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FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC LUANA FRANCIELE PESSINE PLANO DE NEGÓCIOS PARA ABERTURA DE UMA CASA DE EVENTOS Porto Alegre 2015 LUANA FRANCIELE PESSINE PLANO DE NEGÓCIOS PARA ABERTURA DE UMA CASA DE EVENTOS Trabalho de Conclusão de Curso – TCC apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Administração de Empresas, na Faculdade de Administração do Centro Universitário Ritter dos Reis – UNIRITTER. Orientadora: Prof.a Dr.a Daniela Rodrigues Cunha Retamal Porto Alegre 2015 LUANA FRANCIELE PESSINE PLANO DE NEGÓCIOS PARA ABERTURA DE UMA CASA DE EVENTOS Trabalho de Conclusão defendido e aprovado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração pela banca examinadora constituída por: ___________________________________________________ Prof. Dra. Daniela R. Cunha Retamal ___________________________________________________ Prof. ___________________________________________________ Prof. PORTO ALEGRE 2015 AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades e realizar os meus sonhos, como a conclusão do curso de Administração. Aos meus pais Humberto e Inês, agradeço por todo amor e carinho que sempre tive em toda minha vida. Além do incentivo e apoio incondicional em que recebi durante toda caminhada desde o início da faculdade. Eu sei que vocês não mediram esforços para que eu pudesse concluir minha graduação. Agradeço aos meus queridos irmãos Leila, Leandro e Larissa pela compreensão e apoio nos momentos difíceis. Ao meu colega e namorado Gabriel, agradeço por toda paciência e carinho que teve comigo, pois sei que alguns momentos não foram nada fáceis para nós dois. Aos meus colegas da faculdade que me acompanham desde o primeiro semestre e se tornaram meus grandes amigos, quero manter essa amizade pra sempre. Agradeço pela paciência nos momentos difíceis e também os inúmeros momentos de alegria e descontração em que passamos juntos. Aos professores que foram responsáveis em proporcionar conhecimento, desde quando aprendi a ler até a conclusão do ensino superior. Em especial, agradeço à minha querida orientadora Dra. Daniela R. Cunha. Retamal pela orientação, apoio, dedicação e ensinamentos que foram de extrema importância para que eu pudesse realizar este trabalho, pelo qual levarei-os pelo resto de minha vida. Obrigada por ser esta excelente professora e profissional. E a todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ muito obrigado! Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que você veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo. Martin Luther King RESUMO O plano de negócios é uma ferramenta fundamental para o sucesso de uma empresa, que permite ao empreendedor uma visão mais ampla do empreendimento. Este estudo tem como objetivo geral elaborar um plano de negócios para a abertura de uma Casa de Eventos na cidade de Porto Alegre. Os objetivos específicos são caracterizar o negócio, fazer uma análise estratégica, elaborar o plano operacional, elaborar o plano de marketing e o plano financeiro. A metodologia utilizada neste estudo é dividida em duas etapas, sendo uma pesquisa qualitativa e outra quantitativa. Na etapa da qualitativa foram realizadas entrevistas em profundidade com fornecedores e concorrentes. Na etapa da quantitativa foi feita uma pesquisa de mercado com potenciais clientes através da aplicação de questionários; juntamente com a coleta de dados secundários do setor de eventos no Brasil. Os resultados das análises demonstram a viabilidade do negócio, bem como o crescimento acentuado desse setor no País, apresentam-se oportunidades positivas para o desenvolvimento do negócio. Palavras-chave: Empreendedorismo. Setor de Eventos. Plano de Negócios. LISTAS DE FIGURAS Figura 1 – O processo empreendedor ....................................................................... 25 Figura 2 – O processo empreendedor na visão de Timmons .................................... 26 Figura 3 – Modelo de capa ........................................................................................ 30 Figura 4 – Exemplo de Estrutura de Sumário............................................................ 31 Figura 6 – Ciclo de vida do produto. .......................................................................... 38 Figura 7 – Matriz BCG ............................................................................................... 40 Figura 8 – Cinco forças de Porter .............................................................................. 44 Figura 9 – Processo de planejamento estratégico do negócio .................................. 52 Figura 10 – Matriz SWOT .......................................................................................... 54 Figura 11 – Balanço Patrimonial ............................................................................... 58 Figura 12 – Exemplo de Demonstrativo de Resultados ............................................ 59 Figura 13 – Fluxo de Caixa ....................................................................................... 60 Figura 14 – Fórmula Ponto de Equilíbrio ................................................................... 61 Figura 15 – Fórmula do Valor Presente Líquido (VPL) .............................................. 64 Figura 19 – Capa do Plano de Negócios ................................................................... 92 Figura 20 – Alíquotas e Partilha do Simples Nacional- Receitas decorrentes da prestação de serviços. .............................................................................................. 98 Figura 21 – Mapa de localização ............................................................................. 100 Figura 22 – Estacionamento novo do shopping Praia de Belas atrás do imóvel. .... 100 Figura 23 – Cerimônia organizada pela Lounge Eventos. ....................................... 103 Figura 24 – Cenário criado em um casamento pela 4INN Eventos. ........................ 103 Figura 25 – Decoração criada pela 4INN Eventos em uma festa de 15 anos. ........ 104 Figura 26 – Arranjos florais baixos. ......................................................................... 104 Figura 27 – Arranjos florais suspensos na mesa dos noivos. ................................. 105 Figura 28 – Cenário criado com lustres da Limiar Festas. ...................................... 105 Figura 29 – Cenário criado com móveis da Limiar Festas. ..................................... 106 Figura 30 – Fachada da Casa. ................................................................................ 107 Figura 31 – Estacionamento que fica ao lado do imóvel. ........................................ 107 Figura 32 – Mesa com tampo cru. ........................................................................... 108 Figura 33 – Cadeira modelo Dior transparente ....................................................... 108 Figura 34 – Gerador de energia. ............................................................................. 109 Figura 36 – Fluxo Operacional (resumido) ..............................................................128 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Identificação do Sexo .............................................................................. 81 Gráfico 2 – Faixa Etária ............................................................................................. 81 Gráfico 3 – Estado Civil ............................................................................................. 82 Gráfico 4 – Grau de Escolaridade ............................................................................. 82 Gráfico 5 – Renda Familiar Mensal ........................................................................... 83 Gráfico 6 – Região de residência em Porto Alegre ................................................... 83 Gráfico 7 – Utilização dos serviços de alguma Casa de Eventos em Porto Alegre ... 84 Gráfico 8 – Região em que a Casa de Eventos se encontra ..................................... 85 Gráfico 9 – Para que Ocasião utilizou a Casa de Eventos. ....................................... 86 Gráfico 10 – Pretende utilizar os serviços de uma Casa de Eventos no futuro. ........ 86 Gráfico 11 – Para qual ocasião? ............................................................................... 87 Gráfico 12 – Características que os entrevistados consideram relevantes na locação de um salão. .............................................................................................................. 87 Gráfico 13 – A melhor localização para uma nova Casa de Eventos em Porto Alegre. .................................................................................................................................. 90 Gráfico 14 – Você estaria disposto a pagar mais caro para realizar a locação de um salão que contemplasse em sua estrutura estacionamento próprio, boa localização, gerador próprio, segurança, acessibilidade, tecnologia e sem precisar contratar economato................................................................................................................. 90 Gráfico 15 – A influência da localização na locação de um salão de festas. ............ 91 Gráfico 16 – Os salões existentes em Porto Alegre conseguem atender a demanda? .................................................................................................................................. 91 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Questões fundamentais para preparação do sumário executivo ............ 32 Quadro 2 – Preparação para a entrevista ................................................................. 68 Quadro 3 – Vantagens e limitações do questionário ................................................. 70 Quadro 4 – Processo de elaboração de um questionário ......................................... 71 Quadro 5 – Modelo lista de confirmação ................................................................. 110 Quadro 6 – Análise SWOT da LP Eventos. ............................................................. 119 Quadro 7 – Ações e Metas – 5W2H ........................................................................ 121 Quadro 8 – Valores Locação ................................................................................... 125 Quadro 9 – Investimento fixo Inicial ........................................................................ 130 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Moda e Mediana dos aspectos avaliados com grau de importância. ...... 89 Tabela 2 – Projeção de vendas no período de um ano ........................................... 133 Tabela 3 – Demonstrativos de Resultados de Exercício- DRE Realista Projetado . 134 Tabela 4 – Demonstrativos de Resultados de Exercício - DRE Otimista Projetado 135 Tabela 5 – Fluxo de Caixa resumido por período – Cenário Realista ..................... 136 Tabela 6 – Fluxo de Caixa resumido por período – Cenário Otimista ..................... 137 Tabela 7 – Cenário Realista: Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR). ......................................................................................................... 139 Tabela 8 – Cenário Otimista: Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR) .......................................................................................................... 139 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 15 1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................ 17 2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 19 2.1 GERAL ................................................................................................................ 19 2.2 ESPECÍFICOS .................................................................................................... 19 3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 20 4 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 22 4.1 EMPREENDEDORISMO..................................................................................... 22 4.2 EMPREENDEDOR .............................................................................................. 23 4.2.1 Perfil do empreendedor ................................................................................. 24 4.2.2 O processo empreendedor ............................................................................ 25 4.3 PLANO DE NEGÓCIO ........................................................................................ 27 4.4 ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIOS ......................................................... 28 4.4.1 Capa................................................................................................................. 29 4.4.2 Sumário ........................................................................................................... 30 4.4.3 Sumário Executivo ......................................................................................... 31 4.4.4 Descrição da empresa ................................................................................... 32 4.4.4.1 Equipe Gerencial ........................................................................................... 33 4.4.4.2 Estrutura Jurídica .......................................................................................... 33 4.4.4.3 Localização e infraestrutura .......................................................................... 34 4.4.4.4 Manutenção de Registros .............................................................................. 34 4.4.4.5 Seguro ........................................................................................................ 35 4.4.4.6 Segurança ..................................................................................................... 35 4.4.4.7Terceiros ........................................................................................................ 35 4.4.4.8 Parceiros Estratégicos ................................................................................... 36 4.4.5 Produtos e serviços ....................................................................................... 36 4.4.5.1 Ciclo de vida do Produto ............................................................................... 37 4.4.5.2 Estratégia de produto .................................................................................... 39 4.4.5.3 Tecnologia ..................................................................................................... 41 4.4.5.4 Pesquisa e desenvolvimento .........................................................................42 4.4.5.5 Produção e Distribuição ................................................................................ 42 4.4.6 Mercado e Competidores ............................................................................... 43 4.4.6.1 Análise da Indústria/setor .............................................................................. 43 4.4.6.2 Descrição do segmento de mercado ............................................................. 45 4.4.7 Análise da Concorrência ............................................................................... 46 4.4.8 Marketing e Vendas ........................................................................................ 47 4.4.8.1 Produto ........................................................................................................ 48 4.4.8.2 Preço ........................................................................................................ 48 4.4.8.3 Praça (canais de distribuição) ....................................................................... 49 4.4.8.4 Propaganda/comunicação ............................................................................. 50 4.4.8.5 Projeção de vendas ....................................................................................... 51 4.4.9 Análise Estratégica ........................................................................................ 51 4.4.9.1 Missão ........................................................................................................ 52 4.4.9.2 Visão ........................................................................................................ 53 4.4.9.3 Análise SWOT ............................................................................................... 53 4.4.9.4 Objetivos e metas .......................................................................................... 55 4.4.9.5 Definição de estratégia .................................................................................. 56 4.4.10 Plano Financeiro .......................................................................................... 56 4.4.10.1 Balanço Patrimonial..................................................................................... 57 4.4.10.2 Demonstração de Resultados ..................................................................... 58 4.4.10.3 Fluxo de caixa ............................................................................................. 59 4.4.10.4 Ponto de Equilíbrio ...................................................................................... 61 4.4.10.5 Índices financeiros ....................................................................................... 61 4.4.10.6 Técnicas de análise de investimento ........................................................... 62 4.4.10.7 Técnicas de fluxo de caixa descontado ....................................................... 63 5 METODOLOGIA .................................................................................................... 65 5.1 ETAPA QUALITATIVA EXPLORATÓRIA............................................................ 65 5.1.1 Público-alvo e plano de amostragem ........................................................... 66 5.1.2 Instrumento de coleta de dados ................................................................... 67 5.1.3 Procedimentos de análise de dados ............................................................. 68 5.2 ETAPA QUANTITATIVA DESCRITIVA ............................................................... 69 5.2.1 População e plano de amostragem .............................................................. 69 5.2.2 Instrumento de coleta de dados ................................................................... 70 5.2.3 Procedimentos de análise de dados ............................................................. 71 6 APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS DOS DADOS COLETADOS .................... 73 6.1 ETAPA QUALITATIVA EXPLORATÓRIA............................................................ 73 6.1.1 Análise das entrevistas com os Concorrentes ............................................ 73 6.1.1.1 Experiência no setor de eventos ................................................................... 73 6.1.1.2 Estrutura da Empresa .................................................................................... 74 6.1.1.3 Percepção de mercado ................................................................................. 75 6.1.2 Fornecedores .................................................................................................. 77 6.1.2.1 Experiência no setor de eventos ................................................................... 77 6.1.2.2 Estrutura da Empresa .................................................................................... 78 6.1.2.3 Percepção do mercado ................................................................................. 79 6.2 ETAPA DESCRITIVA .......................................................................................... 80 6.2.1 Identificação do Perfil .................................................................................... 80 7 PLANO DE NEGÓCIOS ......................................................................................... 92 7.1 CAPA................................................................................................................... 92 7.2 SUMÁRIO DO PLANO DE NEGÓCIOS .............................................................. 93 7.3 SUMÁRIO EXECUTIVO ...................................................................................... 94 7.4 DESCRIÇÃO DA EMPRESA ............................................................................... 95 7.4.1 Apresentação da Empresa ............................................................................ 95 7.4.2 Equipe Gerencial ............................................................................................ 97 7.4.3 Estrutura Legal ............................................................................................... 97 7.4.4 Localização e infraestrutura .......................................................................... 99 7.4.5 Manutenção de registros ............................................................................. 101 7.4.6 Seguro ........................................................................................................... 101 7.4.7 Segurança ..................................................................................................... 101 7.4.8 Terceiros ....................................................................................................... 102 7.4.9 Parceiros Estratégicos ................................................................................. 102 7.5 PRODUTOS E SERVIÇOS ............................................................................... 106 7.5.1 Descrição dos serviços ............................................................................... 106 7.5.2 Tecnologia .................................................................................................... 110 7.6 MERCADO E COMPETIDORES ....................................................................... 111 7.6.1 Análise da indústria/setor ............................................................................ 111 7.6.2 Descrição do segmento de mercado .......................................................... 112 7.6.3 Concorrência ................................................................................................ 112 7.6.3.1 Concorrentes Diretos................................................................................... 112 7.6.3.2 Concorrentes Indiretos ................................................................................115 7.7 Análise Estratégica ............................................................................................ 118 7.7.1 Missão ........................................................................................................... 118 7.7.2 Visão e valores ............................................................................................. 118 7.7.3 Análise SWOT ............................................................................................... 119 7.7.4 Objetivos e metas ......................................................................................... 120 7.7.5 Definição da Estratégia ................................................................................ 122 7.8 ESTRATÉGIA DE MARKETING ....................................................................... 123 7.8.1 Produto/serviço ............................................................................................ 123 7.8.2 Preço ............................................................................................................. 125 7.8.3 Praça.............................................................................................................. 126 7.8.4 Propaganda ................................................................................................... 127 7.9 PLANO OPERACIONAL ................................................................................... 127 7.10 PLANO FINANCEIRO ..................................................................................... 128 7.10.1 Fontes de Recursos Financeiros .............................................................. 129 7.10.2 Investimento Inicial .................................................................................... 130 7.10.3 Projeção de Vendas ................................................................................... 133 7.10.4 Demonstrativo de Resultados do Exercício – DRE ................................. 134 7.10.5 Projeção Fluxo de Caixa ............................................................................ 136 7.10.6 Valor Presente Líquido, Taxa Interna de Retorno e Payback ................. 138 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 141 8.1 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ........................................................................... 143 8.2 PESQUISAS FUTURAS .................................................................................... 143 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 145 APÊNDICE A – Roteiro para Entrevista Semiestruturada em Profundidade com Concorrentes da Área de Eventos ....................................................................... 151 APÊNDICE B – Roteiro para Entrevista Semiestruturada em Profundidade com Fornecedores da Área de Eventos .................................................................... 1533 APÊNDICE C – Questionário para Potenciais Clientes da etapa quantitativa da pesquisa ............................................................................................................... 1555 15 INTRODUÇÃO Este estudo tem como propósito a elaboração de um plano de negócios para a criação de uma empresa, pelo qual possui grande importância ao auxiliar o empreendedor na verificação de oportunidade de um novo empreendimento. O assunto deste trabalho é verificar a viabilidade da abertura de uma Casa de Eventos na Zona Sul na cidade de Porto Alegre. A ideia de abertura da empresa surgiu com a percepção em que as pessoas cada vez mais sentem a necessidade de comemorar conquistas em suas vidas com uma grande festa. A partir da observação dos dados apresentados por pesquisas recentes, observou-se que o segmento de eventos se encontra em plena ascensão, apontando uma oportunidade de mercado a ser explorada. Neste estudo optou-se por realizar o plano de negócios baseado na estrutura do autor Dornelas (2015). Para um melhor entendimento do leitor, este estudo está organizado em seis capítulos. No primeiro capítulo, apresenta-se a definição do problema, no qual se faz necessário verificar a viabilidade para a abertura de um negócio. Somente assim que o empreendedor conseguirá ter uma visão futura do empreendimento. Explana- se através dos dados da pesquisa e do órgão responsável Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC Brasil), o crescimento expressivo nesse setor, assim como a caracterização da área de eventos. Salienta-se que o plano de negócios auxilia os novos empreendedores a gerenciar a sua empresa e a tomar as decisões corretas, consequentemente, transformando-o em um diferencial competitivo no mercado. No segundo capítulo, trata-se dos objetivos deste estudo, sendo o geral e os específicos. No terceiro capítulo, expõe-se a justificativa da importância da realização de um plano de negócios para viabilizar a abertura de um espaço para locação de eventos em Porto Alegre, onde a elaboração dessa ferramenta torna-se necessária para que o empreendedor passe a compreender o mercado, o modelo de negócio, o crescimento e até mesmo os riscos. 16 No quarto capítulo, trata-se do referencial teórico do estudo com a exibição da base teórica necessária para o desenvolvimento deste trabalho, tais como as definições sobre empreendedorismo, empreendedor, perfil do empreendedor, processo empreendedor, conceitos de plano de negócios e a estrutura a ser utilizada no plano baseado em obras de autores especializados no plano de negócios e empreendedorismo. No quinto capítulo, explana-se a metodologia a ser utilizada neste estudo, onde será dividida em etapa qualitativa exploratória e etapa quantitativa descritiva, onde na etapa qualitativa o instrumento utilizado será a entrevista semiestruturada em profundidade e, na etapa quantitativa, o instrumento será o questionário. No sexto capítulo, fala-se da análise dos resultados das pesquisas realizadas nas etapas: qualitativa com fornecedores e concorrentes e, na etapa quantitativa, com potenciais clientes. No sétimo capítulo, mostra-se o plano de negócios e, por fim, as considerações finais sobre o estudo no oitavo capítulo. 17 1 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA Ao abrir um negócio, existe a necessidade da análise de viabilidade do empreendimento para que o empreendedor consiga ter uma visão futura das possibilidades e o sucesso em que seu negócio possa alcançar. O setor de eventos conta com a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC Brasil), com finalidade de coordenar, orientar e defender os interesses das empresas organizadoras, promotoras e prestadoras de serviços para eventos, conforme Lei Geral do Turismo nº 11.771/08 e seu Decreto Regulamentador. Segundo dados do II Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos no Brasil, o volume de eventos quintuplicou nos últimos 12 anos. Em 2013, esse segmento movimentou em torno de R$ 209,2 bilhões (4,3% do PIB da economia brasileira), sendo que desse valor, R$ 37,81 bilhões é derivado da alocação de espaços, gerando cerca de 7,5 milhões de empregos. O estudo revela de forma expressiva o crescimento do mercado nesse período: o número de eventos saltou de 327.520, em 2001, para 590.913, em 2013, o que significa 80% de crescimento, ou 5% ao ano (ABEOC, 2013; SEBRAE, 2013). Nos espaços destinados a eventos, obteve-se uma receita de 99,2 bilhões, em 2013, o que significa um grande aumento comparado ao ano de 2001, que girava em torno dos 31,4 bilhões, refletindo em um aumento significativo de 215,8%. Levando em consideração esses dados, observa-se uma oportunidade nesse nichodevido ao rápido crescimento nos últimos anos. Nesse cenário, surge a ideia de abertura de uma Casa destinada à locação de eventos, no bairro Menino Deus, zona Sul de Porto Alegre. As chances para que se conheça melhor o mercado e que o negócio tenha sucesso aumentam com um bom planejamento. De acordo com informações sobre o mercado, a falta de planejamento ao abrir um negócio, é apontada como as principais causas do insucesso das empresas nos primeiros cinco anos (SEBRAE, 2013). 18 Segundo pesquisa desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT, 2014), os empreendedores brasileiros estão elaborando melhor os seus planos de negócios, visto que o índice de mortalidade das micro e pequenas empresas vêm reduzindo nos últimos anos. Entre os anos de 2013 e 2014 esse número caiu pela metade, de 124.099 mil empresas passou para 60.554 mil. Nesse cenário, percebe-se a necessidade da utilização de uma ferramenta gerencial que auxilie o empreendedor. O plano de negócios contribui para que os novos empreendedores saibam como gerenciar de maneira mais eficaz a empresa, tomar as decisões corretas, identificar oportunidades e transformá-las em diferencial competitivo no mercado. Através deste estudo será realizado um Plano de Negócios para a abertura de uma empresa no setor de eventos. Diante desse contexto, formula-se a seguinte questão: Qual a viabilidade da abertura da LP Eventos no bairro Menino Deus, Zona Sul de Porto Alegre? 19 2 OBJETIVOS Os objetivos deste estudo serão divididos em dois: objetivo geral e objetivos específicos. 2.1 GERAL Elaborar um plano de negócio para abertura da Empresa LP Eventos na Zona Sul de Porto Alegre. 2.2 ESPECÍFICOS a) caracterizar o negócio; b) fazer uma análise estratégica; c) desenvolver o plano operacional; d) elaborar o plano de marketing; e) elaborar o plano financeiro. 20 3 JUSTIFICATIVA Para analisar a viabilidade da abertura de um espaço para locação de eventos, este estudo visa a desenvolver um Plano de Negócio. Torna-se fundamental a elaboração de um plano para que possibilite o conhecimento necessário ao empreendedor no momento da criação do negócio, visando identificar as variáveis que possam intervir no futuro. O plano “pode revelar fraquezas ou alertar o empreendedor para possíveis perigos” (LONGENECKER, 2004, p.163). O plano de negócios é uma ferramenta que descreve um empreendimento ou como vai ser. Deve ser elaborado para que possa demonstrar a viabilidade de se atingir uma situação futura e situar o empreendedor no seu ambiente de negócios, principalmente para diminuir riscos e auxiliar nas decisões. De acordo com Dolabela (2008), o principal usuário do plano de negócios é o próprio empreendedor, pois está diante de uma ferramenta que auxilia na análise de seu negócio, diminuindo sua taxa de risco e subsidiando suas decisões. Segundo Dornelas (2015), para o empreendedor que quer transformar seu sonho em realidade, deve-se utilizar essa ferramenta de gestão juntamente com o caminho racional e lógico de um bom administrador. Ao elaborar um plano de negócio, o empreendedor passa a compreender as vertentes do seu empreendimento, como o mercado, produto ou serviço, o modelo de negócios, crescimento e os riscos. Utilizado como base para abertura de uma empresa de sucesso, essa ferramenta tem importância ao abrir o negócio, monitorar o andamento e o progresso do negócio. Hisrich (2009) afirma que, além do plano ser importante para o empreendedor no planejamento e organização de suas atividades, pode também contribuir para que investidores e futuros funcionários possam familiarizar-se com o negócio, metas e objetivos da empresa. A elaboração desse plano de negócios se torna necessário e de interesse para a empresa, para que o empreendedor acompanhe as transformações que ocorrem no mercado e auxilie na área de eventos juntamente com a experiência de mais de 12 anos do gestor neste setor. Oportuniza conhecer melhor o mercado e ter uma visão mais ampla na criação do novo empreendimento. 21 Para Longenecker (2004), elaborar um plano de negócios contribui para que o empreendedor evite que o negócio possa apresentar no futuro uma trajetória decadente. O plano é indispensável para assegurar a sistemática de todos aspectos importantes da nova empresa, torna-se uma espécie de “modelo” do que o empreendedor quer que aconteça. Maximiano (2011) compara o plano de negócios com a planta de uma casa, uma espécie de desenho que apresenta a empresa descrita em detalhes de seu funcionamento e recursos que serão necessários para sua instalação. O plano apresenta a ideia a ser desenvolvida para concretizar o empreendimento futuro. Assim, na implantação do espaço de eventos, o desenvolvimento deste estudo pode se transformar em uma importante ferramenta para minimizar e reduzir riscos e incertezas neste mercado de atual concorrência, transformar uma oportunidade em um empreendimento de sucesso. Para a autora, formanda do curso de Administração, este é um momento para intensificar os conhecimentos adquiridos durante o curso de Graduação, com a oportunidade de construir um Plano de Negócios em que poderá utilizar em breve, pois há interesse em abrir esse empreendimento no futuro. 22 4 REFERENCIAL TEÓRICO A seguir, apresenta-se a pesquisa bibliográfica dos temas que serão abordados, a fim de constituir embasamento teórico para este estudo. Assuntos como empreendedorismo, empreendedor, perfil do empreendedor, plano de negócios e sua estrutura serão os principais temas apresentados nesta etapa. 4.1 EMPREENDEDORISMO O empreendedorismo é um método eficiente que interliga ciência e mercado, apresentando novos produtos e serviços ao mercado com a criação de novos negócios. As atividades que envolvem o empreendedorismo contribuem para a mudança na economia global (HISRICH, 2009). Dornelas (2015) define empreendedorismo como envolvimento de pessoas e processos que, em conjunto, levam à transformação de ideias em oportunidades. E a perfeita implementação dessas oportunidades leva à criação de um negócio de sucesso. É relevante salientar que “O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais.” (SCHUMPETER, 1949 apud DORNELAS, 2015, p. 28). Já para Kirzner (1973, apud DORNELAS, 2015, p.28), a abordagem é diferente, “[...] o empreendedor é aquele que cria um equilíbrio, busca encontrar uma posição clara e positiva em um ambiente que apresenta turbulência, identificando oportunidades.”. Na visão de Dolabela (1999, p. 43), Empreendedorismo é um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship e utilizado para designar os estudos relativos ao empreendedor, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de 23 atuação. A palavra empreendedor de emprego amplo é utilizada neste livro para designar principalmente as atividades de quem se dedica à geração de riquezas, seja na transformação de conhecimentos em produtos ou serviços, na geração do próprio conhecimento ou na inovação em áreas como Marketing, produção, organizações, etc. No Brasil, o empreendedorismo começou a tomar forma na década de 1990, quando as entidades como o SEBRAE e a SOFTEX foram criadas. O SEBRAE é um dos órgãos mais conhecidos do pequeno empresário brasileiro, onde pode buscar todo suporte que precisar para iniciar sua empresa, bem como consultoriasa fim de resolver pequenos problemas em seu empreendimento. A entidade SOFTEX foi criada com o objetivo de levar as empresas de software do País ao mercado externo, através das ações que proporcionavam aos empresários de informática a capacitação em tecnologia e gestão (DORNELAS, 2015). 4.2 EMPREENDEDOR A palavra empreendedor (entrepreneur) tem origem francesa e quer dizer aquele que assume riscos e começa algo novo. O empreendedor não é só o criador de novos negócios, mas também, revitalizador de negócios existentes, aquele que identifica as oportunidades, traz inovação, cria novos empregos, move a economia do país e assume riscos e responsabilidades. Dornelas (2001, p. 15) comenta que: “O empreendedor é aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização”. Segundo Dornelas (2015, p.8): Os empreendedores são pessoas diferenciadas, que possuem motivação singular, apaixonadas pelo que fazem, não se contentam em ser mais um na multidão, querem ser reconhecidas e admiradas, referenciadas e imitadas, querem deixar um legado. Com o mercado competitivo, empreender passa a ser uma necessidade no mundo contemporâneo. O empreendedor assume responsabilidades na criação de 24 novas possibilidades e desenvolvimento de um negócio, cria novas rotas, lida com riscos e desafios a cada dia. 4.2.1 Perfil do empreendedor Dolabella (1999, p. 12) define que, para se aprender a empreender, faz-se necessário um comportamento proativo do indivíduo, o qual deve desejar “[...] aprender a pensar e agir por conta própria, com criatividade, liderança e visão de futuro, para inovar e ocupar o seu espaço no mercado.”. Empreendedores são “[...] profissionais que transmitem disposição e capacidade para revolucionarem a empresa.” (ADISSI, 1997, p. 81). De acordo com Hesselbein (1995, p.138): Esse líder prega a visão do futuro da organização, de modo tão empolgante, que acende a fagulha necessária, para construir uma empresa abrangente. Ele mobiliza as pessoas em torno da missão da organização, convertendo-a em uma força poderosa para os tempos incertos do futuro. A coordenação em torno da missão gera uma energia que transforma o local de trabalho, no qual trabalhadores e equipes podem se expressar em 3 suas atividades, e encontram sentido, além da tarefa, enquanto procuram cumprir a missão da empresa. Para Longenecker (2004), apesar de muitos autores relacionarem empreendedor como fundadores da empresa, deve-se considerar e enquadrar como empreendedor todos os gerentes-proprietários ativos do negócio, pelo qual fornecem empregos, causam impacto no crescimento da economia e apresentam inovação. Na visão de Filion (1999, p.19), o empreendedor: [...] é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos e que mantém um alto nível de consciência do ambiente em que vise, usando-a para detectar oportunidade de negócios. Um empreendedor que continua a aprender a respeito de possíveis oportunidades de negócios e a tomar decisões moderadamente arriscadas que objetivam a inovação continuará a desempenhar um papel empreendedor. 25 4.2.2 O processo empreendedor Para minimizar as chances de insucesso de um empreendimento, é necessário planejamento para que ocorra um processo empreendedor positivo. Para Dornelas (2015) o processo empreendedor se divide em quatro fases: identificar e avaliar a oportunidade; desenvolver o plano de negócios; determinar e captar recursos necessários; e gerenciar a empresa criada, conforme a figura 1: Figura 1 – O processo empreendedor Fonte: Adaptado de Hisrich,1998 apud Dornelas, 2015, p.32. De acordo com Dornelas (2015), as fases são apresentadas de forma sequencial, porém cada fase não precisa ser completamente concluída, para que se inicie a próxima. Ao identificar e avaliar uma oportunidade é a parte mais difícil, pois é a fase onde entra talento, conhecimento, percepção e feeling do empreendedor. A segunda fase, talvez seja a que mais dê trabalho ao empreendedor de primeira viagem, pois, envolve vários conceitos, que devem ser entendidos e que expresse em algumas páginas de tal forma que sintetize a essência do empreendimento, a estratégia do negócio perante o mercado e os competidores. O autor ressalta ainda, que determinar os recursos necessários pode ser feita de várias formas e por meio de fontes distintas e, por fim, gerenciar a empresa pode parecer a fase mais fácil, mas não é bem assim, cada etapa possui seus desafios e 26 aprendizados, o empreendedor deve reconhecer seus limites, e antes de qualquer coisa, recrutar uma equipe de profissionais qualificados para ajudá-lo a gerenciar a empresa, implementando ações para minimizar problemas e identificando o que é prioridade e o que é crítico para o sucesso do empreendimento. Timmons (1994 apud DORNELAS, 2015) classifica o processo empreendedor em três fatores fundamentais: a oportunidade, a equipe empreendedora e os recursos. A oportunidade deve ser avaliada para que se tome a decisão de continuar ou não com o projeto, a equipe empreendedora, que além do empreendedor atuará em conjunto no projeto e os recursos, como e onde a equipe irá consegui-los? É muito importante a questão da análise dos recursos necessários para o início do negócio, o empreendedor deverá ter em mente que nem sempre a equipe inicial estará completa e que depois que captar os recursos necessários, a equipe poderá e deverá ser complementada, conforme a figura 2: Figura 2 – O processo empreendedor na visão de Timmons Fonte: Dornelas, 2015. 27 Para Santos (2013), o processo de criação de um empreendimento se dá a partir de quatro etapas: a) identificar uma oportunidade e analisar se é viável; b) desenvolver um plano de negócios; c) determinar quais recursos serão necessários e procurar a melhor maneira de consegui-los; d) gerenciar e administrar a empresa. 4.3 PLANO DE NEGÓCIO Para o sucesso de uma empresa, é essencial o plano de negócio para que o empreendedor possa ter uma visão mais ampla do empreendimento. Espera-se que o plano seja uma ferramenta para que o empreendedor expresse suas ideias e que principalmente mostre a probabilidade e viabilidade do sucesso no mercado (DORNELAS, 2015). Na visão de Filion e Dolabela (2000), o plano de negócios é o processo de avaliar uma ideia em que o empreendedor idealizou através do planejamento da empresa. Siegel (1996, p.17) define: Um plano de negócios serve a três funções. Em primeiro lugar, ele é um plano que pode ser usado para desenvolver ideias a respeito de como o negócio deve ser conduzido. É uma oportunidade para refinar estratégias e “cometer erros no papel” em lugar de na vida real, examinando a empresa sob todos os pontos de vista, tais como o mercadológico, o financeiro e o operacional. Em segundo lugar, um plano de negócios é uma ferramenta retrospectiva, em relação à qual um empresário pode avaliar o desempenho atual de uma empresa ao longo do tempo [...] A terceira razão para se redigir um plano de negócios é aquela da qual as pessoas se lembram em primeiro lugar, isto é, levantar dinheiro. 28 Segundo Longenecker (2004), o plano de negócios prepara o empreendedor para lidar com o futuro da empresa a ser criada ou ampliada, evitando ao máximo o insucesso. Para Dornelas (2012, p. 99), “[...] o plano de negócios é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa.”. O Plano de Negócios é uma linguagem para descreverde forma completa o que é ou pretende ser uma empresa. A mesma pergunta – O que é a sua empresa? – induzia a diferentes respostas, dependendo de para quem era feita: banco, fornecedor, cliente, distribuidor, sócio potencial, investidor etc. O Distribuidor quer saber sobre a qualidade do produto e a capacidade de produção da empresa; o fornecedor, sobre sua tradição e a capacidade de honrar dívidas; o sócio potencial quer saber sobre o futuro do negócio; já o investidor, seja banco, seja capitalista de risco, quer saber sobre a empresa em seu conjunto: passado, presente, futuro, a competência de quem 16 a dirige, o potencial de mercado, lucratividade, etc. Surgiu então um documento completo, o Plano de negócios, que dá todas as respostas sobre a empresa. (DOLABELA, 2008, p.75). Este estudo tem como objetivo analisar a viabilidade de uma nova oportunidade de mercado. O plano de negócios está diretamente ligado ao planejamento estratégico da empresa, no qual auxilia na elaboração de um novo empreendimento, apresentando um planejamento da melhor maneira de executar as tarefas propostas e na tomada de decisão para o futuro da organização (DORNELAS, 2015). 4.4 ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIOS Neste estudo se optou por utilizar a estrutura de Dornelas (2015) para desenvolver o plano de negócios. Entretanto, em cada uma das etapas serão acrescentadas visões de outros autores da área. 29 4.4.1 Capa Conforme Dornelas (2015), a capa é a primeira página do plano de negócios, onde serve como a página de título e deve conter informações como: a) nome da empresa; b) endereço da empresa; c) telefone da empresa; d) site (se a empresa tiver); e) logotipo se houver; f) nomes, cargos dos proprietários da empresa, endereços e telefones dos proprietários da empresa (dados do gerente e principais pessoas chave da empresa); g) mês e ano em que o plano foi feito; h) número da cópia; i) nome de quem realizou o plano. De acordo com Degen (1989, p. 187), "[...] a capa deve conter a denominação do novo negócio, sua finalidade, bem como nome, endereço, telefone do futuro empreendedor que o está apresentando e a data em que foi elaborado.". 30 Figura 3 – Modelo de capa Fonte: Dornelas (2015, p.127). 4.4.2 Sumário O sumário deve conter o título de todas as seções do plano, subseções se houver e suas respectivas páginas, propiciando ao leitor localizar a seção desejada através da página informada no sumário. Observa-se o exemplo de estrutura de sumário que Dornelas (2015) sugere: 31 Figura 4 – Exemplo de Estrutura de Sumário Fonte: Adaptado de Dornelas, 2015. Já para Dolabela (2006), o sumário possibilita para quem lê um acesso mais rápido ao conteúdo. 4.4.3 Sumário Executivo Segundo Dornelas (2015), o sumário executivo deve expressar uma síntese do que será apresentado na sequência, atraindo o leitor para uma leitura com mais interesse. Sendo que o sumário executivo é a principal seção do plano de negócios, onde o empreendedor deve compreender que o mesmo deve ser dirigido ao seu público-alvo, dando ênfase aos assuntos que mais interessam ao leitor do plano de negócios. Mesmo que apareça no início do plano, o sumário executivo deve ser a última parte a ser escrita durante a elaboração do plano. O autor sugere que algumas sejam respondidas para auxiliar a preparação do sumário executivo: 32 Quadro 1 – Questões fundamentais para preparação do sumário executivo Fonte: Adaptado de Dornelas, 2015. Salim et al. (2005, p. 41) define sumário executivo como: [...] um extrato competente e motivante do Plano de Negócios. Qual a área de negócios, qual o produto ou serviço, qual o mercado e que fatia desse mercado queremos obter? Qual o investimento necessário, em quanto tempo vamos recuperar o dinheiro investido e qual o rendimento que vamos ter de nosso investimento em um prazo estabelecido? Tudo isso sem explicar em detalhes, mas dito de maneira clara, objetiva e sucinta. Para Siegel (1996, p.77), o sumário executivo: “[...] deve ser escrito depois do Plano ter sido finalizado. Somente depois que todo o plano houver sido ponderado e redigido é que alguém será capaz de resumir de forma eficaz e concisa.”. 4.4.4 Descrição da empresa Esta seção apresenta um resumo da organização da empresa, sua história e status atual. Dornelas (2015, p. 130) sugere para essa etapa: Qual? Qual é seu produto/serviço? Qual o propósito do seu plano? Onde? Onde sua empresa está localizada? Onde está seu mercado? Onde estão seus clientes? Por quê? Porque você precisa do dinheiro requisitado? Porque você deseja que seu Plano de Negócios seja aprovado? Como? Como está a saúde financeira de seu negócio? Como está crescendo sua empresa (faturamento dos últimos 3 anos etc.)? Como você empregará o dinheiro na sua empresa? Como se dará o retorno sobre o investimento? Quanto? De quanto dinheiro você necessita? Quando? Quando seu negócio foi criado? Quando você precisa dispor do capital requisitado? Quando ocorrerá o pagamento do empréstimo obtido? 33 [...] descreva a empresa procurando mostrar o porquê de sua criação, qual o seu propósito, a natureza dos serviços ou dos produtos fornecidos, como ela se desenvolveu ou se desenvolverá, qual é seu modelo de negócios e diferenciais. Segundo Siegel (1996, p.83): O corpo do Plano de Negócios começa com uma descrição geral da empresa. Esta não deve ter mais que algumas páginas. Ela deve apresentar as atividades fundamentais e a natureza da empresa. Um detalhamento de alto grau não é adequado nesta seção, porque o redator do Plano terá oportunidade de oferecer maiores detalhes no restante da proposta. 4.4.4.1 Equipe Gerencial De acordo com Dornelas (2015, p.131): “[...] sem uma equipe de primeira linha, qualquer outra parte do plano de negócios dificilmente se concretizará.”. A definição da estrutura da equipe gerencial em uma organização consiste nas responsabilidades e atribuições das pessoas de nível gerencial, busca-se definir a função que cada um vai contribuir para a o negócio da empresa (SALIM et al., 2005). Para Longenecker (2004), a equipe gerencial inclui tanto gerentes, quanto outros profissionais que contribuem na direção geral da nova empresa. 4.4.4.2 Estrutura Jurídica Dornelas (2015) explica a importância de que esteja incluso no plano de negócios a constituição da sociedade da empresa, identificando os sócios e a participação de cada um deles. 34 Para Siegel (1996, p.49): “[...] escolher a forma jurídica sob qual um negócio irá operar é uma das decisões mais complexas e críticas que um empreendedor precisa tomar, ao organizar uma nova empresa.”. 4.4.4.3 Localização e infraestrutura Mesmo que a localidade seja considerada uma questão de estratégia de marketing, ela diferencia os serviços prestados pela empresa em relação aos concorrentes. A infraestrutura do negócio deve ser citada no plano, pois muitos imóveis, além da localização, podem oferecer uma infraestrutura excelente, dependendo de onde está localizado (DORNELAS, 2015). Para Longenecker (2004), ao escolher a localização em que se pretende inserir um novo empreendimento, leva-se alguns fatores a serem considerados, tais como: custos, acesso dos futuros clientes, condições de vizinhança e custos operacionais associados ao local. Instalações físicas de qualidade favorecem para que as operações do negócio se tornem eficientes. 4.4.4.4Manutenção de Registros Segundo Dornelas (2015), a contabilidade da empresa é uma parte importante do negócio, deve-se utilizar os serviços do contador, de forma a visar um gerenciamento eficaz do fluxo de caixa. Degen (2009) recomenda para o negócio o acompanhamento de um advogado, onde pode ser uma boa fonte de informações para o contador, beneficiando a empresa. 35 4.4.4.5 Seguro De acordo com Dornelas (2015, p.136) é importante que: [...] o empreendedor considere os custos envolvidos com o seguro do negócio, o que inclui o seguro do imóvel, dos bens (máquinas, equipamentos, computadores, móveis), das mercadorias produzidas, de automóveis etc. Para os autores Biagio e Batochio (2005), deve constar no plano de negócios o período em que o seguro irá cobrir e o que estará segurado, com isso, mostra que a empresa se preocupa com o negócio e garante estabilidade em caso de imprevistos, além de causar boa impressão para quem analisa o plano. 4.4.4.6 Segurança Segundo Dornelas (2015), é importante que seja incluso o assunto “segurança” no plano de negócios, antecipar-se aos problemas de segurança que possam ocorrer em áreas sujeitas a riscos, identificando medidas adotadas e justificando o porquê dessas escolhas para garantir a segurança. Biagio e Batocchio (2005) ressaltam a importância de a empresa demonstrar- se preparada para situações complicadas e constrangedoras, como furto, desonestidade de funcionários e informações de clientes. 4.4.4.7 Terceiros De acordo com Dornelas (2015) é importante que seja citado terceiros imprescindíveis à empresa, como por exemplo, Assessoria de 36 Imprensa/Comunicação, Assessoria jurídica, e outras empresas terceirizadas, enfim, o empreendedor deverá saber procurar e analisar a melhor maneira de descrever os terceiros do negócio, enfatizando o porquê da escolha e os benefícios que essas pessoas trazem a empresa. Segundo Chiavenato (2008), a terceirização, quanto aos custos, deixa de ser fixa para ser variável. Permite que a empresa foque na sua atividade fim, reduzindo dispêndio estrutural e financeiro. 4.4.4.8 Parceiros Estratégicos De acordo com Dornelas (2015, p.137): [...] um fornecedor ou terceiro da empresa ou, ainda, um cliente pode ser um parceiro estratégico para o negócio. Em conjunto com parceiros estratégicos, a empresa pode ganhar uma licitação ou concorrência, fechar um grande contrato, discutir a entrada em um importante mercado em crescimento, impedir a entrada de outros competidores potenciais no mercado etc. Chiavenato (2008) ressalta que é importante cada parceiro saber claramente suas responsabilidades e deveres, garantindo um contrato transparente e sem dúvidas após o início das atividades. 4.4.5 Produtos e serviços Conforme Dornelas (2015), nesta seção, deve-se dizer quais são os produtos e serviços que a empresa oferece, informando de que maneira são fornecidos, apontando qual o produto ou o serviço difere da concorrência e expondo as características únicas que o negócio pode oferecer ao cliente. 37 Para Siegel (1996), é importante destacar as características e dedicar atenção aos produtos e serviços da empresa, de maneira simples e clara. Uma empresa não terá sucesso sem possuir um produto ou um serviço que seja atraente. De acordo com Salim et al. (2005), os pontos importantes dos produtos e serviços do plano de negócio são: a) descrever com clareza cada um dos serviços e produtos que a empresa oferece; b) descrever seu mercado e as principais necessidades detectadas com os clientes que poderão ser resolvidas com as soluções da empresa; c) quais os competidores; d) definir o material usado para a venda de seus serviços ou produtos; e) analisar os custos para o fornecimento de seus produtos ou serviços, e os preços que podem ser praticados no mercado. 4.4.5.1 Ciclo de vida do Produto Dornelas (2015), explica que, os produtos possuem um ciclo de vida, que passa por quatro etapas clássicas de desenvolvimento, observa-se na figura 5. a) introdução (nascimento): há necessidade de investimento em promoção para tornar a marca conhecida; b) crescimento: começa haver aumento da demanda do produto, aumenta o lucro; c) maturação: o crescimento de vendas diminui, pois grande parcela dos clientes já adquiriu o produto; d) declínio: as vendas caem, lucros desaparecem, leva à retirada do produto do mercado. 38 Figura 5 – Ciclo de vida do produto. Fonte: Dornelas, 2015, p.139. Segundo Kotler (1998, p. 307): “O ciclo de vida do produto (CVP) é um conceito importante em marketing que fornece insights sobre a dinâmica competitiva de um produto.”. O autor afirma ainda que o ciclo de vida de um produto parte de quatro pressupostos: a) os produtos têm vida limitada; b) as vendas dos produtos passam por diferentes estágios distintos, e em cada um deles há desafios, oportunidades e problemas para a empresa; c) os lucros podem crescer e diminuir nas etapas desse ciclo; d) os produtos requerem estratégias de marketing e diferentes cuidados em cada fase do ciclo. Maximiano (2011) ressalta que o ciclo de vida de um produto compreende diferentes etapas de posicionamento do produto em um ambiente, onde influencia as 39 decisões do marketing de acordo com a fase em que o produto se encontra no ciclo. O ciclo de vida de um produto possui quatro fases: a) introdutória: onde os consumidores são informados sobre o novo produto, a promoção para inserir o produto no mercado é planejada para chamar a atenção dos consumidores do produto que está sendo lançado; b) crescimento: período em que as vendas estão crescendo rapidamente; c) maturidade: fase em que a competitividade é elevada, recomenda-se utilizar o alto grau de marketing para conquistar novos consumidores e manter os antigos; d) declínio: etapa em que as vendas começam a despencar em razão da diminuição da demanda ou intensidade da competição, momento em que os empreendedores devem estar atentos e preparados para que o negócio não entre em declínio bruscamente. Churchill e Peter (2010) definem como um modelo dos estágios do histórico das vendas e lucros de um produto. A etapa final desses estágios auxilia o profissional de marketing decidir se continua estimulando a demanda ou se para de oferecer esse produto. Para Porter (1986), o gestor tem a função de prolongar pelo maior tempo possível a fase do crescimento, levando em conta que a duração dos estágios varia tanto do setor quanto a economia. 4.4.5.2 Estratégia de produto Ao escolher como um produto será apresentado, Longenecker (2004) recomenda que a empresa deve levar em conta aspectos como o mix de produtos, embalagens, nomenclaturas, etc. 40 De acordo com Dornelas (2015, p.140), a empresa deve [...] especificar as maneiras que utiliza para determinar os produtos futuros em função do desempenho dos atuais e, assim, projetar novas maneiras de desenvolvê-los, produzi-los e distribuí-los aos clientes. Dornelas (2015) ressalta que as características e benefícios devem constar na descrição do produto, quanto às características, os aspectos físicos (cor, tamanho, formato) e funcionais (feito de que, utilizado para que, aplicado como) e os benefícios estão relacionados com a satisfação dos clientes com o que o produto proporciona (segurança, garantia, felicidade). O autor afirma que é interessante fazer uma análise da situação atual dos produtosda empresa e suas perspectivas no mercado. Para isso, existe uma técnica de marketing chamada matriz BCG, Boston Consulting Group, que auxilia na análise dos produtos em dois fatores: crescimento de mercado e participação relativa de mercado. Figura 6 – Matriz BCG Fonte: Adaptado de Dornelas (2015, p.141). a) Dúvida: produtos com baixa participação em um mercado de alto crescimento, geralmente produtos novos que não possuem ainda os 41 caminhos bem definidos, sem muita experiência no mercado e com baixa receita;; b) Estrela: aqueles que possuem grande participação em mercado em crescimento, com altas margens de lucro, são produtos ideais que toda empresa gostaria de vender, demandam grandes investimentos a fim de expandir no mercado e eliminar concorrentes em potencial, não deve haver dúvidas ao fazer investimentos em produtos estrela; c) Vaca leiteira: possuem alta participação em mercado de baixo crescimento. Costumam gerar muito dinheiro, porém não demandam muito investimento. Mercados consolidados onde produtos já estão estabelecidos e é possível gerar mais caixa e utilizar recursos para investir em produtos de alto potencial; d) Abacaxi: pouca participação no mercado em baixo crescimento, receitas e lucros muito pequenos e custos altos. Normalmente não proporcionam muito retorno, por isso deve ser descartado dos produtos da empresa. 4.4.5.3 Tecnologia A empresa que desenvolve produtos com tecnologia deve sempre procurar dominar ao máximo a tecnologia utilizada. Dornelas (2015) explica que, se a empresa depender de fornecedores ou parceiros tecnológicos, deve-se demonstrar como fará para diminuir ou eliminar sua dependência, caso não seja possível, deve- se então estabelecer estratégias para garantir segurança e menor sensibilidade aos eventos externos, o que não é uma tarefa muito fácil. Se a empresa lançar um produto novo e único no mercado, antes de sua comercialização é importante registrar sua patente. 42 4.4.5.4 Pesquisa e desenvolvimento Segundo Dornelas (2015), as empresas de pequeno porte geralmente não possuem recursos para instalar laboratórios de Pesquisa e Desenvolvimento dentro da própria empresa, mas há a opção de recorrer a parceiros, como instituto de pesquisa. O ideal é que o empreendedor preveja uma parcela significativa no orçamento para pesquisa e desenvolvimento. 4.4.5.5 Produção e Distribuição Dornelas (2015) considera fundamental, quando se trata de produção e distribuição, que o empreendedor faça os seguintes questionamentos: a) como é o processo de produção da empresa? b) quais são os recursos utilizados (funcionários, matéria-prima, fornecedores e máquinas)? c) como é composto o custo do produto final? d) como é distribuído o produto? e) quais são os custos envolvidos no processo de distribuição do produto? Segundo o autor, é aconselhável que nessa parte do plano de negócios, o empreendedor exponha de maneira objetiva todos os custos envolvidos na obtenção do produto, descrevendo o fluxo do processo de produção de preferência em gráficos. Valores trazendo informações de itens como salários, horas/homem, horas/máquina, capacidade de produção e outros podem estar inseridos na seção Anexos do plano. Para Longenecker (2004), uma gestão eficaz no processo de produção e distribuição contribuem para a redução de custos de logística e aumento da satisfação dos clientes. 43 4.4.6 Mercado e Competidores Segundo Dornelas (2015) a análise de mercado é considerada uma das mais importantes seções do plano de negócios, porém a mais difícil de fazer, pois a estratégia de negócio depende de como a empresa abordará seu mercado consumidor, procurando sempre se diferenciar da concorrência, agregando valor aos seus produtos/serviços com o objetivo de conquistar continuamente os clientes. O autor afirma ainda que é importante conhecer o mercado no qual atua ou pretende atuar, só assim, conseguirá estabelecer uma estratégia de marketing de sucesso. Kotler (2000) conceitua mercado como consumidores potenciais que compartilham um desejo ou uma necessidade e que estão dispostos a realizar uma troca a fim de satisfazer esse desejo ou essa necessidade. De acordo com Salim et al. (2005, p.79) uma pesquisa de mercado consiste em: “conseguir determinar características do mercado, suas expectativas, necessidades, aceitação ou rejeição de alguma ideia, produto ou pessoa, através de um processo de consulta de uma amostra desse mercado”. Para Siegel (1996, p.116) a finalidade da pesquisa de mercado no plano de negócios é: ampliar o conhecimento do mercado, por parte do empreendedor e do examinador do plano, bem como ampliar a credibilidade do plano para este último. Além disso, as pesquisas preliminares de mercado incluídas no plano de negócios podem ajudar na formulação da estratégia de marketing e podem ser um primeiro passo na venda, por facilitarem o contato com os pesquisados que tiveram reações positivas ao produto ou serviço. 4.4.6.1 Análise da Indústria/setor Dornelas (2015, p.146) recomenda que: “deve ser feito um breve histórico desse mercado nos últimos anos e a análise das tendências do setor para os 44 próximos anos”. O autor sugere que o empreendedor responda algumas perguntas que julga importante, antes de inserir informações no plano de negócios, tais como: a) quais fatores estão influenciando as projeções de mercado? b) por que o mercado mostra-se promissor? c) qual o tamanho do mercado em reais, número de clientes e competidores? d) como o mercado está estruturado e segmentado? e) quais são as oportunidades e ameaças (riscos) desse mercado? Segundo Porter (1986) existe forças que permeiam a indústria e precisam ser avaliadas com cuidado, pois a ação dessas forças em conjunto irá determinar a intensidade da concorrência e a rentabilidade do negócio. O autor ressalta que a ação conjunta dessas forças na indústria pode ser fundamental para a sobrevivência do negócio. Essas forças são conhecidas como as Cinco forças de Porter, ilustradas na figura 7: Figura 7 – Cinco forças de Porter Fonte: Adaptado de Porter (1986). 45 4.4.6.2 Descrição do segmento de mercado Para Churchill e Peter (2010, p. 204): “segmentação de mercado é o processo de dividir em grupos de compradores potenciais que tenham semelhantes necessidades e desejos, percepções de valores ou comportamentos de compra”. Segundo Dornelas (2015), após realizar uma análise do macro do setor, deve- se partir para a análise particular do segmento de mercado da empresa. O empreendedor deve coletar e selecionar as informações que serão úteis, recorrendo a fontes secundárias, como: a) Associações comerciais e industriais da cidade, região ou estado; b) Prefeituras; c) Entidades de classe; d) SEBRAE; e) Internet; f) Empresas de pesquisa de mercado; g) Órgãos governamentais como IBGE, fundações; h) Universidades; i) Institutos de pesquisa; j) Revistas, jornais, livros, períodos e outros. Além dessas, existe as pesquisas de mercado primárias, que podem ser consideradas mais eficazes para conhecer as tendências de um mercado e a preferência do consumidor, onde devem ser feitas de forma objetiva, com poucas questões de múltipla escolha para que consiga atingir o objetivo definido pelo empreendedor (DORNELAS, 2015). Segundo o autor, há várias formas de definir a segmentação de mercado, como estilo de vida das pessoas (consumidores), atributos como idade, sexo e renda, por exemplo. Ao definir umsegmento de mercado, define-se um grupo de pessoas com características, necessidades e desejos semelhantes que serão o foco de vendas de sua empresa. 46 4.4.7 Análise da Concorrência Dornelas (2015, p. 150) evidencia que conhecer a concorrência “é dever de qualquer empreendedor que queira competir e vencer no mercado”. Pois, conhecendo o seu competidor é que a empresa agrega requisitos para estabelecer diferenciais quanto ao produto, preço e promoções, assim como traçar suas estratégias de marketing. Salim (2005) afirma que uma análise da concorrência no plano de negócios pode dar uma visão sobre as condições que a empresa tem para ingressar no mercado e a conveniência de investimento nesse negócio. E que a análise dos competidores deve ser feita com relação a aspectos e características importantes do produto/serviço comparando-os com o concorrente. Segundo Porter (1986), o número de concorrentes está ligado diretamente aos retornos financeiros do empreendimento. O empreendedor precisa saber quem são seus concorrentes e conhecê-los, para que possa antecipar-se às suas ações, impedindo com que os concorrentes fortaleçam seus negócios, transformando positivamente os retornos financeiros da empresa. De acordo com Westwood (1996), o desempenho da empresa precisa ser comparado com o desempenho de seus maiores concorrentes. A ameaça dos concorrentes geralmente vem de um grupo de companhias, e a empresa deve ser capaz de identificá-las. Para o autor, é preciso definir: a) quem são os maiores concorrentes; b) quais os produtos ou serviços que oferecem; c) quais são as suas potencialidades e fragilidades. Kotler (2000) ressalta que após identificar seus concorrentes a empresa deve descobrir suas características, suas estratégias, seus objetivos, suas forças, fraquezas e, até mesmo, suas reações. 47 4.4.8 Marketing e Vendas Para Dornelas (2015, p. 153) é importante que a empresa conheça bem o mercado em que atua ou que pretende atuar para conseguir estabelecer suas metas e formular uma estratégia de sucesso. O autor define as estratégias de marketing como: “meios e métodos que a empresa deverá utilizar para atingir seus objetivos”. Geralmente se referem ao composto de marketing mais conhecido como os 4P’s (quatro pês): produto, praça, preço e promoção. Churchill e Peter (2010, p.4) definem marketing como o processo de “planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de ideias, bens e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”. Os autores complementam ainda que o marketing pode ser usado para desenvolver trocas que visam ou não lucros, e que pode ser realizado para ambos as finalidades. Siegel (1996) define plano de marketing como uma das partes mais importantes do plano de negócio, porque ela comunica mais diretamente a natureza do negócio que se pretende ter com a maneira pela qual a empresa poderá ter sucesso. Sua finalidade é explicar como uma empresa que está em projeto pretende manipular e reagir perante as condições do mercado para obter a venda de seu produto ou serviço. O plano de marketing é constituído pela análise de mercado, voltada para o conhecimento de concorrentes, clientes, fornecedores e o ambiente em que a empresa pretende atuar, a fim de saber se há viabilidade na implantação do negócio e pela estratégia de marketing, onde se realiza o planejamento de como a empresa oferecerá seus produtos ou serviços ao mercado, visando aperfeiçoar suas potencialidades de sucesso (DOLABELA, 2006). Na visão de Kotler (1998, p. 37), o conceito de marketing: [...] assume que a chave para atingir as metas organizacionais consiste em ser mais eficaz do que os concorrentes para integrar as atividades de marketing, satisfazendo, assim, as necessidades e desejos dos mercados- alvos. 48 4.4.8.1 Produto De acordo com Dornelas (2015, p.154), posicionar um produto significa: “direcioná-lo para atender às expectativas e necessidades do cliente-alvo escolhido, no segmento de mercado definido”. Churchill e Peter (2010) definem produto como aquilo que é oferecido pela empresa para os seus clientes, com a finalidade de troca, onde para a empresa essa troca significa lucro e para o cliente contribui para seu bem-estar. Os autores afirmam que um produto com boa aparência, embalagem e rótulo atraente, que destaque benefícios, pode induzir a compra do consumidor. Adaptar um produto a necessidade do comprador tende a influenciar a compra. O produto representa algo que pode ser oferecido a um mercado para a sua apreciação, uso ou consumo na tentativa de satisfazer uma necessidade, um desejo ou demanda (KOTLER, 2000). 4.4.8.2 Preço Dornelas (2015) define preço como a maneira mais tangível de agir no mercado, pela política de preços, a empresa pode: a) criar demanda para o produto; b) segmentar mercado; c) definir os lucros da empresa; d) mudar a inserção do produto no mercado. O autor afirma que a empresa deve ter como referência o valor que o consumidor visualiza no produto, e não o preço que a empresa acha que deveria ter, além disso, um grande erro que os empreendedores cometem é assimilar preço com qualidade, pois a alta qualidade e o preço baixo encontram-se em pouquíssimas exceções. 49 Já para Kotler (1998), o preço é o volume de dinheiro cobrado por um produto ou serviço, ou seja, é a soma dos valores que os consumidores trocam pelo benefício de possuírem ou usarem um produto ou serviço. O preço é um dos elementos mais flexíveis do composto de marketing, porém estabelecer preço pode ser uma tarefa muito difícil para as empresas e, na maioria das vezes, é comum haver erros nesse processo. Ter objetivos claros pretendidos com seu produto facilita a determinação do preço. Segundo Churchill e Peter (2010), o preço influencia a compra do consumidor, pois prefere-se por um produto mais barato e leva-se em conta esse atributo para a decisão de compra. Cabe aos profissionais de marketing convencer o consumidor a tomar decisões com base em outros atributos e o preço passar a ser um dos atributos e não o atributo decisivo. 4.4.8.3 Praça (canais de distribuição) Segundo Dornelas (2015, p.156) canais de distribuição: [...] envolvem as diferentes maneiras que a empresa pode adotar para levar o produto até o consumidor. Referem-se aos canais de marketing, à distribuição física e aos serviços ao cliente. A empresa pode vender seus produtos diretamente ao consumidor final ou usar atacados ou distribuidores para fazê-lo. Para Churchill e Peter (2010), um produto com fácil acesso tem mais chances de entrar para o conjunto de mais consumidores. A imagem e os tipos de canais de distribuição também contribuem na percepção dos consumidores sobre determinado produto. Os profissionais de marketing procuram selecionar canais adequados com os produtos e com o tipo de consumidor que eles procuram atender. Cobra (1997) explica que um canal de distribuição é composto por indivíduos ou até mesmo organizações encarregadas de levar o produto ou o serviço ao alcance do público-alvo. A distribuição tem grande importância na decisão estratégica da empresa, ao escolher os canais de distribuição deve-se levar em 50 consideração os demais elementos do composto de marketing (produto, promoção e preço). Já para Kotler (1998, p.466), os canais de distribuição são “[...] conjuntos de organizações interdependentes envolvidos no processo de tornar um produto ou serviço disponível para uso ou
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