMENTOS DO CONTEXTO DE PRODUÇÃO DO ARTIGO DE OPINIÃO
· O emissor: é o agente-produtor (um articulista: jornalista, colaborador ou convidado de um jornal, de uma revista, ou site): é quem produz o texto; 
· Um ou mais receptores: é para quem o texto é produzido, pessoas que de alguma forma se interessa/m por questões polêmicas (assuntos controversos), atuais e relevantes para a sua comunidade; 
· O lugar físico (“lugar de produção”): é o lugar em que o texto é produzido, que pode ser em casa, escritório, no núcleo de edição do jornal, ou na escola (sala de aula, laboratório de informática), em que se tenta diminuir ao máximo a artificialidade; 
· O “momento de produção”: é o momento histórico, da publicação do artigo de opinião; 
· A Esfera ou “lugar social”: é jornalística, meio em que circula o gênero, que é divulgado por meio de um suporte: jornal ou revista impressa/digital, blogs e sites da internet, veículos de circulação utilizados para divulgar o gênero artigo de opinião; 
· “Posição social do emissor” (agente-produtor): é a imagem que o agente-produtor busca construir de si mesmo ao interagir com seu receptor, desse modo ele revela seu papel social (conjunto de comportamentos, normas, regras e deveres de cada indivíduo na estrutura social os quais determinarão diversos padrões sociais), demonstra tudo isso no trato do tema no artigo de opinião, por meio de argumentos consistentes que sustentem sua posição e revelem seu papel, muitas vezes favoráveis ao posicionamento do suporte em que publicam seu texto, isto é, concordam com a opinião/posicionamento crítico (ideologia, posicionamento político-social) dessa instituição em relação ao tema abordado; 
· “Posição social do receptor”: é aquela que representa o papel social do receptor desse texto, por exemplo: papel de aluno, de criança, de colega, de subordinado, de amigo, e etc. O emissor leva em consideração essa representação social que faz de seu receptor ao produzir o seu texto. 
· O “objetivo da interação”: é a intenção do emissor (agente produtor) ao escrever, o que efeito que causar no receptor. O objetivo do artigo de opinião é de convencer o leitor sobre determinado ponto de vista, influenciá-lo, modificar seus valores em favor do apresentado pelo emissor. (STRIQUER, 2012) 
· O conteúdo temático do artigo de opinião é o conjunto de informações veiculadas no texto (BRONCKART, 2009), que são sempre atuais, interessantes e relevantes para a comunidade leitora (receptores).
Escolas, públicas e privadas, deveriam ensinar. O alfabeto primeiro. Depois português, matemática, história, geografia e ciências. Artes e cidadania. Pelos índices alcançados por nossos adolescentes, nem o básico se consegue no Brasil. A educação é tão indigente, as instalações são tão precárias, o bullying é tão violento e o nível dos professores mal remunerados é tão baixo que o debate é desviado para a doutrinação política, religiosa e de gênero.
Não me interessa se aluno pode usar saia, se aluna pode usar shortinho, se tem uniforme ou não. Não gostaria de matricular filhos em escolas que cultivassem uma doutrina – política ou religiosa –, fosse ela qual fosse. A maioria absoluta das famílias brasileiras deseja que o filho não perca aulas, que os professores não faltem, que o ensino prepare para um mercado competitivo. E que as escolas sejam centros de reflexão, e não de formação de soldadinhos de esquerda ou de direita ou de padres e freiras. Sou, como a maioria, contra a imposição de uma ideologia ou de uma fé. A diversidade continua a ser o melhor caminho.
A escola escolhida por meus pais estava longe de ser a ideal – mas os professores eram excelentes. Cursei o antigo primário numa escola militar em Copacabana em que menina também usava gravata e onde os alunos cantavam hinos no início do recreio. Obedecia-se à sineta para voltar à sala de aula. Tive aula de catecismo, com direito a missal – o livrinho católico com ritos e orações. Meninas tinham aula de prendas domésticas, só elas. Enquanto os meninos faziam futebol. Adulta, eu me tornei antimilitarista, agnóstica e uma nulidade em culinária e costura. Deploro a interferência de partidos e igrejas nas escolas. Deploro a discriminação a meninas – e a meninos.
Hoje, vejo os pais no maior dilema ao escolher a escola. Se é longe, não quero. Se tem santo no nome, não quero. Se tem professor comunista ou militar, não quero. Se é rígida demais, não quero. Se é liberal demais, não quero. Drogas, aborto e transexualidade? Não quero esse debate em sala de aula. Ah, quero uma escola bilíngue para meu filho não precisar ficar no Brasil. 
A massa dos pais não tem direito a dilema existencial, político ou religioso. As mães – sempre elas – ficam em filas imensas para tentar matricular suas crianças em qualquer escola pública. Que seja perto de casa ou, no interior do Brasil, a quilômetros de asfalto, mata, terra batida, córregos, rios. Que tenha giz, quadro-negro e ao menos um professor dedicado. Que sirva merenda escolar. Que tenha banheiro e papel higiênico. Que tenha teto e chão. Mãe briga e chora por não ter onde alojar filhos em idade escolar.
No Brasil privilegiado, os pais nunca pensam em matricular seus filhos em escolas públicas. E o motivo é simples. Acham o ensino pior e antiquado, acham as instalações hor-ro-ro-sas e não querem que seus pimpolhos percam o ano letivo por greves de professores e funcionários ou por ocupações de colegas. O Brasil mais culto é um Brasil dividido. Uma minoria vibra com as ocupações de escolas públicas contra a PEC disso e daquilo. Uma parte se entusiasma e se emociona com a jovem Ana Júlia, aos 16 anos mais articulada que 90% de nossos congressistas. Uma outra parte não dá like no discurso de Ana Júlia a favor das ocupações e só deseja que seus filhos passem no Enem. Ninguém quer o adiamento das provas. 
Movimentos estudantis por melhor ensino são legítimos em qualquer lugar do mundo. No Brasil ou na França – país em que quase todo ano alguma escola ou universidade é ocupada por estudantes em protesto –, os governos sempre reagem mal, a polícia abusa na repressão, a falta de diálogo é a tônica do processo, os exageros acontecem de lado a lado. Em Curitiba, o adolescente Lucas Mota, de 16 anos, morreu com uma facada desfechada pelo colega numa escola ocupada. Ana Júlia acusou os deputados de ter “as mãos sujas de sangue”. Precisa voltar a estudar lógica.
O maior desafio do Brasil transcende o combate à desigualdade. Resvala nafalta de valores, que deveriam ser passados também pelas famílias. Nossa regra é o desvio de função. Escolas deveriam ensinar. Alunos deveriam estudar. Deputados e senadores não deveriam enforcar dias úteis nem roubar. Vereadores não deveriam aprovar sua própria aposentadoria especial. Prefeitos e seus aliados não deveriam rezar o pai-nosso e transformar Deus em correligionário, como fez o pastor Marcelo Crivella, de mãos dadas com tucanos, no Rio de Janeiro. Hospitais deveriam ter leitos, medicamentos, tomógrafos e ser centros de cura, não centros de humilhação e doença, interditados pela vigilância sanitária. Policiais deveriam garantir a segurança, e não sair matando jovens inocentes. O desvio de função nos deixa sem teto e sem chão.
Disponível em: https://epoca.globo.com/sociedade/ruth-de-aquino/noticia/2016/11/por-escolas-boas-sem-partido-e-sem-religiao.html. Acesso em: 13 de novembro de 2020.
2.2. MECANISMOS DE ENUNCIAÇÃO NO ARTIGO DE OPINIÃO: MODALIZAÇÃO
Modalizadores são recursos linguístico-enunciativos que permitem ao agente-produtor expressar sua intencionalidade comunicativa, por meio do efeito e/ou reação desejados na interação com o interlocutor. São as avaliações, considerações, apreciações que o emissor (agente-produtor) faz sobre algumas informações que apresenta no texto, por meio de palavras ou expressões linguísticas. Eles orientam, ajudam o receptor na interpretação do conteúdo temático (informações) do texto. A modalização contribui na defesa do posicionamento crítico do agente- produtor, pois permite a ele assumir inteiramente, em parte, ou não assumir o conteúdo que expressa. 
Modalizações lógicas e apreciativas
A) Modalizações lógicas: 
B) Modalizações apreciativas: 
2.3. ASPECTOS ESTRUTURAIS E LINGUÍSTICOS
2.4. VOZES NO TEXTO DE OPINIÃO
	Para maior credibilidade argumentativa, é preciso selecionar os argumentos mais adequados à discussão proposta, bem como utilizar verbos de elocução com maior força argumentativa. 
ATENÇÃO!
Ao defender uma posição, deve-se respeitar o interlocutor, mantendo princípios éticos e cidadãos. Isso significa assumir uma postura de polidez, ou seja, evitar afirmações negativas que possam agredir grupos sociais, pessoas ou ideias contrárias às defendidas pelo articulista. Além disso, é importante modalizar a posição, reconhecendo outras vozes. Para isso, empregue recursos linguísticos modalizadores (possivelmente, talvez, provavelmente) que atenuem a posição e reconheçam outros pontos de vista.
2.5. ARTICULAÇÃO DE FATOS E OPINIÕES
A coesão é a propriedade pela qual se cria e se sinaliza toda espécie de ligação, que dá ao texto unidade e sentido. A função da coesão é criar, estabelecer e sinalizar os laços que deixam os vários segmentos do texto articulados. Nesse sentido, a função da coesão é promover a continuidade do texto (ANTUNES, 2005).
ATENÇÃO!
Articular significa estabelecer relações entre as orações, períodos e parágrafos! Para isso, usamos, normalmente, conjunções, por exemplo: mas, portanto, e, quando, se, ou, apesar de, ainda que, entre outras. O importante é estabelecer as relações lógico-semânticas de forma adequada.
3. MODELO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO DO ENEM
Na novela Salve Jorge, exibida pela Rede Globo em 2012, é abordada a trajetória de Morena, uma mulher que fora traficada para a Turquia e forçada a se prostituir. De forma análoga, o tráfico de pessoas ainda é uma realidade no Brasil, na qual muitos indivíduos são, de alguma forma, controlados e obrigados a fazerem coisas contra sua vontade. Dentro dessa perspectiva, faz-se essencial a análise dos fatores que corroboram dificuldades para o combate de tal prática: a ineficácia das ações estatais e a pouca visibilidade dada ao assunto.
Observa-se, primeiramente, a ineficiência do governo no combate ao problema. Sob esse viés, embora exista a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, há a falta de parceria entre os órgãos envolvidos e falhas na fiscalização de aeroportos, fronteiras e estradas. Nesse sentido, como abordado na série Chicago Med, através da história de Danny, vítima de tráfico humano que não recebeu proteção judicial e foi morto por traficantes, as falhas no sistema de segurança podem ter sérias consequências para as vítimas. Acerca disso, a continuidade do imbróglio na contemporaneidade configura uma violação da Declaração dos Direitos Humanos e da Constituição Federal, pois ambas defendem a liberdade e a segurança dos cidadãos. Logo, é preciso reverter essa realidade por meio de iniciativas que fortifiquem a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas.
Ademais, convém ressaltar a insuficiência de discussões destinadas ao tema. Isso resulta na desinformação da população e, consequentemente, aumenta a sua vulnerabilidade frente a esse tipo de violência. Nesse contexto, a mulher vítima de tráfico humano na novela brasileira anteriormente citada foi enganada por aliciadores que a prometeram trabalho como modelo internacional, fato que ocorre recorrentemente no Brasil. Esse cenário se associa ao pensamento do escritor alemão Goethe, o qual afirma o desconhecimento como algo perigoso, uma vez que resulta em situações desastrosas, como o tráfico de pessoas. Outrossim, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública e o Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher), o maior número de vítimas para fins de exploração sexual e trabalho escravo são mulheres, o que revela a necessidade, cada vez maior, da luta em prol da segurança feminina no país. Portanto, é preciso conscientizar e orientar a sociedade, a fim de evitar a ocorrência do tráfico de pessoas.
Diante do exposto, infere-se que medidas são imprescindíveis para mitigar a problemática. Para isso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, junto ao da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, deve promover campanhas instrutivas, através da mídia e das redes sociais, que orientem as pessoas a respeito do assunto, com o objetivo de alertá-las e evitar que sejam aliciadas por traficantes, bem como incentivar a denúncia de casos de tráfico humano e a busca por ajuda por meio da Central dos Direitos humanos (Ligue 100) e o Disque 180 (Rede de Proteção à Mulher). Dessa forma, casos como o de Morena serão, gradualmente, erradicados do contexto brasileiro.
(Gabriela Tafuri, aluna do cursinho Agarra)
4. MODELO ARTIGO DE OPINIÃO UNIPAM – TEORIA E PRÁTICA
EDITAL
- O valor da redação variará de 0 a 20 pontos. 
- Na correção das redações, serão avaliados os aspectos temáticos, textuais, linguísticos e estético-estilísticos. 
- A redação será de natureza argumentativa, em que o candidato deverá demonstrar capacidade de expor um ponto de vista e de apresentar argumentos para sustentá-lo.
- A redação será anulada em virtude de um dos seguintes fatores: 
· fuga ao tema, 
· desobediência ao gênero textual solicitado ou 
· falta de legibilidade.
CRITÉRIOS PARA A CORREÇÃO DAS REDAÇÕES (UNIPAM)
1- Temáticos: o candidato deve elaborar um texto de natureza argumentativa que desenvolva a proposta temática solicitada. A fuga ao tema fará com que o texto seja anulado; 
2- Textuais: o candidato deve elaborar o texto em conformidade com o gênero solicitado; caso contrário, a produção textual será anulada. Deve demonstrar competência na montagem de um esquema argumentativo lógico, apresentando as ideias com progressão e articulação, distribuindo-as em parágrafos concatenados e bem estruturados; 
3- Linguísticos: o candidato deve demonstrar, no texto, domínio das regras gramaticais da língua culta, sobretudo das relações de concordância e de regência, do emprego dos conectores, do sistema ortográfico, dos recursos de pontuação e da colocação de pronomes; 
4- Estético-estilísticos: o candidato deve apresentar o texto com legibilidade; caso contrário, a produção 
textual será anulada. Deve atentar-se, ainda, à clareza na exposição de ideias, evitando repetições de palavras, frases truncadas e pensamento incompleto. 
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5. TEMAS E PROPOSTAS UNIPAM
5.1 Processo Seletivo 2016
 Nas últimas décadas, intensificaram-se as reflexões sobre noções e princípios que fundamentam a vida moral. Sua tarefa, nesta prova, consiste em escrever um ARTIGO DE OPINIÃO, dirigido a um público diverso, no qual você argumentará sobre a importância da conduta ética para o convívio social.
 O texto de Leonardo Boff e o de Gustavo Ioschpe, que constam da Prova de Língua Portuguesa e Literatura, podem auxiliá-lo nessa tarefa, que deverá também ser realizada com o auxílio de seus conhecimentos révios. Utilize o registro formal da língua e lembre-se de que o texto não poderá ser assinado, para não ser identificado pela banca examinadora. Dê um título ao seu texto.
5.2 Processo Seletivo 2017
 Da leitura dos textos da Prova de Língua Portuguesa e Literatura pode-se depreender que a gentileza contribui para a construção de uma vida melhor para todos, e não apenas para aqueles que manifestam gentileza e para aqueles que a recebem. Sua tarefa nesta prova consiste em produzir um ARTIGO DE OPINIÃO, no qual você argumentará sobre a importância da gentileza para a construção de uma sociedade melhor. A pergunta a seguir propõe-se a orientá-lo nessa tarefa. 
 Como ações de gentileza podem contribuir para que as relações humanas sejam justas e éticas? 
 Lembre-se de que, na produção do texto, você deverá utilizar-se de uma linguagem formal e de que não poderá assiná-lo para não ser identificado pela banca examinadora. Dê um título ao texto.
5.3 Processo Seletivo 2018
 Em conformidade com o dicionário Oxford, a expressão pós-verdade refere-se a circunstâncias nas quais os fatos objetivos são menos influentes na opinião pública do que as emoções e as crenças pessoais. Em decorrência dessa expressão, outras se evidenciam, como verdades alternativas e notícias fictícias (fake news).
Para muitos especialistas, é necessário avaliar os impactos do significado de pós-verdade no consumo de informações, já que muitos leitores ou espectadores deixam-se seduzir por notícias falsas. Sua tarefa nesta prova consiste em produzir um ARTIGO DE OPINIÃO, no qual você argumentará sobre a multiplicação de falsas notícias. A pergunta a seguir propõe-se a orientá-lo nessa tarefa. 
 Por que e como se proteger das falsas notícias que circulam nos meios de comunicação de massa? 
 Na produção do texto, você deverá utilizar-se de uma linguagem formal. Não assine o texto para não ser identificado pela banca examinadora. Dê um título ao texto.
5.4. Processo Seletivo 2019
 Na sua origem, a palavra ―arte referia-se a habilidades técnicas úteis à produção de um objeto. Com o tempo, passou a indicar as belas-artes, isto é, artes com um propósito estético. Para Ferreira Gullar, um dos principais críticos brasileiros de arte, escrever um poema, pintar um quadro, produzir um filme ou uma peça de teatro, compor uma música, enfim, fazer o que se conhece como obra de arte requer do autor, além do domínio de uma linguagem própria a cada um dos gêneros artísticos, o talento. (Adaptado de diversos textos publicados na Folha de S. Paulo). 
 A discussão acerca do que seja arte sempre existiu. Atualmente, os meios de comunicação e as institucionais escolares e as academias têm proliferado essa discussão, questionando qual seria a função das manifestações artísticas. Sua tarefa, nesta prova, é produzir um ARTIGO DE OPINIÃO, em que você deve posicionar-se a respeito da instrumentalização da arte para a construção de uma sociedade melhor. A pergunta a seguir pode orientá-lo(a) nessa sua tarefa. 
 Como a arte pode colaborar para construção de uma sociedade melhor?
 Na produção do texto, você deve utilizar-se de uma linguagem formal e não pode assiná-la para não ser identificado(a) pela banca examinadora. Dê um título ao texto.
5.5. Processo Seletivo 2020
	
6. SUGESTÕES TEMÁTICAS
1 – É possível fazer uso da internet sem promover a espetacularização da vida?
2 - A escola também é responsável pelo crescimento dos casos de obesidade infantil no Brasil?
3 – Por que é essencial criar medidas de prevenção para os desastres ambientais no Brasil?
4 – É possível fortalecer a polícia sem violar os direitos humanos?
5 – Como o teletrabalho pode ser um estímulo ao bem-estar da população?6 – Por que e como o isolamento social pode afetar a saúde mental dos indivíduos?
7 – A publicidade de bebidas alcoólicas pode impulsionar o consumo entre jovens?
8 – É possível que a ciência da imunoterapia seja a melhor opção para combater o câncer e revolucione a medicina?
9 – Como combater os extremismos sociais para se alcançar o respeito às diferenças?
10 – É possível eliminar a eugenia ainda presente na sociedade atual, mesmo perante a persistência do racismo?
11 – Num país onde ainda há uma incidência da cultura do estupro, é possível promover a igualdade de gênero nos diversos segmentos sociais?
12 – Ao impor limites sobre o sacrifício de animais em rituais religiosos, estaríamos negando a liberdade religiosa?
13– Proposta – artigo de opinião
Texto 1 
Texto 2
O que os brasileiros fazem no seu tempo livre?
Texto 3 
Efeito Harry Potter”: livros juvenis ficaram 115% mais longos na última década
Uma pesquisa da Quest Inteligência de Mercado divulgou um estudo que analisa o mercado de diferentes faixas etárias. Foram ouvidas, segundo a Revista Exame, 600 pessoas na capital paulista, com idade entre 14 e 51 anos, para realização do “São Paulo em Foco: Gerações X, Y e Z”. Os resultados mostraram que praticamente 100% dos jovens entre 14 e 19 anos (Geração Z) participam de alguma rede social, 75% usam celulares e 60% se preocupam com a beleza do corpo e do rosto. Diante desse contexto em que a geração Z se insere, verifica-se que os que dela fazem parte leem menos, em meio aos atrativos tecnológicos aos quais têm acesso. 
Com base nas afirmações acima, escreva um texto de opinião sobre a Ausência de leitura entre os jovens que compõem geração Z. Para nortear a sua discussão, esteja atento à seguinte pergunta:
“É possível incentivar a leitura em meio aos atrativos digitais que permeiam a vida da chamada geração Z?”

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